Policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) do Rio de Janeiro irão utilizar em breve capacetes com tecnologia de refrigeração cerebral. Resultado de 20 anos de pesquisa acadêmica, a tecnologia está sendo aprimorada pelo neurocientista Renato Rozental.
Segundo o governo Estado do Rio de Janeiro, o pesquisador elaborou um protótipo que é capaz de impedir que as lesões no cérebro aumentem, o que irá garantir mais tempo para transferência e socorro adequado de um policial atingido em confronto.
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Porém, para funcionar, o dispositivo terá que ser ativado pelo militar mais próximo ao colega ferido, o que é uma desvantagem do equipamento. Ao ser acionado, o capacete faz com que gases sejam injetados em válvulas que resfriam o cérebro, diminuindo a pressão intracraniana. "É como se colocássemos gelo no local da lesão, impedindo a propagação do edema", explicou Rozental.
A concretização do projeto aconteceu graças a um acordo de cooperação técnico-científica assinado entre o comando da Polícia Militar e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), ligada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia. Cerca de R$ 450 mil foram investidos pela Faperj.
Antes de tudo, os capacetes passarão por uma fase de testes para chegar à definição de qual será o melhor protótipo para os policiais que fazem parte do BOPE.
"Precisarei de cerca de um ano para fazer simulações e chegar ao melhor protótipo para, depois, executá-lo. Esse processo é custoso. Depois que ele estiver definido, fica mais fácil reproduzi-lo", afirmou Rozental.
Uma versão do equipamento também pode ser utilizada futuramente em civis acidentados. Rozental está negociando com o Ministério da Saúde e Ministério da Defesa um acordo para produzir toucas com o mesmo dispositivo de resfriamento, mais flexível e focado em vítimas de acidentes em que ocorra traumatismo cranioencefálico (TCE). O neurocientista afirma que também deseja conseguir incentivos para que o dispositivo esteja presente em ambulâncias do Samu.
"Com a aproximação dos grandes jogos que serão realizados no Rio, teremos uma população maior de motociclistas, ciclistas e policiais que poderão estar mais protegidos com o uso do capacete. O objetivo da ação é melhorar o atendimento imediato, reduzindo os custos e reintegrando mais rapidamente os pacientes acidentados com traumatismo cranioencefálico", defendeu o pesquisador.