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O clima ainda é de indignação após o anuncio do aumento das passagens de ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR). Muitas pessoas reclamam do alto custo da tarifa do transporte e do baixo nível de qualidade dos coletivos. Superlotação, infraestrutura precária e falta de educação dos condutores, são as queixas mais recorrentes dos usuários.  

No Cais de Santa Rita, localizado no bairro de São José, área central do Recife, os moradores da cidade deram a sua opinião sobre a nova decisão do Conselho Superior de Transporte Metropolitano.

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A estudante de letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Débora Gonçalves, de 23 anos, concorda que a os estudantes estão mais empenhados na luta contra o aumento.“Creio que o sentimento pela causa seja a mesma, mas o trabalhador que está dentro do ônibus voltando para casa ou indo para o trabalho não vai se agradar em presenciar um engarrafamento por conta do protesto”, explica a jovem complementando: “Além de que, boa parte da população não está ciente sobre o aumento, mas é muito injusto esse reajuste”.

Atendente dos Correios, Augusto Estevam de Menezes, 58, avalia que o aumento é um ato abusivo. “Daqui a pouco o preço da gasolina também sobe, sinceramente, quem ganha com isso são apenas os empresários”, enfatiza. 

Kátia Maria da Silva, 47, é doméstica e está enfrentando problemas financeiros na família, tanto ela quanto o esposo estão desempregados. “Está tudo muito caro, temos que marcar um dia para resolver todos os nossos problemas, como pagamentos de contas, já que estamos sem emprego, e depois desse aumento com certeza a situação vai piorar”, desabafa.

O operador de telemarketing José Carlos da Silva, 29, vai ingressar na universidade e já prevê o prejuízo. “Isso vai ser terrível, eu preciso pegar dois ônibus para ir à faculdade. Tem que baixar, a gente recebe pouco e ainda descontam 6% do nosso salário referente aos vales transportes", recrimina.

A estudante de Recursos Humanos, Messia de Lima, 43, conta que a precariedade dos ônibus não vale a tarifa do transporte. “Isso é um absurdo porque além de esperar mais de uma hora, não temos conforto, os ônibus sempre estão lotados e a falta de educação dos cobradores e motoristas é grande”, reclama.

Kenyo Dantas da Silva, 18, é estudante e apoia qualquer tipo de protesto. “Esse aumento é absurdo. Os preços de todas os coletivos deveriam ser justos para a população”, avalia.  

Com um reajuste de 5,53%, protestos, ocupações e assembleias estão sendo realizadas para debater o assunto, com objetivo de revogar o aumento, além de auditoria das contas das empresas e do consórcio, paridade no conselho, revisões das licitações, passe livre para estudantes e desempregados.

 

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