Tópicos | perfil

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quinta-feira, 22, a escolha do deputado federal eleito Luiz Marinho (PT-SP) para comandar o Ministério do Trabalho no novo governo - o Estadão antecipou a escolha. Marinho voltará a ser ministro de Lula 15 anos depois ter comandado o Ministério do Trabalho (2005 a 2007) e o Ministério da Previdência Social (2007 a 2008).

Marinho deixou o governo federal no final de 2008 para concorrer à prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), município que comandou de 2009 a 2016. Atualmente, ele preside o diretório estadual do PT em São Paulo e foi eleito deputado federal nas eleições de outubro, após derrotas em disputas para o governo do Estado, em 2018, e para a prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), em 2020.

##RECOMENDA##

Marinho fez carreira junto ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no qual ocupou a presidência entre 1996 e 2003. Sua principal vitória no comando da instituição foi em 1998, quando reverteu as demissões de 10 mil trabalhadores de Volkswagen e Ford. Na sequência, ocupou a presidência da CUT entre 2003 e 2004, chegando ao governo Lula sem nunca ter ocupado um cargo eletivo antes.

Já à frente do Ministério do Trabalho, em 2006, Marinho viu o salário mínimo saltar de R$ 300 para R$ 350, aumento real de 13%. No ano seguinte, o aumento foi de 5,1%, chegando a R$ 380. Quando decidiu concorrer à prefeitura de São Bernardo, obteve vitória em segundo turno 58,19% dos votos válidos (ou 237.617 votos). Já sob o momento de baixa do PT, ficou apenas em quarto lugar no pleito para o governo paulista em 2018. Em 2020, novo fracasso: foi derrotado em primeiro turno por Orlando Morando (PSDB).

Em 2018, Marinho foi acusado pelo Ministério Público Federal de fraude à licitação da obra de construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador, entre 2011 e 2012. Em 2020, ele e outros 15 réus acusados foram inocentados pelo juiz federal substituto Leonardo Henrique Soares, da 3.ª Vara Federal de São Bernardo do Campo. No ano passado, ele foi considerado novamente inocente pela Justiça.

É esperado ainda nesta semana que o Ministério da Educação receba o seu novo ministro: o ex-governador do Ceará e senador eleito Camilo Santana (PT). Como mostrou o Estadão com informação adiantada, o nome de Santana foi escolhido em reunião na segunda-feira (19) em Brasília. Além do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, estavam presentes o vice Geraldo Alckmin, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governador eleito do Ceará, Elmano de Freitas, e também a atual governadora Izolda Cela (sem partido).

Professor e político filiado ao Partido dos Trabalhadores, Santana tem extensa carreira no poder público. Entre 2003 e 2004, ocupou o cargo da superintendência adjunta do Ibama no Ceará e, posteriormente, assumiu a secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará entre 2007 e 2010, no governo de Cid Gomes.

##RECOMENDA##

Sua primeira disputa eleitoral de sucesso foi para deputado federal pelo Ceará em 2010, quando foi o candidato mais votado, com mais de 131 mil votos. Após dois anos no cargo, se licenciou para assumir a secretaria das Cidades no segundo governo de Cid Gomes.

Santana concorreu ao governo do Ceará pela primeira vez em 2014 na coligação liderada por Cid juntamente com o PT, PROS e outros partidos. Com Izolda Cela como vice na chapa, conquistou a liderança no primeiro turno e, posteriormente, venceu com 53,35% dos votos válidos na segunda etapa de votação.

A reeleição de Santana ao governo do Ceará foi com uma maior folga do que a votação em 2014. Com 79,96% dos votos, ele conquistou mais quatro anos como chefe do Executivo cearense, para o mandato de 2019 até 2022. Foi na sua segunda gestão que o ex-governador presenciou o motim da polícia militar do Estado que durou 13 dias. A paralisação, considerada ilegal no País, ganhou destaque após uma ação violenta envolvendo Cid Gomes, que ao tentar invadir um quartel com uma retroescavadeira, foi atingido com dois tiros por agentes grevistas.

Sem mais ter chances de continuar como governador, Santana concorreu nas eleições de 2022 a uma vaga no Senado Federal e foi eleito com 3,3 milhões de votos.

Após pressão do PT por um nome da sigla, Lula convidou Camilo para comandar o MEC. Inicialmente, o nome mais cotado para a pasta era o da atual governadora do Ceará, Izolda Cela, ex-filiada ao PDT que saiu do partido após brigas com o grupo do ex-presidenciável Ciro Gomes.

Uma conta do Twitter que divulgava os voos do jato particular de Elon Musk informou nesta quarta-feira (14) que foi suspensa pela plataforma, apesar da promessa do empresário de não tocá-la em nome da liberdade de expressão.

“Bem, parece que @ElonJet está suspensa”, tuitou seu criador, o estudante Jack Sweeney, em sua conta pessoal @JxckSweeney.

##RECOMENDA##

Com cerca de 500 mil seguidores, o perfil @ElonJet usava dados públicos para indicar automaticamente quando e onde decolava e aterrissava a aeronave de Musk, também chefe das empresas SpaceX e Tesla.

O bilionário havia dito publicamente que não mexeria nessa conta depois de adquirir o Twitter, compra concretizada no fim de outubro por 44 bilhões de dólares.

“Meu compromisso com a liberdade de expressão se estende inclusive a não proibir a conta que segue meu avião, ainda que isso seja um risco direto para minha segurança pessoal”, afirmou no início de novembro.

A conta pessoal de Sweeney segue, porém, acessível e indica como encontrar informações sobre o jato de Musk em outras redes sociais, como Instagram, Facebook e Mastodon.

Sites de acompanhamento de voos e diversas contas do Twitter oferecem dados em tempo real do tráfego aéreo.

As normas dos Estados Unidos exigem que aviões em áreas designadas estejam equipados com tecnologia que transmita suas posições utilizando sinais que podem ser captados por dispositivos relativamente simples.

Descobrir ou confirmar a quem pertence realmente uma aeronave pode requerer um pouco de investigação, disse Sweeney, que apresentou uma solicitação de registros públicos ao governo americano para confirmar a propriedade de Musk.

A suspensão do perfil ocorre um dia após o cofundador e ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey, defender publicamente os funcionários da empresa de tecnologia, criticados pelo bilionário por decisões relacionadas à moderação de conteúdo.

“Acredito firmemente que qualquer conteúdo produzido por alguém para a internet deve ser permanente até que o autor original escolha deletá-lo”, escreveu Dorsey.

Desde que assumiu o Twitter, Musk enviou mensagens contraditórias sobre o que está autorizado ou não na plataforma. Restaurou contas antes suspensas pela rede, incluindo a do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

Mas também cancelou a página do rapper Kanye West após a publicação de mensagens consideradas antissemitas. E rejeitou o retorno de Alex Jones, condenado a pagar uma indenização de 1,5 bilhão de dólares por desacreditar o massacre da escola Sandy Hook em 2012.

Paulo Sérgio Domingues e Messod Azulay Neto ocuparão vagas deixadas em aberto após aposentadoria de magistrados indicados em governos do PT.

O Senado sabatinou e aprovou nesta terça-feira, 22, os indicados do presidente Jair Bolsonaro (PL) para duas vagas abertas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Paulo Sérgio Domingues e Messod Azulay Neto assumem como ministros nos postos em aberto. Além deles, Liana Chaib vai ocupar uma vaga como ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

##RECOMENDA##

Paulo Sérgio Domingues é desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), de São Paulo, e ocupará a cadeira do ex-ministro Nefi Cordeiro, que se aposentou em março de 2021 e foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014.

Já Messod Azulay Neto é desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), do Rio de Janeiro, e assumirá a vaga deixada com a aposentadoria de Napoleão Nunes Maia Filho em dezembro de 2020, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2007.

Liana Chaib, por sua vez, é desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região (TRT-22), no Piauí. Ela foi indicada para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Renato de Lacerda Paiva, e integrou uma lista tríplice composta composta ainda pelas desembargadoras Joseane Dantas dos Santos, do TRT-21, e Ana Paula Lockmann, do TRT-15.

Nesta quarta-feira, 23, o Senado deve sabatinar os nomes cotados para as embaixadas brasileiras na África do Sul, Costa Rica, Guatemala, Líbano, Tanzânia e Vietnã. Nesta terça, foram aprovados os nomes dos embaixadores da Guiné Equatorial, Jordânia, Mauritânia, Sudão e Tunísia. Um impasse entre o atual governo e o PT foi formado em torno dos nomes cotados para as representações na Itália, Vaticano e Argentina, deixando as vagas em aberto até o momento.

Intimado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, a se explicar sobre operações que afetaram o transporte público de eleitores neste domingo, 30, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, assumiu o posto em abril de 2021, quando o presidente Jair Bolsonaro deu posse ao Anderson Torres no Ministério da Justiça.

Apoio a Bolsonaro

##RECOMENDA##

Em sua conta pessoal no Instagram, Vasques possui fotos ao lado de Bolsonaro em eventos do governo com a presença da PRF. Nas legendas, há, normalmente, agradecimentos ao governo e ao presidente pelos investimentos na PRF.

Vasques usou a conta para defender o voto no presidente Jair Bolsonaro. Ele publicou nos stories uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: "Vote 22, Bolsonaro presidente". A postagem foi apagada horas depois. Não é a primeira manifestação política do diretor-geral da PRF nesta eleição. Vasques já havia criticado, em evento no último dia 11, "autoridades que defendem a liberação das drogas".

Vasques, que tem 47 anos e é paranaense, faz parte do quadro da PRF desde 1995. Nesse período, já foi coordenador-geral de operações e secretário municipal de segurança e defesa social do município de São José (SC), além de ocupar outras posições de gerência, inclusive como superintendente da PRF em Santa Catarina. Antes de se tornar diretor, seu último posto foi como Superintendente da PRF no Rio de Janeiro, entre 2019 e 2021.

Segundo a sua descrição no site do governo, o diretor é "habilitado para atuar em diversas áreas da segurança, com experiência em grandes operações policiais no Brasil". Ele ainda faz parte do quadro de instrutores da UNIPRF.

Em março deste ano, Vasques foi condecorado com a medalha de Ordem do Mérito do Ministério da Justiça, evento que contou com a presença do Presidente da República. Segundo o governo, o objetivo da condecoração é agraciar autoridades que prestam notáveis serviços ao Ministério.

Caso Genivaldo

Depois, em maio deste ano, as Comissões de Direitos Humanos da PRF foram extintas, em portaria assinada por Vasques. As comissões tinham o objetivo de monitorar processos disciplinares contra agentes da corporação e realizar orientações sobre o tema.

A decisão foi tomada um pouco antes de Genivaldo de Jesus Santos ser morto por asfixia e insuficiência respiratória após ser colocado no porta-malas de uma viatura da PRF, onde uma bomba de gás lacrimogêneo foi detonada.

O diretor-geral da PRF também recebeu apelos da sociedade civil para que revertesse o sigilo de 100 anos aplicado sobre o histórico de processos administrativos dos cinco agentes envolvidos na morte de Genivaldo.

Na época, dois diretores da PRF, Jean Coelho e Allan da Mota Rebello, que chefiavam as diretorias executiva e de inteligência, foram dispensados e assumiram cargos de oficiais de ligação, além de serem enviados aos Estados Unidos para fazer um curso de mestrado no Colégio Interamericano de Defesa. Vasques, no entanto, permaneceu em seu cargo.

Responsável por detonar o escândalo do Mensalão durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-deputado Roberto Jefferson se converteu nos últimos anos à extrema direita, assumiu pautas antidemocráticas, com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), e se colocou com um dos mais ferrenhos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Após uma série de ataques e disseminação de fake news contra os ministros da Suprema Corte, o petebista recebeu agentes da Polícia Federal à balas neste domingo (23), após determinação de prisão expedida pela Justiça brasileira.

Condenado no Mensalão

##RECOMENDA##

Jefferson foi condenado por participação no esquema do Mensalão em novembro de 2012, a 7 anos e 14 dias de prisão pela venda de votos. Três anos depois, ganhou a liberdade condicional. Em 2008, em audiência na Justiça, confessou ter recebido R$ 4 milhões do esquema.

A carreira política de Jefferson começou em 1971. Foi filiado ao MDB até 1980, antes de se mudar ao PP e, posteriormente, ao PTB, partido que se transformou do trabalhismo pré-64 e do fisiologismo pós-redemocratização no reduto da extrema direita.

Em 1982, foi eleito deputado federal, sendo reeleito para cinco mandatos consecutivos, deixando a Câmara dos Deputados em 2005, após ser cassado pela Casa durante o processo do Mensalão.

Passou de um dos principais defensores do ex-presidente Fernando Collor no processo de impeachment, denunciante do Mensalão a soldado bolsonarista. No governo Michel Temer, emplacou a filha, Cristiane Brasil, como ministra do Trabalho, cargo que foi impedida de assumiu após vir à tona uma condenação que sofreu por crime trabalhista.

Em agosto do ano passado, o ex-presidente do PTB foi preso por ameaças aos ministros do STF, com vídeos em que empunhava armas. Jefferson ficou no Complexo Prisional de Gericinó, em Bangu, no Rio, mas foi transferido em janeiro deste ano para a prisão domiciliar. A defesa alegou que ele estava com a saúde fragilizada.

A transferência de Jefferson para a sua casa, na cidade Comendador Levy Gasparian (RJ), a 142 quilômetros da capital fluminense, previa a proibição de qualquer comunicação exterior, inclusive o uso de redes sociais, o veto de visitas e entrevistas sem autorização judicial e a proibição de falar com outros investigados do inquérito das milícias digitais.

Mesmo sob prisão domiciliar, o PTB escolheu Jefferson como candidato à Presidência, no dia 1º de agosto, durante convenção em Brasília. O ex-deputado afirmou à época que sua candidatura não seria para se opor à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas para "somar forças".

"Agora, em 2022, Bolsonaro se candidata à reeleição sozinho, contra tudo e contra todos, enquanto a esquerda se apresenta como um polvo com vários tentáculos na forma de múltiplas candidaturas, preenchendo todos os nichos possíveis desse eleitorado. Essa estratégia tem dado certo para a esquerda no mundo todo", disse.

No ano passado, o ministro Gilmar Mendes foi um dos ministros que vieram à público repreender os atos antidemocráticos de Jefferson.

"Há limites para a liberdade de expressão. Eu já disse inclusive a próximos do presidente da República, que me trouxeram essa preocupação, ‘olha é um exagero o caso da prisão do Roberto Jefferson’, aqui não se trata de liberdade de expressão. Quem posa usando armas, ameaçando as pessoas, dizendo que vai atirar neste ou naquele, ou que vai receber um oficial de Justiça a bala (…) não está usando a liberdade de expressão", disse Gilmar.

Retorno à prisão

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o ex-deputado federal e ex-presidente voltasse para a cadeia após ter descumprido as condicionantes de sua prisão domiciliar. Por determinação de Moraes, Jefferson estava impedido de usar as redes sociais. Ele está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, desde janeiro.

Na última semana, Jefferson apareceu em um vídeo publicado pela filha, a ex-deputada Cristiane Brasil, proferindo ofensas contra a ministra Cármen Lúcia, do STF. O petebista comparou a ministra com uma "prostituta" por ter acompanhado o voto do ministro relator, Alexandre de Moraes, a transmissão de declarações falsas contra Lula, candidato do PT à presidência, pela rádio Jovem Pan.

"Fui rever o voto da Bruxa de Blair, da Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan, e não dá para acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas, arrombadas, que viram para o cara e dizem: ‘Benzinho, no rabinho é a primeira vez’. Ela fez pela primeira vez. Abriu mão da inconstitucionalidade pela primeira vez", afirmou.

O ex-deputado é investigado no inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa que teria atentado contra a Democracia e as Instituições brasileiras.

Jefferson ganhou seguidores entre bolsonaristas e adeptos da extrema-direita após posar com fuzis e armas de alto calibre nas redes sociais. Ao ter a prisão determinada pelo STF, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do ex-deputado em busca de armamentos.

O Instagram pode adicionar em pouco tempo uma nova funcionalidade musical. De acordo com Alessandro Paluzzi, a rede social em breve permitirá que o usuário adicione uma música em seu perfil pessoal, compartilhando seu gosto musical com os visitantes de sua página.

Uma captura de tela desta nova funcionalidade começou a circular no Twitter e mostra um campo de “Selecione sua música” nas ferramentas de edição de perfil. Ainda é incerto como esta funcionalidade seria aplicada na prática, mas é plausível que apenas dê a opção de tocar uma música escolhida para os visitantes de seu perfil.

##RECOMENDA##

Esta nova ferramenta relembra os tempos retrô da internet, e talvez seja daí que a inspiração tenha surgido, uma que essa era uma das principais funcionalidades do já extinto MySpace. Nos dias de hoje, a integração com música também é presente no Tinder, permitindo que você conheça o gosto musical de seu pretendente antes de começar uma conversa.

Como esta informação não se trata de um anúncio oficial, alguns detalhes ainda estão indisponíveis, mas é possível imaginar que não será possível acrescentar seus próprios áudios, uma vez que isto abriria uma porta para a pirataria e violação de direitos autorais. Da mesma forma que acontece com os Stories ou posts do feed, alguma integração com os serviços como o Spotify devem ser a preferência desta nova funcionalidade. 

Era sábado, o último de janeiro de 2021, quando o petista Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Fernando Haddad e disse: "Não há mais tempo a perder". O ex-prefeito de São Paulo argumentava que o PT poderia esperar Lula recuperar os direitos políticos antes de apresentar um candidato à Presidência, mas acabou convencido pelo ex-presidente, na época cético. "Então vou dizer que estou fazendo isso a seu pedido", avisou Haddad.

A conversa sacramentou que ele seria, de novo, o adversário de Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo Palácio do Planalto. Lula achava que era preciso agir para movimentar as forças de esquerda com antecedência. Uma agenda de viagens pelo País foi montada para ele, um dos principais herdeiros políticos de Lula. Pouco mais de um mês depois, Haddad teria de reorientar os planos. O caminho a partir dali leva, hoje, o ex-ministro da Educação, de 59 anos, à liderança nas pesquisas na corrida pelo governo paulista e na esperança do PT de enfim chegar ao Palácio dos Bandeirantes.

##RECOMENDA##

A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de março de 2021, que anulou todas as condenações contra Lula proferidas na Lava Jato colocou o ex-presidente como candidato natural na disputa pelo Planalto. Após assumir de forma improvisada a derrotada candidatura à Presidência em 2018, quando Lula foi preso, Haddad mantinha a ideia de que seu papel em 2022 deveria ser o de ajudar a campanha nacional. Em nova conversa, ele e Lula avaliaram que a melhor forma de viabilizar o sucesso do PT no País era lançá-lo em São Paulo.

Haddad começou a trabalhar para construir uma aliança que colocasse Geraldo Alckmin próximo a Lula. Em uma tacada só, tornou-se padrinho da união Lula-Alckmin, selada em um jantar na sua casa, descartou o ex-tucano como um de seus concorrentes e se firmou no papel de articulador das alianças em torno seu palanque - e também do de Lula.

Governar o Estado é uma das obsessões do partido e, para quebrar barreiras no interior, de perfil mais conservador, Haddad escalou um batalhão de políticos de centro e com prestígio regional. Além do ex-governador Alckmin (hoje no PSB), tem ao seu lado a ex-ministra e candidata a deputada federal Marina Silva (Rede) e o também ex-governador Márcio França (PSB). Enfrenta o governador no cargo, Rodrigo Garcia (PSDB), e o candidato de Bolsonaro, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Por estratégia política, a campanha petista repete no Estado a polarização do plano nacional e prefere rivalizar com Tarcísio. Para bater em Garcia, o ex-prefeito faz uma ginástica argumentativa que permita criticar a gestão de João Doria (PSDB) sem avançar o sinal e atacar também gestões passadas dos tucanos, o que atingiria Alckmin.

Articulações

Comumente chamado de "o mais tucano dos petistas", Haddad, formado em direito pela Universidade de São Paulo (USP), onde fez mestrado em economia, doutorado em filosofia e é professor licenciado, aproveitou os canais abertos com políticos centristas, que antes eram fruto de críticas internas. Esteve por trás, por exemplo, da federação com o PV, da reaproximação do ex-presidente com Marina, Marta Suplicy e Cristóvam Buarque, e do apoio do PROS à candidatura de Lula.

Sempre à frente nas pesquisas, Haddad trabalhou para limpar o campo de candidatos de centro-esquerda e esquerda. Primeiro, esperou a negociação de Lula com Guilherme Boulos, para que o candidato do PSOL saísse da disputa. Depois, já não escondia o incômodo com França, que se lançou ao Senado só em julho - sua mulher, Lúcia França, passou a ocupar, como resultado da negociação, a vice na chapa.

Três disputas eleitorais e duas derrotas depois, integrantes da campanha dizem que Haddad é menos uspiano e mais político. Não porque tenha abandonado o perfil intelectual, mas porque se mostra à vontade como um "articulador do alto clero", como define um correligionário do PT.

Haddad, porém, segue refratário a críticas à sua gestão no Ministério da Educação e na Prefeitura. No primeiro debate, demonstrou irritação ao ouvir de Tarcísio a provocação de que era avaliado como "pior prefeito" de São Paulo. Respondeu imediatamente: "Quem for ao Google, digite 'genocida'", referência às críticas a Bolsonaro pela condução da pandemia da covid-19.

Pautas

A campanha do petista manteve forte apelo à pauta econômica, um espelho da aposta nacional do PT. Haddad faz a promessa de reindustrializar o Estado com foco em uma agenda sustentável, zerar impostos da carne e da cesta básica e congelar o IPVA por quatro anos. O tema da segurança, uma pauta cara a adversários, também entrou na ordem do dia - promete manter as câmeras nos uniformes dos policiais e adotar um plano de valorização da corporação.

Sem disputar eleição em 2020, Haddad mergulhou em período recluso, e leu 250 livros para escrever sua obra mais recente: O Terceiro Excluído - contribuição para uma antropologia dialética. A ideia nasceu a partir de conversa com o linguista Noam Chomsky. Há duas semanas, o acadêmico americano mandou mensagem com elogios ao livro. Aliados dizem que Haddad comemorou tanto ou mais do que deve fazer se ganhar a eleição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em março deste ano, Anderson Ferreira, do Partido Liberal, deixou seu segundo mandato à frente da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes para entrar na disputa pelo Governo de Pernambuco. Com experiência no Executivo, o recifense migra para a esfera estadual como o novo cabo eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, de quem hoje é companheiro de partido. Além do PR, o ex-prefeito também tem na sua comitiva o empresário Gilson Machado, antes ministro do Turismo de Bolsonaro e agora candidato ao Senado Federal. 

O político começou a carreira em 2010, quando se candidatou a deputado federal pelo então Partido da República (PR). Recebeu 48.435 votos e entrou na Câmara pelo cálculo da média. Cumpriu o mandato de 2011 a 2014. Em 2014, candidatou-se a deputado federal novamente, ainda pelo PR. Em 2016, ainda pelo PR, disputou a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes pela primeira vez.  

##RECOMENDA##

Em 2017, se filiou ao PL, partido pelo qual concorreu à reeleição em 2020. Ganhou no 1º turno com 54,28% dos votos válidos, que correspondem a 144.586 votos. 

Família e conservadorismo 

Como indica o sobrenome, Anderson integra o tradicional grupo dos Ferreira, uma das muitas famílias com influência política e empresarial no estado. É filho de Manoel Ferreira da Silva, também empresário do ramo imobiliário, pastor evangélico e deputado estadual há oito mandatos. Manoel atualmente é filiado ao PL e ocupa assento na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) desde 1986. 

Seu irmão, o deputado federal André Ferreira, também do PL, coordenou sua campanha ao Governo e foi articulador da pré-campanha local do Presidente da República. O cunhado de Anderson, Fred Ferreira, também está na política pernambucana como vereador. 

A velha-nova geração dos Ferreira deve manter vivas as impressões políticas já causadas pelo patriarca, que nunca negou o espectro da direita conservadora. Apesar do afastamento, até a última campanha, Anderson também era aliado de Fernando Bezerra Coelho (MDB), que já foi líder de Jair Bolsonaro no Senado Federal e é pai de Miguel Coelho (União Brasil), também candidato ao governo pernambucano. 

Prefeitura 

Assumiu a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes pelo Partido Liberal no segundo turno, vencendo Manoel Pereira da Costa “Neco” (PDT) com 171.057 votos (58,50%). De acordo com a legenda, que realizou uma pesquisa para avaliar a opinião da população sobre a saída do líder do Executivo Municipal, o índice de confiança dos jaboatonenses em Ferreira é de 81%. 

Anderson Ferreira Rodrigues nasceu no Recife e tem 49 anos. É empresário, casado e pai de três filhos. Seu registro político é 22. 

 

Prestes a completar 32 anos e já experiente no Executivo, Miguel Coelho (União Brasil) almeja alcançar o Governo de Pernambuco como representante de uma direita mais moderada. Apoiado pela coligação "Pernambuco com força de novo", o candidato tem o maior tempo de propaganda política para apresentar suas propostas e feitos à frente da Prefeitura de Petrolina, essa estratégia visa desvincular sua imagem da disputa entre postulantes à Presidência. 

Graduado em Direito, Miguel dá continuidade à linhagem da Família Bezerra Coelho no cenário político. Com o ex-governador Nilo Coelho entre seus antepassados, o 'galeguinho', como é chamado em seus materiais de campanha, é filho do ex-líder do governo Bolsonaro, o senador Fernando Bezerra Coelho, e irmão dos deputados federal Fernando Coelho Filho e estadual Antônio Coelho. 

##RECOMENDA##

Levado às urnas pelos partidos Podemos, PSC, Patriota e União Brasil - fruto da junção entre o Democratas e o PSL -, Miguel defende a invencibilidade em sua quarta eleição. Desde que ingressou na política, ele jamais perdeu uma eleição e, para consolidar sua base nesta, escolheu a deputada estadual Alessandra Vieira (União Brasil) como vice em uma chapa 'puro sangue'. Para o Senado, sua aposta é em Carlos Andrade Lima, também do mesmo partido.

O histórico vitorioso começou em 2014, como deputado estadual, e seguiu em 2016 e 2020 como prefeito de Petrolina. Outra característica que Miguel reflete da família Coelho é a inquietude partidária. Em seus oito anos na política, o candidato migrou entre MDB, União Brasil e PSB, o qual se tornou seu principal alvo pelo Palácio do Campo das Princesas. 

Na campanha deste ano, Miguel declarou que possui o patrimônio de R$1.966.870,43 à Justiça Eleitoral. Sem sequer possuir um imóvel ou um veículo, seus bens informados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram apresentados como investimentos e aplicações bancárias. 

Petrolina

Enquanto prefeito, foi reeleito com 76% dos votos, sendo o mais votado do Norte e Nordeste, e conseguiu atingir 88% de aprovação da gestão, segundo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). Com propostas para atrair o empresariado, em 2021, Petrolina foi considerada pela revista Exame como a única cidade do Nordeste entre as seis melhores para fazer negócios no país. 

O fortalecimento da economia do município pavimentou uma série de investimentos em áreas fundamentais como Educação e Saúde. Sua gestão recebeu o selo internacional da Unicef pelas políticas públicas voltadas para a infância e o reconhecimento da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) como a melhor gestão de Pernambuco. 

Com média superior ao estado, dados do Ministério da Educação (MEC) de 2020 apontam que Petrolina teve uma média superior ao estado em relação a educação básica. O Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), também colocou a cidade como a melhor no atendimento básico em 2018. 

O ex-prefeito ainda conseguiu modernizar parte da frota de ônibus com ar-condicionado e wi-fi. Com a missão de expandir seus votos do Sertão e cidades do interior, Miguel Coelho pretende apresentar esses atributos aos eleitores da Zona da Mata e da Região Metropolitana do Recife para se credenciar ao segundo turno da disputa.

Filiado ao PSB desde 1990, Danilo Jorge de Barros Cabral, ou apenas Danilo Cabral, tem 55 anos, e é a aposta dos socialistas para continuar a hegemonia política da legenda em Pernambuco. O parlamentar está no seu terceiro mandato como deputado federal, tendo sido eleito pela primeira vez em 2010.

Nascido em Surubim, Agreste de Pernambuco, Danilo se formou em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e em Administração Pública pela Universidade de Pernambuco (UPE). Também é auditor concursado do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). 

##RECOMENDA##

Antes de entrar no mundo do Legislativo, foi diretor administrativo e financeiro da Secretaria de Governo do Estado (1995) e diretor de Administração Geral da Secretaria da Fazenda de Pernambuco (1996). Assumiu também a diretoria geral do Tribunal de Contas de Pernambuco (1999) e, logo depois, a Secretaria de Administração do Recife (2001-2003), durante o governo de João Paulo (PT). 

Em 2004, disputou pela primeira vez uma vaga ao Legislativo municipal, conseguindo ser eleito vereador do Recife com 10.013 votos. No ano de 2006, o parlamentar foi escolhido para ser o coordenador da campanha de Eduardo Campos ao Governo de Pernambuco, que saiu vitorioso contra o então governador Mendonça Filho, que tentava ser reeleito. 

Danilo Cabral foi convidado para assumir a Secretaria de Educação no primeiro ano de governo de Eduardo, sendo responsável pela ampliação da educação integral e do ensino profissional. Com 120.871 votos, conseguiu se eleger deputado federal pela primeira vez em 2010, mas se licenciou para assumir a Secretaria das Cidades no segundo mandato de Eduardo Campos.

No ano de 2014, disputou pela segunda vez consecutiva a vaga de deputado federal e conseguiu manter o mandato após 113.588 mil pernambucanos depositarem nele o voto. Pediu licença do cargo para comandar a pasta de Planejamento e Gestão de Pernambuco em 2015, primeiro ano do Governo Paulo Câmara. 

Impeachment Dilma 

Em 2016, deixou a secretaria para reassumir o mandato de deputado. Neste ano, inclusive, Danilo Cabral foi um dos responsáveis pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Essa participação de Danilo no afastamento da petista, inclusive, é vista nos bastidores da política como uma das justificativas para que a militância petista não esteja tão empenhada na sua candidatura ao Governo de Pernambuco. 

Marília Arraes (Solidariedade), que saiu do PT por não aceitar esse alinhamento do partido com os socialistas, atualmente lidera as pesquisas de intenção de voto e conta com um forte apoio da militância do ex-presidente Lula no Estado, que apoia Cabral atualmente, mas não consegue fazer o deputado deslanchar.

Para se ter noção, Danilo disputa voto a voto com Raquel Lyra (PSDB), Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (União Brasil) para ver quem vai chegar a um possível segundo turno contra Arraes.

Terceira eleição e perda de votos

Em 2018, Danilo Cabral conseguiu 91.635 votos, a menor votação que recebeu desde 2010. No entanto, o número garantiu que o pessebista mantivesse Brasília como seu local de trabalho. 

Do auge - quando chegou a ser considerado a sétima pessoa mais rica do mundo, em 2012, com fortuna avaliada em US$ 34,5 bilhões - ao fundo do poço - após virar alvo da Operação Lava Jato, ser condenado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e manipulação de mercado, ser preso e firmar acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) -, Eike Batista deixou um rastro de dívidas bilionárias, mesmo que se pondere que alguns negócios deram certo, nas mãos de outros donos.

Diante das dívidas, buscar a proteção contra credores, pedindo recuperação judicial, foi o caminho natural, iniciado em 2013. A petroleira OGX - criada, nos planos faraônicos de Eike, para ser uma "mini-Petrobras" - puxou a fila, já que foi a primeira a não entregar o desempenho prometido. Foi seguida pelo estaleiro OSX e a mineradora MMX.

##RECOMENDA##

Os pedidos de recuperação judicial do conglomerado se destacaram pelo tamanho das dívidas, colocando à prova a então recente Lei de Falências, aprovada em 2005. Alguns processos permitiram a reestruturação de parte dos débitos. O caso da OGX, por exemplo, serviu de modelo para situações que envolvem empresas e credores sediados no exterior, diz Juliana Bumachar, sócia do escritório Bumachar Advogados Associados.

Outros processos se arrastaram. É o caso da mineradora MMX, criada para ser uma "mini-Vale" e protagonista dos últimos capítulos da novela de Eike. O pedido de recuperação judicial da empresa já começou complicado. Em parte por causa do emaranhado de firmas por trás da composição acionária, típico no Grupo X. A companhia entrou com dois processos no Judiciário, que correm em paralelo, um no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), outro no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).

Nos dois, o grupo minerador teve a falência decretada. As dívidas somam em torno de R$ 1,2 bilhão no processo de Minas, segundo o administrador judicial, Bernardo Bicalho. O valor do processo do Rio é menor, mas eles se sobrepõem, já que as dívidas são praticamente as mesmas - a operadora ferroviária MRS Logística é quem tem mais a receber. O objetivo, agora, é levantar o máximo de recursos com o leilão de debêntures que será realizado nesta terça-feira, 16, para pagar os credores.

Interesses conflitantes

Nos processos das empresas do Grupo X, as polêmicas já tradicionais em processos de falência são turbinadas pela personalidade icônica e midiática de Eike. O processo da MMX no TJ-MG se destacou porque, em maio 2017, o administrador judicial conseguiu autorização para "desconsiderar a personalidade jurídica" da mineradora. Em outras palavras, o TJ-MG autorizou que bens do patrimônio pessoal de Eike e de outras empresas pelas quais o empresário detinha sua participação na companhia fossem incluídos no processo, servindo para, uma vez vendidos, ressarcir os credores.

De acordo com Bumachar, essa saída tem sido mais usada nos processos de recuperação judicial. A atualização da Lei de Falências, aprovada em dezembro de 2020, deixou mais clara a possibilidade de fazer esse acesso ao patrimônio pessoal dos sócios das empresas. A ideia é que, se o dono de uma empresa usa a pessoa jurídica de forma abusiva ou fraudulenta, a segregação legal que existe entre a pessoa física do empresário e a jurídica da firma é "desconsiderada", trazendo para o processo o patrimônio pessoal.

O acesso ao patrimônio pessoal de Eike se combinou a um esforço de localização de ativos. Ainda conforme Bumachar, esse trabalho tem se sofisticado nestes pouco mais de 15 anos da legislação, com prestadores de serviços se especializando na procura de bens que possam ter sido desviados das empresas num contexto de pedido de recuperação.

No emaranhado de firmas que o ex-bilionário usa para gerir seus bens - ou ocultá-los, dependendo de quem conta a estória - foi encontrado um lote de "debêntures participativas", título de dívida com características financeiras especiais, da mineradora britânica Anglo American, uma das gigantes do setor no mundo, que disputa com a Vale, a BHB Billiton e a Rio Tinto.

Os papéis são da subsidiária brasileira da Anglo que toca o projeto Minas-Rio, complexo de produção de minério de ferro. Em 2008, a mineradora britânica desembolsou US$ 5,5 bilhões para comprar o projeto desenvolvido pela MMX, que inclui uma mina, em Conceição do Mato Dentro (MG), um mineroduto e um terminal exportador no Porto do Açu, litoral norte do Rio. O projeto deu muita dor de cabeça para a Anglo, até começar a produzir, com anos de atraso.

Alvo da deferência de assaltantes que devolveram seu telefone celular e o dinheiro desviado de sua conta via Pix após ser roubada, Cynthia Giglioli Herbas Camacho se casou com o chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em 2007, após sete anos de namoro. A cerimônia foi realizada dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo.

À época, de acordo com funcionários do presídio, onde funciona o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que não permite regalias nem visita íntima, Marcola e Cynthia não se tocaram. Apenas trocaram olhares pelo vidro à prova de bala instalado no parlatório, local onde os presos recebem as visitas e se comunicam por interfone, aparelho pelo qual os noivos disseram o sim.

##RECOMENDA##

Antes de se casar com Cynthia, Marcola havia ficado viúvo em 2003, quando Ana Maria Olivatto Camacho foi executada na disputa pelo comando da facção.

De acordo com o que Cynthia relatou ao marido, em conversa de novembro do ano passado, revelada neste domingo, 14, pelo programa Fantástico, da TV Globo, ela foi assaltada dentro de seu carro. "O trânsito parou, tomei um susto tão grande. Demorei uns segundos para voltar ao normal", afirmou Cynthia no Parlatório da cadeia. "Aí devolveram porque viram meu nome. Mandaram entregar lá no salão." Marcola, então, riu da situação. Ela ainda afirmou que o caso aconteceu "na Marginal, via expressa", sem especificar se estava se referindo à do Tietê ou Pinheiros.

Em março deste ano, Marcola, que tem mais de 300 anos de pena para cumprir, foi transferido de Brasília para o presídio de Porto Velho, em Rondônia. Na semana passada, a mulher de Marcola foi alvo da Justiça. Batizada de operação Anjos da Guarda, a Polícia Federal frustrou um plano de resgate de Marcola e de outros lideres da facção criminosa. A operação mirou não só líderes do grupo, mas uma série de advogados que representam os criminosos.

Entre as 13 ordens de busca e apreensão cumpridas pela PF no Distrito Federal (Brasília), em Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Três Lagoas) e em São Paulo (São Paulo, Santos e Presidente Prudente), o juiz da 15ª Vara Federal de Brasília listou a mulher de Marcola. Ela é apontada pelos investigadores como a pessoa que repassa informações de forma codificada a respeito da situação das pessoas que estão envolvidas no plano de resgate.

Este não é o primeiro problema de Cynthia com a Justiça. Ela esteve detida em 2005, acusada de colaborar com o PCC, do qual recebia mesada de R$ 15 mil. Os problemas com a Justiça não pararam por aí. Um ano após se casar, Cynthia foi condenada a oito anos de prisão por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha pelo 6º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Em 2020, uma nova operação, feita por policiais da 6ª Delegacia de Investigações sobre Facções Criminosas e Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), teve Cynthia como um dos alvos; além dela também foram alvos seus pais, Marivaldo da Silva Sobrinho e Maria do Carmo Giglioli da Silva, e Camila Giglioli da Silva, Christiano Giglioli da Silva e Francisca Alves da Silva, cunhados do traficante.

A apuração que levou às buscas mirou a evolução patrimonial do grupo que, segundo as autoridades, era incompatível com a renda. O ponto de partida foi a compra de um imóvel de luxo em um condomínio em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Depois disso, os investigadores rastrearam transações imobiliárias milionárias entre os investigados e conseguiram a quebra dos sigilos fiscal e bancário. A suspeita é que as movimentações sejam simuladas e tenham sido subfaturadas como estratégia para ocultar pelo menos R$ 1,9 milhão.

"É certo que a facção criminosa PCC tem proporcionado às lideranças e familiares uma vida de luxo", disse o Grupo de Atuação Especial de Combate do Crime Organização (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo. "De modo geral, verificou-se um grande descompasso entre o acervo patrimonial (imóveis, veículos, etc.) e a movimentação financeira que justificasse as aquisições", completou o Ministério Público.

Até aquele ano, Cynthia, por exemplo, vivia em um condomínio em Alphaville, na Grande São Paulo. Entre 2017 e 2019, ela teria feito viagens para a Europa, Colômbia, Peru, Paraguai e Panamá. Como fonte de renda, tem um salão de beleza no bairro de Casa Verde, na zona norte da capital paulista, onde seu celular teria sido devolvido.

O brasileiro está a cada dia com a corda mais apertada ao pescoço. Isso porque, além de a inflação ter corroído a renda das pessoas, também está mais difícil conseguir um financiamento, mesmo a juros exorbitantes. Mas qual é a "cara" do endividado brasileiro? Hoje, 68% dos endividados têm entre 25 e 51 anos, com as contas acumuladas essencialmente no cartão de crédito e em financiamentos. E outro dado chama a atenção: 70% desse contingente são mulheres, conforme levantamento feito pela Paschoalotto, empresa especializada em cobrança de dívidas, a pedido do Estadão.

"O número de mulheres que chefiam seus lares cresceu nos últimos anos e alguns fatores explicam a inadimplência mais frequente entre elas", explica o economista-chefe da empresa, que tem e que tem os grandes bancos e varejistas como clientes, Reinaldo Cafeo. Segundo ele, como muitas vezes a renda é insuficiente para arcar com todos os gastos, isso leva a uma priorização das contas a se pagar e das que serão adiadas ou deixadas de lado.

##RECOMENDA##

Com isso, a ênfase fica nas contas do dia a dia, com carnês, cartão de crédito e financiamentos ficando de lado. Outro ponto que prejudica é falta de educação financeira, que faz com que muitas pessoas aceitem juros abusivos. Segundo o especialista, é a chave para que as contas acabem saindo do controle, diz.

Os números consideram os mais de 5,5 milhões de devedores que passam pelo sistema da Paschoalotto mensalmente. O levantamento mostra ainda que o endividamento atinge, em grande parte, as famílias com uma renda mensal de até dez salários mínimos, que respondem por 76% do total.

Responsável pela área de Pesquisa do Grupo Consumoteca, Marina Roale explica que a situação financeira entre a população feminina no Brasil também foi deteriorada ao longo da pandemia de covid-19. "Vivemos em um País onde a informalidade de trabalho está muito presente entre as mulheres. Com isso, elas têm renda mais incerta. Este momento está sendo chamado de recessão feminina, onde as conquistas que as mulheres tiveram no mercado de trabalho retrocederam muito nos últimos dois anos", diz.

Sonho que virou pesadelo

No caso da bibliotecária Ana Maria Pereira Silva, 38 anos, a vida financeira acabou saindo dos trilhos depois de comprar um imóvel, já que em 2020 deixou o emprego em São Paulo e decidiu voltar para sua cidade natal, em Turmalina, Minas Gerais.

A bibliotecária esperava utilizar o saldo do seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para quitar os R$ 17 mil de dívida restante da casa. No entanto, por uma mudança na regra, acabou sendo obrigada a contrair um empréstimo no banco, o que agravou seu problema financeiro - situação piorada com o juro alto. "Eu nunca fui muito boa com essas questões de administração financeira", admite. Com a taxa contratada na instituição, o valor final da dívida duplicou.

De volta a São Paulo, a bibliotecária encontrou um emprego em uma rede de supermercados para pagar as contas, mas, por causa do salário menor, acabou acumulando mais dívidas. "Não quero nem olhar o valor total. Meu medo é ficar com o nome sujo na praça", afirma.

Comportamentos distintos

O estudo da Paschoalotto mostra ainda que o comportamento do endividado não é uniforme. Há o grupo daqueles que deixam a vida de lado e seguem com a rotina, não ligando se o nome está sujo na praça. Já outro perfil de devedor prefere vender algum bem, como o carro, para resolver a questão de inadimplência, comenta o economista da empresa.

"Há aqueles que, ainda tendo crédito na praça, trocam de modalidade de crédito, buscam dinheiro no crédito consignado, penhor de joias. E depois de esgotar o crédito nas instituições bancárias, se valem de financeiras. Este perfil, muito por falta de educação financeira, acerta as dívidas, mas volta a ficar inadimplente em pouco tempo", conta Cafeo.

O que fazer para sair do buraco financeiro?

O cartão de crédito é uma forma já utilizada por muita gente para driblar a falta de dinheiro no fim do mês, mas que cobra juros muito altos quando não é pago em dia. Muitas vezes uma só pessoa tem mais de um cartão, emitidos por bancos e fintechs, que são tirados da carteira para dar conta dos gastos. Para especialistas, trocar a dívida por outra pode ser uma saída, desde que as taxas sejam realmente vantajosas.

"Buscar alternativas é o melhor jeito do cliente evitar o efeito bola de neve. Quase metade dos que nos solicitam crédito tem como objetivo amortizar dívida, para ganhar um fluxo para o pagamento. A situação macroeconômica está muito desafiadora, com a inflação correndo muito a renda do trabalhador médio", afirma o presidente da financeira Focus, Leonardo Grapeia.

Para o educador financeiro Flávio Pretti, da Planejar, além de um cenário econômico já complicado do País, a situação de inadimplência crônica do brasileiro é agravada devido ao seu baixo nível de educação financeira. "Para quem não é controlado, o cartão de crédito é um inimigo", afirma. "Nós só deveríamos tomar crédito emprestado quando fosse absolutamente imperativo para a vida, quando acontecer algum imprevisto, não para usar no dia a dia".

Para quem quer sair de um ciclo vicioso de inadimplência, na avaliação de Pretti, o primeiro passo é sentar e calcular os rendimentos e gastos mensais, para encontrar possíveis "penduricalhos" que podem ser cortados. O segundo passo é renegociar dívidas já tomadas, para evitar o efeito "bola de neve". "Dever na praça deixa as pessoas doentes, elas ficam com a capacidade intelectual reduzida de tanta preocupação."

Escolhida para concorrer à Presidência pelo União Brasil em 2022, a senadora Soraya Thronicke (MS) vai disputar com o presidente Jair Bolsonaro (PL) o voto do eleitor de direita. Parlamentar de primeiro mandato e ex-aliada de Bolsonaro, tornou-se candidata ao Palácio do Planalto de última hora, depois que o presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE), desistiu de concorrer e, com apoio do PT, tentará a reeleição para a Câmara.

A parlamentar tem 49 anos, é advogada, empresária e começou a se envolver em política em 2013, quando participou dos protestos contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Concorreu pela primeira vez em uma eleição em 2018, quando teve 373 mil votos e conquistou a segunda vaga do Senado daquele Estado. O primeiro lugar na disputa foi o senador Nelsinho Trad (PSD), com 424 mil votos.

##RECOMENDA##

De acordo com Soraya, confirmada como candidata nesta sexta-feira, 5, Bolsonaro não cumpriu totalmente as bandeiras que o elegeram em 2018. "Nós continuamos pensando da mesma forma que em 2018. Quem não pensa mais, quem não carrega as bandeiras, saiu. Nós permanecemos. Quem saiu e quem abandonou não fomos nós", afirmou ao Estadão. "Aquelas bandeiras que nos elegeram: liberal na economia, anticorrupção, tudo isso nos mantemos absolutamente fiéis", disse. "Direito dele (Bolsonaro), se ele não coaduna mais com os mesmos princípios que o elegeram, se ele mudou de opinião, beleza, tranquilo", completou.

O União Brasil foi formado com a fusão entre o PSL, partido que elegeu Bolsonaro em 2018, e o DEM. Individualmente, a legenda é a dona do maior tempo de propaganda e do maior fundo desta eleição. Mesmo sozinho, o partido fará com que Soraya perca apenas para Lula e Bolsonaro em questão de estrutura formal de campanha.

Bolsonaro se desfiliou do antigo PSL no final de 2019, após uma disputa de poder com Bivar. Durante a queda de braço entre Bolsonaro e o dirigente partidário, a senadora adotou uma postura mais próxima do presidente da legenda, mas, ao mesmo tempo, evitou críticas a Bolsonaro e preferiu se afastar das discussões públicas do conflito.

Segundo a senadora, Bolsonaro se desfiliou por "por livre e espontânea vontade". Contrariando o discurso liberal e anticorrupção, o presidente tem acumulado episódios de intervenção política na economia e se cercou de aliados protagonistas de casos de corrupção.

Apesar disso, a parlamentar afirmou que vai dosar as críticas tanto a Bolsonaro, quanto a Lula durante a campanha eleitoral. "A campanha vai criticar tudo que tiver que ser criticado, mas acima de tudo vai ser uma campanha propositiva, não vamos perder todo o nosso tempo. Nosso tempo de TV é sagrado, nosso recurso é sagrado e vamos falar com todos, não falamos com bolhas".

Além de disputar o mesmo eleitor de Bolsonaro, a candidata do União Brasil guarda uma série de similaridades com Simone Tebet, candidata do MDB. As duas têm com proximidade com a centro-direita e de Mato Grosso do Sul. Soraya inclusive conhece Simone antes de ter entrado na política, pois foi aluna da emedebista no curso de direito do Centro Universitário de Campo Grande (UNAES), do grupo Anhanguera. A candidata também tem MBA em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. A parlamentar e a família têm a propriedade de motéis em Campo Grande.

A senadora nega que a desistência de Bivar represente uma ajuda ao ex-presidente, mas admite que busca os eleitores que hoje pensam em votar em Bolsonaro, assim como também os do petista. "Estou focada em todos os brasileiros, no eleitor que eu não tenho. Estou focada sim no eleitor de Bolsonaro, quero falar para o eleitor do Lula, vou falar para todo mundo porque nossa proposta interessa a todos os brasileiros, sejam eles de direita, esquerda, centro, conservadores ou liberais", disse.

Em 2021, Soraya participou da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid pelo rodízio da bancada feminina. Mesmo sendo vice-líder do governo, a parlamentar se distanciou dos colegas governistas e criticou a atuação do governo na pandemia. "Eu defendo a ciência, aquilo que a gente tem condições de ter um critério. Os números me diziam que esse tratamento precoce não estava funcionando, que nós precisávamos de vacina e assim se comprovou", disse.

Apesar disso, segundo ela, não houve críticas do Planalto à sua atuação. "Sempre fui independente de uma maneira educada, porém firme. Ali eu mostrei minha independência e eles tiveram que aceitar, tanto que eu continuei na vice-liderança do governo no Congresso".

Mesmo com uma candidatura presidencial, em alguns Estados o União prefere apoiar Bolsonaro, como no Amazonas, Rio, Mato Grosso, Distrito Federal e Acre. A parlamentar não vê problema em dividir os palanques. "O palanque vai ficar aberto e vai ter duplo palanque se alguém quiser, é da vontade de cada um", minimizou.

Ela também admite que uma das principais preocupações da legenda é a formação de uma grande bancada no Congresso. O número de deputados federais é importante porque é o critério que determina os fundos eleitoral e partidário, além do tempo de propaganda dos partidos e candidatos. "Algumas questões mudaram, chapas nos Estados e nós também estamos focados nas candidaturas proporcionais, é óbvio. Houve esse chamado para Bivar ir para Pernambuco e eles me fizeram a proposta", disse ela ao comentar sobre o processo que a levou ser candidata.

Preso nesta sexta-feira, 22, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Ivan Rejane Fonte Boa Pinto mantém um canal no YouTube no qual se apresenta como "terapeuta" para dependentes químicos. Seus vídeos são repletos de xingamentos e palavras de baixo calão. Ele diz que sua "guerra" é "contra o tráfico de drogas", mas seus alvos preferenciais são políticos de esquerda, a quem ele associa a existência do narcotráfico, e os ministros do Supremo, que, segundo ele, "mandam soltar esses vagabundos".

"A minha vontade é meter uma bala na cabeça desses juízes e desembargadores, a minha vontade é tacar fogo neles", afirma, em um vídeo publicado no dia 9 de julho.

##RECOMENDA##

Ivan diz oferecer tratamento on-line para dependentes químicos e seus familiares. Em seus vídeos no YouTube, ele trata o tema de forma incisiva e não convencional: "Se você é viciado em substâncias ou pessoas, sua vida é infeliz, sua vida é uma bosta, uma merda, um lixo, está na hora de mudar essa parada; me procura! Meu nome é Ivan Pinto, sou terapeuta e comigo o papo é reto", afirma.

Ele diz, ainda, ministrar cursos e comandar grupos de ajuda mútua, além de oferecer atendimento de maneira "personalizada". Além dos produtos vendidos pela internet, Ivan trabalha presencialmente no centro de reabilitação Centradeq, em Esmeralda (MG), onde ocorreu a busca e apreensão pela Polícia Federal.

A clínica confirmou ao Estadão que Ivan Pinto trabalha lá. A atendente do local, que não quis se identificar, afirmou que a Centradeq ainda não decidiu se vai afastá-lo e que o advogado de Ivan a orientou a não dar informações à imprensa.

Segundo a clínica, a busca e apreensão contra Ivan ocorreu de forma "tranquila e profissional". "Vieram, fizeram busca e apreensão, mas tudo muito tranquilo e super profissional, tanto da polícia e o Ivan também ficou muito tranquilo. Não teve algema, não teve reação, não teve nada", afirmou a atendente.

Ao decretar a prisão temporária, Alexandre de Moraes considerou que as declarações de Ivan Pinto nas redes sociais consistem em "discursos de ódio e incitação à violência" e se destinam a "corroer as estruturas do regime democrático e a estrutura do Estado de Direito". Em uma publicação recente, o "terapeuta" afirmou que o próximo 7 de Setembro será a "culminância da indignação popular brasileira". "Está na hora de invadir o STF", disse.

"Eu vou dizer uma coisa para vocês, togados vagabundos (...) Nós não vamos só invadir o STF, não. Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo", disse no dia 8 de julho.

Ele também faz ameaças a políticos de esquerda, sobretudo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Eu vou dar um recado para a esquerda brasileira, principalmente para o Lula. Desgraçado, bota o pé na rua, que nós vamos te mostrar o que nós vamos fazer com você, seu vagabundo. Anda de segurança até o talo, que nós, da direita, vamos começar a caçar você, essa Gleisi Hoffmann, esse (Marcelo) Freixo frouxo, todos esses que te cercam", afirma, em vídeo de 8 de julho.

Em vídeo publicado no dia 13 de julho, Ivan diz que vai passar em cima de esquerdistas "com um rolo compressor" e mandá-los para "a vala". Ele divulga fake news sobre o processo eleitoral, dizendo que o Exército vai auditar "cada urna eletrônica" dentro da "sala secreta do TSE", e faz ofensas homofóbicas a apoiadores da esquerda.

"Cambada de colorido, arco-íris, 'tchutchuquinhas', podem tremer, nós, da direita, vamos passar o carro, o rolo compressor over you. Se prepara, o terror está só começando", diz.

Ivan foi candidato a vereador em Belo Horizonte pelo PSL nas eleições de 2020. Ele teve 189 votos e não foi eleito.

De acordo com o levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apenas 5% das vagas de home office são preenchidas por pessoas sem o ensino médio completo. A pesquisa foi realizada com dados da Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e com informações de Produto Interno Bruto (PIB) per capita das Contas Nacionais.

Segundo a análise, cerca de 20,4 milhões de brasileiros podem desempenhar sua função de forma remota, ou seja, 24,1% de toda a população empregada. Esses trabalhadores possuem 40% da massa de rendimentos total, de modo que é possível verificar que as profissões que podem ser desempenhadas de forma remota possuem um ganho financeiro maior do que a média.

##RECOMENDA##

Assim, por ter um maior remuneração, o perfil do profissional home office é geralmente mais escolarizado, além de que as profissões mais operacionais são difíceis de serem desempenhadas por meio do teletrabalho. De acordo com o IPEA, 95% dessas vagas são preenchidas por pessoas que possuem ao menos o ensino médio completo, o que deixa de fora 50% da população do Brasil.

Entrando mais afundo no perfil do profissional home office do País, o Instituto levantou que 62,6% possuem ensino superior completo ou pós-graduação, 58,3% dessas ocupações são preenchidas por mulheres, 60% é de cor branca e 71,8% tem entre 20 a 39 anos. Desta maneira, fica claro que poucas pessoas são elegíveis para essas vagas, principalmente, a população com baixa escolaridade.

Além disso, há uma influência geográfica no trabalho remoto. Por essas vagas terem um caráter mais técnico, a maioria é preenchida por profissionais das regiões Sul e Sudeste que, juntas, possuem os maiores índices de pessoas com ensino superior completo. Segundo os dados, 27,7% são da região Sudeste, 25,7% do Sul, 23,5% do Centro-Oeste, 18,5% do Nordeste e 17,4% do Norte.

O Tik Tok removeu mais de 20 milhões de perfis suspeitos de pertencerem a menores de 13 anos no primeiro trimestre deste ano. De janeiro a março de 2022, um total de 20.219.476 contas atribuídas a crianças e pré-adolescentes foram eliminadas da plataforma por conteúdo inapropriado.  

O Brasil está na lista com quatro milhões de vídeos retirados do Tik Tok. A rede social também retirou 20.890.519 perfis falsos, além de outras 3.328.993 por outros motivos. Foi o período com maior número de contas removidas do Tik Tok desde que a empresa iniciou o levantamento, em julho de 2020. No primeiro trimestre de 2020, a plataforma retirou quase 21 milhões de contas falsas, além de três milhões por outros motivos  

##RECOMENDA##

“Além de remover contas por violação das nossas Diretrizes da Comunidade, removemos contas que identificamos como spam, assim como vídeos de spam postados por essas contas. Também tomamos medidas proativas para prevenir a criação automatizada de contas de spam”, explicou a plataforma.

Do total de vídeos removidos por violação de política, 41,7% corresponde à “segurança de menores”. Faz parte da categoria: conteúdos com nudez e atividade sexual envolvendo menores, atividades prejudiciais, danos físicos e psicológicos e outros conteúdos retirados.  

“O objetivo das nossas políticas referentes a violações de segurança à menores é promover o padrão de segurança mais elevado e bem-estar para os adolescentes. A nossa subpolítica proíbe uma gama de conteúdos, inclusive ‘menores com roupas mínimas’ e ‘dança sexualmente explícita’; estas duas categorias representam a maioria dos conteúdos removidos com base nessa subpolítica. Materiais de abuso sexual infantil são contabilizados separadamente”, definiu o Tik Tok.  

Nomeada para assumir o comando da Caixa Econômica Federal no lugar de Pedro Guimarães - que perdeu o posto por conta de denúncias de assédio sexual, que motivaram a abertura de investigação no Ministério Público Federal -, Daniella Marques é uma espécie de "braço direito" do ministro da Economia, Paulo Guedes, desde os tempos em que Guedes atuava na iniciativa privada.

Ela estava no comando da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do ministério desde o começo do ano. Na função, vinha liderando projetos voltados para o público feminino, no qual o presidente Jair Bolsonaro amarga forte rejeição na sua campanha à reeleição.

##RECOMENDA##

Formada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em Finanças pelo Ibmec/RJ, a nova presidente do banco estatal atuou antes por 20 anos no mercado financeiro. Ela foi sócia de Guedes na Bozano Investimentos, no Rio de Janeiro, e deixou a gestora em 2019 para trabalhar com o ministro como assessora especial.

Presente desde a campanha de 2018, Daniella tem a confiança do presidente Bolsonaro, e já chegou a participar das tradicionais lives de quinta-feira organizadas pelo chefe do Executivo - justamente para divulgar ações do Ministério da Economia voltadas às mulheres.

Programa de crédito

Daniella foi responsável por costurar o programa "Brasil Pra Elas", uma política de crédito voltada para estimular o empreendedorismo feminino no País. A medida, que faz parte de um pacote que pretende movimentar entre R$ 82 bilhões e R$ 100 bilhões em operações de crédito, foi lançada em março passado, no último Dia Internacional das Mulheres.

Pouco depois, ela passou a comandar o comitê nacional do programa, que tem como parceiros o Sebrae, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o Banco do Brasil e governos estaduais e municipais, além da própria Caixa. No último fim de semana, Daniella tinha, por exemplo, viagem marcada a Belo Horizonte com a "Caravana Brasil Pra Elas", em que se promoveram cursos de capacitação e palestras para "alavancar a participação feminina nos negócios", de acordo com informações divulgadas no site do Ministério da Economia.

Em abril, em um encontro com empresários, ela acompanhou o tom das falas do ministro da Economia ao minimizar as projeções do mercado para a economia em 2022, como estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) no ano e risco de descontrole da agenda fiscal.

Segundo afirmou à época, os resultados de novos leilões e a trajetória de recuperação dos empregos formais são os pontos que sustentam o otimismo do governo. Daniella cutucou ainda governos estaduais e locais ao dizer que "bondades" como aumentos de salário para o funcionalismo só foram possíveis graças ao governo federal. "Assim, todos os prefeitos e governadores ficaram bons gestores", destacou no evento.

Pela primeira vez na história da Colômbia uma mulher negra será a vice-presidente do país. Francia Márquez, uma ativista ambiental do Departamento de Cauca, no sudoeste da Colômbia, tornou-se um fenômeno nacional, mobilizando as bases eleitorais da esquerda e cavando espaço na chapa de Gustavo Petro.

Márquez, de 40 anos, escolheu concorrer ao cargo "porque nossos governos deram as costas ao povo, à justiça e à paz". Ela cresceu dormindo no chão de terra batida em uma região castigada pela violência relacionada ao longo conflito interno do país. Engravidou aos 16 anos, foi trabalhar nas minas de ouro locais. Em 2019, sobreviveu a um ataque com granadas e tiros de fuzil. Queriam matá-la por sua defesa diante do avanço da mineração ilegal.

##RECOMENDA##

Críticos a consideram "divisiva", alguém que tem dificuldade para forjar alianças. Ela também nunca ocupou um cargo político. Para Sergio Guzmán, diretor da Colombia Risk Analysis, "há muitas dúvidas sobre se Francia seria capaz de ela gerenciar a política econômica, ou política externa, de forma a dar continuidade ao país". (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando