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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), avaliou a crise sanitária no Brasil e não economizou críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante entrevista para o Valor Econômico. O tucano também falou sobre a sua possível candidatura à Presidência em 2022 e fez ponderações sobre o mandatário nacional diante do negacionismo sobre a pandemia: “deveria ser avaliado por uma junta médica de psiquiatras e psicólogos”.

“Este pensamento triste, negacionista, que impede de sentir compaixão pelas pessoas… Isso não é normal, extrapola a questão política. É uma questão de doença, de psicopatia. Nós, nesse momento, temos um presidente da República que é um psicopata. Só não sei avaliar em qual nível, em qual grau. Gostaria muito do parecer da junta médica, para dizer qual é o nível de psicopatia e loucura que tem o presidente do Brasil”, continuou.

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A CoronaVac, imunizante contra o coronavírus desenvolvido pelo Instituto Butantã, em parceria com a chinesa Sinovac, também foi tema da conversa. “A minha decisão de buscar a vacina não foi para ganhar popularidade. Não estou, com a vacina, em busca de ganhar eleitoralmente vantagens. Não é justo, não é correto, não é adequado. Há a necessidade e o dever de proteger vidas”, respondeu o presidenciável, quando questionado sobre sua baixa popularidade eleitoral fora do estado de São Paulo.

Binário Lula-Bolsonaro

Para Doria, que se apresenta como uma “terceira via democrática”, o retorno do ex-presidente Lula (PT) para a disputa das eleições presidenciais de 2022, não define o cenário.

“Voltar ao passado para garantir a melhor opção para o futuro é admitir a total incapacidade, de talentos, de pessoas, de que a sociedade civil e a política no Brasil possam apresentar alternativas. É a própria falência da democracia. Se você for no binário Lula-Bolsonaro, Bolsonaro-Lula, está reconhecendo que o Brasil não tem nenhuma capacidade de encontrar nenhum valor, nenhuma dimensão, nenhum projeto e nenhum nome capaz de superar este limite representado por Lula e Bolsonaro”, afirmou.

O governador de São Paulo também mostrou-se motivado a participar das prévias do PSDB, evento marcado para o dia 17 de outubro, e que deve decidir qual nome representará o partido em 2022. “Aquele que vencer será candidato com toda a legitimidade. O partido tem quase um milhão de filiados”, finalizou.

O plenário do Senado aprovou na noite desta terça-feira (18), em votação simbólica, uma proposta que cria regras para que os partidos políticos realizem prévias para a escolha de candidatos a presidente da República. A possibilidade de se fazer primárias consta da Lei das Eleições, mas não tem atualmente caráter obrigatório. O projeto, que seguirá para apreciação da Câmara dos Deputados, estabelece condições para que as legendas possam realizá-las. Somente os filiados poderão votar, em caso de aprovação do projeto, nas primárias.

Pelo proposta, apresentada pelo líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), o estatuto de cada partido é quem vai disciplinar a realização das primárias. Elas poderão ser realizadas a partir de um ano antes da data da eleição até o primeiro domingo de junho do ano em que ocorrerá a eleição presidencial. Esse prazo foi estipulado durante a apreciação do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em abril, a partir de uma emenda apresentada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), lançado há duas semanas pela cúpula do partido candidato a presidente da República.

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Uma emenda do senador Pedro Taques (PDT-MT), relator da matéria na CCJ, também permite à Justiça Eleitoral dar instruções, acompanhar o processo de prévias e fiscalizar sua realização. Uma inovação do projeto é que os meios de comunicação também poderão realizar debates com os pré-candidatos dos partidos, previsão atualmente proibida pela legislação eleitoral.

Ninguém se pronunciou durante a discussão e votação da matéria, tendo sido aprovada em menos de um minuto. Durante a apreciação da proposta na CCJ em abril, o projeto recebeu 15 votos favoráveis e apenas um contrário, da senadora Marta Suplicy (PT-SP). Na ocasião, os senadores também rejeitaram duas emendas propostas pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), uma das quais previa que pessoas simpáticas ao partido poderiam ter direito a voto nas prévias.

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