No último domingo (25), Paula Fernandes fez uma série de revelações durante entrevista ao Domingo Espetacular. No programa, a cantora começou o bate-papo relembrando o grave acidente de carro sofrido em agosto deste ano enquanto dirigia por uma rodovia de São Paulo.

"Eu lembro que eu tinha olhado o painel, que eu tenho uma memória ótima, estava a 96 quilômetros por hora, mais ou menos. Dentro da cidade já, na Castelo Branco, era umas 19h e pouco da noite, eu acho. Eu só ouvi o barulho e olhei no retrovisor. Eu já vi a luz rodando, porque o carro já tinha perdido o controle. Ele estava tão descontrolado que conseguiu bater a lateral direita dele na minha lateral direita. Na primeira capotada foi o maior barulho e quebrou o teto solar, que ele caiu inteiro de cabeça, virou mais uma vez e bateu de novo. A gente virou duas vezes até a hora que ele parou. Quando caiu a segunda vez, ele ainda arrastou porque foi muito violento. A gente arrastou, eu estou de cabeça baixa, fechei o olho e fiz aquela posição que pedem no avião. Foi instintivo, baixar entre as pernas. E na minha cabeça passou um filme: Eu vou morrer hoje, alguma coisa vai bater na minha cabeça. E eu ficava esperando a coisa bater na minha cabeça. Na hora que parou de cabeça para baixo, que eu vi que estava bem e não tinha sofrido nada, eu gritei para o meu marido: Está tudo bem? E ele gritou: Está tudo bem, vamos sair daqui agora", disse.

O susto fez com que ela adquirisse uma nova visão sobre a vida.

"Eu sempre fui muito ansiosa e estou tentando viver um dia de cada vez, porque a gente não tem controle de nada e tentar viver da melhor maneira possível. As coisas pequenas realmente se tornaram coisas muito pequenas. Asa grandes são valorizar a família, estar com os amigos, fazer coisas que a gente gosta, fazer mais shows, fazer mais música. Deus me deu uma nova chance e eu estou aqui conversando com você, vivendo esse momento que a gente vai lembrar daqui um tempo, mas ele é único, só tem hoje", afirmou.

Depressão

A artista também falou sobre o período difícil que enfrentou aos 18 anos de idade, quando chegou a pensar em abandonar a carreira musical.

"Eu adoeci mesmo de depressão, foi um momento muito difícil, mas também muito enriquecedor de autoconhecimento. Depois daquela fase difícil, eu comecei a trilhar o caminho da fênix, de renascer das cinzas e virar o pássaro de fogo entre 2008 e 2009, quando a coisa começou a caminhar para mim. Nessa época que eu comecei a acontecer no Brasil, eu já não tinha mais nenhum quadro depressivo", contou.

Roberto Carlos

Ao ser questionada, ela explicou a verdade por trás dos boatos de que teria tido um caso com Roberto Carlos, surgidos após ela ser convidada a cantar com ele em um show.

"Foi uma cruzada de pernas que mudou a minha vida, então cruzem as pernas todos os dias da vida e várias vezes no dia para ver se a vida muda. Ele é um gentleman, um lorde, extremamente educado. Uma pessoa que me deixou extremamente à vontade no palco, ele foi muito gentil em ter me convidado, porque eu não era uma artista conhecida, ele realmente acreditou. Sempre foi difícil estar em um meio dominado por homens, ser uma mulher digna, talentosa, que sabe o que quer. Eu deixo um recado para todas as mulheres que estão me assistindo, que não permitam serem desrespeitadas dessa forma porque todas nós temos a capacidade de sermos vitoriosas sem cruzar as pernas para ninguém", declarou.

Ainda esclarecendo algumas informações, Paula contou como aconteceu o fim do contrato com a empresa de Leonardo.

"É legal a gente falar sobre esse assunto, porque muito se foi dito a respeito de uma situação que acontece com outros artistas. Você pode não estar satisfeito com a filosofia de trabalho de uma empresa, de um escritório e não querer continuar. Venceu os meus quatro anos de contrato, eu quis sair mesmo, mas eu nunca tive nenhum atrito com o Leonardo, nunca conversei com ele sobre isso. Ele era apenas dono do escritório. Eu sou uma pessoa extremamente honesta e eu não me adaptei ao sistema que eles queriam trabalhar, ponto final. Tchau, bença, valeu quatro anos, próximo, segue. Não tenho rancor nenhum", garantiu.

E revelou que prefere ser reservada, pois já sofreu muito assédio: "Eu sempre fui assediada, eu era a única. Assédio das pessoas quererem, eu era solteira. Assédio sexual não, assédio de assediar. De chegarem e querer me namorar, querer ter alguma coisa comigo e eu sempre fui muito séria então eu acho que isso também gerou essa distância. Eu sempre estiquei o braço para as pessoas: Muito prazer, eu sou a Paula Fernandes e vim aqui para trabalhar".

A cantora não fugiu das perguntas e foi sincera ao comentar sua fama de antipática.

"Eu convivo com isso já há um tempo. No princípio, eu não entendia porque quando a gente está dentro vivendo aquele turbilhão, você não tem noção do que está acontecendo fora e eu acho que Paula Fernandes se tornou uma artista grande demais para uma menina com uma equipe muito despreparada para viver aquilo. Então a gente podia caminhar até certo ponto. A partir dali, a gente perdeu o controle. Eu acredito que eu tenha cometido muitos erros por despreparo, inexperiência e também tinha uma equipe que não estava preparada para algo tão grande", disse.

Por fim, compartilhou outro motivo que atrapalhou sua carreira. "Comecei a fazer um tratamento para enxaqueca crônica, isso interferia muito na minha qualidade de vida e também na minha qualidade de trabalho porque eu lembro de ter tocado, de ter exercido o meu trabalho inúmeras vezes com muita dor e muito incômodo. Eu realmente sofri muito com isso, porque eu via o olhar de decepção das pessoas, mas eu também ficava decepcionada de não conseguir atender a toda aquela demanda, porque as pessoas que estão em casa não entendem às vezes que por trás do artista que está aqui tem uma pessoa que teve um problema em casa, brigou com o namorado, está de TPM, é mulher...", disse.