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Nove ministros que haviam sido exonerados na semana passada para reassumirem o mandato de deputado federal foram nomeados novamente para o cargo, em atos publicados em edição extra do Diário Oficial da União que circula na tarde desta quinta-feira, 26. Voltam aos cargos os ministros Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo); Mendonça Filho (Educação); Bruno Araújo (Cidades); Leonardo Picciani (Esporte); Fernando Coelho Filho (Minas e Energia); José Sarney Filho (Meio Ambiente); Ronaldo Nogueira (Trabalho); Marx Beltrão (Turismo); e Maurício Quintella (Transportes).

Com exceção de Fernando Coelho Filho, todos foram exonerados na última sexta-feira, 20, para que pudessem retomar os mandatos de deputado federal para participarem da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, reforçando o quórum a favor do presidente. Fernando Coelho Filho tinha sido exonerado dois dias antes, na segunda, 18. Além de participarem da votação na Câmara, os ministros foram exonerados para que pudessem apresentar emendas individuais ao orçamento de 2018. O prazo para o protocolo das emendas terminou na sexta.

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O presidente Michel Temer venceu a segunda batalha no Congresso para barrar o prosseguimento de mais uma denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Apesar disso, o peemedebista não está livre de esclarecimentos à Justiça. No Supremo Tribunal Federal (STF), Temer é investigado em um inquérito aberto e conduzido pelo ministro Luís Roberto Barroso.

Além da frente de investigação aberta, o Planalto monitora com atenção passos de antigos aliados de Temer que estão presos - como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. A apreensão de auxiliares do presidente é de que ambos partam para a delação premiada e, pressionados, mencionem Temer em relatos à PGR.

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A investigação que persiste no Supremo apura corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a edição do Decreto dos Portos neste ano, que mudou regras do sistema portuário. Temer é investigado por esse caso, assim como o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures por supostamente atuarem em benefício da empresa Rodrimar, que opera no Porto de Santos.

O inquérito foi aberto pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, mas desde a troca no comando da PGR está nas mãos de Raquel Dodge. A procuradora-geral da República pediu ao Supremo diligências de investigação como o registro do doações feitas pela Rodrimar a Temer e ao PMDB nas últimas disputas eleitorais, além do depoimento do próprio presidente.

O STF expediu na segunda-feira, 23, ofícios com a requisição das informações a autoridades que deverão responder à Corte. Raquel deu 60 dias para a conclusão das investigações pela polícia, o que faz com que o caso possa ser encaminhado à PGR em dezembro. Caberá à procuradora-geral decidir depois das diligências necessárias se vai oferecer uma nova denúncia contra o presidente - seria a terceira acusação criminal contra Temer enviada à Corte neste ano.

O Planalto afirmou em nota, após o pedido de Raquel para ouvir o presidente, que Temer responderá aos questionamentos sobre o Decreto dos Portos.

Delações

Preso há quase 50 dias pela segunda vez, Geddel é considerado por procuradores como um forte candidato a delator depois que investigadores encontraram um apartamento ligado a ele, em Salvador (BA), com o equivalente a R$ 51 milhões em espécie.

Já Cunha tentou negociar delação com a equipe de Janot, mas as tratativas fracassaram. Um dos argumentos na Procuradoria era de que não seria aceito um acordo do ex-presidente da Câmara em que não se falasse do papel da cúpula do PMDB - entre eles, Temer - nos esquemas investigados. O ex-deputado tenta agora emplacar a delação na gestão de Raquel.

Na sexta-feira, 27, Cunha irá prestar depoimento à Justiça Federal em Brasília no âmbito da Operação Sépsis, que apura fraude com recursos do FI-FGTS, administrado pela Caixa. O peemedebista costuma enviar recados ao Planalto em suas declarações à Justiça.

Além de Cunha, outro depoimento marcado para sexta pode levar tensão ao Planalto: é o do delator Lúcio Funaro. O corretor implicou Temer em sua delação e também vai falar à Justiça Federal em Brasília, no mesmo dia de Cunha.

Denúncias paradas

A rejeição da denúncia pela Câmara dos Deputados impede o prosseguimento do caso enquanto Temer é o presidente da República. A acusação será analisada pela Justiça, no entanto, quando o mandato de presidente se encerrar. O procedimento é o mesmo no caso das duas denúncias contra o presidente - a primeira, por corrupção passiva, rejeitada em agosto, e a segunda por organização criminosa e obstrução da Justiça.

Se Temer deixar a Presidência, mas permanecer em cargo com prerrogativa de foro - como uma cadeira no Congresso ou ministro de Estado -, as denúncias deverão tramitar no Supremo Tribunal Federal.

No caso de o peemedebista deixar a Presidência ao fim de 2018 e não assumir cargo que possua foro privilegiado, no entanto, as acusações são remetidas à Justiça de primeiro grau. Na primeira instância, o procedimento de investigação tende a ser mais rápido do que no STF.

A denúncia por organização criminosa pode ser encaminhada ao juiz Sérgio Moro, já que entre os atos listados pela PGR na acusação está atuação no âmbito da Petrobrás. Os processos ligados à petrolífera são de competência de Moro, em Curitiba, quando não envolvem agentes com foro privilegiado. A Câmara trancou a acusação contra Temer e os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha - os demais acusados não possuem foro.

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Fiel escudeiro do presidente Michel Temer, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) comemorou com dança o resultado da votação do parecer pela rejeição da denúncia contra o presidente da República realizada na noite de quarta-feira, 25, no plenário da Câmara dos Deputados. No vídeo, ele diz que "surrou" a oposição ao adaptar letra da música Tudo Está no Seu Lugar, sucesso na voz do cantor Benito de Paula.

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O placar da acusação por obstrução da Justiça e organização criminosa foi mais apertado para o peemedebista do que o da primeira denúncia, por corrupção passiva, suspensa em agosto deste ano. Temer recebeu o apoio de 251 deputados federais e 233 votaram para autorizar a continuidade das investigações contra o peemedebista. A votação pró-presidente, desta vez, não alcançou nem a maioria simples - 257 dos 513 parlamentares da Casa. Na primeira denúncia, foram 263 votos pró-governo e 227 pelo prosseguimento da denúncia.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apresentou na noite de desta quarta-feira (25) logo após o fim da votação que barrou o andamento da denúncia contra o presidente Michel Temer, uma agenda própria que pretende pautar na Casa. Entre os pontos citados, alguns deles antecipados pelo Estadão/Broadcast, estão uma reforma da Previdência "mais enxuta", projetos na área da segurança pública, saúde e regulamentação do setor de óleo e gás.

Maia defendeu uma reforma da Previdência com alteração apenas na idade mínima para aposentadoria e mudanças nas regras para servidores públicos. Ele disse já ter conversado nesta semana com o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), para debater o enxugamento. "Se misturou muitos temas e, quando se mistura, acaba somando adversários."

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Questionado se o governo ainda teria força para aprovar a proposta, ele admitiu que vai ser "difícil" com a atual base aliada. Temer obteve 251 votos a seu favor para barrar a denúncia, menor do que a maioria simples da Casa, de 257 deputados.

"Cada um tem de conduzir a sua relação da forma que entende. Não vou ficar ensinando ao presidente da República, que foi presidente da Câmara três vezes, como ele tem de manter a relação dele com o Parlamento", disse Maia.

"Temos uma base hoje muito sofrida. Tem de se reorganizar a base. Não adianta ficar falando mal daqueles deputados de partidos da base que votaram contra. Não adianta ficar dizendo ‘quem não votou com o governo não pode estar mais próximo do governo’, porque isso vai nos inviabilizar em votações importantes das reforma", afirmou o presidente da Câmara.

Maia, porém, afirmou que é preciso convencer a sociedade de que essa é uma pauta que vai "salvar o Brasil". Diante da resistência de parlamentares, Maia e aliados já discutem aprovar apenas as mudanças que podem ser votadas por projeto de lei, que exige um número menor de votos para a aprovação.

Ainda sobre a pauta econômica, o presidente da Câmara afirmou que pode votar alguns pontos da reforma tributária e a simplificação do sistema.

O parlamentar fluminense também defendeu uma pauta com maior apelo na sociedade, com foco nas políticas sociais, segurança pública e saúde. "Temos 3 milhões de novos brasileiros novamente na linha da pobreza", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer (PMDB) conseguiu uma dupla vitória na Câmara dos Deputados. Após se safar da primeira denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta quarta-feira (25), o peemedebista também conseguiu se livrar da segunda denúncia da PGR por formação de organização criminosa e obstrução de Justiça.

Até por volta de 20h35, foram 251 votos a favor de Temer, 233 votos contra, além de 25 ausências e duas abstenções. Os ministros Moreira Franco [Secretaria-Geral] e Eliseu Padilha [Casa Civil] também foram denunciados por organização criminosa. 

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O resultado deve dar um alívio para Temer. No início da tarde de hoje, ele chegou a sentir um mal-estar no Palácio do Planalto e foi encaminhado ao centro cirúrgico do hospital do Exército, em Brasília. Ele chegou cedo hoje no palácio, por volta das 8h50, mesmo tendo cumprido uma agenda ontem que terminou perto da meia noite, depois de um jantar oferecido na casa do deputado Fábio Ramalho. 

Um dos "poderes" que, certamente, revolta a população contra o Governo Temer é o fato de que o presidente do Brasil pode exonerar os seus ministros que têm cargo de deputado federal a seu favor quando necessário. Na votação da segunda denúncia, que acontece nesta quarta-feira (25), Michel Temer (PMDB) exonerou seus auxiliares ministeriais para ajudar a garantir os votos contra a nova acusação da Procuradoria- Geral da República (PGR). 

Na mira de uma boa parte dos pernambucanos insatisfeitos estão quatro auxiliares de Temer: Bruno Araújo (PSDB), Mendonça Filho (DEM), Fernando Filho e Raul Jungmann (PPS), respectivamente, chefes dos Ministérios das Cidades, da Educação, de Minas e Energia e, por último, da Defesa. Os auxiliares ministeriais tentam salvar a pele do presidente que, desta vez, é acusado pela PGR por formação de organização criminosa e obstrução de Justiça. Os ministros Moreira Franco [Secretaria-Geral] e Eliseu Padilha [Casa Civil] também foram denunciados por organização criminosa. 

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Para que a denúncia possa dar andamento e ser autorizado a abertura do processo no Supremo Tribunal Federal (STF) é necessário que 342 dos 513 parlamentares votem contra o parecer do deputado Bonifácio de Andrada, já votado na CCJ pela rejeição da denúncia. 

Em entrevista concedida ao LeiaJá, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) disse que era “uma vergonha para o Brasil” todo esse cenário. “O governo está fazendo de tudo: o que é republicano e o que não é para barrar a denúncia. Tudo para se manter no poder. Uma vergonha a troca de cargos, emendas e vantagens por apoios”.

O tucano destacou que o maior problema é a “ajuda” dos ministros na cooptação de parlamentares para ajudar Temer. “Claro que ele [Michel Temer] tem direito de exonerar o ministro e cada ministro tem que se responder pelos seus atos, mas efetivamente o que me preocupa não é o voto de um ministro, mas a atitude de alguns deles em trabalhar na cooptação de parlamentares com a distribuição de cargos, de emendas e vantagens”. 

O deputado falou que esse esquema era muito ruim para a democracia brasileira. “É um filme que a gente tem visto em vários governos e se repete essa história que tem marcado negativamente a recente democracia brasileira”, complementou. 

O parlamentar Silvio Costa (PTdoB), em carta aberta, pediu que para que os deputados renunciassem ao Michel Temer. “É um apelo à impunidade e indignação exposta pelo presidente sobre a denúncia do Ministério Público por organização criminosa e obstrução de Justiça. Beira à falta de decoro”.

Silvio também falou que era “cínica” a salvação de Temer. “Quem tem de se indignar somos nós, que estamos por fora da concha da Câmara. A indignação de Temer é um ato de teatro, uma cena da peça de 2016 que saiu involuntariamente do script. Para retomar o roteiro, precisa manter o poder”, criticou. 

Em defesa de Temer

Esta não é a primeira vez que Temer usa seus aliados pernambucanos a seu favor. Em abril passado, Mendonça, Bruno Araújo e Fernando Filho também foram exonerados e voltaram para os seus respectivos mandatos para garantir que a reforma trabalhista, motivos de diversos protestos na capital pernambucana e no país, fosse aprovada. Provavelmente, a mesma estratégia deve ser utilizada na votação da reforma da Previdência, que se encontra em fase de negociações. 

Recentemente, durante um evento no Recife, Mendonça Filho falou sobre o assunto defendendo mais uma vez as propostas e falou sobre a segunda denúncia envolvendo Temer. Questionado se o governo terá forças para passar as propostas, ele disse acreditar que sim “superado esse momento” da denúncia. “Para consolidar esses avanços e a retomada do crescimento, há a necessidade de aprovar reformas estruturantes como tributária e da previdência para que o Brasil possa consolidar um caminho de retorno ao crescimento econômico”, disse sem se intimidar com as críticas já previstas. 

Também alvo de muitas críticas, o comandante de uma das principais pastas, Bruno Araújo, continua percorrendo um caminho se aproximando do estado. Ele, que já foi cogitado como um dos nomes a concorrer à vaga de governador de Pernambuco, foi convocado no início deste mês pela cúpula estadual do PSDB para assumir a presidência da legenda. Bruno respondeu que aceitava a convocação. “Estamos preparados para realizar nossa convenção estadual e nela fortalecer nossas ideias e compromissos por Pernambuco”, deixou o recado. 

Não fica atrás Fernando Filho que chegou a ser chamado de “traidor” por funcionários da Chesf, em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que debatia o processo de privatização de ativos da Eletrobras. O filho do senador Fernando Bezerra Coelho é outro que não parece se intimidar. 

Em entrevista concedida ao LeiaJá, em agosto deste ano, também defendeu Temer. O filho do senador Fernando Bezerra Coelho disse que o presidente tomou medidas “corajosas e necessárias” para o país. “Em um mandato de dois anos, de dois anos e meio, os impactos positivos não serão tão grandes. São muito mais para o futuro. Ele poderia não fazer, mas a determinação do governo de enfrentar isso foi fundamental para o desenvolvimento do país”, minimizou. 

O auxiliar de Temer também falou sobre as reformas previstas e foi direto ao garantir que elas serão feitas de uma forma ou de outra. “Não se trata de fazer ou não fazer. Vai se fazer de todo jeito. O fato é saber se vai fazer antes de quebrar ou depois de quebrar. Vimos exemplos como da Grécia, Portugal e diversos outros países que passaram por dificuldades por não ter reformulado a questão da previdência, então as reformas são extremamente importantes”, argumentou. 

Um pouco mais discreto, Jungmann também tem a mesma linha de pensamento dos demais. Em entrevista a um veículo, ele disse que Temer tinha o direito de continuar na presidência até o fim do mandato. “Constitucionalmente ele tem esse direito”, frisou. Ainda falou que o governo tem conseguido a capacidade de se manter governando e mantido a governabilidade. “É isso o que importa para o Brasil”, ressaltou o ministro. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), abriu por volta das 16h50 desta quarta-feira, 25, a ordem do dia para votar a denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). Maia abriu a ordem do dia antes mesmo de alcançar o quórum mínimo de 342 deputados necessário para iniciar a votação da denúncia.

Na hora que ele abriu a ordem do dia, apenas 328 deputados haviam marcado presença na sessão. Com isso, Maia colocou em votação requerimento que pede a retirada da denúncia da pauta da sessão. Com o requerimento, governistas querem testar o quórum, para saber que placar o governo pode obter em relação à denúncia. A votação do requerimento se dá de forma nominal.

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta tarde que manterá a sessão plenária desta quarta-feira, 25, em que está marcada a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, mesmo com o problema de saúde ao qual o chefe do Executivo foi acometido hoje.

Maia disse acreditar que o governo conseguirá mobilizar quórum suficiente de 342 deputados no plenário para que a votação, de fato, possa começar. Com cerca de 120 dos 513 deputados da Casa, a oposição segue sem registrar presença no plenário para tentar provocar o adiamento da votação.

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O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), previu nesta quarta-feira, 25, que a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Casa só deve começar, de fato, por volta das 15 horas desta quarta-feira. Segundo ele, a votação deve durar até 22 horas.

A sessão em que a denúncia será votada já foi aberta. Para que a votação comece, porém, é necessário que pelo menos 342 dos 513 deputados registrem presença no plenário. Até as 11h25, porem, apenas 204 deputados tinham marcado presença.

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Em discurso nesta quarta-feira, 25, no plenário da Câmara, o advogado de defesa do presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós, desqualificou a denúncia contra o peemedebista e atacou o ex-procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, responsável por apresentar a peça acusatória. Para Carnelós, Janot usou métodos "sórdidos" para apresentar uma denúncia sem provas e sem investigação prévia.

"A denúncia veio vazada em termos confusos. Ela nem mesmo se faz inteligível em algumas partes do texto. Ela atenta contra a língua portuguesa, atenta contra o bom senso", disse o advogado, da tribuna do plenário. Para ele, Janot usou "flechas construídas a partir de bambus enlameados" para atacar "vilmente" e depor Temer por meio da segunda denúncia, por organização criminosa e obstrução de justiça.

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Carnelós também rebateu argumento de que a denúncia é um passo prévio para investigação. "Não é verdade. A investigação deveria ter sido realizada antes da denúncia", disse. Segundo ele, Janot "preferiu não investigar", mas, sim, construir uma denúncia a partir de "relatos mentirosos", daqueles que queriam ser premiados, em uma referência aos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, cuja delação embasa a denúncia.

O advogado afirmou que, no direto penal, para que uma denúncia seja apresentada, o Ministério Público deve ter elementos fortes para afirmar que os acusados cometeram os crimes. "Não se trata, portanto, de pedir autorização para investigar alguém. Não pode ser instaurada a partir do nada", disse. "Simples delações são iguais a nada para recebimento de denúncia", defendeu.

Carnelós afirmou que a segunda denúncia contra Temer representa uma fase "muito triste" da história do Brasil, porque "manchou" a imagem da instituição Ministério Público Federal. "Vossas excelências terão oportunidade ímpar de dizer que não compactuam com os métodos sórdidos que se valeu o ex-procurador-Geral da República para formular e construir essa acusação", declarou.

A Câmara dos Deputados abriu a sessão plenária que vai analisar a segunda denúncia contra o presidente da República, Michel Temer. Já estão presentes na Casa mais de 51 deputados, que é o quórum mínimo de abertura da sessão.

Até às 9h45 (horário de Brasília), havia ao todo 101 parlamentares na Casa. O início efetivo dos trabalhos, ou seja, a Ordem do Dia, só poderá ser iniciada com pelo menos 51 deputados presentes no plenário, o que ainda não foi alcançado. Já para a votação propriamente dita, são necessários pelo menos 342 parlamentares registrados no painel do plenário.

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No momento da abertura do sessão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não estava presente. O responsável por abrir os trabalhos foi o deputado JHC (PSB-AL). Depois, ao chegar na Casa, Maia afirmou que a expectativa é que a votação termine por volta das 22 horas.

O quórum é a principal preocupação dos governistas na manhã desta quarta-feira, 25. Isto porque os integrantes da oposição decidiram radicalizar o movimento de obstrução e não vão nem sequer discursar no plenário para tentar inviabilizar a votação.

Segundo o líder da oposição José Guimarães (PT-CE), disse que a oposição "radicalizou porque o governo radicalizou na tentativa de manipulação dos votos". "Nós transformamos o salão verde em uma tribuna livre, onde os deputados vão expressar suas opiniões e seus votos."

Ele considera que a oposição conseguirá que cerca de 200 deputados não registrem presença e, assim, adiem a votação. "Não dá para ficar o dia todo esperando quórum, em algum momento o presidente terá que encerrar a sessão."

A negociação política para barrar duas denúncias criminais contra o presidente da República, Michel Temer, tem um custo que pode chegar a R$ 32,1 bilhões. Essa é a soma de diversas concessões e medidas do governo negociadas com parlamentares da Câmara entre junho e outubro, desde que Temer foi denunciado pela primeira vez, por corrupção passiva, até a votação da segunda acusação formal, pelos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça - o que está previsto para esta quarta-feira (25).

O preço para impedir o prosseguimento das denúncias supera em R$ 6 bilhões os recursos previstos por Temer para pagar parcelas de famílias beneficiárias do programa Bolsa Família ao longo do ano que vem. O programa de complementação de renda foi orçado em R$ 26 bilhões, em 2018. Também é maior do que o custo total para a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, atualmente estimado em cerca de R$ 30 bilhões.

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Temer precisa de 172 votos a seu favor, ausências ou abstenções para barrar a segunda denúncia. Na primeira votação, ele obteve 263 votos. Segundo aliados, o presidente tem 240 votos garantidos, mas poderá chegar a 270 votos, resultado que confortaria o Palácio do Planalto e deverá servir como espelho para estratégias de tramitação das reformas tributária e da Previdência.

Além das concessões, de junho a outubro, o Planalto ainda empenhou R$ 4,2 bilhões de emendas parlamentares individuais de deputados, que têm execução obrigatória desde 2015. O ritmo de liberações, no entanto, é definido pelo governo e foi um dos trunfos para barrar a primeira denúncia. Se fossem consideradas, a conta subiria para R$ 36,3 bilhões.

Sem dinheiro para pagar o compromisso de fato e perto de liberar todas as emendas disponíveis, o Planalto passou a negociar em outras frentes.

Impopular, o governo Temer recuou da liberação da exploração de minério na Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), na Amazônia, depois de mobilização internacional contrária. Nesta semana, porém, decidiu dar descontos de 60% em multas ambientais e transformar os pagamentos em compromissos de gastos dos entes privados com reflorestamento e conservação do ambiente. A medida pode tirar dos cofres mais de R$ 2,7 bilhões.

Segundo parlamentares ligados a centrais sindicais, o governo promete apoiar tentativas congressuais de retomar algum tipo de contribuição para o custeio dos sindicatos.

O governo indicou também que vai desistir de privatizar o Aeroporto de Congonhas (SP), cujo leilão poderia arrecadar R$ 6 bilhões. Administrado pela Infraero, o controle político do terminal está nas mãos do PR, do ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão.

Bancada ruralista

Temer fez concessões em programas de parcelamento de dívidas para empresários e produtores rurais, e em atos de interesse de bancadas temáticas como a dos ruralistas, que tem 214 deputados em exercício e poderia, sozinha, garantir a salvação do mandato do peemedebista.

Pleitos antigos da bancada foram atendidos recentemente pelo governo. Os ruralistas já haviam sido agraciados com um pacote de descontos nas alíquotas de contribuição para o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), usado para custear aposentadorias, e condições mais benéficas para quitar dívidas com o fundo, cujo prazo de adesão foi postergado para novembro. Até agora, o governo não recorreu de um projeto de resolução do Senado que anistiou um passivo de R$ 17 bilhões não pagos ao Funrural.

Temer também sancionou ontem, com vetos, a Medida Provisória do Refis, deixando de arrecadar R$ 4 bilhões, conforme estimativa do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A pasta era contrária à renúncia. O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) negou que essas decisões do governo tenham sido influenciadas por acordos em troca de apoio nas votações./ COLABORARAM ADRIANA FERNANDES e ANDRÉ BORGES

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira, 24, rejeitar o pedido formulado pelo deputado federal Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA) para suspender a votação unificada da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).

Para Marco Aurélio Mello, o "procedimento estabelecido revela matéria interna, devendo-se guardar deferência ao que decidido pela Casa Legislativa".

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"Cumpre ter em foco os papéis constitucionais dos atores envolvidos no processo: o exame técnico-jurídico dos fatos compete ao Tribunal, não ao Parlamento. A autorização para a instauração do processo-crime pressupõe análise diversa daquela realizada por ocasião do crivo quanto ao recebimento, ou não, da denúncia pelo Judiciário, quando a insuficiência de indícios de autoria e materialidade justifica a rejeição parcial", escreveu Marco Aurélio, em decisão assinada nesta terça-feira.

"À Casa Legislativa cabe deliberar sobre a necessária autorização visando o processo, sem vinculação à unidade, ou não, da peça acusatória. Em síntese, definição quanto à votação única, ou considerado cada qual dos denunciados, circunscreve-se à Câmara dos Deputados", concluiu o ministro.

Ao recorrer ao STF, o deputado Rubens Pereira Júnior criticou a decisão da Câmara de fazer uma votação única da denúncia, alegando que o julgamento unitário "é absolutamente inconstitucional e teratológica". Para o parlamentar, os acusados devem ser julgados "mediante sua menor ou maior participação nas condutas factuais que deram origem à acusação, a considerar também seu nível de culpabilidade".

Consenso

No dia 25 de setembro, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegaram a um consenso sobre o não fatiamento da denúncia apresentada pela PGR contra Temer, Padilha e Moreira Franco.

Durante cerca de duas horas, Maia discutiu com Cármen a tramitação na Câmara da denúncia contra Temer e seus auxiliares. Questionada por Maia sobre o tema, a presidente do STF disse que o normal seria não desmembrar a acusação formal apresentada pela PGR, segundo a reportagem apurou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou nesta terça-feira, 24, pedido feito pela oposição para votação separada, no plenário da Casa, da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).

O pedido foi feito por parlamentares do PT por meio de questão de ordem apresentada durante a sessão plenária desta terça. Ao embasar sua decisão, o presidente da Câmara lembrou que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) é de que a peça acusatória deve ser analisada de uma vez só.

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Ele ressaltou que o próprio Supremo enviou a denúncia como uma só peça jurídica para o Legislativo. Nesse contexto, afirmou, não cabe à Câmara inovar, sob o risco de ferir a Constituição Federal. O pedido foi a segunda tentativa da oposição para tentar fatiar a votação da denúncia.

Ontem, o deputado Rubens Pereira Júnior (PC do B-MA), integrante da oposição, entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a votação separada. O ministro Marco Aurélio Mello foi sorteado relator do caso.

O presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-geral da presidência) foram notificados na tarde desta terça-feira, 24, da leitura do parecer da denúncia por obstrução de justiça e organização criminosa.

O documento foi levado ao Palácio do Planalto pelo deputado Fernando Giacobo (PR-PR), que é primeiro-secretário da Câmara. Giacobo foi ao Planalto assim que a segunda secretária da Casa, Mariana Carvalho (PSDB-RO), leu o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que pede o arquivamento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.

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Giacobo teve que aguardar a chegada do subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, que assinou a documentação. A notificação do ministro Moreira foi assinada às 15h30, a de Temer e Padilha, às 15h31 e 15h32 respectivamente.

Na saída, Giacobo afirmou que o texto informa que o parecer votado na CCJ deve ser apreciado amanhã no Plenário da Câmara a partir das 9 horas. O deputado disse acreditar que haverá quórum na Casa para iniciar a votação e que, "se Deus quiser", esse capítulo será encerrado amanhã. "Espero que essa seja última (vez que vem notificar o presidente) e que se passe esse capítulo para que a gente possa colocar o Brasil pra frente", disse.

Deputados da base aliada do presidente Michel Temer dizem que o peemedebista deverá ter "entre 260 e 270 votos" na quarta-feira, 25, na Câmara dos Deputados, quando o plenário vota a admissibilidade da segunda denúncia criminal contra ele. Temer recebeu 13 deputados e três ministros durante jantar no Palácio da Alvorada, em Brasília, para fazer um prognóstico detalhado, partido por partido, dos votos.

"Nós deveremos ter entre 260 e 270 votos pelo arquivamento da denúncia. Todo esse grupo que esteve com o presidente fez uma reanálise de todos os partidos. Já tivemos uma votação expressiva de 263 e mais três deputados que declararam seu voto no microfone e não no painel", disse após o jantar o deputado Beto Mansur (PRB-SP), contador informal de votos do Palácio do Planalto.

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O vice-líder do governo cobrou fidelidade da base governista, mas disse que possíveis retaliações de infieis são tema para depois da votação. Segundo ele, muitos parlamentares na base votam contra e o Planalto deve privilegiar quem vota pró-Temer. Ele admitiu que a liberação de emendas parlamentares ajuda o governo a conseguir votos e que ainda há alguns deputados insatisfeitos com promessas não cumpridas.

"Essa será possivelmente a última chance de parlamentares que se dizem aliados e partidos que se dizem alinhados de estarem na base do governo", disse Mansur. "Esse é um momento importante para a gente definir a base. Se tivermos uma votação expressiva é lógico que vai refletir em votações futuras como reforma tributária e reforma da Previdência. Quem estiver conosco estará, quem não estiver conosco, vai estar fora do governo."

Na primeira denúncia, quando o crime em questão era corrupção passiva, Temer obteve 263 votos a seu favor e contra o seguimento da acusação - 227 foram desfavoráveis ao presidente. O resultado da votação de quarta-feira será, segundo partidários de Temer, um espelho da base de sustentação e governabilidade do peemedebista.

O líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), disse que os decretos e portarias assinados por Temer nas últimas semanas - que agradaram à bancada ruralista - não têm vinculação com a votação da denúncia. "Isso não é estratégia para a votação", afirmou.

"O que nós ouvimos de todos os líderes da base é podemos ter uma votação ainda melhor do que na primeira denúncia. A base está consciente do papel de responsabilidade que tem com o País. Os deputados estão unidos em torno da rejeição", disse André Moura.

Participaram do jantar os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Antônio Imbassahy (Governo) e Osmar Terra (Desenvolvimento Social), além dos deputados Baleia Rossi (SP), líder do PMDB, André Moura (PSC-SE), líder do governo no Congresso, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder do governo na Câmara, Lelo Coimbra (PMDB-ES), líder da maioria na Câmara, Efraim Filho (PB), líder do DEM, Pauderney Avelino (DEM-AM), Fabio Faria (PSD-RN), Carlos Marum (PMDB-MS), Arthur Lira (PP-AL), Beto Mansur (PRB-SP), Nilson Capixaba (PTB-RO), Evandro Roman (PSD-PR) e Darcísio Perondi (PMDB-RS).

O presidente Michel Temer está reunido com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e o do Planejamento, Dyogo Oliveira, no Palácio do Planalto. A agenda divulgada mais cedo previa despachos internos a partir das 10 horas, mas Temer já está no Planalto desde as 9 horas.

O tema do encontro não foi informado, mas o governo precisa fechar mudanças no Projeto de Lei do Orçamento de 2018 para enviar no próximos dias ao Congresso. Como o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou nesta segunda-feira, 23, a equipe econômica trabalha para conseguir enviar a nova versão da proposta até o fim desta semana. O esforço ocorre em meio ao prazo cada vez mais exíguo para que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) dê andamento ao projeto.

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O relatório de receitas precisa ser apresentado até a próxima segunda-feira, 30, e o relatório preliminar do Orçamento, até o dia 4 de novembro.

O ministro Marco Aurélio Mello foi sorteado nesta segunda-feira, 23, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do mandado de segurança que pede a votação separada na Câmara das denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).

O mandado foi protocolado nesta segunda-feira pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA), integrante da oposição. A votação da aceitação ou não das denúncias no plenário da Casa está marcada para quarta-feira, 25. No mandado, o deputado pede que a Câmara realize quatro votações, por acusação.

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"A primeira é de que Temer é líder da organização criminosa. A segunda, de que Padilha é membro dessa organização. A terceira, de que Moreira também é membro. A quarta acusação é de que Temer obstruiu Justiça", afirmou. Segundo ele, o mandado visa anular ato da Mesa Diretora, presidida por Rodrigo Maia (DEM-RJ), que determinou que as denúncias fossem votadas de forma unificada.

Temer e os ministros foram denunciados conjuntamente pela PGR por organização criminosa. O presidente também foi denunciado sozinho por obstrução da Justiça. As acusações têm como base as delações dos executivos do grupo J&F e do corretor Lúcio Funaro, apontado pela Lava Jato como suposto operador financeiro de propinas a políticos do PMDB. A denúncia foi apresentada em setembro pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Quando o STF enviou a denúncia para análise da Câmara, a Corte não desmembrou. A oposição e membros do chamado Centrão (base aliada) chegaram a defender a votação em separado da peça acusatória. O presidente da Câmara, porém, negou o pedido, assim como o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). Além do pedido ao STF, Rubens Júnior também pretende fazer questão de ordem nesse sentido no plenário da Câmara na sessão será terça-feira, 24.

A Câmara dos Deputados vai repetir na quarta-feira, 25, o mesmo rito da votação em plenário da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer. A sessão de apreciação da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) começará às 9h, mas a votação com chamada nominal no microfone só acontecerá quando o quórum alcançar 342 parlamentares presentes.

O quórum mínimo de abertura da sessão é de 51 deputados, mas a Ordem do Dia se iniciará com 52 presentes. O primeiro a falar será o relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que terá até 25 minutos para defender o parecer que pede o arquivamento da segunda denúncia. Os advogados de defesa também poderão se manifestar pelo mesmo tempo dado ao tucano.

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Parlamentares inscritos para discussão do relatório poderão falar por até cinco minutos, alternando entre contrários e favoráveis ao parecer. Após o discurso de quatro oradores, poderá ser apresentado requerimento de encerramento da discussão, desde que haja ao menos 257 deputados presentes.

Se o requerimento for aprovado e o quórum de votação (342 presentes) for alcançado, começará a fase de votação. De acordo com o roteiro produzido pela Secretaria-Geral da Mesa (SGM), dois oradores contrários ao parecer e dois favoráveis poderão, de forma alternada, fazer uso da palavra por até cinco minutos cada. Líderes poderão discursar por até 1 minuto para orientar suas bancadas.

Na sequência, os deputados serão chamados nominalmente pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Eles terão de responder "sim", "não" ou "abstenção" ao parecer. A chamada será em ordem alfabética, por Estado, alternando entre representantes do Norte e do Sul do País.

Deputado que não estiver presente quando for chamado terá uma segunda chance de votar ao término da votação do Estado. Se não aparecer para votar na segunda chamada, o deputado será dado como ausente. Para que o pedido da PGR seja aprovado, são necessários 342 votos dos 513 parlamentares contra o parecer de Bonifácio. Só o presidente da Câmara não votará.

Partido do presidente Michel Temer, o PMDB não deve fechar questão, oficialmente, para obrigar seus deputados a votarem pela rejeição da segunda denúncia contra o presidente e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). Integrantes do chamado "Centrão", grupo de partidos médios da base aliada, PR e PSD também não devem fechar questão desta vez.

À reportagem, o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), justificou que a avaliação é de que não há necessidade de fechar questão novamente na segunda denúncia, uma vez que a legenda já fechou questão a favor de Temer na primeira. "O entendimento no partido e na bancada é de que, se fechou na primeira, isso vale automaticamente para a segunda", disse. Ele admitiu, porém, que esse "entendimento" não está escrito oficialmente em nenhum documento.

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Na primeira denúncia, o PMDB deu 53 votos a favor de Temer e seis contrários, além de uma abstenção e três ausências. Segundo Rossi, esse placar deve se repetir na votação da segunda denúncia no plenário da Câmara, prevista para esta quarta-feira, 25. Dessa vez, porém, terão um voto contra a menos: o deputado Sérgio Zveiter (RJ), que deixou o PMDB e se filiou ao Podemos. "Todos os outros cinco votos contra devem se manter", disse o líder peemedebista.

Esses cinco deputados - Celso Pansera (RJ), Jarbas Vasconcelos (PE), Laura Carneiro (RJ) e Veneziano Vital do Rêgo (PB) -, além de Zveiter, chegaram a ser punidos pelo presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), por terem votado contra Temer. Jucá suspendeu os parlamentares das funções partidárias por 60 dias. Com a suspensão, não puderam, por exemplo, participar das comissões técnicas da Câmara das quais são integrantes.

PR e PSD

Os líderes na Câmara do PR, José Rocha (BA), e do PSD, Marcos Montes (MG), também informaram à reportagem que seus partidos e bancadas não devem fechar questão nem a favor, nem contra Temer. Na primeira denúncia, as bancadas dos dois partidos fecharam questão a favor do presidente, assim como o PP. A reportagem não conseguiu contato com o líder do PP, Arthur Lira (AL), para saber como a bancada se posicionará na segunda denúncia.

No PR e PSD, a previsão dos líderes é de que o número de votos contra Temer pode até aumentar. "Já temos nove votos contra o presidente que são irrecuperáveis. Se vai ter mais votos ou não contra vai depender do cumprimento ou não da liberação (das emendas individuais impositivas). Se o governo não cumprir, pode ter problema", afirmou Rocha. Na primeira denúncia, o PR deu 29 votos a favor e nove contra o presidente.

Lideranças governistas garantem, porém, que o Palácio do Planalto vai liberar emendas e nomear afilhados políticos de parlamentares para cargos no segundo e terceiro escalões do Executivo, para garantir os votos para barrar a denúncia. "O que tinha para fazer já fizemos. Agora é resolver a questão das emendas, que alguns deputados estão reclamando", disse o líder do governo no Congresso Nacional, deputado André Moura (PSC-SE).

O governo prometeu ao deputado Ronaldo Carletto (PP-BA), por exemplo, nomear um aliado do parlamentar baiano para um cargo no Banco do Nordeste. De acordo com aliados de Carletto, a expectativa é de que a nomeação saia até quarta-feira, 25, dia da votação. Em troca da nomeação, o deputado votaria a favor de Temer. Na primeira denúncia contra o presidente, Carletto não participou da votação.

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