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O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira (14), na abertura de uma grande coletiva de imprensa, que a Rússia confia que pode "avançar", apesar das sanções econômicas e do conflito na Ucrânia, onde afirma que a ofensiva chegará ao fim apenas quando Moscou alcançar seus "objetivos".

Durante uma grande coletiva de imprensa para fazer um balanço do ano, o presidente russo se mostrou convencido de que o tempo estará a seu favor na Ucrânia em 2024 e de que os reveses sofridos por seu Exército ficaram no passado.

Este evento foi anulado no ano passado, quando as tropas russas sofreram reveses e a economia se ressentiu pelas sanções das potências ocidentais.

Quase dois anos depois do início da ofensiva iniciada em fevereiro de 2022, Putin expressou, no entanto, sua satisfação com as operações lançadas pelo Exército russo desde o fim da fracassada contraofensiva dos ucranianos.

"Em quase todas as linhas de frente, nossas Forças Armadas melhoram suas posições. Quase todas estão em fase ativa", declarou.

Putin, de 71 anos e que foi eleito presidente da Rússia pela primeira vez em 2000, compareceu com um semblante relaxado. Na semana passada, anunciou sua intenção de se apresentar para um novo mandato em março de 2024, com o qual pode permanecer no Kremlin até pelo menos 2030.

- Firme em seus objetivos -

O presidente reafirmou que seus objetivos no país vizinho continuam os mesmos: "a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia e seu 'status' de neutralidade".

"Haverá paz, quando alcançarmos nossos objetivos", afirmou, insistindo em que a solução "será negociada, ou obtida com a força".

Também garantiu que não há planos para uma nova mobilização militar na Rússia, após a que foi feita no outono de 2022. "Atualmente não é necessário", considerou.

Pouco depois, indicou que 617.000 soldados se encontram hoje "na zona de hostilidade", mas não revelou as baixas desde o início da ofensiva em 24 de fevereiro de 2022. O governo americano estima que haja cerca de 315.000 soldados russos feridos, ou mortos.

Questionado sobre a resistência da economia às sanções, Putin disse que há uma "margem de segurança suficiente", graças à "forte consolidação da sociedade russa", à "estabilidade do sistema financeiro e econômico do país" e ao "aumento das capacidades militares" de Moscou.

Esta margem é "suficiente não apenas para sentir confiança, mas também para avançar", assegurou.

Ele disse que espera um crescimento do PIB de 3,5% este ano. "Isto significa que estamos em dia e demos um grande passo à frente", afirmou.

Moscou continua vendendo seus hidrocarbonetos, gerando receita suficiente para financiar o esforço bélico e centralizar a economia na produção de armas e munições.

- Pressão militar na Ucrânia -

No "front", a contraofensiva ucraniana lançada em junho fracassou, e as forças de Moscou retomaram a liderança, ganhando terreno nas últimas semanas.

Apenas na noite de quarta-feira, o Exército russo lançou 42 drones contra o sul da Ucrânia. Kiev afirmou que derrubou 41 deles, mas a magnitude do ataque ilustra a crescente pressão militar de Moscou.

O Exército ucraniano lançou nove drones contra a Rússia, que afirmou que todos foram derrubados.

Vladimir Putin comparou a situação na Ucrânia com a guerra entre Hamas e Israel.

"Vejam a operação militar especial e vejam o que está ocorrendo em Gaza e verão a diferença. Não há nada parecido na Ucrânia", assegurou.

"O que acontece [em Gaza] é uma catástrofe", afirmou.

Apesar das tentativas do Ocidente de isolá-lo, o presidente russo iniciou seu retorno ao cenário internacional com recentes viagens aos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, onde foi recebido com honrarias, apesar da ordem de prisão contra ele determinada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

O presidente russo, Vladimir Putin, visitará os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita na quarta-feira (6) antes de receber o presidente iraniano em Moscou na quinta (7), continuando seu retorno ao cenário internacional, apesar das tentativas ocidentais de isolá-lo desde a ofensiva na Ucrânia.

Considerado um pária pelos países ocidentais e alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional pela "deportação" de crianças ucranianas, Putin decidiu reservar uma de suas poucas viagens ao exterior a seus aliados mais próximos.

"As visitas de trabalho do presidente Putin aos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita acontecerão amanhã (quarta-feira). Tudo acontecerá em apenas um dia", afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

Putin esteve ausente nas últimas grandes reuniões internacionais: a cúpula do G20 na Índia em setembro e a dos países do Brics na África do Sul, em agosto. Ele explicou que evitou essas reuniões para não "causar um problema" aos organizadores.

Segundo o Kremlin, Putin se reunirá com o presidente Mohamed bin Zayed al-Nahyan nos Emirados para discutir questões de cooperação e a situação no Oriente Médio.

Em Riade, será recebido pelo príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, para falar sobre comércio, investimentos e política internacional.

Peskov confirmou que o presidente russo abordará o conflito israelense-palestino, assim como as reduções na produção de petróleo no marco da aliança Opep+, da qual a Rússia faz parte.

Putin criticou Israel desde o início da guerra com o Hamas, denunciou a "catástrofe" humanitária em Gaza e pediu a criação de um Estado palestino.

Depois de sua visita ao Oriente Médio, Vladimir Putin receberá o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, na Rússia na quinta-feira.

"Haverá negociações russo-iranianas em 7 de dezembro", disse o porta-voz do Kremlin.

Segundo a agência de notícias oficial iraniana Irna, eles discutirão "a situação em Gaza" e outros assuntos.

Os países ocidentais acusam o Irã de participar no esforço bélico russo ao fornecer grandes quantidades de drones explosivos Shahed e outras armas, que a Rússia utiliza em sua campanha de bombardeios em cidades ucranianas.

O presidente russo, Vladimir Putin, aceitou um convite do líder Kim Jong Un para visitar a Coreia do Norte, informou nesta quinta-feira (14) a agência de notícias estatal KCNA.

Após uma reunião realizada na véspera na Rússia, "Kim Jong Un convidou Putin para visitar a Coreia do Norte quando for conveniente", divulgou a KCNA. "Putin aceitou o convite com prazer e reafirmou sua vontade de avançar com a história e tradição de amizade entre os dois países", acrescentou.

Kim disse nesta quarta-feira a Putin que está certo de que a Rússia irá alcançar "uma grande vitória" contra os seus inimigos, enquanto os aliados ocidentais da Ucrânia alertaram para um possível acordo armamentista entre a Rússia e a Coreia do Norte.

A Rússia tornou-se um pária para o Ocidente após invadir a Ucrânia no ano passado, e busca fortalecer suas alianças com outros países isolados.

O Ocidente pretende "dividir" a Rússia na Ucrânia, afirmou neste domingo (25) o presidente russo, Vladimir Putin, após mais de 10 meses de ofensiva militar no país vizinho.

"Tudo se baseia na política dos nossos adversários geopolíticos, que pretendem dividir a Rússia, a Rússia histórica", denunciou em uma entrevista que teve um trecho divulgado por um canal de televisão do país.

"Nosso objetivo é outro: unir o povo russo", acrescentou.

Putin utiliza o conceito de "Rússia histórica" para argumentar que ucranianos e russos são apenas um povo, um discurso que afeta a soberania de Kiev e justifica a ofensiva na Ucrânia.

"Estamos agindo na direção correta, estamos protegendo nossos interesses nacionais, os interesses de nossos cidadãos, de nosso povo", declarou Putin.

O chefe de Estado russo insistiu que Moscou está "disposto a negociar com todos os participantes no processo (para encontrar) uma solução aceitável" ao conflito.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, viajou na quarta-feira a Washington, onde recebeu a promessa de apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, incluindo o fornecimento do sistema de defesa antiaérea mais avançado do Pentágono.

"Claro que o destruiremos, 100%", afirmou Putin, em referência à bateria de mísseis Patriot prometida a Zelensky.

O presidente russo Vladimir Putin não comparecerá ao funeral no sábado do último dirigente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, que faleceu aos 91 anos, informou o porta-voz do Kremlin.

"Sabemos que a cerimônia principal acontecerá em 3 de setembro, assim como o funeral, mas a agende do presidente não permitirá sua presença", declarou Dmitri Peskov.

O porta-voz informou que Putin visitou o hospital moscovita onde Gorbachev faleceu para "depositar flores em seu caixão".

Peskov declarou que haverá "elementos de um funeral nacional" durante o enterro de Gorbachev, como por exemplo uma "guarda de honra", e que a cerimônia será organizada "com a ajuda do Estado

O último dirigente da União Soviética faleceu na terça-feira (30) à noite aos 91 anos, depois de lutar contra uma longa e grave doença.

Gorbachev permaneceu no poder entre 1985 e 1991. A União Soviética chegou ao fim durante seu mandato, enquanto ele tentava salvar o país com reformas democráticas e econômicas.

O presidente russo, Vladimir Putin, acusou a Ucrânia de "adiar" as negociações para acabar com o conflito e afirmou que as autoridades do país apresentam pedidos "que não são realistas", durante uma conversa com o chanceler alemão, Olaf Scholz.

"O regime de Kiev busca por todos os meios adiar o processo de negociações, apresentando propostas que não são realistas", afirmou o Kremlin em um comunicado que resume a conversa entre os dois governantes.

Dmitri Peskov, porta-voz da presidência russa, afirmou à imprensa que a conversa entre os dois foi "dura".

Também acrescentou que o presidente russo conversará com o chefe de Estado russo, Emmanuel Macron, durante a tarde de sexta-feira.

Peskov considerou prematuro falar sobre o acordo que os dois países podem alcançar. "Posso dizer que a delegação russa está mostrando vontade de trabalhar muito mais rápido do que está acontecendo neste momento (...) Infelizmente, a delegação ucraniana não está preparada para acelerar as negociações", disse.

A Rússia deseja negociar com a Ucrânia um status de neutralidade e desmilitarização.

As autoridades ucranianas, sem mencionar a neutralidade mas assumindo que não poderão aderir à Otan, exigiram a escolha de países como 'fiadores' de sua segurança, responsável por sua defesa militar em caso de agressão.

A Ucrânia também exige a retirada das forças russas e o respeito de sua integridade territorial. A Rússia já reconheceu a independência de duas regiões separatistas do leste da Ucrânia e anexou a Crimeia há oito anos.

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou nesta sexta-feira (11) que seu Exército facilite o envio de combatentes "voluntários", incluindo sírios, para a Ucrânia.

Segundo o presidente, a medida seria uma resposta à chegada ao país vizinho de "mercenários" de países ocidentais.

"Se vocês virem pessoas que queiram ir voluntariamente, e não por dinheiro, para ajudar as pessoas que vivem no Donbass (leste da Ucrânia), vocês têm que abordá-las e facilitar para elas a forma de chegar à zona de combate", disse Putin, respondendo a uma proposta de seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu.

De acordo com o presidente, isso se justifica, porque "os sócios ocidentais do regime ucraniano nem sequer se escondem" e reúnem abertamente "mercenários de todo mundo para enviá-los para a Ucrânia".

O ministro Shoigu "disse, acima de tudo, que a maioria dos que querem e pediram (para ir combater) são cidadãos de países do Oriente Médio, são sírios", especificou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

A Ucrânia anunciou a criação de uma legião de estrangeiros voluntários integrada às suas Forças Armadas para combater os militares russos em seu território.

Há anos, a Rússia é acusada de recorrer a paramilitares privados, como os do nebuloso grupo Wagner, e de implantá-los em territórios de conflito como a Síria, a República Centro-Africana, ou o Mali.

O governo russo também é acusada de ter formado, desta maneira, a rebelião separatista armada pró-Moscou no Donbass ucraniano em 2014.

Putin disse ainda ao ministro Sergei Shoigu que apoia sua ideia de fornecer às forças separatistas do leste o armamento apreendido da Ucrânia, "especialmente o que for de fabricação ocidental".

Além disso, o presidente pediu a seu ministro da Defesa que lhe proponha destacamentos militares na fronteira ocidental da Rússia, em resposta à movimentação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Europa Oriental.

"Em relação ao reforço das nossas fronteiras ocidentais, devido às ações tomadas pelos países da Otan [...], isso precisa ser estudado. Peço-lhe que me prepare um relatório", disse Putin ao ministro Shoigu, durante uma reunião televisionada de seu Conselho de Segurança.

Os países da Otan mobilizaram milhares de militares na Europa Central e Oriental em reação à intervenção militar da Rússia na Ucrânia, enquanto a Rússia exige exatamente o oposto: a retirada da Aliança Transatlântica.

Entre os países-membros da Otan, Polônia e três Estados bálticos fazem fronteira com a Rússia. A Ucrânia é, por sua vez, limítrofe com outros Estados-Membros: Hungria, Romênia e Eslováquia.

Uma das justificativas russas para a ofensiva na Ucrânia é o temor de que este país se junte à Aliança Atlântica, cujas ampliações sucessivas foram percebidas por Moscou como uma ameaça existencial.

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu a seus concidadãos, nesta quinta-feira (16), que mostrem "patriotismo" durante as eleições legislativas marcadas para esta semana, marcada pela ausência dos principais adversários do Kremlin.

"Conto com seu senso cívico de responsabilidade, sensatez e patriotismo, com sua preocupação em eleger deputados que trabalhem para o bem e o nome da nossa Rússia querida", declarou Putin em um vídeo publicado no portal do Kremlin na madrugada desta quinta.

Putin fez o apelo no momento em que se encontra fisicamente isolado, após a detecção de dezenas de casos de Covid-19 em seu entorno. Esta situação ilustra as dificuldades da Rússia em controlar a pandemia em meio a uma complicada campanha de vacinação.

Devido a sua quarentena, seu porta-voz, Dmitri Peskov, considerou possível que o presidente use o sistema de votação eletrônica, em vez de ir votar presencialmente.

O breve discurso do presidente Putin foi divulgado poucas horas antes do início das eleições legislativas que ocorrerão de 17 a 19 de setembro.

As primeiras seções eleitorais abrem em Kamchatka, no Extremo-Oriente, às 17h de hoje (horário de Brasília). Os resultados devem começar a ser divulgados a partir das 15h de domingo (também horário de Brasília).

Quase 108 milhões de russos são esperados nas urnas para eleger os 450 deputados à Câmara Baixa do Parlamento. Metade dos congressistas é designada segundo votação proporcional das listas, e a outra metade, segundo o modo majoritário uninominal.

- 'Voto inteligente'

As eleições para a Duma (parlamento), que devem resultar em uma fácil vitória do partido da situação, o Rússia Unida, acontecem após uma repressão histórica que levou à prisão, ou ao exílio, dos mais proeminentes opositores do Kremlin.

É o caso, por exemplo, do principal inimigo de Putin, Alexei Navalny, que está preso. Seu movimento foi declarado proibido por "extremismo".

Nesta quinta, o poderoso Comitê de Inquérito russo anunciou que abriu uma investigação contra 11 pessoas. Elas são acusadas de convocarem, via Telegram, "distúrbios massivos" durante as eleições. Todas terão sua prisão preventiva solicitada.

Ontem, Navalny voltou a convocar os eleitores a fazerem uma "votação inteligente", apoiando o candidato mais bem posicionado em cada distrito e, com isso, colocar o da Rússia Unida em dificuldades.

"Desde 2003, ou seja, há quase 20 anos, nenhum candidato independente conseguiu uma vitória nas eleições para a Duma", lembrou Navalny, em mensagem publicada nas redes sociais na quarta (15).

Impopular, arranhado por escândalos de corrupção e em meio à queda do poder aquisitivo da população, o Rússia Unida teria menos de 30% de acordo com as pesquisas. Hoje, controla o Parlamento e apoia sem hesitar as políticas do Kremlin.

Ainda muito popular, Putin fez campanha por seu partido, à sua maneira, anunciando uma ajuda financeira excepcional para 42 milhões de aposentados, um eleitorado crucial, a poucas semanas das eleições.

Junto com isso, as autoridades russas multiplicaram os esforços para limitar o impacto do "voto inteligente" de Navalny, classificando-o como uma forma de "extremismo" e de exemplo da ingerência ocidental nas eleições.

- Contra os gigantes tecnológicos dos EUA

Moscou acusa, em especial, os gigantes americanos da Internet de se intrometerem nos assuntos russos, ao se recusarem a remover conteúdo considerado ilegal pelo governo.

Representantes da Apple e do Google foram convocados para comparecerem, nesta quinta-feira, a uma comissão da Câmara Alta do Parlamento, o Conselho da Federação. Eles terão de explicar por que não suprimiram o aplicativo "Navalny" de suas plataformas.

Twitter, Facebook e Telegram foram multados várias vezes nos últimos meses por se recusarem a deletar postagens, ou por não moderarem "adequadamente" seu conteúdo.

Na semana passada, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, denunciou "a recusa de toda uma série de plataformas de linha ocidental em suprimir conteúdo proibido".

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu nesta sexta-feira (4) a seus cidadãos que se vacinem contra a Covid-19 com produtos desenvolvidos na Rússia e convidou estrangeiros a se imunizarem em seu país.

"Quero pedir aos nossos cidadãos que aproveitem esta oportunidade" para serem vacinados gratuitamente, disse o presidente russo no Fórum Econômico de São Petersburgo (SPIEF), e ordenou que seu governo trabalhe "na organização das condições para a vacinação paga de estrangeiros em nosso país".

"A vacina russa é reconhecida como a mais segura", disse Putin, explicando que até agora apenas 10% da população mundial foi vacinada, enquanto "centenas de milhões de pessoas não têm acesso às vacinas".

"Enquanto não tivermos amplo acesso às vacinas (...) em todos os continentes, o risco da pandemia não desaparecerá", acrescentou.

O presidente russo pediu repetidamente aos seus concidadãos que se vacinem, embora o ritmo ainda seja muito lento devido à desconfiança da população.

De acordo com uma pesquisa realizada em abril pelo instituto independente Levada, mais de 60% dos russos não pretendem se vacinar, apesar de o número de novas infecções não ter diminuído por várias semanas.

A Rússia é um dos países mais afetados pela pandemia. De acordo com a agência de estatísticas Rosstat, no final de março cerca de 250.000 pessoas morreram em decorrência da pandemia, mais do que o dobro das reconhecidas pelo governo.

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou nesta quarta-feira (13) que a campanha de vacinação em massa contra o coronavírus comece na próxima semana, chamando a Sputnik V, o nome de sua vacina, de "a melhor do mundo".

"Peço para começar a vacinação em massa de toda a população a partir da próxima semana", disse Putin em uma reunião governamental por videoconferência.

Em dezembro, a Rússia começou a vacinar segmentos prioritários da população, especialmente os idosos, profissionais da saúde e da educação, expandindo gradualmente a imunização para mais cidadãos.

De acordo com o Fundo Soberano da Rússia (RDIF), que financia a Sputnik V, mais de um milhão de pessoas na Rússia já foram vacinadas.

O país foi o primeiro no mundo a aprovar uma vacina contra o coronavírus, o que provocou críticas internacionais porque o anúncio foi considerado prematuro e nem todas as etapas necessárias haviam sido realizadas.

"A vacina russa, e isso está claro e os fatos confirmam, é a melhor do mundo, acredito", disse Putin, elogiando acima de tudo as condições de armazenamento e transporte, que "não exigem demandas extremas".

"É muito mais simples e eficaz", opinou, comparando-a a outras vacinas ocidentais.

A vice-primeira-ministra russa Tatiana Golikova, responsável pela saúde, disse que tudo está pronto para iniciar uma vacinação em massa a partir de segunda-feira.

A Rússia enfrenta uma forte segunda onda do coronavírus, mas as autoridades se recusam a decretar um confinamento nacional.

O presidente russo, Vladimir Putin, conversou com a chanceler alemã, Angela Merkel, sobre a possibilidade de uma "produção conjunta de vacinas" contra o coronavírus - anunciou o Kremlin nesta terça-feira (5).

Em uma conversa por telefone, Merkel e Putin discutiram "questões de cooperação na luta contra a pandemia do coronavírus" e se abordou "possíveis perspectivas para a produção conjunta de vacinas", segundo um comunicado do Kremlin.

"Decidiu-se continuar conversando sobre o tema entre os ministérios da Saúde e outras estruturas especializadas dos dois países", acrescentou o Kremlin.

A vacina russa Sputnik V foi recebida com ceticismo pela comunidade internacional, que a considerou prematura. Até agora, um milhão de pessoas foram vacinadas na Rússia.

Carregamentos deste imunizante foram enviados para Argentina, Belarus e Sérvia. Outros países, como Venezuela, México e Bolívia, encomendaram doses da vacina Sputnik V.

As autoridades russas reconhecem que não têm os meios para uma produção em larga escala. Com isso, a Índia ajudará na produção de 100 milhões de doses, e acordos nesse sentido foram firmados acordos com Brasil, China e Coreia do Sul.

Alguns analistas acreditam que a vacina Sputnik V seja uma ferramenta geopolítica para aprofundar a influência russa em certas partes do mundo.

Já a Alemanha passou a vacinar sua população com o fármaco produzido pelos laboratórios americano Pfizer e alemão BioNTech.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (17) que espera resolver com o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, os problemas entre os dois países, cujas relações são conflituosas.

"Esperamos que todos os problemas que surjam, ou talvez não todos, mas pelo menos parte deles, sejam resolvidos sob o novo governo dos Estados Unidos", disse Putin em sua tradicional entrevista coletiva de fim de ano.

Putin foi um dos poucos líderes que esperaram o voto do Colégio Eleitoral dos EUA a favor de Biden para parabenizá-lo na terça-feira (15). Citou a incerteza sobre o resultado da eleição de 4 de novembro causada pela recusa de Donald Trump de reconhecer a derrota e por ações judiciais.

Biden se comprometeu a se manter firme ante Moscou, acusada de ter interferido no sistema eleitoral americano para ajudar Trump a vencer a eleição de 2016 contra a democrata Hillary Clinton.

Trump sempre negou ter-se beneficiado de ajuda russa, acusação também rejeitada por Putin, apesar das conclusões de investigadores americanos que levaram à imposição de sanções a Moscou.

Ontem, o presidente russo voltou a rejeitar que tenha havido qualquer interferência, por parte de Moscou, nas eleições americanas.

"São especulações, cujo objetivo é deteriorar as relações entre Rússia e Estados Unidos e também para que não se reconheça a legitimidade daquele que continua sendo o presidente dos Estados Unidos", disse ele, em referência a Donald Trump.

O presidente russo Vladimir Putin pediu, neste domingo (27), o fim dos confrontos mortais entre separatistas, apoiados pela Armênia, e as forças do Azerbaijão, na região de Nagorno-Karabakh.

"É importante fazer o possível para evitar uma escalada no confronto, mas o principal é dar um fim às hostilidades", disse Putin, citado em um comunicado do Kremlin após uma conversa telefônica com o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan. "A parte russa expressou sua séria preocupação em relação à retomada dos combates em grande escala", acrescentou o breve comunicado.

Ao menos 16 militares separatistas armênios morreram nesses confrontos e mais de 100 ficaram feridos, segundo o Ministério da Defesa de Nagorno-Karabakh, nos piores combates na região desde 2016. Ambas as partes relataram igualmente perdas civis, sem especificar o balanço até o momento.

Um conflito maior entre Armênia e Azerbaijão poderia gerar a intervenção de potências rivais na região, como Rússia e Turquia. O conflito de Nagorno-Karabakh, região separatista do Azerbaijão de maioria armênia e que conta com o apoio de Erevã, alimenta as tensões regionais existentes há trinta anos.

Nos últimos anos, Baku aproveitou suas reservas de petróleo para gastar amplamente em materiais de armamento e conta com o apoio da Turquia. A Armênia, muito mais pobre, é próxima da Rússia, que tem uma base militar no país. Pertence a uma aliança político-militar liderad por Moscou, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva. A Rússia, que se posiciona como árbitro regional, entrega armas aos dois países.

O presidente russo Vladimir Putin ordenou o fim, a partir de terça-feira (12), do período de desemprego parcial, em vigor desde o final de março para facilitar a implementação do confinamento, dando o sinal de uma saída gradual e de região por região das restrições.

"A partir de amanhã, 12 de maio, termina o período de desemprego parcial em vigor em todo país e em todos os setores da economia. Mas a luta contra a epidemia (do novo coronavírus) não terminou. O perigo continua", declarou Putin em comentários transmitidos na televisão.

Nas últimas 24 horas, o país registrou mais de 11.000 novas infecções. Diante deste quadro, o anúncio não significa, portanto, o fim do confinamento de todos os russos.

A cidade de Moscou, em particular, o principal foco epidêmico, permanece confinada pelo menos até 31 de maio.

Caberá a cada região, portanto, com base em análises científicas, decidir quais restrições serão levantadas e quando.

"Nosso país é grande, as situações epidemiológicas diferem (...). Não podemos operar com o mesmo modelo em todo o lugar", ressaltou Putin.

Ele ordenou, porém, a reabertura dos negócios, enquanto a economia russa, como em outras partes do mundo, sofre os efeitos do confinamento e também da queda nos preços do petróleo.

"A partir de 12 de maio, sempre que possível, deverão ser criadas condições para a retomada das atividades nos setores básicos da economia: construção civil, indústria, agricultura, telecomunicações, extração de matéria-prima", afirmou.

Putin também anunciou uma série de ajudas financeiras para famílias e empresas, especialmente por meio de isenções de impostos.

Por fim, o presidente estimou que a Rússia havia conseguido evitar o pior, graças ao confinamento e à cessação das atividades, decretada com a manutenção dos salários.

"A experiência em outras partes do mundo mostrou que os sistemas de saúde sobrecarregados têm sido a principal causa de alta mortalidade", afirmou.

"Mas, repito, estamos prontos agora", acrescentou o presidente russo, assegurando que o número de leitos hospitalares adaptados aos pacientes com COVID-19 aumentou de 29 mil para 130 mil desde março.

Ele também insistiu na política de realização de testes em massa conduzida na Rússia. Segundo Putin, isso permite detectar casos leves e assintomáticos de coronavírus, permitindo o tratamento rápido dos pacientes e isolando-os.

Essa abordagem, com 5,6 milhões de testes até o momento, explica, de acordo com as autoridades, a baixa mortalidade na Rússia.

Oficialmente, o país contabiliza 221.344 casos de contágio desde o início da crise, incluindo 11.656 nas últimas 24 horas. A mortalidade oficial permanece relativamente baixa, no entanto, com 2.009 vítimas. Críticos do governo consideram este total subestimado.

O presidente russo, Vladimir Putin, começou a preparar seu futuro político, ao anunciar um novo governo e reformas constitucionais - disseram analistas e membros da oposição nesta quinta-feira (16), lembrando que o atual marco legal o obriga a deixar o Kremlin em 2024.

- Qual futuro para Putin? -

Putin disse que decidiu rever o superpresidencialismo russo, prometendo reduzir as prerrogativas do chefe de Estado e aumentar as do Parlamento. A Casa designará o primeiro-ministro.

Os especialistas dizem que ele quer restringir os poderes presidenciais em coincidência com sua saída do Kremlin, enquanto se prepara para um novo cargo.

"Acredito que Putin continuará sendo a figura principal na Rússia, como foi durante 20 anos", afirma a especialista russa Maria Lipman.

Alguns o imaginam como o árbitro supremo, como fez Nursultan Nazarbayev no Cazaquistão, ao se tornar em 2019 uma espécie de "pai da Nação", deixando a Presidência para um herdeiro obediente.

Putin pode, por exemplo, manter-se como chefe do Conselho de Estado - um corpo político reforçado por sua reforma constitucional -, assim como do poderoso Conselho de Segurança.

Mas também poderá encarar algo completamente diferente.

"Vemos certas peças do quebra-cabeças. Há algumas que vemos, e outras que nunca veremos. Mas há um plano, e está na mente de Putin", afirmou Lipman.

- Por que agora? -

Apesar de uma popularidade de cerca de 70%, o presidente russo sabe que a erosão ameaça seu poder, após 20 anos de exercício.

Uma "demanda por mudança surgiu, claramente, dentro da sociedade", declarou ontem em seu discurso diante da elite política russa.

Símbolo dessa insatisfação, Moscou foi palco, durante o verão de 2019, do maior movimento de protesto russo desde o retorno de Putin ao Kremlin em 2012. Ele havia deixado o cargo provisoriamente para ser primeiro-ministro, devido à limitação de mandatos presidenciais.

Em setembro de 2019, o partido pró-Putin Rússia Unida era tão impopular que seus candidatos nas eleições locais em Moscou se apresentaram sob outras legendas.

Em 2021, estão programadas eleições legislativas. Segundo as pesquisas, o Rússia Unida tem o apoio de um terço dos eleitores, bem longe dos 54% obtidos em 2016.

- Que papel terá o primeiro-ministro? -

Devido a uma qualidade de vida em queda, o leal premiê Dmitri Medvedev, no cargo por oito anos, viu sua popularidade se estancar entre 30% e 38%.

A nomeação de outro chefe de governo significa, portanto, um novo começo. E Mikhail Mishustin, chefe do Serviço de Impostos Federais, é, certamente, um desconhecido, mas não um novato.

Aos 53 anos, ele é considerado um funcionário particularmente competente e defensor da digitalização. Foi capaz de transformar a Receita Federal, que deixou de ser uma burocracia obsoleta e corrupta e agora é um órgão eficiente e temido.

Além disso, com este perfil mais tecnocrático do que político, não aparece como um possível sucessor e ainda menos como um rival.

"Sua indicação como primeiro-ministro aponta para uma chefia de governo baseada na eficiência e centrada na agenda nacional", tuitou o diretor do Carnegie Center em Moscou, Dmitri Trenin.

A razão desta prioridade para o setor doméstico é clara. Segundo uma pesquisa do Instituto Vtsiom, 52% dos russos pensam que, do ponto de vista econômico, "o pior está por vir".

Em seu discurso de ontem, Putin estabeleceu objetivos complexos e ambiciosos: enriquecer os russos, conter a crise demográfica e modernizar o país. E tudo isso antes de 2024. Um programa que demandará investimentos da ordem de 379 bilhões de euros.

O presidente russo, Vladimir Putin, encontrou-se nesta terça-feira (7) com seu colega sírio, Bashar Al-Assad, durante uma visita surpresa a Damasco, a primeira à capital desde o início da guerra no país, em 2011 - anunciou a Presidência síria.

"O presidente russo, Vladimir Putin, fez uma visita a Damasco, durante a qual se encontrou com o presidente Assad" em um centro de forças russas na capital síria, relatou a Presidência.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, confirmou a visita e contou que, durante o encontro, Putin elogiou o "imenso" progresso em direção à "restauração do Estado sírio e de sua integridade territorial".

"Durante seu encontro com Assad, Putin disse que hoje podemos constatar o imenso caminho que foi percorrido em direção à restauração do Estado sírio e de sua integridade territorial", declarou Peskov, citado por agências russas.

"Putin também enfatizou que está claro que a paz está retornando às ruas de Damasco", acrescentou o porta-voz.

Os dois líderes assistiram a uma apresentação do comandante das forças russas que estão posicionadas na Síria, de acordo com a Presidência, que publicou fotos do aperto de mãos entre os dois líderes.

Nos últimos anos, Putin visitou em várias oportunidades a base militar de Hmeimim (noroeste), a maior base russa na Síria.

Já Assad agradeceu ao presidente russo pela ajuda de seu país e de seus soldados na "luta contra o terrorismo e pelo retorno da paz à Síria".

Apoiado pela Rússia e pelo Irã, Assad tem acumulado vitórias contra os rebeldes e os extremistas no país e recuperou o controle de dois terços do território nacional.

O conflito na Síria, que eclodiu em março de 2011 com a repressão do regime de manifestações pró-democracia, tornou-se uma guerra complexa e sangrenta, envolvendo grupos jihadistas e potências estrangeiras.

Até o momento, o conflito deixou cerca de 380.000 mortos e milhões de refugiados e deslocados.

O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, criticou neste domingo (29) o presidente russo, Vladimir Putin, por ter acusado a Polônia de conluio com Hitler, e disse que Moscou "mente de forma deliberada" para dissimular recentes fracassos em nível diplomático.

O chanceler polonês já tinha convocado na sexta-feira (27) o embaixador russo para protestar contra o que chamou de "insinuações históricas". Putin acusou duas vezes nos últimos dias a Polônia de conluio com Hitler e o antissemitismo às vésperas da Segunda Guerra Mundial.

"Putin mentiu sobre a Polônia em várias ocasiões e sempre o faz de forma deliberada", disse Morawiecki em um comunicado. "Isto costuma acontecer quando as autoridades russas sentem a pressão internacional sobre suas atividades. Nas últimas semanas, a Rússia sofreu vários tropeços", acrescentou.

Morawiecki deu como exemplo a decisão da União Europeia de manter as sanções econômicas adotadas contra a Rússia após a anexação da Crimeia em 2014, a sanção pelo doping de atletas russos ou "seu fracasso em assumir o controle total de Belarus".

Em discurso no ministério russo da Defesa, Putin assegurou na terça-feira ter sido informado de documentos históricos que mostravam que os poloneses "concluíram praticamente uma aliança com Hitler".

Na véspera da invasão alemã à Polônia, em 1º de setembro de 1939, a URSS de Stalin e a Alemanha nazista entraram em acordo para dividir a Europa do Leste em um protocolo secreto do pacto Ribbentrop-Molotov assinado em 23 de agosto daquele ano.

A URSS atacou a Polônia em 17 de setembro de 1939, enquanto o Exército polonês travava um combate sem esperança contra as forças nazistas. Os soviéticos ocuparam boa parte do território polonês e a Alemanha atacou a URSS em 22 de julho de 1941.

O presidente russo Vladimir Putin concedeu a Ordem do Valor, uma das maiores distinções do país, ao astronauta americano que sobreviveu à decolagem fracassada de um foguete Soyuz há um ano.

De acordo com um decreto presidencial publicado nesta terça-feira (8), o americano Nick Hague, 44 anos, foi recompensado por "sua bravura e seu alto grau de profissionalismo" em condições perigosas durante o lançamento abortado no cosmódromo russo de Baikonur, no Cazaquistão.

Em 11 de outubro de 2018, o foguete Soyuz, no qual Nick Hague e o russo Alexei Ovchinin estavam, registrou uma falha durante a fase de lançamento. A cápsula que os levaria à Estação Espacial Internacional (ISS) foi automaticamente separada e devolvida ao solo com os dois tripulantes ilesos.

O foguete se desintegrou logo depois, um acidente sem precedentes no programa espacial russo desde o final da ex-URSS. Em março, ambos viajaram com sucesso para a ISS, de onde retornaram na semana passada, após uma missão de seis meses.

Considerada uma das mais altas distinções russas, a Ordem do Valor é frequentemente entregue de forma póstuma. A Estação Espacial Internacional é um dos mais recentes exemplos de cooperação ativa entre a Rússia e os Estados Unidos, em um contexto de tensões sem precedentes desde o final da Guerra Fria.

O líder norte-coreano Kim Jong Un deixou nesta sexta-feira (26) a cidade de Vladivostok após a reunião de cúpula "amistosa" com o presidente russo Vladimir Putin, do qual buscava apoio na questão nuclear ante o que chamou de má fé" dos Estados Unidos.

Após uma visita sem avanços concretos, mas que permite a Pyongyang renovar os laços com seu aliado durante a Guerra Fria, e que devolveu Moscou à primeira página na crise coreana, o trem blindado verde oliva da delegação norte-coreana partiu às 5H30 GMT (2H30 de Brasília) da estação de Vladivostok, para uma viagem de quase 10 horas até Pyongyang.

"Prometeu voltar, gostou da cidade", afirmou o governador Oleg Kojemiako.

Kim passou cinco horas na quinta-feira (25) com o presidente russo, duas delas sozinhos e as demais em uma reunião com as delegações e durante um jantar de gala, durante o qual trocaram brindes e presentes.

Um encontro "aberto e amistoso", afirmou Kim, segundo a agência oficial norte-coreana KCNA, segundo a qual Putin "aceitou prontamente" o convite para visitar a Coreia do Norte.

O resultado foi muito diferente do fiasco da reunião de Hanói entre Kim e o presidente americano Donald Trump em fevereiro, que representou um freio na distensão observada nos últimos meses na península coreana.

Washington "adotou uma atitude unilateral de má fé", denunciou o dirigente norte-coreano, segundo a KCNA, antes de advertir: "A situação na península coreana e na região está atualmente em um impasse e atingiu um ponto crítico".

- "Reparar erros" de Washington -

Em Hanói, que recebeu a segunda reunião de cúpula Trump-Kim, a Coreia do Norte pretendia obter um alívio imediato das sanções internacionais impostas para obrigar o país a renunciar às armas atômicas. Mas as conversas terminaram antes do previsto em consequência das profundas divergências com Washington, sobretudo a respeito das concessões que Pyongyang estava disposta a aceitar.

Na semana passada, Pyongyang criticou Mike Pompeo e exigiu que o secretário de Estado americano não participe mais das negociações sobre a desnuclearização.

O encontro de Vladivostok, o primeiro deste nível desde a reunião de 2011 entre o ex-presidente russo Dmitri Medvedev e Kim Jong Il, falecido pai de Kim Jong Un, "repara os erros cometidos pela diplomacia americana em uma série de temas", afirmou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, antes de acusar Washington de "levar a região à beira de uma crise nervosa".

Moscou defende um diálogo com Pyongyang com base em um plano elaborado pela China e a Rússia. O Kremlin já pediu o fim das sanções internacionais, enquanto o governo americano acusa Moscou de ajudar Pyongyang a evitar as punições.

- Atraso -

No fim do encontro, o presidente russo afirmou que é favorável, como os Estados Unidos, a uma "desnuclearização total" e considerou que uma solução é possível desde que ofereça a Pyongyang "garantias de segurança e de soberania", com o "direito internacional" à frente da "lei do mais forte".

Sem avanços concretos, a reunião foi para o líder norte-coreano seu primeiro encontro com um chefe de Estado desde o fracasso da cúpula de fevereiro com Donald Trump.

Apesar dos convites, a Rússia estava afastada até agora do processo de distensão coreano. Desde março de 2019 Kim se reuniu quatro vezes com o presidente chinês Xi Jinping, três com o presidente sul-coreano Moon Jae-in e duas com Trump.

O norte-coreano busca apoios em sua disputa com Washington e um certo reequilíbrio das relações entre Pequim, seu aliado mais próximo e Moscou, antigo aliado durante a Guerra Fria. A União Soviética foi a responsável por colocar no poder seu avô e fundador da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Il Sung.

Depois de conseguir o que desejava, Kim Jong Un não teve outras atividades em Vladivostok. A imprensa russa citou uma possível visita ao aquário local e um espetáculo de balé, mas ele se contentou em participar nesta sexta-feira - com duas horas de atraso - em uma cerimônia em que depositou flores e em uma recepção em um restaurante visitado por seu pai em 2002.

A canção satírica "Putin" do compositor e cantor americano Randy Newman, dedicada ao presidente russo foi premiada neste ano no Grammy. A música ironiza a glória do dirigente russo, que atualmente busca um quarto mandato, que em caso vitória o manteria no poder até 2024.

"Ele pode fazer funcionar um reator nuclear com o hemisfério esquerdo de seu cérebro", canta Randy Newman, de 74 anos. "Quando ele tira a camisa, deixa as mulheres loucas, quando ele tira a camisa, tenho vontade de ser mulher".

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Ao final da canção, as mulheres do coro tomam a palavra, supostamente representando a voz do povo russo. "Nos levará à terra prometida", dizem. "Tem razão, maldição", responde, "porque sou o 'Putin Man'".

Talentoso compositor que já conquistou seis prêmios Grammy e duas estatuetas do Oscar, Randy Newman escreveu canções mais clássicas, como "I Love L.A." ou um dos temas do filme "Toy Story", "You've Got a Friend in Me". Também é conhecido por seus títulos satíricos como "Sail Away".

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