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A Justiça Eleitoral aprovou nesta por unanimidade, uma resolução para regulamentar a distribuição de recursos do Fundo Eleitoral público, de R$ 1,716 bilhão, para financiar campanhas nas eleições deste ano. A legenda que receberá mais dinheiro será o MDB (13,64%), que deve ficar com R$ 234,19 milhões. Em segundo lugar surge o PT (12,36%), com R$ 212,2 milhões, seguido por: PSDB (10,83%), com R$ 185,8 milhões; PP (7,63%), com R$ 130,9 milhões; e PSB (6,92%), com R$ 118,7 milhões. Partido Novo, PMB, PCO e PCB (0,57%) serão as legendas com menos recursos do Fundo Eleitoral, tendo direito a R$ 970 mil cada. Tendo como parâmetro o tamanho das bancadas no Congresso no dia 28 de agosto de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral calculou qual a porcentagem dos recursos que caberá a cada partido. Ficou definido, entre outros, que cada partido somente receberá os recursos após a executiva nacional da legenda aprovar e divulgar amplamente os critérios para distribuição do dinheiro entre os candidatos, que podem ser alvo de contestação pela Justiça Eleitoral. Após liberados, os valores serão transferidos para uma conta do diretório nacional de cada partido, que deverá promover a distribuição entre os candidatos, conforme os critérios divulgados. Nas prestações de contas eleitorais, a Justiça Eleitoral verificará se os critérios foram obedecidos. A resolução aprovada nesta quinta prevê também que 30% dos recursos de cada partido deve ser aplicado na candidatura de mulheres, conforme confirmado na semana passada pelo próprio TSE.

Professores da Rede Municipal do Recife encerram greve

Após reunião com representantes da Prefeitura do Recife, o Sindicato dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (SIMPERE) decidiu encerrar a greve e retomar as atividades a partir desta sexta-feira (25), depois de nove dias de paralisação. A Prefeitura do Recife aceitou a proposta da categoria e garante o pagamento do reajuste no índice do piso salarial para todos os níveis de profissionais. Desta forma, 21 categorias já fecharam acordo com a PCR. 

 

Gás Natural Veicular não faltar nos postos pernambucanos

O gás natural veicular (GNV) é distribuído através de gasodutos (de forma canalizada), tem fornecimento ininterrupto  e  oferece diversas vantagens, entre elas a economia de mais de 55% em relação aos combustíveis líquidos, além de não oferecer prejuízos com o desabastecimento no mercado brasileiro.  “O GNV não está em falta e o fornecimento para o mercado pernambucano está garantido”, assegura o diretor presidente da Companhia Pernambucana de Gás - Copergás, Roberto Fontelles.

Números

O volume de GNV comercializado em Pernambuco, nos três primeiros meses de 2018 apresentou uma alta de 12% em relação à média do ano passado. Hoje, o estado possui uma frota de 49,7 mil veículos que utilizam o gás natural veicular (fonte: Denatran), com abastecimento em 67 postos de combustíveis presentes em 19 municípios da Região Metropolitana e do Agreste do estado.

O balanço do protesto em números e de maneira cronológica

· Cerca de 350 mil caminhoneiros espalhados por 21 estados e o Distrito Federal mantiveram a mobilização contra a alta do preço do diesel no país nesta quarta-feira (23), terceiro dia de greve da categoria.

· Segundo cálculos da Associação Brasileira dos Caminhoneiros, até o momento são 245 os pontos de interdição em estradas federais e estaduais.

· Os motoristas criticam o ajuste diário dos preços de combustível que, segundo eles, dificulta o planejamento do frete.

· Os caminheiros reivindicam a zeragem da alíquota de PIS/PASEP e CONFINS a isenção do CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Os impostos e contribuição, representam quase a metade do valor do diesel na refinaria.

· Segundo os caminheiros, a carga tributária menor daria fôlego ao setor, tendo em vista, o diesel representar 42% do custo da atividade.

Mais balanços do ocorrido até esta sexta 25 de maio 2018 

· A paralisação tem causado diversos transtornos, como a escassez de alimentos e outros produtos em supermercados, a falta de combustível em postos e aeroportos e a dificuldade de trafegar pelo país por causa de barreiras montadas com caminhões.

· A paralisação dos caminhoneiros em mais de 20 estados atinge até as postagens da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos suspendeu temporariamente as postagens das encomendas com dia e hora marcados (Sedex e PAC [entrega não expressa].

· A operação dos Correios envolve mais de 25 mil veículos, 1.500 linhas terrestres e 11 linhas aéreas de norte a sul do país. A empresa entrega mensalmente cerca de meio bilhão de objetos postais, entre eles 25 milhões de encomendas.

Números

·  Pesquisas indicam que cerca de 80% da carga do agronegócio brasileiro seja transportada por rodovias. Por conta da perecibilidade da carga, agropecuaristas tiveram de colocar o pé no freio para tentar minimizar perdas.

· A Cooperativa C.Vale de Palotina (PR) foi uma das primeiras a anunciar que suspenderia, a partir da quarta-feira (23), o abate diário de 530 mil frangos e 50 mil tilápias.

· Representante de mais de 140 agroindústrias de avicultura e à suinocultura, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) destaca que já há relatos de unidades produtoras com turnos suspensos.

· A Cooperativa Central Aurora Alimentos, terceira maior produtora de carnes de aves e suínos do país, disse que vai parar totalmente as atividades das indústrias de processamento de aves e suínos em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, na quinta e sexta-feira, devido a problemas causados pela greve dos caminhoneiros.

· O impacto calculado pela Aurora devido à suspensão das atividades 7 indústrias de aves e 8 indústrias de suínos estarão inoperantes.

· Com isso 28 mil trabalhadores diretos estarão dispensados temporariamente do trabalho.

· A Central Aurora Alimentos, cerca de 8 mil produtores rurais terão que adotar regime de restrição alimentar aos plantéis de aves, suínos e bovinos.

· A escassez ou falta de rações prejudicará o desenvolvimento de um plantel de 32 milhões de frangos e 1 milhão 260 mil suínos porque, quando o movimento dos caminheiros cessar, os prejuízos continuarão se manifestando nas aves e animais mal-nutridos.

· Cerca de 2 milhões de aves e 40 mil suínos deixarão de ser processados apenas nesses dois dias.

· Em consequência, 300 caminhões câmaras-frias/dia, 200 caminhões com cargas vivas/dia e 120 caminhões de ração/dia deixarão de circular.

· As cooperativas agropecuárias do Paraná, que faturam cerca de R$ 150 milhões por dia na produção e comercialização de fertilizantes, grãos, carnes, leites e derivados, estão entres os setores da economia paranaense mais prejudicados pelo bloqueio das estradas pelos caminhoneiros

· As Cooperativas de leite sem ter como escoar a produção, tiveram de jogar fora milhares de litros do produto e suspender a ordenha dos animais. O setor de leite também está sendo afetado.

· No Rio Grande do Sul, o Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindilat) destaca que há cargas perecíveis paradas nas estradas do estado.

Uma dura realidade

· Sem a liberação dos veículos, os laticínios gaúchos ficam impossibilitados de realizar a captação de 12,6 milhões de litros de leite cru em 65 mil propriedades rurais do Rio Grande do Sul, informou o sindicato.

· Na mesma linha, o presidente executivo da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, afirmou que todo o setor de animais vivos, de leite e o abastecimento em geral estão sendo muito afetados.

· O leite é um produto vivo e sujeito a rígidas normas de captação. Se os veículos não chegarem às propriedades dentro do prazo, os produtores terão sua produção descartada.

· Com relação a batata, por exemplo, o preço praticamente dobrou desde o início da semana e a previsão é que mais alimentos acompanhem essa alta caso os protestos continuem.

· O tubérculo se transformou na primeira grande vítima desse terceiro dia de paralisações. No Ceasa, o saco do produto foi de R$ 70 para R$ 150 nesta quarta-feira – e o impacto já chegou ao consumidor. O gerente do Mercado Super G, em Curitiba, conta que o quilo da batata saltou de R$ 1,99 para R$ 4,79. Além disso, vários outros itens já estão começando a faltar.

· A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informou que as interrupções nas estradas causaram desabastecimento nos supermercados, sobretudo frutas, verduras e legumes, que são perecíveis e o abastecimento é diário. 

· Carnes e produtos industrializados, que recebem proteínas no processo de fabricação, também estão com as entregas ameaçadas por conta do atraso no abastecimento, informa a entidade.
 

· Em nota divulgada nesta quarta-feira, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), maior central de abastecimento de frutas, legumes, verduras, flores, pescados e diversos do país, informou que já sentiu reflexo na entrega de produtos oriundos de outros estados, como a batata, do Paraná, manga e mamão, vindos da Bahia e do Espírito Santo, melão procedente do Rio Grande do Norte e melancia de Goiás. Com isso, o preço da batata já subiu, informa a empresa.

· Aos passageiros, a Infraero recomenda que procurem suas companhias para consultar a situação de seus voos.

· Aos operadores de aeronaves, a Infraero orienta que façam a consulta sobre a disponibilidade de combustível na origem e no destino do voo programado, recomenda.

 

Conhecida como a maior investigação criminal da história do mundo, a Operação Lava Jato tem quatro anos de duração e mais de 188 condenados, entre políticos, empreiteiros, empresários, doleiros e lobistas. As investigações começaram no dia 17 de março de 2014, com a deflagração da primeira fase que resultou na prisão de 24 pessoas pelos crimes de lavagem e desvio de dinheiro e evasão de divisas, a primeira das 50 fases decorrentes da operação.

As investigações alcançaram repercussão internacional, sendo comparadas com a operação “Mãos Limpas”, ocorrida na Itália em 1992. Analistas afirmam que instaurou-se no Brasil um sistema de cleptocracia, onde o Estado brasileiro foi saqueado e governado por corruptos, que distribuíam as benesses do governo entre partidos e construtoras mediante trocas espúrias que envolviam empresas estatais, sendo a Petrobras a mais atingida com o esquema.

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Investigação e Justiça

A operação está sob a competência da 13º Vara Federal do Paraná, que tem como juiz titular, Sérgio Moro. Responsável pelas ações penais em primeira instância, o magistrado detém um total de 40 processos sentenciados contra 123 réus, com 188 condenações que somadas chegam a 1.861 anos e 20 dias de pena. Com base nas informações repassadas pela Justiça Federal do Paraná, desde a aceitação da denúncia até a divulgação da sentença, o tempo médio de trâmite das ações da Lava Jato sob tutela de Moro são de nove meses e 10 dias. A agilidade com que o juiz dá andamento aos processos vem surpreendendo e até causando críticas ao seu trabalho.

O episódio que teve maior proporção na operação foi a prisão do ex-presidente Lula; após a defesa ter o pedido de habeas corpus preventivo negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Regional da 4º Região (TRF4), no dia cinco de Abril, enviou um ofício à 13º Vara Federal do Paraná autorizando o início de cumprimento da pena, após 22 minutos Sérgio Moro expediu o mandato de prisão contra Lula. Os desdobramentos da operação já atingiram os cinco últimos presidentes da República.

A Lava Jato segue colecionando números. Nesses quatros anos, a força-tarefa já expediu 953 mandatos de busca e apreensão, com 227 conduções coercitivas e 289 pessoas denunciadas por participação no esquema. As investigações envolvem mais de 30 empresários, tendo já levado à prisão, nove donos das dez maiores empreiteiras do país: Marcelo Odebrecth (ex-presidente da Odebrecth), Dalton Santos (ex-presidente da Camargo Corrêa), Léo Pinheiro (ex-presidente da OAS), Ildefonso Colares Filho (ex-presidente da Queiroz Galvão), Otávio Azevedo (ex-presidente da Andrade Gutierrez) e Ricardo Pessoa (dono da UTC Engenharia). Além desses, nomes expoentes do empresariado brasileiro foram parar atrás das grades, como Eike Batista, fundador do grupo EBX, e os irmãos Joesley e Wesley Batista, sócios do grupo J&F.

Dinheiro e Partidos

Segundo dados da Polícia Federal (PF) o esquema de corrupção extorquiu R$ 40 bilhões dos cofres públicos. Para dar dimensão prática ao número, avalia-se que se o valor descoberto fosse devolvido à população, cada brasileiro receberia R$ 196, tendo em vista que o Brasil tem uma população estimada em 204 milhões de habitantes segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Estima-se que por meio de acordos de colaboração e leniência, R$ 12 bilhões sejam ressarcidos aos cofres públicos, tendo já R$ 1,9 bilhão já devolvido. Cinco investigados se comprometeram a devolver R$ 472 milhões entre contas no exterior, imóveis e bens. São eles:

·         Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras, vai devolver US$26 milhões em contas na Suíça e Ilhas Cayman; US$ 181 mil, R$ 762 mil e € 10,9 mil apreendidos em sua residência; uma lancha no valor de R$ 1,1 milhão; um terreno em Mangaratiba (RJ) estimado em R$ 3,2 milhões e uma caminhonete Range Rover de R$ 300 mil;

·         Alberto Youssef, doleiro e empresário, R$ 50 milhões;

 

·         Júlio Camargo e Augusto Ribeiro, executivos da empreiteira Toyo Setal, R$ 50 milhões;

·         Pedro Barusco, ex-gerente de serviços da Petrobras, R$ 289 milhões.

O grupo Odebrecth publicou uma carta dirigida à população onde admite irregularidades cometidas em contratos feitos com a União e se compromete a devolver R$ 3,8 bilhões aos cofres públicos no decorrer de 20 anos. Avalia-se que com o dinheiro desviado apenas para a empreiteira daria para construir 40 hospitais públicos em todo Brasil.

A legenda mais atingida pela Lava Jato foi o Partido Progressista (PP), com 31 políticos investigados, seguida pelo MDB e PT, com sete cada. Ao todo, a operação investiga 14 siglas partidárias, tendo chegado à prisão de nomes poderosos da política brasileira. Além do PP, MDB e PT, também são alvos políticos do PSDB, DEM, PC do B, PTC, PSB, SD, PR, PPS, PRB, PTB e PSD.

O repasse dos valores das empreiteiras para os políticos era realizado de diversas maneiras, o que mais surpreendeu nas investigações foi a divulgação de uma planilha com mais de 200 nomes, feita pela Odebrecth, com codinomes que os políticos beneficiados com o esquema recebiam. Entre os envolvidos estão:

·                   Amigo – Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP)

·                   Amante ou Coxa - Gleisi Hoffman (PT-PR)

·                   Drácula - Humberto Costa (PT-PE)

·                   Bruto - Raul Jungmann (PPS – PE)

·                   Bronca - Paulo Rubem Santiago (PSOL – PE)

·                   Belém ou M&M - Geraldo Alckmin (PSDB – SP)

·                   Avião - Manuela D’Ávila (PCdoB – RS)

·                   Atleta - Renan Calheiros (MDB – AL)

O país segue mergulhado em um caos político, vendo serem desvendadas suas maiores mazelas. O cenário está polarizado. Enquanto muitos brasileiros agregam nas investigações a esperança de combate intensivo à corrupção, outros têm ressalvas a maneira pela qual a Polícia Federal (PF), o Ministério Público (MP) e todos os entes envolvidos na operação conduzem os processos. Segundo o procurador Deltan Dallagnol, as próximas eleições serão a prova de fogo da Lava Jato, seu resultado irá decidir se a força-tarefa continua ou é enterrada. O Brasil aguarda ansioso pelas cenas dos próximos capítulos.

 

Por Fabio Filho

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) enviou recomendações aos representantes de igrejas locais alertando para que não sejam realizadas propagandas eleitorais em locais de culto religioso. Segundo o órgão, a Lei das Eleições proíbe a propaganda política no interior de igrejas em prol de qualquer candidato, pois atinge gravemente a legitimidade do processo eleitoral.

De acordo com a representação, a liberdade religiosa não pode ser usada como argumento para prática de atos proibidos pela legislação. “Essas práticas ilícitas podem levar à cassação do registro ou do diploma dos candidatos eleitos”, destacou o procurador regional eleitoral em Pernambuco, Francisco Machado Teixeira.

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O documento ressalta que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirma que propaganda política realizada por entidade religiosa em favor de qualquer candidato caracteriza abuso de poder econômico. Além disso, a legislação proíbe que partidos e políticos recebam doações provenientes de locais de culto de quaisquer crenças religiosas.

O documento também foi encaminhado aos partidos políticos para averiguação. Em casos de violação à legislação, os cidadãos que sentirem-se assediados por candidatos em locais de culto religiosos podem realizar denúncias pelo e-mail prepe-eleitoral@mpf.mp.br ou pessoalmente, na Rua Frei Matias Téves, nº 65, no bairro Paissandu, no Recife, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h30.

Por Fabio Filho

Partidos políticos tem até o fim do dia de hoje (30) para apresentar ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE) as prestações de contas referentes ao ano de 2017. Dos 35 partidos políticos inscritos na Corte apenas 7 haviam prestado contas até a última sexta-feira (27 de abril).

De acordo com o balanço do TSE, já protocolaram as prestações de contas o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), o Partido da Mobilização Nacional (PMN), o Partido Pátria Livre (PPL), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido Social Cristão (PSC), o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Ecológico Nacional (PEN, atual Patriota).

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O envio das prestações de contas é feito de forma eletrônica por meio do sistema do Processo Judicial Eletrônico. Os trâmites podem ser acompanhados pelo sistema de consulta pública de processos. Para saber sobre o andamento, basta informar o nome do partido ou número do processo, selecionando a prestação de contas de seu interesse.

Após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, investigadores ligados à operação dizem que os próximos passos devem ser o aprofundamento das apurações contra líderes de outros partidos, assim como a aprovação de mudanças na legislação penal e o fim do foro privilegiado.

O delegado da Polícia Federal Milton Fornazari Júnior, responsável pela Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros em São Paulo (Delecor), afirmou em uma rede social que "agora é hora de serem investigados, processados e presos os outros líderes de viés ideológico diverso, que se beneficiaram dos mesmos esquemas ilícitos que sempre existiram no Brasil (Temer, Alckmin, Aécio etc)."

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O jornal O Estado de S. Paulo procurou no sábado, 7, as assessorias do presidente Michel Temer, do ex-governador Geraldo Alckmin e do senador Aécio Neves, mas até a noite deste domingo, 8, nenhuma delas se havia manifestado. Temer foi denunciado duas vezes e é investigado em um inquérito pela Procuradoria-Geral da República. Aécio foi denunciado e é investigado na Lava Jato. Alckmin é investigado em inquérito por caixa 2 no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em razão da delação da Odebrecht.

O texto de Fornazari foi publicado no sábado, no momento em que Lula era levado pela PF para Curitiba (PR). A um amigo que lhe perguntou se podia compartilhar, ele respondeu: "Fique à vontade". Na noite de domingo, porém, o policial o retirou do ar. E publicou novo texto: "Para você que gosta de me monitorar aqui, não adianta se articular, vamos continuar prendendo os corruptos de todos os gêneros".

Experiente, o delegado tem em seu currículo a apuração sobre o cartel do Metrô de São Paulo. Também foi responsável pelo inquérito que apura desvios de recursos nas obras do Rodoanel, em São Paulo, que levou à prisão de Paulo Vieira de Souza, ex-diretor do Dersa, apontado como operador do PSDB paulista. Ele é ainda especialista em cooperação internacional para identificação de lavagem de dinheiro e ocultação de valores.

Fornazari também comentou a situação de Lula. Ele escreveu que o ex-presidente "objetivamente recebeu bens, valores, favores e doações para seu partido indevidamente por empresas que se beneficiaram da corrupção em seu governo". "Por isso merece a prisão." Ele conclui afirmando que se as investigações futuras do órgão chegarem aos outros líderes políticos que ele enumerou "teremos realmente evoluído muito como civilização". "Se não acontecer e só Lula ficar preso, infelizmente, tudo poderá entrar para a história como uma perseguição política."

MPF

No domingo, foi a vez do procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, desmentir a acusação de "seletividade" da Lava Jato feita por petistas. Ele comentou uma reportagem de "O Globo" que mostrava investigações que envolviam além de Lula e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), além de Temer e Aécio. "Mas ainda é preciso fazer mais por todo o Brasil. Lute pelo fim do foro privilegiado, de mudanças nas leis penais e no fortalecimento da democracia."

Para a presidente do Sindicato dos Delegados Federais de São Paulo, Tânia Prado, a prisão de Lula cria condições para o fortalecimento do papel da PF. "Vemos uma investigação que começou há quatro anos dar resultado." Para ela, fica "evidente" pelas investigações feitas até agora que a PF não tem partido e que investiga independentemente da ideologia do acusado.

"Vamos mostrar que o trabalho da Lava Jato vai continuar, não só em São Paulo mas em outros Estados, com seus desdobramentos", disse. Segundo Tânia, os delegados querem procurar "a verdade" em seus inquéritos e determinar "quem é o autor e encontrar a materialidade dos delitos". "É o que sempre fizemos."

Após a prisão de Lula, a Associação Nacional de Delegados Federais publicou uma nota na qual dizia que a PF "não tem cor, nem partido - tem missão! E exerce seu papel independentemente de quem seja o investigado, com equilíbrio, moderação e responsabilidade". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A uma semana do fim da janela que permite aos parlamentares mudarem de partido, o balcão de negócios instalado nos corredores da Câmara dos Deputados aponta para o fortalecimento dos partidos do Centrão, que nesta legislatura apoiaram do ex-deputado Eduardo Cunha ao presidente Michel Temer, passando pelo impeachment de Dilma Rousseff. O troca-troca entre as legendas, baseado não em ideologia, mas na divisão dos recursos dos fundos eleitoral e partidário, ainda revela uma tendência de menor renovação nas eleições de outubro.

Na primeira eleição geral após o veto às doações empresariais, destaca o jornal O Estado de S. Paulo o argumento para atrair deputado tem sido a garantia de que donos de mandatos receberão mais verba, em detrimento dos filiados que estão do lado de fora. E essa fatia prometida para bancar reeleições tende a ser maior nos partidos que não lançarão candidatos à Presidência, já que a campanha ao Planalto está fixada em R$ 70 milhões.

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"Todos os médios e grandes partidos estão oferecendo algo em torno de R$ 2 milhões", disse o deputado pelo Paraná Alfredo Kaefer (PSL), que vai deixar o partido do presidenciável Jair Bolsonaro e deve se filiar ao PP. O parlamentar afirmou que havia conversado com pelo menos oito legendas, como PP, PRB e Podemos. Kaefer admitiu que leva em conta os recursos oferecidos. "É evidente que isso também importa." O valor máximo oferecido pelos partidos, em média, é de R$ 2,5 milhões.

Dirigentes partidários reclamam do assédio a seus parlamentares. Segundo José Luiz Penna, presidente do PV, a Câmara virou um "mercado". "Há um leilão declarado com o dinheiro público. Ouvi que tem partido dando cheque pré-datado."

O balanço parcial da janela partidária, que se fecha no dia 7, mostra que outros partidos de um mesmo espectro político, como PP, PSD, DEM, Podemos e PROS, somam mais ganhos do que perdas na comparação com as bancadas registradas em 6 de março, véspera do início permitido para as trocas. O DEM foi o que mais cresceu - o total já chega a 41 (veja quadro nesta página).

Para o líder do partido na Câmara, Rodrigo Garcia (SP), o resultado é consequência da "refundação" da legenda, que deu liberdade para os deputados participarem das direções estaduais. Da eleição passada pra cá, o DEM ganhou 20 parlamentares e tem a expectativa de filiar mais um nesta semana. Assim como o DEM, o PP cresceu na comparação com 2014 e, com o início da janela, chegou a 49 parlamentares, número que faz a sigla ganhar uma posição no ranking dos partidos, superando o PSDB - sua bancada já é a terceira maior da Câmara e com tendência de alta.

Outros representantes do Centrão, como PSD, Podemos e PROS, também ficaram mais fortes na janela, mas em menor proporção. A exceção desse bloco que dá sustentação ao governo é o PSL, que com a chegada de Bolsonaro saltou de três para oito deputados e quer chegar a dez.

Para o cientista político Murillo de Aragão, a movimentação partidária observada até aqui visa ainda a assegurar uma posição estratégica em relação à composição das chapas. "Esses deputados podem apoiar qualquer um dos pré-candidatos do centro, seja Geraldo Alckmin (PSDB), Rodrigo Maia (DEM) ou Henrique Meirelles (de mudança para o MDB)."

Renovação

Análise do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) da Câmara chama a atenção para mais uma condição desta eleição - além da questão do financiamento - que prejudica a eleição de quem está do lado de fora: a necessidade de muitos deputados de manter o foro privilegiado. "Isso para fugir de eventuais punições pela prática do crime de caixa 2." Em 2014, a taxa de renovação foi de 47%.

Presidente do PPS, que deve manter seus nove deputados, Roberto Freire disse ao Estado que a legislação atual foi feita para evitar que houvesse alto índice de renovação na Casa. "Isso (de priorizar quem tem mandato) é geral aqui no Congresso", afirmou o dirigente, que também vai destinar mais recursos à reeleição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dirigentes de diversos partidos da base aliada do governo Michel Temer prestigiaram nesta quinta-feira, 8, a convenção nacional do DEM na qual a legenda lançou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), como pré-candidato à Presidência da República. Estiveram presentes lideranças do MDB, PSDB, PP, PR, Solidariedade, PRB, PV, PSC, Avante e PHS. Algumas lideranças sinalizaram apoio a Maia.

Presidente do Solidariedade, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, foi um dos que fez discurso mais direto de apoio ao parlamentar fluminense durante o evento. "Temos uma esperança muito grande em você. Estamos aqui, um grupo de partidos, meio sem rumo, sem ter o que fazer. Acho que a única pessoa que pode unir esse grupo é Rodrigo Maia", disse.

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Presidente do PRB, o ex-ministro do governo Michel Temer Marcos Pereira afirmou que seu partido está "junto" com Maia. "Estamos juntos. O Brasil precisa de pessoas jovens, como Rodrigo Maia e ACM Neto", afirmou, em referência, respectivamente, ao presidente da Câmara e ao prefeito de Salvador, que foi eleito novo presidente nacional do DEM nesta quinta-feira.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que a sigla tem "grande esperança" em Maia e estará ao lado dele nas viagens que o deputado pretende fazer pelo País para se tornar mais conhecido. "Nós progressistas temos uma grande esperança em você. Sei que vai percorrer o País, e os progressistas estarão ao seu lado. Vá em frente, conte com os progressistas", discursou.

Partido alvo de críticas por parte de Maia, o PSDB prestigiou a convenção com lideranças como o secretário-geral do partido, deputado Marcus Pestana (MG); o líder da legenda na Câmara, Nilson Leitão (MT); além dos ex-ministros de Temer e atuais deputados Antônio Imbassahy (BA) e Bruno Araújo (PE).

A legenda tem como pré-candidato ao Planalto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que foi criticado por Maia na quarta-feira, 7. De acordo com o ex-presidente do DEM, senador José Agripino (RN), Alckmin ligou para justificar que não compareceria à convenção pois está em viagem oficial aos Estados Unidos.

Do MDB, estiveram presentes o presidente, senador Romero Jucá (RR); o 1º vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (MG), e o deputado Lúcio Vieira Lima (BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que está preso no âmbito da Operação Lava Jato. Partido de Temer, o MDB também pretende lançar candidatura própria. Hoje, dois nomes são cogitados: o do próprio Temer e o do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

De ministros do governo Temer, estão presentes apenas o titular da Educação, Mendonça Filho, que é do DEM, e o das Cidades, Alexandre Baldy, que deve se filiar ao PP e é um dos principais aliados de Rodrigo Maia.

A insatisfação da população brasileira com a política fez diversos partidos mudarem, recentemente, seus nomes e as siglas sob a justificativa de inovar. As modificações podem passar a ser proíbidas caso um projeto de lei (PL 8546/17) da deputada Maria do Rosário (PT-RS) seja aprovado pelo Congresso Nacional. A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados e libera a mudança apenas em caso de  fusão ou incorporação partidária.

Segundo Maria do Rosário, o objetivo da proposta é evitar que os partidos políticos mudem de nome “com finalidades eleitoreiras, com o objetivo de escapar à má fama que eventualmente possam ter adquirido”.

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Segundo ela, o nome dos partidos é a forma como a população consegue identificar a defesa de determinadas plataformas ou programas. Na opinião da petista, a mudança de nome dificulta a prestação de contas democrática e pode comprometer a credibilidade do sistema político.

Para a parlamentar, “não basta apenas mudar o nome, e manter os mesmos políticos, cúpula partidária e, principalmente, manter as mesmas práticas e ideias em ação”. “A principal consequência desse projeto será contribuir para fortalecer o sistema partidário”, conclui Maria do Rosário.

Se uma grande parte dos eleitores brasileiros estão esperançosos com uma possível renovação política na disputa eleitoral de 2018 diante dos escândalos ocorridos no país nos últimos tempos, uma notícia pode desanimar muita gente: a taxa de reeleição de mandato dos políticos atuais pode girar em torno de 60%, no mínimo. 

A avaliação foi feita pela cientista política Priscila Lapa. Apesar de 2018 ser considerada uma prova de fogo diante das novas regras eleitorais com a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que vai custear as campanhas partidárias nas eleições gerais, podendo chegar ao valor de R$ 1,71 bilhão, há uma questão muito maior que muitos desconhecem: são os partidos que definem, internamente, como vão distribuir os valores entres seus candidatos. 

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De acordo com Lapa, a distribuição dessa verba fica mais concentrada no presidente do partido, que tende a investir em quem já possui mandato para manter a bancada. “Não há uma regra que diga que tem que distribuir proporcional ao tamanho do colégio eleitoral ou proporcional a quantidade de votos que teve a bancada. A questão é: como vai dividir esses quase dois bilhões dentro dos partidos? Porque, dentro dessa divisão, você tem 2% desse dinheiro para todos os partidos, 35% para os deputados que já tem mandato, que é proporcional a quantidade de parlamentares que o partido tem já eleitos, dessa forma, quem tem um mandato, de certa forma está privilegiado e mais assegurado antemão com esses recursos para a sua campanha”, explicou. 

Mais exatamente, a divisão dos recursos do fundo eleitoral de acordo com o texto aprovado, será: 2% igualitariamente entre todos os partidos; 35% divididos na proporção do percentual de votos por eles obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados, desde que o partido tenha pelo menos 1 deputado federal; 48% divididos na proporção do número de representantes na Câmara dos Deputados no dia 10 de agosto de 2017; 15% divididos na proporção do número de representantes no Senado no dia 10 de agosto de 2017.

Lapa frisou que este ano será o grande teste com a aprovação desse fundo. “Não tem uma regra muito clara para isso. Então, acaba prevalecendo o entendimento do diretório do partido e aí algumas campanhas ficam privilegiadas, aqueles que têm uma ligação mais forte com o núcleo central do partido e outros ficam mais distante, ficam mais prejudicadas. Se já existia uma grande tendência de reeleição no Brasil, já que o país trabalha com uma taxa de cerca de 50% de reeleição ou pouco mais, esses deputados de mandato já tendo um acesso privilegiado a esses recursos, a tendência é que a gente tenha uma taxa de reeleição em torno de, no mínimo, 60%”, explicou. 

Quem pretende disputar pela primeira vez, o cenário não será muito favorável por dois principais motivos: não poderá captar dinheiro de empresa, se restringindo a contribuição de pessoas físicas, regra que já valia em 2016, bem como por não ter uma parte do fundo bilionário assegurado para a campanha. “Então, esses partidos menores, esses estreantes na política, vão ter que achar estratégias que não tenham custos muito altos para conseguir assegurar sua visibilidade”, disse a cientista. 

"Perdoa-me por Me Traíres" é o título de uma peça do dramaturgo Nelson Rodrigues, escrita em 1957, mas que poderia servir perfeitamente de epíteto para a situação do presidente do PEN-Patriota, Adilson Barroso, e do presidente interino do Livres, Paulo Gontijo. Mesmo que em diferentes níveis, os dois viram seus projetos políticos serem atropelados pelo casamento consumado (expressão usada pelos próprios envolvidos) entre o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o PSL, de Luciano Bivar (PE).

Barroso é o presidente do PEN-Patriota, que até a semana passada ainda era a legenda escolhida pelo hoje segundo colocado nas pesquisas de intenção de votos, Jair Bolsonaro, para concorrer à Presidência da República. Já o publicitário Gontijo foi alçado à presidência interina do Livres depois que o movimento foi expelido do PSL, onde militavam havia dois anos, por não concordarem com a chegada dele, o Bolsonaro.

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Barroso, claramente, não pretende fechar as portas para Bolsonaro. Por isso, quando fala em traição, faz questão de ressaltar que a traição foi da equipe do deputado. "O Bolsonaro foi enganado por um grupo mal-intencionado que está ao redor dele. Esse grupo não quer elegê-lo presidente. O que eles querem é tomar um partido. Fui traído pelo grupo dele", disse.

O presidente do PEN-Patriota se disse aliviado porque já não estava suportando a pressão do grupo bolsonarista por espaços na legenda. "Começaram pedindo o controle de cinco Estados. No fim, já estavam com 23 e querendo o Diretório Nacional."

Ainda assim, Barroso sinalizou com a possibilidade de receber Bolsonaro de volta - caso o casamento com o PSL não seja assim tão feliz. "Aqui ainda tem vaga para ele. Mas com a condição de ter o controle político do partido. Aqui, eu digo, ele pode ter a legenda - isso se nenhuma denúncia pegar nele."

Ou seja, Barroso não acreditou que o casamento do deputado com o PSL possa vingar. "Já tem muito arranhão lá no PSL. Eles (o grupo do Bolsonaro) vão pedir tudo e vai dar briga. Aqui no Patriota nós temos uma unidade grande. Aqui, quando eu falo ‘a’ é ‘a’. Aqui, quando eu falo ‘você será candidato’, todos acompanham. No PSL metade é contra o Bolsonaro, metade é a favor. No Patriota não tem essa questão de maioria, aqui tem unanimidade."

Barroso prevê que a candidatura Bolsonaro pode cair no colo de outra legenda. "Não sou profeta, sou técnico. E acho que é o que provavelmente vai acontecer", afirmou.

Gosto amargo

Já Gontijo, dos Livres, admitiu que no cálculo de Bivar, presidente do PSL, teve um quê de pragmatismo eleitoral, mas que "chegou com gosto de traição". "Foi um trabalho desenvolvido ao longo de dois anos, tínhamos o controle de 12 Estados, da fundação e da comunicação. Todas essas coisas são marcos de um trabalho bem-feito. Quando tudo isso muda em questão de dias não dá para dizer que não fica um gosto amargo."

Apesar do amargor, Gontijo é otimista. Ele viu as redes sociais do Livres crescer em uma semana o que crescia em seis e tem recebido a solidariedade de partidos como Novo, Rede e PPS. "Ainda não definimos se os candidatos do Livres vão sair por um partido ou espalhados por vários."

A assessoria do deputado Bolsonaro foi procurada, mas não se manifestou. Bivar, do PSL, foi procurado, mas também não respondeu à reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em pelo menos sete Estados, "outsiders" tentam viabilizar candidaturas aos governos locais, mas enfrentam resistência diante de alianças firmadas pelos partidos com mais representatividade no Congresso e dificuldade em conseguir melhorar índices de intenção de voto. Levantamento feito pelo Estadão/Broadcast aponta que, a dez meses da eleição, pré-candidatos vindos da área empresarial e do Judiciário buscam espaço em Minas, Rio, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Tocantins e São Paulo.

A iniciativa de lançar nomes de fora da política para a disputa estadual em 2018 parte, principalmente, de siglas menores ou criadas recentemente. O partido Novo, registrado em setembro de 2015, é a principal legenda dos outsiders: são três pré-candidatos já lançados e outras duas em negociação.

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Criada no mesmo ano pela ex-ministra Marina Silva, a Rede Sustentabilidade busca nomes na Justiça. "A única forma de oxigenar o sistema político é trazendo novos nomes e ideias, não só de jovens, mas pessoas experientes de outras áreas que poderiam ser candidatas", disse o porta-voz da Rede, Zé Gustavo.

Donos das maiores bancadas no Congresso, partidos como PSDB, PT e MDB não têm investido nesse perfil. "A renovação por renovação não diz nada. Tem de renovar com qualidade e valorizar a experiência", afirmou o secretário-geral do PSDB, Marcus Pestana.

Perfil novo

Conhecido como um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, o juiz aposentado Márlon Reis vai disputar o governo do Tocantins pela Rede. Em 2012, foi o primeiro juiz a exigir que os candidatos divulgassem antecipadamente os doadores de campanha, o que se tornou lei nacional. "Sou um outsider porque não fazia parte dos mecanismos partidários. Só recentemente cheguei para esse tipo de atuação, mas sempre estive na política. São poucos (outsiders) disputando cargos majoritários pela dificuldade de mobilizar grandes contingentes eleitorais", disse Reis.

Mato Grosso do Sul é outro Estado em que um outsider do Judiciário pode disputar o cargo de governador. O juiz aposentado Odilon de Oliveira, que se filiou ao PDT, ficou conhecido por combater o narcotráfico na fronteira com o Paraguai. Aos 68 anos, está aposentado desde outubro. Uma semana antes de deixar o cargo, decretou a prisão do italiano Cesare Battisti - revogada posteriormente.

Em Minas, Distrito Federal e Rio Grande do Sul, os outsiders são filiados ao Novo e da área empresarial. "Nossa maior dificuldade foi encontrar pessoas dispostas a participar e abrir mão da atividade profissional para se dedicar a um possível mandato", explicou Moisés Jardim, presidente do partido.

O Novo cogita lançar o líder do movimento Vem Pra Rua, Rogério Chequer, para disputar o governo de São Paulo. Já o ex-técnico da seleção brasileira de vôlei Bernardinho pode ser candidato no Rio. No Rio Grande do Sul, o partido estuda Mateus Bandeira, ex-presidente do Banrisul. Em Minas, o escolhido foi o empresário Romeu Zema Neto, do Grupo Zema.

No Distrito Federal, o pré-candidato é Alexandre Guerra, presidente da rede de restaurantes Giraffas. Para ele, partidos tradicionais tentam firmar candidaturas com base em "coalizões e distribuição de cargos", enquanto o Novo busca "mérito".

Dificuldades

Representantes de partidos com as maiores bancadas no Congresso avaliam que candidaturas "outsiders" terão dificuldade para crescer nas pesquisas eleitorais nos Estados.

Para o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), os políticos tradicionais "têm mais visibilidade e serviços prestados" para mostrar aos eleitores. "No meu Estado, os outsiders que apareceram nunca saíram de um dígito (de intenção de votos), é sempre muito pouco: 1%, 2%, não sai disso nunca", afirmou Agripino.

O senador citou a possibilidade de candidatura do desembargador Cláudio Santos no Rio Grande do Norte. Santos foi presidente do Tribunal de Justiça do Estado e tem sido cortejado por partidos como o Avante!.

O secretário-geral do PSDB, Marcus Pestana, disse que é preciso ter "uma mescla de oxigenação do sistema político com experiência". Ele afirmou que é importante atrair novos nomes por causa do "abismo que separa a sociedade da política", mas ponderou que "isso não é um valor absoluto".

Para o presidente do PDT, Carlos Lupi, que aposta no nome do juiz Odilon de Oliveira para o governo de Mato Grosso do Sul, é obrigatório que o candidato tenha "alguma experiência exitosa na vida privada" como condição para alcançar viabilidade eleitoral. "Nós (do PDT) julgamos que o principal de qualquer candidatura que não esteja na política tradicional tem de ter alguma experiência em lidar com a população. O que não dá é pegar um artista, só porque tem fama, e lançar como candidato", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As regras eleitorais aprovadas pela Câmara e Senado em 2017 já valerão nas eleições deste ano. As novas regulamentações abordam assuntos como os financiamentos eleitorais, candidaturas, doações, distribuição do tempo de TV entre os partidos, formatos de debates e cotas de participação. Os recursos públicos direcionados à campanha eleitoral também sofrerão cortes e terão novos critérios para distribuição, além da mudança na prestação de contas dos partidos, que terão que detalhar os investimentos.

Segundo informações da Agência Senado, R$ 1,7 bilhão serão distribuídos entre os partidos com os seguintes critérios: 2% divididos entre todos os partidos inscritos nas eleições; 35% para aqueles que possuem deputados eleitos (valor proporcional ao número de votos); 48% divididos entre as bancadas da Câmara; e 15% divididos entre as bancadas no Senado. Nesse primeiro ano após a aprovação das propostas será utilizado o número de parlamentares registrados em agosto de 2017 para a distribuição da verba.

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Entre as demais propostas, o autofinanciamento será permitido até o valor de 10% da renda do candidato, a candidatura avulsa (sem partido político) foi vetada e as doações de funcionários públicos ficaram proibidas. As campanhas de crowdfounding (financiamento coletivo) foram liberadas e as emissoras de rádio e TV terão que garantir a participação de candidatos com representatividade na Câmara superior a cinco deputados.

O Tribunal Superior Eleitoral também conseguiu autorização para utilizar cinco minutos diários de cada emissora para explicar os mecanismos da eleição e incentivar a participação no pleito.

Contrariando o discurso otimista do governo, lideranças de partidos da base aliada avaliam que o adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro de 2018 reduz as chances de aprovação da proposta. A avaliação é de que a proximidade com as eleições de outubro do próximo ano aumenta a resistência dos parlamentares, que temem desgaste eleitoral.

Governistas acreditam que somente a propaganda a favor da reforma tem o poder de mudar esse cenário, desde que atinja o efeito esperado pelo governo de diminuir a rejeição entre a população e, consequentemente, dos deputados à proposta. Nesse cenário, veem ainda como determinante uma sinalização mais forte do Senado de que votará a reforma e que o texto aprovado pelos deputados não será alterado, para não ter de retornar à Câmara.

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O Placar da Previdência, elaborado pelo Estado, aponta que 247 deputados são contrários ao texto da reforma, mesmo depois das modificações feitas pelo governo. São necessários 308 votos para aprovar a proposta em dois turnos na Câmara, mas apenas 73 deputados se dizem a favor. Outros 193 se declararam indecisos ou não quiseram abrir o voto.

"Esqueça Previdência para o próximo ano. Se não consegue esse ano, imagina no próximo, que é ano eleitoral", disse o 1.º vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG). A opinião é compartilhada pelo líder do PR na Casa, deputado José Rocha (BA), que comanda o quarto maior partido da base, com 37 deputados.

Para Paulo Abi-Ackel (MG), vice-líder do PSDB na Câmara, o "ideal" teria sido votar neste ano, para aproveitar o "clima" favorável. "Agora só haverá um clima igual a esse no pós-eleição." A dificuldade é admitida até pelo líder do governo no Congresso Nacional, deputado André Moura (PSC-SE). "Deveria votar agora. É difícil votar perto da eleição", afirmou.

Tempo a favor. Os parlamentares ponderam, contudo, que o tempo pode correr a favor da matéria. "A eleição pode prejudicar de um lado, mas, do outro, a opinião pública vai ter mais tempo para conseguir compreender o relatório", disse Moura. "A propaganda do governo está surtindo efeito e pode ajudar a convencer a população sobre a necessidade da reforma. Isso ajuda o deputado a mudar o voto", avaliou Danilo Forte (DEM-CE).

Para o líder do Solidariedade, deputado Áureo (RJ), se houver "sintonia" entre Senado e Câmara, evitando o desgaste de uma reavaliação do texto pelos deputados, o governo tem mais chances de vitória. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em reunião no domingo, 3, com o presidente Michel Temer, presidentes de partidos propuseram um "pacto" para aprovar a reforma da Previdência envolvendo a distribuição do fundo eleitoral e a janela para mudança de partido sem risco de perda de mandato. A ideia é que dirigentes repassem mais recursos do fundo para parlamentares mais fiéis ao governo e que não aceitem em suas legendas deputados que votaram contra a reforma.

A sugestão foi apresentada pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. Na reunião, que aconteceu no Palácio do Jaburu, ele disse que vai dividir o fundo eleitoral de forma proporcional conforme o posicionamento dos parlamentares em três votações importantes: a da reforma trabalhista, a das duas denúncias contra Temer na Câmara e a reforma da Previdência. Aqueles que votarem de forma mais governista receberiam mais recursos do fundo eleitoral.

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Presidente licenciado do PSD, o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) ponderou, no entanto, que essa divisão poderia levar deputados a migrarem para outras legendas durante a janela para livre troca de siglas, prevista para março de 2018.

Jefferson, então, fez a segunda sugestão: de que os dirigentes se comprometessem a só aceitar nesse troca-troca partidário parlamentares que tenham votado a favor da reforma. A ideia, no entanto, enfrenta resistência de alguns partidos.

Um dos resistentes é o DEM, que planeja aumentar sua bancada na Câmara em pelo menos nove deputados, a maioria vinda do PSB.

"Essa foi uma ideia do Roberto. O DEM não garantiu nada", comentou o líder do partido, deputado Efraim Filho (PB). "Disse que toparia só se todos se comprometessem e que com aqueles que já fechei a ida ao partido isso não valeria", afirmou o ministro Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), presidente licenciado do PRB.

Na última segunda-feira (20), o juiz Fábio Alexsandro Costa Barros, corregedor do Tribunal Regional de Justiça, concedeu a liminar que proíbe o Partidos dos Trabalhadores (PT) de divulgar a propaganda que associa o nome de ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador, ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).

Em carta, o juiz relatou que qualquer partido pode apenas difundir os seus ideais ideológicos, transmitir a mensagem dos filiados e divulgar a posição do partido em relação a acontecimentos político-sociais. Foi o que não aconteceu no caso do PT, segundo o juiz.     

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O deputado federal do PT-BA, Jorge Solla, comentou em entrevista a atitude do prefeito da capital baiana. “ACM Neto tentar esconder Geddel é confissão de culpa. Seu advogado teve a desfaçatez de chamar de ‘fatos mentirosos’ uma aliança que é pública e sobre a qual há fartos vídeos, fotos e declarações públicas de lealdade e afeto. O prefeito poderia ter feito uma autocrítica e rompido com Geddel, não teria esse constrangimento de ter que censurar a oposição. Mas inexplicavelmente não o fez até hoje, mantém na prefeitura os seus indicados”, afirmou.

Representando a defesa do prefeito, o advogado Ademir Ismerim rebateu as questões apresentadas na propaganda. “Estes fatos mentirosos com o intuito de enganar os eleitores não serão tolerados durante a campanha eleitoral. A propaganda foi feita para criar artificialmente na opinião pública uma falsa imagem envolvendo o prefeito ACM Neto.”

A Operação Sothis, 47ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira, 21, pelo juiz federal Sérgio Moro, tem como alvo um ex-gerente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, seus familiares e intermediários, suspeitos de operacionalizarem o recebimento de R$ 7 milhões de propinas pagas por uma empresa de engenharia, entre setembro de 2009 e março de 2014.

Os investigadores suspeitam de que valores ao ex-gerente foram repassados em benefício do PT e que, de forma independente, a mesma empresa fez repasses ao PMDB a pedido da presidência da Transpetro.

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De acordo com a Procuradoria da República no Paraná, as investigações se iniciaram a partir da colaboração premiada dos executivos da empresa de engenharia alvo da ação deflagrada nesta terça-feira, 21.

A partir daí foram realizadas diversas diligências, como afastamento de sigilos bancário, fiscal, telemático e de registros telefônicos, os quais revelaram a existência de estreitos vínculos entre os investigados e corroboraram os ilícitos narrados pelos colaboradores.

O Ministério Público Federal entende que os indícios encontrados a partir das investigações indicam que o ex-gerente recebeu suborno para favorecer a empresa de engenharia em contratos com a Transpetro.

Os procuradores encontraram pagamentos por meio de depósitos realizados em contas bancárias de terceiros e familiares, oriundos contas de titularidade da empresa de engenharia e/ou de seus sócios com o suposto objetivo de dissimular e ocultar a origem ilícita dos recursos.

O ex-gerente teria pedido, inicialmente, o pagamento de 1% do valor dos contratos da empresa com a Transpetro como propina, entretanto, o acerto final ficou em 0,5%. Este valor foi teria sido pago mensalmente em benefício do PT, de modo independente dos pagamentos feitos pela mesma empresa a pedido da presidência da Transpetro, e que eram redirecionados ao PMDB. O ex-gerente se desligou da subsidiária da Petrobras recentemente.

Para a procuradora da República Jerusa Burmann Viecili, "neste caso houve um dos esquemas mais rudimentares de lavagem de dinheiro da Lava Jato. A propina saía da conta bancária da empresa de engenharia para a conta bancária de empresa do filho sem qualquer contrato ou justificativa para o repasse do dinheiro. Além disso, estão sendo investigados contratos entre a própria empresa do filho, controlada de fato pelo ex-gerente, e a Transpetro, o que pode indicar a inexistência ou falha grave de mecanismos de compliance".

O procurador da República Athayde Ribeiro Costa destaca que "houve um esquema político-partidário contínuo e duradouro na Transpetro, como na Petrobras. Os crimes praticados na Transpetro são uma nova frente de investigações da Lava Jato, em expansão. Como ocorreu no caso da Petrobras, este é o momento mais favorável para quem quiser colaborar com a Justiça se apresentar", afirmou.

Depois de uma entrevista coletiva para colocar a grave situação financeira dos municípios e alertar para a necessidade de corte de gastos em várias prefeituras, a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) anunciou que irá a Brasília, mais uma vez , na tentativa de conseguir   liberação de verbas, por parte do Governo Federal. A Amupe afirmou que pelo menos 50 cidades de Pernambuco vão demitir funcionários. Agora algumas observações devem ser colocadas aqui, primeiro por onde andou o planejamento destes prefeitos ao longo dos anos? Como em tempos modernos prefeitos insistem em promover farra de contratações para acomodar políticos e depois jogam o problema para o governo federal? Até onde esses desmandos em contratações inchando as prefeituras vai? Já é hora dos prefeitos entenderem que os tempos mudaram e que não existe mais espaço para amadorismo em gestão pública, já é hora de estudar a possibilidade de fundir município pequeno que não rende nada em dinheiro. Como aceitar cidades com população menor que 10  habitantes? O presidente da associação, José Patriota, disse que  instituição irá pedir ajuda do Congresso e do presidente Michel Temer (PMDB), para sanar as contas dos municípios.  Essa choradeira é  eterna e quanto mais dinheiro vier para as prefeituras eles os prefeitos irão continuar a pedir

Número

Segundo a Amupe, R$ 196 milhões são necessários para fechar as contas. No Brasil inteiro são R$ 4 bilhões. Pela instituição são 120 municípios em estado de calamidade pública.

Avaliação

A Amupe está fazendo um  levantamento do total de prefeituras que farão cortes de pessoal, assim como o valor que será economizado pelas administrações.

A fome dos partidos

Mais outros três partidos da base aliada entraram na disputa com o PP pelo comando do Ministério das Cidades, após a saída do tucano Bruno Araújo (PSDB-PE).

Brigas

Todos  ou pelo menos boa parte dos políticos do PMDB, PSD e DEM começaram a se articular para indicar um nome ligado às suas respectivas legendas.

Dança das cadeiras

O presidente do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR) garante que a reforma ministerial de Michel Temer envolverá a troca de 17 dos atuais 28 ministros.

Números

Será uma reforma ampla que vai pegar  17 ministérios , começa a corrida pelos cargos e mais uma vez o dinheiro vai rolar claro para os maus políticos.

Até a Globo?

O depoimento foi feito  à Justiça dos Estados Unidos,  e lá o empresário argentino Alejandro Burzaco, ex-presidente da empresa Torneos, disse que além da Globo, a Fox Sports, Televisa, Media Pro, e empresa Traffic, do brasileiro J. Hawilla, sócio da globo, também pagaram propina por direitos de transmissão de jogos. Que coisa!

O preço do Congresso brasileiro

A ONG Contas Abertas fez as contas e pasmem senhores e senhoras leitores,  cada dia sem atividade no Congresso Nacional gera um custo de R$ 27,7 milhões ao país. Assim, as quatro datas desperdiçadas com o feriado estendido devem produzir gastos superiores a R$ 110 milhões. Tudo pago pelos você e eu.

Em meio às investigações da Lava Jato e seus desdobramentos, um grupo de três juristas capitaneado pelo advogado Modesto Souza Barros Carvalhosa entrou com um pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a abertura de processo de cancelamento do registro de nove partidos, sob a acusação de que as siglas abandonaram os "princípios republicanos, democráticos e constitucionais para abraçar o crime organizado".

O pedido mira o PT, PMDB, PP, PROS, PRB, PCdoB, PDT, PR e PSD, agremiações que, na visão dos juristas, "abusaram da confiança do povo brasileiro para roubá-lo", tendo cometido "inúmeros e repetidos crimes de lesa Pátria".

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Carvalhosa, o desembargador aposentado Laércio Laurelli e o advogado Luís Carlos Crema afirmam na petição protocolada no TSE que a Lava Jato e suas ramificações vem "revelando como políticos criminosos e partidos políticos corruptos roubaram o Brasil, a Petrobras e tantos outras empresas e órgãos públicos". Carvalhosa pretende se candidatar de forma independente à Presidência da República nas eleições do ano que vem, sem apoio de nenhuma legenda.

"Os partidos políticos se organizaram em forte disciplina para assaltar os cofres públicos. Instituíram surpreendente estrutura criminosa, com subordinação, hierarquia de comando, divisão de tarefas e repartição do produto do crime", acusam os juristas. O pedido ainda será analisado pelo ministro Napoleão Nunes.

O grupo pede que as nove siglas sejam impedidas de participar do processo eleitoral, tenham os repasses do Fundo Partidário suspensos e sejam impedidas de terem acesso ao rádio e à televisão. Os juristas sustentam que os partidos "carecem de fundamento constitucional e legal para existirem e não possuem nenhum propósito alinhado à República e aos interesses do povo, devendo ser extintos".

Para eles, PT, PMDB, PP, PROS, PRB, PCdoB, PDT, PR e PSD "valeram-se da condição de partido político e dos direitos decorrentes do registro dos seus estatutos sociais (...) para, em organização criminosa, tomar de assalto os cofres públicos".

"Portanto, é chegada a hora de impedir, frear, impor limites e punir, rigorosa e verdadeiramente, os assaltantes dos cofres públicos. É emergencial que esta Corte de Justiça Eleitoral decrete o fim do esbulho à República, proteja a Nação, mantenha a democracia, permita o funcionamento do sistema de eleitoral e diga ao Povo brasileiro que ainda há esperança", pedem os juristas.

O trio acusa ainda o PT de coordenar "organizações sindicais e movimentos sociais como massa de manobra para os seus fins políticos e partidários".

Em entrevista à reportagem, Carvalhosa disse que os nove partidos mencionados na petição vão "explodir o caixa eletrônico do Tesouro Nacional". "Esses partidos são organizações criminosas que desviaram recursos da Petrobras e outras estatais e agora vão receber R$ 2 bilhões de um fundo público. Como não podem pegar mais dinheiro da Petrobras, vão assaltar o Tesouro Nacional e se apropriar do dinheiro do fundo", criticou.

Segundo Carvalhosa, o PSDB ficou de fora do pedido porque as denúncias que se lançaram contra o partido no âmbito da delação do grupo J&F são "mais recentes".

Defesas

Procurado pela reportagem, o PT defendeu a existência de partidos políticos para a consolidação da democracia e questionou a "sanha investigatória" contra a sigla.

O PMDB, por sua vez, reafirmou que as contribuições eleitorais recebidas pelo partido "estão devidamente declaradas à Justiça Eleitoral e observaram todos os requisitos legais vigentes à época".

O PSD informou que "confia na Justiça Eleitoral e sempre pautou sua atuação no cumprimento da legislação e das normas vigentes".

O PR comunicou em nota que "tem por norma não comentar assuntos formulados para o exame e análise do Poder Judiciário".

A presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), disse que não teve contato com a petição, mas considerou a medida "uma iniciativa claramente antidemocrática, uma tentativa de restrição da livre organização partidária, que é uma garantia constitucional básica".

O PRB considerou em nota que a petição "é fundamentada meramente em reportagens veiculadas na imprensa com frágeis embasamentos probatórios" e "carece de tecnicidade, pois não individualiza qualquer conduta do PRB capaz de ensejar uma condenação".

"Além de longa e enfadonha, a peça é juridicamente questionável. É uma ação temerária sem nenhum fundamento", criticou o PRB.

O PDT comunicou que não responderia. O PROS e o PP não se pronunciaram até a publicação deste texto.

Na expectativa de atrair o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) para disputar a Presidência da República em 2018, o Partido Ecológico Nacional (PEN) vai virar Patriota, apagar a causa ambiental de seu estatuto e dar uma guinada à direita. Seus filiados ficarão proibidos de se coligar com "partidos de extrema esquerda" e deverão ser contra o aborto e a legalização das drogas e se posicionar a favor da redução da maioridade penal e do uso de armas de fogo. Apesar do novo estatuto, Bolsonaro ainda não se filiou à legenda.

Segundo colocado nas pesquisas mais recentes de intenção de voto, numericamente à frente de Marina Silva (Rede) e atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro já disse estar "99%" certo da migração para o PEN. Mas aquele 1% está pendente desde agosto, quando a sigla adotou sua nova roupagem.

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Do antigo conjunto de regras, restaram apenas os pontos que tratam da estrutura partidária, como atribuições de conselhos e diretórios. Um estatuto tem como propósito regular os objetivos, a filiação, os direitos e deveres dos filiados e seus órgãos. Já apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mudanças ainda não foram homologadas pela corte.

O presidente nacional do PEN, Adilson Barroso, que na semana passada viajou aos Estados Unidos com Bolsonaro para encontrar investidores, disse que as novas regras foram moldadas para se ajustar ao pensamento do capitão da reserva do Exército, que, em seu sétimo mandato, está há 26 anos na Câmara dos Deputados. "Tudo (do estatuto) veio dele e do grupo dele", afirmou. Procurado pelo jornal 'O Estado de S. Paulo' para comentar o novo estatuto do PEN, o deputado federal não respondeu.

Ao convidar Bolsonaro para a sigla, Barroso, além de mudar o estatuto, colocou à disposição seu cargo. De acordo com ele, o deputado recusou a oferta.

O novo conjunto de regras, porém, apresenta agora a figura do presidente de honra - ainda sem ocupante -, que terá "a competência para a escolha de candidatos do partido para concorrer aos cargos de presidente e vice-presidente da República". Poderá ainda o presidente de honra "indicar seu próprio nome, não cabendo a qualquer outro órgão do partido, em nenhum nível ou instância, apresentar oposição". Esse presidente de honra terá também "o poder de veto quanto a qualquer aliança, parceria, conjugação e coligação partidária".

Impasse. O artigo 3.º do novo estatuto, por exemplo, determina que o Patriota não pode se coligar com "PT, PSOL, PC do B, PSTU, PPL, PCO, PCB e quaisquer outros que apoiem regimes autoritários". Essas novas regras, porém, já causam incômodo interno na legenda.

"É um radicalismo, o Bolsonaro prega o moralismo, mas aí pode se coligar com PR, PMDB. Só não pode coligar com extrema esquerda? Isso não existe. Cada eleição é uma eleição", afirmou Junior Marreca (MA), um dos três deputados federais do PEN. Ele e Walney Rocha (RJ) entraram, no mês seguinte à redação do novo estatuto, com duas ações no TSE nas quais pedem a suspensão das regras.

Marreca disse que, pessoalmente, não é contra a ida de Bolsonaro para a sigla, mas afirmou que as mudanças do estatuto não foram discutidas no partido. As duas ações - de Marreca e Rocha - alegam que a convenção partidária que aprovou as mudanças não ocorreu no prazo previsto pelo estatuto. Elas pedem o cancelamento da convenção. Barroso negou e disse que respeitou todas as datas.

De acordo com Marreca, nesta semana, o Conselho Nacional do PEN deve se reunir para decidir como proceder sobre o impasse. "Tem muita gente insatisfeita. Criou muito mal-estar", afirmou. Questionado se tem interesse em deixar a sigla caso as mudanças sejam confirmadas, Marreca negou. "Sou fundador do partido e não posso abrir mão por um detalhe ou outro. São pontos fáceis de consenso", disse o parlamentar.

Dúvida. Além da crise interna provocada pelo novo estatuto - que, segundo Barroso, vai entrar em vigor porque ele "sempre" foi "de direita" -, um outro problema apontado pelos deputados federais do PEN é que Bolsonaro ainda não é filiado ao partido. "Estou esperando por uma decisão dele em relação a essa questão. Ele precisa conversar com o partido, o conselho, os Estados. A gente precisa avançar politicamente. E, para avançar, ele tem de ter uma decisão se vem ou não (para o partido)", afirmou Rocha, que também é presidente do Conselho Nacional do PEN.

Barroso, porém, mantém a convicção na filiação de Bolsonaro ao antigo PEN e futuro Patriota. "Eu duvido que ele não seja candidato pelo Patriota", disse o presidente da sigla. "Ele não é um homem rico, é um homem de palavra e me deu sua palavra. Pode até ter arranhãozinho, todo casamento tem, mas não tem nenhuma maldade ou desonestidade", afirmou Barroso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Líderes de partidos da base aliada preveem que o presidente Michel Temer terá menos votos a seu favor na segunda denúncia em relação à primeira durante a votação da acusação no plenário da Câmara. A avaliação é de que a relação política entre os parlamentares e o Palácio do Planalto piorou. A votação da segunda denúncia no plenário da Casa está prevista para a próxima quarta-feira, dia 25.

Em linhas gerais, líderes partidários citam três motivos principais para o aumento dos votos contrários a Temer: 1) o não cumprimento de promessas do governo em relação a liberação de cargos e emendas; 2) o fato de os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) estarem juntos na segunda denúncia; 3) a perda do medo de punições, por o governo não ter punido deputados da base que votaram contra Temer na primeira denúncia.

“O clima está tenso. Com certeza, ele terá menos votos a favor dele”, afirmou o líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG), que comanda a quinta maior bancada da Casa, com 39 parlamentares. De acordo com ele, a bancada do PSD deve dar de três a cinco votos novos contra Temer na segunda denúncia. Na primeira denúncia, o partido tinha 40 deputados, dos quais 14 votaram contra Temer, 22, a favor e dois se ausentaram.

O líder do PR, José Rocha (BA), também prevê que Temer receberá menos votos a seu favor na segunda denúncia. “No PR, há uma insatisfação muito grande por não terem cumprido o compromisso de liberação de emendas impositivas. Ano que vem é ano eleitoral”, afirmou Rocha, sem dar uma estimativa de votos na bancada. Na primeira denúncia, o PR deu 28 votos a favor do presidente e nove contra. Outros três parlamentares se ausentaram.

Apesar dos avisos ao Governo, a maioria dos partidos da base aliada agiu para ajudar o governo. PR e PSD, por exemplo, mudaram seus integrantes titulares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para ajudar Temer a barrar a segunda denúncia. O colegiado aprovou nesta quarta-feira, 18, o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) recomendando a rejeição da denúncia.

NA PRESSÃO – Às vésperas da votação da segunda denúncia contra Michel Temer na Câmara, o Governo pretende liberar dezenas de cargos para deputados de partidos como PP, PR, PTB e PRB. A estratégia procura conter ameaças de rebelião e manter a base aliada para a sessão da próxima quarta-feira. As indicações dessas siglas - que integram o chamado Centrão - começaram a ser destravadas e, segundo o Palácio do Planalto, devem ser liberadas até o dia da votação. O atraso nas nomeações provocou mal-estar entre o Governo e esses partidos, principalmente por que eles ajudaram a barrar a primeira denúncia contra o presidente, em agosto.

Ação em favor do estaleiro – O deputado pernambucano Fernando Monteiro (PP) cumpriu papel importante na Comissão Mista que aprovou a Medida Provisória (MP) 795, que desonera tributos das atividades de exploração e produção de petróleo e de gás natural exercidas por empresas no Brasil. Negociação do governador Paulo Câmara (PSB) e de Fernando, a MP acabou alterada para assegurar a manutenção do polo naval brasileiro, incluindo os estaleiros pernambucanos. Segundo Fernando Monteiro, a mobilização continua para garantir a aprovação no plenário. “A aprovação desta MP vai garantir o futuro da indústria naval de Pernambuco e a manutenção de milhares de empregos”. Em negociação com o relator da Comissão, deputado Júlio Lopes, foi possível incluir no texto da MP um parágrafo que proíbe a isenção de impostos na importação de embarcações destinadas à navegação de cabotagem e à navegação interior de percurso nacional.

Patrono ameaçado – Diante do movimento, promovido por alguns parlamentares no Congresso Nacional, de retirar o título de Patrono da Educação Brasileira de Paulo Freire (1921-1997), o deputado Danilo Cabral (PSB) assinou uma moção de repúdio contra a iniciativa. Segundo o socialista, atribuir o descaso que o processo histórico do Brasil deu à causa da educação ao educador Paulo Freire é um absurdo. “Se o Brasil vive essa situação hoje, é porque nunca se deu à educação o seu devido valor, o de ser um instrumento para a transformação da vida das pessoas”, destacou. A moção de repúdio foi apresentada pelo deputado Glauber Braga (PSol-RJ) na Comissão de Educação, da Câmara dos Deputados, por causa da tramitação de uma proposta, que tramita no site do Senado, através do e-cidadania, para revogar a lei 12.612 que confere o título a Paulo Freire. São necessárias 20 mil assinaturas para que o tema seja debatido no Senado – ontem (19) mais de 21 mil pessoas já tinham assinado a petição.

Teatro sem reforma – Foi suspensa a licitação para reforma do Teatro do Parque. De acordo com a Prefeitura do Recife, um novo processo será formalizado para permitir que os serviços sejam executados com recursos federais. Com 102 anos, o espaço foi fechado pelo poder público, em 2010, para uma obra, ainda não concluída. A Prefeitura alegou, por meio de nota, que foi preciso suspender e refazer o processo, porque o repasse do Ministério da Cultura (Minc) só foi confirmado quando a administração municipal já havia assegurado a reforma e restauro do teatro.

Protesto por mais casas – Representantes da Associação dos Construtores de Pernambuco (ACP) realizaram, ontem, um protesto no Centro do Recife. Filiada à Federação Nacional das Pequenas Construtoras (FENAPC), a entidade exige ao Governo Federal a retomada dos financiamentos para o Programa Minha Casa Minha Vida. A categoria informa que chegou a firmar, em média, seis mil contatos por ano com a Caixa Econômica Federal (CEF). Em virtude do corte de recursos, atualmente, não é possível assinar nem 20% desse total de acordos. A manifestação contou com a participação de cerca de 500 pessoas. Elas saíram, às 9h30, do Parque Treze de Maio, no Centro, e seguiram até a Agência Central da Caixa. Por volta das 11h30, foram recebidos pela gerência da instituição financeira.

CURTAS

ATRASO DE CACHÊS – O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) faz um convite a sociedade civil, especialmente a classe artística, para debater, no próximo dia 9 de novembro, às 14h, na sede da Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco, no bairro de Santo Antônio, as razões constantes dos atrasos nos pagamentos das atrações artísticas contratadas Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

PLENÁRIA DO PT – No próximo domingo, o PT de Pernambuco promove, em Serra Talhada, plenária com os diretórios municipais, lideranças, prefeitos e parlamentares das regiões do Sertão do Pajeú, Moxotó, Central e Itaparica. Na pauta, debates sobre as conjunturas nacional e estadual; eleições 2018; e organização partidária na região. A proposta é aprofundar a discussão sobre o fortalecimento do PT onde ele já existe, apoiando, inclusive, a atuação dos prefeitos e vereadores.

Perguntar não ofende: Quais as chances do prefeito de São Lourenço, Bruno Pereira (PTB), de reassumir o mandato?

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