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A orla da cidade do Rio de Janeiro continua sujeita a ressaca nesta segunda-feira (6). Ontem (5), fortes ondas invadiram o calçadão e chegaram a atingir a rua em trechos da zona sul, como Ipanema e Leblon.  

Frequentadores da praia foram surpreendidos pelo aumento repentino do nível do mar, quando estavam na areia. 

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Os bombeiros tiveram que resgatar duas pessoas no mar em Ipanema, na manhã desse domingo. O Grupamento Marítimo da área mantém as buscas por um adolescente, que desapareceu depois de mergulhar, com a ajuda de motos aquáticas, helicópteros e drones. 

A Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) está trabalhando nesta manhã para retirar grande quantidade de areia das vias. As avenidas Vieira Souto, em Ipanema, e Delfim Moreira, no Leblon, foram interditadas para o trabalho dos garis.

Segundo o Centro de Operações (COR) da prefeitura carioca, a Marinha alerta para ondas de até 3,5 metros, que podem ocorrer até o fim da tarde de hoje. O COR alerta os banhistas que evitem: banhos de mar em áreas de ressaca, tráfego nas ciclovias nesses locais, prática de esportes no mar e a permanência em mirantes da orla em período de fortes ondas. 

O Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar) lança, neste sábado (17), às 12h, na Praia do Zé Pequeno, em Olinda, uma nova sinalização de bandeiras flutuantes. O diferencial dos novos equipamentos é que eles são instalados dentro do mar, tornando mais fácil a visualização dos locais com alto risco de afogamento e com possibilidade de incidentes com animais marinhos.

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Foto: Divulgação/Bombeiros

A eficácia das bandeiras fixas em terra já são comprovadas, por informar a população e manter os banhistas orientados, mas ainda existem dificuldades quando a maré está cheia e o mar avança, prejudicando os procedimentos de prevenção.

O novo modelo de bandeiras foi criado pelo cabo Maximiliano, bombeiro guarda-vidas. De acordo com o BGMar, a sinalização flutuante consiste em boias com bandeirolas acopladas que são instaladas dentro da água, ampliando a visualização das advertências e aumentando, ainda mais, a eficiência e segurança dos banhistas.

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) se reuniu na manhã desta quarta-feira (12) para estruturar as próximas atividades. Uma das ações iniciais levantadas foi a instalação e ampliação de chuveiros e banheiros públicos nas orlas de Jaboatão dos Guararapes e de Olinda, municípios onde aconteceram os incidentes mais recentes com tubarão nas praias.

Os membros efetivos do comitê estiveram presentes, representantes da Secretaria de Defesa Social (SDS), Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Secretaria de Ciência e Tecnologia, Corpo de Bombeiros, Instituto Médico Legal (IML), Polícia Militar (PM) e Companhia Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH). Também compareceram representantes das prefeituras de Olinda e Jaboatão dos Guararapes, municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR).

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Propostas

O Corpo de Bombeiros apresentou um estudo de viabilidade para equipamentos repelentes de tubarão, conhecidos como “shark shield”. O objetivo é saber se a ferramenta funcionaria na região, e com as espécies locais.

A prefeitura de Olinda estuda a ampliação de chuveiros e banheiros públicos na orla. Jaboatão dos Guarapes terá de investir em saneamento para realizar as mesmas ações. A previsão no município é que sejam instalados 13 banheiros nas praias de Candeias e Piedade.

O Cemit também visa restaurar e ampliar a colocação de placas e avisos de segurança em toda a extensão das praias da RMR. Também será realizada a escuta da comunidade vizinha e dos barraqueiros que trabalham nas praias para que seja implementada uma “cultura de conscientização”, segundo a Semas.

 

Investimentos

Segundo o secretário executivo do Meio Ambiente, Walber Santana, as pesquisas são fundamentais para compreender a fauna marítima local. “Vamos retomar essas pesquisas com relação a esses incidentes para entender de fato, e apontar caminhos baseados na ciência”, declarou.

A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) abriu um edital de chamada pública para pesquisas de tubarão e peixe-leão. O órgão realizou um investimento de R$ 500 mil no certame. As inscrições vão até o dia 23 de abril no portal da FACEPE.

De acordo com Santana, as pesquisas são baseadas em três pilares: monitoramento, educação ambiental e a retomada das pesquisas. 

O porto de Suape viabiliza o aporte de R$ 1,5 milhão para a retomada do projeto MegaMar que havia sido interrompido em 2014. O objetivo é realizar a implantação de 30 receptores em animais marinhos na costa de Pernambuco, sendo 20 na região de Suape e dez em animais localizados nas áreas de risco de Jaboatão dos Guararapes.

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (Cemit) emitiu um alerta para os banhistas que optarem por frequentar as praias do Grande Recife nos feriadões de abril, a Semana Santa (entre 2 e 8 de abril) e o Dia de Tiradentes (21 de abril). De acordo com o colegiado, caso queira entrar no mar, a população deve optar por áreas com proteção de recifes, maré baixa e águas claras, priorizando dias de sol.

O comunicado se estende para a primeira semana de maio, que também possui um feriado, o Dia do Trabalhador (1º dia do mês). Além dos riscos de afogamento, pela maré alta, se intensifica o perigo de incidentes com tubarão. O feriado da Semana Santa será marcado pelo pico de lua cheia, que eleva o nível das marés altas. Se houver chuva, também pode aumentar a turbidez (água mais turva) da água do mar. 

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“Existe um trecho de 33km de praia no grande Recife, que vai dos coqueirais da Praia do Paiva até a Praia do Farol, em Olinda, considerado pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) como um trecho de atenção com maior probabilidade de ocorrer incidentes com tubarões, especialmente na conjunção de condições que se darão no período da Semana Santa”, informou o comitê.

Os banhistas também devem evitar banhos ao amanhecer ou entardecer, em áreas abertas sem a proteção dos recifes, em dias chuvosos e com águas turvas. Há 24 anos, Pernambuco possui um decreto (21.402/1999) que proíbe a prática de atividades náuticas nesses 33 quilômetros de litoral, mas não proíbe o banho de mar.

O único ponto proibido legalmente para banho é um trecho de 2,2 quilômetros da Praia de Piedade, entre a Igrejinha de Piedade e o Hotel Barramares, localizado ao lado do Hospital da Aeronáutica do Recife. Essa proibição foi estabelecida por decreto municipal de Jaboatão dos Guararapes.

Mesmo não havendo a proibição expressa nos outros trechos entre a Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, e a Praia do Farol, em Olinda, dê preferência a banhos de mar nas condições mencionadas acima.

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O mês de março marca um período de preocupação para os barraqueiros de praia no litoral do Grande Recife. Antecedendo a baixa temporada, que se inicia em abril e vai até julho, em virtude das chuvas de outono-inverno, março também foi cenário de incidentes com tubarões nas praias urbanas da metrópole e que repercutiram a nível nacional.

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Com os banhistas locais e estrangeiros receosos de voltar ao mar da região, mesmo em áreas sem registros de ataques, comerciantes expressam medo de que seus negócios fechem, após semanas já difíceis e com atendimento expressivamente reduzido.

O primeiro incidente do ano ocorreu na praia Del Chifre, que pertence ao bairro do Varadouro, em Olinda. O trecho, que foi uma promessa turística entre duas e três décadas atrás, atualmente é um pedaço abandonado entre Olinda e Recife, sem suporte para receber turistas, com acesso limitado e bastante lixo. Além disso, é famoso pelo mar aberto, correntes fortes e principalmente pela presença de tubarões. 

As áreas mais afetadas 

Desconhecida por muitos, Del Chifre tem 2,3 quilômetros e começa na altura do Parque Memorial, mas termina na Praia dos Milagres. A praia em si não costuma receber banhistas, nem barraqueiros ou vendedores ambulantes. É ali do lado, no pequeno trecho de areia dos Milagres, após a Ilha do Maruim (comunidade que cerca Del Chifre), onde está o comércio da praia, que costuma receber cerca de 100 vendedores ambulantes aos finais de semana. 

Desde o ataque, em 20 de fevereiro, o movimento caiu consideravelmente. Durante a visita do LeiaJá ao local, havia apenas um barraqueiro com bar aberto na prainha dos Milagres. Geraldo, que é cadeirante, cuida do negócio da família há quatro anos, mas o estabelecimento existe ali há mais de uma década. 

Segundo ele, tem sido difícil pagar as contas e também foi preciso reduzir o número de ajudantes, já que os garçons e garçonetes recebem por diária trabalhada e, ultimamente, não tem sido possível tirar do negócio nem mesmo o dinheiro para pagar a mão de obra necessária para subir e descer a carga do bar diariamente.

“O movimento caiu uns 60%. Tem mais ninguém, a turma está com medo de tomar banho de mar. O prefeito não coloca uma rede de proteção, não faz nada, o governo também não colocou equipe aqui. A população de tubarão vai crescer por aqui e se expandir, em vez de ficar em um canto só. Eles não têm mais alimentação, o manguezal daqui acabou. O pessoal vai entrar e ser atacado”, disse o comerciante Geraldo Gonçalves, de 44 anos, que trabalhava ao lado da mulher, Josi, e do garçom e amigo, Márcio. 

O autônomo continuou: “Essa é minha única fonte de renda. Durante a semana, a gente coloca umas 20 mesas aqui, hoje só tem três e não adianta colocar tudo pra enfeitar, chamar atenção, porque dá trabalho para arrumar de volta. Sou cadeirante, não coloco nada sozinho”.

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De todas as praias do Grande Recife, a mais impactada pelos incidentes com tubarão, não apenas esse ano, é a de Piedade. O trecho da Igrejinha já ganhou a alcunha há muitas décadas, mas o segundo ataque registrado em Jaboatão dos Guararapes este ano ocorreu a poucos metros do ponto turístico, em uma área antes considerada segura para banho. Assim, a faixa litorânea do município vai ficando cada vez mais reduzida e os banhistas, sem opções. 

“Eu nunca vi a praia nessas condições. A cada vez que acontece um ataque, não tem movimento na praia e a gente depende disso. Pra eu armar o bar, tenho que ter dois homens pra puxar o material. Sem dinheiro, não pago a eles. A tendência é fechar o bar. O garçom que vem trabalhar quer receber, porque eles vêm buscar a diária e levam pra casa, pro filho poder comer. E eu dependo disso aqui pra comer também. Se não houver gente no bar, como eu vou conseguir armar e pagar funcionário? Eu não quero bolsa, esmola, auxílio, nada. Eu quero trabalhar”, desabafou a comerciante Marli Gonçalves, de 58 anos, barraqueira na Igrejinha há 17 anos. 

Na área, há 61 barraqueiros registrados pelo município. No dia da visita do LeiaJá, apenas três estavam lá, com dois clientes na areia, um em cada uma das duas barracas à esquerda. No estabelecimento mais distante, não havia movimentação. 

A Igrejinha é o trecho com o maior histórico de incidentes com tubarão em todo o estado: desde 1992, quando o monitoramento do Governo de Pernambuco foi iniciado, um em cada cinco incidentes registrados no estado aconteceram lá.  

Desde 2021, o lugar está proibido para banho, por ordem decretada no município. A decisão foi do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e da prefeitura de Jaboatão, e foi publicada, à época, no Diário Municipal Oficial. 

A interdição abrange uma área de 2,2 quilômetros, que vai desde a Igrejinha de Piedade até o Hotel Barramares, localizado ao lado do Hospital da Aeronáutica do Recife, no limite com a capital pernambucana, onde começa a praia de Boa Viagem. A reportagem também visitou as praias de Boa Viagem e Pina para acompanhar o impacto dos incidentes na praia vizinha. 

“A partir da terça-feira [um dia após o último ataque em Piedade] a gente já viu a queda do movimento. Durante a semana, decaiu mais. A gente liga a televisão e só ouve falar em ataques de tubarão, a prefeitura está passando com uns panfletos avisando sobre as normas e cuidados, porém, mesmo que o ataque não tenha sido aqui, a gente não tem nenhum apoio. Os clientes chegam e perguntam 'e aí, como está a situação, pode entrar', e a gente faz as orientações com base na maré do dia”, informa a comerciante Suellen Patrícia, de 38 anos, que trabalha na altura do Acaiaca. 

LeiaJá também 

- - > ‘Após incidentes com tubarão, fiscalização sobe nas praias’ 

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Neste primeiro fim de semana após os incidentes com tubarão no Grande Recife, o LeiaJá realizou uma ronda entre as praias de Piedade, Boa Viagem e Pina para verificar a fiscalização e orientações prestadas nesses locais. As ocorrências com mordidas de tubarão já registradas este ano não resultaram em morte, mas em lesões graves e perdas irreparáveis, como a amputação de membros das vítimas.

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Nos trechos do Dorisol-Golden Beach, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, onde houve um incidente com tubarão na última segunda-feira (6), ainda não há placas sinalizando perigo de ataque.

Apesar de estar a menos de um quilômetro da Igrejinha de Piedade, local com maior número de ocorrências com tubarão em todo o estado de Pernambuco desde 1992, a região dos tradicionais hóteis na orla de Piedade não possui histórico de ocorrências até a última semana. Marcada pelos arrecifes e piscinas naturais, a área ter sido cenário de um caso grave chocou os frequentadores.

"Só tomo banho na frente dos arrecifes. Quando a maré está cheia, não entro na água. Moro aqui há mais de 20 anos e meu procedimento sempre foi esse. Fiquei surpresa porque os ataques sempre aconteciam na área da Igrejinha, então fiquei sem entender o que houve. Ainda tenho receio de entrar na água, porque sempre tive. Se a água está turva eu não entro de forma alguma, mesmo com os arrecifes. A sensação aumenta depois dos ocorridos recentes, mas não deixo de molhar meus pés e nem de sentar na beira do mar", disse a banhista Adriana Reis, de 56 anos, que estava acompanhada do marido, Paulo Tavares, de 53.

O casal é natural de Salvador, na Bahia, mas mora em Pernambuco desde 2001, sempre no bairro de Piedade. Paulo acredita que a população tende sempre a confrontar as medidas implementadas pelos governos, mas que os gestores deixam a desejar tanto em orientação e conscientização, como ao fiscalizar os locais.

“O maior problema é a população, que sabe que existe uma questão na praia. Tudo bem que o último caso foi algo que a gente nunca tinha visto aqui e nem ouvido falar, só lá na Igrejinha. Mas lá a população sabe a afronta. Porém, há muitas coisas que podem ser feitas pelo poder público para melhorar os acessos e colocar redes de proteção, como fazem em outros países com problemas com tubarão. É um misto de mais consciência da população com mais ação dos governos. A gente está no habitat natural dos peixes, algo tem que ser feito para não promover mais desequilíbrio ambiental”, acrescentou Paulo. 

Perguntado sobre a ausência de placas no local, o casal confessou esperar que, após os últimos incidentes, a região já estivesse sinalizada. Durante a visita, também não havia salva-vidas ou fiscalização da Guarda Municipal na área. Paulo e Adriana também acreditam que conscientizar e proibir poderia funcionar melhor do que punir. Já o vendedor ambulante Valdir Batista, de 34 anos, acredita que a multa deveria ser o caminho. Ele é do Recife, mas trabalha vendendo caldinhos em Jaboatão há quatro anos.

"Isolar a área eu já acho demais, porque vai atrapalhar a gente que trabalha com o comércio na praia, mas poderia haver mais fiscalização. Essa área não é perigosa como a da igreja, então fiquei um pouco surpreso, porque aqui não tem tanto mar aberto. Há erro dos dois lados, da população e prefeitura. Era para ter multa, porque quando mexe no bolso, o pessoal leva mais a sério e se conscientiza", disse o trabalhador.

LeiaJá também: mais sobre a ronda do sábado (11)

- - > 'Piedade: banhista é preso após ser retirado do mar três vezes'

A Igrejinha de Piedade

Na manhã deste sábado (11), a fiscalização na Igreja de Nossa Senhora da Piedade foi intensa. O trecho tem o maior histórico de incidentes com tubarão em todo o estado: desde 1992, quando o monitoramento do Governo de Pernambuco foi iniciado, um em cada cinco incidentes registrados no estado aconteceram na Igrejinha. O pico já foi o mais frequentado de Jaboatão entre os anos 1990 e 2000, mas aumento de ataques e violência nos arredores assustaram banhistas.

Desde 2021, o trecho está proibido para banho, por ordem decretada no município. A decisão foi do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e da prefeitura de Jaboatão, e foi publicada, à época, no Diário Municipal Oficial. A interdição abrange uma área de 2,2 quilômetros, que vai desde a Igrejinha de Piedade até o Hotel Barramares, localizado ao lado do Hospital da Aeronáutica do Recife, no limite com a capital pernambucana. 

Boa Viagem e Pina

O decreto encerra no limite entre as cidades por questões territoriais, já que é uma decisão municipal, mas isso não significa que o perigo acaba ali. Do Hotel Barramares em diante, já na praia de Boa Viagem, a sinalização é intensa e já antiga. O risco não é apenas de incidentes com tubarão, mas também de afogamento, devido às fortes correntezas em mar aberto. Apesar disso, banhistas ainda frequentam o local, que está quase sempre deserto.

Da Praça de Boa Viagem em diante, a movimentação começa a crescer. Durante a visita neste sábado (11), o LeiaJá presenciou uma visitação usual para os fins de semana. Muitas bandeiras vermelhas estavam marcando a areia em trechos de mar aberto lotados de banhista. A sinalização significa risco alto de afogamento, ainda que a área seja marcada sobretudo pelas visitas de grupos grandes e famílias.

O dia 28 de junho de 1992 marcou a história da vida praieira na Região Metropolitana do Recife (RMR). Um banhista sofreu um incidente com um tubarão, causando grande alarde na população na época. A vítima foi mordida quando nadava na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, lugar onde mais se registraram casos do tipo. Apesar de haver registros anteriores, ele foi o primeiro atacado por tubarão desde que Pernambuco passou a registrar essas ocorrências. Mais de 30 anos se passaram e Pernambuco conta atualmente com 77 casos registrados de incidentes com tubarão, sendo 26 com vítimas fatais.

Os casos mais recentes este ano aconteceram nas últimas semanas. No dia 20 de fevereiro um homem foi mordido na praia de Del Chifre, em Olinda. Outros dois casos aconteceram na praia de Piedade, nas imediações onde aconteceu o primeiro incidente, em 92. Dois adolescentes, de 14 e 15 anos, sofreram as investidas do animal nos dias 5 e 6 de março, respectivamente, e ainda estão internados no Hospital da Restauração, no Recife.

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Lá atrás, em 92, ainda não existiam estudos sobre os tubarões que circulavam na costa pernambucana, e foi nessa época que começaram a ser desenvolvidos projetos de pesquisa para compreender as espécies marinhas e as causas de suas aparições. Os estudos continuaram até 2014, principalmente oriundos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e espelhados para a sociedade por meio do Comitê de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT).

Mas afinal, o que faz os tubarões, depois de tantas décadas de pesquisas e projetos de conscientização da população, ainda serem encontrados no litoral da RMR, e tão perto de seres humanos? O LeiaJá conversou com o professor da UFRPE e engenheiro de pesca, Paulo Oliveira, que explicou alguns detalhes sobre o assunto.

Questões ambientais

O professor enfatiza que um dos problemas que deve ser combatido com urgência é a destruição de ecossistemas. “A questão envolvendo interação de tubarões e seres humanos tem a ver com a degradação generalizada dos ecossistemas costeiros, e algumas questões relacionadas à geografia, à geomorfologia das nossas praias. Essa degradação faz com que os tubarões se aproximem da costa, e as questões geográficas e geológicas fazem com que eles permaneçam na costa”, esclarece o docente.

O Governo do Estado decidiu essa semana reativar e reestruturar o CEMIT, retomando as frentes de pesquisa que a UFRPE realizava, além de sua realocação para a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS). Até então, o comitê ficava sob responsabilidade da Secretaria de Defesa Social (SDS).

Contrário aos que defendem a interferência física no mar, como a aplicação de telas submarinas, o professor alerta que é preciso estudar mais a fundo as causas e as consequências das ações humanas no meio ambiente. “A partir do momento que a gente coloca uma barreira física, a população vai ter a falsa sensação de segurança, porque essas redes não vão assegurar a erradicação dos incidentes. Além disso, ainda tem a questão ecológica. Ao invés de resolver um problema, você acaba gerando outro maior ainda”, discorre.

Monitoramento e educação ambiental

Paulo relembra ainda que quando o acompanhamento da movimentação marinha era realizado de forma constante pelo CEMIT, a incidência de casos era significativamente menor. No entanto, ele enfatiza ainda que a diminuição do número de casos se dá com a participação da sociedade a partir do fortalecimento da educação ambiental para a população.

“É importante mostrar para as pessoas que em determinados trechos não se pode entrar, em outros é possível, indo de forma segura, como: escolher os horários da baixa-mar; em locais rasos; evitar entrar sozinho. Essas medidas são tomadas no mundo inteiro”, explica Oliveira.

Nesta terça-feira (7), a governadora Raquel Lyra (PSDB) prometeu a realização de concurso público para o Corpo de Bombeiros de Pernambuco. O certame visa recompor o quadro institucional e reforçar a fiscalização nas praias do Estado, que em 24 horas registrou dois ataques de tubarão no Grande Recife. 

"Esse é um problema do Corpo de Bombeiros, a falta de efetivo que já atinge Pernambuco há muito tempo. A gente está estudando a recomposição dos quadros, mas precisa haver concurso público. A gente não consegue suprir isso de imediato. A gente vai, sim, abrir concursos novos", afirmou a governadora. Porém, não foi dado prazo para a abertura e realização dos certames. 

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A promessa dos processos seletivos foi dita durante reunião com prefeitos de 14 municípios da Região Metropolitana do Recife, entre eles João Campos (PSB) e Professor Lupércio (Solidariedade), no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), se reuniu nesta terça-feira (7) com membros de grupos de pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), além de outros órgão do estado para tratar da reestruturação do Comitê de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT).

Em publicação nas redes sociais, a governadora destaca que o objetivo era de pactuar “novas ações, pesquisas e intervenções que permitam o uso da praia e do mar do nosso Estado com segurança”.

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“Estamos aqui desenhando o protocolo de intenções, voltar com estudo, pesquisa, intervenção, para permitir que a gente possa ter o uso da praia e do mar de maneira segura”, declarou a governadora.

À tarde, Lyra se reúne com os prefeitos da Região Metropolitana do Recife (RMR) para definir novas ações conjuntas.

Nos últimos dois dias (5 e 6), dois jovens foram mordidos por tubarões na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. Ainda em fevereiro, um banhista foi mordido quando mergulhava na praia de Del Chifre, em Olinda.

Uma espécie de camarão-fantasma foi identificada em praias brasileiras, pondo fim a uma disputa científica de mais de 40 anos. Trata-se da comprovação da existência da espécie Callichirus major, conhecida na linguagem popular como “corrupto de praia”. A descoberta foi feita no ano passado por cientistas da Universidade Estadual Paulista, do campus de São Vicente.

A tal disputa acontecia na comunidade científica mundial pois até o momento só havia a comprovação da existência de uma única espécie de camarão-fantasma, encontrada no litoral da América do Norte, na região da Flórida, Estados Unidos, até a América do Sul. No entanto, com a descoberta de um tipo próprio no Brasil, é possível dizer que temos um corrupto para chamar de nosso.

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Os resultados da pesquisa foram publicados na revista de história natural (Journal of Natural History), de autoria do biólogo chileno Patrício Hernáez. O Grupo de Pesquisa em Biologia de Crustáceos do Instituto de Biociências da Unesp do Litoral Paulista, coordenado pelo professor Marcelo Pinheiro, coletou 1.166 animais de norte a sul do país para realizar as análises comparativas.

Comparação

Além da espécie comprovada, existe a hipótese da existência de outras três variações encontradas nas praias pesquisadas. Segundo Hernáez, o crustáceo é fundamental para manter um certo equilíbrio ambiental nas praias situadas em regiões urbanas. "Esta espécie se concentra mais em faixas de areia poluídas por matéria orgânica que em praias de areias não contaminadas por matéria fecal. Essa seria a razão pela qual vimos que C. corruptus formava populações mais densas em praias urbanizadas, como Balneário Camboriú e Santos, do que em praias não urbanizadas", explica o biólogo.

Origem do nome

O camarão-fantasma ganhou a alcunha de “corrupto” durante o período da ditadura militar no Brasil, por ser difícil de capturar, sendo necessário usar mecanismos diferenciados para encontrá-los. Fazendo um paralelo com a corrupção praticada por pessoas, ele foi batizado dessa forma no país.

Com praias lotadas em virtude do feriado, o litoral de São Paulo tem 15 praias impróprias para banho neste fim de semana do Natal. São três praias ruins a mais do que há uma semana, segundo monitoramento divulgado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) na sexta-feira (23).

No levantamento anterior eram 12. O número maior se deve à entrada das sete praias de Santos na lista das impróprias. Há uma semana, todas estavam em boas condições para banho.

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No litoral Norte, Ubatuba e Ilhabela têm duas praias com bandeira vermelha em cada cidade. Na mesma região, todas as praias de Caraguatatuba e São Sebastião estão em boas condições.

Na Baixada Santista, além das praias de Santos, estão ruins duas praias do Guarujá, uma de São Vicente e outra de Mongaguá. A única praia de Cubatão e todas as de Praia Grande, Itanhaém e Peruíbe estão boas, assim como as praias de Iguape e Ilha Comprida no litoral sul. As de Cananéia não são monitoradas.

A Cetesb avalia semanalmente a balneabilidade de 175 praias em todo o litoral paulista. A classificação leva em conta a quantidade de bactérias encontradas nas águas, especialmente aquelas originadas do esgoto.

A praia é considerada imprópria para banho quando a água do mar concentra mais de 100 colônias de bactérias a cada 100 ml de água. Nesse caso, a faixa de areia é sinalizada com a bandeira vermelha. Praias mais extensas são divididas e monitoradas em mais de um ponto.

Conforme a Cetesb, a bandeira vermelha indica para o banhista que o banho de mar naquele local pode representar risco à saúde. Uma praia também pode ser considerada imprópria para banho devido ao acúmulo de algas ou quando aparecem manchas decorrentes do derramamento de óleo no mar.

As chuvas também podem afetar a qualidade da praia, carregando matéria orgânica e esgoto para o mar.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pelo saneamento básico nas cidades que estão com praias impróprias, informou que nos últimos três anos foram investidos R$ 1,1 bilhão para expandir o sistema de coleta e tratamento de esgotos em todo o litoral paulista.

A companhia mantém o programa Onda Limpa para melhorar o saneamento, o meio ambiente e a balneabilidade das praias. Conforme a Sabesp, a Baixada Santista tem 84% de coleta e 100% de tratamento de esgoto, enquanto no Litoral Norte, os índices são de 74% e 100%, respectivamente.

Veja quais praias de São Paulo estão com bandeira vermelha

Ubatuba

- Rio Itamambuca

- Itaguá (Av. Leovigildo)

Ilhabela

- Armação

- Itaquanduba

Guarujá

- Perequê

- Enseada (Rua Chile)

Santos

- Ponta da Praia

- Aparecida

- Embaré

- Boqueirão

- Gonzaga

- José Menino (Rua Olavo Bilac)

- José Menino (Rua Frederico Ozanan)

São Vicente

- Gonzaguinha

Mongaguá

- Central

Foram conhecidas nesta semana as praias brasileiras que receberam a certificação de bandeira azul, entregue pela ONG dinamarquesa Foundation For Environmental Education (FEE). O 'prêmio' visa a classificar e conscientizar a população sobre os locais costeiros com melhor preservação e mais indicados a visitas. Santa Catarina foi o Estado mais destacado na temporada 2022-23, com 18 praias, enquanto São Paulo teve apenas uma.

Os critérios avaliados são: educação e informação ambiental - com no mínimo cinco atividades de educação ambiental ao público durante a temporada; qualidade da água - baseada nas normas e legislação internacional e nacional; gestão ambiental - cumprindo leis de conservação, que também se estendem a dunas e trilhas e segurança/serviços - avaliação dos riscos, prestação de primeiros socorros e atendimento a necessidades especiais.

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Em 2021-22, o País já tinha 'alavancado' 20 praias na lista, com nove entrando na mais atual, sendo seis de Santa Catarina, duas do Rio de Janeiro e uma do Ceará. Alagoas, Bahia e Espírito Santo também estão presentes.

Além dos critérios pré-estabelecidos, as praias também devem ser acessíveis a todos, sem exclusão por idade, raça, gênero, dentre outras características - de forma gratuita a menos que seja parte de Unidade de Conservação catalogada no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Também é obrigatório que haja um ponto de coleta para análise de qualidade da água, fronteiras reconhecidas e, preferencialmente, visitação constante.

Conheça agora quais foram as escolhidas, por ordem de representação.

 

Santa Catarina - 18 praias

Praia do Estaleiro, Balneário Camboriú - SC

Praia do Estaleirinho, Balneário Camboriú - SC

Praia de Taquaras, Balneário Camboriú - SC

Praia do Cerro, Barra Velha - SC

Praia do Sol, Barra Velha - SC

Praia de Piçarras - Balneário Piçarras - SC

Praia de Quatro Ilhas, Bombinhas - SC

Praia de Mariscal, Bombinhas - SC

Praia da Conceição, Bombinhas - SC

Lagoa do Peri, Florianópolis - SC

Praia Grande, Governador Celso Ramos - SC

Prainha, São Francisco do Sul - SC

Praia do Forte, São Francisco do Sul - SC

Praia Grande, São Francisco do Sul - SC

Praia do Ervino, São Francisco do Sul - SC

Praia Grande, Penha - SC

Praia da Bacia da Vovó, Penha - SC

Praia da Saudade, Penha - SC

 

Rio de Janeiro - 4 praias

Praia do Peró, Cabo Frio - RJ

Praia do Sossego, Niterói - RJ

Praia de Itaúna, Saquarema - RJ

Praia do Forno, Armação de Búzios - RJ

 

Bahia - 3 praias

Praia de Guarajuba, Camaçari - BA

Praia de Itacimirim, Camaçari - BA

Praia da Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, Salvador - BA

 

Alagoas - 1 praia

Praia do Patacho, Porto de Pedras - AL

 

Ceará - 1 praia

Praia do Cumbuco, Caucaia - CE

 

Espírito Santo - 1 praia

Praia da Sereia, Vila Velha - ES

 

São Paulo - 1 praia

Praia do Tombo - Guarujá, SP

Duas toneladas de óleo foram retiradas de praias em Pernambuco entre domingo (2) e esta segunda-feira (3). Pedaços sólidos de óleo que se assemelham a petróleo cru foram encontrados inicialmente por um pescador na cidade de Tamandaré.

Segundo o Centro de Pesquisa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do município pernambucano, a maior parte do óleo já foi retirada, mas os trabalhos de limpeza das praias devem continuar nesta terça-feira.

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Esta não é a primeira vez que manchas de óleo aparecem nas praias da região neste ano. Em agosto, foram recolhidas pelotas de óleo em 10 praias de Pernambuco, duas da Paraíba, uma da Bahia e outra de Alagoas.

Segundo a coordenadora do Programa Ecológico de Longa Duração Tamandaré Sustentável, a professora Beatrice Padovane, o ressurgimento desse óleo agora em outubro preocupa.

Na semana passada, também foram identificados fragmentos de óleo no município de Coruripe, em Alagoas.

Após analisar o óleo que apareceu em agosto, cientistas brasileiros concluíram que o material não é do mesmo tipo de petróleo do desastre ambiental de 2019. Segundo a perícia, trata-se de petróleo cru, possivelmente do Golfo do México e a hipótese mais provável é que ele tenha sido derrubado durante a lavagem de tanques de navio petroleiro em alto mar.

A professora Beatrice Padovane, que trabalha no monitoramento ambiental da região, ressalta que os prejuízos podem ir além dos efeitos sobre o turismo, porque o óleo pode se propagar na cadeia alimentar das espécies marinhas da região.

As pelotas de petróleo encontradas nesse domingo em Tamandaré ainda precisam ser analisadas para avaliar se são da mesma natureza das encontradas em agosto.

Pelotas de óleo cru foram encontradas neste domingo, 2 de outubro, em Tamandaré, Litoral Sul de Pernambuco. A substância possivelmente tem origem na lavagem de tanque de navio petroleiro, conforme nota técnica emitida por cientistas depois de episódio semelhante registrado em agosto, ao Norte da Região Metropolitana do Recife. 

Equipe de voluntários sob a coordenação do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene-ICMBio) e Guarda Marítima da Prefeitura de Tamandaré estão recolhendo os resíduos da praia. O acidente aconteceu na área de atuação do Programa Ecológico de Longa Duração (PELD) Tamandaré Sustentável, vinculado à UFPE e ao CNPq. 

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A coordenadora do PELD Tams, Beatrice Padovani Pereira, coletou amostras para análise no Departamento de Oceanografia da UFPE. Beatrice Padovani, professora titular do Departamento de Oceanografia da UFPE, lembra que em agosto, três anos depois do vazamento de petróleo que atingiu a costa nordestina, pelotas foram registradas o litoral pernambucano, mas só agora apareceram em Tamandaré, neste domingo, 2 de outubro. 

Os primeiros registros do evento atual são do dia 30 de setembro, em Alagoas. Em Pernambuco, as pelotas surgiram na praia no dia 2 de outubro.  Um grupo de pesquisadores elaborou uma nota técnica que explica o surgimento do óleo cru nas praias em 2022. Segundo o documento, assinado por especialistas de instituições de pesquisa da região, o evento não está relacionado ao desastre de 2019. 

“O óleo residual do acidente de 2019 eventualmente ressurge na praia, mas tem características diferentes das pelotas. É mais duro e não tem cracas, que se inscrustam no óleo quando ele está à deriva em alto-mar”, esclarece Beatrice.

*Da assessoria 

O óleo que voltou a ser visto nas praias de Pernambuco há cerca de 15 dias não possui relação com o material que afetou a costa brasileira em 2019. Em comunicado emitido nessa sexta-feira (9), o Governo Federal afastou a ligação entre os materiais após análise laboratorial dos fragmentos. 

A nota do Ministério da Ciência e Tecnologia assinada em conjunto com Marinha, Ibama e universidades informou que os novos vestígios de óleo recolhidos no litoral do Nordeste provavelmente se trata de petróleo cru, "proveniente do descarte de água com óleo lançada ao mar após a lavagem de tanques de navio petroleiro, em alto-mar". 

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Alguns desses fragmentos vieram acompanhados de cracas, uma espécie de crustáceo. Pelo tamanho dos animais, foi observado que o material ficou mais de duas semanas no oceano antes de ser levado às praias. 

"Os biomarcadores, ou indicadores de origem, sugerem tratar-se de petróleo produzido no Golfo do México. Tal origem foi estabelecida a partir da análise das amostras coletadas, especificamente, nas praias de Pernambuco (Boa Viagem, Paiva e Quartel) e Bahia (Ondina)”, acrescenta o informe. 

As análises foram feitas em três laboratórios, o de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); pelo Centro de Excelência em Geoquímica, Petróleo, Energia e Meio Ambiente (LEPETRO/IGEO), da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e pelo Laboratório de Geoquímica Ambiental Forense (LGAF) do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), da Marinha. 

Os exames ainda indicaram que os vestígios que apareceram em Itacimirim e Itapuã, na Bahia, possuem relação com o óleo de 2019. Porém, um novo derramamento do mesmo material não foi confirmado. A explicação foi que esse óleo estava na areia das praias ou preso em rochas e recifes  e se desprenderam com a força dos ventos e das ressacas que ocorrem nessa época do ano.

Pelo menos 16 praias do litoral pernambucano têm trechos impróprios para o banho de mar. A informação é atualizada semanalmente pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), que realiza coletas nos trechos de recreação da costa. O novo resultado foi divulgado na última quinta-feira (1º) e reforça os resultados anteriores, que também sinalizaram o mesmo problema. 

As praias impróprias são: 

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- Praia de Jaguaribe - trecho em frente à rua Santinha de Barros (Itamaracá); 

- Praia de Pilar - em frente à Igreja do Pilar (Itamaracá); 

- Praia do Forte - em frente ao Forte Orange (Itamaracá); 

- Praia de Maria Farinha (Paulista); 

- Praia do Janga - em frente às ruas Betânia e Cláudio S. Bastos (Paulista); 

- Praia do Rio Doce - em frente à Rua Paulo N. Queiroz, próximo à foz do Rio Doce (Olinda); 

- Praia de Bairro Novo - em frente à Av. Ministro Marcos Freire (Olinda); 

- Praia do Carmo - em frente à Praça João Pessoa (Olinda); 

- Praia dos Milagres - em frente à Praça dos Milagres (Olinda); 

- Praia do Pina - posto 8 (Recife); 

- Praia de Boa Viagem - posto 15 (Recife); 

- Praia de Candeias - trechos do Conj. Residencial Candeias e Restaurante Candelária (Jaboatão dos Guararapes); 

- Praia de Barra de Jangada - marinas (Jaboatão dos Guararapes); 

- Praia de Gaibú - trecho do Centro de Turismo (Cabo de Santo Agostinho); 

- Praia de Porto de Galinhas - em frente à rua Esperança (Ipojuca); 

- Praia de Tamandaré - em frente à estátua (Tamandaré). 

O estudo também realizou coletas em Enseada dos Corais (Cabo de Santo Agostinho), São José da Coroa Grande, Ponta de Serrambi, Carneiros; e em outros trechos de Piedade, Boa Viagem e Tamandaré. Todos deram como "próprios para banho". 

De acordo com a CPRH, o critério de enquadramento se baseia nas concentrações de coliformes termotolerantes em um conjunto de amostras, ou seja, pelo índice de contaminação por coliformes fecais. As amostras são produzidas em cinco semanas consecutivas ou em cinco amostragens com intervalo mínimo de 24h entre elas. 

As águas salinas destinadas à recreação de contato primário podem ser classificadas nas categorias própria quando 80% ou mais das amostras obtidas apresentar no máximo 1000 coliformes termotolerantes por 100mL de amostra; e imprópria quando não for atendido o critério para águas próprias ou apresentar mais de 2500 coliformes termotolerantes na última amostragem. 

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Os órgãos ambientais que acompanham a reaparição de óleo no litoral de Pernambuco autorizaram que banhistas continuem frequentando as praias. Há uma semana, fragmentos do material voltaram a aparecer em municípios de toda a costa do estado.  

O Comitê de Monitoramento formado pela Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PE), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Capitania dos Portos informou que, nos últimos dois dias, houve uma diminuição da quantidade de material recolhido nas praias. Nesta quarta-feira (31), foram encontrados pedaços do resíduo em Olinda, Paulista, Goiana e Ipojuca, em quantidade inferior aos últimos dias. 

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A orientação aos banhistas é que não toque no material e ligue para a emergência ambiental da CPRH: (81) 99488-4453. Parte do óleo recolhido já passa por análise em dois laboratórios. 

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas-PE) se reuniu com o Comitê de Monitoramento, nessa segunda-feira (29), para traçar ações na contenção das manchas de óleo nas praias do estado. Após três anos da tragédia ambiental na costa brasileira, resíduos voltaram a aparecer em seis cidades do litoral de Pernambuco. 

LeiaJá também: Óleo visto nas praias de Pernambuco aparece na Paraíba

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A reunião na sede da Companhia Pernambucana do Meio Ambiente (CPRH) contou com a participaram do O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Capitania dos Portos, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Conforme a Semas-PE, foram definidas as seguintes medidas: 

1. Ampliação das equipes de monitoramento já nessa segunda (29); 

2. Provisão de estrutura para a eventual necessidade de contenção de manchas óleo, com mantas e barreiras; 

3. Reforço no estoque de EPIs; 

4. Reunião com os municípios litorâneos para reforçar as orientações de limpeza das praias (coleta e destinação correta dos resíduos); 

5. Reforço na comunicação dos informes de utilidade pública e do telefone de emergência ambiental da CPRH: (81) 99488-4453.  

Uma nova reunião do Comitê de Monitoramento foi marcada para esta quinta (1º). Até o momento, vestígios de óleo foram encontrados nos municípios de Paulista, Tamandaré, São José da Coroa Grande, Goiana, Jaboatão dos Guararapes e Recife.

As amostras do material foram enviadas para análise no Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR), da UFPE. Parte do resíduo recolhido pela Marinha foi levado para o Instituto de Estudos Almirante Paulo Moreira (IEAPM).  

Três anos depois de um dos maiores desastres ambientais registrados no litoral brasileiros, vestígios de óleo voltaram a ser encontrados em praias pernambucanas na última semana. Neste sábado (27), as manchas foram identificadas nas praias de Itapuama e Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, e na praia de Boa Viagem no Recife.

Em uma reunião emergencial realizada na última sexta-feira (26) foram destacadas equipes para realizar o monitoramento das praias. Participaram do encontro a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Marinha do Brasil.

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De acordo com a Semas, a praia de Boa Viagem foi a localidade onde foi encontrada a maior quantidade de vestígios de óleo durante o dia. O material estava espalhado pela linha de costa e a maior parte era de pequenos fragmentos. De acordo com os garis da Prefeitura do Recife, a quantidade localizada ontem foi menor do que a recolhida no dia anterior.

Ao longo da praia do Paiva foi recolhida meia sacola contendo fragmentos pequenos e algumas “bolotas” maiores do óleo. Já em Piedade, na faixa de areia em frente ao Sesc, o material encontrado estava mais concentrado e em pequenos fragmentos. Por fim, na praia de Itapuama, a quantidade de vestígios encontrados foi pouco significativa.

A CPRH também entrou em contato com as secretarias municipais de meio ambiente, para verificar a situação nas localidades. Tendo sido informada pelos municípios de Paulista, Itamaracá, Goiana, Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré, que não foram encontrados vestígios de óleo durante todo o dia. Em Ipojuca, apesar de alguns relatos de moradores, ainda não houve confirmação.

As equipes destacadas fizeram a inspeção das faixas de areia até as 17h, quando pararam em razão das chuvas e da maré cheia. O trabalho de monitoramento será retomado neste domingo, a partir dos municípios de Paulista e Olinda. O Ibama acionou apoio aéreo para a realização de vistoria, com análise da costa e do alto mar, que ocorrerá na próxima segunda-feira (29).

O material recolhido foi encaminhado pela Semas para análise no Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Com informações da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade

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No último mês de abril, uma medida repercutiu e gerou discussões no país inteiro: a capital carioca proibiu o uso de caixas de som e de outros equipamentos de amplificação sonora nas praias do Rio, como forma de evitar a poluição sonora nos centros urbanos. Comum a qualquer cidade litorânea, o fluxo de pessoas é intenso nas praias e a decisão pode gerar controvérsia entre os banhistas, que se dividem entre querer paz na areia ou uma diversão sem limites e à beira-mar.  

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A discussão chegou à capital pernambucana, Recife, em 2021, quando o Governo de Pernambuco determinou a proibição de som mecânico nas praias, a fim de evitar aglomerações. Apesar da medida pensada no contexto da pandemia, a legislação municipal já inclui políticas de controle de som e não permite que o lazer gere perturbação pública. 

No Recife, é o Código Municipal de Meio Ambiente e Equilíbrio Ecológico (Lei nº 16.243) que define os limites de emissão sonora na cidade para pessoas jurídicas, como bares, igrejas, obras, empresas e indústrias. No geral, é permitido um volume de até 70 decibéis, das 6h às 18h. À noite, o máximo é 60 db. 

Porém, esses números caem para 55 db durante o dia, e 45 db no período noturno quando o incômodo atinge escola, creche, biblioteca pública, cemitério, hospital ou similares. Para quem excede esses limites, a multa varia de R$ 500 a R$ 50 mil. Já quem usa equipamento sonoro sem alvará pode ser punido com multas de R$ 200 a R$ 40 mil. No caso das praias, a denúncia de poluição sonora e perturbação pode ser feita por qualquer pessoa, de um banhista a um transeunte. 

O proprietário do estabelecimento de onde o som está sendo propagado pode ser notificado e até mesmo multado, a depender da situação. O dono do equipamento sonoro também pode pagar multa e ter o aparelho confiscado. A barraqueira Andreia Florentino (vídeo), de 44 anos, trabalha há 23 anos em uma praia no Pina e garante que a fiscalização acontece com frequência e já viu casos escalarem para brigas, até mesmo prisões, por causa de situações envolvendo o som alto.

Ainda que os “paredões” de música e a poluição sonora sejam intensos nas praias do Recife e de todo o estado, do litoral Sul ao Norte, ambas as políticas de controle passam despercebidas quando a cultura do banhista recifense ainda é a de ouvir a própria música de forma coletiva. 

Há quem não se importe, e há também quem prefira o som em volume ambiente, mas no fim, o banhista da capital não dispensa a música na praia e acredita que condiz com o ambiente praieiro. Ao menos, foi o que informaram os entrevistados pelo LeiaJá nas praias do Buraco da Velha, no Pina, e em Boa Viagem, neste sábado (7). Confira opiniões sobre o assunto: 

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