Tópicos | racismo

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) deverá discutir, nos próximos dias, o Projeto de Lei “Vinicius Júnior” (PL Nº 806/2023), que prevê penalidades administrativas e individuais aplicáveis mediante atos de racismo, LGBTQI+fobia, e misoginia praticados nos estádios de futebol do estado. De autoria de Joel da Harpa (PL), o projeto altera a Lei 17.522, de 9 de dezembro de 2021, de autoria de João Paulo da Costa (Avante) e Gustavo Gouveia (Solidariedade), que já previa as penalidades descritas para essas condutas. 

Com o novo PL, ficam determinadas penalidades mais severas ao infrator e ao clube esportivo. À pessoa infratora, se aplicará advertência, multa de R$ 5 mil e proibição de frequentar estádios de futebol pelo período de 30 anos. A multa em dinheiro poderá ser dobrada a cada reincidência, tendo como limite o valor de R$ 200 mil.  

##RECOMENDA##

Ao clube esportivo, também é determinada a advertência e multa de R$ 20 mil, dobrada a cada reincidência, podendo chegar a R$ 500 mil. “A linguagem da bola é universal. Contudo, os recentes episódios de discriminação racial ocorridos nas partidas de futebol em território brasileiro e em outros países do mundo, simbolizado nas agressões racistas de quem tem sido vítima o jogador brasileiro Vinicius Junior na Espanha, demonstram, de forma incontestável, que o preconceito é uma chaga que envergonha o nosso país e que tem que ser erradicada de uma vez por todas”, justifica o autor da proposta. 

Segundo o último Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol, do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, em 2021, aconteceram 74 ocorrências racistas em jogos de futebol envolvendo brasileiros, sendo 64 casos no brasil e 10 no exterior. 

O caso mais recente, com o jogador Vinicius Junior, tomou repercussão mundial. O episódio, de maio deste ano, teve torcedores do Valencia proferindo insultos racistas contra o atleta brasileiro, no jogo ocorrido no Mestalla, o estádio do Valencia, em Madri. Dada a recorrência dos casos contra o jovem, o nome do Projeto de Lei. 

 

O vereador gaúcho Francisco Romeu da Silva Vilela (PP), conhecido como Xico Vilela, protagonizou um episódio de racismo e misoginia durante uma sessão plenária na segunda-feira (5), na Câmara de Canguçu, interior do Rio Grande do Sul. As declarações violentas foram feitas contra uma servidora da Casa, que é uma mulher negra. O parlamentar estava com o microfone aberto e foi ouvido chamando a vítima de “neguinha” e “p*ta”. 

À ocasião, os vereadores discutiam a quarta pauta do dia, que prevê a extinção do cargo de auxiliar de enfermagem e um novo enquadramento dos atuais ocupantes da função na cidade. Não é possível entender o motivo pelo qual Xico Vilela se direciona especificamente à servidora, mas, no momento em que a sessão estava suspensa, ele fez referência à auxiliar, enquanto conversava com o correligionário Ubiratan Rodrigues. “A neguinha é p*ta”, diz ele, no comentário vazado. 

##RECOMENDA##

Nas redes sociais, o Progressistas, partido do vereador, emitiu uma nota em que afirma que se trata de um “ato isolado que em nada reflete a ideia e a conduta da Executiva” da sigla. Já o presidente da Câmara, vereador Luciano Bertinetti (MDB), afirmou que a Casa “vai dar os trâmites regimentais ao caso” e que “o ato racista e o preconceito não cabem nos dias de hoje”. O vereador Xico Vilela não se pronunciou publicamente sobre o caso, até o momento. 

Veja a íntegra da nota divulgada pelo Progressistas: 

“Diante dos fatos ocorridos recentemente, em sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Canguçu (no momento em que a sessão estava suspensa), fatos estes que atentam contra a dignidade da pessoa humana, o Progressistas esclarece que esta atitude foi um ato isolado, que em nada reflete a ideia e a conduta da Executiva, seus filiados, Vereadores e Suplentes. O Partido Progressista sempre se pautou pela pluralidade, diversidade e igualdade em todos os setores. 

Assim, o Progressistas, através de sua executiva, com este ato, se solidariza com todos que têm sofrido algum tipo de constrangimento e discriminação e reafirma o compromisso com a promoção da igualdade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, repudiando toda e qualquer manifestação preconceituosa, misógina e discriminatória, principalmente no que se refere a grupos sociais que historicamente lutam por equidade nesse país. 

Por fim, o Progressistas, através de sua executiva permanecerá atento e firme com posicionamentos que visem preservar o Estado Democrático de Direito, sobretudo direitos adquiridos ao longo de muitas lutas sociais”. 

 

A seleção brasileira vai deixar de lado o tradicional verde-amarelo para utilizar um uniforme inteiramente preto no amistoso do próximo dia 17, contra Guiné, no Estádio Cornellà-El Prat, em Barcelona, na Espanha. Trata-se de mais uma ação da CBF contra o racismo após os seguidos insultos racistas contra Vinícius Júnior, do Real Madrid, no futebol espanhol. A informação foi divulgada originalmente pelo Uol e confirmada pelo Estadão.

A uniforme que será usado pelos jogadores de linha é o mesmo que a Nike, patrocinadora da seleção, produziu para os goleiros na atual coleção. Será a a primeira vez na história que a o Brasil vai entrar em campo usando camisas, shorts e meiões pretos. Em sua origem, a seleção adotava a cor branca como predominante no uniforme.

##RECOMENDA##

Segundo apurado pelo Estadão, o Brasil jogará de preto somente o primeiro tempo, voltando para a etapa final com a camisa amarela. O anúncio oficial da ação ocorrerá na próxima semana, quando a seleção desembarca em Barcelona. Além de Guiné, a seleção enfrenta Senegal, em Portugal, no dia 20. Sem treinador desde a saída de Tite, em janeiro, o combinado brasileiro será novamente comandado pelo interino Ramon Menezes, treinador do sub-20

A CBF adotou uma postura mais combativa depois que Vini Jr. foi vítima de um novo ataque racista, durante a derrota por 1 a 0 do Real Madrid para o Valencia, dia 21 de maio. As cobranças públicas do atleta fizeram até a LaLiga, associação responsável pela organização do Campeonato Espanhol, se movimentar para pedir a mudança de uma lei para ter mais autonomia na punição para racismo. O governo brasileiro, inclusive, chegou a questionar o assunto com a embaixada espanhola.

Na segunda-feira, a CBF anunciou que a seleção brasileira fará um amistoso com a Espanha em março de 2024 para promover uma campanha contra o racismo no futebol. A partida será em um estádio espanhol, durante a Data Fifa entre 18 e 26 de março do ano que vem, mas ainda sem definição exata de data e local. O amistoso marcará o reencontro das seleções em uma partida de futebol masculino após mais de dez anos. A última vez que as duas equipes se enfrentaram foi na final da Copa das Confederações de 2013, quando a seleção brasileira, então comandada por Felipão, venceu os espanhóis por 3 a 0, com dois gols de Fred e um de Neymar.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) fecharam um acordo para a realização, em março de 2024, de um amistoso que reforça o compromisso de ambas as entidades contra o racismo e a violência no futebol. A iniciativa também servirá para intensificar as boas relações já existentes.

A partida será disputada em solo espanhol entre duas das seleções mais poderosas do cenário internacional.

##RECOMENDA##

"O combate ao racismo e à violência no futebol deve ser uma bandeira universal. Na CBF, trabalhamos de forma incansável pela luta contra todo tipo de discriminação, dentro e fora dos campos. Esta ação, em parceria com o meu amigo Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, será importante para reforçar ainda mais a necessidade de se combater o racismo de forma veemente, em todos os cantos do planeta ", afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Luis Rubiales, presidente da RFEF, foi quem liderou, após os últimos episódios que afetaram Vinicius, a campanha "Racistas, fuera del fútbol", na Espanha, com a qual se pretende erradicar atitudes racistas e xenófobas dos campos de futebol, chamando a atenção dos torcedores que insultos ou atitudes discriminatórias não são toleráveis ​​por qualquer motivo.

O presidente da Federação esteve reunido na Ciudad del Fútbol, ​​em Las Rozas, com Orlando Leite, embaixador do Brasil na Espanha, e tem mantido contatos frequentes com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Os dois dirigentes entenderam que era uma ótima oportunidade para estreitar laços e promover a união contra a violência no futebol com a realização do amistoso.

Será o décimo confronto entre as duas seleções, que não se enfrentam desde a final da Copa das Confederações de 2013, quando a Canarinho venceu por 3 a 0. Dos nove duelos anteriores, o Brasil venceu cinco, empatou dois e perdeu dois. São 14 gols a favor e oito contra.

Em breve, os dois presidentes darão mais detalhes sobre a partida.

Do site da CBF

O secretário de Governo e Participação Social do Recife, Aldemar Santos, denunciou ter sofrido racismo na entrada do evento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em João Pessoa, na Paraíba, na sexta (2). Mesmo após se apresentar como gestor da pasta, ele recebeu dois crachás errados e foi questionado se era segurança. 

Ainda no cadastramento para participar do evento, Dema, como é conhecido, apresentou os documentos e recebeu a credencial de empresário de Jaboatão dos Guararapes. "Parecia ser apenas um erro de cadastramento ou coisa parecida. Expliquei que eu nem era eresário e que eu estava ali como Secretário de Governo de Recife", relatou nas redes sociais. 

##RECOMENDA##

Em seguida, o crachá errado foi trocado por um de subsecretário de Jaboatão. O gestor novamente sinalizou o erro e foi ignorado pela recepcionista. "Já tendo se passado mais de 30 minutos e com todas as outras pessoas tendo seus cadastramentos corretos, eu, por mais uma vez, expliquei que estava havendo um engano e que eu era e sou secretário de Recife, desta feita com mais ênfase e já com algum aborrecimento", continuou.  

Após a espera, o secretário contou que a profissional que o atendeu buscou orientação com um superior e retornou questionando se ela era segurança. "Agora, já com bastante indignação, perguntei a ela o que a faria crer que eu seria Segurança. Perguntei qual o motivo que a faria acreditar que, após mais de meia hora eu me apresentando como secretário do Recife, eu estaria mentindo e me 'passando por secretário' sem ser. Foi quando eu falei, usando um português claro, em alto e bom som, que o fato que a autorizava a achar que eu era segurança me fazendo passar por secretário era a minha cor negra", rebateu.  

Na postagem, Dema criticou a cultura invalidação dos negros pela sociedade e afirmou que seria registrado um boletim de ocorrência. A reportagem buscou o secretário, mas foi informada que ele não se pronunciaria sobre o caso. 

"Não me insurjo, aqui, com o fato de ser confundido com um segurança, que em nada me desabona, mas sim contra o fato das pessoas não acreditarem na possibilidade de um negro está em algum lugar ou condição que elas (as pessoas) acham que é possível", apontou o gestor. 

FNP lamentou o ocorrido

Após a repercussão, no mesmo dia, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) considerou que a postura da atendente foi racista e pediu desculpas a Aldemar. Em nota, a instituição informou que a empresa de recepcionistas foi desligada e os prestadores dispensados antes do fim do evento. 

"Tão logo soubemos do ocorrido, que tem nosso total repúdio, tanto da diretoria quanto do corpo técnico da FNP, desligamos a empresa de recepcionistas contratadas para apoiar a realização do evento, o que não afasta nossa responsabilidade. 

Por não compactuar com nenhum tipo de discriminação, os prestadores de serviço foram dispensados antes mesmo do final das atividades. 

A FNP lamenta que, considerando sua histórica atuação, e dentro de um evento que prima pelo debate democrático de alto nível, com respeito a todas as formas de diversidade, uma situação de racismo tenha ocorrido. 

A FNP se compromete de rever os procedimentos para contratação de prestadores de serviço, assim como já tem com o corpo funcional”, comunicou em um trecho da nota. 

Uma mulher foi presa por agredir o filho de 16 anos após vasculhar seu celular e descobrir que ele tinha um relacionamento homoafetivo. Ela também brigou com os avós do adolescente por terem o acolhido e xingou os policiais no momento da prisão. 

A mulher agrediu o jovem com um cabo de vassoura e o teria chamado de "viado imprestável", no domingo (28), em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. A vítima fugiu para a casa dos avós, mas a mãe descobriu e foi ao local para continuar as agressões. 

##RECOMENDA##

Ela também teria xingado os próprios pais de "velhos" e "parasitas" por acolherem o neto. O avô do adolescente e pai da acusada foi quem acionou as autoridades e formalizou a denúncia. Os avó pretendem solicitar a guarda do jovem. 

A agressora foi conduzida à Delegacia de Todos os Santos e teria desacatado os policiais no caminho. Ela foi autuada pelo crime de racismo, com motivação homofóbica - a lei de racismo engloba as discriminações por orientação sexual -, por injúria qualificada contra os pais idosos, lesão corporal com violência doméstica e desacato. 

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, através da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), vai instaurar um inquérito para investigar os vídeos das influenciadoras Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves. Os conteúdos publicados no TikTok mostram mãe e filha distribuindo banana, um macaco de pelúcia e dinheiro para crianças negras na rua. 

Com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões no TikTok, a dupla  pode responder pelos crimes de racismo ou injúria racial, além de ferir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao expor os menores. 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Nancy aparece nas imagens e pede que as crianças escolham entre dinheiro ou uma caixa de presentes. Dois menores abordados optam pelos presentes ao invés dos R$ 10 e R$ 5 oferecidos pela influenciadora. Ao abrir as embalagens, as crianças são surpreendidas com uma banana e com o animal de pelúcia. 

Os vídeos foram retirados do perfil após a repercussão negativa. A expectativa é que a investigação seja instaurada ainda nesta quarta (31). 

Em meio às discussões sobre racismo no mundo do futebol, os jogadores do modesto Teutonia Ottensen, da quarta divisão da Alemanha, tomaram uma medida drástica no sábado. Os jogadores saíram de campo após um deles alegar ter sofrido ataque racista em campo por parte de um atleta da equipe adversária. O clube, porém, agora corre o risco de ser punido pela Federação de Futebol do Norte da Alemanha.

A entidade alegou que não tem evidências de que o jogador supostamente atacado, Marcus Coffie, que é o capitão do time, foi realmente alvo de ofensas racistas. A federação definiu que o resultado do jogo foi de 5 a 0 para o Bremer SV - o Teutonia vencia por 2 a 1, de virada, quando abandonou o gramado.

##RECOMENDA##

Coffie foi às redes sociais para comentar o caso. O jogador disse que cansou de "palavras vazias" contra o racismo e que o time precisava agir contra as ofensas proferidas contra ele.

"O racismo é e continua sendo uma doença ainda onipresente. Sim, existe racismo no esporte também. Existem tantas campanhas diferentes contra o racismo, faixas contra o racismo, comerciais contra o racismo. Eu mesmo uso uma braçadeira de capitão com os dizeres "NÃO AO RACISMO" nos jogos. Mas chega de palavras vazias. Deve haver sinais e deve ser mostrado que não vamos tolerar isso. Este sinal foi dado por mim e minha equipe no sábado. Ao sairmos juntos do campo, NÓS mostramos que não há lugar para racismo", desabafou Coffie.

[@#video#@]

A federação ainda levantou questionamentos sobre a ação dos jogadores, perguntando publicamente se "uma acusação como esta justificaria finalizar ou não dar prosseguimento a uma partida".

O clube da quarta divisão respondeu nesta terça-feira e afirmou que a decisão de dar a vitória ao rival é um "tapa na cara". "Esta decisão e o jeito como ela foi escrita demonstram uma atitude de tolerância com o problema do racismo, que faz parte deste incidente", registrou a direção do Teutonia, que é da cidade de Hamburgo.

"Isso sinaliza a todos os jogadores que são confrontados com insultos racistas em campo de que suas opções para lidar com este problema estão limitadas ao que o árbitro consegue ver. "O questionamento sobre se o incidente é o suficiente para abandonar o gramado não apenas beira a ignorância, mas também faz com que todas as medidas tomadas até agora contra o racismo pareçam medidas que só são bem-vindas se se adequarem às circunstâncias predominantes no clube ou na associação."

[@#podcast#@]

Em comunicado, o Bremer SV defendeu seus jogadores e disse acreditar que não houve ofensas racistas a Coffie e que a equipe de arbitragem do jogo não observou o suposto incidente. O Teutonia, contudo, alegou que o ataque racista teria sido testemunhado por outras pessoas no estádio.

O resultado de 5 a 0 acabou ajudando o Bremer SV a evitar o rebaixamento. E não chegou a afetar esportivamente a situação do Teutonia no campeonato.

O episódio aconteceu justamente numa semana marcada por fortes discussões sobre o racismo no mundo do futebol, na esteira dos ataques racistas sofridos por Vinícius Júnior no domingo anterior, em partida do Real Madrid em Valencia, no estádio Mestalla.

Com informações da redação do LeiaJá

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) incluiu as pessoas que baixaram o "Simulador de Escravidão" na investigação que apura racismo e discurso de ódio nas redes. O Google e a Magnus Games - desenvolvedora do app - já foram procuradas pela promotora do caso

Disponível na Play Store em abril, o aplicativo em português atraiu pouco mais de mil downloads e passou a ser criticado nas redes sociais. A pressão o fez ser removido da loja no dia 24 de maio, mas comentários racistas nas avaliações reforçaram a necessidade da responsabilização criminal dos envolvidos. 

##RECOMENDA##

A proposta do simular é que o usuário seja um dono de escravos e possa torturá-los. Um dos comentários que chamou atenção foi uma reclamação por mais possibilidades de castigo.  

Após baixado, o player pode escolher entre as modalidades "tirana" ou "libertadora". A primeira objetiva lucros com a venda de escravos e evitar fugas, enquanto a segunda luta pela abolição. 

"O que chama atenção são as pessoas que baixaram e comentaram [o jogo], com aspectos muito reprováveis de um racismo muito escancarado e comentários indefiníveis em termos de gravidade e horror, que ferem qualquer parâmetro de civilização. Esse tipo de coisa travestido de entretenimento é ainda pior", afirmou a promotora Maria Fernanda Pinto ao Globo News

O Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi) buscou a Magnus Games para prestar esclarecimentos. A empresa da Malásia tem escritório no Brasil.  

O Google tem até esta semana para se posicionar sobre a permissão concedida ao simulador em sua loja virtual e se houve algum tipo de falha humana. “A falha da plataforma evidentemente teve porque o aplicativo foi para o ar", apontou a promotora.  

Só depois dessa avaliação preliminar, o MPSP vai propor a abertura de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC). 

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou que a oitava rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, marcada para este fim de semana, terá uma campanha de combate ao racismo. A manifestação envolverá os jogadores dos 20 clubes da competição, além dos árbitros escalados para as dez partidas do sábado e do domingo (27 e 28).

A ação será realizada após as ofensas racistas feitas ao brasileiro Vinícius Júnior, atacante do Real Madrid, no jogo contra o Valencia, no domingo passado (23), pelo Campeonato Espanhol. Um dia antes, o goleiro Caíque, do Ypiranga (RS), denunciou um torcedor do Altos (PI) que o chamava de "uva preta", em duelo da Série C do Brasileirão.

##RECOMENDA##

Segundo a CBF, os jogadores vestirão camisas com a frase "Com o racismo não tem jogo", que também estará estampada nas faixas dos capitães, nas moedas dos árbitros, nas bolas, nos estádios e nas placas de publicidade. Quando o início das partidas for autorizado, os atletas sentarão no gramado por 30 segundos, em apoio à campanha.

"Contamos com o apoio de cada torcedor. Racismo é um crime brutal e deve ser banido dos estádios. Basta de preconceito", disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, primeiro negro a comandar a entidade, ao site da confederação.

Manifestações preconceituosas, como racistas ou homofóbicas, passaram a ser puníveis esportivamente no futebol brasileiro, conforme o Regulamento Geral de Competições da CBF para este ano. A equipe pode ser advertida, ter de pagar uma multa limitada a R$ 500 mil, ser impedida de registrar atletas e até perder pontos.

Sul-Americana

O caso mais recente de racismo envolvendo atletas brasileiros ocorreu na quarta-feira (24), na partida entre Santos e Audax Italiano, no Estádio El Teniente, em Rancágua, no Chile. Durante o jogo, válido pela quarta rodada da Copa Sul-Americana, o zagueiro Joaquim e o atacante Ângelo foram alvo de torcedores locais, com ofensas raciais e gestos imitando macacos.

Em nota, o Santos informa que fez denúncia à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que ainda não se manifestou. Em março do ano passado, a Conmebol aumentou o peso das punições em casos de preconceito, após vários atos racistas contra brasileiros em partidas válidas pelos torneios continentais, durante o primeiro semestre. A multa mínima passou de R$ 150 mil para R$ 500 mil. O clube enquadrado ainda pode ter de atuar com as arquibancadas fechadas.

Antes dos primeiros treinos para o Grande Prêmio de Mônaco, Lewis Hamilton comentou sobre mais um caso de racismo vivido por Vini Jr. durante partida do Campeonato Espanhol. De acordo com o piloto sete vezes campeão mundial, a posição do atacante brasileiro é de uma coragem incrível.

"É devastador pensar que em 2023 ainda temos que ver e ouvir essas coisas. Isso me traz emoções de coisas que vivenciei, seja no Reino Unido ou quando corria na Itália, França ou Espanha. As coisas que as pessoas dizem podem ferir muito. Acho que ele foi incrivelmente corajoso", disse o piloto em conversa com a imprensa em Mônaco.

##RECOMENDA##

Durante sua carreira na Fórmula 1, Lewis Hamilton se consolidou como um dos símbolos no combate a todos os tipos de discriminação no automobilismo. Nas últimas temporadas, apesar da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) ter criado regras que restringem as possibilidades de posicionamento dos pilotos, Hamilton não deixa de falar o que pensa sobre todos os assuntos para tentar diminuir o preconceito.

Lewis Hamilton também já sofreu com o racismo na Espanha. Durante a temporada de 2008, quando o britânico estava na McLaren ao lado de Fernando Alonso, Hamilton foi insultado quando testava o carro no Circuito da Catalunha de Barcelona. Nas últimas temporadas vestindo a camisa do Real Madrid, Vini Jr. já soma 10 casos de racismo reportados para LaLiga.

ENTENDA O CASO

O brasileiro Vinícius Júnior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid no domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada e depois retomada pelo árbitro por causa das ofensas.

Nos acréscimos, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de se desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou cartão amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso pela arbitragem.

O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinícius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.

São muitos os episódios de preconceito racial contra Vini Jr. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. "Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. "Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas."

Foram soltos nesta quinta-feira (25) os últimos suspeitos de crime de ódio contra o atacante brasileiro Vinicius Júnior, de um total de sete homens detidos há dois dias. Eles são investigados por terem pendurado um boneco preto com a camisa 20, usada por Vini no Real Madrid, simulando um enforcamento. Segundo a Reuters, um tribunal de justiça emitiu nota afirmando que os suspeitos estão proibidos de se aproximar e conversar com o brasileiro, além de frequentar estádios, enquanto durarem as investigações.

A polícia abriu inquérito em 26 de janeiro, quando o boneco inflável apareceu em uma ponte, em frente ao Centro de Treinamento (CT) do Real Madrid, junto a uma faixa vermelha e branca (cores do Atlético de Madrid), com a frase “Madri odeia o Real”. Segundo a polícia, três dos homens presos na última terça (3) eram integrantes de “um grupo radical de torcedores de um clube de Madri” que já haviam sido classificados como de “alto risco” durante os jogos.

##RECOMENDA##

Os suspeitos – com idades entre 19 e 24 anos – liberados da prisão hoje (25) não poderão chegar a menos de um quilômetro dos estádios Santiago Bernabéu e Civitas Metropolitano – ambos na capital espanhola -, nem de qualquer outro do campeonato nacional da LaLiga durante as partidas.  

Após a repercussão dos ataques racistas sofridos por Vinicius Júnior no último domingo (21), durante partida contra o Valência, a polícia espanhola deteve sete pessoas suspeitas de crimes de ódio contra o brasileiro. No mesmo dia, três deles – identificados como torcedores do Valência - foram liberados, após prestarem depoimento.

A direção do Santos revelou na madrugada desta quinta-feira que o atacante Ângelo não foi o único jogador do time a sofrer ataques racistas no estádio El Teniente, em Rancagua, no Chile. O zagueiro Joaquim, segundo o clube brasileiro, também foi alvo da torcida do Audax Italiano durante o jogo válido pela fase de grupos da Copa sul-americana.

"O Santos Futebol Clube, novamente, vem a público denunciar e repudiar com veemência mais um caso de racismo no futebol. Dessa vez, os alvos das injúrias raciais foram nossos jogadores Ângelo e Joaquim. Os dois atletas foram atacados verbalmente e com gestos imitando macacos por torcedores adversários presentes na partida de hoje", informou o time paulista.

##RECOMENDA##

Mais cedo, o atacante Ângelo já havia relatado ter sido chamado de "macaco" enquanto caminhava para fora do gramado. Os casos, de acordo com o Santos, já foram relatados para a Conmebol, de quem o clube brasileiro cobrou medidas.

"O crime foi denunciado pelo Santos FC, ainda dentro do estádio, para os representantes da Conmebol. Com os dois casos registrados oficialmente, o clube aguarda o posicionamento da entidade diante desta situação inaceitável", disse o clube.

Em entrevista coletiva, ao fim da partida, o técnico Odair Hellmann se mostrou indignado com os episódios de discriminação e também cobrou punições por parte da Conmebol.

"O que temos de fazer? Acabar a partida, sair todo mundo de campo. Sair o adversário, sair nós. Que a Conmebol, a Fifa, a CBF busquem as pessoas e puna, tem câmera para todo lado hoje. Se não punir, isso vai continuar. Isso é um sofrimento histórico, irreparável", comentou.

Os dois casos de racismo acontecem numa semana marcada pela forte repercussão mundial dos ataques racistas sofridos por Vinícius Júnior na Espanha. As ofensas, que o brasileiro sofreu no domingo durante partida do Real Madrid contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol, mobilizou autoridades do Brasil e da Espanha, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e até o Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos.

"Como já foi dito, o racismo não deve ser apenas combatido, mas também punido severamente", reforçou a direção santista.

Três dias após ser alvo de insultos racistas, Vinícius Júnior recebeu amplo apoio do Real Madrid e de sua torcida nesta quarta-feira, no Santiago Bernabéu, na partida contra o Rayo Vallecano, pela 36ª rodada do Campeonato Espanhol. Mensagens contra o racismo foram exibidas em faixas antes da partida e o brasileiro foi reverenciado pelos madridistas em cartazes.

Fora da partida, o atacante da seleção brasileira acompanhou a manifestação do gramado antes de subir para as tribunas, onde assistiu a partida ao lado do presidente do clube, Florentino Pérez.

##RECOMENDA##

Quando as equipes subiram ao campo de jogo, a torcida do Real Madrid estendeu uma grande faixa com a mensagem "Somos todos Vinícius. Basta já" atrás de um dos gols do estádio. Os jogadores de ambos os times, por sua vez, posaram para a foto oficial da partida com uma outra faixa, com a frase "racistas fora do futebol", estampado com os símbolos da LaLiga (organizadora do Campeonato Espanhol) e da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).

Todos os jogadores do Real relacionados para a partida subiram ao gramado vestindo a camisa 20, usada por Vini Jr. no time espanhol. No vigésimo minuto do primeiro tempo, o estádio aplaudiu o brasileiro, que se levantou para agradecer o apoio da torcida. Diversos cartazes saudando o atleta puderam ser vistos no estádio.

Um jogo eletrônico em que o usuário é um “proprietário de escravos” estava disponível até o início da tarde desta quarta-feira (24) na plataforma do Google Play. O jogador é estimulado a obter “lucro” e contratar guardas para evitar rebeliões. Há até uma opção para que o usuário explore sexualmente as pessoas colocadas sob seu poder dentro do mundo virtual. O aplicativo já saiu do ar.

O jogo mostra imagens de pessoas acorrentadas, inclusive um homem negro, que aparece coberto de grilhões em uma estética semelhante a um desenho animado. Na capa, é usada uma gravura histórica que retrata um homem branco, em roupas elegantes, ao lado de um homem negro escravizado seminu.

##RECOMENDA##

O Simulador de Escravidão tinha, segundo a própria plataforma, sido baixado mil vezes até a manhã desta quarta-feira (24). Um desenvolvedor de nome Magnus Games apresenta-se como criador deste e de outros jogos disponíveis no Google Play. Os perfis nas redes sociais não permitem identificar com clareza qual seria a empresa ou pessoa por trás do produto.

A historiadora e psicanalista Mariléa de Almeida vê “racismo grosseiro” no jogo. “Naturalizando a escravização, a desumanização desses corpos negros, como se brincar e fazer um jogo, como se isso não tivesse efeito sobre as pessoas negras, identificadas na sua ancestralidade, mas sobretudos nas pessoas que estão jogando”, enfatizou a pesquisadora, que faz parte da rede de Historiadorxs Negrxs.

Para Mariléa, o produto “reforça os estereótipos, usa de todo o estereótipo racial e da desumanização produzida pelo racismo para o conjunto da população negra para fazer um jogo”.

Racismo grosseiro

A especialista lembra que o chamado racismo recreativo é uma conduta que foi tornada crime a partir de lei sancionada em janeiro que equiparou o crime de injúria racial ao de racismo.

Na avaliação dela as pessoas ainda sentem que há espaço para esse tipo de conduta devido à construção histórica de que pessoas negras não são seres humanos iguais aos demais. “Esse crime sustenta, do ponto de vista histórico, a naturalização de corpos negros como sendo desumanizados, objetificados”, enfatiza.

“Essa mentalidade, que se expressa no próprio psiquismo que valida as pessoas se engajarem em um jogo desses, sem perceberem o horror. Sem sentirem um horror, um incômodo”, acrescenta Mariléa sobre as razões para que seja possível a criação e o uso desse tipo de produto.

Deputado se revolta

Mais cedo, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) publicou em sua conta no Twitter que entrará com representação no Ministério Público por crime de racismo pedindo a prisão dos responsáveis.

"A própria existência de algo tão bizarro à disposição nas plataformas mostra a URGÊNCIA de regulação do ambiente digital", disse o parlamentar que é relator do PL das Fake News (PL 2630/220).

Com informações da Redação do LeiaJá

O Comitê de Competição da Federação de Futebol da Espanha decidiu tornar sem efeito o cartão vermelho dado ao brasileiro Vinicius Júnior na derrota do Real Madrid para o Valencia por 1 a 0, no Estádio Mestalla no último domingo (21), pelo Campeonato Espanhol. Desta forma o atacante pode enfrentar o Rayo Vallecano na próxima quarta-feira (24).

Além disso, a entidade informou, através de um comunicado, que fechou por cinco jogos o setor do estádio Mestalla no qual estavam os torcedores que proferiram insultos racistas contra o jogador da seleção brasileira, a arquibancada Mario Kempes, e multou o Valencia em 45 mil euros.

##RECOMENDA##

Vinicius Júnior foi vítima de mais uma ação racista em um estádio espanhol na tarde do último domingo. Durante a derrota do Real Madrid para o Valencia por 1 a 0, no Estádio Mestalla, casa dos adversários, Vini escutou insultos racistas e gritos de “macaco” vindos das arquibancadas. O jogo foi paralisado por cerca de oito minutos e, posteriormente, o jogador foi expulso ao se envolver em confusão.

O lance que deu origem ao episódio aconteceu aos 29 da segunda etapa. Jogando em ambiente hostil, Vinicius Júnior tentou jogada pela esquerda quando uma segunda bola, que havia sido arremessada no gramado instantes antes, foi chutada por Eray Cömert, atleta do Valencia, de maneira proposital para interromper o lance. Naquele momento Vini se dirigiu para parte da torcida valencianista que estava localizada atrás do gol do time local e apontou para torcedores que o insultavam chamando-o de macaco.

O árbitro De Burgos Bengoetxea paralisou a partida e o sistema de som avisou que o confronto só seria retomado se as ofensas parassem. Vini sinalizou que estava bem para retornar, e o jogo prosseguiu após cerca de oito minutos de pausa, com a polícia comparecendo ao local das ofensas.

Nos acréscimos da partida, Vini se envolveu em uma confusão com o goleiro Giorgi Mamardashvili e, após ser contido pelo adversário Hugo Duro com uma gravata, acertou o rosto do atleta do Valencia ao tentar se desvencilhar. No fim, apenas o brasileiro foi punido, sendo expulso.

Nesta terça-feira (23), o senador Magno Malta (PL-ES) criticou a imprensa por repercutir o caso de racismo sofrido pelo atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid. Além disso, o parlamentar, durante audiência da Comissão de assuntos Econômicos (CAE), chamou as associações da causa animal para ''defenderem os macacos''.

Segundo o senador, se fosse jogador de futebol, entraria em campo com uma leitoa branca: ''Dava um beijo nela e falava 'olha como não tenho nada contra branco. Eu ainda como''.

##RECOMENDA##

O discurso do político do Partido Liberal está sendo repudiado nas redes sociais. ''Esse cara é senador, isso só pode ser um filme de terror'', escreveu um usuário no Twitter. ''Lembrando: não é burrice. É perversidade'', apontou outro internauta.

O episódio de racismo contra o atacante aconteceu no último domingo (21). A partida do campeonato espanhol, entre Real Madrid e Valencia, chegou a ser paralisada por cerca de oito minutos no segundo tempo por conta de gritos preconceituosos da torcida valenciana, que chamaram Vini Jr de “macaco”.

Histórico de mentiras

Magno Malta, conhecido por seus discursos sobre ''a moral e bons costumes'' e ataques a movimentos de esquerda, é um dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Senado. Durante sua carreira política já se envolveu em outras "polêmicas".

Em 2010, com o intuito de ganhar os holofotes da mídia na véspera de disputar a reeleição para o Senado, o senador acusou o ex-cobrador de ônibus Luiz Alves de Lima e sua esposa de abusarem sexualmente da própria filha, que na época tinha dois anos de idade. Em 2018, após perícia comprovar que não existiam indícios de violências sexuais os dois foram inocentados pela justiça.

Em setembro de 2022, Malta se tornou réu em um processo por calúnia representado pela defesa do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirmou, sem provas, que Barroso agredia mulheres e que havia respondido a uma denúncia da Lei Maria da Penha no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A fala foi feita em junho do mesmo ano, durante um "evento conservador" organizado pelo deputado Eduardo Bolsonaro.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou o Athletico-PR por causa de um gesto racista de um torcedor em direção a flamenguistas, durante partida envolvendo os dois times, pela quarta rodada do Brasileirão. O clube paranaense corre o risco de sofrer uma multa de até R$ 100 mil.

A denúncia será analisada pela Terceira Comissão Disciplinar do STJD no dia 31 deste mês, segundo apurou o Estadão. O edital do caso ainda não foi publicado no site do tribunal.

##RECOMENDA##

O caso se refere ao ato de um torcedor, fazendo gestor imitando "macaco" em direção à torcida do Flamengo presente na Arena da Baixada, em Curitiba, na partida disputada no dia 7 deste mês. Vídeos feitos pelos próprios torcedores do Athletico-PR flagraram os atos discriminatórios. No dia seguinte, a direção do clube revelou ter identificado o torcedor, que não era sócio do clube.

O time, contudo, não escapou de uma denúncia no STJD. O Athletico-PR foi denunciado com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): "Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

Como o ato não envolveu nenhum jogador ou membro da comissão técnica do time da casa, a denúncia prevê apenas multa ao clube, que pode variar de R$ 100 a R$ 100 mil. "A pena de multa prevista neste artigo poderá ser aplicada à entidade de prática desportiva cuja torcida praticar os atos discriminatórios nele tipificados, e os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de setecentos e vinte dias", diz o CBJD.

O Athletico-PR não corre risco de perder pontos na tabela do Brasileirão porque o ato racista foi isolado. O CBJD só prevê tal punição quando "considerável número de pessoas" pratica o ato discriminatório.

"Caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva, esta também será punida com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente, e, na reincidência, com a perda do dobro do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente; caso não haja atribuição de pontos pelo regulamento da competição, a entidade de prática desportiva será excluída da competição, torneio ou equivalente", diz o artido do CBJD.

A Polícia Civil de Aragoiânia, em Goiás, prendeu nesta segunda-feira (22) uma mulher de 40 anos suspeita de chamar os parentes do ex-namorado, que são negros, de "macacos" e dizer que moravam em uma "senzala". As ofensas de cunho racista aconteceram por meio de mensagens de texto e voz, trocadas entre os dois no último domingo (21) pelo celular.

Pelos registros da conversa, a mulher disse ao ex-companheiro, durante uma discussão, que ela "não gosta de macaco-prego", e ao se referir a família do rapaz, comentou: "Essa senzala", seguido de uma risada. A identidade, nome e idade, da acusada e da vítima não foram informados pela Polícia Civil.

##RECOMENDA##

A vítima e familiares procuraram a delegacia da cidade na manhã desta segunda-feira. Em seguida a prisão da mulher foi feita, em flagrante, pelas equipes policiais. Pelas investigações, ela já teria mandado mensagens injuriosas em dias anteriores.

Segundo a Polícia Civil, "com a mudança na legislação, a mulher pode pegar pena de até cinco anos de reclusão". A mudança na lei citada se refere à Lei 14.532/2023, sancionada em janeiro deste ano pelo presidente Lula, que equipara a injúria racial como crime de racismo, cuja pena varia de 2 a 5 anos de prisão e multa.

Quatro pessoas suspeitas de pendurar um boneco representando o jogador Vinicius Júnior, do Real Madrid, enforcado em uma ponte rodoviária em Madri, em janeiro, foram presas nesta terça-feira, informou a polícia espanhola. As prisões ocorrem dois dias após o último caso de racismo contra o atacante brasileiro em jogo do Campeonato Espanhol, contra o Valencia.

O episódio do fim de semana teve repercussão mundial, com o repúdio de outros jogadores de futebol, pretos e brancos, de várias equipes, além de personalidades de outros segmentos da sociedade. Vini também se manifestou desta vez de forma mais enfática e deixou no ar a possibilidade de deixar o futebol da Espanha.

##RECOMENDA##

O boneco, com uma camisa de Vinicius Júnior, apareceu pendurado, simulando um enforcamento, no dia 26 de janeiro, horas antes da vitória do Real Madrid por 3 a 1 sobre o Atlético de Madrid, pela Copa do Rei. Com ele, havia uma faixa com as palavras "Madri odeia o Real".

Na sequência do ataque, o clube espanhol do brasileiro denunciou um "lamentável e repugnante ato de racismo, xenofobia e ódio contra o nosso jogador Vinicius", declarando esperar "que sejam apuradas todas as responsabilidades de quem participou neste ato tão desprezível". Foi imediatamente aberto um inquérito.

A investigação, baseada principalmente em testemunhos, estabeleceu que esses quatro torcedores suspeitos, "identificados durante os jogos classificados como de alto risco no âmbito da prevenção da violência no esporte", eram os "presumíveis autores" dos atos, declarou a polícia.

As quatro pessoas, detidas em Madri, são alegadamente responsáveis por um "crime de ódio", informa o comunicado oficial da polícia. Três delas são "membros ativos de um grupo radical de torcedores de um clube de Madri". Os presos têm 19, 21, 23 e 24 anos de idade.

[@#video#@]

Os meios de comunicação da Espanha informaram que a polícia local tinha utilizado câmeras de segurança para identificar os autores do crime, mas até agora não tinham sido tomadas quaisquer medidas. A mensagem de ódio na faixa é frequentemente utilizada por um dos grupos de torcedores do Atlético de Madrid, que negou ter sido responsável pela exibição. A polícia não disse imediatamente se os detidos tinham alguma ligação com esses torcedores.

Vinicius Júnior tem sido alvo de repetidos ataques racistas na Espanha, especialmente após ter começado a festejar os seus gols dançando. Ele denunciou que as provocações se tornaram perseguições contra ele dentro de campo. Em seis cidades diferentes da Espanha, o jogador brasileiro sofreu agressões racistas.

No último ataque, no fim de semana, o jogo contra o Valencia foi temporariamente interrompido depois de Vinicius ter ouvido parte da torcida rival o chamar de "macaco" no segundo tempo. Ele apontou para o local da arquibancada de onde vinham os insultos e o árbitro Ricardo de Burgos decidiu paralisar a partida.

A partida foi retomada após um aviso no sistema de som do estádio, que pedia o fim das manifestações racistas. Minutos depois, em uma confusão generalizada em campo, o brasileiro deixou o braço no rosto de Hugo Duro e foi o único jogador expulso já nos acréscimos.

O brasileiro recebeu apoio de dirigentes e atletas de todo o mundo e criticou fortemente o futebol espanhol por não fazer mais para acabar com o racismo. O Valencia disse que a polícia identificou um dos torcedores que teriam insultado Vinicius durante o jogo. O Real Madrid levou o caso ao Ministério Público, considerando-o um crime de ódio. A liga espanhola registrou nove queixas de casos de racismo contra Vinicius nas últimas duas temporadas.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando