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O pároco Raimundo Diniz reclamou da qualidade da decoração de um casamento na Igreja Nossa Senhora de Santana, em Boquim, em Sergipe. Durante uma missa antes do matrimônio, no último sábado (6), ele chegou a indicar que os noivos eram pobres.

O religioso disse aos fiéis que não faria a comunhão na nave central da igreja por conta do tapete colocado para o casamento.

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"Não é tapete, é um negócio muito devagar, que escorrega, né? Para não dizer que é coisa ruim. Foi essa condição que os noivos tiveram, infelizmente. Fazer o que? A gente percebe que as coisas são bem simples, que a arrumação é bem simples, né? Deve ser um casal pobre", disse o padre.

Ainda durante a missa, Raimundo determinou a proibição de tapetes parecidos nos próximos eventos. "Quando vieram arrumar a igreja para casamento ou para formatura, se for carpete assim que o povo escorrega, não deixe colocar não. Se acontecer um acidente, quem é que vai responder? É a igreja né? A partir de hoje, eu tomo essa decisão", anunciou.

Ele ainda sugeriu que a ornamentação do casamento não era decente. "Se não pode fazer uma arrumação decente não arrume. Mas para fazer armengo, aqui mais não. Me perdoem se estou sendo duro, mas é para evitar acidentes".

Após a repercussão da sua fala nas redes sociais, o pároco pediu desculpas na página da paróquia. Ele disse que não teve intenção de ofender, apenas tinha o propósito de resguardar a vida das pessoas e reforçar os cuidados com a ornamentação da igreja.   

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta sexta-feira (1º), de cerimônia comemorativa de programas de microcrédito produtivo e orientado do Banco do Nordeste (BNB), em Fortaleza (CE). Citando a baixa inadimplência dessas carteiras, Lula afirmou que os bancos não podem ter medo de emprestar para as pessoas mais pobres.

“É preciso convencer a maioria dos economistas desse país de que é possível. Quando digo que a melhor coisa que a gente fez nesse país foi colocar o pobre no orçamento, a melhor coisa que a gente fez nesse país foi dar vez e voz a quem não tinha nem vez e nem voz”, destacou Lula.

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“A gente não pode ter medo de emprestar dinheiro pra pobre se a gente tiver um compromisso de ajudá-los a desenvolver aquilo que eles podem fazer. Hoje, no Brasil, há milhões de mulheres e homens que não querem mais trabalhar de carteira assinada. Eles não querem ter chefes dando pitaco na vida deles, eles querem ser empreendedores, querem trabalhar por conta própria. E quem é que pode ajudá-los se não o Estado com os seus bancos públicos, que podem dar o primeiro voto de confiança a essas pessoas?”, acrescentou.

Lula afirmou que, com o crescimento da economia, essa riqueza precisa ser distribuída. O presidente se comprometeu a aumentar os recursos para investimento no país. 

“Muita gente que pega dinheiro com vocês, que compra alguma coisa, que produz alguma coisa, esse dinheiro vai gerar mais emprego, mais desenvolvimento, mais comércio, vai gerar mais fábrica. E aí a gente percebe que vai acontecer duas coisas importantes, a economia vai crescer, mas ela crescendo ela precisa ser distribuída”, disse.

“Eu vivi o crescimento econômico da década de 70, o famoso milagre brasileiro, em que a economia crescia 14% ao ano. E depois que o Dieese levantou, as pessoas tinham ficado mais pobres porque o dinheiro ficou muito concentrado na mão de pouca gente”, argumentou o presidente.

Dados dos programas

O Programa Agroamigo está completando 18 anos de criação e o Programa Crediamigo, 25 anos.

O primeiro é destinado a agricultores familiares enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e visa a inclusão produtiva e diversificação de atividades dos produtores. Ele atende 1,3 milhão de produtores rurais com microcrédito, com carteira ativa de R$ 6,6 bilhões.

Desde sua criação, o Agroamigo aplicou mais de R$ 29,3 bilhões em 7,2 milhões de operações contratadas. O perfil dos clientes desta modalidade mostra que 75% estão na região do semiárido e quase a metade (47,5%) são mulheres.

Segundo Lula, o Brasil tem 4,6 milhões de propriedades no Brasil com menos de 100 hectares e é preciso “acreditar no investimento no pequeno e no médio”.

“Somos gratos aos grandes produtores rurais que sustentam a China com soja, uma parte da Europa com milho e algodão e são muito importantes para o Brasil. Mas a gente tem que levar em conta que o cara que tem uma plantação de 50 mil hectares de soja não vai perder tempo criando galinha caipira, criando um porquinho, três vaquinhas leiteiras, plantando hortaliça. Ele precisa comprar de quem? Do pequeno e do médio produtor, que é quem coloca mais de 70% do alimento que vai nas nossas mesas, nos hotéis e restaurantes o país”, disse o presidente.

Já o Crediamigo é um programa de microcrédito urbano para pequenos empreendedores e oferece serviços de microfinanças e orientação empresarial. Ele atende, atualmente, cerca de 2 milhões de pessoas em quase 2 mil municípios na área de atuação do BNB. A carteira ativa é de R$ 4,9 bilhões.

Em 25 anos, o Crediamigo já emprestou R$ 113,2 bilhões em 55,6 milhões de operações. Entre seus clientes, 18% têm renda familiar mensal de até R$ 700 e 16% têm renda familiar de R$ 700 até R$ 1 mil.

Crédito orientado

O presidente do BNB, Paulo Câmara, destacou que o propósito dos programas é a inserção social, o aumento da renda familiar e a melhoria da qualidade de vida nas áreas urbanas e rurais. Para ele, o processo de desenvolvimento econômico e social do país é uma tarefa multidisciplinar e as políticas de acesso ao crédito também são parte desse processo.

Segundo Câmara, uma das principais características dos microcréditos do BNB é a orientação que vem acompanhando a concessão do crédito. “Os microcréditos orientados tem essas características pois oferecem oportunidades para que o cliente possa crescer desenvolvendo integralmente suas potencialidades”, disse, lembrando que a inadimplência também era uma preocupação do banco quando criou o Crediamigo, há 25 anos.

“Já naquela época, os maiores desafios eram risco de inadimplência e o tipo de garantia que poderia ser oferecido ao banco. Ora, em se tratando de um público-alvo de baixa renda e informal, como exigir garantias reais? Surge, então, a primeira inovação para minimizar a inadimplência. Passamos a trabalhar o crédito de forma orientada para que os empreendedores possam adotar uma gestão com foco no seu negócio e no mercado. Com isso conseguimos alcançar uma taxa de inadimplência histórica inferior a 3%, que continua até os dias atuais”, contou.

O BNB é uma instituição de desenvolvimento regional que opera como órgão executor de políticas públicas, especialmente com a operacionalização do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Mais de 90% de seu capital está sob o controle do governo federal.

O presidente Lula está no Nordeste desde esta quinta-feira (31), quando lançou o Programa Brasil sem Fome, em Teresina (PI). Hoje à tarde, antes de retornar a Brasília, ele visita a obra do Ramal do Apodi, em Luís Gomes (RN), uma das estruturas do Projeto de Integração do Rio São Francisco.

 

Key Alves está curtindo alguns dias pela Itália, na Europa, e não gostou nada de receber mensagens dos seguidores com a famosa frase: dinheiro não traz felicidade. Sem papas na língua, a influenciadora usou as redes sociais para rebater os comentários.

"Hoje eu acordei nervosa mesmo, porque é o seguinte, recebi mensagens, ah, dinheiro não traz felicidade. A gente, que hipocrisia que vocês estão vivendo? Pelo amor de Deus. Deixa eu falar uma coisinha, eu nunca tinha saído do país assim para passear, além de trabalhar, obviamente, mas eu tô passeando também, se não fosse o dinheiro meu amor não estaria aqui não, se não fosse o dinheiro na minha vida por muita coisa eu não teria vivido, obviamente que Deus em primeiro lugar, tá? Mas ouvir que dinheiro não traz felicidade, amor, ah vai ser pobre bem longe de mim, gente! Não dá não, eu não quero ser pobre não, hipocrisia do povo querer ser pobre. Por que você quer ser pobre gente? É só trabalhar, vai fazer seu dinheiro, eu hein".

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Logo depois, a influenciadora surgiu exibindo euros e escreveu:

"Já pulei muita catraca de busão, galera, para estar onde eu estou. É sobre correr atrás! Já fui muito pobre, vocês nem fazem ideia do que eu já passei. Não nasci herdeira não, aceitem!".

Pernambucano, nascido no Recife, o ministro da Defesa, José Múcio, disse que "o sonho do pobre do Nordeste é ser pobre no Sul". A fala controversa foi feita durante seu discurso ao Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE). 

 O ministro comentava sobre as dificuldades de alcançar soluções em um país da extensão do Brasil. "Esse país é um continente, é diferente. Digo muito que somos cinco países, nem os pobres são os mesmos nesse país. Somos de um estado, que o sonho do pobre do Nordeste é ser pobre no Sul, porque vai viver numa região diferente", afirmou Múcio. 

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 Ele ainda destacou como fundamental o enfretamento à injustiça e à fome, e reiterou a importância da união no atual cenário polarizado para alcançar os principais objetivos do governo, como a empregabilidade plena e a ampla segurança alimentar. 

Existe certo tipo de pensamento, muito forte no Brasil, de que pessoas que nascem em uma condição social mais baixa não conseguem ascender e permanecerão a vida inteira naquela realidade. Ora, se tudo fosse seguir esse determinismo, nosso país não teria tantos prodígios em tantas áreas, pessoas que venceram dificuldades e transformaram suas vidas. Como disse uma vez Bill Gates, “se você nasceu pobre, a culpa não é sua, mas, se você morrer pobre, a culpa é sua”. A questão é querer e buscar.

E aqui, que fique claro: desenvolver-se na vida, conseguir progredir e até enriquecer, muitas vezes, não depende apenas de uma decisão pessoal. Há grande número de fatores, variáveis e influências externas que interferem nesse processo. A decisão de tentar, no entanto, é exclusivamente de quem a toma. É dela que tudo começa. Pessoalmente, posso dizer que vim de uma realidade de extrema pobreza, minha família teve que fugir da seca, mas descobri na educação o caminho para sair daquele status quo. Foram inúmeros desafios, empecilhos, mas a vontade de fazer dar certo era maior do que o sentimento de derrota. Foi preciso ter a mente sempre voltada para o objetivo final, a fim de suportar todas as forças contrárias.

Por isso, defendo sempre que é preciso buscar as diversas riquezas na vida, como a financeira ou material. Mas importa ressaltar que que este tipo de riqueza deve ser conquistado de forma honesta e íntegra, para que se multiplique e perdure. E, retomo, pode ser alcançado por quem assim desejar, mesmo em condições adversas: para alguns, será uma jornada mais difícil, mas jamais impossível. São inúmeros os exemplos de pessoas que venceram sua situação de pobreza e prosperaram por meio do trabalho, aliado à educação e ao empreendedorismo.

Há, sim, diversos fatores que interferem na jornada de uma pessoa. Eles não devem, no entanto, fazer esmorecer a vontade de alcançar a riqueza, o sucesso e a prosperidade. Pelo contrário, a dificuldade torna a vitória ainda mais reconfortante, além de ser um período de aprendizado e fortalecimento. Ninguém precisa morrer pobre porque nasceu pobre; deve, entretanto, buscar transformar essa realidade em uma mais favorável e positiva.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais para fazer mais um pronunciamento nacional, nesta sexta-feira (16). O líder petista falou sobre a fome, aproveitou o Dia Mundial da Alimentação para alertar quanto ao retorno do problema ao país e afirmar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu um "tiro de misericórdia" nos pobres ao reduzir pela metade o auxílio emergencial. 

"A fome é um tormento social que resulta, principalmente, de opções econômicas feitas governantes. A fome é um flagelo que só terá fim quando distribuirmos a riqueza. Não podemos naturalizar a fome", cravou Lula, após fazer um discurso incisivo sobre o contexto do país ao  mencionar impactos da Covid-19. 

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“Bolsonaro disparou um tiro de misericórdia contra os pobres e reduziu pela metade o valor do auxílio emergencial, de R$ 600 para R$ 300, além de excluir um grande número de beneficiários do programa. E avisou: o auxílio emergencial acaba em dezembro, mesmo que a pandemia continue. É imperioso manter o auxílio emergencial de 600 reais enquanto durar a pandemia. Conclamo todos a apoiarem a campanha lançada pelas centrais sindicais, exigindo do Congresso a imediata votação dessa medida. Nenhum real a menos”, enfatizou.

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O ex-presidente lamentou o fato dos preços dos alimentos estarem em alta. “Lamentavelmente o Brasil não tem o que festejar no Dia Mundial da Alimentação. Ao contrário. Vivemos dias muito difíceis. Em meio a uma pandemia que já ceifou 150 mil vidas, os preços dos principais alimentos dispararam. O arroz subiu quase 20% desde o início do ano. O feijão, quase 30%. O leite, mais de 20%. Alguns produtos de primeira necessidade desapareceram dos supermercados. Tudo indica que os preços continuarão subindo nos próximos meses. É a face mais cruel do terrível fantasma da fome”, frisou o ex-presidente.

Lula aproveitou o discurso também para lembrar que durante a gestão petista, o país foi declarado fora do Mapa Mundial da Fome da ONU, mas, segundo ele, “depois do golpe contra a presidenta Dilma, o país deu marcha a ré”.

“É inaceitável que no Brasil tantos homens, mulheres e crianças não tenham o que comer. Afinal, somos um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Este ano, a safra de grãos deve bater novo recorde: 257 milhões de toneladas. Ou seja, produzimos mais de uma tonelada por habitante, o suficiente para que cada brasileiro tivesse acesso a três quilos de grãos por dia”, afirmou.

“Saber que a Humanidade produz mais alimentos do que consome significa afirmar que a fome não é um problema causado pela natureza. A fome é resultado da irresponsabilidade e da insensibilidade de governantes que não têm interesse em enfrentar e curar essa chaga”, completou.

Ainda na ótica de Lula, “a fome é a arma de destruição em massa mais poderosa e perigosa que qualquer outra que o homem tenha inventado”. Por fim, o ex-presidente também disse que seu desabafo era um “chamamento a todos os homens e mulheres de bem que ainda conseguem se indignar com a volta da fome ao nosso país”.

Durante uma live na noite desta quinta-feira (24), o ex-presidente Lula (PT) falou sobre as dificuldades do País e relembrou ações feitas enquanto ele era chefe do Executivo. O petista aponta que, no seu governo, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a erradicação da fome no Brasil. "Agora, ela (a fome) voltou, e voltou forte. Hoje, mais de 15 milhões de brasileiros vão dormir sem ter o que comer", aponta. 

Lula reclamou do preço da cesta básica "no país que não tem nem inflação de alimentos". O ex-presidente confirma que os preços dos alimentos estão altos porque o governo Bolsonaro preferiu dar destaque para as exportações. 

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"O país sério e um governo sério só exportam para o exterior aquilo que é o excedente da sua produção. Primeiro, eu dou comida para o meu povo, depois eu vou dar um pouquinho de comida para o chinês, para o alemão e o americano", explica. 

Ainda durante a live, o petista aponta que a atenção aos pobres deveria ser prioridade de qualquer governo. "A gente conseguiu provar que o povo pobre não é problema de um país, é a solução quando você inclui esse povo dentro do orçamento", disse.

Ele aponta que os pobres são os melhores consumidores que o país pode ter, já que com dinheiro em mãos, ele "vai fazer investimento na sua barriga" comprando comida. Lula defende que o programa Bolsa Família possibilitou que as pessoas pudessem comprar aquilo que antes não podiam.

"Para cuidar do povo pobre você não precisa ter curso de economia, precisa ter coração. Você tem que ter consciência, respeito e solidariedade. É isso que faz as pessoas se diferenciarem no governo", avalia o ex-presidente.

SUS durante a pandemia

O ex-presidente Lula avalia que, neste momento pandêmico que o país está vivendo, se não fosse o Sistema Único de Saúde (SUS), o "país estaria num caos". 

"Quem está cuidando da saúde é o Estado brasileiro, é o SUS. Eu não quero um Estado empresário, quero um Estado que tenha competência de ser forte para o atendimento daquilo que o povo brasieliro precisa", diz o petista.

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Em seu livro ‘Eu Não Sou Cachorro Não’, o escritor Paulo César Araújo aponta que, desde o início, o movimento brega e seus integrantes sofrem uma certa 'perseguição sociocultural', o que, para o autor, é uma clara tentativa de cristalizar a música popular, privilegiando obras de artistas preferidos pelas classes dominantes. Um exemplo que, para alguns, pode fazer parte dessa dita ‘perseguição’ é o Projeto de Lei 494/2019, cujo texto tramita na Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e quer proibir, entre outros, o Passinho - que é uma das vertentes do Brega - nas escolas do Estado.

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Para o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Thiago Soares, propor leis para impedir que as pessoas dancem nas escolas tem a ver com a idéia de vigilância do corpo, algo que, de acordo com o estudioso, está atrelada à crescente onda conservadora do país. “Essa agenda conservadora dos costumes é muito perigosa para a gente como sociedade e diversidade. É preciso perceber que a escola também é um lugar de alegria, já que isso também é um componente para o aprendizado”, aponta Thiago. 

Diante da polêmica, alguns dos consumidores e produtores do movimento - que é originário das periferias do Grande Recife - se mobilizam na tentativa de fortalecer o ritmo e, assim, não datar o ‘fim do Passinho’, seja nas escolas ou em qualquer outro espaço. 

Uma das precursoras do movimento, a jovem Maria Clara, considerada a ‘Rainha do Passinho’, sempre tenta marcar ‘encontros do Passinho’ com os seus seguidores (quase 260 mil no Instagram). No último domingo (29), a garota conseguiu fazer com que dezenas de crianças, adolescentes e adultos se reunissem no Marco Zero do Recife para dançar contra o preconceito. 

A ‘Rainha do Passinho’, moradora do bairro de Santo Amaro, é uma das jovens que encontraram visibilidade num local tão marginalizado. “Tudo o que eu conquistei e sou hoje é graças ao Passinho. Eu devo muito a esse movimento”, diz Clarinha, como é carinhosamente chamada pelos seus admiradores. Além de conseguir visibilidade num meio tão relegado ao esquecimento social, Maria Clara reforça que já viu muitos colegas e jovens que saíram da “vida errada” e agora estão ocupando a mente dançando o ritmo. 

Percebendo o Passinho como algo importante para além da expressão corporal, a jovem Thiali Larissa da Silva, 20 anos, moradora da cidade de Escada, na Mata Sul de Pernambuco, tem o movimento - que conheceu através da internet -, como algo primordial para a sua vida. 

Na época que conheceu o Passinho, a garota lutava contra o Linfoma de Hodgkin, câncer que se origina no sistema linfático. Larissa afirma que o conhecimento do ritmo foi o que ajudou para que ela conseguisse forças para enfrentar as dificuldades da doença. "A minha reabilitação foi através do Passinho. Nos momentos que eu me sentia muito triste colocava as músicas para tocar e assim começava a me sentir melhor. Agora eu estou zerada", acentua a jovem. 

Enquanto pesquisador da 'Folkcomunicação', o jornalista Luiz Beltrão apontava para as classes "produtoras e consumidoras do brega", por exemplo, como responsáveis, também, pela produção de bens simbólicos que acabam indo além do que se é 'patrocinado' pelas classes dominantes. Esses bens simbólicos, como apontado por Luiz, muito tem a ver com as realidades das pessoas que estavam relegadas ao silêncio e agora, através do Passinho, acabam conseguindo uma certa visibilidade - mesmo que por seu pares. 

“A ideia do Brega se confunde com a própria ideia do pobre. Essa configuração situa o Brega num lugar que sempre está sendo rejeitado porque a pobreza é a grande divisão do Brasil. Quando o pobre começa a ter uma ascensão, aí vem questionamentos e (tentativa de) cerceamento que estamos vendo”, corrobora Thiago Soares. 

Projeto de Lei 494/2019

A autoria do Projeto de Lei é da deputada evangélica Clarissa Tércio (PSC). O texto dispõe "sobre a proibição de exposição de crianças e adolescentes no âmbito escolar, a danças que aludam a sexualização precoce e inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate à erotização infantil nas escolas do estado de Pernambuco". Além do Passinho, outros manifestações culturais também estariam sujeitas à proibição na rede estadual de ensino. 

Sobre essa “sexualização” dada como justificativa para proibir o Passinho nas escolas, o professor Thiago reforça que o que há é uma leitura questionável sempre atrelada à idéia de sexualidade e moralidade. “Se a gente for pensar numa abordagem mais sociológica, Gilberto Freyre quando falava das danças nas senzalas era sempre sexualizando. Então a senzala era sempre o lugar da sexualização e a ‘casa grande’ era o lugar do cometimento burguês”, afirma Soares. 

“Historicamente estamos sempre reproduzindo esses valores de que o pobre e o preto é sempre sexualizado e os brancos e a classe média seriam os civilizados - o que é algo muito problemático e reducionista. A gente está ainda na ‘casa grande senzala’ e nunca saímos dela”, pontua o jornalista.

Em entrevista ao LeiaJá, a deputada Clarissa Tércio disse que o que a motivou a criar o projeto foi ter recebido denúncias e vídeos de jovens dançando de maneira "obscena" em ambiente escolar. "Eu tenho um canal de denúncia chamado Fiscaliza PE, quando eu vi que a demanda não era pequena; pessoas me cobrando, me marcando nas redes sociais em vídeos desse tipo -  o povo pernambucano sabe que eu represento um segmento conservador e que defendo a família, então as pessoas vão me marcando -, foi aí que eu vi que tinha que fazer alguma coisa".

A deputada disse ainda que não teme ter o projeto de lei julgado como perseguição à liberdade de jovens e professores e revelou estar otimista quanto à sua aprovação na Alepe. "A gente sabe que a oposição sempre vai existir, mas o que me deixa tranquila é saber que a rejeição é muito pequena. Eu não estou querendo regulamentar nada dentro da casa de ninguém, a gente está tratando de um ambiente específico, o escolar, é um ambiente que não é para essa finalidade. Estou recebendo um apoio grande dos deputados da casa, eu acredito que esse projeto vai entrar". 

Apenas 3% dos recursos da Previdência são direcionados para os mais pobres. Porém, 41% dos beneficiários pagos pela Previdência vão para os 20% mais ricos da sociedade. Já em relação à folha de pagamento do Governo Federal, 79% das despesas vão para os 20% mais ricos, de acordo com o relatório “Reformas econômicas em 2016-2018”.

O estudo sugere que o novo governo trace planos para que o país obtenha prosperidade econômica e traz propostas em quatro eixos: equilíbrio fiscal, produtividade, estabilidade institucional e igualdade de oportunidade e redução da pobreza.

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Sobre o equilíbrio fiscal, o estudo sugere que haja o equilíbrio das receitas e despensas de modo a estabilizar o crescimento da dívida pública, e também recuperar a capacidade do Estado e reduzir a necessidade de absorção de poupança privada para financiar a dívida pública, permitindo um aumento do investimento privado.

No tópico sobre produtividade, o instituto diz que é necessário mexer na “essência do crescimento econômico”: ser capaz de produzir mais e melhores bens e serviços, a partir de uma dada quantidade de trabalhadores e capital. Além disso, seria necessário trabalhadores mais bem treinados, baixo custo com burocracia, acesso a novos métodos de produção e a matérias-primas de qualidade, eficiência logística, crédito abundante e barato disponível para todos os setores da economia e maior concorrência entre as empresas.

Na estabilidade institucional as indicações são garantir que o Estado não alterará, de forma inesperada, as regras estabelecidas, prejudicando contratos vigentes ou a previsibilidade da política econômica, de modo a estimular o investimento privado.

Em mais uma entrevista concedida nesta quarta-feira (14), desta vez para a TV 247, Lula falou novamente que é inocente e que aguarda por justiça. O ex-presidente também agradeceu a “preocupação” das pessoas em relação ao que pode acontecer com ele. 

“Eu sou cidadão otimista, acredito piamente de que vai acontecer justiça neste país no meu processo porque a única coisa que eu espero, seja no Supremo Tribunal de Justiça ou no Supremo Tribunal Federal, é que eles analisem o mérito da acusação da qual sou vítima”, pediu. 

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O líder petista chegou a falar que espera, em algum momento, que apareça “um iluminado de Deus” na Justiça para dizer que tudo o que está acontecendo é algo “macabro”. “É o que eu quero neste momento. O que eu quero é que, em algum momento, seja no STF ou no STJ, analisem o mérito do processo”, disse esperançoso.

Lula também ressaltou que, se for comprovado de que ele não é culpado, é preciso pedir a exoneração dos ministros, juízes, representantes do Ministério Público bem como da Polícia Federal que, segundo ele, mentiram. “Essa gente tem que ter mais responsabilidade. Eles não podem julgar ninguém politicamente. Eles têm que julgar com base nos autos e nas provas. É a única coisa que eu quero é isso”. 

“Sou vítima de uma mentira do jornal O Globo, que foi transformado em um inquérito mentiroso da Polícia Federal, que foi transformado em uma acusação mentirosa do Ministério Público, e que foi definida em uma pena mentirosa e por um julgamento mentiroso do juiz Sérgio Moro e que foi confirmada a mentira no TRF-4”, continuou se defendendo. 

O petista ainda falou que se está “atônito e perplexo” com a sua condenação. “Todos eles sabem que o apartamento não é meu, todos eles sabem que eu não comprei, que eu não paguei, que eu não morei, que eu não usei, portanto eu estou sendo condenado por ser dono de uma coisa que eu não sou dono. Sou de uma região do país que a gente nasce pobre, mas a gente nasce com honra, aprendi a andar de cabeça erguida. As pessoas pensam que estou brigando porque quero ser candidato, eu quero é lavar a minha honra. E acho que quem mentiu ao meu respeito, quem disse que eu fiz lavagem de dinheiro, tem que pagar e pedir desculpas”. 

 

Sempre repercutindo temas polêmicos, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) opinou sobre a reforma da Previdência. Nesta segunda-feira (5), o psolista disse que não existe déficit no caixa da previdência. “Querem chamar de reforma da previdência, mas esse é um nomezinho chique que arrumaram para lascar ainda mais com os mais pobres no Brasil”, disparou. 

Edilson falou que o que existe é “roubo” de dinheiro para a corrupção e para o que chamou de “agiotas da dívida pública”. "Mas é preciso dizer mais: o IBGE mostra que em 2017 o número de trabalhadores sem carteira assinada superou os que tem registro. Aumentou muito a informalidade e os autônomos. Destes, cerca de 10 milhões não contribuem com a previdência. A reforma da seguridade tem que começar aí, minha gente. Além de parar de roubar e alimentar agiotas, o governo deveria colocar esse povo todo pra contribuir”, pontuou.

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O deputado não poupou sequer o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “FHC resolveu colocar a culpa exclusivamente no povo pelos rumos que o país tem tomado. Logo ele, FHC, que quando assumiu o governo federal e lá ficou por oito anos, disse ao país que esquecesse o que ele tinha escrito em sua vida de sociólogo. Dá pra levar a sério o que ele diz?”, indagou. 

Também nesta segunda, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), afirmou que a votação da reforma da Previdência vai ocorrer neste mês expondo que se o prazo para isso for ampliado, a proposta não será mais votada. "Fevereiro, fevereiro [prazo final]. Se a gente ampliar o prazo, não vota nada. Fevereiro e ponto final,acho que tem tempo e todo mundo tem clareza do seu problema fiscal", disse Maia, em entrevista coletiva após a cerimônia que marcou a abertura do ano Legislativo.

 

 

 

Durante o evento realizado com a militância da Rede Sustentabilidade, no Recife, o ex-prefeito de Petrolina Julio Lossio (MDB), que possivelmente vai se desfiliar do atual partido para ingressar na Rede com o objetivo de disputar a vaga de governador de Pernambuco, falou sobre a importância de diminuir a distância que separa “os ricos e os pobres”. O encontro aconteceu, na noite dessa quinta (18), no Shopping ETC, no bairro dos Aflitos. 

“É preciso diminuir a distância entre ricos e pobres, buscar o reequilíbrio disso. Pernambuco passou por uma locomotiva de crescimento, com um governador atuante, mas se preocupou mais com o desenvolvimento econômico do que com o desenvolvimento das pessoas”, disse durante seu pronunciamento. 

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Lossio destacou que uma boa qualidade de vida para as pessoas também está ligada ao setor da educação. “É preciso buscar exemplos que funcionaram e fazer investimento sério em educação. Precisamos ter escolas públicas tão boas quanto as escolas particulares. Só teremos uma educação bacana quando os ricos quiserem colocar os seus filhos nas escolas públicas”. 

Segundo o ex-prefeito, o programa criado em Petrolina denominado “Nova Semente” mudou o cenário no que diz respeito às creches. De acordo com o que afirmou, foram construídas 180 creches e a taxa de alfabetização que antes era de 40% chegou a 80% em sua gestão. 

Na ocasião, Roberto Leandro, representando a direção nacional da legenda, disse ao público presente que a ida de Julio Lossio ao partido “estava praticamente fechada”. “Vivemos uma crise política, econômica e institucional. Este país precisa, portanto, amor à política. Será uma posição de independência com relação ao Governo do Estado para que possamos discutir com a sociedade pernambucana um projeto que possa ser uma alternativa de avança. Este é um momento ímpar”. 

Leandro salientou que a população está cansada da “política nefasta”. “Também discutimos a importância de apresentar o nome de Marina Silva para se colocar na construção de um processo de desenvolvimento sustentável e que possa apresentar saídas para a grave crise ética”, complementou Leandro

 

Lossio pretende se filiar à Rede Sustentabilidade em um evento no qual seja realizado “às margens do Rio São Francisco”. “Estou muito animado“, ressaltou. Ele falou que não está preocupado com a questão de que disputar a eleição majoritária sendo um partido "pequeno" em comparação aos demais. "Estão acostumados com a descrença, mas a descrença é coisa para quem é fraco, a Bíblia diz que Davi venceu Golias. Eu acredito muito que na política a gente pode crescer e confiar".

 

Após a polêmica envolvendo seu salário, a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois (PSDB), afirmou nesta segunda-feira, 13, que é "preta, pobre e da periferia". A declaração foi feita em discurso, ao lado do presidente Michel Temer, na cerimônia de lançamento do Programa Emergencial de Ações Sociais para o Estado do Rio de Janeiro e Municípios, numa unidade da Marinha do Brasil na Avenida Brasil, zona norte do Rio.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Social, o programa emergencial terá investimento total de R$ 157 milhões no Rio, com ações nas áreas de justiça, educação, esporte e direitos humanos. Projetos de vários ministérios estão envolvidos, incluindo a pasta de Luislinda. "Vamos aumentar esses números (de beneficiários de programas sociais) para o Rio de Janeiro e para o Brasil todo também. Sou preta, pobre e da periferia e sei o que é viver longe dos grandes centros", afirmou Luislinda, completando que o programa emergencial é baseado em "compromissos reais".

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A polêmica em torno do salário de Luislinda veio à tona após a Coluna do Estadão revelar a insatisfação da ministra com o valor de seu contracheque. Conforme a reportagem, Luislinda protocolou um pedido ao governo no qual alegava fazer trabalho escravo por não receber R$ 61 mil, valor que seria a soma de sua remuneração como ministra com a aposentadoria como desembargadora. Se o pleito da ministra fosse atendido, ela receberia além do teto constitucional, que é de R$ 33,7 mil, violando a legislação.

No último sábado (29), a Universidade do Recôncavo da Bahia comemorou seu 12º aniversário com a divulgação de dados que apontam o crescimento do número de jovens baianos, em especial da população mais negra e pobre, com acesso ao nível superior nos últimos anos. A universidade conta com 83,4% de estudantes autodeclarados negros e 82% oriundos de famílias com renda total de até um salário mínimo e meio. 

A instituição, que hoje conta com sete centros de ensino em seis cidades do Recôncavo, onde circulam 12.345 estudantes, dos quais 91.5% são da Bahia, foi a primeira universidade do país a ter uma Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e a aplicar integralmente a Lei de Cotas em 2012. 

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Os dados foram divulgados e apresentados neste mês pelo reitor da instituição, Silvio Soglia. As informações foram produzidas a partir de dados atualizados pela própria universidade e teve base na “IV Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior Brasileira – 2014”, realizada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE) em parceria com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (ANDIFES). Esses números podem ser encontrados através do Site Oficial da instituição

Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético-MG e atual prefeito de Belo Horizonte, defende os altos preços dos ingressos cobrados pelos grandes clubes do Brasil. Em entrevista ao jornal espanhol El País, Kalil justificou sua opinião: "No mundo inteiro, futebol não é coisa para pobre. Doa a quem doer. Ingresso é caro em todo lugar. Torcida dividida e entrada a preço de banana estragada só existem no Brasil. O Atlético coloca ingresso a 20 reais e não lota o estádio. Futebol não é público, não é forma de ajuda social”.

Durante o tempo que presidiu o Atlético-MG, o clube alvinegro teve a maior renda de uma partida de futebol realizada no Brasil. Na final da libertadores, a partida contra o Olimpia no Mineirão teve a presença de 58.620 torcedores, que pagaram em média cerca de R$250 pelo ingresso, e arrecadou mais de 14 milhões de reais.

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Em 2008, quando o Atlético-MG ficou na 12ª posição da tabela, Alexandre Kalil colocou os ingressos ao valor de R$ 5, visando atrair mais torcedores. Mas explicou que isso aconteceu por ter sido "em outra época". 

O Atlético-MG teve um grande aumento no seu faturamento anual, saindo de R$ 58 milhões, em 2008 - época do primeiro ano de mandato de Kalil como presidente -, para R$316 milhões na última temporada.

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Novas críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram feitas pelo senador Magno Malta (PR), repletas de ironias. “Só quero falar uma verdade. Eu estou com muita dó da sentença de Lula porque criança, índio e Lula são inimputáveis. Ele se tornou inimputável só porque criou o Bolsa Família. É inimputável porque é menino pobre que veio do Nordeste. Eu também vim e quantos vieram do Nordeste?”.

“E a pessoa inimputável não comete crime? Só porque descobriu o Brasil? Só porque rezou a primeira missa? Só por causa do Minha Casa, Minha Vida? Ninguém está acima da lei. Nem ele mesmo sendo inimputável feito índio”, continuou alfinetando. 

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Malta parabenizou o juiz Sérgio Moro definindo-o como um servidor público exemplar. “Com todo respeito aos que defendem Lula porque posição é posição, cada qual tem a sua. Nós devemos nos respeitar, só não podemos contar mentiras. Tratar com a verdade. Quero [ a verdade] como todo brasileiro decepcionado com o que fizeram ao longo destes 13 anos fazendo as estripulias que fizeram”. 

“Respeito a posição de quem defende, mas quero aqui dizer que esses nove anos sentença dado pelo juiz não tem nada a ver com o currículo do ex-presidente lula, mas sim com os crimes cometidos”, finalizou.

Nessa quarta (12), ao comentar a sentença, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) se confundiu e falou sobre “prisão” ao invés de “condenação”. “Ninguém torce para que o outro venha a perder, mas o dia de hoje é um marco na história do Brasil. O homem que durante oito anos conduziu a história da nossa nação, fez e aconteceu, tripudiou, assaltou, corrompeu, tudo por um projeto de poder. Não estou vibrando nem comemorando a prisão de quem quer que seja”, disse. 

“Quem deve se lembrar desse dia é o homem que, em grande parte, perdeu sim a sua liberdade: o juiz Sérgio Moro. O homem que não pode ir à padaria. É um homem que está recluso em casa porque os bandidos o querem a qualquer custo. No dia de hoje, a minha continência ao juiz Sérgio Moro”, concluiu. 

 

Ao longo de cinco anos, o Brasil registrou crescimento de 20% na quantidade de alunos de baixa renda que se formou em faculdades privadas, segundo levantamento do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior de São Paulo (Semesp), com base nos dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

Entre 2010 e 2015 houve expansão do total de formados que declararam renda familiar de até três salários mínimos - um acréscimo de mais de 130 mil estudantes de baixa renda no período. Em 2015, foram cerca de 245,9 mil concluintes no ensino superior privado. O setor teme, no entanto, reversão desta tendência com o encolhimento do programa de Financiamento Estudantil, o Fies.

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Em estudo obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço online de notícias do Grupo Estado, o Semesp calcula que, em 2010, os alunos com até 1,5 salário mínimo de renda familiar representavam 8,8% do total de formados das faculdades privadas. A fatia saltou para 13,5% cinco anos mais tarde. Já a faixa entre 1,5 e 3 salários representava 23,4% do total de alunos que se formavam e passou a representar 26,8% em 2015.

"Os dados comprovam que o Fies trouxe uma nova classe social para o ensino superior", avaliou Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp. "Com certeza, a redução na oferta de financiamento vai ter um impacto futuro", afirma.

Criado em 1999, o Fies ganhou fôlego a partir de 2010, quando regras mais flexíveis foram criadas. Nos quatro anos seguintes houve um crescimento acelerado: a oferta de vagas saltou de 76 mil em 2010 para 732 mil em 2014. Na sequência, restrições orçamentárias levaram ao enxugamento do Fies. De 732 mil vagas em 2014, o programa passou a ofertar em torno de 250 mil em 2015 e, no ano passado, pouco mais de 300 mil.

Ressalvas. Uma das principais críticas está relacionada à sustentabilidade financeira do programa, que causou desembolsos públicos bilionários. Só em 2016, o custo global do Fies para o Tesouro Nacional chegou a R$ 32,2 bilhões. A inadimplência é outra preocupação. Segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), mais de um quarto dos contratos que já estavam em fase de amortização em 2015 tinha atrasos de mais de 360 dias.

"Entre os estudantes de classes C e D que não conseguem financiamento, a escolha do curso é afetada pelo preço", comenta Capelato. "Muitas vezes, a escolha não é pelo curso ou instituição que mais interessa ao aluno, o que já leva a uma evasão grande", conclui o diretor.

Além de elevar a evasão, o Fies reduzido já impactou o ingresso de novos alunos. Para 2017, o Semesp prevê queda de 0,5% no total de calouros em cursos presenciais após recuo estimado em 2,6% em 2016. Dados do Ministério da Educação (MEC) sobre 2016 devem ser conhecidos apenas com a divulgação do Censo do Ensino Superior, no segundo semestre.

Procurado ontem à noite, o MEC informou que não conseguiria responder a tempo sobre as críticas do setor e dados apresentados pelo estudo.

Após afirmar que o Brasil está perdido e que a educação é uma “tragédia” no país, o senador Cristovam Buarque (PPS), na segunda parte da entrevista concedida ao LeiaJá, voltou a reafirmar sua tese de que a qualidade da educação de uma criança está diretamente associada ao “berço” que nasce. “É uma insanidade um país dar educação melhor para um do que para o outro e é injusto, mas hoje a chance de ter uma boa educação depende do CPF da família. Temos que acabar com isso”, lamentou.

Questionado se a situação não seria relativa, já que há exemplos de crianças e adolescentes oriundas de famílias pobres que conseguem “vencer” por meio da educação, ele foi categórico ao dizer que esses exemplos são exceções. “São raríssimas. São gênios, mas a educação não deve ser feita por gênios, tem que ser feita para todos. Esses raríssimos casos vão receber uma bolsa particular ou conseguiu entrar em uma escola pública federal. Tem que quebrar isso. Isso é escravidão. É como antes: nascia branco ou negro aí você ia ser uma coisa ou outra. Agora, [dependendo se] nascer rico ou pobre, você vai ter educação ou não vai ter. Não pode. Não pode ser questão de exceção. Na escravidão também tinha exceção. Tem escravo que fugia”, argumentou.

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“Essa é a realidade de hoje. Temos que acabar com isso. A educação deve depender só do cérebro, então, a escola tem que ser igual para rico ou pobre, para branco e para negro, para quem mora no Recife e para quem mora em São Paulo. A educação tem que ser com a mesma qualidade para todos. Isso não quer dizer que a educação é a mesma. A educação é livre”, acrescentou.

O senador também afirmou que cada professor tem que ter a liberdade para ensinar aquilo que ele quer, da forma que achar melhor, mas com a mesma qualidade. “O professor tem que ser diferente, mas o computador tem que ser igual como o do Banco do Brasil: onde você for, todos são bons. A temperatura tem que ser com ar-condicionado nas escolas, em qualquer lugar que houver calor no Brasil, não só na dos ricos. Os equipamentos também”. 

Escola Sem Partido 

O senador deu sua opinião sobre a Escola sem Partido. Cristovam, que é relator da proposta, é contra o programa. Acredita ser “impossível” uma escola sem partido denominando como um contrassenso. “A gente tem que ter escola sem nenhum partido específico, mas uma escola com todos os partidos podendo se expressar é positiva. Eu sou contrário a tolher a participação dos alunos, dos professores, do debate livre dentro das escolas”, explicou. 

A proposta da Escola sem Partido é de que seja afixado na parede das salas de aula de todas as escolas do país um cartaz onde estarão escritos os deveres do professor. A ideia é de que o estudante se informe sobre o direito que ele tem de “não serem doutrinados”. 

Outra finalidade seria a de impedir que os professores promovam crenças particulares. “Eu acho que professor tem que ter direito a todas as crenças que existirem por aí e não uma só crença ou nenhuma. Nenhuma não existe. Eu acho que seria contra a liberdade proibir um professor de dizer o que ele pensa. Agora é contra a liberdade a escola ficar só com um tipo de ideia. O que está errado não é um professor estar doutrinando, o que está errado, o que os autores da lei querem corrigir, é só uma doutrina. A solução não é proibir, a solução é abrir”, opinou Cristovam.

Filhos de político em escola pública

O parlamentar é autor de um projeto de lei [PL 480/2007] que estabelecia que todo político eleito no Brasil nos âmbitos federal, estadual ou municipal matricule, obrigatoriamente, seus filhos na rede de ensino público. Ele contou que, pela demora na tramitação, o processo foi arquivado. Na época, foram recolhidas mais de 42 mil assinaturas de apoio ao projeto. 

Segundo Cristovam, o texto serviria para os políticos com mandato. “Sou favorável sim porque, quem está no setor público e que tem poder deveria ser obrigado a sofrer, entre aspas, os problemas do setor público. Na saúde também. Como é que nós somos responsáveis pela saúde pública e nos cuidamos no setor privado? Deveria ser uma obrigação para todos. Demorou tanto que arquivaram. Não levaram adiante”, lamentou.

Familiares do ex-deputado José Genoino (PT) e petistas organizaram um site para arrecadar doações visando contribuir com o pagamento da multa de R$ 468 mil, estipulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como parte da condenação de Genoino no processo do Mensalão. A ferramenta já está no ar, mas só será lançada nesta quinta-feira (9). Esta é a primeira vez que a família do mensaleiro participa de algo público em defesa do condenado. 

Na plataforma o apelo principal vem de uma declaração da filha do petista, Murina Genoino, que suplica a ajuda para que não seja preciso vender a casa. "Tenho certeza de que todos aqui sabem perfeitamente que eu e minha família não temos como pagar 468 mil reais. A duras, duríssimas penas, estou pagando parcelado um apartamento que vale muito menos do que isso. Meus pais moram onde moram, como muitos de vocês também sabem. O carro que meu pai tinha, um logan de 2008, foi vendido para podermos ajustar nossas finanças depois da prisão. O que vão fazer conosco? Vão tomar a nossa casa?", indaga Murina. 

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Cobrança das multas

A Vara de Execuções Penais do Distrito Federal resolveu iniciar a intimação dos condenados na Ação 470 a pagar as multas. A partir da data que forem notificados eles terão dez dias para depositar o dinheiro, caso isto não aconteça o débito será inscrito no cadastro da Dívida Ativa da União e passará a ser cobrada judicialmente.

As maiores multas são as de Marcos Valério, R$ 3 milhões, e de seus dois sócios Cristiano Paz e Ramon Rollerbach, que devem pagar cerca de R$ 2,5 milhões e R$ 2,8 milhões respectivamente. Já Genoino deve aos cofres públicos R$ 468 mil, João Paulo Cunha, R$ 370 mil, e Valdemar Costa Neto, R$ 1 milhão.

 

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