Tópicos | PSOL

Após o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo anular a mudança de domicílio eleitoral do ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) do Paraná para São Paulo, a Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo vai avaliar um questionamento enviado ao Ministério Público Eleitoral sobre a mudança do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o Estado. Segundo a PRE-SP, o caso "está para homologação ou arquivamento". A decisão será tomada até o final do dia.

Candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no maior colégio eleitoral do Brasil, Tarcísio é carioca e morava em Brasília antes de decidir disputar o Palácio dos Bandeirantes.

##RECOMENDA##

O pedido de investigação sobre Tarcísio foi feito pelo presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, e enviado para 127° Promotoria Eleitoral em São José dos Campos, onde o ex-ministro alugou um apartamento em setembro do ano passado.

"O caso de Moro se aplica também a Tarcísio Freitas. O ministro de Bolsonaro não mora em São Paulo e pretende ser candidato representando a máquina do governo federal. Isso é um desrespeito com os eleitores de São Paulo", disse o Medeiros ao Estadão.

A assessoria do ex-ministro afirmou que Tarcísio tem contrato de aluguel em seu nome, em São José dos Campos, e que apresentou os documentos previstos em lei para a mudança de domicílio. "Vale lembrar que o domicilio eleitoral é analisado caso a caso pelo Tribunal Superior Eleitoral, e que o pré-candidato já comprovou vínculos familiares, afetivos, e profissionais, com o Estado, legitimando o reconhecimento do domicilio, conforme jurisprudência farta do TSE", disse em nota.

Ao Estadão, Juliano Medeiros minimizou, porém, o caso da ex-ministra Marina Silva (Rede), que também mudou o domicílio eleitoral para São Paulo para disputar uma vaga de deputada federal e é cotada até para vice na chapa de Fernando Haddad (PT). A Rede e o PSOL se uniram em uma federação para disputar as eleições 2022. Segundo Medeiros, Marina mora em São Paulo.

Em nota, Marina diz que "intensificou a sua atuação política nos grandes centros, com destaque no Estado de São Paulo" e que "todos os requisitos legais foram observados" ao transferir seu domicílio para São Paulo.

"Nos termos da legislação eleitoral e do posicionamento consolidado do TSE, o domicílio eleitoral pode ser demonstrado não só pela residência com ânimo definitivo, mas também pela constituição de vínculos políticos, econômicos, sociais ou familiares", diz a ex-ministra. De acordo com a nota, Marina possui família e residência no Estado.

O que diz a legislação

A legislação eleitoral exige que o candidato tenha mudado de endereço no mínimo três meses antes da transferência do título eleitoral. No caso de Moro, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo concluiu que o ex-juiz não conseguiu provar "vínculo" com a capital paulista.

Moro trocou de endereço em março deste ano e havia apresentado como provas comprovantes de aluguel em um hotel e em um flat na cidade. Com a decisão, ele não poderá sair candidato pelo Estado, mas ainda pode entrar com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O questionamento contra Moro foi feito pelo deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) e pelo diretório municipal do PT.

Eduardo Cunha

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PTB), que é carioca, também trocou domicílio eleitoral para São Paulo. A mudança foi aprovada pelo TRE-SP. Mesmo estando inelegível até 2027 devido à Lei da Ficha Limpa, Cunha, que está filiado ao PTB, alegou que mantém articulação política na cidade e diz que pretende disputar uma vaga na Câmara por São Paulo.

    Um grupo de 139 integrantes do PSOL anunciou desvinculação do partido, nesta quarta-feira (1). O comunicado foi feito através da carta intitulada "Ruptura com o PSOL” e publicada no site oficial.

De acordo com o documento, o motivo da saída foi a  a adesão da legenda à chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) e a formação de uma federação com a Rede. 

##RECOMENDA##

O texto foi dividido em 20 tópicos, e nos primeiros os ex-filiados relataram que estavam se sentindo traídos. “Em 2022, a direção do partido traiu as deliberações do congresso (do PSOL) e acatou uma chapa de frente com inimigos históricos da classe trabalhadora; além disso, deliberou, sem nenhuma discussão com a base militante, uma federação partidária com a REDE Sustentabilidade, partido ecocapitalista financiado pelo grande capital, que cooperou com inúmeras contrarreformas, como a reforma da Previdência, e que se posiciona contrariamente às pautas históricas do feminismo”, diz o documento. 

Ainda acrescentou que a adesão a esta candidatura representa um golpe irreparável. “Entendemos que o giro político e ideológico que representa a adesão à candidatura Lula-Alckmin e à federação com a Rede representa um golpe irreparável ao projeto original e aos militantes que construíram o partido como um instrumento de luta dos trabalhadores". 

O grupo frisou que o PSOL que foi construído ao longo dos anos, foi "destruído" e diante disso a história dos ex-filiados com o partido acabou. "Nosso tempo no PSOL acabou. Estamos certos de que nos encontraremos mais à frente, fora das amarras dos partidos burgueses. Saímos do partido de cabeça erguida e sabendo das nossas tarefas. A primeira delas é a necessária e urgente superação do programa democrático popular".  

O mandato coletivo das Juntas (Psol), assim como outros psolistas e aliados, denunciaram o que entenderam como uma ameaça do deputado estadual Alberto Feitosa (PL-PE) à co-deputada Jô Cavalcanti, durante sessão remota da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na terça-feira (31). À ocasião, o conservador, em tréplica à parlamentar, disse que a sua arma de fogo estava com ele “para ser usada”, caso ele fosse intimidado ou ameaçado. Ao fim da fala, Feitosa pergunta à colega: “entendeu?” e segue falando do tópico armamento, que é divergente entre os dois. 

Primeiramente, o tópico em debate era a política de habitação no Recife e em Pernambuco. Após críticas de Cavalcanti e outros deputados da esquerda à atuação do PSB no estado, Feitosa respondeu com ironia e confrontou os colegas parlamentares sobre o apoio à Frente Popular. O apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a afirmar que o mandato de Jô votou contra o Marco do Saneamento e colaborou com a atual situação do serviço sanitário à população. 

##RECOMENDA##

A psolista negou ter votado contra a matéria do saneamento especificamente, mas sim, contra a concessão da posse dos serviços à iniciativa privada. O resto do tempo de Alberto Feitosa foi concedido à socialista, que finalizou sua fala criticando o presidente da República. Em seguida, o liberal fez a tréplica, na qual mudou abruptamente de assunto e passou a falar do armamento civil. 

“A arma da senhora está descalibrada, desregulada. Porque vossa excelência atira, mas parece não ter certeza. Um milhão e duzentas mil casas foram entregues; só aqui em Pernambuco, foram 43 mil, mais do que todos os governos de Lula, Dilma e Temer somados. Quem entregou? Jair Messias Bolsonaro”, afirmou inicialmente. 

E continua: “Com relação à arma, ela não está aqui para ser guardada não, viu? A arma está aqui, na minha cintura, para ser usada. Para quem tentar violar a minha integridade física, a da minha família ou tentar invadir a minha residência. A senhora entendeu? Arma foi feita pra isso. Pras pessoas se defenderem. A arma não mata, quem mata são as pessoas”. Confira o trecho inteiro abaixo: 

[@#video#@] 

O LeiaJá tentou entrar em contato diretamente com o coronel Alberto Feitosa, na tentativa de obter um esclarecimento sobre as declarações, mas não houve retorno até o momento desta publicação. O mesmo aconteceu na tentativa de contato com a assessoria das Juntas Co-deputadas. Os espaços seguem abertos. Confira a repercussão dos comentários: 

[@#podcast#@] 

 

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), por meio de nota de repúdio, responsabilizou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o presidente Jair Bolsonaro (PL) pelas mortes ocorridas nos morros da Região Metropolitana do Recife nos últimos dias de chuvas intensas no Estado.

No texto, o partido ressaltou o número de pessoas desabrigadas, cerca de cinco mil, desaparecidas, assim como, o quantitativo de óbitos. “Bolsonaro sobrevoou os locais mais atingidos e atendeu a imprensa para repetir um discurso comum a gestão do Governo estadual e dos municípios de Jaboatão, Recife, Olinda e Camaragibe (onde se concentram as mortes dos últimos dias), na falta de argumentos torna-se cúmplice dessa tragédia, culpando a natureza pelas mortes, perdas, danos e transtornos ocorridos na última semana”, diz trecho do comunicado.

##RECOMENDA##

Além disso, o PSOL ressalta dados orçamentários destinados à gestão de risco e respostas a desastres, que estão mais baixos em 2022. “O planejamento e execução de obras de contenção de encostas em áreas urbanas não só sofreu um grande corte no orçamentário, mas também no valor autorizado”, aponta o partido.

E finaliza:”Para além da solidariedade e de identificar os culpados, apresentamos medidas emergenciais, sendo a primeira, o socorro aos atingidos por alagamentos e desabamentos, sendo necessário que seja concedido auxílio emergencial aos desabrigados e que se estabeleça um plano para moradias dignas aos que perderam suas casas e que estão em locais de risco”.

Confira a nota: 

NOTA OFICIAL PSOL-PE

Bolsonaro e Paulo Câmara são cúmplices pela tragédia nos morros da RMR

Em um dos mais tristes eventos da história de nosso Estado, onde entre óbitos confirmados e desaparecidos, temos mais de uma centena de pessoas e mais de 5000 se encontram desabrigadas é necessário que os responsáveis tenham seus nomes ditos.

Bolsonaro sobrevoou os locais mais atingidos e atendeu a imprensa para repetir um discurso comum a gestão do Governo estadual e dos municípios de Jaboatão, Recife, Olinda e Camaragibe (onde se concentram as mortes dos últimos dias), na falta de argumentos torna-se cúmplice dessa tragédia, culpando a natureza pelas mortes, perdas, danos e transtornos ocorridos na última semana.

A culpa não é das chuvas!

Para gestão de risco e resposta a desastres, o orçamento federal previsto é de R$447,9 milhões, são 35% à menos que no ano anterior, daí a quantidade de mortes em uma série de eventos de desabamentos este ano, com destaque para Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Petrópolis-RJ.

Por comparação e para que se entenda a profundidade do corte orçamentário, no ano de 2012, Gestão de Risco e Resposta a Desastres teve um orçamento de 4,2 bilhões de Reais. O planejamento e execução de obras de contenção de encostas em áreas urbanas não só sofreu um grande corte no orçamentário, mas também no valor autorizado.

A crise ambiental tem causado e dado maior dimensão a eventos causados pelos fenômenos naturais, e um dos principais culpados é a política ecocida do Governo Bolsonaro, que também aplica uma política de desmonte do estado através de desinvestimentos e cortes nos orçamentos, principalmente nas áreas sociais.

O Governo Estadual do PSB, e as gestões municipais aplicam com afinco a consolidação de um modelo de cidades excludentes, gentrificadas, onde a lógica da verticalização e ocupação das margens do mar e dos rios por grandes projetos imobiliários, impermeabiliza as superfícies e o subsolo.

Nessa tragédia, Bolsonaro, Paulo Câmara e os gestores de Jaboatão, Recife, Olinda e Camaragibe são culpados pelas mortes, perdas, desalojamentos e dificuldades enfrentadas nos últimos dias em Pernambuco. Para nós do PSOL Pernambuco o momento é de solidariedade, organizamos um ponto de arrecadação de doações na nossa sede, no centro da capital pernambucana.

Para além da solidariedade e de identificar os culpados, apresentamos medidas emergenciais, sendo a primeira, o socorro aos atingidos por alagamentos e desabamentos, sendo necessário que seja concedido auxílio emergencial aos desabrigados e que se estabeleça um plano para moradias dignas aos que perderam suas casas e que estão em locais de risco.

Recife, 30 de maio de 2022. Diretório Estadual do PSOL Pernambuco

A vereadora do Rio de Janeiro Benny Briolly (PSOL) irá registrar um boletim de ocorrência contra o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB) por transfobia e racismo, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) nesta sexta-feira (20). Além disso, o deputado também será processado por ter chamado Benny de "aberração da natureza" e "boizebu, enquanto usava a tribuna da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

"Um vereador homem, pois nasceu com pênis e testículos, portanto, é homem. Agora temos uma aberração do alfabeto inteiro designando o que eles chamam de gêneros, gêneros aleatórios. Eu sou do tempo em que existiam homens e mulheres, bichas e sapatões. Esses soldados do mal, fedendo a enxofre que são. O vereador de Niterói parece um "boizebu", porque é uma aberração da natureza", disse o parlamentar bolsonarista.

##RECOMENDA##

Após o ocorrido, a vereadora se pronunciou nas redes socias e respondeu Amorim: “Você não é o machão, Rodrigo Amorim? Aguarde as consequências jurídicas”, rebateu. Dessa forma, o PSOL se prepara para entrar com uma representação no Conselho de Ética da Alerj contra o deputado.

Em entrevista ao Globo, Benny detalhou como se sente e cobrou providências das autoridades contra as falas de Amorim. "Eu sinto que os meus desafios são cada vez maiores. Quando a gente acha que a sociedade brasileira está avançando minimamente, seja na construção de políticas públicas e igualitárias, nos deparamos com esses shows de horrores e de barbaridade. Essas pessoas usam da imunidade parlamentar para reproduzirem crimes de racismo, transfobia, misoginia e etc. Sinto ódio, raiva, indignação. Mas, o meu desafio é ainda maior. O meu corpo é uma ferramenta política para combater esse tipo de gente", disparou.

Após repercussão, Rodrigo Amorim ainda tentou se justificar afirmando que referia às "aberrações que o politicamente correto e a esquerda fazem com a língua portuguesa" e à "mania de criar gêneros". O deputado também alegou que "biologicamente só existem dois sexos", e disse que "a mesma ciência que defende as vacinas também deixa isso bem claro".

Foi publicado nesta quinta-feira (12), no Diário Oficial do Recife, o veto do prefeito João Campos (PSB), ao Projeto de Lei 20/2020, que institui a obrigatoriedade da liberação da catraca dos transportes públicos do Recife para as crianças de até seis anos de idade incompletos. 

O PL, de autoria do vereador Ivan Moraes Filho (PSOL), definia que a criança beneficiada não seria, em hipótese alguma, "constrangida a passar por debaixo ou por cima da catraca ou roleta". Vale lembrar que esses menores de seis anos já têm a gratuidade estabelecida por lei desde 2014. 

##RECOMENDA##

Entre as justificativas para o veto, João Campos afirma que "existe a dificuldade em fiscalizar o exercício do direito dessas crianças com a liberação das catracas ou roletas e a possibilidade de desequilíbrio econômico-financeiro da operação de transporte com a evasão de receita".

A Diretora Presidente da Autarquia de Trânsito e Transporte do Recife (CTTU), Taciana Ferreira, foi chamada para se manifestar no Diário Oficial do Município. 

"A liberação de catracas para as crianças de até seis anos incompletos para a utilização de STPP/RMR somente com o controle visual realizado pelos operadores do sistema, motoristas/cobradores, poderá gerar uma evasão de receita prejudicial a sustentabilidade do sistema com implicações negativas na tarifa necessária atualmente praticada, uma vez que, sem o controle efetivo, poderá passar pela catraca usuários sem o devido benefício, reduzindo a receita auferida para suportar os custos operacionais do sistema", disse.

Ela complementa que, atualmente, os ônibus do Grande Recife não contam com cobradores. "A gratuidade  devida  ainda  implicará  em  mais uma responsabilidade para motoristas que atuam nas linhas sem cobradores", ressaltou.

O vereador Ivan Moraes, idealizador do PL, se pronunciou por meio de suas redes sociais. "Imagino que nosso prefeito nunca precisou se arrastar por baixo de uma catraca, como a maioria de nós. Só isso explica a falta de empatia em se vetar uma proposição dessas", pontuou.

[@#video#@]

A apresentadora e chefe de cozinha Bela Gil, de 34 anos, desistiu de concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo. "Essas eleições vão ser muito violentas, achei melhor esperar", disse em entrevista para o F5, da Folha de São Paulo.

Ela se filiou ao PSOL em maio de 2020 e era um dos nomes cogitados para alavancar a quantidade de votos do partido de esquerda.

##RECOMENDA##

Bela tem uma relação amigável com o ex-presidente Lula (PT), participou de almoço, de encontro especialistas e representantes de movimentos sociais, além de estar engajada na campanha do petista.

O diretório nacional do PSOL oficializou neste sábado, 30, apoio à pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto nas eleições de outubro. Foram 35 votos favoráveis e 25 contrários.

Para o presidente nacional da sigla, Juliano Medeiros, a união da esquerda em torno da candidatura do ex-presidente é "sem dúvida a melhor tática para derrotar Bolsonaro". "Estamos felizes e esperançosos com essa decisão. Na semana que vem já iniciaremos as conversas para participar do conselho político da campanha e da coordenação do programa de governo", disse.

##RECOMENDA##

Pelas redes sociais, Guilherme Boulos afirmou que o apoio representa a "união para derrotar o miliciano" e fazer com que o País volte a respirar.

Boulos disputou a Presidência em 2018 e era pré-candidato pelo PSOL ao governo de São Paulo, mas desistiu da corrida em março para apoiar o nome do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e ajudar na construção da aliança nacional. "A política se faz com gestos. Nós temos um gesto importante para fortalecer a unidade da esquerda, dos progressistas, em São Paulo e no Brasil", justificou à época.

A Conferência Eleitoral do PSOL também definiu o programa político que será defendido pelo partido nas eleições de 2022. Lula é esperado no encerramento do encontro da sigla neste sábado, a partir das 17h.

PSOL e Sustentabilidade

O PSOL oficializou a formação de federação partidária com a Rede Sustentabilidade em 30 de março. No início desse mesmo mês, a Rede já havia aprovado, por unanimidade, a unificação, com declarações favoráveis do senador Randolfe Rodrigues, da ex-ministra Marina Silva e da ex-senadora Heloísa Helena, principais lideranças da legenda.

Após definir a federação, a Rede e o PSOL acordaram que seus filiados estarão liberados para apoiar candidatos diferentes na disputa pelo Palácio do Planalto. Esse acerto, porém, é informal e não vai constar no estatuto da federação.

Nesta semana, integrantes da Rede organizaram um evento para declarar apoio a Lula, mas sem a participação de Marina e de Heloísa Helena. Ambas já foram filiadas ao PT.

A presidência do PSOL-PE junto com a comitiva participará, neste sábado (30), a partir das 9h, em São Paulo, da Conferência Eleitoral, principal evento do partido neste ano. O evento vai definir a tática eleitoral e o programa defendido pelo partido nas eleições de 2022, além de referendar o apoio à pré-candidatura do presidente Lula (PT). Estarão presentes no evento o presidente da sigla em Pernambuco, Tiago Paraíba, e os pré-candidatos ao senado e governo, Eugênia Lima e João Arnaldo, respectivamente, além de outros dirigentes partidários. 

“O PSOL-PE tem protagonismo na política de esquerda pernambucana e participar do evento é fundamental neste momento decisivo para o futuro do país. Desde o dia 11 de fevereiro, que a Executiva Nacional do PSOL negocia com o PT e demais partidos de esquerda a aliança eleitoral para as eleições deste ano na perspectiva de unidade contra o bolsonarismo”, diz Tiago Paraíba.

##RECOMENDA##

Segundo Eugênia Lima, é importante frisar que a escolha do presidente Lula passou por uma ampla discussão e que no último dia 19 de abril, o PT acolheu as propostas do PSOL ao programa de governo de Lula, com pequenos ajustes. “Todos os nossos esforços e  comprometimento são para reverter as políticas neoliberais do governo atual. Este sábado será um marco para a política de esquerda no Brasil, quando mostraremos força e unidade para mudar esta triste realidade que assola o pais”. 

João Arnaldo, por sua vez, reforça o compromisso que a sigla tem com o povo brasileiro e que é “hora de derrotar Bolsonaro e interromper a tragédia civilizatória que ele representa”. “Lula é a liderança da esquerda que melhor reúne condições para cumprir esse desafio. Ao seu lado vamos resgatar o país do obscurantismo, dos retrocessos e de um conjunto de desmontes que estão destruindo o Brasil e atingindo duramente a nossa gente“, lembra João Arnaldo.

Em resposta à indicação de voto de repúdio recebido na Câmara do Recife nesta segunda-feira (25), pelo vereador Fred Ferreira (PSC), o vereador Ivan Moraes (PSOL) ressaltou defender a legalização da maconha. O pedido de Fred, rejeitado na Casa de José Mariano, foi por conta do outdoor instalado na capital em que Ivan defende a legalização da maconha para fins medicinais. 

“Este é um parlamentar que defende a legalização de uma planta para que milhares de pessoas tenham remédio, trabalho e renda. Para que as pessoas deixem de ir presas. Sou eu que defendo a maconha, sou eu que defendo as famílias que precisam de remédio, sou eu que defendo as famílias que estão com filhos e filhas ameaçados e muitos deles encarceirados”, salientou. 

##RECOMENDA##

Ivan afirmou que “entre cuidar, matar ou prender, eu vou sempre preferir defender que nós cuidemos das pessoas”. Ele também ressaltou: “Não vou dar cartaz a detratores, mas sempre que esse assunto vier à pauta, eu terei todo o prazer de debater. Todas as vezes que eu tiver oportunidade, seja nesse microfone ou nas ruas do Recife, eu vou dizer: legaliza! Trabalho, renda e remédio para todo mundo que precisa”, avisou. 

[@#video#@]

 

Ao votar favorável à cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil), mais conhecido como Mamãe Falei, em processo por quebra de decoro parlamentar por áudios vazados sendo machista e misógino com mulheres ucranianas, a deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL) pontuou que o caso relata uma violência simbólica contra as mulheres. 

“Isso é uma construção histórica baseada numa lógica de poder, no qual as mulheres são sempre o lado mais frágil da corda. Isso, o que parece muito bobo, papo de homem, demonstra o exercício de poder e é necessário que a gente estanque e corte o mal pela raiz”, afirmou a deputada. 

##RECOMENDA##

Malunguinho destacou a relativização do processo por parte da população e pela defesa de Arthur do Val. “O meu posicionamento não é nenhum tipo de afeto ou desafeto, porque eu nunca nutri nenhum tipo de sentimento pelo deputado Arthur do Val. Diante disso, quero afirmar que essa violência que aconteceu a partir da fala de Arthur do Val, por mais que muita gente tente relativizar o processo dizendo que ele teve um ato falho e que não era passível de cassação, é como se a gente estivesse fingindo e colocando para debaixo do tapete algo muito maior”. 

[@#video#@]

Com relação ao conteúdo do áudio vazado, tendo uma das partes que o deputado afirma que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”, Erica ressalta a violência estrutural. “Não estou falando apenas dessa fala pontual, estou falando de uma história de violência, estrutura e lógica de poder do homem. Isso, uma ‘fala banal’ é o que gera estupro e feminicídio, ou vocês acham que a pessoa acorda e fala ‘vou matar a minha mulher hoje’?”, questionou.

A deputada comentou da vez que sofreu LGBTQIA+fobia na Alesp, assim que tomou posse, e ressaltou que a “política brasileira não pode mais ser palco para violência”. “Lembro da vez que [o deputado] Douglas Garcia, assim que entrei nesta Casa, falou no microfone que tiraria uma mulher trans e travesti às tapas do banheiro e chamaria a polícia. Eu não estou falando isso para te lembrar [direcionada ao deputado] que não vou esquecer, mas para dizer que não estou aqui por palanque político. Tenho vergonha e fico triste com o que está acontecendo. Todas as pessoas não devem superar a razão de que há um problema histórico estrutural dentro desta instituição e que precisa ser tratado com o rigor cabível a este lugar. A política brasileira não pode mais ser palco para a violência”. 

O deputado federal Ivan Valente (PSOL) afirmou, na manhã desta segunda-feira (4), que a bancada do PSOL na Câmara vai entrar com pedido de cassação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) no Conselho de Ética.

O pedido acontece após o filho "zero três" do presidente Jair Bolsonaro (PL) debochar da tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a época da ditadura militar no Brasil. 

##RECOMENDA##

Em resposta a uma matéria feita por Miriam onde ela compara o ex-presidente Lula (PT) e Bolsonaro, chamado pela jornalista de "inimigo da democracia", Eduardo postou em seu twitter: "Ainda com pena da cobra". O parlamentar se referia a uma jiboia usada pelos militares para torturar Leitão, que estava grávida de um mês na época.

Isso foi necessário para que os pessolistas pedissem a cassação do filho do presidente. "Eu e a bancada do PSOL na Câmara entraremos com pedido de Cassação de Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética. É inadmissível a agressão à jornalista Miriam Leitão, a apologia à tortura e à violência contra mulher. Basta de impunidade", pontuou Ivan Valente.

No dia que marcou o 13º aniversário do Minha Casa Minha Vida, o ex-presidente Lula participou de um evento do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Foi uma visita aos condomínios Novo Pinheirinho e Santo Dias, na cidade de Santo André, construídos pelo MTST, com recursos do Governo Federal.

Acompanhado do ex-ministro e pré-candidato a governador de SP, Fernando Haddad (PT), e do coordenador do MTST e pré-candidato a deputado federal, Guilherme Boulos (PSOL), Lula lembrou de fase da vida em que morou numa casa de 33 metros quadrados, com dona Marisa Letícia, três filhos, a sogra e uma cachorra.

##RECOMENDA##

“Eu morei mais de dez anos na casa de 33 metros quadrados e eu já andava com a canela roxa de tanto bater porque, se abria a geladeira, não cabia eu e a Marisa dentro. Abria a porta do guarda-roupa, batia no espelho da cama. Eu sei que é duro morar (…) Eles acham que os pobres sempre aceitam o resto. Mas nós não queremos o osso, queremos nossos direitos”, disse.

O conjunto de prédios foi a maior obra financiada pelo programa Minha Casa Minha Vida – Entidades, programa lançado no Governo Lula em 2009. Ao todo, 910 famílias moram no local em apartamentos de 54m2 com varanda, quadra esportiva e área social.

Apoio a Boulos em 2024

Com forte apelo eleitoral, o evento também contou com promessas de Lula para o aliado Guilherme Boulos, que desistiu de ser candidato ao governo de São Paulo e vai concorrer a uma vaga para a Câmara de Deputados.

“É importante que a gente tenha a clareza que é muito importante votar para deputados e deputadas. Porque quem vai fazer as leis é o Congresso Nacional. E agora eles criaram uma coisa chamada orçamento secreto, que a gente não sabe para onde está indo o dinheiro. Então temos que ter consciência que temos que fazer a Presidência da República, o governo de São Paulo, e em 2024 a gente vai fazer o Boulos prefeito de São Paulo. A gente vai consertar esse País", disse Lula

Após decidirem formar uma federação partidária, a Rede Sustentabilidade e o PSOL chegaram a um acordo no qual os filiados dos dois partidos estarão liberados para apoiar candidatos diferentes na disputa pelo Palácio do Planalto. O acerto, porém, é informal: não vai constar no estatuto desse "casamento político", que, pela legislação, tem de contemplar disputas regionais e durar no mínimo 4 anos.

Enquanto o PSOL de Guilherme Boulos pretende subir no palanque de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), algumas das principais lideranças da Rede estarão com Ciro Gomes (PDT).

##RECOMENDA##

"No Estatuto, pactuamos o direito à divergência pública, sem caracterizar infidelidade partidária. Temos nosso querido Randolfe (Rodrigues, senador pelo Amapá) e vários outros apoiando Lula, eu e outros apoiando Ciro. Outros ainda podem apoiar candidaturas distintas, desde que pautadas no conteúdo programático da Plataforma 18.", disse ao Estadão a ex-senadora petista Heloísa Helena, porta-voz da Rede.

Além dela, a ex-ministra Marina Silva também já sinalizou apoio a Ciro. Embora cortejada como vice do pré-candidato do PDT, tal arranjo seria impossível sem que a federação da Rede e PSOL definisse o apoio formal a ele, o que já é descartado por dirigentes das duas siglas. Já Randolfe Rodrigues apoia Lula e passou a integrar a coordenação da campanha petista.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, ponderou que a federação terá apenas uma posição na eleição. "O estatuto e o programa preveem entre autonomia política e uma identidade programática mínima. A federação terá uma posição na eleição. Os casos que contrariarem essa posição serão tratados por cada um dos partidos", disse o dirigente.

A divergência entre as duas siglas expõe um dilema enfrentado por outros partidos menores que já decidiram compor uma federação com o PT e temem ser "engolidos" pela predominância petista: PCdoB e PV.

"Mesmo mantida a identidade partidária, a federação tem uma direção única e ela vai tomar as decisões importantes, como os palanques, cargos no parlamento e direções. Quem terá protagonismo na federação será o maior partido", afirmou o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do Grande ABC.

Foice, martelo e meio ambiente

Antes de bater o martelo com o PT, o PCdoB estava dividido internamente sobre com quem seria melhor formar uma federação. Uma ala do partido defendeu a tese que a união com o PSOL e Rede seria o melhor caminho, já que nenhuma das agremiações é muito maior que a outra.

Na prática, isso significaria uma divisão mais equilibrada de poder no consórcio partidário. Mas, como prevaleceu a proposta de uma construção com o PT e o PV, o desafio agora para os comunistas é manter a identidade e lutar por espaço na futura executiva unificada.

"Quando a assimetria entre os partidos é muito grande, a governança é mais complicada. A federação prevê autonomia plena para os partidos, mas no parlamento é uma bancada só, assim como nas eleições", admitiu o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).

Para administrar os interesses divergentes nas eleições, os três partidos vão criar uma "mesa permanente" de negociação. Segundo Silva, cada sigla terá o seu programa, mas vai haver uma base unificada de ação parlamentar. "O PCdoB tem vida além das eleições. É um partido que existe nos bairros e nos movimentos sociais", disse o deputado.

No caso do PV, a demanda junto ao PT é para reforçar as bandeiras ambientais, além do apoio da federação para seus únicos pré-candidatos a governador: Leandro Grass, no Distrito Federal, e Rudson Leite, em Roraima.

"Vamos lutar para imprimir na federação um modelo de desenvolvimento sustentável. Estamos tentando ser o mais cordatos possível entre nós. Sobre os cargos no Congresso, isso vai depender do talento dos nossos deputados para negociar", afirmou Penna.

Procurada, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não se manifestou. Os partidos têm até o dia 31 de maio para formalizar a federação, prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral.

Diferente do que era previsto, Guilherme Boulos (PSOL) não vai disputar o Governo de São Paulo. O ex-presidenciável confirmou, nesta segunda-feira (21), que vai concorrer como deputado federal.  

Ele abandonou a disputa ao governo para que ajudar o PSOL a ultrapassar a cláusula de barreira e fortalecer a bancada de esquerda no Congresso.   

“Hoje o Centrão governa o Brasil. Precisamos ter força para a Reforma Trabalhista, o Teto de Gastos e aprovar mudanças populares”, destacou o historiador em seu perfil nas redes sociais. 

Eduardo Bolsonaro como antagonista

##RECOMENDA##

Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo, Boulos vai travar uma batalha ideológica nas urnas contra Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que vai trabalhar para manter a cadeira na Câmara. 

Em 2018, o filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o deputado federal mais votado do país com 1.843.735 votos. Para o psolista, a resposta da população será minimizar os efeitos do bolsonarismo através do voto.

"No nosso estado, temos outro desafio: derrotar Eduardo Bolsonaro. Não podemos deixar que seja de novo o deputado mais votado. SP precisa dar outra mensagem: derrotar Bolsonaro na presidência e seu filho na Câmara dos Deputados. Vamos sem medo! Vamos com esperança!", apontou.

A co-deputada pernambucana Robeyoncé Lima (PSOL), primeira mulher trans a conquistar um assento na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), anunciou em suas redes sociais que agora é pré-candidata a deputada federal pelo partido. “É preciso ter muita coragem para dar um novo passo. Mas é preciso ser travesti, preta e nordestina para entender que já passou da hora de nossos corpos retomarem o terreiro que abriga o Congresso Nacional”, declarou a parlamentar nesta sexta-feira (11). 

O anúncio tem sido bem recebido pelos eleitores, apoiadores do mandato das Juntas Co-deputadas, do qual Robeyoncé faz parte, assim como recebeu apoio de outras figuras trans do Legislativo, como é o caso da vereadora paulistana Erika Hilton, também do PSOL. Robeyoncé também afirma que o passo mais largo foi inteiramente dialogado com as colegas de mandato e que é uma forma de levar o projeto das Juntas ao Congresso. 

##RECOMENDA##

“É por isso que, inquieta com a ausência de representação e provocada pelo desejo de reconstruir, radicalizar e racializar a democracia desse país, que me somarei às dezenas de travestis e transexuais e ao enorme contingente de pessoas negras que anunciarão que 2022 é ano de reintegração de posse, ano de ocupação na Câmara Federal!”, continuou a pré-candidata, que chama a possível futura bancada federal de “depuTRAVAS”.  

Em 2017, Robeyoncé Lima, uma mulher negra e travesti, se tornou a segunda advogada trans do país a receber uma certidão que garante o uso do nome social na carteira da Ordem dos Advogados do Brasil. A primeira foi Márcia Rocha, de São Paulo. Também primeira advogada trans do Norte e do Nordeste, foi pioneira na Alepe pela legenda. 

A advogada compõe o coletivo “Juntas” que se uniu em prol de uma candidatura única, visando eleger representantes das minorias sociais. Além de Lima, foram eleitas na mesma chapa a jornalista Carol Vergolino, a ambulante Jô Cavalcanti, a professora Kátia Cunha e a militante Joelma Carla. 

[@#video#@]

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em um vídeo direcionado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), liderado por Guilherme Boulos (PSOL), que o grupo não será "coadjuvante", mas, sim, "sujeito" em um eventual novo governo petista. O petista indicou que, caso eleito, o movimento terá papel decisivo nas políticas sobre habitação.

Boulos esteve presente ontem em uma reunião entre representantes do PSOL e do PT, que costuram uma aliança para as eleições. Integrantes do PSOL cobram do PT que mantenha em seu plano de governo a revogação das reformas trabalhista, previdenciária e do teto de gastos. O partido também quer que o PT reforce a pauta ambiental.

##RECOMENDA##

'Gratidão'

Na gravação ao MTST, Lula diz ter "gratidão muito grande" ao movimento, que fez manifestações contra a sua prisão na Operação Lava Jato. Em uma delas, em 2018, o grupo invadiu o tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá. Para o Ministério Público Federal, o imóvel e suas reformas, feitas pela OAS, representaram um pagamento de propinas ao ex-presidente. O processo foi anulado pelo Supremo Tribunal Federal.

"Eu conversei com o companheiro Boulos sobre a situação que estamos fazendo agora. Muitos projetos de casas foram abandonados. O Minha Casa Minha vida parou", destacou o ex-presidente.

"Se a gente voltar a governar esse país não pense que vai ter moleza não. Nós vamos nos encontrar muitas vezes. Para discutir a qualidade da casa, como gerenciar essas casas, e vocês irão assumir responsabilidades", disse Lula. "Não serão apenas coadjuvantes. Serão sujeitos da história. Vão ter que ajudar a construir programa, ajudar a conquistar e a governar."

Durante seus mandatos, Lula contou com apoio e forte interlocução com o Movimento dos Sem Terra (MST), que ficou esvaziado após a saída do PT do poder. Uma das lideranças do PSOL que esteve no encontro afirmou que a sigla petista foi cobrada para que a campanha de Lula deixe as articulações somente de bastidores com políticos e aliados e passe a ter mais foco na mobilização de movimentos sociais.

O PT ainda tem divergências com o PSOL na corrida eleitoral. Em São Paulo, Boulos é pré-candidato ao governo estadual, e tem dito que não vai retirar sua candidatura. O PT mantém Fernando Haddad na disputa.

O PT tem um dia decisivo, nesta quarta-feira (9), para a composição de alianças nacionais para as eleições. O partido se reúne hoje com PSOL para debater o apoio da sigla à candidatura ao Palácio do Planalto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já os petistas devem apresentar uma resposta sobre a carta de condições elaborada pelo PSB no começo de fevereiro para consolidar uma federação entre os partidos.

Nesse contexto, enquanto os pessebistas buscam apoio em diversas disputas nos Estados, a adesão do PSOL depende de Lula promover um "revogaço", a exemplo do que já sinalizou sobre a reforma trabalhista de 2017 e aprovar a tributação sobre grandes fortunas.

##RECOMENDA##

Como mostrou o Estadão, os pessebistas podem desistir do casamento de quatro anos caso não ocorra um retorno favorável do PT, o que não inviabilizaria uma aliança e o apoio à candidatura de Lula ao Palácio do Planalto. A sigla de Carlos Siqueira espera que os petistas cedam em apoios no Acre, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, depois de já garantido o apoio no Rio de Janeiro e em Pernambuco. São Paulo, no entanto, é um assunto que deve ser tratado depois e, nesta fase, não será decisivo.

O foco do encontro com o PSOL não será a construção de palanques. De acordo com Guilherme Boulos, uma das lideranças da sigla mais próximas do petista, a base do acordo são 12 pontos programáticos que o PSOL considera fundamentais para a construção de uma "frente ampla" encabeçada por Lula.

Segundo Boulos, três pontos são prioritários para afinar a relação entre PSOL e PT nas eleições. O primeiro é a revogação do Teto de Gastos e da Reforma Trabalhista, medidas às quais o partido do ex-presidente já demonstrou simpatia. O segundo item é a realização de uma reforma que implemente um tributo para taxar os super-ricos. O terceiro é a adoção de uma agenda ambiental mais contundente, passando pela demarcação de terras indígenas e combate ao uso de fertilizantes químicos na agricultura.

Apesar das precondições programáticas, o apoio do PSOL a Lula já é dado como praticamente certo. Isso não significa que as siglas avancem o acordo para compor uma federação. Essa possibilidade é remota, assim como, em São Paulo, o partido rejeita apoiar Fernando Haddad e mantém a pré-candidatura de Boulos ao governo. "A forma como o partido colocou o debate na mesa com o PT não foi propondo contrapartidas em palanques regionais - o que seria legítimo -, mas apresentando pontos programáticos que considera fundamentais para a campanha de Lula", escreveu Boulos, em artigo publicado na imprensa e compartilhado por ele em sua rede social.

Na mesma publicação, o líder do MTST descreve Lula como "aquele que tem mais condições para liderar uma frente" contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em agosto do ano passado, o grupo de Boulos venceu a disputa no congresso do PSOL e desbancou a ala antipetista do partido, abrindo caminho para a aliança com o provável candidato do PT.

Ao lado de Juliano Medeiros, presidente da sigla, Boulos tornou-se o interlocutor do partido nas negociações diretas com o ex-presidente.

A aproximação com Geraldo Alckmin, provável vice do petista na chapa, é criticada pelo PSOL, que já decidiu não comparecer ao ato de filiação do ex-governador ao PSB, previsto para as próximas semanas. Apesar da contrariedade, o partido aceita a composição em nome de uma "frente ampla".

O PSOL e o PT devem se reunir em Brasília, nesta quarta-feira (9), na tentativa de firmar aliança eleitoral. Esse será o primeiro encontro entre as legendas para iniciar conversas para construção de uma plataforma comum em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto em 2022.

"A unidade que queremos construir entre as esquerdas é baseada num acordo programático que supere o neoliberalismo e o legado do golpe de 2016. Queremos ir além de acordos eleitorais. Estamos confiantes que o diálogo com o PT será proveitoso nesse sentido", informou Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL.

##RECOMENDA##

Entre as propostas do PSOL estão as revogações das legislações da reformas trabalhista e da previdência e do teto de gastos; o enfrentamento à crise climática com medidas para financiar a transição energética; a proposição de uma reforma tributária que diminua a taxação no consumo de bens essenciais e populares e foque na taxação de renda e propriedade, incluindo a criação de impostos para grandes fortunas.

Ao lado de lideranças do PT, o PSOL apresentou, na manhã desta quarta-feira (16), na Câmara dos Deputados, os eixos programáticos que nortearão as conversas com outros partidos de esquerda e movimentos sociais na tentativa de firmar uma aliança eleitoral em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A plataforma terá cinco eixos centrais: economia, trabalho e renda; ampliação dos direitos sociais; direitos humanos e combate às opressões; meio ambiente, crise climática e transição energética; democracia, instituições e relações internacionais. Desses, três pontos dentro dos eixos apresentados são colocados como prioridades: a revogação da reforma trabalhista, reforma da Previdência e do Teto de Gastos.

##RECOMENDA##

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, defendeu que é preciso romper com a ausência de debate público no País. "Para que a gente possa pautar um debate em torno de um programa para superação da crise, é claro, nós temos no nosso campo uma grande liderança popular já testada que é o ex-presidente Lula e tem expressado e vocalizado medidas que são importantes no combate à crise". Medeiros afirmou porém, que isso não é suficiente e que "nós precisamos também dos governos, dos partidos, dos mandatos dos pré-candidatos nesse debate".

O pré-candidato ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos, durante seu discurso no evento, enfatizou a necessidade de tributar lucros e dividendos, defendida no eixo programático. "Já passou da hora de fazer uma reforma tributária progressiva. Nós precisamos tributar lucros e dividendos, esse assunto é fundamental", pontuou.

Boulos disse ainda que é preciso ficar atento aos movimentos durante o pleito deste ano, ao citar a vantagem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresenta frente às pesquisas de intenção de voto. Hoje o petista aparece com 43%. "Não tem já ganhou, vai ser um batalha duríssima que a gente vai ter que travar em cada canto desse país para aumentar o espaço da esquerda aqui dentro [do Parlamento], para que a gente possa a partir de 2023 iniciar a reconstrução de um Brasil diferente".

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann também participou do evento e afirmou que "eles [o governo do presidente Jair Bolsonaro] não fizeram tudo que fizeram no Brasil pra nos deixar ganhar facilmente". "As pessoas olham no Lula e nesse campo da política veem uma esperança de mudança, por isso a importância da unidade nesse campo". Gleisi defendeu ainda que a aliança que precisa ser construída para derrotar o bolsonarismo não deve ser apenas eleitoral mas "tem que ser uma aliança política para garantir o processo eleitoral."

A plataforma que foi ao ar hoje, receberá contribuições virtualmente em que qualquer brasileiro pode apresentar suas propostas, assim como terá debates e eventos em todas as regiões do país com especialistas das áreas, movimentos sociais, partidos de esquerda, militantes e ativistas.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando