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Cientistas americanos desenvolveram tecnologias capazes de traduzir sinais cerebrais de pessoas que não conseguem falar em palavras de forma bem rápida, segundo dois estudos publicados nesta quinta-feira (24), na revista Nature.

Pat Bennett, de 68 anos, que sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) testou a tecnologia e afirmou que ela a ajudará a se manter conectada com o mundo. Eletrodos implantados em seu cérebro decodificam as palavras que ela quer falar.

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A tecnologia pode ser crucial para pessoas que não conseguem falar por terem sofrido um derrame, por terem doenças cerebrais ou paralisia. Elas conseguem comunicar seus pensamentos em tempo real.

Antes de ser diagnosticada com ELA, Pat Bennett montava a cavalo e corria todos os dias. A doença, identificada em 2012, afeta áreas do cérebro que controlam o movimento, causando paralisia. A fala foi a primeira coisa a ser afetada.

Embora o seu cérebro não tenha sido afetado em sua capacidade de gerar a linguagem, os músculos de sua boca, língua, laringe e mandíbula estão paralisados e não permitem que ela fale.

Para realizar a pesquisa, um cirurgião implantou quatro sensores do tamanho de um pílula no cérebro de Pat, especificamente em áreas responsáveis pela fala. Quando essas regiões do cérebro enviam comandos para a boca e a mandíbula para emitir sons e formar palavras, um algoritmo decodifica a informação.

"O sistema é treinado para saber quais palavras devem vir antes das outras e os fonemas usados em cada uma delas", afirmou Frank Willett, da Universidade de Stanford, co-autor do estudo, acrescentando que a tecnologia consegue traduzir corretamente três em quatro palavras. "Mesmo que alguma coisa seja interpretada erroneamente, ainda assim será um bom palpite."

"Para aqueles que não são verbais, isso significa que podem permanecer conectados com o mundo, talvez continuar a trabalhar, manter amigos e relacionamentos familiares", afirmou Willet em comunicado à imprensa.

Depois de quatro meses treinando o software para interpretar a fala de Pat Bennett, a sua atividade cerebral começou a ser traduzida em palavras em uma tela, na velocidade de 62 palavras por minuto. Uma conversa normal pode chegar a ter 160 palavras por minuto, segundo os cientistas, e o objetivo agora é conseguir adaptar a tecnologia para que ela possa ser usada no dia-a-dia.

Em um outro estudo, da Universidade da Califórnia em San Francisco, Ann Johnson, que ficou gravemente paralisada depois de um derrame, conseguiu falar através de um avatar digital que conseguia, inclusive, reproduzir suas expressões faciais.

Os cientistas detectaram sinais de mais de 250 eletrodos implantados no cérebro da paciente e usaram um algoritmo para recriar a sua voz baseada na gravação de um discurso feito em seu casamento. O sistema alcançou cerca de 80 palavras por minuto e cometeu poucos erros.

"Me senti uma pessoa completa novamente", afirmou Ann ao jornal The New York Times.

Para funcionar, o implante de Johnson teve de ser conectado por um cabo ao computador. Mas os cientistas já estão trabalhando em versões sem fio. Os pesquisadores esperam que as pessoas que perderam a fala possam conversar em tempo real por meio de imagens computadorizadas de si mesmas, que transmitam ainda tom, inflexão e emoções, como alegria e raiva.

"A tecnologia tem potencial para, dentro de algum tempo, seja possível que os pacientes conversem normalmente praticamente em tempo real", afirmou Sean Metzger, que ajudou a desenvolver a tecnologia.

“As pessoas ficam muito surpresas quando eu digo ‘não foi acidente de carro não, foi paralisia infantil’”, explica a médica Rivia Ferraz, de 51 anos de idade, quando perguntam por que usa uma prótese na perna direita? “Parece que as pessoas esqueceram o que foi a paralisia infantil”, diz ao se referir à doença que tem preocupado as autoridades de saúde, já que a poliomielite, conhecida como paralisia infantil, está com a cobertura em queda no Brasil.

Os índices de vacinação contra a poliomielite têm apresentado queda desde de 2016, última vez em que o país superou a marca de 90% de cobertura vacinal do público-alvo. A meta do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é vacinar entre 90% e 95% das crianças menores de 5 anos de idade.

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Mas a proteção nunca esteve tão baixa. Em 2022, o percentual de vacinação foi de 72%. No ano anterior, foi menor ainda, pouco menos de 71%, informou o Ministério da Saúde. Os números trazem preocupação porque, apesar de o Brasil ter registrado o último caso da doença em 1989, há 34 anos, outros países ainda não erradicaram a doença, o que pode fazer o vírus voltar a circular por aqui.

A médica disse que nasceu sem nenhuma patologia. “Mas aos 9 meses eu contraí a poliomielite e foi por falta da vacinação”. Ela explica porque não recebeu a vacina contra a pólio. “Isso foi em 1971, já tem algumas décadas, a gente não tinha o SUS [Sistema Único de Saúde]. Sou do Nordeste, de Maceió, cidade linda, mas lá não tinha muitos recursos e naquela época só tinha campanhas, não era como hoje, que em qualquer unidade de saúde você leva seu filho e vacina. Quando houve campanha, eu estava com febre e vomitando, não podia tomar a vacina, aí quando eu estava bem, não tinha a disponibilidade da vacina”.

Nesse intervalo, ela acabou contraindo o vírus da poliomielite. “É um vírus que em algumas crianças pode até não causar sintomas, como acontece hoje com a covid 19, algumas pessoas nem desenvolvem sintomas, com a poliomielite é a mesma forma. Mas crianças desenvolveram a forma grave, que foi o meu caso, que tem o ataque da medula, que acaba trazendo consequências nas células nervosas motoras, que acaba causando uma paralisia flácida”.

Rivia estava justamente na fase de dar os primeiros passos quando a mãe percebeu que ela ficava de pé, mas logo caía. “Ela me levou para uma avaliação médica e foi diagnosticada a paralisia. Passei por 14 cirurgias para conseguir caminhar um pouco, agora estou com esta órtese que é muita boa em me dar segurança para andar, passei por várias fases com e sem órteses, com e sem bengalas, para ter maior estabilidade e mais segurança”.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a grande maioria das infecções não produz sintomas, mas de cinco a dez em cada 100 pessoas infectadas com esse vírus podem apresentar sintomas semelhantes aos da gripe. Em um a 200 casos, o vírus destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente nas pernas ou braços. Não há cura. Os principais efeitos da doença são ausência ou diminuição de força muscular no membro afetado e dores nas articulações.

Embora muito raro, o vírus pode atacar as partes do cérebro que ajudam a respirar, o que pode levar à morte. Há 30 anos, a pólio paralisou quase 1.000 crianças por dia em 125 países em todo o mundo, incluindo países das Américas, informou a Opas.

Zé Gotinha

Em 1994, o Brasil foi certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), junto com os demais países das Américas, como livre da poliomielite. O combate à doença fez surgir um dos personagens mais conhecidos da cultura médica nacional, o Zé Gotinha. O nome se refere à vacina atenuada oral (VOP), aplicada como dose de reforço dos 15 meses aos 4 anos de idade.

Mas o esquema vacinal começa antes. O Programa Nacional de Imunizações recomenda que a vacina inativada, em forma de injeção, deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade e depois o reforço. A vacina está disponível em todos os centros públicos de saúde e pode ser administrada simultaneamente com as demais dos calendários de vacinação do Ministério da Saúde.

Estratégias

Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde elaborou as ações a serem realizadas este ano para diminuir o risco de reintrodução da poliomielite e fortalecer a vacinação na maior cidade do país.

A enfermeira e coordenadora do Programa Municipal de Imunizações (PMI), Mariana de Souza Araújo, explica como as ações serão desenvolvidas. “As salas de vacinação têm os horários estendidos, funcionam das 7h às 19h e aos sábados também fazemos a vacinação nas AMA/UBS integradas, para aqueles pais que não conseguem levar a criança durante a semana”.

Outra ação é a Declaração de Vacinação Atualizada (DVA), a ser preenchida e entregue à escola em que o aluno está matriculado, que tem o objetivo de aumentar a cobertura vacinal entre os estudantes. “Todos os pais têm que levar a DVA certificada na escola, assim, as crianças que não devolvem a DVA, fazemos a busca ativa, com os agentes comunitários das UBS, que vão até a casa daquela criança e a vacinam no local”.

Ainda em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o PMI tem realizado ações nas escolas. “Para os pais que não conseguem levar as crianças nas UBS, vacinamos nas escolas. Divulgamos ainda, nas nossas redes sociais, as informações sobre as vacinas, mas se os pais tiverem ainda alguma dúvida, procure qualquer serviço de saúde que os profissionais poderão orientar”.

A coordenadora reforça que a única maneira de impedir que o vírus retorne ao país é mantendo as altas coberturas. “Em São Paulo, estamos com uma cobertura próxima da meta, com 80%, mas precisamos vacinar mais e que todas as crianças tenham o esquema completo para estarem protegidas”.

Um caso recente da doença foi confirmado em Loreto, no Peru, o que aumentou o risco do Brasil, lembra a coordenadora do PMI. “Temos risco porque o Brasil é um país de portas abertas, recebemos imigrantes e refugiados, então precisamos manter a nossas coberturas vacinais exatamente por isso, porque recebemos pessoas de outros países que têm casos e sabemos que onde tem casos de pólio são os países com baixas coberturas vacinais. Então a nossa cobertura vacinal alta é a única forma de evitar que o vírus se reintroduza no país”.

Outras informações sobre a vacinação estão disponíveis na página Vacina Sampa.

O vírus da poliomielite é transmitido de pessoa a pessoa por via fecal-oral ou, menos frequentemente, por um meio comum, a água ou alimentos contaminados, por exemplo, e se multiplica no intestino.

Para quem hesita em vacinar seus filhos, a médica Rivia tem um alerta e um conselho. “Passei por muitas dores e ainda as sinto, tive que vencer barreiras e a acessibilidade, tudo isso por conta de uma não vacinação. Apesar das pessoas hoje desconhecerem a paralisia infantil, é uma doença totalmente prevenível com a vacina que está aí, com toda a facilidade nas unidades de saúde. Vacinem seus filhos, o nosso desejo é que as crianças continuem saudáveis”.

* Colaborou Priscila Kerche, da TV Brasil

Na última quarta-feira (12), Guilherme Arantes desabafou sobre os momentos difíceis que enfrentou durante a estadia de dois anos e meio na Europa. Segundo o jornal O Dia, durante uma entrevista ao programa Cidinha Livre, na Super Rádio Tupi, o cantor e compositor de 68 anos de idade revelou que foi diagnosticado com problemas na coluna e chegou a ficar de cama por oito meses.

"Eu queria viajar mais, mas chegou a pandemia, aí simultaneamente tive um problema na coluna e fiquei oito meses de cama, paralítico. Fiquei com uma série de cervico-braquialgia, com umas dores excruciantes, horrível... Não conseguia nem sentar na mesa para comer porque doía muito", disse.

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O músico contou que comprou um pequeno apartamento em Ávila, na Espanha, e realizou em casa a maior parte dos atendimentos médicos que precisou. Em seguida, lamentou as dificuldades que passou para fazer tratamento no país e elogiou o Sistema Único de Saúde (SUS), do Brasil.

"Fiquei em casa mesmo por conta da pandemia, mas tive médicos muito bons lá. Mas a nossa medicina no Brasil é fantástica. A parte de exames, de prevenção no Brasil é o mais avançado do mundo, até as pessoas humildes fazem pelo SUS ressonância magnética, ultrassom. Lá eu tive muita dificuldade", contou.

Passada a turbulência, o cantor está de volta ao Brasil e reside em Lauro Freitas, na Bahia.

Após o pai ser encaminhado à quarentena por suspeita de coronavírus, um adolescente com paralisia cerebral morreu sozinho em casa. O corpo do jovem, de 16 anos, foi encontrado na última quarta-feira (29). Uma semana depois que o seu único cuidador foi para em um hospital de Hubei.

De acordo com imprensa chinesa, o garoto se alimentou por apenas duas vezes enquanto ficou sozinho. Sua morte resultou na demissão do secretário local do Partido Comunista e do prefeito.

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O pai solicitou ajuda nas redes sociais, afirmando que o garoto estava sozinho, sem água ou comida. As autoridades garantiram que um inquérito será instaurado para investigar o caso.

Até o momento 426 pessoas já morrem no país em decorrência da epidemia, que se estende por 24 países. No Brasil, 14 pessoas são suspeitas de ter contraído o coronavírus, contudo, ainda não há confirmações.

Criminosos roubaram a cadeira de rodas de uma adolescente com paralisia cerebral, de 15 anos, de dentro do carro da mãe, nessa terça-feira (9), em Belo Horizonte, capital mineira. Os ladrões deixaram apenas as rodas do equipamento feito sob medida. A mãe tenta recuperá-lo, pois o item é essencial para o desenvolvimento da garota.

“Minha menina sem essa cadeira não é nada. Ela está com problema de coluna, de quadril”, destacou a mãe Patrícia Nazareno ao G1, sobre a importância do equipamento fornecido pela Associação Mineira de Reabilitação.

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Patrícia relatou que possivelmente receberá uma nova cadeira, porém, a demora para a confecção - visto que o item é personalizado - limitará a rotina da garota. "Nesse período minha filha vai perder escola, fisioterapia e tem que ficar o tempo todo deitada. Um mês para ela assim é muita coisa", explicou.

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Depois que um médico denunciou maus-tratos sofridos por idosos de um asilo, a Polícia Civil identificou que um homem de 72 anos e uma jovem de 23 anos, que tem paralisia cerebral, foram vítimas de estupro na Casa Acolhendo Vidas, localizada em Santa Luzia, Minas Gerais. Outros 76 idosos do local foram vítimas de agressão e tortura - tudo cometido pelos proprietários e funcionários da casa.

As investigações apontam que, de todas as vítimas, 18 perderam a vida. Pelos crimes, quatro pessoas da família da proprietária do asilo e de um cuidador foram indiciados pela polícia. Foram presos também a própria dona da Casa Acolhendo Vidas, Elizabeth Lopes Ferreira, 47 anos, as filhas Poliana Lopes Ferreira, 27 anos, e Patrícia Lopes Ferreira, 21 anos, além de Paulo Lopes Ferreira, 53 anos, marido de Elizabeth.

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De acordo com o Correio Brasiliense, a jovem que tinha os membros superiores e inferiores paralisados era a que mais sofria com as agressões e os abusos. Uma das internas contou à polícia que durante à noite a vítima gritava muito devido aos abusos. 

Elizabeth era quem estuprava o idoso que, no início dos abusos, tinha 70 anos. Ele era obrigado a fazer sexo oral na proprietária do asilo, além de outros atos libidinosos. Por falta dos devidos cuidados, muitos idosos acabaram morrendo. A polícia divulga que, como castigo, muitos ficavam sem água e comida até três dias.

Desconcertados pelo aumento repentino do número de crianças com paralisia de braços ou pernas nos Estados Unidos, autoridades de saúde disseram nesta terça-feira que estão investigando se um vírus ou um trastorno autoimune podem ser as causas.

Um total de 252 casos do transtorno conhecido como mielite flácida aguda (MFA) estão sendo investigados em todo o país, com um aumento de 33 desde a semana passada, disse Nancy Messonnier, diretora do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Com 80 casos confirmados neste ano, 2018 parece estar no mesmo ritmo de anos como 2014 (120 casos) e 2016 (149 casos), comparou Messonnier.

Desde 2014, ano em que a síndrome surgiu, mais de 400 casos foram confirmados através de exames.

Messonnier disse entender que os pais estejam alarmados, mas afirmou que o transtorno continua sendo raro.

A maioria dos casos ocorre em crianças de entre dois e oito anos. Quase todas apresentaram febre e doenças respiratórias de três a dez dias antes de experimentar paralisia repentina em seus braços ou pernas.

Em algumas crianças, a paralisia desapareceu posteriormente, mas pelo menos metade não se recuperou, disse Messonnier.

O centro analisou 125 amostras de líquido da medula espinhal e metade delas deu positivo para rinovírus ou enterovírus, que normalmente provoca sintomas como febre, secreção nasal, vômitos, diarreia e dores no corpo.

No entanto, os cientistas ainda estão desconcertados sobre a causa específica da paralisia repentina, já que estes vírus são comuns, mas a MFA não é.

"Estamos tentando averiguar quais são os fatores desencadeadores que poderiam fazer com que alguém desenvolva MFA", disse Messonnier a jornalistas.

"Pode ser um dos vírus que já detectamos. Pode ser um vírus que ainda não detectamos. Ou pode ser que o vírus esteja desencadeando outro processo que na verdade esteja ativando a MFA, através de um processo autoimune", afirmou.

Uma criança com MFA morreu em 2017, diz o relatório.

Um tratamento inovador envolvendo o estímulo elétrico da medula espinhal permitiu a pacientes com paralisia voltar a andar, aparentemente reativando conexões nervosas. A novidade reacende as esperanças de recuperação dos movimentos mesmo anos depois da ocorrência de uma lesão.

Uma equipe de cientistas, incluindo neurocirurgiões e engenheiros, usaram impulsos elétricos direcionados para obter os resultados, ativando músculos individuais em sequência, da forma como o cérebro faz.

Os impulsos são produzidos por um implante posicionado sobre a espinha, cuidadosamente alinhado com áreas que controlam os músculos na parte inferior do corpo. Até o momento, os resultados foram promissores.

"Este teste clínico me deu esperança", disse Gert-Jan Oskam, de 35 anos, que após um acidente de trânsito em 2011, ouviu que nunca mais voltaria a andar. Após cinco meses de tratamento, ele agora consegue andar curtas distâncias mesmo sem a ajuda dos estímulos elétricos.

Trata-se do clímax de "mais de uma década de pesquisa cuidadosa", afirmou à Gregoire Courtine, neurocientista do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, que ajudou a chefiar a pesquisa.

Testes anteriores usaram o chamado estímulo elétrico contínuo da espinha, que funcionou bem em camundongos, mas obteve resultados menos impressionantes em humanos.

Depois de alguns meses de treinamento com os impulsos direcionados, no entanto, "nossos participantes foram capazes de ativar seus músculos previamente paralisados sem o estímulo elétrico", disse Courtine.

"O resultado foi completamente inesperado", acrescentou, em um vídeo que será divulgado na quinta-feira por ocasião da publicação da pesquisa. "Eles conseguiram até dar alguns passos sem qualquer suporte, sem ajuda das mãos. Para mim, ver esta recuperação foi incrível".

- 'Reativando' conexões nervosas -

Filmagens feitas do estudo mostram claramente a forma como o estímulo direcionado difere dos impulsos contínuos. Com o estímulo direcionado, o paciente caminha de uma forma quase normal, com os pés subindo e descendo a cada passo.

O estímulo continuado, ao contrário, produz um movimento mais desengonçado, com os pés do indivíduo se arrastando, tirando-lhe o equilíbrio. Além disso, o impulso direcionado, combinado com um programa de fisioterapia extensivo, aparentemente conseguiu reativar as conexões nervosas que ficaram inativas após a lesão sofrida.

David Mzee, de 28 anos, sofreu paralisia completa na perna esquerda após um acidente em 2010, mas depois do programa de cinco meses, ele é capaz de caminhar por até duas horas com um andador usando o estímulo elétrico, ou dar passos em distâncias mais curtas sozinho.

O estímulo começa com um impulso direcionado a um músico para incitar o paciente a começar um movimento - um passo por exemplo. Sensores no pé detectam o movimento como a fase inicial de um passo e impulsos direcionados adicionais ativam os movimentos musculares necessários para completar o passo e repeti-lo.

Ao mesmo tempo, os pacientes pensam em mover estes músculos e caminhar. Uma vez que os neurônios no cérebro disparam quase ao mesmo tempo em que os impulsos elétricos estimulam os músculos, a técnica parece eventualmente "reconectar" o cérebro aos músculos.

Os pacientes conseguem, então, comandar o movimento muscular mesmo sem o impulso elétrico.

- 'Muito trabalho a fazer' -

"Foi incrível ver todos estes pacientes mexendo suas pernas sem o estímlo elétrico", disse Jocelyne Bloch, neurocirurgiã do Hospital da Universidade de Lausanne, que ajudou a conduzir o estudo.

Em uma avaliação independente, Chet Moritz, professor associado do departamento de medicina de reabilitação da Universidade e Washington, elogiou o trabalho.

"O campo da lesão na medula espinhal está destinado a dar um salto gigantesco no tratamento daquilo que era até muito recentemente considerado paralisia incurável", escreveu.

Courtine alertou, no entanto, que é "muito importante calibrar as expectativas", destacando que os três pacientes ainda dependem na maior parte do tempo de suas cadeiras de rodas.

O estudo também se concentrou apenas em pacientes que preservaram algum tipo de sensação na parte inferior do corpo. Courtine disse esperar para ver a técnica combinada com tratamentos biológicos no reparo neuronal.

Ele e Bloch fundaram uma start-up que irá refinar o tratamento e testá-lo em pessoas que sofreram lesões recentes na coluna espinhal, quando a técnica é mais propensa a ter sucesso. "Ainda há muito trabalho a fazer para mudar as vidas destas pessoas", disse Courtine.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) fez um alerta sobre a necessidade de atenção redobrada para um surto de poliomielite na Venezuela. Em nota pública, a entidade orienta pediatras sobre possíveis casos de paralisia flácida aguda e a importância de investigar adequadamente a doença.

De acordo com a SBP, a preocupação se deve ao aumento do fluxo de imigrantes venezuelanos pelas fronteiras brasileiras, principalmente nos estados da região norte do país. A entidade defende o reforço da manutenção da cobertura contra a poliomielite no Brasil, que deve ser superior a 95% até que seja alcançada a erradicação global da doença.

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No início de junho, a Sociedade Venezuelana de Saúde Pública afirmou que foram registrados casos de poliomielite na cidade de Tucupita, no estado de Delta Amacuro, onde os habitantes pertencem à etnia indígena Warao. A primeira vítima da doença foi uma criança de 2 anos e 10 meses, e em uma comunidade vizinha a vigilância epidemiológica encontrou novas ocorrências da paralisia flácida aguda.

Segundo o Ministério da Saúde, a poliomielite é uma doença infectocontagiosa, caracterizada por um quadro de paralisia flácida de início súbito. A transmissão ocorre pela via fecal-oral – ingestão de água e alimentos contaminados com fezes de portadores da doença –, compartilhamento de objetos e por meio de secreções (ao falar, tossir ou espirrar). 

A vacinação é a única forma de prevenção da doença e todas as crianças menores de cinco anos devem ser imunizadas. O Ministério da Saúde informou que não há registro da doença no Brasil desde 1990.

Mais um parlamentar se manifestou sobre a situação do presidente Michel Temer (PMDB), após a nova denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva. Nesta quarta-feira (28), foi a vez do deputado federal Danilo Cabral (PSB) defender novamente a renúncia do peemedebista. “Não podemos continuar nessa paralisia que vive o país, a melhor saída seria a renúncia do presidente”, cravou. 

O parlamentar destacou que essa é apenas a primeira denúncia que deve chegar à Câmara. “São esperadas mais duas: obstrução ao trabalho da justiça e formação de quadrilha”, disse. 

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O socialista também contou que há dúvidas no Congresso Nacional sobre “o rito” a ser seguido por ser o primeiro caso na história do Brasil em que um presidente é denunciado por corrupção no exercício do mandato. Ainda expôs que membros da oposição se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), para cobrar que a tramitação da denúncia na Casa tenha transparência para a sociedade. 

De acordo com Cabral, os pedidos da oposição no encontro foram para definir passos quando o documento acusatório chegar na Câmara. Entre as solicitações feitas estão a de que a votação seja aberta, que Janot faça a defesa de sua peça na Câmara e que a votação em plenário não ocorra durante o período do recesso.

A paralisia que toma conta Congresso Nacional neste início de ano pode comprometer políticas públicas voltadas para o único segmento da economia que ainda cresce, o agronegócio. Com as comissões do Senado e da Câmara paradas até abril, quando serão definidos seus integrantes, medidas importantes para o setor podem não ser tratadas a tempo do lançamento do Plano Safra 2016/2017. Na lista de pendências estão as novas fontes para financiamento, com mudanças em papéis e títulos financeiros; legislação de aquisição de terras por estrangeiros; obrigatoriedade de seguro para operações financeiras; simplificação e desburocratização do crédito rural e adiamento do prazo final do Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Parte das medidas já tramita no Congresso, mas mesmo com apoio do governo federal em alguns casos, elas não têm prosperado. Parlamentares ligados ao agronegócio afirmam, nos bastidores, que nada deve avançar até que as presidências das comissões sejam definidas. Com essa paralisia, uma medida importante para o Ministério da Agricultura e para o lançamento do novo Plano Safra está em suspenso: o projeto que permite indexar a Cédula de Recebíveis Rurais (CRA) ao dólar. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e o secretário de Política Agrícola, André Nassar, contam com esse instrumento para incrementar o anúncio do Plano Safra nas linhas de crédito com juros livres, que não têm subsídios do governo.

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Sem essa opção, fica mais difícil a missão de anunciar recursos superiores aos apresentados no ano passado, quando o governo prometeu R$ 187,7 bilhões em financiamentos. Um texto chegou a ser fechado com o acordo dos Ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Banco Central, além de parlamentares e de representantes do setor privado, mas não avançou no Congresso. A deputada federal Tereza Cristina (PSB-MS), que participou da formulação da proposta, apresentou a medida em forma de emendas a Medidas Provisórias e também na forma da Lei nº 3.573/2015.

Uma das tentativas de Tereza Cristina foi na MP 695. O relator, no entanto, retirou o CRA do texto por alegar que o tema não tinha relação com o assunto da medida. A deputada prometeu insistir em outras MPs. "O crédito rural tradicional tem sido importante, mas não suficiente, para atender às demandas do setor, principalmente dos grandes produtores", argumentou a parlamentar. "Considerando o amadurecimento dos agentes de mercado na operacionalização dos títulos do agronegócio e o interesse crescente de investidores externos, é preciso viabilizar essa forma de captação", disse.

Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), Márcio Portocarrero, o momento exige novas fontes. Ele argumentou que o Tesouro Nacional está exaurido e não tem condições de oferecer aumento de subsídios. Além disso, segundo o executivo, há dificuldade de captar internamente, um quadro que é agravado pelo recuo das tradings e das empresas de insumos na oferta de crédito e de outras opções de financiamento. "A gente sabe que não vai ter recursos abundantes, então, se não tiver abertura para atrair investimento externo, a agricultura do Brasil vai desacelerar fortemente", afirmou.

O Broadcast Agro, serviço em tempo real da Agência Estado, teve acesso à minuta de projeto que a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) apresentou ao Ministério da Agricultura com o pedido de mudanças na Cédula de Produto Rural (CPR) - título que será o principal lastro do novo CRA. Em resumo, a proposta traz dez alterações. Entre as principais estão a possibilidade de entrega alternativa de produto na liquidação financeira da CPR; dar a esse papel regras similares a da Cédula de Crédito Bancário (CCB), indexar ao dólar à CPR com Liquidação Financeira; criar um regime próprio para a execução de alienação fiduciária por investidor estrangeiro, tendo em vista as limitações à propriedade de terras rurais por investidores de nacionalidade não brasileira, entre outras.

Cientistas podem ter a primeira evidência de que o zika vírus pode causar paralisia temporária, de acordo com um novo estudo de pacientes que desenvolveram a rara condição durante o surto do vírus no Taiti, há dois anos.

Antes de atingir a América do Sul no final do ano passado, o zika vírus havia se espalhado em algumas regiões do Pacífico Sul, na Micronésia e na Polinésia Francesa, incluindo sua maior ilha, o Taiti.

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Pesquisadores do Taiti, da França e de outras regiões analisaram amostras de sangue de 42 adultos diagnosticados com a síndrome de Guillain-Barré durante os surtos 2013 e 2014, e quase todas as amostras apresentaram sinais de uma infecção anterior por zika vírus.

Eles foram comparados com pacientes que não tinham a condição e não apresentavam nenhum sintoma de zika, mas foram tratados no mesmo hospital por outras doenças. Os testes mostraram que apenas a metade do grupo de 98 pessoas foram aparentemente infectadas com o vírus. Fonte: Associated Press.

Complicação que pode estar ligada ao zika vírus, além da microcefalia, a Síndrome de Guillain-Barré (SGB), faz com que as vítimas travem uma batalha contra a incapacidade temporária e pela recuperação gradativa de habilidades que faziam parte do dia a dia, como se alimentar sem ajuda de outras pessoas.

A relação entre o vírus e a síndrome caracterizada por paralisia gradativa já é citada pelo Ministério da Saúde que, em todo o ano de 2014, relatou 65.884 procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo internações - o número não corresponde ao total de pacientes, pois uma mesma pessoa pode ter feito mais de um procedimento. O ministério explica que os indícios de relação foram detectados pela Universidade Federal de Pernambuco. "Isso a partir da identificação do vírus em amostras de seis pacientes com sintomas neurológicos com histórico de doença exantemática. Desse total, quatro foram confirmadas com doença de Guillain-Barré", explicou, em nota.

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Dois meses após ter dengue, em abril de 2013, a tosadora de animais Ana Lucia Rosa da Silva, de 42 anos, achou que estava tendo um Acidente Vascular Cerebral (AVC) quando os primeiros sintomas da síndrome se manifestaram. "Dormi na casa da minha cunhada e já estava com a metade do corpo torta, e sem conseguir falar. Dei entrada no hospital e acharam que eu estava tendo um derrame. Fui perdendo as forças, não conseguia me levantar, não estava entendendo o que era. Minha mão não respondia aos comandos."

Autoimune. A síndrome é uma condição neurológica autoimune e pode ser desencadeada não só pelo zika, mas por qualquer doença infecciosa viral ou bacteriana. "O organismo produz de forma anormal anticorpos que atacam um envoltório dos nervos chamado bainha de mielina. Uma infecção por vírus ou bactérias, principalmente as intestinais, produz essa desregulação imunológica", explica Abelardo Araújo, neurologista e chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Neuroinfecções do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.

Araújo explica que, por ano, são registrados um a dois casos para cada 100 mil habitantes e a condição pode atingir a deglutição, a musculatura da face e o diafragma. "É uma emergência neurológica que não pode ser tratada em casa. Toda pessoa tem de ser internada."

Para Ana Lucia, foram 25 dias de internação, quase quatro meses de cama e a retomada da autonomia teve o seu marco oito meses após a saída do hospital. "O que mais me marcou, e foi um dia feliz, foi quando consegui lavar o meu rosto sozinha. Nem foi quando comi ou andei. Foi quando consegui colocar as mãos na água e lavar o rosto. Voltar a fazer as coisas é uma mistura de medo e de alegria por estar conseguindo."

Ela, que mora na Praia Grande, no litoral paulista, foi tratada com imunoglobulina, também conhecida como gamaglobulina, fez fisioterapia e fonoaudiologia. Outra opção de tratamento é a plasmaserese, que consiste em filtrar o sangue do paciente. Segundo Araújo, 15% dos pacientes apresentam algum tipo de sequela e as mais comuns são perda de reflexos, atrofia e fraqueza muscular permanente. Os sintomas costumam durar entre duas e quatro semanas e podem até levar à morte, se atingirem os músculos respiratórios.

Sem pânico. Mesmo com a associação ao zika vírus, a neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein Cristina Massant diz que isso não é motivo para pânico, pois ainda não há meios para evitar que a síndrome se manifeste e não há indícios de que o vírus sempre vai desencadear o problema. "Isso demandaria mais dados clínicos, mas o zika não é uma causa importante, pois há outros fatores que desencadeiam."

Em julho do ano passado, a Guillain-Barré apareceu na vida da bibliotecária Ingrid Lopes Abs, de 36 anos. "Passei oito dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e saí do hospital sem andar. Fiz 20 sessões de fisioterapia e, na décima, já estava usando o andador", relembra. Ingrid, que mora em Maceió (AL) e conta que ainda está em fase de recuperação, mas que se sente aliviada. "Hoje, estou bem. Ainda tenho um pouco de paralisia facial e dormência nos pés. É só vitória quando a gente volta a ter uma vida normal. Precisei arranjar forças onde não tinha." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Está prevista para terminar nesta segunda-feira, 31, a 36ª Campanha Nacional de Vacinação contra poliomielite. A meta do Ministério da Saúde era imunizar 12 milhões de crianças entre 6 meses e 5 anos de idade. Caso esse número não seja alcançado, existe a possibilidade de prorrogação da campanha. Mais de 100 mil postos de vacinação fixos e móveis estão disponíveis para aplicação das doses pelo País.

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Popularmente conhecida como paralisia infantil, a poliomielite é causada pela contaminação pelo polivírus e é considerada uma doença grave, que afeta o sistema nervoso e pode causar fraqueza muscular permanente e perda irreversível dos movimentos nos membros inferiores. A transmissão do vírus é por via oral na ingestão de água e alimentos contaminados.

O último caso registrado no Brasil foi em 1990 e a doença é classificada como erradicada desde 1994, mas a vacinação, única forma de prevenção, é considerada indispensável. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poliomielite ainda é endêmica em três países: Paquistão, Nigéria e Afeganistão. "Com fluxo de turistas, com o comércio, há um grande trânsito de pessoas. Se não tivéssemos nossas crianças vacinadas, poderíamos ter a reintrodução da doença em nosso País", afirmou a coordenadora da Secretaria de Vigilância em Saúde, Carla Domingues, durante a coletiva de lançamento da campanha nacional, em 11 de agosto.

Segurança

Eficaz na proteção contra três sorotipos dos poliovírus (1, 2 e 3), a vacina também é segura. "É uma vacina de vírus atenuados. A única contraindicação é para crianças que estão em tratamentos como quimioterapia e radioterapia", disse a diretora de imunização da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, Helena Sato. A imunização contra a pólio é feita em cinco doses: aos 2 e 4 meses, por via injetável; aos 6 meses, por via oral, a famosa gotinha; e mais duas doses de reforço - também oral - aos 15 meses e aos 5 anos de idade. Todas as tipologias de vacina estarão disponíveis nos postos fixos e volantes.

Além da imunização contra pólio, a campanha também busca atualizar o esquema vacinal dos menores de 5 anos, oferecendo doses contra febre amarela, hepatite B, rotavírus humano e também a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Caso existam vacinas em atrasos, profissionais dos postos de saúde poderão colocar a carteira em dia. "O ideal é tomar na data prevista, mas, se por ventura não tomou na época adequada, não é preciso recomeçar o esquema de vacinação. Além disso, não há contraindicação em tomar mais de uma vacina no mesmo dia", afirma Helena.

Aplicativo

O Ministério da Saúde criou um aplicativo para facilitar o gerenciamento das cadernetas de vacinação, 'Vacinação em Dia'. A ferramenta permite acompanhar o calendário de vacinação de crianças e adultos, marcando a data da imunização e agendando a próxima. Estão disponíveis informações sobre todas as vacinas ofertadas pelo SUS e o usuário poderá cadastrar até dez carteiras de vacinação.

O aplicativo tem a função de lembrete, com notificações sobre as campanhas sazonais de vacinação. Também é possível calcular, a partir da inserção da primeira vacina no calendário, quando o usuário deve comparecer ao posto para uma nova imunização. O aplicativo funciona em tablets e smartphones, que utilizem sistemas operacionais iOS, e Android.

Cientistas que trabalham na cura da paralisia anunciaram ter demonstrado como um macaco pode usar a força do pensamento para, através de eletrodos, manipular o braço de um amigo primata adormecido para atender os seus comandos. A experiência de laboratório, na qual a mão de um macaco Rhesus totalmente sedado manipulou um joystick para executar tarefas determinadas pelo outro macaco, foi desenvolvida para simular uma paralisia completa, quando o cérebro se desconecta completamente do músico que tenta controlar.

"Nós demonstramos que um indivíduo consegue controlar um membro paralisado usando unicamente seus pensamentos", explicou à AFP a co-autora do estudo, Maryam Shanechi, da Escola de Engenharia Elétrica e de Computadores da Universidade Cornell a respeito do estudo publicado na edição desta semana da revista especializada Nature Communications. A descoberta "tem potencial para ajudar pacientes paralisados a recuperar o controle de seus próprios membros".

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Em testes de laboratório, uma equipe de engenheiros e neurocientistas usou eletrodos para conectar o cérebro de um macaco à espinha dorsal de outro através de um computador, que decodificou e retransmitiu os sinais neurológicos. O primeiro macaco, apelidado de "mestre", foi colocado em uma cadeira especial diante da tela de um computador que exibia um cursor e um círculo verde que se alternavam entre dois pontos. A cabeça do macaco permaneceu presa.

O segundo macaco, apelidado de "avatar", foi totalmente sedado em um recinto em separado - com o braço atado a um joystick de 360 graus com o qual movia o cursor em busca do alvo circular na tela do "mestre". Quando o mestre pensou em mover o cursor, seus sinais cerebrais foram decodificados para determinar qual dos dois alvos ele tinha em mente e os dados foi transmitido em tempo real à coluna espinhal do avatar adormecido, cujo braço manipulou o joystick de acordo. A cada vez que o cursos atingiu seu alvo, o mestre recebeu um esguicho de suco como recompensa.

Prova de conceito - Pesquisas prévias sobre as chamadas interfaces cérebro-máquina (BMI, na sigla em inglês) já tinham mostrado as pessoas movendo cursores de computador ou até mesmo braços mecânicos usando a força do pensamento.

Mas Shanechi e sua equipe afirmam que essa foi a primeira a dar a um animal o controle sobre o membro vivo de outro animal. As descobertas "dão uma prova de conceito de que só com o pensamento, os indivíduos podem mover um braço em duas dimensões" mesmo se ligação fisiológica entre o cérebro e o músculo, afirmou.

A paralisia pode ser provocada pelo dano no sistema nervoso central, especialmente na coluna espinhal, devido a derrames ou doenças como o mal de Parkinson, ou até mesmo um acidente. Os cientistas querem encontrar uma forma de que pessoas com paralisia consigam mover seus próprios membros de forma natural, mas descobriram que é difícil ler os sinais do cérebro que controlam o complexo funcionamento dos músculos.

Segundo os autores do estudo, pesquisas anteriores com BMI permitiram apenas executar movimentos repetidos na direção do mesmo alvo ou em uma única linha. O que é diferente agora é que Shanechi e sua equipe decodificaram os sinais cerebrais que o macaco direcionou para seu alvo na tela ao invés de tentar decifrar os processos passo a passo necessários para se executar o movimento.

Alta precisão - A dupla de primatas, mestre e avatar, atingiu o alvo em 84% dos casos, afirmaram os cientistas. Outra novidade foi o uso de dois macacos separados, que "imitam mais de perto uma situação real de tetraplegia", afirmou o co-autor do estudo, Ziv Williams, do Centro de Reparo do Sistema Nervoso da Escola de Medicina de Harvard.

Ao conectar o cérebro e os músculos de um único animal, os cientistas nunca podem ter certeza de quanto do movimento alcançado é "confundido com um possível feedback sensorial de contrações musculares preservadas", explicou.

Bernard Conway, diretor de engenharia biomédica da Universidade de Strathclyde, em Glasgow, comentou que a pesquisa foi "um avanço-chave" na identificação da intenção de um indivíduo paralisado ou no desejo de executar um movimento específico e traduzi-lo em ação.

O professor de engenharia biomédica da Universidade de Warwick, Christopher James, acrescentou que as descobertas tinham "profundas implicações para o controle de membros na lesão da medula espinhal ou no controle de membros prostéticos no lugar de membros amputados". Não ficou clara, no entanto, a eficácia de replicação desta descoberta em pacientes paralisados, que perderam a força dos músculos com a falta de uso.

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No programa de hoje o jornalista James Alcides fala com o policial militar Waldemar Coelho, que comenta sobre como um atentado mudou sua vida radicalmente. Devido a um tiro que levou durante o exercício de sua função, Waldemar ficou paralítico, e posteriormente teve complicações que o fizeram amputar a perna. Apesar de tudo isso ele mostra superação e garra pela busca dos seus objetivos.

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Ainda nesta edição, você confere o quadro Karras Komenta, em que Alfredo Karras fala sobre o complexo de inferioridade e a preguiça que algumas pessoas com deficiência têm. E também o Direito de Vencer, em que Márcio Mário fala sobre a Lei 8213/1991, que fala das quotas para as empresas e os deficientes.

Toda sexta-feira você confere um novo programa Vencer aqui, no Portal LeiaJá.

Quem estiver passando pelo Parque da Jaqueira ou pelo Parque Estadual Dois Irmãos, neste domingo (10), com crianças menores de cinco anos, podem aproveitar para vaciná-las contra poliomielite. Os postos de vacinação funcionam até às 15h30, sem horário de almoço.

A campanha é promovida pela prefeitura do Recife, como um pontapé inicial para a Campanha Nacional de Vacinação, com data prevista para começar no próximo sábado (16). A poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral que ataca principalmente crianças pequenas.

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Uma criança de um ano e quatro meses apresentou sintomas de paralisia após tomar a vacina contra a poliomielite, no começo do ano, em Pouso Alegre, sul de Minas Gerais. Segundo informações da prefeitura do município, a família encaminhou a criança para exame na Rede Municipal de Saúde apenas no mês de março e, em maio, de posse do resultado dos exames, a Secretaria Municipal de Saúde comunicou a Gerência Regional de Saúde (GRS) de Pouso Alegre (braço da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais).

Os exames comprovaram que a criança apresentava sintomas de Paralisia Flácida Aguda. De acordo com a prefeitura, ela está sendo atendida pela rede municipal de saúde desde março de 2011, passando por exames, terapias e fisioterapias necessárias à sua recuperação. De acordo com a prefeitura, os últimos relatórios apresentaram sensível evolução do quadro clínico da criança.

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