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O Sindicato dos Professores Municipais do Paulista (Sinprop) denuncia precariedade estruturais em escola localizada em Paratibe, no município de Paulista, Região Metropolitana do Recife. De acordo com o Sinprop, a escola Dra. Gelda Amorim apresenta problemas que comprometem o ambiente de aprendizado faltando nove dias para o início do ano letivo. Dentre as irregularidades apontadas pelo sindicato, destacam-se ambientes desprovidos de climatização, janelas sem vidro, cerâmica e fios expostos, quadros ainda fora do lugar, teto sem revestimento e sem telha e materiais de construção espalhados por toda a instituição.

"Infelizmente, em sua estrutura física, a escola regrediu bastante. Na atual situação, não dá para acolher os estudantes, não dá para ministrar aulas (...) a. "É inadmissível a forma como a Secretaria de Educação está tratando a instituição. Nada justifica o grau de abandono em que se encontra a escola foram R$ 754 mil gastos no que? Vamos encaminhar a situação ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público para obter solução e respostas”, afirma o presidente do Sinprop, Gilberto Sabino.

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O que diz a Prefeitura de Paulista

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura de Paulista reforça, por meio de nota, que a instituição de ensino está passando por reformas "sobretudo, no período das férias escolares". "Na Escola Municipal Gelda Amorim, o trabalho envolve a troca do revestimento interno e externo, pintura, forros de PVC, telhado e madeiramento, além de esquadrias de alumínio em portas e janelas. O serviço também contempla as instalações elétrica e hidráulica e substituição das telas de proteção por gradis. A manutenção engloba salas de aula, bibliotecas, cozinhas, refeitórios, área de circulação, banheiros, dentre outras". 

Além disso, ainda segundo o comunicado enviado ao LeiaJá,  a Secretaria de Educação afirma que até o dia 2 de fevereiro, início das aulas, "serão concluídas as obras de duas salas que estão em manutenção, totalizando quatro salas reformadas na escola, e as obras dos banheiros. A expectativa é de conclusão do serviço em até 90 dias". 

 

Silvia Muñoz perdeu o trabalho como empregada doméstica em Lima, enquanto Yolanda Chambi teve que fechar sua venda de trajes tradicionais no Lago Titicaca: a pandemia agravou a desigualdade de gênero no trabalho na América Latina, onde milhões de mulheres ainda estão desempregadas.

Depois de se dedicarem a cuidar de parentes doentes com Covid-19, outras mulheres recuperaram seus empregos, mas ganham menos do que antes ou sofrem com a precariedade porque ingressaram no comércio informal, generalizado na região e especialmente no Peru.

Após a chegada da pandemia em março de 2020, “não havia trabalho, não havia nada. Como o vírus que estava muito forte, não pude mais trabalhar", diz Muñoz, 65 anos, com resignação, em sua modesta casa em Villa María de lTriunfo, município da classe trabalhadora de Lima.

A 1.000 km de distância, Yolanda Chambi teve destino semelhante.

"Perdemos toda a nossa renda econômica", diz essa comerciante de 45 anos que vendia e alugava roupas tradicionais andinas na cidade de Puno, às margens do Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo.

As fantasias eram compradas por moradores para o festival da Virgen de la Candelaria, uma grande festa com música e dança andina que acontece todo dia 2 de fevereiro e está suspensa há dois anos devido à covid.

Como não podia mais pagar o aluguel de sua casa-oficina em Puno, Chambi não teve escolha a não ser se mudar com seus quatro filhos para o campo para sobreviver.

Vários países da região concederam auxílio-desemprego em 2020 e 2021, mas no Peru esse benefício alcançou poucos bolsos devido à alta informalidade do trabalho (mais de 70%) e ao baixo uso bancário da população, principalmente dos mais pobres.

- Retrocesso de uma década -

Após dois anos de pandemia, a situação laboral das mulheres na América Latina e no Caribe é "proporcionalmente mais desfavorável em relação a 2019 do que no caso dos homens", alertou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em relatório divulgado no mês passado.

Desde 2020, o desemprego feminino permaneceu em 12,4%, comparado a 9,7% da taxa geral da região. Os números mostram um aumento da desigualdade de gênero no trabalho, um mau sinal antes do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.

"A América Latina vinha caminhando [...] na redução dessas lacunas, desses indicadores, [mas] a pandemia nos atrasou mais ou menos para os indicadores de 10 anos atrás", disse à AFP o chefe da OIT para os países andinos, Ítalo Cardona.

Ele explicou que a pandemia atingiu muitos setores que tradicionalmente empregam mulheres: prestação de serviços, hotelaria, turismo e sistema de comércio informal.

Diante dessa situação, milhões de latino-americanas não tiveram escolha a não ser se dedicar ao “cuidado não remunerado” de suas famílias, especialmente no Peru, que detém o triste recorde da maior taxa de mortalidade por covid no mundo.

"O retorno delas ao mercado de trabalho é muito mais lento do que o dos homens", disse Cardona.

É o caso de Daysi Falcón, 34 anos, que trabalhava como auxiliar administrativa em uma empresa de manufatura em Lima. Após o encerramento da fábrica devido à pandemia, os seus familiares foram “caindo um a um com a covid”.

“Estou de março a agosto [2021] cuidando de cada um dos membros da minha família”, diz Falcón, que ainda está desempregada.

Segundo a OIT, 24 milhões de mulheres perderam o emprego devido à pandemia na América Latina e pouco mais de quatro milhões permanecem desempregadas.

Um número semelhante de homens perdeu seus empregos na região, mas apenas meio milhão permanece desempregado.

- "Me sinto impotente" -

Para outras mulheres, a pandemia é sinônimo de salários mais baixos.

Silvia Muñoz, que tem que sustentar seu marido doente, pôde retomar seu trabalho como empregada doméstica quatro dias por semana há alguns meses.

No entanto, agora ela recebe 20% menos do que antes: ela passou de ganhar cerca de 25 dólares por um dia inteiro para cerca de 17,5.

"Você tem que aceitar, porque de repente há alguém atrás de mim que cobra menos", diz ela com resignação. "Sinto-me impotente, porque a idade avança, a força que se tem já se enfraquece, e quando se envelhece não há aposentadoria", acrescenta.

No Lago Titicaca, Yolanda Chambi não vê fim para seus problemas.

“As festas continuam suspensas, nossa economia continua suspensa, não temos nenhum tipo de renda”, afirma.

Agora, com a ajuda dos filhos, ela vende café da manhã na passagem de acesso à cidade de Ácora, a 30 km de Puno.

Em tempos de pandemia, os cuidados com a saúde pública precisam ser redobrados. No entanto, em visita ao Hospital da Restauração (HR), na última quinta (10), um dos maiores da rede pública na cidade do Recife, uma comitiva do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) encontrou um cenário de abandono e precariedade. Em corredores lotados de pacientes, macas há poucos centímetros do chão e ambiente malcheiroso, não só os doentes como acompanhantes e a própria equipe médica encontravam-se expostos à contaminação pelo coronavírus e a condições irregulares de assistência e trabalho. 

A comitiva de fiscalização do Simepe, composta pela presidente Claudia Beatriz, pelo Secretário Geral, Tadeu Calheiros e pelo Diretor Executivo, Rodrigo Rosas, visitou o setor de Emergência Clínica na última quinta. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Tadeu Calheiros relatou o que foi visto no hospital. “Uma superlotação absurda, não estamos falando de casos de Covid para não alardear um falso aumento dessa pandemia, estamos falando de casos Não-Covid, pacientes com problemas neurológicos, cardíacos ou com outros problemas clínicos. Tinham dezenas; estivemos lá no fim da tarde, que já tinha menos pacientes do que pela manhã e ainda havia 60 pacientes pelos corredores, um paciente colado no outro, macas há um palmo do chão, um aspecto de sujeira, um odor de urina em alguns locais, realmente deplorável”. 

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Segundo o secretário do Simepe, não só os pacientes e acompanhantes como a própria equipe médica e diretoria do HR pediram socorro em relação ao estado em que a unidade se encontra. “A gente percebeu a direção trabalhando, pedindo ajuda também, realmente vimos a hora de médicos pedirem a exoneração porque realmente aquilo mexe com a dignidade de qualquer pessoa. É preciso ter um olhar do poder público, do governo, das políticas de saúde do Estado para resolver esse problema. Você vê todo dia a criação de unidades, hospitais de campanha que não foram usados, e cadê os leitos desses pacientes? (Cadê) Hospitais de retaguarda para que os pacientes possam ficar enquanto esperam um exame? Entram 30, 40 pacientes por dia e são oferecidos apenas dois, três leitos de retaguarda, essa conta não fecha”.

Tadeu também frisou a falta de insumos para a proteção dos internos e profissionais do HR contra o coronavírus. Segundo ele, a superlotação não possibilita que se faça o distanciamento social necessário, além da falta de alguns materiais. “A gente vê tanta medida diariamente na mídia em combate à Covid, mas ali parece que não tem o 'novo normal', infelizmente. É estarrecedor a falta de dignidade que dão a essas pessoas, eu fiscalizo unidades há muito tempo e não tem como não ficar desolado com aquelas cenas. Todos pediam ajuda, pacientes, familiares, e até a direção da unidade”.

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Procurada pelo LeiaJá, a direção do Hospital da Restauração se manifestou através de sua assessoria. Em nota, eles afirmam serem procedentes as denúncias feitas pelo Simepe. “Todos os 110 leitos do Setor (de Emergência Clínica) encontram-se ocupados e os pacientes excedentes estão acomodados em corredores em função da imensa demanda. Atualmente o HR é o único hospital do SUS referência em Neurologia, pois o Pelópidas Silveira está com o tomógrafo quebrado há um mês, aproximadamente, e os pacientes são encaminhados para a Restauração.  A equipe médica não tem medido esforços para que todos os pacientes sejam atendidos”. 

Ainda de acordo com a nota, os fatos já foram comunicados à Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE). O secretário do Simepe também informou que uma reunião com o secretário de saúde do estado, André Longo, foi solicitada para cobrar uma resposta quanto ao tema. Procurada por essa reportagem, a SES-PE se posicionou através de nota oficial. Confira na íntegra. 

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) reconhece a grande demanda registrada no Hospital da Restauração (HR), mas ressalta que a unidade vem garantindo o atendimento à população, mesmo diante do atual contexto de pandemia. Vale acrescentar que a SES-PE trabalha sistematicamente na  ampliação dos leitos de retaguarda da rede estadual e na rede complementar para absorver essa demanda do HR.

Sobre a vistoria realizada pelo Sindicato de Médicos de Pernambuco (Simepe), a SES-PE informa que tem mantido diálogo constante com a categoria e que está à disposição do órgão para os devidos esclarecimentos e debates.  

Nesta segunda-feira (22), um protesto vai reivindicar melhores condições do transporte público do Grande Recife em meio à pandemia. Programado as 11h, no Terminal Integrado de Xambá, no bairro de São Benedito, em Olinda, a Organização e Luta dos Movimentos Populares de Pernambuco (OLMP) estima que 200 manifestantes participem do ato.

O grupo vai colher assinaturas em um abaixo-assinado e debater com a sociedade civil sobre a precariedade dos coletivos em contraste com a tarifa cobrada. A intenção não é bloquear a saída dos ônibus, contudo a possibilidade de fechar o terminal temporariamente não foi descartada.

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Além de solicitar a ampliação e a climatização da frota, e cobrar pontualidade das linhas, a coordenadora do OLMP, Carla Eduarda, também apontou a falta de higienização e aglomeração nos terminais. “O Poder Público está na contramão da história, porque não investe em infraestrutura para garantir melhorias para os usuários, tendo em vista o sucateamento das linhas BRT e o abandono dos Terminais Integrados”, denuncia.

O departamento do curso de Farmácia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) entrou em greve nesta terça-feira (14). A decisão foi tomada após assembleia, realizada por 150 estudantes e professores da graduação. Os discentes resolveram paralisar as atividades por conta da precariedade na estrutura e instalações da instituição.

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"Além dos problemas elétricos (possível causa do incêndio), o Departamento não é capaz de oferecer condições descentes em serviços básicos como água, manutenção das paredes e tetos, iluminação, manutenção dos ar condicionados e data show", relata a nota oficial, divulgada pelo Diretório Acadêmico de Farmácia Carl Scheele.

A nota ainda salienta que as atividades serão paralisadas por tempo indeterminado até que haja uma proposta para um novo prédio. "Convidamos a todos para na próxima quinta-feira (16), às 10h fazermos uma visita à reitoria cobrando por mudanças. Somos o curso mais antigo de saúde no estado de PE e nosso prédio é provisório há mais de 50 anos", finaliza a nota.

 

A bancada de oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realizou mais uma blitz para acompanhar a situação da saúde pública do Estado. Desta vez, o grupo visitou o Hospital Otávio de Freitas, no Recife, na última segunda-feira (11). De acordo com o grupo, mais uma unidade de saúde onde foram encontrados diversos problemas no funcionamento e atendimento dos pacientes.

Participaram da visita o líder da oposição, deputado Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB), e os deputados estaduais Antonio Coelho (DEM), Clarissa Tércio (PSC), João Paulo Costa (Avante) e William Brígido (PRB).

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“Vimos mais um capítulo da situação da saúde do nosso estado. Ratos, baratas, escorpiões e outros bichos dentro do hospital, pessoas misturadas com pacientes com tuberculose, e ainda por cima não existe lençol no hospital. As pessoas têm que trazer o seu de casa para se cobrir”, detalhou Marco Aurélio.

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O deputado Antonio Coelho se solidarizou com os profissionais, muitos dos quais com salários atrasados. “Além da emergência superlotada, vimos pessoas que estão lá há mais de duas semanas, sem o devido tratamento e ainda a espera de cirurgia. Não tem heroísmo suficiente para lidar com essa situação, principalmente quando a gente vê profissionais com salários atrasados há quase três meses sem receber. A situação de Pernambuco é muito diferente da propaganda do governo do estado”, afirmou.

Para o deputado João Paulo Costa, o quadro do Otávio de Freitas se assemelha ao de outras unidades já visitadas pela oposição, como os hospitais Getúlio Vargas e Agamenon Magalhães. “Infelizmente, a situação que encontramos no Otávio de Freitas só confirma o problema recorrente na saúde pública do nosso Estado. Além da superlotação, o HOF sofre com uma série de problemas estruturais em vários setores, como infiltração. Por isso, vamos continuar atentos às deficiências e cobrar por melhorias ao governo do Estado”, ressaltou Costa.

A deputada Clarissa Tércio definiu o cenário como “assustador”. “A cada visita que fazemos aos hospitais da rede estadual, a situação fica ainda pior. A gente vai assistindo de perto o terror que cada um dos pacientes passa nos corredores e nas salas, é um cenário lamentável”, afirmou. “Entrei em uma sala, com 19 macas que pertencem a ambulâncias. Ou seja, existem 19 ambulâncias paradas por falta de maca. Esse é um dos muitos problemas. Apenas uma cadeira de banho, e em péssimo estado, para todos os pacientes tomem banho”, completou William Brígido.

Os locais que estão sendo visitados pela bancada de oposição estão inclusos na lista de obras paralisadas do Estado, divulgadas este mês pelo Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE). Nessa primeira fase, o foco é a área de saúde.

Por Waleska Andrade

Servidores do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM-UPE) farão uma paralisação na UTI Neonatal por 24 horas, a partir desta quarta-feira (21). O Sindicato dos Servidores da Universidade de Pernambuco (Sindupe) informa que essa mobilização é para tentar chamar a atenção da sociedade e do poder público para os problemas enfrentados por quem trabalha na unidade e para quem precisa dos serviços. "Tem criança morrendo por conta das dificuldades da unidade. Tem mães dando à luz em cadeiras e até no chão, por conta da superlotação", afirma Érico Alves, presidente do Sindupe.

O déficit de servidores também é um outro ponto que vem assolando o Cisam. Conforme o Sindicato, por falta da quantidade ideal de funcionários, alguns médicos estão se revezando para poder dar conta da quantidade de grávidas em trabalho de parto e pós-parto. "A quantidade de profissionais, segundo a legislação, deve ser de acordo com a quantidade de pacientes; o que não vem acontecendo na unidade", explica Érico. Mas não são apenas os médicos que sofrem esse déficit, de acordo com o Sindupe, enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes administrativos, também estão em um quadro deficitário. 

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O presidente do Sindicato, responsável pela paralisação que ocorrerá nesta quarta (21), revelou que os bebês e as mães que estão no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros convivem com uma estrutura precária. "Fiações à mostra, problemas hidráulicos, paredes mofadas, além da falta de espaço adequado entre os leitos" é o ambiente proposto para quem procura por atendimento de saúde na unidade. "Todas essas irregularidades trazem riscos de contaminação e incidentes às crianças e suas genitoras", alerta o presidente

Em protesto, Érico Alves afirma que muitas maternidades do interior, e de cidades da própria Região Metropolitana do Recife, ou não estão funcionando ou existe apenas uma única unidade para dar conta de todos os partos do município. "Por conta desse problema, o Cisam está atendendo cinco vezes mais mães do que o limite. Muitas estão vindo do interior de Pernambuco para poder parir o seu bebê na capital. Há uma falta de investimento do Governo para conseguir dar suporte a tudo isso", pondera Érico.

 

Por conta de todas essas questões, nesta quarta-feira (21) o Cisam só irá funcionar com 30% dos profissionais.

 

Duas estações de tratamento de água potável foram entregues no Haiti, uma ajuda vital enviada pela França a este país fortemente atingido na semana passada pelo furacão Matthew e que teme o aumento dos casos de cólera.

Essas estações fazem parte do primeiro carregamento francês de ajuda humanitária que chegou nesta terça-feira pela manhã em Porto Príncipe. O avião levava 69 toneladas de ajuda, além de medicamentos e kits contra a cólera. "Será a Dinepa (Direção Nacional de Água Potável e Saneamento) que definirá as áreas onde serão instaladas essas estações", explicou à AFP Elisabeth Beton-Delègue, embaixadora da França no Haiti.

"O objetivo da segunda fase agora é sua disponibilização: há 60 agentes de segurança civil para verificar a montagem e manutenção destas estações de emergência, que não ficarão no país, mas servem para fazer a transição", afirmou a diplomata.

Enviar as estações, que podem produzir cada uma 250 metros cúbicos de água potável por dia, é um grande desafio: cada equipamento pesa sete toneladas e a via aérea é a única solução levando em conta as dificuldades de acesso às zonas mais devastadas. A lenta disponibilização da ajuda enfureceu alguns habitantes das áreas isoladas. Muitos comboios humanitários foram bloqueados pelas barricadas feitas por moradores na avenida nacional que atravessa a ilha sul.

"Imagina uma pessoa que perde tudo: um pouco de raiva é compreensível, mas vão ficar satisfeitos", comentou Pierrot Delienne, ministro das Relações Exteriores. "Fazemos a coordenação para que todos possam se beneficiar da ajuda. Haverá certas zonas que terão prioridade em relação a outras, mas ninguém ficará esquecido", acrescentou. Além da necessidade de ajuda humanitária de emergência, a passagem do furacão Matthew obrigou os países estrangeiros a revisar seus programas de cooperação existentes.

"Já estávamos presentes no sul com um projeto de saúde para mães e crianças com o hospital de Jeremie, mas também com muitos centros de saúde. Será necessário remodelá-lo para ajustar às necessidades. Com sorte, o hospital continua funcionando", assinalou Beton-Delègue. "Temos também projetos nos setores de café, vetiver e cacau: deve-se retomar tudo". A França anunciou que desbloqueou 150.000 euros suplementares a título de ajuda humanitária para o Haiti.

A expressão de cansaço e desalento de Maria Herculano, senhora de 60 anos, entreqa sua jornada desde a noite até tarde da quarta-feira (4), sem se alimentar e dormindo na área externa com a expectativa de ser atendida no Hospital das Clínicas de Pernambuco (HC). Moradora da cidade de Vitória de Santo Antão, Zona da Mata, a idosa afirma que precisa chegar 12 horas antes para garantir uma das senhas para a consulta.

Em entrevista ao LeiaJá, a idosa explicou porque chegou com tanta antecedência. “Fiz isso para garantir o atendimento. Quanto à dormida, fiquei por aí, na área externa na unidade de saúde. Passei a noite sentada, em pé até esperar chegar o horário de atendimento”, desabafou a paciente, que já não espera que a situação melhore. “Infelizmente sempre foi desse jeito e não acredito que vai mudar”, concluiu.

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O comerciante Edenildo da Silva, morador de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, afirmou que as consultas demoram até dez meses para ser realizadas. Além disso, a marcação é um transtorno. “É um absurdo. Há dois anos fui atendido pelo urologista, e agora, a nova consulta vai demorar dez meses. Como podemos fazer a prevenção desse jeito. O tempo passa e a situação continua a mesma”, criticou.

Já a aposentada Maria Selma, moradora da cidade de Garanhuns, Agreste de Pernambuco, afirma que o ‘calvário’ é apenas para marcação de consulta. “Para conseguir a primeira consulta tive que chegar bem cedo quatro vezes, mas depois disso o próprio médico agenda e fica bem melhor”, falou. Aos 69 anos, ela relata, de maneira conformada, como é o atendimento. “Desde 1996 é desse jeito. Venho para o Recife porque em Garanhuns não tem estrutura e infelizmente tenho que passar por isso. Sinceramente, já estou acostumada”, concluiu.

Depois da longa espera a surpresa. Minutos antes de iniciar o atendimento, centenas de pacientes ficaram em frente da porta principal aguardando o posicionamento de um "vigia", escalado para dar o infeliz recado de que todas as marcações do dia tinham sido canceladas. Confira o vídeo.

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Questionados pelos pacientes, o vigia e uma outra funcionária não souberam informar o motivo do cancelamento. Segundo ela, dependendo da especialidade, o próximo agendamento, como ginecologia, só será no dia 30 de março. Ela ainda explicou que para marcar é necessário possuir encaminhamento de algum médico do próprio Hospital ou "através de algum médico conhecido".

Mesmo com a fachada nova, internamente o HC apresenta precariedade. Nas imagens cedidas, é possível observar falta de iluminação, infiltração, fios expostos, janelas e paredes quebradas, falta de manutenção e pacientes dormindo no corredor do aparelho de atendimento.

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Segundo a coordenadora de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambuco (Sintufepe), Ellen Vilar, há várias denúncias sobre falta de estrutura do aparelho. “Ausência de material, como algodão, soro, seringa e luvas para fazer exames”, apontou. Além disso, ela destaca que há uma grande 'maquiagem' no hospital. “A fachada é linda, com porcelanato, portas de vidro, mas quando você entra, a estrutura está muito precária”, afirmou.

Ainda de acordo com a coordenadora, a paralisação, realizada na última terça-feira (3), durante 24 horas, ocorreu devido essas dificuldades e pela insatisfação da saída da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, que há um ano gere o hospital.

A assessoria do Hospital das Clínicas afirmou que "a marcação de consultas ocorreu de forma plena hoje". Porém, apenas para oftalmologia, já que cada especialidade tem uma data específica. Ainda de acordo com o HC - diferente do que informou a funcionária - os pacientes que vem para a primeira consulta são encaminhados por unidades de saúde, como postos de saúde e UPAs, regularizadas pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Sobre a espera dos pacientes pelo atendimento, o HC orienta que os pacientes se dirijam a uma unidade de saúde regulamentada pela SES, que conta com um sistema integrado, onde estão cadastradas todas as vagas disponíveis no Estado para as especialidades indicadas, o que pode acelerar o processo.

A menina Itavana Miraele dos Santos, de 8 anos, morreu após ser atropelada por uma moto às margens da BR-104 em Toritama, no Agreste de Pernambuco. De acordo com informações da polícia, a menina tentava atravessar a via, nas imediações da RM Construção, quando foi atingida por um moto Suzuki preta (placa KHV 6647), conduzida por Severino Nepomuceno Barros, 33 anos.

Itavana não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O piloto da moto teve a perna quebrada com fratura exposta e foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o hospital municipal local.

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A BR-104, no trecho Toritama-Santa Cruz do Capibaribe, ainda está em processo de duplicação, há sete anos, com as obras paradas por tempo indeterminado. A extensão não possui iluminação nem local para travessia de pedestres.

A forte chuva que atingiu a Região Metropolitana do Recife (RMR) na manhã desta terça-feira (22) resultou em diversos estragos na região. Além dos pontos de alagamento no Recife e em Olinda, instituições também sofreram com a intensidade das águas. Parte do teto do Hospital Infantil Dr. Adailton C. de Alencar, na BR-101 sul, no Cabo de Santo Agostinho, desabou, paredes ficaram com vazamento de corrente elétrica e o bloco cirúrgico e a copa amanheceram inundados. 

Segundo o Sindicato de Médicos de Pernambuco (Simepe), há dois anos a unidade de saúde sofre com o descaso, com enfermarias e emergências sucateadas; os profissionais reclamam da remuneração. No momento do desabamento, sete crianças estavam internadas no local, mas nenhuma ficou ferida. 

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Uma médica, que não quis se identificar, afirmou ao Simepe que não há sequer água mineral para consumo. De acordo com a Secretaria de Saúde do Cabo, as crianças em situação grave foram encaminhadas para o Hospital de Referência do Recife; o atendimento do plantão está previsto para retornar à normalidade ainda no turno da noite desta terça-feira. 

Até o meio-dia, 12 deslizamentos de terra e cinco áreas de alagamento foram registradas pela Defesa Civil do Cabo de Santo Agostinho. Em Ponte dos Carvalhos, um muro que dividia duas casas desabou. No bairro da Bela Vista, o órgão registrou a queda de uma fossa, que se deslocou de uma encosta e atingiu parcialmente uma casa. Houve ainda registro de pontos de alagamento nas comunidades de Garapu, São Francisco, Centro e Ponte dos Carvalhos.

Prejuízo também no Recife - Também por conta das chuvas, o Serviço de Pronto Atendimento (SPA), a cozinha e o alojamento do Hospital de Pediatria Helena Moura, localizado no bairro da Tamarineira, no Recife, precisaram ser suspensos por causa das infiltrações. Segundo a Secretaria de Saúde do Recife, pacientes com menor risco serão transferidos para outros serviços. Dos 50 leitos, apenas 22 estão em funcionamento. 

A assessoria do órgão negou a informação de que parte do teto também teria desabado na unidade, deixando pessoas feridas. Segundo a Prefeitura, equipes técnicas estiveram no local durante todo o dia, para fazer intervenções como substituição do telhado e correção das áreas de infiltrações. Uma nova avaliação será feita nesta quarta (23). 

No momento do incidente, o Hospital tinha 42 pacientes internados; segundo a Prefeitura, 17 foram liberados por “alta médica em decorrência da evolução de seus quadros de saúde” e outros 12 foram transferidos para outros hospitais. Até as 17h, 13 pacientes permaneciam internados. 

 

De acordo com o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Pernambuco (SINPRF-PE), 100% das unidades do órgão apresentam problemas estruturais. Rachaduras, infiltrações, sujeira, climatização comprometida e, até mesmo, água contaminada são algumas das denúncias da categoria na região. Segundo o Sindicato, 83% dos postos da PRF têm problemas elétricos.

O levantamento foi feito pela Federação da PRF, que realizou vistorias nos postos da entidade em todo o Brasil, no mês de março. Na concepção do presidente do SINPRF, Frederico França, as condições nas unidades pernambucanas estão bem precárias e várias estão “muito aquém das necessidades mínimas para um trabalho digno”. 

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Postos em diversos municípios foram fiscalizados, como em Salgueiro, Serra Talhada, Gravatá e Garanhuns. A categoria critica o excesso de veículos abandonados nos pátios (como na unidade da Cidade Universitária, no Recife), acúmulo de lixo e presença de bichos como ratos, baratas e escorpiões. A única unidade “aprovada” pela vistoria foi a de São Caetano. 

O coordenador de comunicação da PRF, Éder Rommel, afirmou que o órgão entende as demandas exigidas pelo Sindicato e concorda de que há melhorias a serem feitas. O problema principal na redução de recursos destinados à Polícia Rodoviária Federal. “O orçamento de 2012 foi maior que a de 2013, que por sua vez foi maior do que a deste ano. Entendemos o desconforto e medidas já foram tomadas para amenizar a situação”, afirmou Rommel. 

Confira, abaixo, as porcentagens (resultado parcial) da pesquisa empreendida pelo SINPRF, nos postos em Pernambuco: 

 1 – 75% têm rachaduras;

2 – 75% têm infiltrações;

3 – 83% têm problemas elétricos;

4 – 33% têm problemas com viaturas;

5 – 100% têm problemas com pátios abarrotados, que servem de dormitórios de mosquitos, baratas, ratos e animais peçonhentos;

6 – 60% têm água com relevante presença de coliformes;

7 – 66% têm nível de ruído superior a 85dB;

8 – Não há problemas com armamentos;

Após uma vistoria, o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco (CRMV-PE) detectou diversas irregularidades no Centro de Vigilância Ambiental de Olinda (CEVAO), como as condições precárias que cerca de 40 cachorros vivem. 

O local foi notificado pela falta de inscrição no CRMV-PE, pela ausência de um responsável técnico e pela falta d’água no canil. Além disso, também não existe uma fossa para escoar as fezes e urinas dos animais. A sujeira na parte interna e externa do centro é grande, causando foco de insetos e outras pragas. 

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O CRMV-PE também constatou que os médicos veterinários que trabalham no local não possuem vestimenta adequada para o trabalho, como jalecos, máscaras e botas. As instalações elétricas do centro também estão precárias. Há muitos fios expostos. Na sala de procedimentos a equipe do conselho não encontrou água e foi verificado que a ventilação é insuficiente. 

Depois da visita, o CRMV-PE solicitou a prefeitura de Olinda e ao Ministério Público a interdição do local até que se estabeleça as condições mínimas de trabalho para os animais e os profissionais. 

 

O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco - Cremepe determinou a interdição do ambulatório do Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru. A medida foi tomada após a inspeção realizada neste mês, que constatou a precariedade das instalações e concluído que a unidade não tinha as condições mínimas para o funcionamento.  

Segundo o Cremepe, a sala de espera dos pacientes é minúscula e alguns consultórios não tem pia, sabonete líquido, papel toalha e negatoscópio. Além disso, não há uma sala específica para curativos, nem para limpeza e esterilização de materiais. As condições verificadas violam normas sanitárias básicas e indispensáveis ao funcionamento de ambulatórios.

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O Cremepe ainda confirmou que o prédio da unidade foi alugado pelo gestor do HRA, provisoriamente, em função da reforma que está em curso no antigo Hospital São Sebastião, onde o ambulatório irá funcionar após o término da obra, previsto para dezembro deste ano. O prédio ainda é compartilhado com um escritório de contabilidade que pertence ao seu proprietário.

A interdição será revista após medidas saneadoras que deverão ser adotadas pelos gestores do Hospital Regional do Agreste. A medida foi tomada através da resolução Nº06/2013 que entrou em vigor na última quinta-feira (29).

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