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Onze pessoas morreram por afogamento no litoral e na região metropolitana de São Paulo durante o feriado prolongado da Independência do Brasil. As mortes foram registradas nas cidades de Guarujá (3), Mongaguá (3), Bertioga (1), Ubatuba (1), São Bernardo do Campo (1), São Paulo (1) e Juquitiba (1), segundo o Corpo de Bombeiros e o Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar). Outras duas pessoas estão desaparecidas em Itanhaém: são dois jovens, de 18 e 21 anos, que sumiram depois de entrarem no mar.

As vítimas fatais de São Bernardo do Campo e de São Paulo se afogaram na represa Billings. Em Bertioga, um banhista, de 22 anos, teve uma parada cardiorrespiratóra após ser retirado da águas. Ele foi encaminhado ao pronto socorro do município, mas acabou morrendo. Ainda conforme o GBMar, em Ubatuba, um jovem de 25 anos se afogou na Praia do Félix.

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Em Mongaguá, dois banhistas se afogaram e não resistiram. E um terceiro homem, de 22 anos, havia desaparecido e foi localizado sem vida por volta das 23h15 deste domingo, 6, na Praia Itaoca.

No Guarujá, as vítimas eram três homens, de 24, 27 e 60 anos. Dentre eles, um sargento aposentado da Polícia Militar do Estado de São Paulo. O sargento José Cláudio Mantovani morava na cidade de Cerqueira César, no interior paulista. Por volta das 11h45, ele estava na Praia da Enseada e escutou os pedidos de socorro da mãe de uma jovem de 13 anos. Mantovani, então, entrou no mar e conseguiu retirar a menina da correnteza, mas sofreu um mal súbito na água.

Banhistas que estavam no local acionaram um guarda-vidas, que auxiliou na retirada do sargento do mar e constatou parada cardiorrespiratória. Manobras de reanimação, com o apoio de uma equipe do Corpo de Bombeiros, foram realizadas diversas vezes. Ele foi socorrido à uma unidade de Pronto Atendimento do Guarujá, onde foi constatada a morte. Ao GBMar, a esposa de Mantovani, contou que ele era hipertenso e não fazia uso de bebida alcoólica.

Feriado de 7 de setembro é marcado por aglomerações no litoral paulista

Diante dos dias de sol e do feriadão prolongado, as praias do litoral de São Paulo ficaram lotadas e registraram desrespeito às medidas de isolamento e prevenção à Covid-19. Aglomerações foram vistas em praias de Santos, Guarujá e Caraguatatuba.

A reportagem do Estadão circulou no Guarujá e constatou que nem o reforço na fiscalização com homens da cavalaria da PM foi suficiente para barrar os turistas de ficarem na praia com barracas, o que também não é permitido. Só neste domingo, os fiscais da Prefeitura de Guarujá realizaram 753 abordagens a pessoas que estavam cometendo abusos.

Já em Santos, a Prefeitura da cidade informou que, das 6 horas de sábado até as 16h45 deste domingo, as equipes da Guarda Civil Municipal fizeram 2.063 orientações sobre uso da faixa de areia, 887 sobre uso obrigatório de máscara facial e duas autuações referentes à presença de cães na faixa de areia. Além disso, foram aplicadas 44 multas pelo não uso da máscara ou pela resistência em usar o item. Em Caraguatatuba, um grande volume de pessoas foi visto na Praia Martim de Sá.

O sol e a temperatura de 27 graus ao meio-dia garantiram neste domingo (6) mais um dia de praias lotadas e desrespeito às regras de isolamento que ainda vigoram no Rio de Janeiro, como forma de combater a Covid-19. A reportagem circulou pela Barra da Tijuca, na zona oeste, e por Ipanema e Copacabana, na zona sul, e constatou que todas estavam repletas de banhistas, como já havia ocorrido no fim de semana passado e ontem (5), primeiro dia do fim de semana prolongado pelo feriado de Dia da Independência, que será comemorado amanhã (7). Permanecer na areia da praia está proibido desde março. A multa para quem desrespeitar a regra é de R$ 107, mas a reportagem não viu nenhuma fiscalização nem flagrou a aplicação de multas. Até ontem, 16.526 pessoas haviam morrido vítimas da covid-19 em todo o Estado do Rio, onde foram registrados 232.747 casos. Os dados são da Secretaria estadual de Saúde.

Em Copacabana, nem era preciso chegar à praia para concluir que ela estava lotada: durante a manhã, a porta da Estação Cardeal Arcoverde do metrô despejava a cada cinco minutos pelo menos uma centena de banhistas munidos de caixas térmicas, guarda-sóis e cadeiras. Ao longo dos 45 minutos em que a reportagem acompanhou o movimento, das 11h30 às 12h15, aproximadamente a metade das pessoas usava máscara. Outros 25% bebiam cerveja e os 25% restantes não usavam máscara nem demonstravam preocupação em não usá-las. Os camelôs que ocupavam as calçadas da rua Rodolfo Dantas ao longo dos 150 metros que separam a estação de metrô da areia comemoravam o movimento: "Passei quase seis meses sem vender nada, amigo. Preciso desse movimento pra garantir a sobrevivência", afirmou o ambulante Emerson Sanches, de 31 anos, que vende balas, amendoins e outras guloseimas a poucos metros da saída do metrô.

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"A gente depende desse movimento. Durante a semana o movimento não é ruim, mas a gente consegue ganhar dinheiro mesmo é no sábado, domingo e nesses feriados de sol e calor. Ainda bem que tudo voltou ao normal", disse a dona de um restaurante na rua Rodolfo Dantas. Naquele momento, 8 das 11 mesas do estabelecimento comercial estavam ocupadas. Sobre a Covid-19, a comerciante foi incisiva: "Não quero nem pensar nisso!"

Nas areias, os ambulantes também aproveitavam a lotação deste domingo. Em 30 minutos na praia (das 10h45 às 11h15), a reportagem facilmente identificou vendedores de mate de galão, embora não tenha conseguido encontrar quem vendesse biscoitos de polvilho Globo, tradicional acompanhamento do mate. Os chuveirinhos voltaram a ser instalados pelos donos de barracas, causando fila de espera entre os banhistas.

Cidades do litoral paulista estão reforçando o controle para evitar aglomerações nas praias durante o feriadão de 7 de setembro, que começa no próximo sábado. Em São Sebastião, por exemplo, estão sendo preparadas barreiras sanitárias nos limites com Bertioga e Caraguatatuba, o que também é cogitado por Guarujá. A região deve apertar a fiscalização para evitar cenas como as vistas no fim de semana passado em Santos e no Rio de Janeiro.

"Vamos parar todos os veículos que não tenham placa de São Sebastião, será feita medição de temperatura de motorista e passageiros, desinfecção dos pneus e perguntas sobre a covid-19. Se a pessoa apresentar sintomas, será submetida ao teste. Em caso de resultado positivo, será encaminhada imediatamente a uma unidade de pronto atendimento", afirmou o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB).

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Ele se preocupa com aglomerações, principalmente nas praias mais famosas dos bairros de Maresias, Baleia, Juqueí e Camburi. No último fim de semana, havia quase 200 mil pessoas na cidade. "Inverno atípico, com 40 graus, mar em boas condições e céu limpo, fatores que promoveram aglomeração nas praias. A fiscalização não deu conta de todas as 18 praias, que estavam praticamente lotadas", acrescentou o prefeito.

O Plano São Paulo - programa de flexibilização da quarentena - proíbe aglomerações em locais públicos, mas a prerrogativa de liberar o acesso a praias é dos municípios, que devem garantir o cumprimento dos critérios estaduais. Na segunda-feira, o governador João Doria (PSDB) criticou a alta procura pelas praias e cobrou medidas mais restritivas dos prefeitos. Ontem, o governo de São Paulo voltou a ressaltar, em nota, que dialoga com as prefeituras para apoiar as ações no feriado. "O Estado recomenda que as ações sejam efetivas, visando a manutenção da quarentena e a utilização de máscaras", indicou a nota do Palácio dos Bandeirantes.

No Guarujá, uma reunião do comitê gestor do novo coronavírus do município será realizada e até amanhã deve sair uma decisão sobre adoção ou não de medidas restritivas. O Decreto 13.770, de 10 de julho, permite a permanência nas praias da cidade apenas para caminhada e prática de esporte. No fim de semana, a prefeitura admitiu que houve aglomeração "e centenas de intervenções dos fiscais em faixa de areia".

Em Santos, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) também demonstrou preocupação. Por meio de nota, informou que o Conselho de Desenvolvimento Metropolitano da Baixada Santista (Condesb) discutirá medidas estratégicas ao longo da semana. "A pandemia não acabou. É importante que as pessoas se mantenham conscientes. O distanciamento e as regras de higienização para prevenção continuam. Todos, sem exceção, devem sair de casa cumprindo e respeitando o próximo e a si mesmo", declarou Barbosa.

Outros Estados

Depois do fim de semana de praias cheias, a prefeitura do Rio fez, na segunda-feira passada, um apelo para que os cariocas não se aglomerem nas areias. Embora o banho de mar esteja liberado, ocupar a faixa de areia continua proibido. O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) afirmou que pedirá ajuda ao governo fluminense para intensificar a fiscalização. Na cidade, a média móvel de casos de coronavírus saltou de 374 para 808, entre 9 e 23 de agosto, alta de 116%.

Em Florianópolis, a reabertura deve começar na próxima segunda-feira. Assim como nas praias paulistas, será permitida só a prática esportiva. Restaurantes na orla serão autorizados a colocar mesas e cadeiras ao ar livre. O decreto será publicado ainda nesta semana para confirmar a data e a prefeitura promete dobrar o efetivo da Guarda Municipal em feriados e fins de semana.

Em outros destinos turísticos, a ida à praia ainda não é permitida. Em Salvador, a orla está fechada desde 18 de março, sem previsão de reabertura. "São 50 quilômetros de orla fiscalizadas diariamente por 50 profissionais da Guarda Civil", informou Maurício Lima, diretor de segurança urbana e prevenção à violência da prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador João Doria (PSDB) demonstrou preocupação em relação ao movimento nas praias e aglomerações nas faixas de areia no litoral do Estado. Em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, 31, Doria criticou o clima de "celebração" nas praias e cobrou que prefeitos e prefeitas imponham medidas mais restritivas.

"É como se nada estivesse acontecendo, como se estivéssemos em período de alta temporada e com razões para celebrar. Não temos razões para celebrar, mas para nos preocupar", alertou. Ele afirmou ainda que os resultados positivos de enfrentamento à pandemia da covid-19 no Estado "não justificam relaxamento nem aglomeração, em praias, parques, bares, restaurantes ou festas em residências particulares".

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A prerrogativa de liberar o acesso às praias é dos municípios litorâneos, mas o Plano São Paulo proíbe que haja aglomerações públicas. Logo, cabe a cada administração garantir que as faixas de areia sejam abertas atendendo os critérios estabelecidos pelo Estado.

Questionado sobre se o governo do Estado tomaria alguma medida mais restritiva em relação às praias, até diante da aproximação do feriado de 7 de setembro, Doria disse que a fiscalização cabe às prefeituras, mas que a Polícia Militar pode dar apoio. "Desde que haja solicitação ao governo do Estado, nós ofereceremos apoio. Tenho a convicção de que prefeitos e prefeitas saberão agir com responsabilidade pela vida e pela saúde para impedir que isso aconteça no próximo fim de semana, quando teremos o feriado do 7 de setembro."

Nesta tarde, Doria anunciou que, pela terceira semana consecutiva, houve queda no número de internações, infecções e óbitos pelo coronavírus em São Paulo. Ainda assim, reforçou, o Estado segue em quarentena, enquanto não houver uma vacina aprovada e distribuída para a população.

"Entendo que após seis meses de restrições, sobretudo os jovens se sintam compelidos a se aglomerarem e não usarem máscaras. Mas não podem e não devem fazer isso", afirmou, cobrando um posicionamento mais efetivo dos gestores municipais.

No domingo, 30, as praias do Rio de Janeiro também tiveram aglomerações de banhistas. Ao longo da última semana, a média móvel de infectados pela covid-19 no Estado voltou a subir. Apenas na capital fluminense, a média de casos saltou de 374 para 808, entre 9 e 23 de agosto, um aumento de 116%.

Após acordo com a prefeitura do Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, os barraqueiros das praias do município não armaram suas estruturas de trabalho na faixa de areia, nesta sexta (21). Apesar da proibição estadual, os trabalhadores chegaram a montar as estruturas para atendimentos aos banhistas, com guarda-sóis e cadeiras. Nos dias 19 e 20 de agosto, eles protestaram pela liberação do retorno de suas atividades.

Na última quinta (20), a prefeita Célia Sales solicitou uma reunião com as duas associações que representam a categoria no Ipojuca, para comunicar que, além de notificações, o descumprimento do decreto estadual poderia ameaçar suas licenças de atuação no município. De acordo com a assessoria de imprensa do município, a prefeitura “se comprometeu em seguir tentando sensibilizar o Governo do Estado para acelerar a volta das atividades do comércio no litoral ipojucano. Ipojuca tem apresentado índices de contaminação em queda e atingiu a marca de 29 dias sem óbito por covid-19”.

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Também na última quinta, o governo estadual anunciou uma linha de crédito de R$ 3 mil para a categoria e a antecipação de suas atividades para a etapa 8 do Plano de Convivência com a covid-19. A Macrorregião I- que compreende Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife (RMR)- contudo, foram mantidas na etapa 7 e os trabalhadores seguem sem data para retorno. A categoria deseja que a volta ocorra no dia 31 de agosto.

Reunião

Ao Ministério Público, a prefeitura solicitou apoio para mediação do diálogo entre os trabalhadores e os poderes públicos municipal e estadual. A demanda foi acolhida e, nesta sexta (21), foi celebrada uma reunião, com a presença da Procuradoria do município, do secretário de Defesa Social do Ipojuca, Osvaldo Morais, do secretário de Meio Ambiente e Controle Urbano, Erivelto Lacerda, e dos presidentes das Associações dos Barraqueiros e dos Ambulantes, Gisélia de Lima Santos e Carlos Nunes de Souza, respectivamente.

Na ocasião, as associações informaram que entraram com uma ação civil pública contra o estado, que só será retirada quando for anunciada a data de liberação das atividades. Eles lembraram que estão há mais tempo sem renda, pois os barraqueiros do município foram os primeiros a parar, devido à interdição das praias do Ipojuca antes do decreto.

O Governo de Pernambuco anunciou, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta (20), que oferecerá uma linha de crédito no valor de R$ 3 mil para que os comerciantes de praia reabram seus negócios. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, a atividade correspondente a esses trabalhadores passará a ser permitida na etapa 8 do Plano de Convivência com a Covid-19. O estado, contudo, manterá, na próxima semana, a macrorregião I, que compreende a Zona da Mata e a Região Metropolitana do Recife (RMR) na etapa 7.

De acordo com Schwambach, os protocolos para retorno dos trabalhadores de faixa de areia serão divulgados no site do governo estadual até a próxima segunda (24), quando algumas atualizações do Plano de Convivência entrarão em prática. “Nessa semana, percebemos uma estabilização nos casos graves ainda num patamar alto, o que levou comitê a manter as regiões nas etapas em que se encontram. Exceto as cidades pertencentes às gerências com cidades sede em Petrolina e Salgueiro, que tiveram uma melhora e poderão avançar para etapa 6”, explica o secretário.

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Apelo da categoria

As medidas foram divulgadas depois de mobilizações realizadas pelos barraqueiros, tanto na última sexta (14), quanto nesta quinta. Pouco antes do anúncio, a categoria esteve reunida com o governo do estado para discutir o retorno.

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Os pesquisadores do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), passaram meses analisando imagens oceânicas. Procuravam respostas para o maior desastre ambiental em extensão do país: o derramamento de mais de cinco mil toneladas de petróleo nas praias do Nordeste. Embora várias hipóteses tenham surgido desde que a primeira mancha foi avistada, em 30 de agosto de 2019, na Paraíba, até agora o governo federal não identificou os responsáveis pelos resíduos. Às vésperas de completar um ano da tragédia, a nova descoberta dos pesquisadores do Lapis aponta para o que pode ser uma explicação definitiva para a origem do óleo.

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As imagens do satélite Sentinel-1, processadas pelo laboratório independente via sistema EumetCast da Eumetsat, uma organização alemã, mostraram um padrão anormal na costa ocidental da África, no segundo semestre do ano passado. Essa área não tinha sido analisada antes por falta de recursos técnicos. Os pesquisadores do Lapis acreditam que a mancha detectada seja um vazamento de óleo de 433,22 km quadrados, a aproximadamente 200 km da costa do país de Camarões, no chamado Golfo da Guiné. É um local de exploração de petróleo e tráfico intenso de navios. 

“Ali existe uma confluência de correntes que poderia trazer o material para a costa do Nordeste”, explica Humberto Barbosa, pesquisador do Lapis. 

Os cientistas avaliaram dados região de julho de 2019 até agora, montando um complicado quebra cabeça a partir da varredura do satélite, que captura três imagens do mesmo local por mês. As manchas aparecem na região analisada com intensidade, frequência e sempre muito próximas umas das outras. “O padrão de repetição indica vazamentos constantes”, observa Humberto Barbosa. Ele diz que, em julho de 2019, um mês antes do primeiro registro oficial de petróleo nas praias nordestinas, as imagens do Sentinel-1 já mostravam manchas que podem indicar vazamentos de óleo na costa africana.

“Ainda não podemos afirmar com certeza que o petróleo que chegou aqui veio dos vazamentos na África, mas é assertivo dizer que havia um derramamento constante naquela região, no ano passado. A intensidade das manchas diminuiu um pouco este ano, embora ainda apareçam com regularidade. Talvez em decorrência da pandemia, que refreou a atividade econômica”, considera o pesquisador. 

Operações de exploração de petróleo realmente foram retardadas por causa da Covid-19. Em março deste ano, a petroleira Tower Resources declarou que as atividades na região dos Camarões – justamente a área identificada pela pesquisa – foram atrasadas em razão da emergência de saúde. Os cientistas do Lapis não citam a empresa britânica no estudo, nem apontaram nomes dos responsáveis pelo derramamento nesta fase da pesquisa, que ainda está em andamento.

Descoberta reforça investigações anteriores 

A descoberta recente dos pesquisadores alagoanos se soma a outras teses levantadas anteriormente – inclusive pelo próprio Lapis – para explicar a origem do óleo que poluiu 1009 localidades em 130 municípios da costa brasileira, segundo o Ibama, incluindo alguns pontos no Sudeste. Uma das hipóteses era de que óleo teria vindo de um vazamento na Venezuela, considerando estudos da Petrobras e da Universidade Federal da Bahia, que apontaram o resíduo como sendo de origem venezuelana. Embora essa tese nunca tenha sido provada, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, culpou a Venezuela pelo crime ambiental durante pronunciamento em cadeia nacional. O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também fez uma solicitação formal à OEA – Organização dos Estados Americanos para que a Venezuela se manifestasse sobre o assunto. 

Em outra linha de pesquisa, a região sul do mar da África – o golfo da Guiné fica naquela reentrância do continente no Oceano Atlântico, ao norte dessa região – foi apontada como a origem do derramamento do óleo pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mas essa explicação também não prosperou. No final do ano passado, o Lapis divulgou um estudo que apontava o navio-tanque Voyager I como suposto culpado pelo vazamento. O Sentinel -1 detectou uma mancha de aproximadamente 90 Km de extensão na costa do Rio Grande do Norte, que foi associada às atividades da embarcação, mas essa versão também terminou sendo refutada.

“Encontramos vários vazamentos durante a pesquisa do litoral, brasileiro, o que mostra que a poluição por óleo é algo mais recorrente do que se imagina. E que passa despercebida, na maioria das vezes, pelas autoridades de vigilância”, aponta Humberto. “Em um desastre ambiental sem precedentes, como o que aconteceu, os cientistas também estão aprendendo enquanto as pesquisas são conduzidas. Toda nossa metodologia precisou ser construída praticamente do zero. Agora, com dados acumulados de um ano, fomos capazes de estudar mais variáveis, inclusive considerando uma análise mais detalhada do fundo do oceano nesta nova pesquisa”, comenta. 

No ano passado, a Polícia Federal também acusou o navio Bouboulina, da grega Delta Tankers, pelo crime ambiental, mas o Ibama desmentiu a participação da embarcação na CPI do óleo, no Congresso Nacional, que está suspensa.  

Ainda em 2019, os pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, localizaram manchas de óleo no meio do Oceano Atlântico. Essa grande mancha estaria alinhada aos novos vazamentos encontrados na África pelo Lapis. “Pela localização, o material encontrado pela UFRJ pode ter vindo justamente da região africana que estamos estudando agora. Lá existe uma corrente oceânica chamada corrente de Benguela ou influência do Golfo da Guiné. A depender do período do ano, há uma confluência para o Nordeste do Brasil, que pode ter arrastado o material até aqui.”

Pesquisadores trabalham sem apoio do governo

As novas análises do Lapis já foram apresentadas à Polícia Federal, que ainda está analisando o material. O trabalho de ponta do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) é feito em uma universidade pública, mas de forma independente, quase sem recursos governamentais. “A gente conseguiu aprovar um projeto no Capes este ano para estudar epidemias na Amazônia com uma modelagem matemática. Nunca entrou recurso federal para a pesquisa sobre o óleo, embora o laboratório disponibilize informações ao governo brasileiro com objetivo de auxiliar as investigações”, conta Humberto.

Apesar da dimensão do desastre e do impacto ambiental que ele causou, até agora o governo federal lançou apenas dois editais para financiar pesquisas sobre o derramamento do óleo. O Lapis não foi contemplado no primeiro, mas ainda concorre ao segundo edital, lançado  mês passado.

A infraestrutura do laboratório, que funciona desde 2006 em uma sala pequena da UFAL, com oito computadores e um sistema de recepção por antena parabólica, tem apoio de um financiamento da alemã Eumesat, uma organização intergovernamental para exploração de satélites meteorológicos. O pesquisador Humberto diz que o dinheiro cobre apenas treinamentos da equipe e que muitas vezes colocou dinheiro do próprio bolso para melhorar os equipamentos. Alguns reitores da UFAL também ajudaram destinando partes dos recursos da universidade para o laboratório. 

“Por causa da falta de recursos, perdemos muito os estudantes. Nos últimos três anos, o corte de bolsas de pesquisa foi contundente. Alguns universitários continuaram conosco de forma voluntária, mas é difícil formar pesquisadores de alto nível nessas condições”, desabafa. 

O Nordeste foi a região mais afetada pelo corte de bolsas de pesquisa da Capes pelo governo federal. No ano passado, as universidades nordestinas perderam 12% de suas bolsas. Pesquisas foram descontinuadas. “Se ciência produzida nos centros acadêmicos não é valorizada no Brasil, o reconhecimento dos cientistas do Nordeste é ainda menor”, diz o pesquisador.

Humberto acredita que se houvesse mais apoio para as pesquisas desenvolvidas nas universidades públicas, as respostas sobre o derramamento de óleo já poderiam ter sido encontradas. Ele acrescenta que, quase um ano depois do crime ambiental, pouco foi feito para evitar que novos desastres aconteçam. “Há uma vulnerabilidade muito grande das águas brasileiras. A gente não tem, mesmo com esse acidente, um sistema de proteção efetivo. Perdemos a chance de construir um sistema de ação coordenada, com os centros de pesquisa das universidades brasileiras, que só são acionados na hora que uma emergência acontece. Infelizmente, não estamos mais seguros do que estávamos em 30 de agosto de 2019.”

Da Agência Pública 

Em ronda na manhã deste sábado (1º), a reportagem do LeiaJá acompanhou a movimentação nas praias de Porto de Galinhas e Maracaípe, localizadas em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco. No município, o acesso às praias e o banho de mar estão autorizados desde 20 de junho, inicialmente entre 4h às 12h - período que só foi ampliado para até as 16h no dia 4 de julho.

O uso da máscara já era obrigatório no município, salvo durante o banho de mar. O governador de Pernambuco Paulo Câmara assinou, nessa sexta-feira (31), o decreto que regulamenta a Lei número 16.918, de 18 de junho de 2020, estendendo a medida a todo o Estado, como forma de combate à Covid-19. Apesar disso, foi possível observar a ampla dispensa do equipamento de proteção, mesmo por quem estava fora do mar.

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Mais dois passageiros que desembarcaram em Fernando de Noronha no sábado (18) foram confirmados com a Covid-19. Com o acréscimo, quatro pacientes estão infectados no arquipélago, que também registrou a cura de outros três moradores. A região segue sem óbitos ou casos em investigação em razão da pandemia.

A administração afirmou entender que a disseminação do novo coronavírus foi controlada da ilha, por isso as etapas de flexibilização devem prosseguir. As atividades comerciais retornaram, mesmo que parcialmente, e o limite de horário às praias foi derrubado. Desse modo, os moradores podem frequentá-las em grupos de 10 pessoas, e levar alimentos e bebidas para consumo próprio. Mesmo com a liberação dos quiosques da praia do Porto, toldos e guarda-sóis seguem vetados.

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Os voos semanais para entrada de moradores e servidores continuam mediante protocolo. O documento prevê regras de quarentena aos recém-chegados e multa de dois salários para quem descumpri-lo. Ao desembarcar, os passageiros vão receber uma pulseira de identificação que só será removida pela equipe de vigilância da saúde, quando o resultado da contraprova for negativo.

Os residentes que desejam voltar à Noronha devem fazer um cadastro junto à Assistência Social, através dos contatos (81) 99488 3167/98494 0311/98494 0307/99488 3165/99488 4367/99488 4367. 

Quase 10 dias após a liberação das praias no Recife, muitos frequentadores e banhistas seguem sem cumprir as regras estabelecidas pela Secretaria de Saúde do Estado para o uso correto do litoral. Em um giro pela praia de Boa Viagem, neste sábado (25), a reportagem do LeiaJá identificou aglomerações e falta do uso de máscaras pelos transeuntes. Com as areias lotadas, a vida no bairro da Zona Sul, segue como se o novo coronavírus tivesse sido evaporado pelo sol quente da capital pernambucana.

Nos quiosques o cenário também não é diferente. Autorizados a retornar ao trabalho, das 15h às 20h, os funcionários pareciam serem os únicos a cumprirem as regras para o retorno seguro aos espaços públicos. Apesar de não formarem filas e aglomerações em frente aos quiosques, os clientes tampouco utilizavam máscaras para comprar nos estabelecimentos. 

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Sem uma delimitação clara de espaço feita pela prefeitura do Recife, como é feita em diversos países que permitiram a reabertura de seus litorais, os banhistas deitam quase aglomerados para garantir o seu lugar ao sol e mais uma vez, sem máscaras. Mesmo insistindo em dispensar o equipamento de proteção, ele permanece obrigatório para saídas ao ar livre em todo Estado, de acordo com decreto publicado no Diário Oficial em maio.

Boletim deste sábado

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, neste sábado (25), 1.710 novos casos da Covid-19. De acordo com o órgão, o aumento no número de casos ainda é motivado pelo acúmulo de notificações, devido à instabilidade no sistema de notificação dos casos de menor gravidade ao longo dos últimos dias. Pernambuco totaliza 86.752 casos já confirmados, sendo 22.855 graves,  63.897 leves e 6.299 óbitos pela doença. 

A prática de esportes individuais foi autorizada e poderá ser retomada em Pernambuco, a partir da próxima segunda-feira (6), segundo declarou o secretário estadual de Educação e Esportes, Fred Amancio. Estão permitidas atividades ao ar livre em parques, orlas marítimas e fluviais, praias e praças.

Apesar da liberação, a retomada terá que seguir um protocolo que varia de acordo com a modalidade. Apesar da permissão das atividades, as academias seguem fechadas. Os protocolos devem ser apresentados pelas respectivas federações. 

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“O esporte é um importante instrumento social, que tem impacto direto na qualidade de vida das pessoas. Acreditamos que com a retomada de muitas dessas atividades, de maneira segura e respeitando as normas do protocolo, haverá uma grande contribuição para a saúde dos pernambucanos”, disse Fred Amancio. 

As artes marciais também seguem proibidas. As atividades individuais ao ar livre devem ser feitas com acompanhamento profissional respeitando o distanciamento social. A higienização dos materiais e aferição da temperatura também foram indicados no protocolo.

A Marinha informou que continua monitorando o aparecimento de pequenos fragmentos de óleo no litoral do Nordeste. Desde o último dia 19, porções do produto de origem desconhecida voltaram a atingir praias e costões dos estados de Alagoas e Pernambuco.

Em nota divulgada na noite dessa segunda-feira (29), a Marinha informou que todo o óleo está sendo recolhido à medida que chega à costa, e amostras são enviadas para análise no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira. No instituto, mantido pela Marinha em Arraial do Cabo, litoral do Rio de Janeiro, especialistas analisam elementos que possam contribuir para identificar a origem do produto.

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Há quase um ano, toneladas da substância surgiram em alto-mar e atingiram praias, costões, manguezais e outros habitats de todo o litoral do Nordeste, além de alguns locais do Espírito Santo e da costa norte do Rio de Janeiro.

Após meses sem registro de novas ocorrências, fragmentos de óleo voltaram a ser encontrados no último dia 19. Para especialistas, após permancer por meses em repouso no fundo do mar, a substância voltou a se soltar devido à ação das correntes marítimas combinada a fatores meteorológicos que, juntos, revolveram o fundo do oceano, carregando o óleo.

Ontem, vestígios do produto foram recolhidos no litoral capixaba, em São Mateus. Equipes da Capitania dos Portos dos Espírito Santo estiveram no local. Segundo a Marinha, análises preliminares “indicam ser o mesmo tipo de óleo que chegou à costa brasileira em 2019”. Em nota, a prefeitura de São Mateus confirma que "uma quantidade bem pequena" de pequenos fragmentos de óleo foi encontrada e recolhida na areia da Praia do Bosque, na Ilha de Guriri, em São Mateus   

Conforme a Agência Brasil noticiou, até o início da semana passada, novas ocorrências foram registradas em três praias de duas cidades do litoral sul pernambucano (Cupe e Muro Alto, em Ipojuca, e Tamandaré, no município de mesmo nome) e em duas localidades do litoral de Alagoas (Praia da Lagoa do Pau, em Coruripe, e Praia da Lagoa Azeda, em Jequiá da Praia).

“Desde então, ações da Marinha, em coordenação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), bem como com autoridades ambientais dos estados e municípios, vêm sendo realizadas para mitigar os efeitos e avaliar as circunstâncias desse evento”, acrescentou a Marinha, que, até o momento, não sabe a origem do óleo. “Avaliações permanecem sendo realizadas com a participação da comunidade científica.”

Nos esforços para conter a proliferação da Covid-19, a fiscalização da Prefeitura de Olinda percorreu bairros e chegou a apreender fogueiras e fogos de artifício no Dia de São Pedro, comemorado nessa segunda-feira (29). Os fiscais também passaram por praias para orientar banhistas.

As fogueiras foram desmontadas nos bairros de Casa Caiada, Cidade Tabajara, Peixinhos, Caixa D'Água, Passarinho. Já os fogos foram encontrados em Águas Compridas. A apreensão segue a recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que impediu tanto a comercialização, quanto acender fogueiras e fogos de artifício no município.

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PraiasNa mesma ação, fiscais foram à praia do Zé Pequeno e orientaram surfistas a deixar o local. Outros banhistas que estavam na praia de Bairro Novo também foram retirados, nessa segunda (29)

Para denunciar práticas que ferem as recomendações sanitárias, entre em contato através do telefone 153, da Guarda Municipal 3429-2947 ou da Polícia Militar no 190.

O Comitê Contra o Coronavírus do Ipojuca decidiu, nesta sexta-feira (26), que, por precaução, manterá, por mais uma semana, o litoral ipojucano aberto para práticas esportivas individuais (incluindo a permissão para o banho de mar) das 4h às 12h. De acordo com o presidente do comitê, o secretário de Saúde municipal Wendel França, apenas quando completar os 14 dias, ou seja, daqui a uma semana, se terá uma avaliação exata em relação a curva de contaminação do município e se essa alteração foi provocada pela abertura das praias. 

A prefeita Célia Sales já havia adiantado no último dia 12, quando o Governo do Estado repassou à responsabilidade da liberação das praias para os municípios, que a decisão de novas fases dependeria de dois fatores: dados epidemiológicos e o comportamento dos ipojucanos em relação ao cumprimento do horário estabelecido no decreto municipal. “De sábado até hoje, o que vimos foi o respeito ao decreto em relação aos horários e uma colaboração muito grande por parte da população no sentido de fazer a sua parte nesta primeira fase. O que precisamos, neste momento, é ter cautela e esperar dados concretos na saúde para poder avançar”, explicou a prefeita.

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Nessa primeira fase permanece proibido todo o comércio de barracas e ambulantes nas praias, bem como a colocação ou fixação de cadeiras e guarda-sóis, conforme determinação do decreto municipal n° 693/20 que trata do assunto. No próximo dia 03 de julho, a Prefeitura do Ipojuca fará um novo pronunciamento sobre as próximas fases de abertura das praias.

Da assessoria de imprensa da Prefeitura de Ipojuca

Com a reabertura de parques e praias no Recife para exercícios e atividades individuais, neste sábado (19), um grande número de pessoas voltou a frequentar espaços públicos como a Praia de Boa Viagem, o Parque da Jaqueira, Parque Santana e Sítio Trindade. Em ronda nesta manhã, contudo, a reportagem do LeiaJá observou uma série de descumprimentos às normas estabelecidas pela Prefeitura do Recife. A dispensa da máscara e sua utilização inadequada são frequentes e a fiscalização ainda é branda.

Na orla de Boa Viagem, banhistas, sem máscaras, entraram no mar e permaneceram na faixa de areia, sem nenhum tipo de intervenção de agentes da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano. Grupos foram flagrados bebendo nas calçadas. Para parte dos moradores do bairro, como o empresário Jarles Elvanger, o momento, no entanto, é de voltar aos poucos à normalidade possível com cautela. "Eu costumava praticar esportes no Parque Dona Lindu com meu filho, então com o fechamento sentimos muito. Com essa primeira possibilidade de retorno viemos aproveitar para fazer atividades ao ar livre. É um período complicado emocional e financeiramente. A gente espera voltar à rotina, mesmo sabendo que será lentamente", ressalta.

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Enquanto no Parque Santana apenas foi feito o trabalho de panfletagem do material educativo de prevenção à Covid-19, no Sítio da Trindade, em Casa Amarela, apenas guardas municipais estiveram presentes. Na entrada do Parque da Jaqueira, fiscais da Prefeitura orientavam transeuntes, mas muitos corredores insistiram na caminhada sem proteção. Após entrarem no parque, corredores circulavam sem máscaras ou com o equipamento nas mãos, por vezes, sem qualquer intervenção dos agentes. “É horrível. A gente caminhou sem a máscara. Faz um quinze dias que voltei aos exercícios, caminhando na rua mesmo. Tentei fazer os exercícios pela internet, mas não consegui. Não dá para ficar parada, ainda mais quando se tem uma certa idade”, diz uma corredora que prefere não se identificar.

Por meio de nota, a Semoc respondeu que a fiscalização nos espaços públicos é feita por meio de rondas, em parceria com a Guarda Municipal e Rádio Patrulha. De acordo com a instituição, as vistorias são realizadas em “20 mercados públicos municipais, oito pátios de feiras, além de feiras livres e seus arredores, orla, parques, centro da cidade e todas as RPAs da cidade, vistoriando estabelecimentos comerciais, obras e comércio de rua". "Essas rondas incluem ainda áreas passíveis de invasão e de construções irregulares em áreas públicas ou áreas de risco, margens de canais, rios, mangues (área de preservação ambiental)”, acrescenta a Semoc.

Questão de saúde

Homem passa diante da fiscalização fazendo uso incorreto da máscara. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Morador da Jaqueira, o administrador Amaro Maltês considera que voltar a frequentar o parque é questão de saúde. “Acho que exercício é útil para a saúde, com consciência, sem exagerar. Precisamos dele para combater não apenas o [novo] coronavírus, mas qualquer vírus. Ficar trancado em casa, refém das notícias ruins, não ajuda”, opina.

O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, enfatiza que o retorno das atividades físicas individuais funciona como um teste. "A abertura é sempre um momento de avaliação. Se der certo e a gente conseguir uma boa adesão aos novos hábitos, a gente pode pensar mais para frente em manter ou avançar as medidas de reabertura. Se não der certo, há sempre o risco de que seja necessária a retomada de medidas mais rígidas", comenta.

Famílias aproveitam reabertura para reduzir estresse do isolamento social. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

O Plano de Convivência com a Covid-19 de Pernambuco prevê a retomada das atividades paralisadas pela pandemia de maneira gradual, de acordo com a estabilização dos dados da saúde. Um decreto assinado pelo governador Paulo Câmara nessa sexta-feira (19) deixou a cargo dos municípios a regulamentação do acesso a praias, parques e calçadões, que estavam fechados desde o dia 3 de abril. No caso das praias, o decreto é válido apenas para a Região Metropolitana do Recife, permanecendo fechadas as faixas litorâneas das cidades das Matas Sul e Norte.

Depois de completar 80 dias com suas praias interditadas, a Prefeitura de Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, enviou, nesta sexta-feira (12), um ofício ao Governo do Estado pedindo a abertura das praias para quem quiser praticar esportes de forma individual. O pedido vem após queda na taxa de ocupação das unidades de saúde do município. 

No documento, o município explica que entende a preocupação com a crise sanitária mundial e que, exatamente por seguir com rigor os protocolos exigidos, alcançou índices que justificam o pedido. “Conseguimos um achatamento na curva, com diminuição significativa do número de infectados e óbitos, tendo como reflexo imediato esvaziamento nas unidades hospitalares, que hoje, contam com apenas 6,3% de taxa de ocupação na sala vermelha e 14,8% da sala amarela”, diz um trecho do ofício.

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Caso sejam abertas as praias só podem ser ocupadas por quem estiver fazendo atividades físicas individuais, das 4h às 11h. Ipojuca foi a primeira cidade do estado a interditar o litoral, em 22 de março, antes mesmo do decreto estadual, na tentativa de conter o fluxo de turistas e, assim, diminuir os riscos de contaminação da Covid-19.

Abertura em fases

Na primeira semana de junho a Prefeitura de Ipojuca entregou ao Governo do Estado a sua sugestão de protocolo de abertura do litoral. A prefeita Célia Sales, junto com a secretária municipal de Turismo, Carol Vasconcelos, participaram de uma videoconferência com o secretário estadual de Turismo, Rodrigo Novaes, e representantes de outros municípios para discutir a questão.  O  município sugeriu o protocolo de reabertura em fases, observando o grau de respeito da população com as novas medidas e as curvas de contágio, seguindo orientações da Organização Mundial de Saúde.

A primeira fase da reabertura das praias  seria exclusivamente para práticas esportivas individuais sem a presença do comércio (ambulantes, barraqueiros, jangadeiros, entre outros). Apenas nas fases seguintes, a prefeitura incluiria outras flexibilizações.

As praias de Miami, no sul da Flórida, abriram nesta quarta-feira pela primeira vez após três meses de fechamento devido ao novo coronavírus, com "embaixadores da distância social" na entrada e moradores emocionados por finalmente se sentarem à beira do mar.

"Quase comecei a chorar quando cheguei à praia, queria chorar de alegria porque a praia e o oceano são muito importantes na minha vida", disse à AFP Julie Isaacson, nova-iorquina que vive há 27 anos em Miami Beach, uma ilha em frente a Miami.

Isaacson, um agente de viagens, sentiu o choque da pandemia com força. Ela perdeu seu sustento e um amigo de sua idade, que não sobreviveu ao vírus.

O mar "é parte integrante da minha saúde mental e física", acrescenta a mulher de 63 anos. "Embora eu estivesse 100% de acordo com o fechamento", esclarece.

Na entrada, um grupo de "embaixadores" da cidade, identificados por camisetas cor-de-rosa, lembra os visitantes a usarem máscaras e a manter distância durante a permanência no local.

Aberta pela primeira vez desde 23 de março, a praia estava praticamente vazia; a areia brilhava, a água era turquesa, com um pouco de sargaço que começa a se acumular nessa época do ano.

Dezenas de cadeiras e guarda-sóis para alugar estavam de graça, sem turistas à vista. Celebrada por seus edifícios em art déco em tons pastel e intensa vida noturna, Miami Beach começa a ganhar vida lentamente depois que o vírus forçou seus moradores e comerciantes a se limitarem no auge da alta temporada, entre janeiro e abril.

- Valorizar o turista local -

Os restaurantes reabriram há duas semanas com metade da capacidade e calçadão da Ocean Drive fechado ao tráfego para transformá-lo em uma avenida com terraços ao ar livre.

Mas protestos contra a violência policial e toque de recolher levaram as autoridades a adiar a abertura das praias até esta quarta-feira, prevista inicialmente para a semana passada.

Os clientes ainda estão pingando, e a retomada tem sido angustiante para uma cidade que depende do turismo para sobreviver.

Rodrigo, um garçom que se recusou a dar seu sobrenome e trabalha em um restaurante Ocean Drive, sabe que passarão meses até a volta dos sete milhões de turistas por ano que Miami Beach costumava receber antes do retorno da pandemia.

"Agora o cliente local será mais valorizado. Eles serão tratados melhor", diz o guatemalteco de 32 anos.

O resto da Flórida começou a retomar sua economia na primeira semana de maio, mas as regiões mais populosas do sudeste, onde estão Miami e Fort Lauderdale, o fizeram de maneira mais consistente e em fases, porque concentram a maioria dos casos de coronavírus no estado.

Nesta quarta-feira, a Flórida, com 21 milhões de habitantes, registrava mais de 67.000 casos e 2.801 mortes.

A prefeitura de Barcelona, na Espanha, começou nessa segunda-feira (9) a instalar câmeras para monitorar em tempo real a ocupação das dez praias da cidade. O objetivo é que as distâncias de segurança indicadas para evitar o contágio do novo coronavírus sejam respeitadas.

A instalação de 18 equipamentos está prevista para acontecer ao longo desta semana e começou no primeiro dia de autorização para frequentar as praias. Ontem, no entanto, as temperaturas estavam baixas, o que afastou os banhistas.

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As autoridades locais consideram que, com as medidas de distanciamento, a capacidade das faixas de areia seja de no máximo 38 mil pessoas, número suficiente para que, se os banhistas estiverem distribuídos ao longo da costa, não haja aglomeração.

As câmeras fornecerão informações em tempo real sobre o grau de ocupação de cada praia. Os moradores de Barcelona terão acesso às imagens por meio do site da prefeitura, o que permitirá evitar, com antecedência, a ida aos locais que estiverem muito movimentados.

As autoridades querem também conseguir, com as imagens, fazer um trabalho de conscientização dos banhistas, caso haja uma lotação acima do que considerem razoável.

De acordo com a prefeitura de Barcelona, os equipamentos capturam um quadro a cada cinco minutos, que é enviado para um computador central. Por meio de inteligência artificial e algoritmos de processamento de imagem, é possível verificar o nível de ocupação da praia.

Ainda ontem, Madri retomou parte de suas atividades. A capital espanhola reabriu as escolas do ensino primário e também para cursos pré-vestibulares. Outras regiões do país estão permitindo que alunos de faixas etárias diferentes retomem as aulas de forma gradual.

Os clubes noturnos reabriram na maior parte da Espanha, mas os profissionais de saúde pedem cautela para os frequentadores desses locais.

As touradas também voltaram a ser permitidas, mas como o público será limitado a 400 pessoas estes espetáculos serão financeiramente inviáveis por ora. "Precisamos de uma plateia de 1,5 mil pessoas para fazer funcionar", disse Javier Gomez, membro de um sindicato de touradas. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Já abertas há dez dias para a prática de esportes na parte da manhã, as praias de Barcelona voltaram a receber, nesta quarta-feira (20), os transeuntes, graças a um novo relaxamento do confinamento imposto na cidade, muito afetada pela pandemia de coronavírus.

A segunda maior cidade da Espanha também reabriu parques, como o famoso Park Güell, obra do arquiteto catalão Antoni Gaudí e geralmente popular entre os turistas.

Como a capital Madri, Barcelona (nordeste) ainda não foi autorizada pelo governo central a entrar na primeira fase de desconfinamento, lançada em 11 de maio e que é uma realidade para 70% dos espanhóis.

Mas, enquanto a epidemia de coronavírus desacelera de forma acentuada no país, a prefeitura de Barcelona decidiu dar um pouco mais de liberdade aos moradores locais, permitindo que fossem às praias e parques para passeios a partir de hoje.

Desde 8 de maio, as praias estavam abertas apenas das 6h às 10h para a prática de esportes individuais (natação, remo, corrida...).

A partir de agora, elas também ficarão abertas das 6h às 20h para aqueles que desejarem fazer um passeio. Os parques ficarão abertos das 10h às 21h para caminhar ou praticar esportes.

Mas "nadar por lazer, tomar sol na praia ou praticar esportes em grupo continua estritamente proibido", recordou a polícia local no Twitter.

A reabertura total das praias do país deverá acontecer apenas na última fase do desconfinamento.

Uma mensagem repetida pelos alto-falantes instalados na praia, mas visivelmente ignorada por muitos. Vários casais pegando sol na praia ou tomando café na areia foram vistos por jornalistas da AFP na manhã desta quarta-feira.

E os poucos policiais patrulhando não fizeram muito para conter os infratores.

"Faz dois meses que eu não via o mar e propus a uma colega que viesse aqui por um momento para ver o mar antes de irmos trabalhar (...) Ouvir o som das ondas, andar um pouco na praia, eram coisas que me faziam muita falta", explicou Helena Prades, psicóloga de 43 anos, sentada na areia e usando máscara assim como sua colega.

A Espanha é um dos países mais afetados pela pandemia de coronavírus no mundo, com quase 28.000 mortes. Seu processo cauteloso de desconfinamento deve terminar no final de junho.

Depois de permanecerem fechadas por quase dois meses para combater a pandemia de coronavírus, várias praias da costa atlântica francesa voltam a receber banhistas nesta quarta-feira (13), mas apenas banho, pesca e esportes individuais serão autorizados.

"Qualquer presença estática, sentada, ou deitada, é proibida", bem como "a prática de piquenique", disse a prefeitura da região de Loire-Atlantique no Twitter.

Também são proibidas reuniões de mais de dez pessoas, atividades físicas coletivas, festas e consumo de álcool.

A prefeitura justificou a reabertura das praias, como as de Pornichet e La Baule, como uma necessidade de "manter a atratividade econômica e turística" dessas cidades.

A França começou a relaxar na segunda-feira o confinamento imposto à população desde 17 de março passado, com a reabertura de lojas não essenciais, como salões de beleza, lojas de roupas, ou floriculturas.

Parques e jardins em todo país também foram reabertos, exceto naquelas regiões onde se considera que a COVID-19 continua circulando ativamente - caso da região de Paris.

Várias praias da costa do Mediterrâneo e do Mar do Norte poderão reabrir neste fim de semana para autorizar os cidadãos a passear, ou a praticar esportes. Já a reabertura dos lagos será examinada "caso a caso".

Com quase 27.000 mortes, a França é um dos países mais atingidos no mundo pelo novo coronavírus. Depois de registrar uma queda no número de mortes e de pacientes graves, as autoridades decidiram suspender, parcialmente, o confinamento.

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