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O presidente russo Vladimir Putin prometeu, nesta segunda-feira (1º), "intensificar" seus bombardeios na Ucrânia, em resposta ao ataque ucraniano que deixou dezenas de mortos no sábado em Belgorod, dois anos depois da invasão russa da ex-república soviética.

"Intensificaremos os ataques, nenhum crime contra civis ficará impune, isso é certo. Os ataques serão realizados contra instalações militares", declarou Putin durante uma visita a um hospital militar.

Suas declarações ocorreram após um ataque no sábado (30) que deixou 25 mortos em Belgorod, a cerca 30 km da fronteira ucraniana.

Na sexta-feira, Moscou havia disparado mais de 150 mísseis e drones contra diversas cidades da Ucrânia, deixando em torno de 40 mortos e mais de 160 feridos, de acordo com as autoridades.

"Utilizamos armas de precisão para atacar centros de tomada de decisão, locais onde se reúnem soldados e mercenários e outros centros semelhantes, especialmente instalações militares", continuou Putin.

O presidente russo classificou o bombardeio contra Belgorod como um "ato terrorista" e acusou as forças ucranianas de atacarem "o centro da cidade, onde as pessoas passeiam na véspera do Ano Novo".

Ele também enfatizou que "a Ucrânia não é um inimigo" e acusou o Ocidente de usar as autoridades de Kiev para "resolver seus próprios problemas" com a Rússia.

Putin garantiu, ainda, que as forças militares de seu país dispunham de uma "iniciativa estratégica" no front de batalha na Ucrânia, onde os soldados avançam mais a cada dia após o fracasso da contraofensiva de Kiev.

- Ataques em Donetsk -

O governador de Belgorod, Viatcheslav Gladkov, anunciou que uma menina de quatro anos que estava em estado "muito grave" acabou falecendo em decorrência dos ferimentos no ataque. Segundo ele, 109 pessoas ficaram feridas, das quais 70 permanecem internadas.

Além dos bombardeios dos últimos dias, outro ataque ucraniano à cidade de Donetsk, localizada na área controlada pela Rússia no leste da Ucrânia, deixou pelo menos quatro mortos e 13 feridos, anunciou nesta segunda-feira Denis Pushilin, que dirige a "república" de Donetsk. O funcionário afirmou que as forças ucranianas atacaram o centro deste reduto pró-Rússia com bombas de fragmentação.

"O objetivo do inimigo era causar o maior dano possível à população civil", declarou Pushilin no Telegram, afirmando que os ataques não tinham "sentido do ponto de vista militar".

Um jornalista morreu e outro ficou ferido, segundo serviços de resgate citados pela agência de notícias russa TASS.

A cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, é controlada por separatistas pró-Rússia apoiados por Moscou desde 2014. Desde então, tem sido regularmente bombardeada pelo Exército ucraniano.

Esta ofensiva de Kiev danificou uma escola, edifícios residenciais, uma loja, um centro comercial e outros edifícios, informou o Comitê de Investigação Russo no Telegram.

A Ucrânia, por sua vez, afirmou ter enfrentado um ataque "recorde" com 90 drones russos na véspera de Ano Novo.

O ataque teve como alvo várias cidades, incluindo Odessa (sul) e Lviv (oeste), e deixou pelo menos um morto.

O Ministério do Interior ucraniano anunciou na segunda-feira a morte de duas pessoas e disse que outra tinha ficado ferida em um ataque de drone a um edifício residencial na região nordeste de Sumy.

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta sexta-feira (8) que será candidato à reeleição nas eleições presidenciais de março de 2024 já que, segundo ele, "não havia outra opção", e pode permanecer no poder pelo menos até 2030.

Putin, de 71 anos, foi eleito presidente da Rússia pela primeira vez em 2000 e venceu quatro eleições presidenciais. Entre 2008 e 2012 foi primeiro-ministro em um sistema político em que a oposição é quase inexistente, após anos de repressão.

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O presidente fez o anúncio durante uma cerimônia de entrega de prêmios militares no Kremlin, que incluiu combatentes que participaram da ofensiva na Ucrânia, iniciada por Putin em fevereiro de 2022.

"Não escondo, tive posturas diferentes em momentos diferentes, mas este é um momento em que é preciso tomar uma decisão", disse à margem da cerimônia.

"Vou concorrer à presidência", disse Putin. "Hoje não havia outra opção", acrescentou.

Um participante na cerimônia, Artiom Zhoga, combatente e membro do Parlamento russo local em Donetsk (uma cidade ocupada no leste da Ucrânia), saudou a notícia.

"Estamos muito felizes que o presidente tenha ouvido o nosso pedido e se candidatado", disse Zhoga, citado pela agência de notícias estatal RIA Novosti. "A Rússia precisa disso".

- Sem adversários -

Nesta disputa, Putin não enfrenta nenhum adversário relevante e, segundo analistas, é provável que busque ampliar o seu poder para esconder as diferenças internas sobre a ofensiva na Ucrânia.

Cinco grandes partidos foram autorizados a apresentar um candidato para as eleições de 2024 sem recolher assinaturas, todos eles apoiadores do Kremlin e da operação na Ucrânia.

Vários grupos de direitos humanos afirmam que as eleições anteriores foram marcadas por irregularidades e que o trabalho dos observadores independentes provavelmente não será permitido.

A nova candidatura de Putin é possível graças a uma polêmica reforma constitucional aprovada em 2020.

Graças a esta emenda, Putin poderá concorrer em 2024 e, se vencer, poderá concorrer à reeleição em 2030, o que significa que pode permanecer no poder até 2036, quando completará 84 anos.

Depois de um 2022 difícil, marcado por reveses no front e por uma série de sanções ocidentais, a Rússia está em uma situação melhor devido ao fracasso da grande contraofensiva da Ucrânia, à erosão do apoio dos Estados Unidos e da Europa a Kiev e ao reajuste da economia nacional.

Quase todos os opositores de alto perfil, incluindo o ativista anticorrupção Alexei Navalny, foram presos ou forçados ao exílio. Além disso, qualquer crítica à operação contra a Ucrânia é duramente punida nos tribunais.

- "Uma paródia" -

Navalny cumpre atualmente uma pena de 19 anos de prisão por acusações que os seus apoiadores afirmam serem falsas.

Em um comunicado divulgado pela sua equipe na quinta-feira, Navalny encorajou os russos a votarem em "qualquer outro candidato" sem ser Putin e chamou a eleição de "farsa".

Putin é um ex-agente da KGB soviética e entrou na política como prefeito de São Petersburgo. Em 1999 foi nomeado primeiro-ministro durante o governo de Boris Yeltsin, a quem mais tarde substituiu como presidente interino até sua primeira eleição, em 2000.

Ele ficou no poder por dois mandatos até 2008 e depois, como estava proibido de concorrer novamente, assumiu o cargo de primeiro-ministro durante o governo de Dmitri Medvedev.

Depois concorreu à chefia de Estado em 2012 e 2018. Ele desmantelou os avanços democráticos da década de 1990 e defendeu a nostalgia da União Soviética, com uma guinada conservadora.

Desde que chegou ao poder, defendeu uma maior influência geopolítica com a segunda guerra da Chechênia (1999-2009), a invasão da Geórgia (2008), a intervenção na Síria (2015) e a anexação da península ucraniana da Crimeia, em 2014.

A ofensiva da Rússia na Ucrânia em 2022 fez de Putin um pária entre as potências ocidentais, que adotaram uma onda de sanções sem precedentes, destinadas a cortar o financiamento para sua operação militar.

Estas restrições alimentaram um êxodo de empresas ocidentais e criaram perturbações na indústria, mas a economia russa mostrou resiliência e os índices de aprovação de Putin permaneceram em níveis elevados.

"Se não podemos ver o julgamento de Haia na vida real, vamos vê-lo no teatro", declarou a idealizadora de uma aclamada peça teatral que está fazendo sucesso na Bulgária, na qual o presidente russo Vladimir Putin e seus aliados são julgados por crimes de guerra.

A obra "Haia", da autora ucraniana Sasha Denisova, conta a história de um adolescente órfão de Mariupol que fantasia sobre como os altos comandos da Rússia serão levados à Justiça pela guerra devastadora na Ucrânia.

Putin é atualmente alvo de uma ordem de prisão emitida em março pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), por ser acusado de deportar crianças ucranianas em áreas ocupadas por Moscou, embora Denisova já tivesse escrito a peça antes daquele momento.

Após a obra estrear na Polônia e nos Estados Unidos no início do ano, o célebre diretor convidado Galin Stoev a adaptou para o público búlgaro, com o objetivo de confrontar o sentimento pró-Kremlin do país balcânico.

"Devemos rir sem piedade de Putin", afirmou Denisova à AFP, assim como quando Charles Chaplin encenou Adolf Hitler em "O Grande Ditador".

- 'Reveladora' -

Membro da União Europeia e da Otan, mas historicamente próxima à Rússia, na Bulgária muitos cidadãos ainda lembram com nostalgia dos dias de glória do Império Russo e da União Soviética.

Alguns estudos sugerem que 30% dos búlgaros são pró-Putin, o que levou Stoev a criar uma adaptação "reveladora" da peça em Sófia.

"O público está profundamente emocionado e fazendo perguntas", contou ele à AFP.

Entretanto, o principal desafio é adaptar constantemente o roteiro para refletir o cenário atual da guerra.

"A obra é ficcional, mas no final das contas você interpreta um personagem real, que morre durante os ensaios. É impressionante", disse Julian Vergov, que interpreta o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgueni Prigozhin, cujo motim fracassado e sua morte em um acidente de avião tiveram que ser acrescentados ao roteiro.

Ao lado da atriz búlgara Radena Valkanova, que dá vida à Putin, Vergov e e elenco estão em exibição no Teatro Nacional de Sófia.

- 'Opiniões polarizadas' -

Em meio aos muito elogios, críticos rejeitam a peça, considerando-a um "vaudeville de propaganda tendenciosa".

"Com este espetáculo, convidamos os espectadores a refletir sobre acontecimentos reais" e a tirar as suas próprias conclusões, respondeu o diretor Vasil Vasilev. "A politização é exatamente o oposto: quando nos dizem o que devemos pensar e fazer", acrescentou.

Valkanova declarou estar contente que a obra tenha despertado "opiniões muito polarizadas", considerando que elas são "o propósito deste tipo de teatro".

"Estou feliz que haja algo assim para despertar o pensamento das pessoas, algo que nos falta como nação", disse.

Galin Stoev espera apresentar a peça futuramente em áreas rurais da Bulgária, conhecidas por serem suscetíveis ao sentimento pró-Rússia.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou, nesta segunda-feira, 23, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre os conflitos entre Israel e o grupo Hamas. De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, ambos os presidentes concordaram sobre a necessidade de cessar os bombardeios na Faixa de Gaza e a imediata de libertação dos reféns.

Segundo a nota, o presidente Lula relatou a situação dos brasileiros em Gaza e reiterou a urgência de criação de corredor humanitário que permita a saída dos estrangeiros e a entrada de remédios, água e alimentos na Faixa de Gaza.

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Na conversa, Putin comentou sobre a proposta do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que foi vetada pelos Estados Unidos na semana passada.

Com o veto, o Conselho rejeitou o texto proposto sobre a guerra entre Hamas e Israel. Diante da voto negativo à proposta, Putin lamentou a falta de solução no conflito para a criação do Estado da Palestina.

Na ligação, o brasileiro e o russo também trataram sobre a guerra na Ucrânia. Segundo a nota, Lula "reafirmou a disposição do Brasil para ajudar em qualquer mediação quando os lados envolvidos estiverem dispostos a falar de paz".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, desembarcou nesta terça-feira (17) na China para uma reunião com o "amigo querido" Xi Jinping, durante um encontro de cúpula multilateral que será ofuscado parcialmente pelo conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas.

A visita de Putin tem o objetivo de fortalecer ainda mais os laços entre Moscou e Pequim.

A China recebe esta semana os representantes de 130 países para um fórum do projeto chave do governo Xi, a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), um programa de desenvolvimento de infraestruturas que permitiu a Pequim ampliar sua influência global.

Putin lidera a lista de convidados e deve se reunir na quarta-feira com o homólogo chinês, em sua primeira visita a uma potência mundial desde o início da invasão da Ucrânia, conflito que deixou seu país isolado internacionalmente.

"Durante as conversas, uma atenção especial será reservada aos temas internacionais e regionais", afirmou o Kremlin, sem revelar mais detalhes.

A missão de Putin é fortalecer uma relação já sólida com Pequim, na qual Moscou é cada vez mais o sócio de menor influência.

Analistas descartam grandes surpresas durante a visita de Putin à China, que é encarada mais como um gesto simbólico de apoio a Moscou.

A Rússia tem consciência de que a China não deseja assinar nenhum acordo importante, afirmou à AFP Alexander Gabuev, diretor do Centro Carnegie para Rússia e Eurásia.

"A China tem todas as cartas na mão".

Apesar da reunião dos líderes durante o encontro de cúpula da BRI, a atenção mundial estará dominada pela guerra de Israel contra a organização palestina Hamas.

Israel declarou guerra contra o Hamas depois que combatentes do grupo invadiram o território israelense em 7 de outubro e mataram mais de 1.400 pessoas, em sua maioria civis.

Os bombardeios israelenses em represália deixaram pelo menos 2.750 mortos na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo as autoridades palestinas.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu ao ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, que utilize a influência de Pequim no Oriente Médio para acalmar a situação.

A China tem relações próximas com o Irã, cujos líderes religiosos apoiam o Hamas e o Hezbollah libanês, que poderia iniciar uma segunda frente de batalha contra Israel.

O enviado especial de Pequim, Zhai Jun, viajará ao Oriente Médio durante a semana para tentar estabelecer um cessar-fogo e negociações de paz, informou o canal estatal chinês CCTV, sem revelar detalhes sobre os países que serão visitados.

- Encontro de amigos -

Xi se reuniu nesta terça-feira, no início da cúpula, com os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, informou a imprensa estatal.

Putin e Xi discutirão as relações bilaterais em sua totalidade, afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, durante um encontro com o homólogo Wang.

O ministro Wang disse que a China "aprecia" o apoio da Rússia à BRI.

"Ambas as partes devem planejar atividades comemorativas, aprofundar a confiança mútua estratégica, consolidar a amizade tradicional e promover a amizade de geração em geração", disse o chefe da diplomacia chinesa.

Os dois países têm uma relação simbiótica, na qual a China valoriza o papel da Rússia como bastião contra o Ocidente, enquanto Moscou depende cada vez mais do apoio comercial e geopolítico de Pequim.

"Desde que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia, o país ficou em uma posição de dependência sem precedentes da China", destaca Bjorn Alexander Duben, da Universidade de Jilin, na China.

O eixo da aliança é a relação pessoal de Xi e Putin, que se consideram "amigos queridos".

"O presidente Xi Jinping me chama de amigo e eu também o chamo de amigo", disse Putin ao canal estatal chinês CGTN antes da viagem, segundo um comunicado do Kremlin.

O Exército russo está avançando na frente na Ucrânia, especialmente em torno da cidade de Avdiivka (leste), alvo há dias de um cerco em grande escala por parte das tropas de Moscou, disse o presidente da Rússia, Vladimir Putin, neste domingo (15), enquanto as forças ucranianas afirmam estar repelindo esta ofensiva.

"Nossas tropas melhoram sua posição em quase todo este espaço, um espaço bastante vasto", declarou o presidente, em uma entrevista à televisão russa, conforme trecho publicado nas redes sociais.

"Isso diz respeito às zonas de Kupiansk, Zaporizhzhia e Avdiivka", acrescentou Putin, elogiando essa estratégia de "defesa ativa" liderada pelo Exército.

As declarações do presidente russo sobre a situação em torno de Avdiivka surgem depois de suas Forças Armadas terem anunciado avanços na área.

Avdiivka caiu brevemente, em julho de 2014, nas mãos de separatistas pró-russos apoiados e armados por Moscou, antes de voltar para controle ucraniano.

Desde então, tem marcado a linha da frente nesta área e sido bombardeada com frequência, mesmo antes da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Nas últimas semanas, as forças russas conseguiram assumir o controle do norte e do sul da cidade, além de dominarem o leste, apertando progressivamente o cerco, com a esperança, no longo prazo, de fazer o Exército ucraniano se afastar ainda mais da capital da província de Donetsk, atingida todos os dias por bombardeios de Kiev.

Com base em imagens publicadas nas redes sociais, diferentes analistas afirmam, no entanto, que Moscou sofreu perdas materiais significativas.

- 'Sem sucesso' -

Em sua sessão informativa diária, o Exército ucraniano negou as afirmações russas, alegando que seus homens "repeliram" os ataques de Moscou na área. "O inimigo não cessa de tentar furar nossas defesas, mas sem sucesso", frisou.

No sábado, o prefeito ucraniano de Avdiivka, Vitali Barabach, relatou uma situação "muito tensa" e que os russos estão tentando "cercar a cidade" com "cada vez mais tropas".

Segundo ele, cerca de 1.600 civis permanecem em Avdiivka, já que os constantes bombardeios dificultam a retirada da população. Antes da ofensiva russa, a cidade tinha 30 mil habitantes.

O ataque do Kremlin a Avdiivka ocorre quatro meses depois de uma difícil contraofensiva ucraniana, uma vez que o Exército de Kiev recuperou apenas algumas cidades das mãos dos russos. Putin reiterou, neste domingo, que essa contraofensiva "fracassou completamente".

"Sabemos que, em algumas zonas de combate, a parte contrária prepara novas operações ofensivas. Vemos isso, sabemos disso e reagimos em conformidade", completou.

Em outros lugares da Ucrânia, vários ataques russos no sábado deixaram quatro mortos e três feridos nas províncias de Kharkiv (leste) e de Kherson (sul), segundo as autoridades locais.

Na área ocupada pela Rússia em Kherson, três civis morreram, e outro ficou ferido no sábado, informou Vladimir Saldo, a autoridade local designada por Moscou.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tiver possibilidade, ele vai se encontrar também com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Nesta quarta-feira, 20, o brasileiro teve uma reunião bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pela primeira vez.

"Se houver essa possibilidade, eu não tenho dúvida que se encontrarão. E o presidente Lula deixou muito claro que ele está aberto a discutir, a conversar com quem quer que seja, com vistas a promover o entendimento entre as duas partes, de forma que se possa começar alguma conversa direta entre as duas partes envolvidas, com o apoio de outros países, para se buscar um caminho para a paz", afirmou Vieira, em coletiva de imprensa, realizada há pouco.

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Questionado sobre se a Rússia chegou a procurar o Brasil para um encontro, o ministro disse que o diálogo está aberto. Segundo ele, Lula já conversou por duas vezes com Putin.

"A Rússia tem todo o diálogo também aberto com o Brasil... Tanto nós mantemos o Brasil em diálogo com todos, nós mantemos canais abertos com todos os países e estamos dispostos a ouvir todos os lados", afirmou Vieira. No caso específico da guerra, acrescentou, o objetivo é "encontrar um ponto comum que permita que se comece a conversar sobre a paz".

Após o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nessa terça (19), o presidente Lula (PT) permaneceu em Nova Iorque e vai se encontrar pela primeira vez com Volodymyr Zelensky nesta quarta (20). Sem aplaudir a fala do bresileiro, o presidente ucraniano solicitou o encontro para discutir o fim da guerra com a Rússia.

A reunião entre os líderes ocorre em meio a uma grande expectativa pela posição de neutralidade do Brasil na guerra. Após o choque de agendas que impediu a conversa entre os dois na reunião do G7, o brasileiro não aderiu às sanções impostas à Rússia pelos países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e chegou a afirmar que o presidente russo Vladimir Putin não seria preso no Brasil mesmo após ser condenado pelo Tribunal Penal Internacional.

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Em uma breve fala a jornalistas na sede da ONU, Lula disse que a reunião com Zelensky foi marcada às 16h e partiu de um pedido do governo ucraniano. "Eles pediram e resolvemos atender", disse.

"A expectativa é de uma conversa de dois presidentes de países, cada um com seus problemas, cada um com suas visões", resumiu o brasileiro.

Compromissos do Presidente

Mais cedo, Lula e o presidente norte-americano, Joe Biden, participam da cerimônia de lançamento da iniciativa bilateral em prol do avanço de direitos trabalhistas na Economia. A agenda do brasileiro ainda está preenchida com os encontros com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, e o presidente paraguaio Santiago Peña.

O voo de retorno do presidente Lula a Brasília está previsto às 21h.

O líder norte-coreano Kim Jong-un está voltando para casa neste domingo, 17, vindo da Rússia, encerrando uma viagem de seis dias que gerou preocupações globais sobre acordos de transferência de armas entre dois países que possuem impasses com o Ocidente.

O trem blindado de Kim partiu ao som da canção da marcha patriótica russa "Despedida da Eslava" no final de uma cerimônia em uma estação ferroviária em Artyom, uma cidade no extremo leste da Rússia, a cerca de 200 quilômetros da fronteira com a Coreia do Norte, segundo a agência de notícias estatal russa RIA.

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Altos funcionários, incluindo o ministro de Recursos Naturais da Rússia, Alexander Kozlov, e o governador regional de Primorye, Oleg Kozhemyako, estiveram presentes na cerimônia, que contou com uma banda militar russa tocando hinos nacionais norte-coreanos e russos.

Desde que entrou na Rússia na terça-feira passada, na sua primeira viagem ao exterior em mais de quatro anos, Kim encontrou-se com o presidente Vladimir Putin e visitou locais militares e tecnológicos importantes, destacando o aprofundamento da cooperação de defesa dos países frente aos confrontos cada vez mais intensos com o Ocidente.

Autoridades dos EUA e da Coreia do Sul disseram que a Coreia do Norte poderia fornecer munições extremamente necessárias para a guerra de Moscou contra a Ucrânia em troca de sofisticada tecnologia de armas russas que promoveria as ambições nucleares de Kim. Fonte: Associated Press

Kim Jong Un, o ditador de terceira geração, planeja se encontrar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, informou a mídia estatal de ambos os países na segunda-feira (11) - a primeira confirmação oficial da cúpula entre os dois líderes. Os relatórios não especificaram quando ou onde especificamente a conversa ocorrerá.

A viagem marcará a primeira viagem internacional de Kim em mais de quatro anos. O ditador partiu de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, na tarde de domingo no horário local, e pegou seu trem pessoal à prova de balas, informou a mídia estatal da Coreia do Norte. Fotos mostraram Kim, que estava acompanhado por altos funcionários do partido, do governo e militares, acenando para os norte-coreanos da porta do trem. O relatório não mencionou se Kim já havia chegado à Rússia.

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Autoridades dos EUA disseram esperar que Kim se reunisse em breve com Putin, onde os dois poderiam avançar nas negociações sobre a venda de munições de Pyongyang para ajudar Moscou a reabastecer seus suprimentos para a guerra na Ucrânia.

Putin está programado para viajar na segunda e terça-feira para Vladivostok, a cerca de 1.200 quilômetros de Pyongyang, e participar do Fórum Econômico Oriental, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Kim e Putin conheceram-se em Vladivostok em 2019, o único encontro presencial até à data.

Peskov disse a um meio de comunicação russo na segunda-feira que não havia planos para conversações entre Putin e Kim no fórum econômico, que termina na quarta-feira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já defendeu o fortalecimento do Tribunal Penal Internacional (TPI), órgão que o petista afirmou nesta segunda-feira, 11, que não conhecia. Durante o primeiro mandato, em 2004, o chefe do Executivo se comprometeu a complementar a legislação brasileira, seguindo diretrizes do tribunal, e a buscar o fortalecimento do Estatuto de Roma, tratado internacional que criou o TPI.

Na época, o governo Lula pretendia enviar um projeto de lei ao Congresso para adaptar as leis brasileiras às normas do Estatuto de Roma. O objetivo era tipificar os crimes de genocídio e de lesa-humanidade no Código Penal Brasileiro. A ideia foi divulgada pelo então secretário nacional dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, durante a Conferência Parlamentar Ibero-Americana na Câmara em março de 2004.

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O Tribunal Penal Internacional, também conhecido como Tribunal de Haia, foi tratado ainda pela sucessora do petista, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em dezembro de 2015, no segundo mandato, a então chefe do Executivo assinou o decreto nº 8.604, que reconhece a personalidade jurídica do órgão, além de dispor sobre os privilégios e imunidades da Corte.

Mais recentemente, Lula e correligionários defenderam a punição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela atuação na pandemia de covid-19. Em abril, na Espanha, o presidente afirmou que Bolsonaro "um dia será julgado em tribunal internacional pela atuação na pandemia". Ele não citou nominalmente o TPI, que é o órgão internacional que pode julgar indivíduos acusados de genocídio - termo recorrentemente usado por petistas para responsabilizar o ex-chefe do Executivo pelas mortes pelo coronavírus.

Em fevereiro de 2022, parlamentares levaram o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid para o Tribunal de Haia. O documento acusa Bolsonaro de nove crimes no âmbito da pandemia, incluindo epidemia com resultado de morte e crime contra a humanidade. Estavam na comitiva os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso.

Neste sábado, 9, Lula garantiu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, poderia se sentir tranquilo em participar da próxima reunião da Cúpula do G-20, a ser realizada em novembro de 2024 no Rio de Janeiro. Segundo o presidente, Putin, que será convidado para o encontro, entrará no Brasil "tranquilamente". O petista também afirmou que a prisão do líder russo em terras brasileiras seria um "desrespeito".

"O que eu posso dizer é que, se eu sou o presidente do Brasil e ele for para o Brasil, não há por que ele ser preso", afirmou em entrevista ao canal indiano Firstpost em Nova Délhi, onde participou da cúpula do G-20. "Ninguém vai desrespeitar o Brasil, porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil", disse.

A discussão envolvendo Putin tem como base um mandato de prisão contra o presidente russo, emitido pelo Tribunal Penal Internacional, por crimes de guerra por causa de seu suposto envolvimento em sequestros e deportação de crianças de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia durante a guerra. Como o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, ele é obrigado a prender Putin caso ele esteja em terras brasileiras.

Esse foi o motivo do líder russo não participar pessoalmente a cúpula do Brics, na África do Sul, em julho. Assim como o Brasil, o país africano é signatário do Estatuto de Roma, o que também o obrigaria a prender Putin.

Após a declaração causar desgaste político, Lula recuou, afirmou que o tribunal funciona somente com países "bagrinhos", referência às nações menos desenvolvidos, e disse que nem sabia da existência do TPI. O petista também deixou em aberto uma eventual retirada do Brasil do Estatuto de Roma.

O que é o Tribunal Penal Internacional?

O Tribunal Penal Internacional, criado pelo Estatuto de Roma, entrou em vigor em julho de 2002. É um organismo internacional permanente, com jurisdição para investigar e julgar indivíduos acusados de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão. A sede está localizada na cidade de Haia, nos Países Baixos. Suas decisões podem ser cumpridas em 123 países, incluindo o Brasil que promulgou o Estatuto de Roma em setembro de 2002.

Hoje (24) é comemorado o Dia da Comunidade Ucraniana e, desde o ano passado, o país passa por uma guerra após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizar as tropas invadirem o seu território. O confronto está resultando na morte de militares e destruição de cidades. Alguns dos refugiados ucranianos estão localizados no aeroporto de São Paulo, Brasil. Pensando nisso, a equipe do LeiaJá separou cinco filmes para assistir e entender a guerra no país. 

Anton: Laços de Amizade - Disponível na Amazon Prime Video, a obra cinematográfica conta sobre a amizade entre um garoto judeu e outro cristão, companheiros inseparáveis, em uma pequena vila da Ucrânia invadida pelos bolcheviques depois da Primeira Guerra Mundial. 

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Klondike: A Guerra na Ucrânia - Em 2014, no momento em que começa a Guerra na Donbass, o casal de ucranianos Irka e Tolik vive na região da fronteira entre seu país e a Rússia. Mesmo grávida, ela se recusa a abandonar sua casa, mesmo quando seu vilarejo é tomado por forças armadas. Disponível no YouTube. 

Inverno em Chamas: A Luta pela Liberdade da Ucrânia - Disponível na Netflix e indicado ao Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem, a trama traz o começo da manifestação pacífica de estudantes se transformando em 93 violentos dias de revolução na luta pelos direitos civis na Ucrânia. 

Os Esquecidos - Nina, uma professora ucraniana, não pode sair da cidade de Luhansk, ocupada por separatistas no leste. Forçada a ensinar russo, seu caminho se cruza com o de Andrii, um estudante, quando ela testemunha o jovem sendo preso pela após colocar a bandeira ucraniana no telhado da escola. Nina arrisca sua vida para libertá-lo, e os dois se apaixonam enquanto lutam pela liberdade da região. Disponível no YouTube. 

Testemunhas de Putin – O filme explica a ascensão de Vladimir Putin, por meio de materiais inéditos, desde o colapso da União Soviética até os anos 2000, quando ele se candidatou para o poder Russo. Disponível no YouTube. 

Bônus: A Sombra de Stalin - Disponível na Netflix, o jornalista galês Gareth Jones (1905-1935) arrisca a vida para expor a verdade sobre a fome devastadora na União Soviética no início dos anos 1930. 

O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou, nesta quinta-feira (24), a "contribuição" para a ofensiva na Ucrânia do chefe do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, apesar dos seus "erros", e prometeu "levar até ao fim" a investigação sobre a queda fatal do avião em que viajava.

Prigozhin "era um homem com destino complicado, que cometeu erros graves em sua vida, mas que obteve os resultados de que precisava", declarou Putin, durante uma reunião transmitida pela televisão, oferecendo suas condolências aos familiares das vítimas do acidente.

"São pessoas que deram uma contribuição significativa para nosso esforço comum" na Ucrânia, onde a Rússia trava uma ofensiva militar desde fevereiro de 2022, continuou Putin.

Referindo-se à investigação sobre as causas do acidente lançada pelas autoridades russas, o presidente prometeu "conduzi-la em sua integralidade e chegar a uma conclusão".

"Veremos o que os investigadores dirão num futuro próximo. A perícia está em curso, uma perícia técnica e genética. Isso levará algum tempo", completou.

Até o momento, as autoridades russas não apresentaram qualquer pista para explicar a queda, na quarta-feira, do jato privado que transportava, de acordo a autoridade da aviação civil russa, Prigozhin, seu braço direito, Dmitri Utkin, e outros responsáveis do Wagner.

No acidente, que alimentou especulações de assassinato do homem que se tornou inimigo do Kremlin após a rebelião fracassada em junho, morreram todos os 10 ocupantes da aeronave, segundo as autoridades.

Yevgueni Prigozhin, que Putin disse "conhecer desde o início da década de 1990", foi chamado de "traidor" pelo presidente russo durante sua rebelião abortada em junho.

Ainda de acordo com Putin, o chefe do grupo Wagner "voltou da África" no dia do acidente, quarta-feira.

O fundador da Grupo Wagner, Yevgueny Prigozhin, estava entre os passageiros de um avião particular que caiu na região de Tver. A informação foi confirmada pela Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya).

"Uma investigação foi iniciada sobre o acidente de avião ocorrido esta tarde (23/8) na região de Tver. De acordo com a lista de passageiros, entre eles está o nome e o sobrenome de Yevgeny Prigozhin", disse o departamento de Rosaviatsiya.

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O jato executivo da Embraer, de propriedade de Prigozhin, caiu perto da vila de Kuzhenkino, na região de Tver, na noite desta quarta-feira (23). De acordo com dados preliminares do Ministério para Situações de Emergência da Rússia, 10 pessoas morreram: sete passageiros e três tripulantes. O avião voava de Moscou para São Petersburgo.

O canal de telegram da Grey Zoneo grey zone, ligado ao Grupo Wagner, publicou que o avião de Prigozhin foi abatido por defesa aérea. Não há confirmação oficial desta informação.

Por Serguei Monin, para o Brasil de Fato

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a presença do presidente da Rússia, Vladimir Putin, seria muito importante na Cúpula do Brics, que será realizada em Durban, África do Sul, entre os dias 22 a 24 de agosto.

Em entrevista ao jornal sul-africano Sunday Times, o presidente brasileiro apontou que a reunião irá tratar de assuntos essenciais para o bloco como a luta contra a desigualdade e paz no mundo, o que exigiria a presença de todos os mandatários dos países.

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Esta será a primeira reunião dos Brics a acontecer de forma presencial após a Rússia invadir a Ucrânia. Para evitar constrangimentos, Putin não irá comparecer de forma presencial ao evento. Ele será substituído pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.

Caso Putin viajasse para Durban, o país anfitrião seria obrigado a prender o presidente russo por conta do mandato de prisão expedido contra ele pelo TPI (Tribunal Penal Internacional). A África do Sul é signatária do Estatuto de Roma, que criou o TPI.

"Lavrov é um diplomata muito importante, mas seria essencial que a Rússia participasse desse encontro com o seu presidente. Nós vamos discutir temas globais como a paz e a luta contra a desigualdade e eu gostaria muito de discuti-los pessoalmente com o presidente Putin", apontou o petista ao jornal sul-africano.

Novos membros

Segundo o embaixador da África do Sul para a Ásia e o Brics, Anil Sooklal, o bloco recebeu 22 pedidos de admissão, que contam com o patrocínio da China, principal interessada na expansão do Brics com o objetivo de ampliar a sua influência global e reforçar a liderança do grupo.

Em artigo publicado no Estadão, o presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE) e ex-embaixador do Brasil em Londres (1994-1999) e Washington (1999-2004), Rubens Barbosa, afirmou que a expansão do bloco prejudicaria o Brasil.

"O Brasil é o único país do Brics com padrão de votação diferenciado na questão da Ucrânia. Num clube de dez ou quinze membros que votam exatamente como a China e Rússia em questões como direitos humanos, democracia e a guerra na Ucrânia, o Brasil vai ficar ainda mais isolado dentro do grupo", sinalizou o diplomata. "Caso haja incorporação desse grande número de países, não restará ao Brasil alternativa senão deixar o grupo para manter sua posição de independência e afirmar uma posição de liderança no Sul", acrescentou Barbosa.

Países como Arábia Saudita, Argentina, Cuba, Venezuela e Irã já manifestaram interesse em entrar no Brics.

Moeda

Lula também já mencionou diversas vezes a possibilidade de o bloco criar uma moeda do Brics, O presidente brasileiro tem insistido em reduzir a dependência do dólar em transações comerciais.

Contudo, mesmo membros do Brics questionam se a ideia é possível. A Rússia já alegou que acredita que uma moeda do bloco não poderia ser implementada no curto prazo.

"Muitos países estão trilhando o caminho de usar moedas nacionais em acordos. Certamente, há discussões em andamento sobre a possibilidade e viabilidade de introduzir determinados processos de integração. [...] Isso dificilmente poderá ser implementado no curto prazo", disse o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov sobre a proposta defendida pelo Brasil.

A presidente do banco dos Brics, Dilma Rousseff, se reuniu nesta quarta-feira, 26, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em São Petersburgo. Em nota, a ex-presidente brasileira disse que o banco não considera ter novos projetos na Rússia, atualmente sancionada por países ocidentais por sua guerra na Ucrânia.

O encontro ocorreu em meio à 2ª Cúpula Rússia-África, que antecede a reunião dos países do Brics - acrônimo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. "O NDB [Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla em inglês] reiterou que não está considerando novos projetos na Rússia e opera em conformidade com as restrições aplicáveis nos mercados financeiros e de capitais internacionais. Quaisquer especulações sobre tal assunto são infundadas".

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Desde de sua invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia vem recebendo uma série de sanções dos países aliados de Kiev. Desde que a viagem de Dilma se tornou conhecida, houve especulação sobre a possibilidade de o banco dos Brics dar dinheiro à Rússia. "Quaisquer especulações sobre a discussão de novas operações do NDB na Rússia são infundadas", reforçou o comunicado que Dilma compartilhou em sua conta no X, antigo Twitter.

No encontro, ambos também conversaram sobre transações internacionais em moedas locais e criticaram a hegemonia do dólar. Putin se mostrou confiante de que a ex-presidente brasileira conseguirá desenvolver "este mecanismo muito importante" em condições de tensão geopolítica e tendo em conta que o dólar é utilizado "como um instrumento de luta política".

O mandatário russo lembrou que o uso de moedas nacionais é cada vez mais comum nas transações comerciais entre os países membros do Brics. "A este respeito, o banco poderia desempenhar o seu papel", disse o chefe do Kremlin.

Dilma respondeu que não existe nenhum obstáculo que impeça os países em desenvolvimento de efetuarem transações internacionais nas suas moedas nacionais. "O banco deve desempenhar um papel importante no advento de um mundo multipolar", afirmou. A reunião ocorreu no Palácio Constantino, em São Petersburgo.

Cúpula Rússia-África

A nota ainda ressalta que ela não se reuniria apenas com Putin, mas também com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Ambos, Rússia e África do sul, são países fundadores do banco. "O objetivo de ambas as reuniões bilaterais é verificar as opiniões de ambos os países membros sobre o papel do NDB na próxima Cúpula do Brics, que será sediada na África do Sul em agosto de 2023?, diz uma segunda nota publicada no site do NDB.

"À margem da Cúpula Rússia-África em São Petersburgo, Dilma se encontrará com líderes de outros países africanos. Neste encontro, ela vai tratar da sua participação na próxima reunião de Cúpula dos Brics na África do Sul, em 22 e 24 de agosto", finaliza a nota de Dilma em sua rede social.

Embora tenha sido indicada ao banco por Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma não é uma funcionária do governo petista e seu encontro com Putin não era conhecido nos círculos do Ministério das Relações Exteriores.

Em decorrência do isolamento de Putin e sua figura como pária internacional, Lula não se encontrou com o russo desde que assumiu a presidência pela terceira vez. Os dois conversaram por ligação, o que o petista também fez com o presidente ucraniano Volodmir Zelenski.

Um membro do governo brasileiro que se reuniu com Putin foi o ex-chanceler e atual assessor especial, Celso Amorim, que, após críticas, viajou a Kiev para se encontrar com Zelenski. Da mesma forma que não se reuniu com o russo, Lula não se encontrou com Zelenski durante a cúpula do G-20.

O Brasil tem um posicionamento de neutralidade na guerra da Ucrânia, apesar de ter votado pela condenação da invasão na Assembleia Geral da ONU e com comentários de Lula atribuindo culpa a ambas as partes do conflito.

Havia a possibilidade de Lula e Putin se verem presencialmente na cúpula dos Brics, mas o russo cancelou sua participação presencial por causa do mandado de prisão expedido contra ele pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) por crimes de guerra. Já que a África do Sul é signatária do estatuto que fundou o tribunal, pela regra, ela estaria obrigada a prender Putin no momento em que ele chegasse ao país. Após tentativas do país de evitar a situação embaraçosa, com possibilidade de transferir a cúpula para a China, o Kremlin anunciou que Putin participaria apenas virtualmente, enviando seu chanceler Serguei Lavrov.

A cúpula de países africanos na Rússia, serve então para Putin se encontrar presencialmente com os líderes e demonstrar que ainda possui aliados, apesar do isolamento. Muitos países africanos, bem como a China, tem mantido laços fortes com Moscou, o que contribuiu para o países conseguir driblar parte das sanções à sua economia.

Segundo Kremlin, a Ucrânia será o principal tema a ser tratado com as nações africanas, especialmente o abandono por parte da Rússia do acordo de grãos com Kiev, que permitia a exportação de gãos pelo Mar Negro para vários países, incluindo da África. Nos últimos dias, a Rússia tem buscado tranquilizar esses países prometendo a exportação gratuita de cereais.

(Com agências internacionais)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que propôs ao líder do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, que seus combatentes servissem sob a autoridade oficial de outro comando, mas que ele rejeitou a oferta após o motim fracassado do grupo paramilitar.

Em uma entrevista ao jornal russo Kommersant publicada na quinta-feira à noite, Putin falou sobre uma reunião com Prigozhin e os comandantes do grupo Wagner em 29 de junho no Kremlin.

Os combatentes do grupo Wagner "poderiam ter sido reunidos em um apenas lugar e prosseguir com seu serviço. Nada mudaria para eles, seriam liderados pela pessoa que realmente era seu comandante todo este tempo", disse Putin.

O Kommersant explica que a pessoa citada é um comandante do grupo Wagner conhecido como "Sedoy" (cabelo grisalho), que segundo Putin foi quem realmente liderou os paramilitares na frente de batalha ucraniana durante os últimos 16 meses.

O presidente russo afirmou que muitos participantes na reunião "concordaram" com a proposta, mas que Prigozhin não aceitou a solução.

O motim do grupo Wagner abalou o governo da Rússia, envolvido com a guerra na Ucrânia.

Durante a rebelião, os combatentes do grupo Wagner ocuparam durante várias horas o quartel-general do exército na cidade de Rostov, sul da Rússia, e avançaram centenas de quilômetros na direção de Moscou.

O motim terminou em 24 de junho, com um acordo para que Prigozhin viajasse para Belarus e uma proposta para que os combatentes do grupo Wagner integrassem o exército oficial, aceitassem o exílio em Belarus ou retornassem à vida civil.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu no dia 29 no Kremlin com o chefe do Grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, cinco dias após sua rebelião armada, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (10) pela presidência russa.

Na reunião de quase três horas, com todos os comandantes rebeldes, segundo o Kremlin, Putin analisou as atividades dos mercenários na frente ucraniana e o motim no dia 24, quando Prigozhin ordenou que suas tropas marchassem até Moscou. "O presidente ouviu as explicações dos comandantes do grupo e propôs alternativas para o futuro", afirma o comunicado.

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Peskov não disse onde a reunião aconteceu, nem que tipo de acordo foi discutido entre os dois. Ninguém sabe onde está Prigozhin, que até agora não mencionou um encontro com Putin. Se a conversa tiver realmente ocorrido, será o primeiro contato conhecido entre os dois homens desde a revolta dos mercenários, que representou o desafio mais dramático à autoridade de Putin em suas mais de duas décadas no poder. O relato do Kremlin, porém, deixa uma série de perguntas sem resposta sobre o futuro do Grupo Wagner.

O fato de mercenários do Grupo Wagner terem participado de uma reunião com o presidente russo, mesmo depois que Putin os denunciou como traidores em rede nacional e jurou esmagar o motim, demonstra o poder que Prigozhin acumulou no campo de batalha.

De acordo com observadores, o fato de o governo russo fazer questão de divulgar um encontro entre os dois por sugerir que o Kremlin, pelo menos por enquanto, vê os mercenários como uma ameaça a ser mantida dentro do controle do regime, em vez de marginalizada como uma oposição armada.

No entanto, Putin caminha por uma linha tênue e perigosa. Qualquer indulgência demonstrada a Prigozhin e seus mercenários poderia ser considerada um sinal de fraqueza e encarada com desprezo pelo Ministério da Defesa, cuja liderança foi alvo direto da revolta armada.

Versões

O Kremlin já mudou várias vezes sua versão sobre acontecimentos. Em 29 de junho, dia da suposta reunião entre Putin e Prigozhin, Peskov disse a repórteres que não sabia onde estava o chefe mercenário. Na semana seguinte, em 6 de julho, o porta-voz afirmou que o governo não tinha "capacidade nem desejo" de rastrear os movimentos do líder do Grupo Wagner. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ievegni Prigozhin, o líder da organização paramilitar russa Wagner, se mudará para a vizinha Belarus, como parte de um acordo para diminuir as tensões da rebelião armada instigada pelo grupo neste sábado, 24. O anúncio foi feito pelo Kremlin, que ainda informou que o processo criminal contra Prigozhin será encerrado e que as tropas não serão punidas.

Como parte do acordo selado para interromper o movimento das forças do grupo em direção a Moscou, as tropas do grupo Wagner não enfrentarão processos e aqueles que não participaram do motim receberão ofertas de contratos do Ministério da Defesa, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sem fazer menção a uma possível mudança de liderança no ministério.

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"O processo legal contra ele será retirado. Ele irá para a Bielorrússia", disse Peskov. "Ninguém vai julgar (os combatentes), tendo em conta os seus méritos na frente do conflito com a Ucrânia", acrescentou.

O governo russo ainda disse que considera "impensável" que o motim frustrado afete a ofensiva militar na Ucrânia, disse o porta-voz do Kremlin. "A operação militar especial continua. Nossos militares conseguiram repelir a contraofensiva ucraniana", declarou.

A tratativa teve mediação do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, fiel aliado de Vladimir Putin, presidente da Rússia. Depois que o acordo foi fechado, Prigozhin disse que estava ordenando que suas tropas interrompessem a marcha sobre Moscou e se retirassem para campos de campanha na Ucrânia, onde lutam ao lado das tropas russas. O acordo pareceu neutralizar uma crise dramaticamente crescente que representava o desafio mais significativo para Putin em suas mais de duas décadas no poder.

Prigozhin e todos os seus combatentes desocuparam o quartel-general militar na cidade de Rostov-on-Don, no sul, que haviam assumido anteriormente, menos de duas horas após o anúncio do acordo.

O chefe da força do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse que ordenou que seus mercenários, que estavam a 200 quilômetros de Moscou, interrompessem a marcha em direção à capital e se retirassem para seus campos na Ucrânia para evitar "derramar sangue russo".

O anúncio de Prigozhin parecia acalmar uma crise crescente. Moscou se preparava para a chegada do exército privado liderado pelo comandante rebelde, e o presidente Vladimir Putin prometeu enfrentar.

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Prigozhin não disse se o Kremlin respondeu à sua demanda para expulsar o ministro da Defesa, Sergei Shoigu. Não houve comentário imediato do Kremlin.

O anúncio segue-se a uma declaração do gabinete do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, dizendo que ele tinha negociado um acordo com Prigozhin depois de ter discutido anteriormente a questão com Putin.

Prigozhin aceitou a oferta de Lukashenko para deter o avanço do Grupo Wagner e outras medidas para reduzir as tensões, disse o escritório de Lukashenko, acrescentando que o acordo proposto contém garantias de segurança para as tropas Wagner.

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