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A disputa pela prefeitura de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), ficou tensa após um vídeo de apoiadores do prefeito Bruno Pereira (MDB), candidato à reeleição, viralizar na internet. Nas imagens, um grupo de jovens aparece marchando e cantando, simulando um treinamento militar. A música faz alusão ao candidato adversário, o ex-deputado estadual Vinícius Labanca (PSB), com frases como “Vinícius Labanca no chão vai ficar”.

No vídeo, é possível ver um grupo de cerca de 20 jovens, vestidos de preto, marchando e cantando em resposta a um outro jovem, que trajado como militar, dava os comandos para a coreografia. As imagens teriam sido gravadas na última terça (16), durante encontro do prefeito com o Grupo Jovem de uma igreja. Na apresentação, rapazes e moças cantam: “Seu olhar de pavor nos enche de prazer; com Bruno na frente nós vamos ganhar; Vinícius Labanca no chão vai ficar”. 

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O candidato Labanca tomou conhecimento do vídeo através do Whatsapp. Em entrevista ao LeiaJá, ele se demonstrou indignado e preocupado com o teor das imagens. “Não só eu como todos da minha família ficamos impressionados, porque vimos um monte de jovens dizendo palavras de cunho de ódio, agressivas, eles gritam com muita raiva e muito ódio. Quando eles dizem ‘no chão’, isso dá uma conotação no mínimo estranha, como uma ameaça”.

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O ex-deputado contou que também tomou providências legais, procurando o Ministério Público e a Polícia para que pudessem averiguar o caso e tomar as devidas providências. Segundo Labanca, a mãe de um dos jovens que aparece no vídeo informou que o grupo estaria sendo pago para estar ali. “A gente não sabe se eles são de maior, de onde tá vindo esse dinheiro; então tem muita pergunta pra ser respondida”. 

Ainda de acordo com o candidato, a mãe do garoto teria compartilhado comentários no Facebook por não compactuar com tal comportamento, que ela desconhecia até assistir às imagens. Em prints enviados a essa reportagem, a mulher identificada como Eliude Gomes reprova o ocorrido. “Muita gente ali está querendo só uma oportunidade de emprego, meu filho chegou em casa todo feliz falando que tinha recebido uma proposta para fazer um apoio para eles ganharem um valor. Passei a estranhar o tipo de treinamento, isso tá parecendo um exército”. 

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Labanca afirmou que teme por sua segurança e a de sua família, e espera agora que os órgãos competentes tomem as devidas providências. "Quem me conhece sabe que eu nunca fiz política desse jeito, sempre prezei pelo diálogo e pela democracia. Ele (prefeito Bruno) estava presente e bateu continência. Aquilo não foi uma brincadeira de jovens somente, parece outra coisa. Imagina se um garoto desse faz uma agressão contra mim ou minha família? Então, é uma coisa muito séria, eu não tenho mais o que fazer, está nas mãos do Ministério Público e da Polícia". 

O Grupo Jovem de São Lourenço da Mata se defendeu das acusações através de vídeos enviados ao LeiaJá. Em um deles, Josenildo José, o rapaz que aparece fardado liderando o grupo nas primeiras imagens, explica a intenção dos jovens durante a apresentação ao prefeito. “Estão denegrindo minha imagem nas redes sociais acusando minha pessoa dizendo que estou treinando pessoas para o ato de terrorismo. Sou um camarada de família, trabalho e estou aqui pra fazer meu trabalho. A única frase da canção que eu compus, que a gente fez para encenar uma peça para o nosso prefeito foi ‘no chão vai ficar’, isso não significa ato de vandalismo ou um ato de ameaça, mas sim eu quis dizer que ele vai perder a eleição e o meu candidato vai ganhar”. 

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Também procurado por esta reportagem, o prefeito e candidato à reeleição em São Lourenço, Bruno Pereira, posicionou-se através do seu assessor de imprensa, Victor Moraes. Segundo ele, o vídeo diz respeito a uma “homenagem surpresa” feita pelos jovens ao gestor durante um evento e sendo assim desconhecia o seu teor. Ele disse, ainda, que o Grupo Jovem é composto por “pessoas de bem” que se dedicam ao trabalho social na cidade e que na próxima segunda (21) vão procurar uma delegacia para prestar queixa contra Labanca. “O que ele (Labanca) precisa fazer é respeitar as pessoas. São jovens de família, de uma determinada igreja. O pessoal faz essas apresentações e aí não teve nenhum tipo de ameaça. Ele não tem fato novo para apresentar e fica criando fatos para aparecer na mídia”, afirmou.

O assessor também negou que os integrantes do Grupo Jovem teriam sido contratados para prestar apoio ao prefeito. “Ele (Labanca) foi quem pagou a pessoa pra falar contra a gente já que ele está muito atrás nas pesquisas”.

Ainda de acordo com o assessor, o prefeito não vai tomar medidas legais contra o adversário, uma vez que esse deseja conduzir a campanha da maneira mais ‘democrática’ possível. “A gente está analisando junto ao jurídico, mas é porque a gente não entra nesse jogo, a nossa candidatura não quer judicializar a eleição a gente quer disputar de forma democrática”.

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