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O juiz federal Sérgio Moro condenou neste domingo, 13, o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira e outras 12 pessoas, incluindo empresários e operadores, no âmbito da Operação Lava Jato. Ferreira foi sentenciado a nove anos e 10 meses no regime inicial fechado por lavagem de dinheiro de R$ 2,1 milhões e associação criminosa - a denúncia envolve R$ 20 milhões em propinas no âmbito de contrato da Petrobras.

Paulo Ferreira é o terceiro ex-tesoureiro do PT condenado por Moro na Operação Lava Jato. Antes dele, João Vaccari Neto - preso desde abril de 2015 - e Delúbio Soares já haviam sido sentenciados por supostos desvios na Petrobras. Na sentença em que impôs 9 anos e 10 meses a Ferreira, Moro citou outros petistas.

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O magistrado diz ser "certo, por outro lado, que, conforme vários depoimentos, como de Paulo Roberto Costa, Ricardo Ribeiro Pessoa, Pedro José Barusco Filho, Renato de Souza Duque, bem como conforme sentenças já prolatadas nas ações penais conexas, era João Vaccari Neto o representante do Partido dos Trabalhadores no esquema criminoso que vitimou a Petrobras, cabendo a ele arrecadar a parcela de vantagem indevida acertada entre os agentes da Petrobras e as empreiteiras, mesmo antes de ter assumido o carto de Secretário de Finanças do Partido dos Trabalhadores".

"Entretanto, isso não significa que outros agentes políticos do Partido dos Trabalhadores não eram também beneficiários de valores a eles direcionados pelo próprio João Vaccari Neto, o que foi o caso, por exemplo, do ex-Ministro José Dirceu de Oliveira e Silva", anotou.

Segundo a denúncia "o Consórcio Novo Cenpes, formado pelas empreiteiras OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia, Construcap CCPS Engenharia e Schahin Engenharia, teria vencido a licitação de obras junto à Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás de construção predial para ampliação do CENPES (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello) - IECP mediante ajuste fraudulento de licitação e, ademais, teria pago vantagem indevida a executivos Petrobrás e a agentes políticos".

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, "o montante da propina foi apontado como sendo de 2% do valor do contrato e dos aditivos, cerca de R$ 20.658.100,76".

"Adir Assad, Rodrigo Morales e Roberto Trombeta seriam, segundo a denúncia, profissionais da lavagem, e disponibilizavam, mediante expedientes fraudulentos, dinheiro em espécie às empreiteiras e que o utilizavam para efetuar pagamentos a agentes públicos ou políticos", consta nos autos.

A denúncia também inclui operações de intermediação de propinas e de lavagem de dinheiro de Alexandre Correa de Oliveira Romano, em benefício de Ferreira.

Nos esquemas, Ferreira é apontado como beneficiário em nome do PT.

Além dele, foram condenados também Adir Assad, Alexandre Romano, Roberto Trombeta, Rodrigo Morales, Agenor Medeiros, Edison Freire Coutinho, Genésio Schiavinato Júnior, Léo Pinheiro, José Antônio Marsílio Schwartz, Ricardo Pernambuco, Renato de Souza Duque, e Roberto Capobianco.

De acordo com a denúncia, "foi oferecida vantagem indevida à empresa WTorre, que havia apresentado a melhor proposta na licitação, para que se afastasse do certame, o que propiciou a atribuição do contrato ao Consórcio Novo Cenpes, segunda colocada". A empresa nega.

Defesas

Em nota, o advogado Elias Mattar Assad, defensor de Paulo Ferreira, que responde em liberdade, reafirma sua inocência e diz que vai recorrer.

A reportagem está tentando contato com as defesas dos outros acusados, mas ainda não obteve resposta.

Um mês e meio após deixar a cadeia da Lava Jato, o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira informou à Justiça que quitou o valor de sua fiança. Os advogados que defendem o petista entregaram ao juiz federal Sérgio Moro na quarta-feira (15) um comprovante de depósito de R$ 34.988 mil - saldo remanescente do montante total de R$ 200 mil que Moro impôs a Ferreira para soltá-lo.

Alvo da Operação Abismo, 31º desdobramento da Lava Jato que investiga propinas em obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), Ferreira foi preso em 23 de junho do ano passado.

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Em dezembro, Ferreira confessou a Moro, durante audiência na 13ª Vara Federal de Curitiba, base da Lava Jato, que "o PT - e os outros partidos políticos - trabalham com recursos não contabilizados". "Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é negar o óbvio", disse, na ocasião.

Dois dias após a confissão, Moro mandou soltar o petista, mas em contrapartida estipulou fiança de R$ 1 milhão. Ferreira, no entanto, ficou preso por quase dois meses, pois, segundo sua defesa, não tinha como recolher a quantia estabelecida.

Em janeiro, a juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro em férias, reduziu a fiança para R$ 200 mil, valor também não alcançado por Ferreira - seus advogados depositaram R$ 164,9 mil e ofertaram ainda um Citroen C4 Pallas 2.0.

Em 2 de fevereiro, o juiz da Lava Jato, de volta das férias, confirmou o valor a ser recolhido em R$ 200 mil e mandou soltar o ex-tesoureiro, mas determinou que a quantia remanescente deveria ser depositada em 45 dias. "Concedendo ao acusado o benefício da dúvida, pois é possível que tenha gasto o valor que lhe teria sido repassado com consumo ou em outras finalidades, é o caso de liberá-lo desde logo", decidiu Moro, então.

Ao mandar soltar o ex-tesoureiro, Moro impôs a ele, além da fiança, cinco condições: 1) proibição de deixar o País e a obrigação de entregar os seus passaportes, brasileiros e estrangeiros; 2) comparecimento a todos os atos do processo, salvo se dispensado expressamente; 3) proibição de deixar sua residência por mais de 20 dias sem autorização do Juízo; 4) proibição de mudar de residência sem autorização do Juízo; 5) proibição de se aproximar ou de contatar, direta ou indiretamente, outros acusados ou testemunhas deste feito e seus familiares, inclusive e principalmente Alexandre Correa de Oliveira Romano (Chambinho, delator).

Na quarta-feira, dia 15, enfim, os advogados que defendem o petista entregaram a Moro um comprovante de depósito de R$ 34.988 mil. Ferreira está livre da prisão, mas não da Lava Jato.

A força-tarefa da Operação Lava Jato requereu à Justiça Federal, na segunda-feira (23), que ordene à Caixa depósito judicial - a título de fiança - do crédito de R$ 158.770,55 detido no banco pelo ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira. Ele foi preso na Operação Abismo, 31.º desdobramento da Lava Jato, em 23 de junho de 2016, que investiga desvios em obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes).

Em 16 de dezembro, depois que o petista confessou a captação de recursos ilícitos nas campanhas de seu partido e nas campanhas das outras legendas, o juiz Sérgio Moro impôs fiança de R$ 1 milhão para Ferreira sair da cadeia.

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A defesa do ex-tesoureiro entrou com dois pedidos de reconsideração, alegando que o petista está desempregado e com dívidas.

Em 12 de janeiro, a juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro em férias, reduziu o valor da fiança de R$ 1 milhão para R$ 200 mil.

Os defensores de Ferreira argumentaram à juíza dificuldades em levantar o valor de R$ 158.770,55 referentes à carta de crédito de consórcio imobiliário que ele mantém junto à Caixa Econômica Federal, "eis que a instituição financeira estaria exigindo que somente o requerente, pessoalmente, poderia levantar o numerário".

A defesa ofereceu, como garantia, veículo de sua propriedade que estaria em posse de sua mulher, em Brasília, e que segundo a tabela Fipe estaria avaliado em R$ 34.988,00. Solicitou à Gabriel Hardt que coloque o petista em liberdade "com o encargo de, em quinze dias, providenciar o depósito do valor da carta de crédito, e, em trinta dias, complementar o depósito do valor remanescente até atingir R$ 200 mil".

Na segunda-feira, 23, os procuradores da República Julio Carlos Motta Noronha e Roberson Henrique Pozzobon, que integram a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, pediram o depósito judicial do montante relativo à carta de crédito de Paulo Ferreira.

"Uma vez que o acusado não deteria quaisquer outros bens, requereu-se a redução da fiança para o montante de R$ 34.988,00, correspondente a veículo automotor, único bem disponível supostamente detido por Paulo Ferreira, ou a liberação do acusado do recolhimento de fiança em razão da alegada impossibilidade, podendo outras medidas cautelares serem a ele opostas pelo Juízo", assinalam os procuradores.

"Não obstante o que alega a defesa do acusado, não restou comprovada a impossibilidade de recolhimento do valor de fiança arbitrado", argumentam. "É de todo possível requerer a esse Juízo a expedição de ordem judicial direcionada à Caixa Econômica Federal determinando o saque do crédito de R$ 158.770,55 detido por Paulo Ferreira perante aquela instituição financeira e seu respectivo depósito em conta judicial correspondente ao recolhimento da fiança do acusado."

Os procuradores observam que "a defesa não juntou documentos comprobatórios relativos à propriedade do mencionado veículo automotor ou à inexistência de ônus que sobre ele recaiam, nem mesmo informando o modelo, número de Registro Nacional de Veículos Automotores - Renavam - e placa do bem, impossibilitando a consulta por este órgão ministerial". "Da mesma forma, o alegado valor de avaliação do bem pela tabela Fipe não restou comprovado, pelo que não pode ser aceito como garantia ao pagamento de fiança arbitrada."

O juiz federal Sérgio Moro negou nesta segunda-feira, 19, à defesa do ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira aliviar a fiança de R$ 1 milhão. Na semana passada, Moro revogou a prisão do petista, mas impôs a ele o recolhimento daquele valor.

Alvo da Operação Abismo, 31.º desdobramento da Lava Jato que investiga propinas em obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), Ferreira foi preso no dia 23 de junho.

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Na última sexta-feira, 16, a defesa enviou um pedido de reconsideração a Moro, alegando "que não tem condições de pagamento, por (ele, Ferreira) estar sem renda e com o patrimônio imobilizado".

Moro destacou na decisão desta segunda que a "fiança é imprescindível". "A defesa não realiza qualquer demonstração de suas afirmações, deixando de discriminar o patrimônio do acusado ou de demonstrar que ele, como afirma, estaria imobilizado por ordem de outro Juízo", anotou o magistrado.

Após a decisão de Moro, a defesa fez um novo pedido de reconsideração nesta tarde. Os advogados Elias Mattar Assad e Vicente Bomfim afirmaram que o ex-tesoureiro está desempregado, com dívidas junto ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal e bens bloqueados pela Operação Custo Brasil - outra investigação.

"Impor o pagamento de fiança no montante arbitrado é o mesmo que indeferir o pedido, vez materialmente impossível seu pagamento. Ainda que o requerente tivesse o referido valor, este estaria bloqueado por decisão da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo", anotaram os defensores.

Paulo Ferreira foi interrogado na quarta-feira, 14, por Moro e confessou que o PT - e os outros partidos políticos - trabalha com recursos não contabilizados. O ex-tesoureiro da legenda disse que "negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é negar o óbvio".

Ao decretar a revogação da prisão de Paulo Ferreira, o juiz estabeleceu cinco medidas a serem obedecidas pelo réu, inclusive proibição de manter contato com o delator Alexandre Romano, o Chambinho:

1) proibição de deixar o País e a obrigação de entregar os seus passaportes, brasileiros e estrangeiros;

2) comparecimento a todos os atos do processo, salvo se dispensado expressamente;

3) proibição de deixar sua residência por mais de 20 dias sem autorização do Juízo;

4) proibição de mudar de residência sem autorização do Juízo;

5) proibição de se aproximar ou de contatar, direta ou indiretamente, outros acusados ou testemunhas deste feito e seus familiares, inclusive e principalmente Alexandre Correa de Oliveira Romano.

O juiz federal Sérgio Moro revogou nesta sexta-feira, 16, a prisão preventiva do ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, mas impôs a ele fiança de R$ 1 milhão. Alvo da Operação Abismo, 31.º desdobramento da Lava Jato que investiga propinas em obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), Ferreira foi preso no dia 23 de junho.

Na última quarta-feira, 14, ele foi interrogado por Moro e confessou que o PT - e os outros partidos políticos - trabalha com recursos não contabilizados. Ele disse que "negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é negar o óbvio".

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"É um problema da cultura política nacional, dr. Moro", disse o ex-tesoureiro. "Eu não estou aqui prá mentir prá ninguém. Estou aqui prá ajustar alguma dívida que eu tenha, minha disposição aqui é essa."

Ao decretar a revogação da prisão de Paulo Ferreira, o juiz estabeleceu cinco medidas a serem obedecidas pelo réu, inclusive proibição de manter contato com o delator Alexandre Romano, o Chambinho:

1) proibição de deixar o País e a obrigação de entregar os seus passaportes, brasileiros e estrangeiros;

2) comparecimento a todos os atos do processo, salvo se dispensado

Expressamente;

3) proibição de deixar sua residência por mais de 20 dias sem autorização do Juízo;

4) proibição de mudar de residência sem autorização do Juízo;

5) proibição de se aproximar ou de contatar, direta ou indiretamente, outros acusados ou testemunhas deste feito e seus familiares, inclusive e principalmente Alexandre Correa de Oliveira Romano.

"Não é momento aqui de avaliar as provas, mas reputo viável rever a prisão cautelar de Paulo Adalberto Alves Ferreira, em vista do término da instrução", assinalou Moro em sua decisão. "O término da instrução diminui riscos às provas e no presente caso, como ocorre em alguns outros casos, não há uma indicação de que o acusado oferece um risco às próprias fontes de provas, como as testemunhas ou colaboradores."

O juiz da Lava Jato destacou que "o próprio acusado confessou parte dos fatos narrados na denúncia, especificamente reconheceu o recebimento de valores significativos de Alexandre Correa de Oliveira Romano, embora tenha alegado, como álibi, que seriam contribuições de campanha, de origem por ele desconhecida, para a eleição de 2010, mesmo havendo, em princípio, pagamentos também em 2011, 2012 e 2013".

"Apesar da confissão parcial, cujo álibi será examinado no momento próprio, ela também representa um certo esvaziamento do risco às provas", observou o juiz.

Ao fixar a fiança de R$ 1 milhão, Moro assinalou: "Apesar da declaração dele (Ferreira) de que atualmente não disporia de renda ou de que não teria enriquecido pessoalmente com o crime, o fato é que, envolvendo a imputação o crime de lavagem de dinheiro, não é possível, por ora, dar fé a esse tipo de alegação, já que a lavagem pressupõe atuação subreptícia e ocultação de patrimônio. O fato é que, como ele mesmo admite, valores significativos lhe foram repassados por Alexandre Romando, mesmo fora do período eleitoral. A fiança deve ser prestada por depósito em dinheiro, assegurando a liquidez necessária à garantia do Juízo."

O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira confessou na quarta-feira, 14, o juiz federal Sérgio Moro que o PT - assim como os demais partidos políticos - trabalha com recursos não contabilizados. Réu da Operação Lava Jato e preso desde 23 de junho, Ferreira foi interrogado em Curitiba. Ele disse que "negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é negar o óbvio".

Ferreira foi preso na Operação Abismo, 31.ª fase da Lava Jato. Além do ex-tesoureiro, 13 investigados são réus. O petista é acusado de ter recebido propinas nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás (Cenpes), no Rio.

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Durante o interrogatório, o juiz perguntou ao ex-tesoureiro: "O Partido dos Trabalhadores comumente tem feito declarações públicas de que não trabalha com recursos não contabilizados. Salvo engano, na minha compreensão, o senhor está afirmando algo diferente, que havia esses pagamentos, inclusive aqui na sua própria campanha. O senhor saberia explicar essa contradição?"

Paulo Ferreira respondeu: "É um problema da cultura política nacional, doutor Moro. Eu não estou aqui para mentir para ninguém. Estou aqui para ajustar alguma dívida que eu tenha, minha disposição aqui é essa".

Em seguida, declarou: "Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é, na minha opinião, negar o óbvio". Moro, então, perguntou: "Inclusive no Partido dos Trabalhadores, na sua campanha?" "Exatamente", admitiu Ferreira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em São Paulo, mandou soltar nesta terça-feira, 13, o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, preso desde 23 de junho na Operação Custo Brasil - investigação sobre desvios de R$ 102 milhões no âmbito de empréstimos consignados no Ministério do Planejamento, gestão do ex-ministro Paulo Bernardo (Governos Lula e Dilma).

A decisão foi unânime, mas Ferreira vai continuar atrás das grades porque é alvo de outro mandado de prisão, este da Operação Abismo, 31º desdobramento da Lava Jato - neste caso, o juiz Sérgio Moro já abriu ação penal contra 14 alvos, entre eles o petista, por suposta propina nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cempes).

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O TRF-3 acolheu pedido de habeas corpus da defesa de Ferreira na Custo Brasil. Os advogados de defesa alegaram excesso de tempo em que ele está sob custódia. A desembargadora Cecília Mello, relatora, foi seguida pelos desembargadores José Marcos Lunardelli e Nino Toldo. Foi o segundo pedido de habeas impetrado pela defesa de Paulo Ferreira. O primeiro havia sido negado.

No julgamento desta terça, 13, Cecília Mello não reconheceu excesso de prazo, mas concedeu a ordem de habeas para revogar o decreto de prisão preventiva que pesava contra o ex-tesoureiro do PT na Custo Brasil.

Paulo Bernardo também foi preso, na ocasião em que a missão foi deflagrada, mas em menos de uma semana o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o ex-ministro dos Governos Lula e Dilma.

A Corte impôs a Paulo Ferreira medidas alternativas - entrega do passaporte, comparecimento mensal à 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, onde corre o processo da Custo Brasil, proibição de se encontrar com os outros acusados e tornozeleira eletrônica "se existente e disponível".

Defesa

O criminalista Guilherme Batochio, defensor de Paulo Ferreira na Custo Brasil, comentou a decisão. "Justiça foi feita. Realmente, não se faziam presentes os requisitos autorizadores dessa medida extrema que é a prisão preventiva. As coisas foram recolocadas no seu devido lugar", disse o advogado.

O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, alvo de mandado de prisão na Operação Abismo, 31ª fase da Lava Jato, afirmou em depoimento à Polícia Federal que "não tem conhecimento da existência de cartel de empresas que atuaram em licitações da Petrobras" e negou ter recebido propina de empreiteiras sobre obras da estatal. Paulo Ferreira foi tesoureiro da legenda entre 2005 e dezembro de 2009.

A Operação Abismo aponta que o ex-vereador do PT, em Americana (SP) Alexandre Romano, o Chambinho, intermediou propinas sobre obras do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) para Paulo Ferreira, que "teria recebido os valores na condição de agente do Partido dos Trabalhadores".

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Os investigadores da Abismo afirmam que parte da propina destinada a Paulo Ferreira, sobre obras do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio, foi direcionada para a escola de samba Estado Maior da Restinga, em Porto Alegre.

Os investigadores descobriram que a madrinha de bateria da Estado Maior da Restinga, Viviane Rodrigues, recebeu uma espécie de "mensalinho", abastecido com parte de propinas que teriam sido destinadas ao ex-tesoureiro do PT. Chambinho entregou à Procuradoria da República recibos de depósitos para a madrinha, a pedido de Paulo Ferreira. Entre 2010 e 2012, a sambista teria recebido R$ 61,7 mil em 18 parcelas.

À PF, o ex-tesoureiro afirmou que "conhece a escola de samba Sociedade Recreativa e Beneficente Estado Maior da Restinga, Viviane da Silva Rodrigues e Sandro Ferraz, bem como o presidente de tal escola". Disse ainda que "recebeu o título de imperador do samba do Rio Grande do Sul, que possui relação com o setor da cultura popular" do Estado e que "incentiva as escolas de samba, por meio de modalidade de financiamento, a exemplo de leis de incentivo".

Ferreira declarou à PF que conhece Chambinho desde 2006. O ex-vereador do PT foi preso em 2015 na Operação Pixuleco, fase da Lava Jato. Fez delação premiada e ganhou regime domiciliar. O ex-tesoureiro disse ser padrinho de casamento de Chambinho e não ter negócios com o ex-vereador do PT.

"Não recebeu valores em espécie de Alexandre Romano; em razão da relação de amizade e confiança que depositava em Alexandre Romano, acabou recebendo dele ajuda para a arrecadação de recursos para sua campanha para deputado federal em 2010", disse Ferreira no seu depoimento. "O dinheiro vinha de empresas que financiavam a sua campanha, bem como de recursos próprios de Alexandre Romano", completou.

Paulo Ferreira declarou que "não tem conhecimento de empresas de construção que teriam efetuado oferta e/ou pagamento de valores a funcionários da Petrobras". O ex-tesoureiro do PT disse ainda que não conhece o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e nem o ex-gerente executivo da companhia Pedro Barusco, um dos delatores de esquema de corrupção investigado na Lava Jato.

Segundo a Procuradoria da República, o esquema investigado na Abismo envolveu diversas empresas que pagaram mais de R$ 39 milhões em vantagens indevidas para empresa participante do certame, para Diretoria de Serviços e Partido dos Trabalhadores.

O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira se entregou na tarde desta sexta-feira, 24, à Justiça Federal em São Paulo. Paulo Ferreira teve prisão preventiva decretada pelo juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal, na capital paulista, na Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato.

O ex-tesoureiro está sob suspeita de envolvimento no esquema de fraude com empréstimos consignados, a partir de um contrato do Ministério do Planejamento, em 2010, na gestão do então ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PT). O ex-ministro foi preso nesta quinta-feira, 23.

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A Justiça decretou a prisão de 11 investigados, entre eles Paulo Ferreira e Paulo Bernardo.

O advogado José Roberto Batochio, responsável pela defesa do ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, disse que seu cliente não vai se apresentar à Polícia Federal, mas à Justiça, numa audiência de custódia. Alvo de um mandado de prisão preventiva na Operação Custo Brasil, o petista é procurado pela PF desde a manhã desta quinta-feira, 23.

Batochio afirmou ser "um direito natural da pessoa" não se entregar à PF. "A lei não pode coibir o anseio de liberdade", justificou. Ele não informou quando Ferreira se apresentará.

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Nesta quinta-feira, enquanto os agentes da PF percorriam endereços de Brasília na tentativa de encontrar Ferreira, ele dava entrevistas à imprensa por telefone. Dizendo-se tranquilo, almoçou em casa.

A Custo Brasil foi deflagrada às 6h. Os agentes da PF foram a um imóvel que seria de Ferreira na capital federal, mas foram informados de que ele não mora mais no local. Em seguida, bateram, sem sucesso, na sede do PT. O advogado do partido avisou que o ex-tesoureiro não aparecera ali. Eram 11h30.

Ao longo da manhã, Ferreira atendeu aos telefonemas de jornalistas e informou que estava em casa, em Brasília, "completamente à disposição" da PF. Primeiro, conversou com repórter da Rádio Gaúcha. "Estou tranquilo em relação a isso e acho natural que em algum momento surja meu nome, como surgiram na Operação Lava Jato alguns empresários dizendo que tinham ligação comigo. Isso faz parte da política", disse o ex-tesoureiro à rádio.

Em seguida, Ferreira falou ao jornal "O Globo": "Estou aqui aguardando. Ninguém me procurou ainda. Parece que tem um mandado e, como não me localizaram, disseram até que estou foragido". Por volta das 13h, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo ligou para o ex-tesoureiro. Uma mulher atendeu e explicou que ele só não falaria porque estava almoçando.

Conforme o inquérito da operação, como tesoureiro do PT, Ferreira iniciou as tratativas para viabilizar o pagamento de propinas no Ministério do Planejamento com os ex-ministros Luiz Gushiken (morto em 2013), da Secretaria de Comunicação Social, e Carlos Gabas (Previdência e Aviação Civil). Ele teria recebido parte dos recursos da empresa Consist, envolvida no esquema de corrupção que beneficiava o partido. Depois de deixar o cargo, a tarefa de tratar dos pagamentos teria passado para o sucessor, João Vaccari Neto.

À tarde, o ex-tesoureiro - que é marido da ex-ministra Tereza Campelo (Desenvolvimento Social) - desligou o celular. Às 19h desta quinta-feira, além dele, a PF considerava foragido o advogado Guilherme Gonçalves, acusado de receber suborno para o ex-ministro Paulo Bernardo. Os demais nove mandados de prisão preventiva foram cumpridos.

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