Tópicos | partículas

Um estudo brasileiro confirma que as queimadas interferem na formação de nuvens de chuva na Amazônia. Segundo os estudiosos, as pequenas partículas sólidas ou líquidas liberadas na atmosfera pelas chamas dificultam o congelamento de gotas de nuvens quando a atmosfera está mais seca e isso altera o funcionamento natural das nuvens.

Para tal conclusão, os cientistas fizeram uma combinação de grande base de dados coletados durante 15 anos. Imagens de satélites dos Estados Unidos foram usados e dados que caracterizam propriedades da atmosfera, produzidos pela Europen Centre for Medium-Range Weather Forecasts, também.

##RECOMENDA##

“Quanto maior a duração média de nuvens, mais radiação solar é refletida de volta para o espaço, contribuindo para o resfriamento do planeta”, explica Alexandre Correia, professor do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e primeiro autor do artigo  divulgado na revista Communications Earth & Environment.

As queimadas emitem uma grande quantidade de fumaça que se espalha por toda a área e também é transportada pelo vento para outras localidades.  “Eles produzem uma poluição muito pior do que a da região urbana da cidade de São Paulo, por exemplo”, conta Correia.

Os Laboratórios Nacionais de Doenças Contagiosas Emergentes (NEIDL, na sigla em inglês) da Universidade de Boston (EUA) encontraram uma forma de fazer com que partículas do coronavírus desapareçam em segundos.

A universidade norte-americana uniu forças com a companhia Signify, líder no setor de iluminação, levando a uma fantástica descoberta. A radiação ultravioleta é muito eficiente com o SARS-CoV-2, tanto que, usando um equipamento especial, a radiação inativa o vírus.

##RECOMENDA##

Os pesquisadores, liderados pelo doutor e professor associado Anthony Griffiths, trataram material inoculado, ou seja, infectado pelo vírus, com diferentes doses de radiação ultravioleta para avaliar a capacidade de inativação desta em várias condições.

As conclusões são surpreendentes: aplicando a radiação pertinente nas condições ótimas, a carga do vírus se reduz em 99,9999% em 25 segundos.

"Os resultados de nossos testes mostram que além de uma dose específica de radiação UV-C, os vírus se inativaram completamente: em segundos já não pudemos detectar nenhum vírus", disse o doutor Griffiths em uma declaração publicada pela Signify.

A descoberta convida a observar com otimismo o futuro da luta contra o coronavírus. "Estamos muito entusiasmados com estas descobertas e esperarmos que isto acelere o desenvolvimento de produtos que possam ajudar a limitar a propagação da Covid-19", comenta o doutor.

Da Sputnik Brasil

Nanopartículas resultantes da poluição ambiental atingem o cérebro e podem provocar doenças como o Alzheimer, segundo um estudo britânico de casos registrados na Cidade do México.

Apesar de o vínculo com a doença neurológica, cuja causa exata é desconhecida, ainda precisar ser demonstrado, o estudo da Universidade Lancaster da Grã-Bretanha evidencia "a presença de nanopartículas de magnetita no tecido cerebral humano".

Os resultados publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) dos Estados Unidos sugerem que "partículas menores a 200 nanômetros são suficientemente pequenas para entrar no cérebro através do nervo olfativo". Para chegar a esta conclusão, os cientistas de Lancaster, coordenados por Barbara Maher, analisaram mostras de tecido cerebral de 37 pessoas falecidas.

Deste grupo, 29 eram moradores com idades entre 3 e 85 anos da capital mexicana, que registra um índice de contaminação elevado, e as outras oito pessoas eram idosos da cidade inglesa de Manchester, com variados níveis de doenças neurodegenerativas.

De acordo com os autores do estudo, as partículas encontradas são similares à "nanoesferas" de óxido de ferro - sensível ao campo magnético -, abundantes no ar contaminado urbano, resultado da combustão ou fricção. Sua presença no cérebro seria particularmente tóxica, mas ainda resta muito por examinar antes de poder concluir que desempenham um papel no Alzheimer.

"Ainda não existe conhecimento suficiente para determinar se esta fonte externa de magnetita procedente da contaminação ambiental constitui um fator na doença", advertiu Joanna Collingwood, da Universidade de Warwick.

De acordo com Peter Dobson, da mesma instituição e que também não participou na pesquisa, "outros estudos apontam para uma origem externa da magnetita encontrada no cérebro, mas ainda não podemos estar absolutamente seguros".

O maior acelerador de partículas do mundo, o Grande Colisor de Hádrons (LHC, sigla em inglês), do CERN, iniciou nesta quarta-feira uma nova fase de experiências inéditas com quase o dobro de energia, com o que os cientistas esperam lançar "uma nova física".

Às 10h40 locais (5h40 no horário de Brasília), o LHC (Large Hadron Collider) realizou suas primeiras colisões de prótons com energia recorde de 13 TeV (tera-elétron-volts), depois de dois anos de manutenção e reparos. No CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), em Genebra, os aplausos se misturaram ao champanhe.

##RECOMENDA##

Os apaixonados por partículas puderam acompanhar on-line os principais momentos deste dia de experiências, desde a injeção de feixes de prótons a sua escalada de energia a 6,5 ​​TeV, até o início da aquisição de dados a 13 TeV de energia de colisão.

Isso é quase o dobro em relação ao alcançado durante o primeiro período de funcionamento do LHC, que durou três anos e que possibilitou a confirmação em 2012 da existência do bóson de Higgs, considerado a estrutura fundamental da matéria. Esta descoberta rendeu o Prêmio Nobel de Física a Peter Higgs e François Englert em 2013.

Um tera-elétron-volt equivale à energia do movimento de um mosquito quando voa, explica o CERN em seu site na internet.

Mas dentro do LHC, a energia se comprime em um espaço extremamente pequeno: cerca de um bilhão de vezes menor que um mosquito. É essa intensidade que faz com que as partículas se rompam.

"Agora, os experimentos podem começar", declarou ao vivo na internet o diretor do CERN, Rolf Heuer, advertindo que não se deve esperar resultados nos próximos meses.

"A primeira operação do LHC (...) que culminou com esta grande descoberta (nota: o bóson de Higgs) em julho de 2012, foi apenas o começo da viagem. Agora é o momento para a nova física! Os primeiros dados vão começar a afluir. Vamos ver o que eles nos revelam sobre como funciona o nosso Universo", ressaltou.

O LHC, situado na fronteira franco-suíça, compreende um túnel em forma de anel de 27 km. Ele foi reiniciado em abril.

Territórios inexplorados

Nas próximas semanas, os cientistas vão começar a registrar os dados. Até 1 bilhão de colisões ocorrem a cada segundo, gerando avalanches de partículas nos detectores.

Cada segundo de funcionamento do LHC e seus experimentos produzem vários gigabytes de dados, que alcançarão o centro de cálculos do CERN para serem armazenados, classificados e compartilhados com os físicos em todo o mundo.

O LHC tentará obter ao longo dos próximos três anos dados para entender os mistérios da matéria.

Os experimentos têm como objetivo encontrar pistas sobre como foi criado o universo, a partir do estudo das partículas fundamentais, que são a base de toda matéria existente, e das forças que as controlam.

Para os cientistas, a 'Season 2' do LHC deve abrir perspectivas em territórios inexplorados da física.

"Tentamos encontrar uma lacuna" na teoria do "Modelo Padrão", a teoria que integra os conhecimentos atuais sobre partículas e forças fundamentais, explica Pauline Gagnon, pesquisadora do CERN.

"É uma boa base, mas este modelo explica apenas a ponta do iceberg", diz ela.

"Ele não disse nada, por exemplo, sobre a matéria escura, invisível porque não emite luz, mas que representa 27% do conteúdo do Universo."

Enterrados a cerca de 100 metros de profundidade, ao longo do anel do LHC, há quatro "experiências" - quatro detectores responsáveis pelo controle das colisões que os cientistas devem, em seguida, analisar.

Atlas e CMS são detectores polivalentes, concebidos para explorar uma gama de fenômenos físicos, que vão desde o bóson de Higgs à matéria escura.

O experimento Alice se especializa no estudo do plasma quark-glúon, um estado da matéria que os especialistas acreditam que teria existido apenas alguns instantes após o Big Bang. O detector LHCb procura compreender as diferenças entre matéria e antimatéria, analisando alguns quarks.

Físicos que trabalham com o acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider) anunciaram que encontraram uma nova partícula. Esta parte subatômica do universo se comporta de maneira similar ao que se esperava de uma partícula chamada de Boson de Higgs, um elemento do universo que, embora matematicamente provado, nunca havia sido observado diretamente.

Espera-se que esta descoberta ofereça novas pistas de como o universo funciona no nível subatômico. Este Bosom é tão central para a compreensão da física que foi apelidada pela mídia como "a partícula de Deus", tanto pela sua importância como pela dificuldade em achá-la.

##RECOMENDA##

O Boson de Higgs é uma construção teórica que observa que certas partículas ganham massa quando afetadas por campos específicos, chamados Mecanismos de Higgs. Embora este processo já fosse documentado, apenas seus efeitos eram observáveis, não suas causas. "É uma pedra fundamental histórica. Acho que podemos ficar orgulhosos", disse o diretor do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), Rolf-Dieter Heuer. No entanto, cientististas do centro estão atentos para não afirmar que esta nova partícula é o próprio Bosom com 100% de certeza, e sim apenas uma partícula com propriedades similares. Mas concordam que é uma das partículas elementares para o entendimento do universo.

Quando foi teorizado nos anos 1960, o Boson de Higgs era a peça final do Modelo Padrão, um esquema de física que se propõe a explicar as interações de todas as forças e partículas subatômicas da existência. Num campo que tem poucas descobertas comprovadas, o campo de Higgs foi o achado mais importante desde então. Esta descoberta não causará mudanças tecnológicas radicais ainda, já que não pode ser usada para criar novas formas de comunicação ou eletrônca. Mas suas características permitirão aos físicos um melhor conhecimento da natureza, como variantes de velocidades de prótons e aceleração e desaceleração de elementos fundamentais do universo.

Também permitirá explorações sobre o conceito de supersimetria, que afirma que um bom pedaço da existência não é detectável, mas que cada partícula tem um grande pedaço de si que não podemos analisar ainda. Espera-se, por exemplo, que sejam descobertas novas partículas que correspondam a matéria negra vista em galáxias por todo o universo. Esse material desconhecido é estimado a ser cinco vezes mais numerosos que todos os prótons e elétrons que formam tudo que existe na Terra.

Isto poderá se redescoberto quando as instalações do LHC voltarem dos reparos que se iniciam agora, e só terminam em 2016.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando