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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta segunda-feira (20) que a atual política brasileira de combate às drogas favorece a prisão de jovens negros, réus primários, com bons antecedentes. Para ele essas políticas apresentam "poucos resultados efetivos" no combate ao tráfico.

"Se tem uma política pública que não avança nada é prender menino pobre de periferia com pequenas quantidades de drogas, porque eles são repostos imediatamente [pelos traficantes]. Uma política de drogas eficiente deve ir atrás dos grandes carregamentos, do dinheiro e de policiamento de fronteira, e não prender menino pobre", afirmou.

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Barroso participou de um encontro com parlamentares da bancada negra da Câmara dos Deputados em função do Dia da Consciência Negra, celebrado hoje. O presidente do Supremo também destacou as conquistas do movimento negro e citou as decisões da Corte que validaram as cotas raciais nas universidades públicas.

  "Muito pouca gente consegue verbalizar no espaço público ser contra ações afirmativas. Hoje é um dia especial porque ele celebra alguns avanços que já foram conquistados", concluiu.

O Supremo tem cinco votos pela descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal. No entanto, o julgamento sobre a questão está suspenso desde agosto, quando o ministro André Mendonça pediu vista do processo que trata da questão. Não há data para retomada.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, abre nesta quinta-feira, 22, um simpósio virtual organizado pela Corte para discutir a atuação dos tribunais superiores mundo afora. No evento, o ministro vai defender a vanguarda do STF frente a casos sensíveis e à pandemia de Covid-19.

"Tendo em vista a emancipação constitucional brasileira, os valores que ela trás no seu bojo, o Supremo Tribunal Federal está a frente de várias outras Cortes no julgamento de casos que nós já decidimos que outras Cortes ainda sequer decidiram", disse Fux.

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Na mesma linha, o ministro afirmou que o julgamento de impasses relacionados às crises sanitária e econômica impostas pela disseminação do novo coronavírus prova a eficiência do Supremo Tribunal Federal. No webinar internacional, o STF lança o primeiro volume da série 'Case Law Compilation', com casos paradigmáticos no enfrentamento da pandemia da covid-19.

"Os problemas gerados pela pandemia, quer quanto a interferência nas atividades negociais, quer junto educação na volta das crianças às aulas, quer quanto a quem pode o quê no âmbito das unidades federadas, tudo isso é uma indagação que se caracteriza por ser global. E o Supremo Tribunal Federal , dando uma passo a frente, já teve a oportunidade de julgar todas essas questões", declarou.

O evento contará com a participação do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e de professores de universidades brasileiras como USP, UERJ e FGV, além de estrangeiras como Chicago, Texas, Oxford e Nova Gales do Sul. O objetivo é promover discussões atuais sobre Cortes Supremas, Governança Judicial, Democracia e novas tecnologias aplicadas ao Judiciário.

O webinar também marcará o lançamento de um conjunto de iniciativas visando à internacionalização do Supremo Tribunal Federal, com destaque para o alinhamento com a Agenda 2030 da ONU e a publicação de uma série de coletâneas internacionais contendo a jurisprudência da Corte traduzida para a língua inglesa.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, voltou a defender que magistrados e membros do Ministério Público sejam submetidos a uma 'quarentena' de pelo menos oito anos caso queiram abandonar as carreiras no Judiciário para disputar eleições.

Toffoli defendeu que o período de inelegibilidade servirá para evitar a 'utilização da magistratura e do poder imparcial do juiz para fazer demagogia, aparecer para a opinião pública e se fazer candidato'.

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"Quem quer ser candidato, seja como magistrado, seja como membro do Ministério Público, tem que deixar a magistratura, tem que deixar o Ministério Público, e tem que haver um período de inelegibilidade sim. (…) Eu já disse isso várias vezes a senadores da República não só nessa legislatura como em legislaturas anteriores", disse.

O ministro pediu que o Congresso Nacional aprove dispositivo para impedir candidaturas de magistrados antes do período de inelegibilidade que deve ser determinado por lei.

"A imprensa começa a incensar determinado magistrado e ele já se vê candidato a presidente da República sem nem conhecer o Brasil, sem nem conhecer o seu Estado, sem ter ideia do que é a vida pública. Quer ir para a política, pode ir, pode ir. Sai da magistratura, e tenha um período de inelegibilidade. E eu volto a pedir ao Congresso Nacional que estabeleça prazos de inelegibilidade para membros da magistratura e do Ministério Público que deixarem suas carreiras. Para que não possam magistrados e membros do Ministério Público fazer dos seus cargos e das suas altas e nobres funções meios de proselitismo e demagogia", disparou.

Toffoli não citou nomes, mas é forte a corrente de adeptos e apoiadores de Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato, que defendem seu nome na corrida ao Planalto em 2022. O próprio Moro nunca disse que pretende se candidatar à sucessão de Jair Bolsonaro (sem partido).

As declarações de Toffoli foram feitas em sessão extraordinária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta quarta-fera, 29, durante julgamento virtual que manteve proibição ao juiz Douglas de Melo Martins de participar de transmissões ao vivo com conotação político-partidária. O magistrado foi responsável por determinar o lockdown na região metropolitana de São Luís, no Maranhão, e após a sentença passou a participar de uma série de 'lives' com políticos na internet para discutir e comentar o tema objeto da decisão judicial.

Diante das aparições, o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, concedeu liminar para barrar as participações.

"Sem essa liminar, o juiz estava indo até em programa de receita de bolo, qualquer tipo de programa na televisão, para falar que ele tinha a solução dos problemas da pandemia no seu respectivo Estado. Com a devida vênia, isso não é função da magistratura", disparou Toffoli ao votar para corroborar a decisão do corregedor.

Em seu voto, o presidente do Supremo Tribunal Federal defendeu ainda que o Conselho Nacional de Justiça deve estar atento a magistrados que desrespeitem o dever de reserva no exercício das funções.

"Não se pode fechar os olhos a aparições públicas de magistrados que transmitam à sociedade a impressão de se revestirem de caráter político-partidário e, por via de consequência, de comprometimento da imparcialidade judicial", disse.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, quer ouvir a juíza responsável pelo processo sobre supostas irregularidades na construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais, sede do governo mineiro, antes de se manifestar sobre a suspensão do depoimento do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) no caso. O interrogatório está marcado para 6 de agosto.

Em despacho assinado na segunda, 27, Toffoli deu 48 horas para que a magistrada da Vara de Inquéritos Policiais da Comarca de Belo Horizonte se manifeste sobre as alegações da defesa do tucano, que diz não ter tido acesso aos depoimentos prestados pelos diretores da construtora OAS e da Santa Bárbara Engenharia. Os advogados sustentam que 'foi negado o acesso da defesa a elementos de provas utilizados no relatório final da autoridade policial'.

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De acordo com as delações, o então governador de Minas Gerais foi beneficiado em esquema de superfaturamento da obra e desvio de recursos públicos, cujo prejuízo é estimado pela Polícia Federal em R$ 747 milhões em valores atualizados.

Em maio, o tucano foi indiciado no caso por corrupção passiva e ativa, desvio de recursos públicos e falsidade ideológica.

O Supremo Tribunal Federal (STF) entra em recesso de 30 dias a partir desta segunda-feira (2). Com o período de férias dos ministros, previsto em lei, não haverá sessões das duas turmas da Corte e do plenário, mas as questões urgentes que chegarem ao STF serão julgadas pela presidente, ministra Cármen Lúcia, que atuará no plantão.

Em agosto, após o retorno dos trabalhos, já foram pautados diversos processos sobre temas polêmicos que aguardavam julgamento pela Corte. 

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No dia 30 de agosto, o STF deve julgar uma ação que trata da possibilidade de pais se recusarem a matricular seus filhos em escolas públicas ou privadas tradicionais e educá-los em casa. A prática, conhecida como homeschooling, não tem previsão na legislação.

O plenário também decidirá se referenda a liminar proferida nesta semana pelo ministro Ricardo Lewandowski, que impediu que o governo venda, sem autorização do Legislativo, o controle acionário de empresas públicas de economia mista, como a Petrobras e a Eletrobras, por exemplo.

O recurso no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende ganhar liberdade também pode ser julgado após o recesso, mas a data ainda não foi definida.

Na quinta-feira (28) à noite, o pedido foi liberado para julgamento em plenário pelo relator ministro Edson Fachin. A sessão de sexta-feira (29) foi a última antes de os ministros do STF iniciarem o recesso forense.

Eles só voltarão a se reunir em plenário em 8 de agosto. Durante a sessão, Cármen Lúcia disse que não pautaria o pedido de Lula por orientação de Fachin.

A partir do dia 12 de setembro, Cármen Lúcia deixará a presidência da Corte, após dois anos no cargo, que será ocupado pelo ministro Dias Toffoli. O mandato de presidente da Corte é improrrogável. 

Pela segunda vez na história do Brasil, uma mulher presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) assume interinamente a Presidência da República. Cármen Lúcia ocupará o posto hoje (13), assim que o presidente Michel Temer deixar o espaço aéreo brasileiro, na viagem que fará a Lima, no Peru, para participar da 8ª Cúpula das Américas. 

A primeira presidente do STF a assumir o cargo foi a ministra Ellen Gracie (aposentada), em maio de 2006, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou à Argentina acompanhado das três autoridades que, na época, estavam em sua linha sucessória: o vice-presidente José Alencar; os então presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (SD-SP), e do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL).

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Como desde a posse de Temer, após o impeachment de Dilma Rousseff, o Brasil não tem vice, caberia ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumir o cargo. Mas tanto Maia quanto o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), poderiam se tornar inelegíveis para as próximas eleições caso assumissem. Diante disso, eles optaram por sair do país até o retorno de Temer. Maia viaja para o Panamá e Eunício para o Japão.

Ainda não está definido se Cármen Lúcia cumprirá a agenda no cargo de presidente da República despachando do STF ou do Planalto. Estão previstas reuniões com a advogada-geral da União, Grace Mendonça, às 13h; com o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, às 13h30; com o presidente da Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas, José Hélio Fernandes, às 15h; e com o governador de Rondônia, Daniel Pereira, às 15h30.

Às 16h, Cármen Lúcia receberá a antropóloga Débora Diniz, com quem tratará de alguns projetos em tramitação no Congresso. Às 18h, vai se reunir com o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Jayme de Oliveira.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta quarta-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de ação penal contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele disse que o parlamentar usou o cargo para receber US$ 5 milhões em propina. A pedido de Janot, o Supremo julga hoje denúncia apresentada pelo procurador contra o parlamentar e a prefeita de Rio Bonito (RJ) e ex-deputada federal, Solange Almeida.

Segundo Janot, o parlamentar recebeu US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de dois navios-sonda do estaleiro Samsung Heavy Industries, em 2006 e 2007. O negócio teria sido feito sem licitação e com a intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e o ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró.

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O caso foi descoberto a partir do acordo de delação premiada firmado por Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal e um dos delatores do esquema de desvios na Petrobrás. Ele também teria participado do negócio e recebido US$ 40,3 milhões da Samsung Heavy Industries para efetivar a contratação, segundo a denúncia.

De acordo com Janot, “tudo ia bem na propinolândia” até que o contrato para contratação das sondas foi suspenso por um problema jurídico. Para o procurador, a partir daí, Fernando Soares passou atuar em nome de Cunha para pressionar Júlio Camargo para que o pagamento de propina fosse retomado.

Propina

Segundo a acusação, Solange Almeida, em 2011, quando era deputada federal, atuou em favor de Cunha e apresentou requerimentos à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para pressionar Camargo, que parou de pagar as parcelas da propina. De acordo com Janot, não há dúvida de que Cunha foi o verdadeiro autor dos requerimentos.

“Portanto, o que se pode afirmar é que houve pagamento de propina nas sondas, o deputado e a deputada ambos utilizaram o cargo para pressionar e forçar o pagamento de propina. O deputado Eduardo Cunha recebeu, no mínimo, US$ 5 milhões e eles indicaram a forma de lavagem do dinheiro”, disse Janot.

Para o procurador, as suspeitas de irregularidades nos contratos de duas sondas foram de aproximadamente R$ 1 bilhão, valor que é maior que o orçamento o Ministério Público da União (MPU). Janot também defendeu as investigações da Operação Lava Jato e disse que nenhuma prova foi ocultada das defesas e que a denúncia contra Cunha não se assentou somente nos depoimentos de delação premiada.

Estudante de escola pública, filho de um Pedreiro com uma dona de casa, o ministro Joaquim Benedito Barbosa Gomes é o primeiro negro a assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) e irá comanda o tribunal nos próximos dois anos.

A cerimônia de posse está marcada para acontecer nesta quinta-feira (22), às 15h e contará com a presença da presidenta Dilma Roussef (PT), o presidente do senado, José Sarney (PMDB) e da Câmara, Marco Maia, além de outras personalidades convidadas pelo ministro. Na lista consta mais de 2 mil nomes incluíndo o dos atores Lázaro Ramos e Taís Araújo.

Joaquim Barbosa nasceu na cidade de Paracatu localizada no estado de Minas Gerais e é o primogênito de uma família de oito filhos. Aos 16 anos foi para Brasília, onde começou a trabalhar na gráfica do Jornal Correio Braziliense. Após terminar o segundo grau na rede pública de ensino entrou para o curso de direito na Universidade de Brasília.

Já foi oficial da Chancelaria do Ministério das relações Exteriores de 1976 a 1979 e advogou entre os anos de 79 e 84 para a maior empresa pública em tecnologia da informação da América Latina, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Após ser aprovado no concurso de procurador da República decidiu se licenciar do cargo e ir estudar seu doutorado em Direito Público na Universidade de Paris. 

Ao voltar para o Brasil se torna professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e há dez anos ocupa o cargo de Ministro do STF. Suas opiniões sempre geraram polêmicas por defender abertamente a legalização do aborto e ser contra o arquivamento de inquéritos administrativos ou policiais. Joaquim também defende a transferência de competência para julgar processos de trabalho escravo pela Justiça Federal.

O ministro tem sobre sua relatoria 13.193 processos. Em 2006 assumiu a relatoria do processo do mensalão e tomou posse como vice presidente do STF no dia 6 de maio de 2008. Barbosa é Favorável à tese de que políticos condenados em primeira instância teriam a candidatura anulada, mas teve o seu voto vencido no caso da Leia da Ficha Limpa.

Além de ser um especialista em Direito do Estado, Joaquim fala fluentemente o Francês, Inglês, Alemão e Espanhol. Joaquim também troca piano e violino desde os 16 anos de idade e foi indicado para o STF em 2003 pelo ex presidente Lula (PT).

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