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Três homens foram detidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na madrugada deste sábado (26), por suspeita de participação em um racha de motocicletas no Recife. Após denúncias, os policiais fizeram um acompanhamento das motocicletas, até realizar a abordagem dos três suspeitos na BR-101, no bairro da Iputinga, Zona Oeste da capital.

Os condutores foram autuados com uma multa no valor de R$ 2.934,70 e estão sujeitos à suspensão do direito de dirigir. Uma das motocicletas encontradas apresentava sinais de adulteração, e as outras duas estavam com a placa coberta.

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Os suspeitos foram encaminhados à Central de Plantões da Capital (Ceplanc), em Campo Grande, na Zona Norte do Recife. Além da multa e da suspensão da carteira, o dono da motocicleta adulterada também deve responder por adulteração de sinal identificador de veículo.

A Polícia Militar de Pernambuco prendeu, na noite dessa quinta-feira (24), quatro suspeitos de praticarem direção perigosa, além de autuar um homem por direção e desobediência por furar blitz, no bairro de Boa Viagem.

A Operação Racha contou, ainda, com a participação da CTTU, Lei Seca e do Detran e teve o intuito de garantir a Segurança Pública e prevenir a incidência de ocorrências de rachas na região.

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Foram realizadas 365 abordagens, 23 automóveis e nove motos foram removidas, além de 31 notificações extraídas. Munições e uma arma de fogo também foram apreendidas na operação.

Os detidos foram encaminhados para Central de Plantões da Capital para serem tomadas as medidas legais cabíveis.

Fotos: Divulgação/PMPE

Nesta segunda-feira (29), médicos que ocupavam assentos na atual gestão do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), comunicaram, através de carta à sociedade médica do estado, a renúncia dos cargos que ocupavam na autarquia.

Dez membros da entidade médica, entre eles o vice-presidente, publicaram carta em que alegam os principais motivos que levaram o grupo a romper com os demais componentes da  gestão 2018 - 2023.

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A necessidade de renovação, a busca por um conselho preventivo e educativo, bem como a descontinuidade de projetos voltados ao interior do estado estão entre os motivos que provocaram a decisão.   

Acompanhe abaixo, na íntegra, o texto divulgado e assinado pelo grupo:  À Sociedade Médica Pernambucana 

 Prezados colegas médicos, Por meio desta carta, nós, os signatários abaixo assinados, tornamos pública a renúncia dos nossos cargos como conselheiros e diretores da atual gestão do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE). Essa inevitável decisão foi fruto de profunda reflexão decorrente das diversas discordâncias que tivemos com a atual gestão, em relação a questões cruciais que consideramos fundamentais para o pleno cumprimento da missão da entidade.

A primeira divergência que nos levou a tomar essa decisão foi a necessidade de renovação dos membros do CREMEPE. Entendemos que é essencial promover a alternância de representantes para manter a vitalidade e a capacidade de adaptação às demandas e desafios em constante evolução da medicina e da sociedade.

Outro ponto central da discordância está relacionado à busca por um conselho preventivo e educativo. Acreditamos que o CREMEPE deve assumir um papel proativo na promoção de medidas e políticas que visem à prevenção de problemas de saúde, contribuindo para a formação de uma sociedade mais saudável. O debate amplo e a coragem de fazer são elementos indispensáveis para um órgão fiscalizador e regulador da magnitude do conselho. Infelizmente, percebemos uma tendência de conformismo e uma resistência em adotar novas abordagens e soluções inovadoras.

Acreditamos que é necessário ter coragem para enfrentar desafios e buscar constantemente o aprimoramento, sempre com o foco na classe médica, no interesse público e na melhoria da saúde da população pernambucana. 

Também nos causou profunda insatisfação a descontinuidade dos projetos voltados ao interior, que foram construídos com afinco e dedicação, nos primeiros dois anos desse mandato. Esta atitude vai contra os princípios de equidade e justiça, prejudicando diretamente os colegas médicos do interior e a população que mais necessita de assistência médica de qualidade, afetando também a imagem e a credibilidade do conselho.

Por fim, destacamos a importância do respeito às entidades médicas, pilares fundamentais da representatividade e do fortalecimento da categoria. Entendemos que o diálogo e a parceria com essas entidades são essenciais para a construção de um ambiente colaborativo, para a defesa dos interesses dos médicos pernambucanos. Infelizmente, presenciamos uma postura de distanciamento e desvalorização dessas importantes instituições.

Com base nos pontos elencados acima, e diante da nossa incompatibilidade com a atual gestão do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, tomamos a decisão de renunciar aos nossos cargos de conselheiros e diretores.

Ressaltamos, que essa medida foi tomada como uma forma de manifestação, na defesa dos nossos compromissos com os valores e princípios que consideramos essenciais para a atuação efetiva do Cremepe. Defendemos, intransigentemente, a salutar união das entidades médicas em nosso estado e um Novo Conselho Regional de Medicina, atuante em defesa do exercício da profissão, dos médicos e da saúde da sociedade Pernambucana.

Atenciosamente,  Carlos Eduardo Gouvêa da Cunha

Claudia Beatriz Câmara de Andrade

Fernando Antônio Andrade de Oliveira

Jader Wanderley Barros e Silva Filho

Márcio Sanctos Costa

Mário Fernando da Silva Lins

Mário Jorge Lemos de Castro Lobo

Tiago Marques Cavalcanti

Virgílio Silveira Carneiro Leão

Walber Steffano Costa Fernandes

*Da assessoria 

O Centrão se dividiu na Câmara. A formação de um novo bloco de partidos, com 142 deputados, contrariou o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que, após o racha, articula contraofensiva para não perder poder. Agora, os aliados de Lira se preparam para apresentar um megabloco, desta vez com 164 deputados, unindo PP, União Brasil, PSDB, Cidadania, PSB, Avante e PDT.

A queda de braço começou depois que o Republicanos, partido que integrava o Centrão ao lado do PP de Lira e do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixou o grupo e se aliou ao MDB, PSD, Podemos e PSC. A nova correlação de forças tem impacto na base aliada do governo Luiz Inácio Lula da Silva, nas negociações dos partidos com o Palácio do Planalto e reflete a disputa antecipada pela cadeira do presidente da Câmara.

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O deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) é o favorito de Lira para a sucessão ao comando da Casa, em fevereiro de 2025. Articulador do novo bloco, o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, também busca se fortalecer na disputa e, ao deixar o Centrão, conseguiu montar um grupo que incluiu o MDB e o PSD, partidos com ministérios.

O movimento que rachou o Centrão agradou ao Planalto principalmente por ter surgido no momento em que Lira vem criando problemas para o governo por causa da disputa com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O bloco que desafia Lira planeja ter a mesma formação durante quatro anos. O arranjo pode conferir mais vagas a aliados do governo na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Na prática, os blocos são formados para dar musculatura aos partidos na eleição da cúpula da Câmara e também nas comissões. O tamanho de cada um define quantas vagas serão ocupadas nesses colegiados. A estrutura também é decisiva para as votações em plenário.

O Estadão apurou que Marcos Pereira espera atrair o apoio do PT para sua possível candidatura à presidência da Câmara, em 2025, mas ele nega qualquer tentativa de se opor a Lira. "Somos aliados e leais ao Arthur. Ele é nosso líder maior e comandante principal", afirmou Pereira ao Estadão. O deputado observou que o impacto dessas articulações dependerá dos acordos "pilotados" por Lira.

"São partidos do centro, que possuem alguns pensamentos iguais sobre o andamento da Casa. Claro que não 100%, mas a grande maioria é governista e tem tudo para dar certo", afirmou o líder do novo bloco, Fábio Macedo (Podemos-MA).

Na outra ponta, o deputado Alex Manente, vice-líder da federação PSDB-Cidadania, admitiu as conversas com Lira. "Naturalmente, após o primeiro bloco, haverá a formação de outros, até para poder ter novo jogo de poder na Câmara", afirmou ele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um homem de 24 anos foi preso em flagrante após atropelar outro, de 26, por volta das 2 horas de sábado (25) na Alameda Professor Lucas Nogueira Garcez, em Atibaia, no interior de São Paulo. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), guardas municipais atenderam a ocorrência e, no endereço, apuraram que o condutor de um Honda Civic que participava de um racha atropelou um pedestre que atravessava a via. "O autor fugiu e, após diligências, ele foi encontrado visivelmente embriagado, chegando em sua residência", disse a SSP.

A vítima foi socorrida e encaminhada ao Pronto Socorro da Santa Casa do município e o motorista foi levado ao Plantão da Delegacia Seccional de Atibaia, que solicitou perícia no veículo apreendido.

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O motorista responde por embriaguez ao volante, fuga de local de acidente, participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.

Segundo o Tribunal de Justiça (TJ-SP), o motorista foi posto em liberdade provisória, mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 2,6 mil. Ele foi advertido, porém, que deverá comparecer a todos os atos processuais, se vier a ser processado.

"Também está proibido de se ausentar da comarca onde reside por mais de sete dias, salvo mediante prévia autorização judicial, sob pena de revogação da liberdade provisória, com a consequente decretação da prisão preventiva", disse ainda o TJ-SP.

 Um jovem de 18 anos capotou em um carro no Cais José Estelita, no Centro do Recife, quando participava de um suposto "racha" na madrugada desta sexta-feira (24). Ele perdeu o controle da direção e atingiu um veículo que estava parado na via.

Policiais militares do 16º Batalhão foram ao local e confirmaram que não houve feridos. Segundo testemunhas, o motorista estava em alta velocidade e realizava manobras arriscadas.

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O momento da colisão foi filmado por pessoas que estavam na borda da pista, o que dá a impressão de que havia mesmo uma corrida de carros ilegal

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O condutor e o passageiro foram conduzidos à Central de Flagrantes, onde foram autuados por direção perigosa. A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso. 

Considerada infração de trânsito de natureza gravíssima, a direção perigosa pode gerar uma multa de até R$ 2.934,70 e a suspensão temporária da carteira de habilitação do motorista. 

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) recolheu nove motos e multou condutores que participavam de um racha na BR-232, entre Caruaru e Gravatá, no Agreste de Pernambuco. O grupo com mais de 30 motociclistas fazia manobras perigosas na rodovia, na noite dessa terça-feira (24).

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As primeiras denúncias foram recebidas pela PRF por volta das 20h, com a informação que mais de 30 motociclistas circulavam em alta velocidade e faziam manobras perigosas no km 138 da rodovia. O efetivo foi ao local e os suspeitos fugiram em alta velocidade, inclusive pela contramão.

Os policiais seguiram com as buscas e conseguiram identificar algumas motos reunidas no Rei das Coxinhas, no km 71 da BR-232, já em Gravatá. Diversas irregularidades como a falta de carteira de habilitação, licenciamento vencido, pneus sem condições de uso, falta de retrovisor e placas encobertas foram confirmadas na abordagem.

As motos foram apreendidas e o grupo autuado por infração gravíssima por realizar manobras perigosas, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus. A legislação de trânsito prevê a multa de R$ 2.934, além da perda de sete pontos na carteira de habilitação.

Um ano após a fusão entre DEM e PSL, o União Brasil ainda vive um clima de brigas internas e disputas por protagonismo nas decisões políticas. Setores do partido, principalmente os ligados ao antigo DEM, têm reclamado do presidente da sigla, Luciano Bivar. Eles dizem que Bivar tentou levar o União Brasil para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno e que ele tem tomado decisões sem ouvir a legenda. Críticos do dirigente também afirmam que ele tem a "doce ilusão" de ser o presidente da Câmara em 2023 caso Lula vença a eleição presidencial.

Um dos principais líderes da sigla, o governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado, vocalizou publicamente a insatisfação com Bivar. "A decisão pessoal dele não pode ser determinante quando se fala em maioria, a tese partidária não é o rito imperial do presidente, é da maioria. O presidente do partido pode ter a opinião dele, mas a maioria do partido já se declarou favorável (a Jair Bolsonaro, candidato do PL à reeleição)", disse Caiado no dia 6, quando participou de um pronunciamento no Palácio da Alvorada ao lado presidente.

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Contra a maioria bolsonarista, o União Brasil anunciou neutralidade no segundo turno da eleição presidencial. Além de Bivar, o ex-prefeito de Salvador e candidato a governador da Bahia pelo partido, ACM Neto, foi essencial para isso, já que apoiar Bolsonaro seria ruim para ele, que concorre em um Estado de maioria lulista. Neto tem adotado a neutralidade em relação à disputa nacional desde o primeiro turno e a manteve na segunda fase da eleição.

Fusão com PP

Uma reunião da direção nacional e com a presença dos deputados e senadores eleitos está marcada para esta semana em Brasília. Não há uma pauta predefinida, mas uma ala do partido pretende questionar o modo como a legenda está sendo conduzida. Outro ponto que precisa ser pacificado é a negociação para uma fusão ou federação com o PP. Uma parte do União Brasil é contra e vê isso como uma estratégia do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para capturar a legenda e fazer frente ao PL, que elegeu 99 deputados neste ano.

A divisão da legenda também pode ser observada no diretório do Rio. O prefeito de Belford Roxo e presidente do diretório estadual, Wagner Carneiro, o Waguinho, e a sua mulher, a deputada federal eleita mais votada no Rio, Daniela do Waguinho, apoiam Lula. Já o deputado estadual mais votado, Márcio Canella, e a família do ex-governador Anthony Garotinho decidiram apoiar Bolsonaro. O senador eleito Sérgio Moro, o vice-presidente da legenda, Antonio Rueda, e diretórios de Estados como Acre, Amazonas, Ceará e Mato Grosso também já aderiram à campanha bolsonarista.

Atrito pernambucano

O caso de atrito interno do União Brasil mais recente aconteceu na disputa para o governo de Pernambuco, terra de Bivar. O dirigente chegou a falar que a sigla está com a candidata Marília Arraes (Solidariedade), que é apoiada por Lula, mas outros integrantes do partido no Estado, como ex-ministro da Educação Mendonça Filho, o deputado Fernando Coelho Filho e o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho, todos vindos do extinto DEM, se apressaram em dizer que estão com a tucana Raquel Lyra na disputa pelo governo estadual e apoiam Bolsonaro para presidente.

Bivar também não esconde o incômodo com os colegas de partido e minimizou os apoios deles. "O União Brasil e nós que dirigimos a legenda em Pernambuco estamos apoiando Marília Arraes. Mendonça e a família Coelho não falam pelo partido em Pernambuco", disse ele ao Estadão. Sobre Lula, Bivar evitou dar um endosso público, mas já disse que os apoios dados a Bolsonaro por caciques da legenda não representam o partido.

"Nenhum deles responde pelo União Brasil nacional. União Brasil é um pacto de 27 Estados com representatividade e diretórios. Cada Estado tem sua independência", afirmou Bivar no dia 6, quando anunciou que a legenda adotaria neutralidade no segundo turno da eleição presidencial.

Em nota divulgada no início de outubro, o presidente do partido também fez uma crítica velada ao bolsonarismo e disse que não pode "comungar com forças retrógradas extremistas e conservadoras". Bivar já foi aliado de Bolsonaro e, inclusive, foi o dirigente partidário que viabilizou sua candidatura à Presidência em 2018, mas os dois romperam logo no primeiro ano de governo, em 2019, após uma disputa pelo comando do antigo PSL. Nesta eleição, o deputado fez um acordo informal com o PT e o PSB, que tem a prefeitura do Recife e o governo do Estado, para conseguir se reeleger como deputado federal.

A estimativa inicial do União Brasil em Pernambuco era eleger dois deputados federais - Mendonça Filho e Fernando Coelho - e Bivar não estava lista. Para conseguir se eleger, o presidente do partido contou com o auxílio dos partidos de esquerda em Pernambuco, que mobilizaram prefeitos e vereadores para ajudar Bivar a ter votos.

Pré-candidato à Presidência da República e principal dirigente nacional do União Brasil, o deputado Luciano Bivar (SP) escancarou um racha na sigla em São Paulo e abriu uma crise no partido ao declarar em entrevista ao Estadão que uma eventual aliança com o governador Rodrigo Garcia (PSDB) é "inexequível".

Bivar disse ainda que tem a prerrogativa de fazer uma intervenção no diretório paulista da legenda. Se isso ocorrer, o grupo do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite, que defende o acordo com o governador e ocupa espaços na administração, ficaria isolado.

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"Nós temos um candidato à Presidência no União Brasil. Como podemos estar (em São Paulo) com um partido que tem outro candidato a presidente? É inexequível essa aliança", disse Bivar ao Estadão. Na entrevista, ele lembrou ainda que todos os diretórios estaduais do partido - resultado da fusão de PSL e DEM - são provisórios.

As declarações surpreenderam Leite e ampliaram a pressão sobre o Palácio dos Bandeirantes, que considera o União Brasil um aliado determinante para ter a hegemonia do tempo de televisão e rádio no horário eleitoral.

Controle

"O papel do Bivar será preponderante nas articulações sobre a melhor engenharia em São Paulo. Ele não pode abdicar disso. Quando houve a fusão (entre DEM e PSL) ficou acertado que o PSL teria o controle do diretório em São Paulo", disse o deputado Júnior Bozzella, primeiro vice presidente do diretório paulista.

A decisão de Bivar de implodir o acordo com Garcia em São Paulo foi uma retaliação pelo apoio do PSDB à pré-candidatura presidencial da senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Já Leite argumenta que o acordo da fusão previa que seu grupo teria o comando do diretório paulista. "Iremos com o Rodrigo Garcia com tranquilidade e daremos palanque para o Bivar em São Paulo. Não há possibilidade de o União Brasil estar com Fernando Haddad ou Tarcísio de Freitas", disse Leite, que é segundo vice-presidente do diretório.

O vereador ressaltou que tem uma relação "excepcional" com Bivar. "Ele pode estar chateado com o PSDB nacional, mas vamos construir o diálogo. Vamos sentar em um bom café e não discutir isso pela imprensa", disse.

As declarações de Bivar acenderam o sinal amarelo no PSDB paulista, que vai tentar um acordo. A ideia, segundo dirigentes tucanos, é garantir espaço "generoso" para o pré-candidato do União Brasil no palanque de Garcia e assegurar que Simone não terá exclusividade. "Vamos trabalhar para tê-los conosco", disse o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O momento em que um carro colidiu na traseira de um veículo que estava parado no semáforo, na Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis, foi captado por câmeras de monitoramento. A Polícia Militar (PM) apontou que o motorista que provocou a colisão praticava um racha na via.

Um idoso, de 72 anos, morreu com a intensidade batida, na quinta-feira (19). Ele ocupava o veículo com outras duas pessoas. Uma mulher foi socorrida em estado grave e o condutor não se feriu, conforme a Guarda Municipal de Florianópolis (GMF).

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A PM identificou que três carros faziam um racha na avenida. No entanto, só o motorista envolvido na colisão foi preso. O homem, de 41, foi autuado em flagrante por homicídio doloso. Ele não apresentava sinais de embriagues e foi encaminhado à Central de Polícia, onde ficou à disposição da Justiça.

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Uma Ferrari foi flagrada a 214 km por hora pelo radar da Polícia Militar Rodoviária, na manhã de domingo, 15, na rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto (SP-300), em Jundiaí, interior de São Paulo. O registro foi feito por um radar móvel, operado por um policial rodoviário. O condutor, que não chegou a ser abordado pelo agente de segurança, terá de pagar multa no valor de R$ 880,41. Ele ainda terá a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa, mas pode entrar com recurso.

Um pouco antes da Ferrari, o radar havia registrado a passagem de uma McLaren a 185 km/h. Também foram autuados um Mustang, a 205 km/h, e uma BMW, a 186 km/h. No local, a velocidade máxima permitida é de 100 km/h, mas há trechos em que a estrada corta áreas urbanas e a máxima é de 80 km/h.

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Conforme o comando do 4º Batalhão de Policiamento Rodoviário, que realizou a operação, foram multados 256 veículos, entre eles esportivos de grande potência, como Porsche e Camaro. Alguns automóveis foram parados vários quilômetros adiante e os motoristas, além de multados, foram advertidos por estarem colocando em risco a própria vida e de outras pessoas.

A operação se estendeu às rodovias Anhanguera e Bandeirantes, que nos fins de semana têm sido pontos de encontro para donos de motocicletas potentes e de veículos esportivos. Além dos carros, ao menos 60 motos foram multadas.

De acordo com a concessionária AB Colinas, que administra a rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, a estrada é dotada de radares, o que não impede que a Polícia Rodoviária realize operações, pois tem a competência para fiscalizar e autuar as infrações de trânsito. A Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) informou que a fiscalização do excesso de velocidade compete à Polícia Militar Rodoviária.

A PM Rodoviária informou que a "Operação Speed", realizada no domingo, tem como objetivo encerrar a prática de rachas e potencializar a percepção de segurança aos usuários da rodovia. A ação contou com o apoio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Já o DER disse que trabalha para a diminuição das infrações de trânsito e a fiscalização é feita por radar controlador (fixo) 24 horas e pela Polícia Rodoviária, por meio de radares portáteis. "O DER vai enviar equipes ao local para verificar a necessidade de reforço na sinalização e estudar a possibilidade de novos radares", disse, em nota.

Conforme o órgão estadual, o Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 308, prevê detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de dirigir veículo automotor, em caso de participação, "em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia, em manobra de veículo automotor não autorizada pela autoridade competente".

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), negou ter ido a Brasília e participado de uma reunião sobre a indicação de sua prima, Marília Arraes (PT), ao Senado Federal, através da Frente Popular. O esclarecimento foi feito nas redes sociais do gestor, neste domingo (20). João disse que os rumores têm o intuito apenas de “tumultuar o debate eleitoral”. 

O blog do Jamildo havia publicado a informação de que Campos teria viajado a Brasília para uma reunião “sigilosa” e “sem alardes” junto aos dirigentes nacionais do PT e do PSB. O encontro acertaria a indicação de Arraes ao Senado através da chapa de Danilo Cabral (PSB). Assim, os socialistas aceitariam a candidatura da parlamentar, um dos maiores impasses para a permanência da deputada no PT. 

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Na próxima semana, é esperado um encontro de Marília Arraes com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, para discutir o destino da petista em Pernambuco. Em um comunicado recente, Marília informou aos seus apoiadores que sua candidatura está em discussão, mas não negou e nem confirmou os boatos de que sairá do PT; todavia, afirmou que seguirá junto a Lula.  

O Senado Federal aprovou nesta semana um projeto de lei que libera R$ 3,86 bilhões do Fundo Nacional de Cultura (FNC) para fomentar projetos culturais, com o objetivo de recuperar o setor após perdas ao longo da pandemia da Covid-19. Com 74 votos favoráveis e somente uma abstenção, a chamada "Lei Paulo Gustavo" dividiu governistas e a família do presidente Jair Bolsonaro (PL) após correligionários votarem contra o interesse do secretário especial da cultura Mário Frias.

O texto que segue para sanção homenageia o humorista Paulo Gustavo, morto por Covid-19 em 2021 e defensor da vacinação como forma de combater o avanço da pandemia. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi um dos que aprovou a lei em Plenário, e disse que o voto homenageia o que o governo federal fez ao longo da pandemia. Também justificou a posição ao apontar que a cultura teria sido uma das vítimas do "fique em casa" e que, por isso, precisa do aporte financeiro.

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Nas redes sociais, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (União-SP) divergiu do irmão e criticou a aprovação, além de reclamar da homenagem ao humorista. "Não queremos mais uma CPI da Rouanet, mas agora com o nome do artista. Trabalhemos pelo veto na Câmara e sua manutenção", escreveu. Ele também recusou o avanço do apoio ao setor cultural em votação na Câmara dos Deputados, junta a parlamentares governistas como Carla Zambelli (União-SP) e Daniel Silveira (União-RJ).

Outros senadores com histórico de apoio a Bolsonaro, como Fernando Bezerra (MDB-PE), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Marcos Rogério (PL-RO) e o relator Alexandre Silveira (PSD-MG), que já foi convidado para ser líder do governo na Casa, também votaram a favor da medida.

Já Mário Frias afirmou que a decisão do Senado é um "absurdo" e "inconstitucional". "A Câmara dos Deputados tinha conseguido apresentar uma proposta razoável, mas foi completamente descartada", publicou.

O Senado reverteu duas mudanças na lei feitas pela Câmara dos Deputados, recuperando dispositivo que estimulava a participação de pessoas LGBTQIA e a que dava maior poder à Secretaria Especial de Cultura sobre a distribuição dos recursos.

Se a lei for sancionada, a União terá de enviar o dinheiro diretamente aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios para ser executado até 31 de dezembro de 2022. A maior parte dos recursos será destinada ao setor de audiovisual.

A aprovação do projeto de lei que legalizou os jogos de azar no Brasil, na madrugada dessa quinta-feira (24), expôs o racha na base aliada do governo de Jair Bolsonaro. Deputados que compõem a Frente Parlamentar Evangélica se sentiram abandonados pelo Palácio do Planalto, acusaram a cúpula do Progressistas, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de agir contra os interesses do próprio presidente e prometeram dar o troco.

Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, à noite, Bolsonaro reiterou a promessa de vetar o texto. Avisou, porém, que o poder de sua caneta tem "limite". Após a votação na Câmara, bolsonaristas avaliaram que o presidente pode perder apoio de religiosos nas eleições de outubro, caso não consiga barrar o avanço da proposta. O projeto ainda precisará passar pelo crivo do Senado, onde enfrenta resistências, embora conte com o apoio da bancada do Progressistas e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

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'Minado'

"O presidente precisa rever o governo dele, que está minado ideologicamente", disse ao Estadão o deputado Sóstenes Cavalcante (União Brasil-RJ), que comanda a Frente Parlamentar Evangélica. Sóstenes citou Lira, Ciro e o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PR), como os principais responsáveis pela aprovação do projeto que legalizou cassinos, jogo do bicho e bingos no País.

"Ciro tem o governo na mão e operou de dentro do Planalto. Bolsonaro precisa saber escolher melhor quem põe do lado dele", criticou o deputado, ao dizer que Lira perdeu apoio para se reeleger presidente da Câmara. Nem ele nem Ciro quiseram se manifestar. O único que rebateu Sóstenes foi Barros. "Sigo as orientações do Planalto", reagiu o líder do governo.

Na própria frente evangélica, porém, houve traições. Dos 114 deputados desse grupo, 15 votaram a favor do projeto. (mais informações nesta página). Sóstenes isentou Bolsonaro do resultado final - foram 246 votos a favor da proposta, 202 contrários e 3 abstenções -, sob o argumento de que ele não entra no varejo das articulações políticas. Não foi este, porém, o diagnóstico de outros aliados do governo.

Diante da ofensiva do Centrão, deputados contrários ao projeto não conseguiram emplacar ontem nem mesmo os chamados "destaques" para alterar pontos do texto aprovado. "Alguns querem que eu reprove ou aprove certas coisas lá. Tenho meu limite", disse Bolsonaro na live. "Fiz o que pude junto aos parlamentares mais próximos da gente para ver se derrotava o projeto lá. Infelizmente, foi aprovado."

Apoiador de Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi às redes sociais para se insurgir contra o sinal verde dado pela Câmara à proposta. "Isso é uma vergonha, minha gente! Nós vamos ver os partidos e deputados que votaram (para na próxima) eleição agora dizer não", afirmou Malafaia. "Sabe a quem interessa isso? Capital estrangeiro, narcotráfico e lavagem de dinheiro", emendou.

Antes mesmo da aprovação desse projeto, Bolsonaro já havia convidado os cem principais líderes de igrejas evangélicas para um café no Palácio da Alvorada, em 8 de março. A ideia é reaglutinar sua base de apoio e mandar um recado político de que tem a maioria da cúpula das igrejas no momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avança sobre esse segmento. O Estadão apurou que pastores vão dizer a Bolsonaro que, se ele não se posicionar de forma mais contundente contra a legalização da jogatina, terá grande prejuízo eleitoral.

CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também criticou a aprovação do projeto que legaliza os cassinos e indicou o link da Câmara para que o eleitor pudesse verificar como cada parlamentar votou. "É importante, principalmente nesse ano eleitoral, avaliar a posição assumida", disse o presidente da CNBB, d. Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte.

Nove 'traições' em votação

Partidos de esquerda e a bancada evangélica foram os dois principais grupos que tentaram impedir a votação do projeto que libera os jogos de azar no Brasil. No entanto, uma ala dos dois segmentos da Câmara contribuiu para que o texto fosse aprovado. O projeto de lei passou por uma margem apertada, na madrugada de ontem. Foram 246 votos favoráveis, 202 contrários e 3 abstenções. O Senado ainda precisa analisar o projeto.

O Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, orientou a bancada contra a votação, mas nove dos 31 parlamentares endossaram a iniciativa. Entre os que foram a favor estavam Jhonatan de Jesus (RR), que liderou a sigla em 2019 e 2020, e Hugo Motta (PB), representante da bancada no ano passado.

A regulamentação dos jogos, que inclui cassinos, jogo do bicho e bingo, é criticada por evangélicos porque eles consideram que a prática contribui para a lavagem de dinheiro e estimula o vício. Com o mesmo argumento, partidos de esquerda resistem ao projeto.

Esquerda

As bancadas do PT, PSOL, PV e Rede votaram integralmente contra o projeto, mas o PSB e o PDT racharam. Somados, os partidos de oposição deram 33 votos para o texto ser aprovado.

O PDT orientou seus deputados a favor do texto. De um grupo de 25 pedetistas, 14 votaram favoravelmente, dez foram contrários e um se ausentou. O PSB, partido do relator do projeto, deputado Felipe Carreras (PE), não deu qualquer orientação. Na legenda, os votos contrários chegaram a 14 e os favoráveis somaram 13, incluindo o do relator, de Tabata Amaral (SP) e de Tadeu Alencar (PE), ex-líder da legenda.

A maioria dos oito deputados do PCdoB votou a favor da legalização dos jogos de azar no País. Apenas Orlando Silva (SP) e Professora Marcivânia (AP) foram contra.

Publicações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) nas redes sociais expuseram mais um episódio de rompimento da cúpula bolsonarista com ex-aliados do início do governo, desta vez com o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e seu irmão, Arthur Weintraub.

O ex-integrante do Executivo vinha direcionando provocações veladas ao presidente em entrevistas e postagens na internet, mas o enfrentamento ganhou caráter público nesta quinta-feira (20), quando o filho do mandatário deu o sinal definitivo da cisão com os antigos aliados.

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Se, no passado, Weintraub já foi um dos ministros mais alinhados ideologicamente ao presidente Jair Bolsonaro, hoje ele é considerado "traidor" pelas pessoas mais próximas ao mandatário. Desde que saiu do governo, em 2020, o ex-titular da Educação passou a curtir diversas publicações críticas ao presidente nas redes sociais, o que foi interpretado como uma forma de lançar "indiretas" ao chefe do Executivo. Um dos primeiros sinais de desgaste da relação ocorreu logo na ocasião de sua demissão da Educação, quando ele postou um vídeo no qual Bolsonaro o abraça levando no rosto uma expressão aparentemente aborrecida.

Na última segunda-feira (17), Weintraub participou de uma "live" com ex-ministros e fez uma provocação sobre a aliança do presidente da República com o Centrão. Segundo ele, o mandatário teria se afastado das pautas ideológicas pelas quais foi eleito e "substituído" a ala conservadora do Executivo federal por integrantes do bloco político.

Foi o estopim para que o presidente passasse a dar sinais mais claros de seu descontentamento com o ex-ministro. A questão deixou de ser assunto de bastidores nesta quinta-feira, quando os irmãos Weintraub destacaram em suas redes o fato de o secretário especial da Cultura, Mário Frias, ter curtido uma publicação insinuando que o ex-ministro poderia ser preso "em breve".

"Esse post é mais torcida ou desejo?", questionou Arthur, anexando uma captura de tela do tweet com a curtida de Frias. A publicação em questão é de uma apoiadora bolsonarista que diz: "anote e cobre: você será preso em breve, haverá choro e ranger de dentes".

O secretário da Cultura, então, fez uma série de publicações contra os irmãos. Ele afirmou que eles não deveriam estar chateados com uma curtida, já que eles fizeram o mesmo "inúmeras vezes em perfis que chamam o presidente de frouxo, covarde e coisas piores". Frias também descreveu o ex-ministro como oposição, "a mais baixa que existe, cínica e sonsa".

"Sua turma ataca todos os integrantes do Governo, inclusive a mim e a outros conservadores, e agora quer vir pagar de ofendido? Vire homem e diga logo que é oposição. Fica parecendo um moleque sonso, alimentando ataques por trás, mas se fazendo de aliado injustiçado pela frente", escreveu Frias.

Eduardo Bolsonaro usou o tweet do secretário para entrar publicamente no bate-boca. O deputado afirmou que durante muito tempo seu pai "engoliu sapos" do ex-ministro para dar a ele a chance de "se corrigir", o que, segundo Eduardo, não ocorreu. Na mesma publicação, o filho do presidente afirmou que a briga com o ex-ministro não se trata de dividir a direita, mas de "separar o joio do trigo".

Eduardo ainda deu a entender que teria ajudado Weintraub a ir para os Estados Unidos após sua demissão do governo para impedir uma possível prisão do ex-ministro. Em resposta a um usuário que o acusou de endossar prisões arbitrárias, o parlamentar respondeu: "Se endossássemos prisões arbitrárias, Abraham jamais teria ido aos EUA junto com seu irmão". O deputado não deu mais detalhes sobre o assunto.

Reagindo às postagens, Abraham escreveu que os ex-aliados estavam se aproximando das atitudes do que ele classificou como "comunistada" e tentou desqualificar o secretário por seu passado como ator da TV Globo.

"Antigamente, quem defendia minha prisão arbitrária por falar uma frase era a comunistada. Agora é o Secretário da Cultura, Mário Frias! Em 2017, eu estava na Paulista ou fazendo o plano de Governo, enquanto ele estava na Globo...", escreveu o ex-ministro.

Weintraub também se defendeu das acusações de ter "curtido" tweets contrários ao presidente. "As duas vezes que eu curti algo errado foi por engano. Retirei a curtida, imediatamente, assim que soube. Você, secretário indicado pelo governo, intencionalmente manifesta apoio à minha prisão", escreveu.

Mário Frias, então, retornou às redes sociais para dizer que não apoia prisão ilegal e pedir que Abraham "deixe de mentir descaradamente".

A temperatura entre os irmãos Weintraub e a ala ideológica do governo já vinha subindo nas últimas semanas. No início do ano, o ex-titular da Educação trocou farpas com a deputada bolsonarista Janaina Paschoal no Twitter, negando a intenção de integrar uma chapa bolsonarista nas eleições de outubro. O ex-ministro retornou ao Brasil para concorrer ao governo de São Paulo. No governo, ele é visto como "traidor e oportunista" e, como disse Mário Frias, alguém que "só se agarrara no conservadorismo quando a coisa aperta".

O distanciamento entre o presidente e o ex-ministro se tornou explícito após o presidente Jair Bolsonaro escolher o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, como seu candidato ao governo de São Paulo, contrariando os interesses de Weintraub.

Dez dias atrás, ao concluir a votação do texto-base do projeto que altera o Código Eleitoral, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), presidente da Câmara, fez um comentário sobre um parlamentar do partido Novo que deu o que falar no plenário e nas redes sociais, entre críticos e apoiadores da legenda.

"Todos já votaram no plenário? Eu ia perder ali o nosso deputado, futuro progressista, Marcel van Hattem", disse Lira, indicando que o parlamentar gaúcho, um dos oito representantes do Novo na Câmara, deixará a legenda e voltará ao partido do qual saiu em 2018. Quando um deputado o alertou de que Van Hattem era "ex-progressista", Lira não se fez de rogado: "Vai ser futuro. Ninguém se perde no caminho da volta".

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Diante da saia-justa, Van Hattem, que faz parte da ala que se opõe à posição do partido e de seu fundador e ex-candidato à Presidência, João Amoêdo, de apoiar o impeachment do presidente Jair Bolsonaro e atuar como oposição ao governo, apressou-se em negar a sua saída do Novo.

"Esse episódio foi uma brincadeira que o Arthur Lira tem feito comigo desde o início do mandato, em 2019", disse ao Estadão. "Só que, desta vez, ele fez isso ao microfone e acabou gerando, sem querer, um grande mal-entendido. Nada além disso."

Êxodo. Apesar do desmentido e de Van Hattem afirmar que o seu plano A "sempre foi e continua sendo" ficar no Novo, a possibilidade de ele deixar o partido, ao lado de quatro ou cinco colegas de bancada que rezam pela mesma cartilha, é real, e poderá se materializar na próxima "janela partidária", em março, aprofundando o "racha" vivido pela agremiação.

Além de Van Hattem, poderão se desligar do Novo os deputados Alexis Fonteyne (SP), Lucas Gonzales (MG) e Gilson Marques (SC), todos candidatos à reeleição, e Paulo Ganime (RJ), líder do partido na Câmara, que pretende se candidatar ao governo do Rio em 2022. Em princípio, a deputada Adriana Ventura (SP), que também quer disputar a reeleição, deverá ficar, mas a sua saída não está descartada e dependerá de como a legenda vai lidar com os conflitos internos nos próximos meses.

Se o êxodo se confirmar, como tudo indica no momento, a bancada do Novo ficará reduzida aos deputados Tiago Mitraud (MG), que não deverá ser candidato à reeleição, Vinicius Poit (SP), já aprovado no processo seletivo do partido como pré-candidato ao governo paulista, ambos mais alinhados com a ala de Amoêdo, e talvez Adriana.

Convenções. Mais do que uma decisão voluntária, a migração dos parlamentares para outras siglas deverá ser a única alternativa para eles não ficarem sem legenda para participar do pleito no ano que vem. Embora os mandatários que queiram se candidatar à reeleição não precisem passar novamente pelo processo seletivo realizado pelo Novo, eles poderão ser vetados nas Convenções Estaduais, que dão o aval final às candidaturas, por não apoiarem o impeachment e defenderem a adoção de uma postura "independente" pelo partido. "Se o entendimento dos convencionais for de que a neutralidade é uma forma velada de apoio ao Bolsonaro, é possível que as candidaturas de quem não segue as diretrizes partidárias sejam vetadas", diz Eduardo Ribeiro, presidente do Novo.

Já Paulo Ganime, que participa do processo seletivo que definirá o pré-candidato do Novo ao governo do Rio, poderá perder o lugar para Juliana Benício, candidata do Novo à Prefeitura de Niterói em 2020, estimulada a entrar na disputa com o deputado pelos próprios dirigentes do partido.

Como o resultado do processo seletivo deverá ser anunciado até o fim de setembro, Ganime ainda terá tempo de aproveitar a janela partidária para mudar de legenda se for preterido, embora afirme que poderá até deixar a política. Mas os parlamentares que pretendem concorrer à reeleição não terão a mesma oportunidade. Pelo calendário eleitoral, as Convenções só deverão ocorrer em julho, três ou quatro meses depois da janela partidária. Se eles ficarem no Novo até lá, perderão a chance de trocar de partido caso as suas candidaturas sejam rejeitadas.

Comissão de Ética. Há, ainda, o risco de os candidatos à reeleição ficarem sem legenda se forem punidos pela Comissão de Ética do Novo. O deputado Alexis Fonteyne, por exemplo, tem um processo contra ele correndo no órgão, por ter chamado Amoêdo de "calopsita" e poderá ser duramente penalizado por isso, a julgar pelas decisões tomadas recentemente em casos semelhantes.

Apesar de não haver prazo para a Comissão de Ética avaliar os processos pendentes, Fonteyne espera que a questão também seja definido em tempo de aproveitar a janela, se necessário. "Imagine a loucura se você não mudar de partido na janela, por acreditar que o Novo iria lhe dar legenda, e de repente, lá na frente, ele não lhe der", afirma. "Aí, como é que fica? Você não poderá mais voltar atrás e mudar de partido."

Se depender dos mandatários, eles preferem continuar no partido. A maioria entrou na política pelo Novo e se diz identificada com os valores e princípios da legenda. Pelo que dizem, será uma frustração ter de deixar o Novo por uma questão conjuntural, que consideram menor, e não por discordar das grandes bandeiras partidárias, como a liberalização da economia, a privatização e o combate ao mau uso do dinheiro público e à corrupção.

Diferença ideológica. Segundo Ganime, não há uma diferença ideológica muito grande entre as duas alas em que o Novo se dividiu. "O que está dividindo o partido não é uma visão do que se quer para o País. Todos os mandatários que conheço têm a mesma posição do partido, de não querer a eleição do Lula do Bolsonaro ou do Ciro Gomes e querer uma opção que pacifique o País e possa conduzir o governo de forma sensata, sem polarização, sem discursos absurdos e sem ódio", diz. "O problema é que uma parte de filiados acha que quem não quer impeachment é bolsonarista ou é contra os valores do partido, mas ser a favor ou contra o impeachment não é o que define quem é do Novo."

Ainda que possa parecer estranho para muita gente, a possível saída de deputados da legenda não parece preocupar nem a direção partidária nem Amoêdo. O fundador do partido afirma até que o "racha" é positivo. "Na minha avaliação, a saída de filiados que são contra o impeachment fortalece a unidade partidária, fundamental para o crescimento do partido", afirmou Amoêdo, em publicação nas redes, ao comentar a desfiliação do cientista político Christian Lohbauer, um dos fundadores do Novo e ex-candidato a vice-presidente em sua chapa em 2018, anunciada na quinta-feira passada. "Nossa oposição ao governo e a defesa do impeachment vão continuar e nortear as nossas candidaturas em 2022", diz Eduardo Ribeiro. "É compreensível que os mandatários que não concordem com essa posição queiram buscar outro partido."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à relação delicada com o vice-presidente Hamilton Mourão, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (31) que vai conversar com o general nos próximos dias. Questionado por um apoiador se Mourão "fica", o chefe do Executivo respondeu: "não vou entrar em detalhes". Diante da resposta sucinta, emendou: "talvez converse com ele nos próximos dias, mas sem problema".

Distante de antigos aliados, a exemplo de Mourão, Bolsonaro também fez comentários sobre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), hoje um de seus principais adversários políticos. Segundo o presidente, em uma visita ao Rio de Janeiro, Doria pediu para falar com ele, mas o chefe do Executivo disse que não o recebeu. "Já sabia quem ele era", comentou. Ele não precisou, contudo, a data em que recusou o encontro com o tucano.

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Mesmo com diversas acusações de corrupção em seu governo, que virou palco para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, Bolsonaro voltou a negar a existência de corrupção, mas pondera que irregularidades podem surgir. "Na prefeitura, que é pequena, pode (acontecer), um secretariozinho na ponta", comenta. "Mas se aparecer, a gente vai atrás", garantiu.

'Imbrochável e incomível'

No fim da conversa com os apoiadores, Bolsonaro, orgulhoso, mostrou sua "Medalha três i's" que, segundo ele, "mulher não pode ver". No objeto, que contém uma foto sua ao centro, aparecem os escritos "Clube Bolsonaro: imorrível, imbrochável e incomível". "Essa medalha não é qualquer um que tem", riu o presidente.

A possível debandada do clã Bolsonaro ao nanico Patriota provocou um 'racha' na cúpula do partido, que acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a presidente da sigla, Adilson Barroso, acusado de irregularidades na organização da convenção nacional em que foi anunciada a filiação do senador Flávio Bolsonaro (RJ) nesta segunda-feira, 31.

A ação enviada ao TSE é assinada pelo vice-presidente, Ovasco Resende, o secretário-geral, Jorcelino Braga, e outros seis integrantes do partido. Eles acusam o presidente do Patriota de convocar a convenção 'às escondidas' e de alterar a composição do colégio eleitoral no sistema do TSE para garantir maioria na votação que alterou o estatuto e favoreceu a entrada dos Bolsonaro, tudo isso sem comunicar os correligionários.

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"O Presidente Adilson Barroso Oliveira está a praticar atos individuais e abruptos na gestão de um partido de caráter nacional", afirmam. "Pretendendo alterar o colégio eleitoral da convenção nacional, suprimindo votos desinteressantes e inserindo votos a seu favor, o Presidente Nacional Adilson Barroso Oliveira também suprimiu as Direções Estaduais que pugnavam pela tomada desta decisão de modo democrático e com ampla publicidade nas fileiras partidárias", prosseguem.

Na ação, os integrantes afirmam que nunca foram contra a filiação do grupo político de Bolsonaro, mas sustentam que a decisão sobre sua entrada no partido deve ser tomada de modo democrático. Eles dizem que a Comissão Executiva e o Conselho Político Nacional do partido chegaram a convocar o presidente da sigla para firmar uma diretriz nacional sobre o tema, mas enfrentaram resistência.

"Tratando-se de questão partidária, que depende de deliberações democráticas, nenhum integrante do partido pode agir como "dono" da grei", diz outro trecho da ação. "Sabendo-se que o Exmo. Sr. Presidente da República Jair Bolsonaro tem pretensões à reeleição e busca acomodar diversos apoiadores e mandatários, compete à convenção nacional do Patriota decidir democraticamente se o partido terá candidatura presidencial própria em 2022 e, em caso positivo, se é vontade da maioria que o candidato seja o Exmo. Sr. Presidente da República Jair Bolsonaro e que seus apoiadores ocupem posições no Patriota."

O pedido é para suspender os atos do presidente do Patriota. O processo foi distribuído ao ministro Edson Fachin.

O dia 12 de fevereiro de 2021 tinha tudo para ser comemorado com pompa pelo partido Novo. Fundado pelo financista João Amoêdo e por mais 180 apoiadores sem experiência política, para lutar pelo liberalismo econômico e pela moralização da vida pública, o Novo completava 10 anos de vida.

Mesmo com um desempenho que deixou a desejar no pleito municipal de 2020, no qual elegeu apenas 29 vereadores e um prefeito (Joinville-SC) em todo o País, não faltavam motivos para celebrar a data. Único partido a não usar recursos dos pagadores de impostos para sobreviver e financiar as suas campanhas, o Novo tem, hoje, além dos representantes municipais eleitos no ano passado, o governador de Minas Gerais, 8 deputados federais, 12 deputados estaduais e um deputado distrital.

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Em 2018, nas eleições para a Presidência, as primeiras que o Novo disputou, Amoêdo ficou em quinto lugar, com quase 2,7 milhões de votos, o equivalente a 2,5% do total, à frente de nomes como o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o senador Alvaro Dias (Podemos).

Mas, exceto por um comunicado oficial no site do partido e algumas manifestações acanhadas nas redes sociais, o aniversário que marcava a primeira década do partido passou praticamente em branco - e não só por causa das restrições impostas pela pandemia. O Novo vive uma guerra fratricida e a sua maior crise desde a fundação, em 2011. Um dos principais doadores do Novo, que prefere se manter na sombra, afirma que o partido passa por um momento "muito delicado".

Polarização. De um lado, está Amoêdo, que ficou sem função na direção partidária depois de ter renunciado à presidência, em março de 2020, para, segundo ele, "mostrar que o Novo não depende só de uma pessoa" e "ter um pouco mais de liberdade" para expor as suas posições. Do outro, estão os políticos do partido, aí incluídos o governador de Minas, Romeu Zema, a bancada federal e a maior parte de seus deputados estaduais e vereadores.

Amoêdo defende que o Novo apresente um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro e estimulou a adoção de uma postura de oposição em relação ao governo, aprovada pelo Diretório Nacional, o órgão máximo do partido, na semana passada. Zema e a maioria dos mandatários são contra as duas posições e queriam que o partido mantivesse a independência adotada desde a posse do presidente, em 2019, mas foram derrotados nesta questão.

A decisão do Diretório Nacional representou uma espécie de compensação para Amoêdo, que havia amargado um revés no fim de janeiro, com a decisão do partido de não apresentar por ora um pedido de impeachment. A proposta foi rechaçada por seis de seus oito deputados federais, que ameaçaram se desligar da sigla se ela fosse levada adiante. Zema também se colocou contra a medida. Para evitar um racha definitivo, o órgão teve de recuar. "O partido não acabou por milagre", diz o cientista político Christian Lohbauer, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Amoêdo e um dos signatários da ata de fundação do Novo, em 2011.

Em meados de fevereiro, Amoêdo usou o seu perfil no Twitter para criticar a posição da bancada federal do partido contra a prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), que ameaçou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu o AI-5.

Ao menos dois deputados, Alexis Fonteyne (Novo-SP) e Marcel Van Hattem (Novo-RS), reagiram à espetada fazendo comentários no post. "Acredito que nem os clones do João Amoêdo iriam se entender com ele", diz Fonteyne. "Seria muito injusto, depois de eu ter trabalhado dez anos para a formação do partido, não poder dizer que sou contra uma votação da bancada", afirma Amoedo.

Os conflitos políticos, porém, são apenas "a ponta do iceberg" e, segundo lideranças e filiados do Novo, refletem divergências relacionadas à organização e ao funcionamento do partido. "As brigas são reflexo de um problema de governança", diz Mateus Bandeira, candidato a governador do Rio Grande do Sul pelo Novo em 2018, que se desfiliou da legenda após as eleições e está escrevendo um livro sobre a campanha, no qual dedica alguns capítulos ao partido e a Amoedo.

‘Partido do João’. Apesar de seu afastamento da direção, muitos líderes partidários dizem que o Novo continua a ser "o partido do João". A percepção é de que ele precisa trabalhar mais em equipe e não deve ter a palavra final nas decisões. "O partido não pode se resumir à opinião do João Amoêdo", afirma Fonteyne.

No Diretório Nacional, ao menos dois dos cinco integrantes são ligados ao fundador, de acordo com líderes da legenda, e um flutua para um lado e para o outro, ao sabor dos acontecimentos. Amoêdo mantém, ainda, o controle da Comissão de Ética, cujos integrantes foram indicados por ele quando era presidente do partido e ainda não foram trocados por seu sucessor, Eduardo Ribeiro.

Além disso, a assessoria de imprensa de Amoêdo é a mesma da legenda, embora com contratos distintos para as duas tarefas, assim como a empresa que cuida de suas redes pessoais e das redes do Novo. "A informação é pública e está inclusive no site da assessoria", afirma Amoedo.

Há, ainda, uma questão estrutural, relacionada à exclusão dos mandatários das decisões políticas, que costuma causar muito ruído. Como o Novo separa a gestão partidária de seu braço político, não há um canal formal de participação dos mandatários nas decisões, ainda que, eventualmente, eles sejam ouvidos de maneira informal. "O que está no estatuto do partido é que não deveria haver contaminação das agendas política e administrativa. Mas, na prática, o braço político está sendo subordinado ao administrativo, que não leva em conta o pessoal que está no front, e isso é um erro crasso", afirma Christian Lohbauer.

Sem solucionar os problemas de governança, os conflitos políticos conjunturais, que envolvem o impeachment de Bolsonaro e a posição em relação ao governo, poderão até ser superados, mas outros, provavelmente, virão mais adiante.

TRÊS PERGUNTAS PARA...

João Amoêdo, fundador do Novo e ex-presidente da legenda

1. Está havendo uma forte polarização no Novo, da qual, de certa forma, o sr. é o pivô. O que está acontecendo?

Há certa divisão dentro do partido. Há pessoas que são anti-Bolsonaro, por tudo o que ele tem feito, e pessoas que entendem que o Bolsonaro tem lá suas qualidades. O fato de existirem essas duas correntes e de o partido ter se colocado de forma independente até a semana passada, quando definiu uma postura de oposição), na linha do "olha, nós elogiamos as coisas boas e criticamos as coisas ruins", é que acabou gerando essa polarização.

2. O sr. criticou a bancada federal e o governador Romeu Zema e houve um bate-boca em público com parlamentares do Novo. Qual a razão?

Não há nenhuma crítica minha ao governador nem à bancada e não há bate-boca em público. Disse apenas que discordava do voto da bancada pela soltura do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) e pelo fato de que o partido não tinha uma posição clara em relação ao governo. No caso do Zema, ele disse que era contra a decisão do Novo de apoiar o impeachment. Eu simplesmente falei que, se fosse verdadeira essa informação, de que o partido tinha resolvido apoiar o impeachment, eu parabenizava o Novo.

3. Onde isso vai parar? Vai haver um racha no Novo?

Acredito que deveria ser um caminho natural para o partido dizer se houve ou não crime de responsabilidade e se deve ou não haver pedido de impeachment. Se isso for feito, para um lado ou para o outro, em cima dos fatos, da racionalidade, pode até haver uma cisão, mas o partido sairá fortalecido, pela coerência.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à queda de popularidade e ao aumento da pressão pelo impeachment, com a mobilização de adversários nas redes sociais e a multiplicação de carreatas e panelaços, o presidente Jair Bolsonaro conquistou algumas casas preciosas no xadrez político do País.

Com a vitória dos candidatos do Palácio do Planalto às presidências do Senado e da Câmara dos Deputados, cujo ocupante tem a atribuição de aceitar - ou não - um pedido de impeachment, o afastamento de Bolsonaro parece ter ficado mais distante do que muitos de seus opositores gostariam.

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"Nós estamos num momento de pandemia, de crise social, de crise econômica. Não precisamos abrir uma crise política", afirmou o deputado Arthur Lira (PP-AL), novo comandante da Câmara, ao responder a uma pergunta sobre o tema um dia antes de ser eleito para o cargo, em entrevista ao programa Em Foco, da GloboNews.

Líder do Centrão - que avalizou a sua candidatura na Câmara e a de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado -, Lira disse que não via motivos para levar o processo de impeachment adiante. "Se o atual presidente (da Câmara), Rodrigo Maia (DEM-RJ), com muita prudência e muito equilíbrio, não pautou nenhum dos 59 pedidos de impeachment que ele tem na gaveta, é porque sabe que não há nada lá que tipifique uma ruptura política desta gravidade."

"Tempestade perfeita". Embora alguns líderes, influenciadores e apoiadores do movimento pelo impeachment afirmem que a mobilização deverá continuar no mesmo diapasão e até crescer nos próximos meses, a postura de Lira poderá esfriar as pretensões do grupo - ao menos enquanto durar a lua de mel de Bolsonaro com o Centrão.

"Acredito que não vai ter mais impeachment, não", diz Fernando Schuler, cientista político e professor do Insper, escola de economia, engenharia e direito de São Paulo. "Para a gente chegar numa tempestade perfeita de impeachment, que ainda está bem longe, tem de haver uma queda mais forte de popularidade do presidente", afirma o cientista político Lucas de Aragão, da Arko Advice, uma consultoria de Brasília. "Essa queda de popularidade terá de ser barulhenta, gerar protestos, grandes manifestações."

Com o recrudescimento da pandemia e as restrições impostas a grandes aglomerações, também parece improvável que as manifestações pelo impeachment alcancem as dimensões necessárias para ampliar o apoio político à medida no Congresso. A não ser que Bolsonaro continue a jogar contra si mesmo, cometendo erros em série e atiçando os adversários com vara curta - o que está longe de ser uma possibilidade remota, considerando o seu retrospecto nos primeiros dois anos de governo.

Entrega de cargos. "O grande adversário do Bolsonaro é ele próprio", afirma o agrônomo Xico Graziano, ex-secretário da Agricultura e do Meio Ambiente de São Paulo, que deixou o PSDB para apoiar Bolsonaro em 2018 e se "desencantou" com ele, embora não esteja apoiando o impeachment. "A capacidade do Bolsonaro de fazer besteira é muito grande."

Os analistas apontam também que a fidelidade do Centrão, conhecido pelos interesses fisiológicos que costumam pautar as ações de seus integrantes, vai depender muito do cumprimento das promessas feitas por Bolsonaro e da entrega de cargos e emendas aos integrantes do grupo. Dependendo do que acontecer neste quesito, a percepção dos parlamentares do bloco em relação ao impeachment pode mudar subitamente. Até agora, porém, os sinais indicam que Bolsonaro, aparentemente, obteve uma sobrevida no posto.

"Esse grupo não tem lealdade ao presidente, mas a ele mesmo. Se o presidente não andar na linha e cumprir o que prometeu, eles vão começar a mandar recados nas votações do Congresso", diz Aragão. "O Centrão é aquele namorado, aquela namorada, desconfiado. É um relacionamento naturalmente tenso."

"Nova esquerda". Agora, desde já, independentemente dos desdobramentos que o impeachment terá nas ruas, nas redes e no Congresso, o movimento pelo afastamento de Bolsonaro, aliado à sua aproximação com o Centrão, gerou efeitos colaterais que deverão ter uma repercussão considerável no atual cenário político e nas eleições de 2022.

Com a adesão de grupos e personalidades de direita e centro-direita que apoiaram Bolsonaro em 2018 à mobilização pelo impeachment, o racha na frente que viabilizou a sua eleição ganhou contornos de um divórcio litigioso. A turma, chamada de "direita limpinha", "nova esquerda" ou simplesmente de "traidora" pelas brigadas bolsonaristas nas redes, já vinha se afastando do presidente por uma razão ou por outra, mais cedo ou mais tarde, nos dois primeiros anos de governo. Mas, ao abraçar a bandeira do impeachment, até agora defendida apenas pela esquerda, levou as divergências na direita a um novo patamar.

A lista de ex-apoiadores de Bolsonaro que encamparam o impeachment inclui grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua (VPR), que lideraram as manifestações pelo afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, além de integrantes das alas lavajatista e liberal, que perderam espaço no governo. Inclui também figuras como o apresentador e comediante Danilo Gentili, que passou a chamar Bolsonaro de "Minto", em vez de "Mito", os cantores e compositores Lobão e Raimundo Fagner, o cineasta José Padilha, o músico e youtuber Nando Moura, o ator Carlos Vereza e intelectuais como Denis Rosenfield, Francisco Razzo, Martím Vasques e o professor de filosofia pernambucano Rodrigo Jungmann, que disse fazer parte da "direita com superego", ao se distanciar do presidente.

Da atuação desastrada na pandemia à quebra da promessa de não disputar a reeleição, da paralisa da privatização e das reformas à aliança com o Centrão e à saída do ex-ministro Sérgio Moro do governo, os motivos que levaram ex-apoiadores de Bolsonaro a se bandear para a oposição e a se juntar ao coro pelo impeachment se contam às dezenas e viraram temas de memes nas redes sociais.

"O caldo bolsonarista foi se juntando com o que há de pior na vida pública brasileira", afirma Lobão, um dos primeiros a defender o impeachment de Bolsonaro entre seus ex-apoiadores. "O malefício que Bolsonaro está fazendo ao País se tornou indiscutível e insuportável. Ele prometeu combater a corrupção e desarmou as estruturas anticorrupção que levaram anos para ser conquistadas", diz o empresário Rogerio Chequer, um dos fundadores do VPR e ex-candidato ao governo de São Paulo pelo Novo. "Bolsonaro prometeu acabar com a mamata, com o ‘toma lá, dá cá’, mas se uniu com o Centrão", disse o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos líderes do MBL. "Dizia que era contra a reeleição e agora só pensa em 2022."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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