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Lázaro Barbosa, de 32 anos, criou um perfil falso no Facebook para acompanhar as notícias a respeito de suas próprias buscas. O serial killer acessava a conta de um celular que roubou de uma família feita de refém por ele em uma chácara, no dia 15 deste mês.

O aparelho vinha sendo monitorado pela polícia desde o registro da ocorrência. O celular ficou com Lázaro até o dia 18 de junho.

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No perfil, com nome de Patrik Souza, o serial killer estampou uma fotografia de um helicóptero envolvido em suas buscas, o que chamou atenção dos agentes que monitoravam o aparelho. Lázaro chegou a compartilhar uma fotografia em que a imagem dos policiais em terra é acompanhada pelos dizeres: “As buscas não param. Breve estará nas mãos da polícia. Não volta em viatura, volta com o IML”.

O perfil só possuia uma amiga. Trata-se de uma adolescente que mora no mesmo bairro de parentes de Lázaro, na cidade de Águas Lindas (GO). A jovem não é alvo de investigação policial.

Embora a maioria dos brasileiros vítimas da doença ainda seja idosa, pela primeira vez desde o início da pandemia a maior parte dos novos óbitos registrados no País não ocorre neste grupo. Dados tabulados pelo Estadão no Sivep-Gripe, sistema do Ministério da Saúde que registra internações e óbitos por covid, mostram que 54,4% das vítimas mortas em junho tinham menos de 60 anos. Em maio, esse índice era de 44,6%. Em todos os meses do ano passado, esse porcentual ficou sempre abaixo dos 30%.

O início da vacinação dos idosos em janeiro ajuda a explicar o fenômeno, mas não é a única razão. Segundo especialistas, o desrespeito a medidas de proteção e a disseminação de novas cepas - potencialmente mais agressivas - podem estar causando maior vitimização de jovens. O alerta vale até para adultos que não possuem comorbidades. A proporção de vítimas sem fatores de risco - menores de 60 anos e sem nenhuma doença crônica - mais do que dobrou desde os primeiros meses. De acordo com o levantamento do Estadão, 20,7% de todos os mortos por covid em junho tinham esse perfil. No mesmo mês do ano passado, esse índice foi de 7,75%.

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E, em números absolutos, já há nova tendência de crescimento de vítimas entre pessoas de 0 a 59 anos a partir da semana epidemiológica 20, que começou em 16 de maio. Ao mesmo tempo, a curva de vítimas idosas vem mantendo queda sustentada. Enquanto em 2020 a maioria das vítimas tinha mais de 70 anos, em junho de 2021 a mediana de idade dos mortos é de 58.

A alta no número de jovens mortos na segunda onda da pandemia também pode estar relacionada à dificuldade de acesso a uma unidade de saúde ou ao colapso de hospitais. Análise feita pela reportagem, desta vez calculando a taxa de óbitos por faixa etária em cada unidade da federação, mostrou que Amazonas, Roraima e Rondônia registraram o índice mais alto de óbitos por 100 mil habitantes entre a população com menos de 40 anos.

"Os pacientes não procuram tanto a Unidade Básica de Saúde porque é difícil o agendamento de consulta e por causa da falácia do tratamento precoce", relata a médica Anne Menezes, especialista em clínica médica no Hospital Delphina Aziz, de Manaus. O Amazonas, que viu sua capital colapsar em janeiro por escassez de oxigênio, tem também a maior taxa geral de óbitos por covid - 316,2 registros por 100 mil habitantes (a média brasileira é de 216,6).

Somados todos os brasileiros vítimas da doença desde a chegada do coronavírus ao País, os idosos continuam como maioria - 70,1%. E cerca de 10% dos 500 mil mortos pela doença não eram idosos nem doentes crônicos - quase 50 mil brasileiros, portanto, perderam a vida mesmo sem ser de grupo de risco. "Ter hoje um paciente acima de 70 anos na UTI é raríssimo", conta Daniel Joelsons, médico intensivista e supervisor da UTI de infectologia do HC-USP.

"Infelizmente, ainda convivemos com uma mortalidade alta, com a perda de 2 mil brasileiros por dia por uma doença, o que é uma coisa inadmissível na minha concepção como médico", diz Carlos Carvalho, professor titular de pneumologia da Faculdade de Medicina da USP e diretor da divisão de pneumologia do Instituto do Coração (Incor).

A diversidade de estragos que a covid-19 pode causar e a imprevisibilidade da evolução da doença tornaram comuns também casos em que o paciente chega a melhorar, mas tem uma piora repentina e acaba morrendo. "Depois de um mês atendendo covid, parei de falar para os familiares que o paciente está indo bem. Sempre falo que está melhor do que ontem, mas que só vou ficar feliz quando ele sair da UTI", relata Daniel Joelsons.

Carvalho explica que há dados na literatura médica mostrando que até 25% dos pacientes que foram internados com covid morrem de complicações da doença meses depois da alta. O índice observado em outras doenças é de 10%.

Balanço

Em 11 de março, a doença tornou-se a principal causa de morte no Brasil, com uma média de 1.075 vítimas por dia, superior à média de falecimentos por todas as doenças do aparelho circulatório (952), como enfarte e AVC, até então a principal razão de óbitos. A covid também superou o número médio de pessoas que morrem diariamente por câncer (601), homicídios e suicídios (152) e acidentes de trânsito (82).

Quando o então presidente do Banco Mundial, Robert McNamara, em abril de 1972, criticou a desigualdade brasileira, o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici achou que deveria responder.

Era o auge da ditadura militar, que desmantelara a oposição, interviera em sindicatos e proibira greves. O escolhido para a missão foi o economista Carlos Langoni, que trabalharia no governo na virada das décadas de 1970 e 1980, quando foi presidente do Banco Central (BC), e voltaria a colaborar com a equipe econômica do ministro Paulo Guedes, quase 40 anos depois. Aos 76 anos, Langoni morreu neste domingo, 13, vítima da covid-19, no hospital Copa Star, no Rio, onde estava internado.

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Para fazer a crítica à desigualdade no Brasil, McNamara se baseara em artigo do brasilianista norte-americano Albert Fishlow, "Brazilian size distribution of income". O trabalho apontou na política econômica dos governos desde Castello Branco o motivo do crescente abismo social. De 1964 a 1967, descontada a inflação, o salário mínimo recuara 20%. O então ministro da Fazenda, Delfim Netto, encarregou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP), da réplica. Langoni trabalhava na instituição e assumiu a tarefa aos 28 anos.

Sob a ótica do regime, a escolha de Langoni, considerado um profissional brilhante, foi perfeita. Dois anos antes, ele obtivera seu doutorado na Universidade de Chicago, centro de economistas ultraliberais, com a tese "The Sources of Brazilian Economic Growth". No trabalho, investigou a relação entre educação e economia. Calculou o retorno do investimento em escolas fundamentais, médias e superiores.

Estava aí a "base" da resposta que Langoni elaboraria para contestar o Banco Mundial. A desigualdade brasileira, argumentou, era estrutural, ligada à educação. Com o crescimento econômico, a demanda por trabalhadores qualificados tinha crescido muito mais do que pelos mal instruídos. O aumento na participação de trabalhadores com mais anos de estudo na força de trabalho gerara a desigualdade. Essas conclusões seriam contestadas por economistas de oposição. Não aceitaram que toda a desigualdade brasileira se devesse apenas à falta de boa escola.

Langoni, porém, abria seu caminho. Economista jovem e estrelado, com título em universidade americana, alinhado às teses ortodoxas, tinha o perfil de "tecnocrata". Na época, a associação de técnicos com bom preparo a grandes empresas multinacionais, empresários locais e militares ajudava o País a crescer a taxas de até dois dígitos e inflação sob controle e relativamente baixa (para padrões brasileiros da época), de 1967 a 1973. Empréstimos estrangeiros a juros baixos garantiam o fluxo de capital para sustentar o "Milagre Brasileiro", como orgulhosamente os apoiadores do governo militar chamaram o período.

A festança desandaria em 1973, no primeiro choque do petróleo, e acabaria de vez no segundo, em 1979. Depois, veio a crise da dívida externa e a década perdida - a primeira.

O economista, contudo, passou aqueles anos longe do poder - na academia. Depois de três anos na Fipe, foi dar aulas na Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio. Foi subdiretor técnico da EPGE em 1972 e 1973. A partir de então - tinha apenas 29 anos quando assumiu o cargo - foi diretor da instituição. Ficou no posto até 1979.

Origens

Carlos Geraldo Langoni era fluminense de Nova Friburgo, na Região Serrana, onde nasceu em 24 de julho de 1944. Estudou com bolsa no Colégio Nova Friburgo, projeto da FGV. Nos anos 60 do século passado, ingressou na Faculdade Nacional de Economia, no câmpus da Praia Vermelha, do que hoje é a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ali se formou em 1966.

No ano seguinte, Langoni cursou programação e planejamento econômico no Centro de Treinamento para o Desenvolvimento Econômico Social (Cendec) do Ministério do Planejamento. A orientação do curso era liberal. Um acordo com Fundação Ford para que alguns alunos do Cedec pudessem estudar na Universidade de Chicago ajudou. Foi assim que Langoni conseguiu uma bolsa para se doutorar em economia nos EUA. Teria sido o primeiro brasileiro a obter o título instituição americana, à qual foi ligado Milton Friedman (1912-2006).

De volta ao Brasil, Langoni foi convidado para trabalhar no Fipe/USP, onde estava quando respondeu às críticas de McNamarra. Lá estruturou o programa de pós-graduação e a Revista de Estudos Econômicos.

Em 1979, Langoni foi chamado pelo então presidente do BC, Ernane Galvêas, para assumir a Diretoria da Área Bancária da instituição. Criou o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), que assegurava a liquidação virtual de transações com títulos públicos. Eram papéis virtuais, pela primeira vez no Brasil. Assim surgiu a taxa Selic.

Quando Galvêas foi nomeado ministro da Fazenda, em janeiro de 1980, Langoni o substituiu na presidência do BC. Aos 35 anos, foi o mais jovem ocupante do cargo da história. Como presidente do Banco Central, tornou-se membro do Conselho Monetário Nacional e do Conselho Nacional de Comércio Exterior (Concex). Também foi representante do Brasil, como governador suplente, no Fundo Monetário Internacional (FMI). Deixou o cargo, por divergências, em 5 de setembro de 1983.

Fora do BC, voltou à FGV do Rio, onde criou o Centro de Economia Mundial (CEM/FGV), para debater a abertura da economia brasileira e a globalização. Também foi CEO do NM Rothschild no Brasil entre 1989 e 1997. Manteve o cargo como diretor do CEM até voltar a flertar com o governo, ainda na transição entre os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Langoni foi professor de Paulo Guedes e fazia parte do grupo apelidado pelo próprio ministro de "Chicago oldies". É num jogo de palavras com os "Chicago boys", como ficou conhecido o time de jovens economistas liberais egressos da Universidade de Chicago que trabalhou nas reformas da política econômica do Chile durante a ditadura de Augusto Pinochet, berço das políticas neoliberais. Mais de uma vez, em eventos públicos no Rio, Langoni disse que preferia a alcunha de "Chicago grandfather".

Menos envolvido na elaboração do programa coordenado por Guedes desde a virada de 2017 para 2018, Langoni resistiu a aceitar um cargo no governo. Em 2019, ganhou status de assessor informal. Marcava presença constante em reuniões na sede do MInistério da Economia no Rio, onde, antes da pandemia, o ministro despachava toda sexta-feira. Deu as primeiras ideias para reformar o setor de gás. No fim de 2019, foi indicado por Guedes como assessor para o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as economias mais desenvolvidas. Até adoecer, acumulava a função com o cargo de diretor do CEM da FGV.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O jovem David Alves da Silva Andrade, estudante de ciência política, e morador do bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, revelou que está sendo processado pelo governador Paulo Câmara (PSB) por ter feito uma página de sátiras no Instagram, no final de 2018, com o nome Paulo Rei Câmara 40. 

David explica que satirizava matérias que tratavam de questões pernambucanas e eram publicadas em alguns sites do Estado. Ele afirma que conseguiu crescer o número de seguidores apenas comentando nessas publicações, mas que, mesmo com a foto do governador no perfil, na bio ele descrevia que era uma sátira.

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Ele detalha que dois meses após a criação da página, e com o sucesso que ela estava fazendo, o Instagram excluiu a conta. "Alguns meses depois, a Polícia Civil veio na minha casa me levar para a delegacia, mas eu não estava em casa nesse dia. Eles mandaram depois um boletim para que eu prestasse esclarecimentos na delegacia de crimes cibernéticos, localizado na Rua da Aurora (área central do Recife) e eu fui", explica.

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David aponta que na delegacia tinha fotos dele em banners e ele foi informado que estava sendo acusado pelo procurador do Estado de falsidade ideológica, calúnia e injúria, como se ele estivesse se passando pelo governador Paulo Câmara na rede.

"Também me perguntaram se eu era filiado a algum partido político, pediram pra eu fazer um vídeo pedindo desculpas ao governador e eu disse que não faria. Eles não me forçaram em momento algum, fui bem atendido, mas ainda fizeram um vídeo meu mostrando que eu estava na delegacia", revela.

O estudante salienta que o caso na delegacia foi encerrado no mesmo dia, mas que dois anos depois recebeu uma carta da Justiça e foi informado que está sendo processado pelo governador Paulo Câmara por crimes que, na sua visão, não cometeu.

"Não tenho condições de contratar advogado. Moro na periferia e sou estudante universitário pelo ProUni", assevera David. Ele está na luta para conseguir um advogado que possa auxiliar nesse processo.  

O vereador do Recife, Ivan Moraes Filho (PSOL) chegou a pedir em sua conta no Twitter que o governador de Pernambuco retire a queixa e ligue para o rapaz pedindo desculpas. 

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A Polícia Civil de Santa Catarina informou em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, 14, que não há indícios de que Fabiano Kipper Mai, que matou a facadas cinco pessoas na creche Pró Infância Aquarela em Saudades, município catarinense, tenha qualquer problema relacionado à insanidade mental.

"Ele queria matar o maior número de pessoas. Ele agiu com esse objetivo, estava com pressa... os relatos que a gente recebeu é de que ele tentava entrar numa sala e, como não conseguia, tentava em outra", afirmou o delegado Jeronimo Ferreira Marçal.

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Com o auxílio de uma psicóloga da Polícia Civil, o delegado chegou à conclusão de que a possível motivação do crime pode ter sido por um ódio generalizado, não especificamente contra um grupo de pessoas, mas contra toda uma comunidade.

"Ele não tinha ódio específico contra uma pessoa, mas um ódio generalizado. A intenção dele num primeiro momento, quando ele pensou em executar os crimes, foi contra pessoas que tinham um certo convívio, na escola onde estudava por exemplo. Ele pensou em comprar arma de fogo, e tentou em várias oportunidades, como ele não conseguiu, ele achou que não conseguiria enfrentar aquele grupo com uma 'arma branca'", contou.

Mais de 20 pessoas foram ouvidas durante o inquérito que contou com o apoio nas investigações da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Segundo a polícia, as armas utilizadas no crime foram compradas pela internet e chegaram cinco dias antes do crime pelo correio. A família tinha conhecimento da chegada das armas em casa.

"Ninguém do seu convívio, nem mesmo a família, conseguiu prever o que poderia acontecer. A partir do momento da chegada das armas foi que ele definiu o local e o dia dos crimes. A arma, uma faca, que tem suas especificidades, mas é uma faca que custou cerca de R$ 400", conta.

"É possível que outros crimes, em pelo menos quatro Estados do País, tenham sido evitados graças às informações compartilhadas entre a Polícia Civil de Santa Catarina", explicou o delegado.

O Comitê de Supervisão do Facebook decidiu nesta quarta-feira (5) confirmar o banimento do perfil do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump da plataforma.

O Facebook Oversight Board é um grupo independente que analisa as questões mais complexas da empresa. Embora a proibição do ex-chefe de Estado tenha sido mantida, o comitê não deixou de criticar a rede social.

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Na visão do comitê, o Facebook errou ao impor uma "penalidade indeterminada e sem padrão". Além disso, o grupo deu um prazo de seis meses para a empresa revisar o caso para "determinar e justificar" uma resposta.

O ex-presidente norte-americano foi banido de todas as principais redes sociais por conta de seu apoio à invasão do Capitólio em 6 de janeiro, que resultou na morte de cinco pessoas.

Com o objetivo de driblar essas sanções, Trump lançou oficialmente sua própria plataforma para manter contato com o público. A rede social, que foi batizada de "From the desk of Donald J. Trump", inserida dentro do seu site oficial, possui um estilo semelhante ao Twitter.

A rede social do empresário foi mencionada como um "farol da liberdade" e um lugar para "se falar livremente e em segurança".

Da Ansa

Após sair do Santa Cruz, o executivo de futebol Nei Pandolfo acertou seu retorno ao Sport, onde espera reviver os bons trabalhos realizados entre 2013 e 2015. Nessa terça-feira (13), Nei deu entrevista coletiva e falou sobre o seu trabalho anterior e atual no Sport, que no momento precisa de um treinador.

Projeto no Sport

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Pandolfo disse que achava já ter encerrado sua passagem no Leão, mas recebeu uma nova oportunidade e quis voltar a trabalhar no clube, buscando consolidar a equipe e conseguir objetivos maiores.

“Primeiro que é um projeto de Série A. Achei que o meu ciclo tinha se encerrado e essa nova oportunidade de voltar ao Sport também traz uma grande responsabilidade, porque você sempre vai referendar as situações passadas, que nós tivemos um período muito vitorioso. Mas o trabalho vai ser muito parecido, buscando consolidar cada vez mais essa equipe, para que ela consiga uma permanência tranquila e até objetivos maiores se possíveis”, disse.

Comparação entre seus trabalhos

O executivo aproveitou também para negar uma comparação entre os seus trabalhos, pois são momentos diferentes, períodos diferentes.

“Eu acho que é uma comparação que não procede. Até porque são momentos diferentes, o Sport vivia um momento muito bom, em diversos aspectos, principalmente o financeiro, hoje é um cenário diferente, com mais dificuldades, mas ao mesmo tempo a gente tem que ter muita criatividade nesse trabalho, para montagem complementar do elenco e também na escolha do treinador”.

Técnicos para o Sport

Sobre a contratação de treinadores para o Sport, Nei disse estarem buscando uma mescla de técnicos, uns experientes, outros novos, mas com bons resultados.

“Nós estamos trabalhando, nomes com experiência e ao mesmo tempo jovens promissores com bons resultados. É um momento difícil, nós temos um ano atípico, pra essa questão de treinadores, nós vamos ter reduzidos, os números de troca, então temos que ter uma preparação muito assertiva nesse sentido. Uma das maiores dificuldades é a questão financeira, não é fácil você competir com outras equipes, que tem orçamento maior que o nosso e as vezes tentar tirar um treinador de um clube que já está estabilizado. Mas estamos trabalhando para o mais rápido possível, entregamos esse treinador, com muita qualidade”.

Grau de urgência

Ele deixou claro também sobre o nível de urgência para a contratação de um novo treinador para estar à frente do Sport.

“Depende muito dos nossos resultados que estamos tendo no momento. É lógico que se nós tivermos bons resultados nesses dois próximos jogos, a gente ganha tempo, pra trabalhar com calma, a questão do nome a ser contratado”.

Trabalho em equipe

Pandolfo deixou claro que o trabalho vai ser em conjunto com os outros diretores do Sport pois dessa forma a chance de errar é menor.

“Nosso trabalho não vai ser diferente de quando trabalhei anteriormente aqui no Sport. Temos um grupo de trabalho, eu não acredito em trabalho individualizado, eu confio muito num grupo de trabalho, trabalhando junto, a margem de erro é muito menor, assertividade muito maior. Em relação a indicações, o clube já tinha algumas possibilidades, chegamos e acrescentamos algumas e estamos trabalhando nessas frentes”, concluiu.

"Pega a placa! Pega a placa!", gritava, para alguém lá embaixo, o então futuro deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), no alto de um trio elétrico, em Petrópolis, na Região Serrana fluminense, em comício no fim de setembro de 2018. Outros dois candidatos que seriam eleitos na onda de direita que varreu o País naquele ano - Rodrigo Amorim, hoje deputado estadual pelo mesmo partido, e Wilson Witzel (PSC), governador do Rio, afastado por suspeita de corrupção - o acompanhavam. A multidão urrava.

Logo, chegou o retângulo azul escuro e branco, com as palavras "Rua Marielle Franco". Homenageava a vereadora do PSOL morta a tiros sete meses antes, quando também o motorista Anderson Gomes foi metralhado. Enquanto Silveira exibia o objeto, Amorim discursava. "Acabou PSOL! Acabou PCdoB! Acabou essa porra aqui! Agora é Bolsonaro, porra!", gritou o futuro deputado estadual, sob aplausos. Silveira, cuja carreira política - como a de Witzel - está em perigo, vibrava com promessas como "sentar o dedo (dar tiros) nesses vagabundos (a esquerda)".

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Então com quase 36 anos, cabeça raspada, mais de dois metros de altura em um corpo musculoso malhado diariamente em academia, Silveira ganhou muita notoriedade no episódio. Com essa persona, foi eleito em primeiro mandato para a Câmara dos Deputados, com 31.789 votos. Os obteve em campanha que custou R$ 10.291,00, com despesas contratadas e pagas com dinheiro do Fundo Partidário.

No Legislativo, exerceu um mandato beligerante. O Supremo Tribunal Federal (STF), que o mandou para a cadeia no carnaval após receber ataques e insultos do parlamentar, era seu alvo frequente. Desde julho de 2020, quando já era investigado pelo STF, ele produziu 30 vídeos contra a Corte, publicados em sua conta no YouTube.

Entre as acusações infundadas está a de que ministros defendem a pedofilia, postada em 26 de julho.

Com uma média de 3,8 mil visualizações, seus vídeos raramente atraíam mais de 10 mil pessoas - seu canal aberto há quatro anos e tinha 72,9 mil inscritos. Além do Supremo, seus alvos prediletos eram a esquerda, as telenovelas, as vacinas contra a covid-19, o governador João Doria (PSDB), a China, o youtuber Felipe Neto e até a apresentadora Xuxa Meneghel. "A Xuxa vai lançar um livro LBGT para crianças. Ela cantava para os baixinhos 'não gosto de homem de bilau pequeno' nos programas dos anos 80."

Acusou-a de ser uma precursora da doutrinação ideológica e revelou que, na infância, gostava de Mara Maravilha. "Lembram dela?"

No dia 8 de julho começou a sequencia de 30 vídeos contra o Supremo. As agressões e ataques escalaram pouco a pouco. "O STF é completamente socialista. Todos, sem exceção." Em 13 de agosto, afirmou. "Hoje posso afirmar que o STF apoia o narcoterror, as facções criminosas. E quem apoia o narcoterror não passa de vagabundo."

No dia 17 de novembro, afirmou: "Quero que o povo entre no STF, pegue o Alexandre de Moraes pelo colarinho, sacuda a cabeça de ovo dele e o jogue em uma lixeira". Defendeu "a ucranização do Brasil", referindo-se à rebelião que derrubou o governo da Ucrânia em 2014.

A última produção, postada no carnaval, provocou a reação de Alexandre de Moraes. O ministro é relator de inquéritos que investigam atividades antidemocráticas - como manifestações que pediam fechamento do Congresso e intervenção militar - e disseminação de fake news. Silveira é um dos alvos nas duas investigações.

"Daniel sempre foi contundente", disse Octavio Sampaio, amigo e vereador pelo PSL em Petrópolis. Foi ele que apresentou Silveira ao hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Na época, Flávio presidia o PSL no Rio. Para tentar a carreira política, Daniel afastou-se da Polícia Militar. Sua passagem pela corporação fora marcada por prisões e detenções administrativas e repreensões. Ele mesmo as contabilizou: mais de 80 dias, no período em que esteve na ativa, de 2012 a 2018.

Era então o cabo Lúcio, do 26.º Batalhão da PM, sangue O Positivo, segundo a identificação no uniforme. Foi no "comício da placa" que começou a virar o deputado hoje preso no Batalhão Especial Prisional.

Quase três anos após aquele comício, Amorim, amigo de Silveira, disse que eles não se arrependem do que fizeram. Ressaltou que a morte da vereadora foi um crime e afirmou respeitar e se solidarizar com a dor da família de Marielle. Na campanha, a foto dos dois futuros deputados, posando sorridentes com a placa partida, correu sites, jornais, emissoras de televisão. Silveira, de camisa amarela, retesava os músculos e agitava o punho. Amorim segurava os pedaços do objeto.

Serra

Daniel Lúcio da Silveira nasceu em Petrópolis, na Região Serrana fluminense, em novembro de 1982. Era um bebê - segundo a mãe, dona Matildes, tinha cinco quilos ao nascer - quando a ditadura militar se aproximava do fim. O mandato agressivo do político com pinta de marombeiro contrasta com o passado de adolescente que cresceu numa estrada bucólica de Araras, em Petrópolis.

Lá, ele é lembrado pelos vizinhos como um garoto alegre e tranquilo. Era franzino e atencioso com a mãe. "Ele é uma boa pessoa, não é isso que tentam mostrar. Até ser preso, me ligava todos os dias para saber como eu estava e me pedir a bênção", disse a mãe, que conta se ajoelhar e orar pelo filho todos os dias. Ela concorreu a vereadora pelo PSL em Petrópolis, em 2020, mas não se elegeu. "Foi um pedido do meu filho." Era a "Tia Matildes". Teve 158 votos e ficou em 143.º lugar.

O deputado morou com a mãe quase toda a vida - a mulher e os dois filhos também viviam ali. Ele se mudou para uma casa maior na mesma estrada há poucos meses. Foi lá que, na chuvosa noite de terça-feira, a PF bateu para prendê-lo. O filho de Matildes foi cobrador de ônibus na juventude e acabou acusado de apresentar atestados médicos falsos para faltar ao trabalho, segundo o jornal O Globo. A apuração, que foi arquivada, quase lhe custou o ingresso na PM - a investigação social o barrou, mas a Justiça garantiu o ingresso. "Ele sempre gostou de armas, sempre. Nunca escondeu isso", disse a mãe, vendo aí um motivo para o filho querer trabalhar na polícia.

Em seis anos de PM, Silveira ganhou fama de exibicionista. Em um vídeo, revelou uma preferência dos tempos de menino, que pode ajudar a entendê-lo. "Eu gostava do Robocop." Por seu tamanho incomum, o deputado parece o personagem do filme de 1987, um policial transformado em cyborg e programado para combater o crime, mas jamais atacar a OCP, empresa que o criou.

Silveira parecia entender o sistema que o gerou. Sempre manteve intensa atividade na internet. "É um cara que sempre defendeu bandeiras de direita, de maneira contundente", contou Sampaio. "E passava as mensagens de uma forma muito boa, alcançava as pessoas." Os dois se conheciam no mundo virtual. Aproximaram-se em 2017, por iniciativa de um amigo em comum, oficial da PM. "Daniel veio ao gabinete do Flávio Bolsonaro aqui na Assembleia", relatou Amorim. "Ele, com o Flávio, definiu que seria candidato a deputado federal."

Silveira não teve dificuldade para registrar a candidatura. Declarou à Justiça Eleitoral não ter nenhum bem. Curiosamente, pediu a correção de um dado: informou que não é pardo, mas branco. Na Câmara, integrou a tropa de choque do bolsonarismo. Em 2019, admitiu ter gravado a reunião da bancada do PSL em que o então líder do partido, Delegado Waldir (GO), chamou o presidente Bolsonaro de "vagabundo" e disse que ia "implodir o presidente".

Sua lista de projetos incluiu boa parte das convicções e teorias que animam a extrema-direita. Entre as propostas, estão o veto à retirada da internet, pelo provedor, de mensagens do usuário. Afirma que a pandemia de covid-19 "foi criada para acabar com os governo de Bolsonaro e de Trump" e criticava o uso de máscara como uma "focinheira ideológica".

A revolta com o STF se acentuou após o amigo, major Elitusalem Gomes de Freitas (PSC), não se reeleger vereador no Rio. "Como ele teve dois mil votos? Como um cara do PSOL tem 100 mil?" Para ele, o resultado da eleição era "a prova" da fraude. Dizia não estar falando só por si. "Quando bater um cabo e um soldado na porta de vocês não adianta fechar, porque vai ser arrombada. Sabe por quê? Vocês estão abrindo essa precedência (sic). Sim, as Forças Armadas podem intervir. É algo que nós queremos? A maioria absoluta dos brasileiros quer isso. O STF não precisa existir. Ele deveria ser extinto." E lançou um desafio: "Me prendam, que eu quero ver. Cármen Lúcia, vem me prender! Eu desafio vocês a me prender."

Na sexta-feira, na sessão da Câmara que manteve sua prisão, Silveira pediu desculpas cinco vezes. Não adiantou. A ordem do ministro Moraes foi confirmada em votação esmagadora: 364 a 130. O fã de Robocop vai esperar na cadeia o julgamento pela mesma Corte cujo fechamento defendeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A deputada federal Magda Mofatto (PL-GO), escolhida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para relatar o processo da prisão do seu colega Daniel Silveira (PSL-RJ), está em seu terceiro mandato na Casa. O nome de Magda Mofatto para a função foi confirmado pela Câmara nesta sexta-feira. Até quinta, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) era apontado por líderes de partidos como relator do caso. No entanto, antes de ser formalizado por Lira, Sampaio publicou um vídeo em sua página no Facebook condenando a atitude de Daniel Silveira.

Silveira, que é da ala bolsonarista, foi preso na noite de terça-feira (16) por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após dirigir ameaças e ofensas aos membros da Corte e fazer apologia à ditadura militar.

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A prisão foi chancelada em seguida por unanimidade pelos 11 ministros do Supremo.

Diferentemente de Sampaio, Moffato faz parte do Centrão, grupo político que elegeu Lira para a presidência da Câmara. O tucano apoiou o deputado Baleia Rossi (MDB-SP).

A sessão do plenário que vai deliberar sobre a situação de Silveira está marcada para as 17 horas desta sexta-feira.

Preso nessa terça-feira (16), por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) coleciona polêmicas desde que se candidatou ao cargo político em 2018. Conhecido por posar ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) e do ex-governador Wilson Witzel (PSC) portando uma placa quebrada com o nome de Marielle Franco (PSOL), vereadora assassinada no Rio, Silveira já havia sido alvo de uma operação da Polícia Federal sobre a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, também autorizada por Moraes, em junho do ano passado.

Silveira foi preso na noite de terça, após divulgar um vídeo com apologia ao Ato Institucional 5 (AI-5) e discurso de ódio contra os integrantes do STF. A ordem de prisão em flagrante pela prática de crime inafiançável foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes para ser cumprida "imediatamente e independentemente de horário", o que não é um procedimento comum.

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A liminar de Moraes deve ser referendada pelo plenário do Supremo na sessão desta quarta-feira, 17, e conforme previsto na Constituição, em caso de prisão em flagrante por crime inafiançável, o processo deverá ser enviado dentro de 24 horas para a Câmara, a quem caberá resolver sobre a detenção do deputado.

O vídeo de terça, contudo, não é o primeiro ato polêmico em que o deputado se envolveu. Desde que ainda era candidato, em 2018, até aqui, Silveira coleciona comportamentos problemáticos, desde a destruição de uma placa em homenagem a Marielle Franco - cena que o projetou para o Brasil -, passando pela "inspeção" de colégios no Rio, ameaça de tiro e agressões em protestos.

Relembre algumas das polêmicas envolvendo o deputado:

Destruição de placa em homenagem a Marielle

Então candidato, o deputado se envolveu em sua primeira polêmica ao posar junto de aliados com uma placa quebrada com o nome de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro assassinada, em 2018. Ao lado de Silveira estavam o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) e o ex-governador do Rio, Wilson Witzel (PSC). Na época, Amorim escreveu uma postagem em suas redes sociais afirmando que, com o candidato a deputado federal Daniel Silveira, quebrou ao meio a placa, colocada em uma das esquinas da Praça Floriano, na Cinelândia, no centro do Rio, por apoiadores da vereadora. Ele defendeu que houve uma "depredação do patrimônio público" por parte de aliados de Marielle ao "removerem ilegalmente" a placa com o nome original, "colando uma placa fake". "Cumprindo nosso dever cívico, removemos a depredação e restauramos a placa em homenagem ao grande marechal". E conclui: "Preparem-se, esquerdopatas: no que depender de nós, seus dias estão contados".

'Inspeção' de colégios

Antes mesmo de ser diplomado deputado, em novembro de 2018, o parlamentar eleito resolveu "inspecionar" o Colégio Estadual Dom Pedro II e, depois, disse que a diretora da unidade havia "entregado as chaves do colégio para vagabundos" em 2016, durante manifestações do movimento estudantil. Não há provas que corroborem a versão dele; Silveira afirmou que o colégio é um lugar que "fede a marxismo cultural".

A diretora o processou e o caso também rendeu uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo com o processo, Silveira não parou de tentar "fiscalizar" unidades de ensino. Em outubro de 2019, ele e Amorim almejaram entrar numa unidade do Colégio Pedro II, de competência federal, na zona norte do Rio. Foram alvo de protesto dos alunos, que lembraram do ato envolvendo a placa de Marielle.

Polícia Militar e ameaças de agressões e tiros

Quando duas manifestações - a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro - dividiam a orla de Copacabana, o Estadão revelou uma cena preocupante. Silveira fazia uma transmissão ao vivo dos atos e resolveu se aproximar do cordão de isolamento que dividia os dois grupos. Quando pediu a um policial para deixar que ele se aproximasse dos manifestantes pró-democracia e contrários a Bolsonaro, ouviu do PM que ele já havia mandado "queimar aquela bandeira ali". Em resposta, o deputado assentiu e comemorou a iniciativa.

Silveira foi da Polícia Militar do Rio por cerca de sete anos, até 2018. Tem bom trânsito na corporação e se orgulha da farda: no Twitter, exibe a sigla PMERJ no nome. No mesmo dia da manifestação, pouco depois, o deputado postou um vídeo em que afirma que há muitos agentes armados participando de manifestações pró-Bolsonaro. E que torce para um dos críticos do presidente tomar um tiro "no meio da caixa do peito".

Não parou por aí: disse que ele mesmo gostaria atirar contra um opositor. "eu tô torcendo para isso. Quem sabe não seja eu o sortudo. Vocês me peguem na rua em um dia muito ruim e eu descarregue minha arma em cima de um filho da puta comunista que tentar me agredir. Vou ter que me defender, não vai ter jeito. E não adianta falar que foi homicídio, foi legítima defesa. Tenham certeza: eu vou me defender."

Inquérito do STF e operação da PF

Silveira foi o único político com foro no Supremo alvo de uma operação da Polícia Federal em junho do ano passado, quando foram detidos bolsonaristas acusados de participarem de convocações para atos antidemocráticos, que pregavam o fechamento dos Poderes - inquérito tocado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Em entrevista ao Estadão, Silveira negou ter envolvimento na organização de protestos pró-governo e disse desconhecer a existência de uma centralização na "coordenação ou financiamento" de grupos bolsonaristas. O deputado ainda defendeu que o foguetório contra o STF foi "ato religioso".

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu a abertura de um inquérito para apurar "fatos em tese delituosos envolvendo a organização de atos contra o regime da democracia participativa brasileira" no dia 20 de abril. O pedido do PGR foi acatado por Moraes, sorteado como relator.

O deputado nunca disfarçou alguns de seus pensamentos inconstitucionais. No Twitter, por exemplo, já defendeu várias vezes, desde o início do mandato, o fechamento do STF.

A conta no Instagram do Papa Francisco curtiu a foto sensual de uma modelo vestida com um maiô. No Twitter, a modelo Margot Foxx confirmou que o registro era dela, disse que a foto foi publicada no mês passado e que a curtida significa que "ela vai para o céu".

Em novembro, o perfil já havia causado controvérsia ao curtir a foto da modelo brasileira Natalia Garibotto. Após a repercussão, o Vaticano entrou em contato com a plataforma para investigar as causas da movimentação atípica na rede social.

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Eleito presidente do MDB no ano passado, o deputado Baleia Rossi estreou na política aos 20 anos quando se elegeu vereador de Ribeirão Preto (SP), em 1992. Na campanha para o Legislativo municipal, o jovem teve o apoio do então deputado Ulysses Guimarães, símbolo do MDB, que presidiu a Assembleia Constituinte.

O registro do encontro, que ocorreu meses antes de Ulysses morrer em uma queda de helicóptero em outubro daquele ano, em Angra dos Reis, é a foto de perfil do WhatsApp de Baleia. O apoio de Ulysses no início da vida política se deu graças ao pai, o ex-deputado Wagner Rossi, filiado ao MDB desde 1981. Anos depois, Rossi se tornaria ministro da Agricultura dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, entre 2010 e 2011. Pressionado, não durou muito: pediu demissão diante de denúncias de irregularidades na pasta.

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Batizado Luís Felipe Tenuto Rossi, Baleia recorreu ao apelido dado pelos irmãos para concorrer à vaga de vereador, em uma ironia por ele ser, à época, muito magro. Em princípio, não gostava, mas foi convencido pelo avô a adotar a alcunha. Em 1995, ele lançou o "Programa do Baleia", transmitido por emissoras locais para todas as cidades do interior de São Paulo.

Na televisão, Baleia apresentava quadros como o que proporcionava uma transformação visual e outro em que levava flores e lia cartas enviadas pelo público a outra pessoa. O programa durou até 2006.

Em 2014, foi eleito deputado federal e dois anos depois virou líder do MDB na Câmara, quando se aproximou de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na quarta-feira (9), o hematologista Dimas Tadeu Covas acordou por volta das 3 e meia manhã e mergulhou em seu pequeno ritual diário de orações - uma maneira de começar o dia que ele descreve como "o momento em que faço minha reflexão, me examino, defino prioridades, procuro me ligar ao absoluto". Até aí, nada de novo no front. Sair da cama ainda de madrugada e aproveitar para rezar um pouco - às vezes com a ajuda de um terço, às vezes não - tem sido rotina para ele nesses meses de pandemia. A grande novidade viria logo a seguir.

Naquela manhã, Covas chegou ao Instituto Butantã e viu de perto um frasco da Coronavac, a primeira vacina contra a Covid-19 feita em solo brasileiro. Produzido na noite anterior em uma área de segurança máxima onde só entram técnicos paramentados, o imunizante faz parte de um lote de 900 mil doses que dará origem a uma produção de 1 milhão de exemplares por dia. Uma das vacinas que prometem acabar aos poucos com o flagelo que já matou 185 mil brasileiros, a Coronavac é um líquido incolor. "Límpida como a água", descreve. E é também resultado de um embate entre ciência e política com lances duríssimos, em que o médico empenha toda a sua energia, 24 horas por dia.

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Dimas Covas é o homem da vacina. Diretor do Instituto Butantan há três anos, prospectou potenciais parceiros para produzi-la em São Paulo, bateu o martelo com o laboratório chinês Sinovac, coordenou a importação de insumos, comanda a fábrica de onde saem os frascos e, sobretudo, banca sem fraquejar: "a Coronavac é uma das melhores opções do mundo". Se der tudo certo, ele entrará para o rol dos grandes heróis da ciência brasileira. No momento, no entanto, é um cientista sob pressão.

Desde o começo da pandemia, emagreceu 10 quilos, dorme mal, passa o dia pendurado no celular, vê a família muito pouco. Convive o tempo inteiro com os desdobramentos sem fim da peleja entre o presidente da República que critica, faz chacota e dificulta a chegada da Coronavac porque ela foi desenvolvida em parceria com um laboratório da China, hoje uma das maiores potências científicas do mundo, e o governador de São Paulo que bota pressão para que o imunizante seja aprovado logo.

"Na hora em que me comprometo com uma vacina e alguém acredita piamente nela, e de um outro lado tem alguém que não acredita, eu sou o fiel da balança. É uma responsabilidade muito grande, uma pressão imensa. Mas, a despeito de todo o sacrifício pessoal, pode ter certeza: me preparei a vida inteira para enfrentar esse tipo de situação, ela não me amedronta nem por um minuto. Eu faço isso pela visão do meu papel no mundo. Isso me deixa muito confortável", diz ele.

Dimas Covas é extremamente católico. "Em alguns momentos, sou fervoroso", define. Foi agnóstico a maior parte da vida até que, aprofundando seus interesses por teologia, teve uma epifania nos escritos do frade e filósofo italiano São Tomás de Aquino. A influência do pensador na maneira como Covas se movimenta na vida é acachapante. "Sem dúvida o maior lógico que já existiu depois de Aristóteles, Tomás de Aquino é meu mestre. Ele me ensinou a pensar - e agora me orienta." Para manter o equilíbrio nesses tempos de exceção, recorre a textos tomistas, sempre nas madrugadas. "Se sou católico, é porque sou cientista!", anuncia.

Além de ter fé suficiente para dividir entre a religião e a ciência, o sujeito que hoje assume responsabilidade total pela Coronavac tem também uma trajetória profissional bojuda. Filho de um carteiro e de uma dona de casa, Covas nasceu e cresceu em Batatais, cidade a 355 km da capital - onde ainda moram a mulher, a biomédica Claudia, e a filha Giulia, de 17 anos; Lorenzo, o filho de 23 anos, estuda na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Foi um adolescente fissurado por Freud, por filosofia, por ciência. Entrou para a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e estava no meio do doutorado quando, na década de 1980, estourou o que até hoje considera um dos maiores baques de sua trajetória médica e um momento em que intuiu que a ciência não pode tudo.

Vírus até ali desconhecido, o HIV começou a infectar também pacientes fora dos grupos de risco que precisavam de transfusões de sangue. "De repente, 60% dos meus pacientes com hemofilia foram contaminados por transfusões que eu prescrevia, sem saber que o sangue não era seguro. Foi um choque muito grande", lembra. A comunidade científica começou a se organizar para garantir a qualidade do sangue e Covas foi convidado para integrar um grupo que instalaria uma rede de hemocentros no Estado de São Paulo. Logo depois, foi encarregado de montar o Hemocentro de Ribeirão Preto. "Ali começou a grande dedicação da minha vida, o meu envolvimento com a Saúde Pública", diz.

O médico representa uma escola com visão extremamente prática da ciência. Ligado ao desenvolvimento em biotecnologia, acredita em pesquisas que levem a algum lugar: ou a um medicamento, ou a um tratamento, ou a um diagnóstico. Orgulha-se de uma carreira com resultados palpáveis. Foi o primeiro no Brasil, por exemplo, a desenvolver proteínas recombinantes para tratamento de hemofilia, recurso hoje corriqueiro. Por conta dessa atuação intensa e pé no chão na hematologia, acabou em contato próximo com o Instituto Butantã quando se resolveu que, além de fazer vacinas e soros, o lugar abriria uma fábrica de hemoderivados.

Em 2017, o Butantã se enfiou numa crise cascuda que culminou no afastamento do imunologista Jorge Kalil de sua direção. Covas foi convidado às pressas pelo então secretário de Saúde, David Uip, para assumir o Butantã. Olhando a instituição de perto, concluiu que ela sofria de crise de identidade. "Fazia pesquisa, produção, ensino, cultura. No conjunto, parecia ter sentido, mas quando você analisava melhor, era mais um ajuntamento de coisas."

Sentado na cadeira de diretor, Covas anunciou que o grande ativo do Butantan seriam as sete vacinas que produz e fez um plano de voo para colocá-las no mercado internacional - a meta para 2020 era incluir o instituto entre os três maiores produtores do mundo, atrás de multinacionais como a francesa Sanofi e a britânica GSK. Refez a fábrica da vacina contra a gripe e a embicou no mercado como a maior do Hemisfério Sul. No ano passado, viajou pelo planeta atrás de parcerias.

Enquanto as ambições comerciais corriam soltas, o Butantã ficava ligado também na ameaça de epidemias. O Instituto participa de organismos internacionais que discutem o tema, entre eles um formado pela Fundação Bill e Melinda Gates e pela OMS cujas prospecções levavam a crer que o próximo vírus que faria o mundo tremer seria o influenza H7N9.

Como o Brasil se encaixa no perfil dos países mais ameaçados por esse vírus, o Butantã desenvolveu uma vacina, já em fase de estudo clínico. O Sars-CoV-2, vírus que causa a covid-19, no entanto, apareceu antes. "Quando ele começou a se espalhar, já em janeiro, montamos no Butantã o primeiro comitê para enxergar o assunto, que precedeu o que foi montado pelo governador. Ali já discutíamos aspectos relacionados com diagnóstico, testes, estratégias de enfrentamento e, claro, vacinas."

A pandemia foi se aproximando, e o médico ativou uma comunicação desenfreada com laboratórios mundo afora. Amarrou alguns acordos confidenciais para troca de informações, inclusive com a Universidade de Oxford. No giro pelo exterior feito no ano passado, parte da equipe do Butantã havia visitado farmacêuticas estatais e privadas na China, entre elas a Sinovac. Pouco depois, representantes da companhia chinesa conheceram o Instituto Butantã.

Com esse canal aberto, a empresa avisou que tinha uma vacina para outra epidemia, a do Sars-CoV-1, que já estava em estudos préclínicos para ser adaptada para o Sars-CoV-2. Covas fechou acordo de informações com eles, mas seguiu em contato com outras empresas. Conversou com a AstraZeneca, falou com o grupo russo que desenvolvia a Sputnik V. A certa altura, formou sua convicção: nada era melhor do que a oportunidade que tinha com a chinesa Sinovac.

Dimas Covas apostou seu pescoço na Coronavac por quatro motivos: a Sinovac é parecida com o Butantã em tamanho e portfólio de vacinas, o que transformava a negociação em uma conversa entre iguais; a equipe do Butantã conhece e domina a tecnologia da vacina chinesa, a mesma usada por aqui para fazer a da dengue; a Sinovac precisava de uma parceria com um país que ainda estivesse enfrentando a pandemia para fazer seus testes clínicos; e, por fim, seria ideal que esse parceiro tivesse inserção na comunidade internacional, porque a empresa chinesa é pouco conhecida no mundo. "Eram as condições ideais, para nós e para eles.

Tanto que fizemos um acordo de desenvolvimento da vacina, não um acordo comercial travestido. Somos os responsáveis pelo estudo clínico que vai aprovar a vacina no Brasil e na China, a nossa contribuição é enorme. Vamos dar pedigree à Coronavac." Qualquer que seja o desfecho dessa história, a militância pela vacina feita pelo médico e professor titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto já entrou para a crônica da ciência no Brasil. Ele, francamente, não está nem aí: "atualmente, eu só penso, só falo, só trabalho ao redor dela: a vacina".

O pesquisador de segurança cibernética, Victor Gevers, assumiu que hackeou o Twitter do presidente norte-americano Donald Trump durante o fim da eleição 2020. Ele garante que adivinhou a senha em outubro, mas a Casa Branca e o Twitter negaram o ataque virtual na ocasião.

Gevers compartilhou o que seriam imagens da conta de Trump, que possui cerca de 89 milhões de seguidores. O hacker profissional foi descoberto por promotores holandeses, que não devem puni-lo, pois entendem que ele agiu com ética para mostrar as vulnerabilidades das senhas na rede. "Não se trata apenas do meu trabalho, mas do de todos os voluntários que procuram vulnerabilidades na internet", pontuou em entrevista à BBC.

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O pesquisador conta que comandava uma varredura no Twitter dos principais candidatos americanos, no dia 16 de outubro, quando conseguiu 'adivinhar' a senha do presidente. "O próprio hacker divulgou o login", confirmou a polícia holandesa.

Para entrar no perfil, o pesquisador digitou "maga2020!". A sigla abrevia o slogan eleitoral usado por Trump na primeira candidatura "make America great again", que corresponde a 'tornar a América grande novamente'.

Gevers ainda ressalta que já havia invadido a conta de Trump em 2016, com uma senha vinculada a outra de suas contas de rede social. O login era a frase "yourefired" – ‘você está demitido’ -, repetida por ele no reality show "O Aprendiz", antes de ser eleito à Casa Branca.

Eduardo Tuma, de 39 anos, é advogado e professor de Direito e se elegeu neste ano para seu terceiro mandato como vereador de São Paulo. Foi o 12º na lista dos eleitos, com 40.270 votos. Ele entrou na vida política impulsionado pelo capital político do tio, o ex-senador e ex-delegado da Polícia Federal Romeu Tuma (1931-2010). Fiel da Igreja Bola de Neve, o tucano é um dos expoentes da bancada evangélica paulistana e auxiliou o prefeito Bruno Covas (PSDB) a se aproximar desse eleitorado durante a campanha.

Na Câmara, o parlamentar teve atuação voltada para obter isenções fiscais para templos religiosos e, ao longo da carreira, ocupou assentos nas Comissões de Constituição e Justiça e nas Comissões Parlamentares de Inquérito da Dívida Ativa e dos Alvarás.

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Tuma teve envolvimento indireto em alguns escândalos durante sua passagem pela Câmara municipal. Em 2014, um de seus assessores foi flagrado cobrando propina de empresários para que suas empresas não aparecessem em uma lista de comércios irregulares da cidade. Em 2018, foi alvo de uma investigação do Ministério Público sobre a evolução incomum de seu patrimônio, e teve o sigilo quebrado. Em ambos os casos, negou ter praticado irregularidades. No primeiro, o assessor foi exonerado. No segundo, Tuma disse que a evolução de bens se deu em razão da herança recebida do pai. Nenhuma investigação resultou em denúncia.

No dia 15 de novembro, Cinthia Ribeiro (PSDB) foi reeleita prefeita de Palmas, no Tocantins, e será a única mulher a administrar uma capital pelos próximos quatro anos. Aos 43 anos, Cinthia tem uma trajetória marcada pela coordenação de campanhas políticas e por passagens pelo hospital por causa da família. Ela diz que seu "coração de mãe já foi testado de tudo que é jeito".

O ano de 2020 foi o primeiro em que a prefeita se lançou como cabeça de chapa. Em 2014, concorreu a vice-governadora de Tocantins pelo PTN (Atual Podemos), sem sucesso. Já em 2016, foi eleita vice-prefeita da capital pelo PSDB, na chapa de Carlos Amastha (PSB). Assumiu o cargo em 2018, depois de Amastha renunciar ao posto para concorrer ao governo do Estado - e perder. Neste ano, foi reeleita com 36,24% dos votos válidos no dia 15 - Palmas tem menos de 200 mil eleitores e, portanto, não tem segundo turno.

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Mais velha entre três irmãs, Cinthia nasceu em Anápolis (GO), filha de comerciante e dona de casa. Fonoaudióloga, ela se aproximou da política por causa do senador João Ribeiro, com quem foi casada. Ele faleceu em 2013, de leucemia.

Foi com João Ribeiro que Cinthia teve seu único filho, João Antônio, de 13 anos. Ela lembra que foi por causa da criança que passou os momentos mais difíceis de sua vida - e também os mais bonitos.

João Antônio nasceu com uma cardiopatia rara e precisou fazer uma cirurgia aos 21 dias de idade. Outras duas grandes cirurgias, uma antes do primeiro ano e outra aos sete, seriam necessárias. O menino passou pela cirurgia no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, o mesmo onde o pai, João Ribeiro, lutou pela vida durante um ano.

Cinthia se define como "uma mulher moderna". Católica, ela namora um pastor, Eduardo Mantoan, há dois anos e meio. Diz que é "de centro", "muito feminista" e "conservadora". Mesmo tendo dito que era "impossível não se emocionar" quando assistiu à posse de Jair Bolsonaro como presidente, Cinthia rejeita o adjetivo de bolsonarista. "Dizer que somos aliados é extremo". Para ela, a reeleição foi um marco importante e, sobre a representatividade feminina na política, diz que "ainda é necessário avançar mais".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, disse nesta terça-feira, 1º, que a vacina ideal contra a covid-19 seria de dose única e armazenada de 2 a 8 graus. Ele ponderou que trata-se de um "perfil desejado" e não descartou a compra de imunizantes que fujam deste padrão, como os produzidos pela Pfizer e pela Moderna, que já concluíram suas pesquisas e estão em fase de registro junto a autoridades sanitárias dos Estados Unidos e Europa.

As duas vacinas das farmacêuticas americanas precisam ser armazenadas em -70º e -20º, respectivamente. Ambas também exigem duas doses. O Brasil testa apenas uma vacina aplicada em dose única, a da Jhonson & Jhonson.

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"Qual o perfil da vacina desejada? Claro, que confira proteção contra a doença. Que tenha elevada eficácia, segurança. Capaz de fazer indução da memória imunológica. Que tenha possibilidade de uso em diversas faixas etárias e em grupos populacionais", afirmou Medeiros durante evento da pasta sobre combate à Aids.

O governo já expôs anteriormente preocupação sobre o armazenamento em temperaturas negativas, pois as unidades básicas de saúde só possuem refrigeradores para produtos que ficam em temperaturas mais altas, de 2 a 8 graus.

A Pfizer afirma que tem um "plano logístico" para apoiar o transporte e armazenamento das doses ao Sistema Único de Saúde (SUS), caso o ministério feche contrato com a companhia. "Para isso, foi desenvolvida uma espécie de container (embalagem em formato de caixa) com temperatura controlada, que utiliza gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada, de - 75 ° C (± 15 ° C) por até 15 dias", diz a empresa em nota divulgada no começo do mês.

A aposta do governo, por enquanto, é no imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e o laboratório AstraZeneca. O governo investiu cerca de R$ 2 bilhões para comprar 100 milhões de doses desta vacina, além de equipar a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), laboratório ligado ao Ministério da Saúde, para produção independente da droga. Esta vacina é armazenada em temperaturas de 2 a 8 graus, mas deve ser aplicada em mais de uma dose, segundo os estudos.

Em outra frente de atuação para encontrar uma vacina, o Brasil espera receber doses para 10% da população por meio do consórcio Covax Facility, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O País investiu R$ 2,5 bilhões para entrar no consórcio.

O Instituto Butantã, ligado ao governo de São Paulo, desenvolve a Coronavac, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. O produto também está no "perfil desejado" do ministério para armazenamento, mas é aplicado em duas doses. Por disputa política com o governador paulista João Doria (PSDB), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez a Saúde negar que comprará doses deste imunizante.

Nesta terça-feira, Medeiros disse que o "perfil da vacina desejada" é de produto que "idealmente seja feito de dose única, embora muitas vezes, talvez não seja possível, talvez seja possível mais de uma dose". Ele também disse que o imunizante deve ser "fundamentalmente termoestável, por longos períodos, em temperaturas de 2 a 8 graus". Ainda afirmou que a vacina deve ser de tecnologia de produção barata.

O secretário voltou a afirmar que o plano de imunização só deve ficar pronto após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrar as primeiras vacinas.

O plano do ministério tem 10 eixos e está sendo discutido em grupos de trabalho. Na tarde desta terça-feira, técnicos do governo e de diversas entidades apresentam estudos feitos nestes grupos. Segundo Medeiros, a conversa ajudará a formar um "esboço" para o plano final. "Esse plano de operacionalização só ficará pronto, fechado, quanto tivermos uma vacina ou mais de uma registrada na Anvisa."

 

 

 

A vitória do democrata Joe Biden contra o republicano Donald Trump na eleição dos Estados Unidos deu espaço a uma disputa entre políticos brasileiros pelo domínio da imagem do líder moderado capaz de derrotar, em 2022, o presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, a busca pelo "Biden brasileiro" despertou articulações, conversas de bastidores e mesmo debates nas redes sociais.

A realidade de Washington, porém, pode não se transpor a Brasília. Nenhum dos que hoje se apresentam como presidenciáveis reúne as principais características do perfil ou da trajetória de Biden. Há 48 anos na vida pública, o presidente eleito é um conhecedor profundo do Legislativo e centrista convicto que acumula uma imagem conhecida pela sociedade norte-americana. Além dos mandatos em série como senador e dois como vice-presidente (2009-2017), havia disputado as prévias presidenciais do Partido Democrata em 1988 e 2008.

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"Um cara mais da política, né? Olha, não surgiu, não", avalia o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ao pensar nos traços comuns entre nomes na corrida pelo Planalto e o democrata. "Tem que aguardar. Não é o João Doria, não é o Luciano Huck. O Ciro Gomes não tem esse perfil (agregador)", afirma, avaliando que o cenário eleitoral de 2022 começa a se consolidar na virada do ano. Interlocutor de Bolsonaro, Kassab aposta que o esforço para a implantação de uma frente unificada contra o presidente não deve vingar.

Esse é o receio de lideranças de oposição ao Planalto. Embora se fale na formação de "frentes" para 2022, até agora, interesses partidários e personalismos bloquearam as composições e mantiveram o cenário de 2018, com a polarização entre Bolsonaro e o PT. Há dois anos, houve grande número de candidatos se apresentando como alternativas às duas campanhas, mas que não atingiram 5% dos votos válidos. O único a desgarrar desse grupo foi Ciro Gomes (PDT), com 12,5%.

Dirigentes partidários e cientistas políticos avaliam que contra Bolsonaro devem se definir uma ou mais composições de centro, entre partidos à direita e à esquerda, como DEM, MDB, PDT, PSB, PSDB, Podemos, Rede, PV, e pelo menos mais uma na esquerda, com PT, PSOL e PCdoB. Nessas frentes, já estão explícitas as resistências à participação dos desiludidos do bolsonarismo, como mostraram as reações adversas a conversas entre o ex-juiz Sergio Moro e o apresentador Luciano Huck. Ambos não têm partido.

De Biden se esperam atitudes previsíveis, observam analistas. Sua vitória é produto de uma campanha plebiscitária do desempenho de um governo mal avaliado, em que se votou menos no democrata e mais contra Trump. Ele sempre encarnou a imagem de "homem comum". Por anos deslocava-se de trem de casa ao Senado. Vem de família simples e que enfrentou dificuldades financeiras. Ainda teve a vida marcada por tragédias, com a morte da primeira mulher e de filhos.

A ideia do "plebiscito" aproxima-se do que ocorreu em 2018 no Brasil, quando eleitores de Bolsonaro justificaram a escolha pelo candidato como um veto ao retorno do PT ao poder.

Uma frente ampla de centro precisa ir além de uma aliança eleitoral, segundo o cientista político Antônio Lavareda, para o que ele chama de "confederação dos insatisfeitos". Ele avalia que as forças de centro poderão mais uma vez amargar uma terceira posição. "Ou se junta o maior espectro da sociedade ou não consegue sobrepujar o presidente e a base dele", disse. "A aliança terá que ter lógica centrípeta, vir em nome de um candidato ‘mais Biden’", completa. "Ela só tem chance de êxito se liderar uma confederação mais social, com professores, funcionários públicos, o agronegócio, industriais, trabalhadores, Igreja Católica, segmentos evangélicos, gays, negros, índios, ecologistas."

Lavareda observa ainda a capacidade do governo de negociar cargos e benesses para formar uma base ampla, num sistema político pulverizado. "A grande diferença e a dificuldade de se encontrar um Biden no Brasil é o nosso sistema partidário. Fragmentado, o campo da oposição não tem mecanismos de atração e cooptação como o governo, uma magnetização."

Pesquisador do Núcleo de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo, Emmanuel Nunes de Oliveira prevê uma demanda pela experiência política. "Depois de Dilma Rousseff e Bolsonaro, o eleitor tende a pinçar alguém de dentro do sistema político e com experiência em administração pública." O professor de Ciência Política da USP José Álvaro Moisés também aposta num nome conhecido. "São os líderes com tradição democrática, com carreira e história dentro dos seus partidos e com folha de serviços para oferecer aos eleitores uma contraposição aos populistas", disse.

Por sua vez, o ex-ministro Roberto Freire, presidente do Cidadania, avalia que os políticos que despontaram no século passado não têm condições de atrair as novas gerações. "Quem imaginar que os protagonistas do século 20 vão ter vez em 2022 está equivocado. Em 2018, pensávamos que a aliança em torno de Geraldo Alckmin podia significar uma resposta para a sociedade. Mas ela não queria mais ouvir esses ‘sábios’ do passado", disse.

Freire pretende filiar Huck, quem ele enxerga como capaz de reunir centro-direita e centro-esquerda em único projeto. Apesar da disposição em agregar vozes distintas, Huck é um empresário do "show business", como Trump. Tem se movimentado politicamente sem o ônus de uma filiação partidária e evita o confronto direto com Bolsonaro.

Na corrida de 2022 estão os governadores João Doria (SP), Flávio Dino (MA) e Eduardo Leite (RS), todos sem longa trajetória na política. Por outro lado, a ex-ministra Marina Silva (Rede) não procura protagonismo entre opositores. Já Ciro Gomes (PDT), três vezes candidato ao Planalto, se esforça para aparar arestas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas mantém a aposta no conflito.

História

O triunfo de um político com perfil moderado nos Estados Unidos pode inspirar um retorno ao passado brasileiro. Nos delicados momentos de transição do País, personagens de centro e experiência no Legislativo tiveram destaque, ainda que acidentalmente.

Em 1985, o ex-governador de Minas Tancredo Neves costurou uma ampla aliança que garantiu a vitória no Colégio Eleitoral, selando o fim da ditadura militar. Em 1992, Itamar Franco, vice de Fernando Collor, aglutinou forças suficientes para retomar a governabilidade pós-impeachment. Com passagem pelo Senado, o empresário José Alencar compôs chapa com Lula, em 2002, e o chancelou no setor produtivo.

O cientista político Fernando Pignaton aposta que reflexos de uma demanda por um "basta" a lideranças extremadas podem surgir das eleições municipais. "Há de se chegar a nomes que proponham transformação social por vias mais moderadas, com avanços seguros", observou. "Olhando para o Brasil, nos municípios as pessoas não querem prefeitos que sejam extremados."

O ex-deputado Miro Teixeira (Rede) afirma que só uma reformulação profunda no sistema partidário seria capaz de agregar projetos democráticos. "Quando você olha para organização partidária brasileira tem a sensação de estar na antessala do inferno", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para expandir a segurança de crianças e adolescentes no TikTok, a plataforma atualizou a ferramenta Sincronização Familiar e ampliou o vínculo dos pais com o perfil dos filhos. A novidade aumenta a capacidade de supervisão e o controle sobre as contas.

Por meio da Sincronização Familiar, os pais vão fazer parte da experiência dos menores na rede social e acompanhar sua atuação. A antiga configuração já permitia os recursos de:

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Modo restrito, que limita o conteúdo que aparece no feed "Para Você" e evita a exibição de publicações não ser apropriadas;

Mensagens diretas, que restringe ou desativa quem pode enviar mensagens aos adolescentes. O próprio já desativa automaticamente os envios diretos para menores de 16 anos e deixa autorizados apenas os seguidores.

Na atualização, as novidades são as ferramentas:

Pesquisar, que dá o poder de decidir o que a criança pode pesquisar, seja conteúdo, usuários, hashtags ou sons;

Gerenciamento do tempo de tela, que define o tempo de acesso diário ao TikTok;

- Comentários, que filtra quem pode comentar nos vídeos do seu filho (todos, amigos, ninguém);

Detectabilidade, que torna a conta privada ou pública;

Vídeos de que gostou, que dá permissão para decidir se outros podem ver a lista de vídeos que seu filho gostou.

Contratado por Andrea Matarazzo (PSD) para comandar sua comunicação na disputa pela Prefeitura, o publicitário Paulo Vasconcellos faz suas contas na atual corrida, marcada por uma pandemia que limitou muito as ações: desta vez, diz ele, a campanha "não ferveu". Ele vê no cenário paulistano o crescimento do candidato Guilherme Boulos, do PSOL, com "sintomas de uma calmaria perigosa". E lembra a virada de Romeu Zema na disputa mineira de 2018.

Vasconcelos faz parte da geração de marqueteiros que fez campanhas milionárias até 2018 e é alvo de investigação da Lava Jato - mas permaneceu no mercado eleitoral nos tempos de "vacas magras" imposto pelo fim do financiamento empresarial.

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Aos 60 anos, ele ostenta em seu currículo duas corridas presidenciais - uma por Aécio Neves (PSDB) em 2014 e outra por Henrique Meirelles (MDB) em 2018. Nos dois casos dinheiro não era problema: foram R$ 40 milhões para tentar eleger o tucano e R$ 26 milhões para o ex-ministro da Economia, que pagou tudo do próprio bolso e teve pouco mais de 1% dos votos válidos.

"Havia desperdício e uma sensação de que tudo tinha que ser grandioso", contou Vasconcelos ao Estadão. "Houve um grande reaprendizado. Eu vivi os dois momentos. Fiz campanhas com contratos fartos, como as de Meirelles e Aécio, e outras simples e baratas, como a de Marília Campos pelo PT em Contagem".

Estacionado, hoje, com 1% das intenções de voto na disputa paulistana, Andrea Matarazzo fechou com ele um contrato de R$ 1,7 milhão. "Até 2014 e mesmo em 2016 tinha muita máscara publicitária, com vinhetinha para cá e para lá. Fiz com o (Alexandre) Kalil (PSD) em 2016 uma campanha espartana, sem muita alegoria. Mas ela custou na época três vezes mais do que a do Andrea."

Segundo ele, todos os candidatos hoje com grande tempo de TV vão apresentar na prestação de contas valores acima dos R$ 6 ou R$ 7 milhões. "É impossível fazer 3 ou 4 minutos de TV com o orçamento disponível. Temos menos tempo de TV na campanha do Andrea, mas mesmo assim o recurso é exíguo. Temos feito mais gravações em estúdio e não fizemos jingle. É uma campanha de relação mais direta com eleitor, o que barateia bastante".

Trauma

O marqueteiro mineiro ficou conhecido no mercado publicitário por ter comandado todas as campanhas majoritárias de Aécio, que se elegeu governador de Minas pela primeira vez em 2002. Em 2017, ele era senador quando foi gravado pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, acertando um pagamento de R$ 2 milhões para seus advogados.

Apesar da trajetória profissional ligada a Aécio, Vasconcellos não chegou a construir relação de grande amizade com o hoje deputado federal, que ele ajudou a eleger duas vezes governador e a senador.

"Vi com muita, muita tristeza, esse processo todo que aconteceu com ele. O que mais machucou foi a gravação. Denúncias aconteceram em profusão com vários políticos, mas a gravação trincou o ídolo", disse Vasconcellos.

Em dezembro de 2018, o marqueteiro foi surpreendido quando dois endereços seus foram alvos da operação Ross, da Polícia Federal, que realizou busca e apreensão de documentos em sua residência e sua empresa, em Brumadinho e Belo Horizonte, respectivamente. O publicitário é investigado por repasses de R$ 1,8 milhão e de R$ 5,47 milhões que teriam sido feitos pela Odebrecht, a pedido de Aécio, para a campanha do hoje senador Antonio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas em 2010. Os processos estão na Justiça Eleitoral. "Não tem nenhuma acusação contra mim de mala de dinheiro e nenhuma movimentação bancária suspeita. Fui devassado pela Receita Federal. O que há são delações que me acusam de ter feito contrato fictício sem ter prestado serviço. O delator fica no lado mais confortável. O cara rouba a vida inteira. Aí paga uma grana e vai para a casa. É assustador sofrer busca e apreensão dez anos depois de o fato ocorrido. Isso interfere na família, na saúde mental, no equilíbrio." Vasconcellos conta que em 2018 seu filho perdeu o emprego no mercado financeiro em função do episódio. "Hoje está tudo bem, mas essa é uma dor que não tem conserto. Mas no campo profissional não me afetou."

Sobre o processo eleitoral de 2020, em plena pandemia, o marqueteiro avalia que a campanha "não ferveu". Faltando pouco mais de duas semanas para o primeiro turno, ele tenta manter o otimismo ante o desafio de alavancar Matarazzo num processo eleitoral mais curto, sem debates com adversários.

Ele cita o caso de Romeu Zema (Novo), que em 2018 surpreendeu na reta final. "É possível acontecer isso aqui? Talvez sim. O crescimento do Boulos e a estagnação de Bruno e Russomanno podem ser o sintoma de uma calmaria perigosa".

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