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O indígena Dyakalo Farato Matipu conquistou o primeiro lugar no vestibular de medicina realizado na aldeia Kuikuro, localizada no Alto do Xingu, no Mato Grosso. Ao total, o processo seletivo do vestibular indígena da Universidade Brasil ofereceu seis vagas para medicina, cinco para odontologia e duas para medicina veterinária.

Segundo informações do portal de notícias G1, Farato já é formado no curso de técnico de enfermagem, passou, no final de 2018, em primeiro lugar no curso de ciências matemáticas da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Ao LeiaJa.com, Foratu informou que não irá conceder mais entrevistas por conta dos comentários agressivos devido à repercussão da sua história.

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Ao G1, Farato contou que sofreu racismo por ser indígena, mas que nunca desistiu do seu sonho que era estudar. O indígena só começou a frequentar a escola aos dez anos. Até então, Farato vivia pescando e jogando futebol com outras crianças da aldeia. Quando teve a oportunidade de ler e escrever, precisou sair da escola pois sua família se mudou da aldeia. Então, Farato pegava jornais e revistas do lixo e tentava ler as palavras.

Aos 13 anos, ele descobriu a paixão pela área de saúde quando ajudava os monitores que verificavam as condições dos indígenas. “Eu me perguntava se poderia ser igual a eles. Sempre ia na casa desse monitor, até que ele me chamou para acompanhá-lo. Eu ficava responsável por gotejar os remédios, verificar a temperatura e eu gostava muito”, disse, em entrevista ao G1.

Em 1997, ele fez o processo seletivo para ser agente indígena de saúde, no posto Orlando Villas Bôas. Após a mudança para a cidade de Canarana, em 2013, ele decidiu pedir demissão do emprego para se dedicar aos estudos. Na época, ele ganhava R$ 600, que eram gastos em livros e lanternas, já que o local não tinha energia elétrica.

As dificuldades financeiras também afetaram as condições básicas de vida. “Meu café da manhã era água, meu almoço era água, minha janta era água. Meu sonho era cuidar do meu povo, mas ninguém me dava oportunidade”, disse.

Farato ainda contou que estava pronto para voltar para a aldeia quando foi aberto o processo seletivo para o curso de técnico em enfermagem. Aprovado, ele passou dois anos e 8 meses realizando seu sonho. A formatura foi em dezembro de 2018.

O jovem só soube que a aldeia teria vestibular de medicina um dia antes. “Pedi uma moto emprestada para um amigo e fui para a aldeia, que fica a 340 km de Canarana, cidade onde moro. A estrada é de terra e como havia chovido, tinha muita lama. Eu não conseguia me manter na moto. Caía e levantava o tempo todo. Tive que empurrar a moto por mais de 2h. Sai às 5h e cheguei na aldeia às 18h40. Assim que cheguei, mesmo sujo de lama, fiz minha inscrição para o vestibular, que estava programado para o dia seguinte, às 9h”, conta Farato, ao G1.

O indígena ainda salientou que o resultado do vestibular é fruto de uma promessa realizada há 17 anos. “Eu já tinha prometido há 17 anos, quando o contrato dos médicos que atendiam na nossa aldeia acabou. Lembro que chorei muito quando fiquei sozinho e prometi para mim mesmo que um dia eu faria medicina para ajudar meu povo”, disse.

Morador da Mata Norte de Pernambuco, Gustavo Henrique Lima de Andrade, de 18 anos, foi um dos candidatos presentes na fila para reavaliação de cotas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na manhã desta quinta-feira (21). Aprovado no curso de ciências contábeis da UFPE pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o estudante se considera pardo e disse que sentiu, desde a primeira validação, não incluído pela banca avaliadora. “Quando eu entrei sabia que não iria passar pela forma que me olharam e pelo tratamento em si. Querendo ou não foi uma forma de racismo por não terem me considerado pardo”, garante.

Ele afirma, porém, que essa foi a primeira vez que se sentiu vitimado por ser pardo. “Em todos os lugares que eu fui, fui considerado como pardo, e mesmo que não tenha sido considerado por algumas pessoas eu não fui desrespeitado”, afirma. Apesar de entender que o processo é complicado e que a validação “não está totalmente errada”, o estudante não acredita que deveria existir uma comissão de validação na instituição. “Todo mundo sabe que no Brasil não tem quem diga que você não pode ser uma cor”, diz.

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Após sair da sala de avaliação, porém, Gustavo contou que achou a segunda avaliação mais justa, principalmente pela pluralidade de etnias na formação da banca. "Dessa vez eu acho que foi bem melhor. Acho que fui tratado como igual a todo mundo. Acho que as pessoas que estavam nessa sala também se pareciam com a minha raça, no caso, que eu me considero pardo. Acho que eles começaram a entender depois dessa primeira avaliação que nem todo mundo é uma cor mas pode se declarar de outra", analisa.

Acompanhada da filha Ana Beatriz, aprovada em ciências biológicas, a autônoma Iara Albuquerque, de 49 anos, encara o sistema de comissão avaliadora de cotas como uma “insegurança” grande por parte do governo. “Ela não é loira do olho azul, ela não é preta, não é de uma cor escura. Ela só pode ser parda. E aí vem uma surpresa muito grande e o prejuízo, porque o aluno já entra como retardatário já que a decisão [da banca avaliadora] não sai na hora”, afirma. Segundo a mãe, no registro dela, do pai de Ana Beatriz e no da filha a cor apontada é parda.

Autônoma Iara Albuquerque, de 49 anos, acompanhada da filha, Ana Beatriz

Ao todo, 188 candidatos passarão pelo processo de reavaliação, que será realizado pela comissão da UFPE ao longo do dia e continuará na sexta-feira (22). O resultado será divulgado pela instituição na segunda-feira (25).

* Com informações da repórter Eduarda Esteves

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello votou hoje (20) a favor da criminalização da homofobia, que é caracterizada pelo preconceito contra o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais). Pelo voto do ministro, agressões deverão ser enquadradas como crime de racismo diante da inércia do Congresso em aprovar uma lei para punir os casos de homofobia.

Após a manifestação, a sessão foi suspensa e será retomada amanhã (21). 

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Mello é o relator da na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº 26, que começou a ser julgada na semana passada pelo STF. Na ação, o PPS defende na Corte que a minoria LGBT deve ser incluída no conceito de "raça social", e os agressores, punidos na forma do crime de racismo, cuja conduta é inafiançável e imprescritível. A pena varia entre um a cinco anos de reclusão, de acordo com a conduta.

Na semana passada, na primeira parte do voto de Celso de Mello, o ministro reconheceu a omissão do Congresso Nacional ao não criminalizar a homofobia desde a promulgação de Constituição, em 1988. Ao complementar seu voto na sessão desta tarde, Mello entendeu que é preciso tratar os casos de homofobia como crime de racismo enquanto não for aprovada legislação específica. 

"Os atos de preconceito ou de discriminação em razão da orientação sexual ou de identidade de gênero não podem ser tolerados, ao contrário, devem ser reprimidos e neutralizados. Pois se revela essencial que o Brasil dê um passo significativo contra a discriminação e contra o tratamento excludente que tem marginalizado grupos minoritários em nosso país, como a comunidade LGBT.", afirmou. 

O ministro também disse que a criminalização da homofobia não trará consequências para a liberdade religiosa. Dessa forma, líderes religiosos não podem ser punidos por racismo por defenderem valores e doutrinas contra o tema da homossexualidade. 

"Temas de caráter teológico, quaisquer que sejam, que busquem atribuir densidade teológica a ideias propagadas por qualquer corrente de pensamento, estão fora do alcance do poder jurídico-penal do Estado, sob pena de gravíssima frustração da liberdade constitucional de liberdade de expressão", afirmou. 

Amanhã (21), devem votar o ministro Edson Fachin, relator de outra ação sobre o tema, além dos ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e o presidente, Dias Toffoli.

Um dos grandes goleiros da história recente do Botafogo, Jefferson teve uma grande fase na carreira que lhe rendeu até convocações para a seleção brasileira. Agora ex-jogador, após pendurar as chuteiras ao final de 2018, ele revelou que sofreu com o racismo ao afirmar que teve seu nome vetado na CBF quando ainda estava nas categorias de base do futebol.

O ex-goleiro contou, em entrevista ao canal ESPN Brasil, que um ex-cartola foi o responsável pela sua ausência no grupo que foi convocado para o Mundial Sub-20 de 2003. Ele relembrou o momento em questão, quando era constantemente convocado para a equipe brasileira de base pelo técnico à época, Marcos Paquetá, mas se surpreendeu ao não ser chamado para a competição.

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"Na convocação da (seleção) sub-20 (em janeiro daquele ano), estava praticamente decretado quem seriam os goleiros: eu, Fernando Henrique (então no Fluminense) e Fabiano (ex-Internacional). Quando saiu a convocação para o Mundial, eu estava certo que meu nome estaria lá, e para a minha surpresa, não estava. Um mês atrás estava tudo certo!", afirmou.

Por causa de uma guerra no Iraque, a competição, que era sediada nos Emirados Árabes, acabou sendo cancelada e, então, remarcada para o final daquele ano. Depois, ele voltou a atuar no Botafogo, mas acabou sendo reserva de Max em parte da temporada.

"Eu estava no banco do Max, na Série B (do Brasileiro), e, faltando um mês para a convocação eu nem estava esperando. Então, recebi uma ligação do Paquetá: 'E aí, está preparado para voltar à seleção? A gente ia te convocar lá atrás, só que a gente foi barrado, porque não poderia convocar goleiros negros. Tinha uma pessoa (na CBF) que falou que não poderia convocar. Essa pessoa saiu e agora podemos fazer o que quisermos'", revelou.

O agora ex-goleiro foi reserva no início da competição, com Fernando Henrique como titular, mas ganhou a posição ao longo do torneio. A equipe foi campeã da competição, vencendo a Espanha na decisão em um time que tinha nomes como Daniel Alves, Fernandinho, Kleber Gladiador e Nilmar.

Antes, quando o arqueiro atuava no Cruzeiro, em 2003, encontrou resistência da cúpula do clube para ser alçado ao time profissional. O técnico da época, Luiz Felipe Scolari, chegou a afirmar que um membro da diretoria "preferia um goleiro loiro, alto, porque achava mais interessante".

Jefferson teve o ápice da carreira no Botafogo, com duas passagens, de 2003 a 05 e de 2009 a 2018. Na segunda delas, chegou à seleção brasileira principal, com 22 partidas disputadas entre 2010 e 2015.

Cleo travou um verdadeiro debate sobre racismo, com seus seguidores, nesta sexta (15), e acabou arrumando briga com alguns. A atriz e cantora acabou perdendo a paciência com alguns comentários e convidou seus autores a pararem de segui-la no Twitter.

Tudo começou após Cleo comentar a morte do jovem carioca asfixiado pelo segurança de um mercado. Indignada, ela questionou: "Cadê a internet parando pela morte de um menino negro causada por mais um ato de racismo?" A partir daí, vários seguidores da artista questionaram o conceito de racismo e a cantora se irritou.

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Em seus comentários, Cleo falou termos como "dívida histórica"; "branquitude"; e citou Djamilla Ribeiro. Os seguidores provocaram: "Onde você paga seu boleto da dívida histórica?"; "Não concordo com a atitude do segurança, também não concordo com sua fala de que ele morreu porque era negro";  e "Seu twitter é aberto, se não quer opinião, te sugiro sair daqui".

A cantora não se intimidou e respondeu coisas como: "Que bom que ninguém pediu sua opinião, né anjo? Contra fatos não adianta você ficar do alto da sua branquitude achando alguma coisa"; "Não adianta escrever sofisticadamente. Seu julgamento é pobre. Eu não tenho lado, tenho noção"; e "Opinião sobre racismo não é debate, é idiotice. Vai estudar".

 

No último dia 8, em Salvador, usuários da internet ficaram indignados com imagens da festa de Donata Meirelles, diretora da revista Vogue Brasil. Após surgir ao lado de mulheres negras e sentada em uma cadeira semelhante a dos senhores de engenho no período da escravidão, Donata pediu demissão ao ser duramente criticada.

De acordo com O Estado de São Paulo, amigos mais próximos da socialite receberam uma mensagem confirmando a saída dela da empresa. "Com tristeza no coração, mas com a coragem e a cabeça erguida que sempre pautaram a minha vida, inicio um novo ciclo e peço demissão da Vogue Brasil, uma publicação que ajudei a construir", escreveu.

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"Te amo Vogue, te amo desde jovenzinha. Conte comigo para que você continue fazendo a diferença no mercado editorial e de moda, defendendo e promovendo todas as belezas humanas, como eu continuarei a defender", finalizou.

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As frases polêmicas que estão chamando a atenção dos telespectadores do Big Brother Brasil 19 viraram caso de polícia.

Isso porque a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância abriu inquérito para apurar as declarações feitas por alguns participantes do reality. A Assessoria de Comunicação da Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou o fato na segunda-feira, dia 11.

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Nas redes sociais, algumas falas de Paula já haviam repercutido, quando como ela descreveu um homem que esfaqueou uma mulher:

Achei que ia chegar mó faveladão lá, né? Quando vi, o cara era branquinho, morou sei lá quanto tempo na Austrália ou no Canadá, não sei. Falei: não é possível que você fez isso. Mas a mulher era mana mesmo, mana!

Em outra ocasião, ela falou sobre ter cabelo crespo:

Eu também tenho cabelo ruim.

E, em mais um momento, ela explicou o que considerava humor negro:

O que é humor negro, é começar a fazer uma piadinha contra uma pessoa negra.

E completou:

Meus humor negro. Desculpa, Brasil, mas não é possível, foi sem querer. Eu sou assim, desde pequena. É legal, eu só falo as verdades.

Paula também disse em determinado momento que sente apoio do público em suas falas: Até as mer** que eu falo, se o povo me deixa ficar aqui é porque não está achando tão ruim, não.

O episódio que mais repercutiu, no entanto, foi quando Paula afirmou que tem medo de Rodrigo:

 

Eu tenho medo sabia. De mandar ele para o paredão e sei lá. Ele mexe muito com esses trecos, ele sabe cada oxu deles lá, ele conhece, sabe? Eu tenho medo.

Hariany então deu um toque:

Não fica falando isso não, porque às vezes as pessoas dessas religiões lá fora pensam que você está com implicância, que você é preconceituosa. Só tem que se blindar de qualquer coisa.

Mas Paula finalizou:

Mas sei lá, se acontecer alguma coisa, a gente viu que não deu. Nosso Deus é maior.

Algumas conversas polêmicas giram em torno de Maycon, que fez um relato sobre ver Gabi e Rodrigo dançando, enquanto tocava a música Identidade, do consagrado Jorge Aragão:

 

Uma vez vi dois urubus, que eram dois espíritos ruins. que estavam comendo uma macumba que a galera tinha feito. Até então, sentei ali e comecei a comer, de repente comecei a comer e um virou de costas pro outro e começou a se abraçar, fecharam os olhos. (...) Foi assim, eu estava assim comendo nessa cadeira, aí estava o Rodrigo e a Gabi, de repente eu senti um arrepio, começou a tocar umas músicas esquisitas, tá ligado? Aí olhei pros dois e eles estavam em um sincronismo legal, juro por Deus, achei legal. Aí de repente comecei a olhar, escutar uns negócio, tipo assim: Não faça igual eles, aí veio Jesus Cristo na minha mente. Tipo, pra vida, não pra aqui, pra vida inteira: se você fizer igual eles, eles ganham mais coisa.

Com Paula e Hariany ele falou mais sobre Gabriela:

Quer votar, vai lá vota, beleza, mas falaram para eu nem fumar o cigarro da Gabi pra você ter uma ideia. Não aceita o cigarro da Gabi.

Quando Paula interveio:

Falou? Os treco adora cigarro, fuma pra caralho, e ela fuma pra caralho. Eu não vou falar o nome desse espírito aí, mas a pessoa dá uma oferenda que é cigarro, bebida, pra ele.

Maycon então deu a entender que Isabella havia ficado doente por conta de algum tipo de interferência espiritual de Gabriela:

Esse tipo de pessoa sempre cria conflito comigo, toda vez, sempre, sempre. (...) Pode ser que as pessoas em si são boas, ruim é as coisas que ficam andando junto com elas, entendeu. A Isa falou que a Gabi é uma pessoa muito boa, mas o ruim são as coisas que estão andando junto com ela. Porque essas vezes que ela ficou doente [Isa] aí foi muito estranho. E não era pra ela não, viu? Era pra mim.

Paula mais uma vez interveio:

É, isso pega sempre nas pessoas mais próximas se a gente está blindado.

E Maycon disse que foi afetado, e por isso começou a contar para os outros participantes sobre seu affair com Isa:

Mas aí afetou nós dois, eu perdi a linha, comecei a falar pra todo mundo sobre nós, que era só entre eu e ela. Comecei a perder o controle de falar as coisas. E ela ficou malzona. Abracei ela na cozinha e a Gabi passou e fez ainnn.

Segundo a Assessoria de Comunicação da Polícia, as investigações correm sob sigilo.

Na madrugada desse domingo (10), o "Big Brother Brasil" rendeu discussão entre os internautas. Os usuários do Twitter levantaram a hashtag #BastaDeRacismoNoBBB após Maycon comentar sobre os participantes Rodrigo e Gabriela. Enquanto eles dançavam na tradicional festa, o mineiro chegou a dizer que sentiu um arrepio quando falou com os dois.

"Eu tava aqui comendo de boa, aí tava o Rodrigo e a Gabi, cumprimentei, conversei, de repente eu senti um arrepio. Começou a tocar umas músicas esquisitas, tá ligado? Daí eu olhei para os dois e eles estavam com um sincronismo legal. Achei legal, juro por Deus, mas aí de repente eu comecei a olhar e comecei a escutar uns negócios: 'Não faça igual eles'", disse.

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Em um outro momento da conversa com Diego, Maycon completou: "Eu percebi uma coisa velho. Tô arrepiado, é coisa séria, que eu não tinha percebido até hoje".  Diego, que na última semana disse que não gostava de "gay escandaloso", ficou admirado com o amigo. "Acredito em você", comentou o catarinense.

O espanto de Maycon para Gabi e Rodrigo foi por conta da performance dos brothers na canção "Identidade", de Jorge Aragão. Diz um trecho da música: "Quem cede a vez não quer vitória / Somos herança da memória / Temos a cor da noite / Filhos de todo açoite / Fato real de nossa história".

Na última sexta-feira (8), Donata Meirelles, diretora da revista Vogue Brasil, polemizou com o tema da festa em comemoração aos seus 50 anos. Sentada ao lado de mulheres negras em uma cadeira com espaldar redondo, objeto semelhante ao que os coronéis tinham nos tempos da escravidão, Donata foi acusada de racismo. Além da anfitriã, a cantora Ivete também recebeu críticas por marcar presença no aniversário.

No Instagram, internautas lamentaram a postura da cantora de se apresentar na festa de Donata. "Passou pano para político preconceituoso. Vocês querem o quê mais? Ivete, que decepção", comentou um dos seguidores. 

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"Poxa, Veveta, muito triste em ver você passando pano para racista. Me decepcionei muito agora. Sempre te achei um mulherão da po***, sempre do lado do povo. Agora repenso o quanto desse seu posicionamento não é só para as câmeras", escreveu outra pessoa no perfil oficial da artista na rede social.

Assim como Ivete Sangalo, Preta Gil foi 'bombardeada' por ter cantado para Donata Meirelles. "Preta, não adianta passar panos quentes quando o erro foi de amigos e amigos ricos. Daqui para frente o que você falar não será acreditado, porque participar de um lance desse, bater palmas e falar de racismo em entrevistas, é hipocrisia", criticou um dos internautas.

O vídeo com a declaração "Vim pensando em você", dita por Ivete Sangalo, repercutiu também entre os usuários do Twitter. No microblog, a baiana não foi vista com bons olhos após cantar para Donata Meirelles.

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Com temática escravocrata, a festa de aniversário de 50 anos da diretora da Vogue Brasil Donata Meirelles, realizada nessa sexta-feira (8), no Palácio da Aclamação, em Salvador, capital da Bahia, repercutiu negativamente nas redes sociais. Muitos internautas acusaram a socialite de racismo.

Segundo as informações publicadas pela Revista Forum, o evento que reuniu artistas e milionários aparentemente representava o período colonial do Brasil, onde a escravidão vigorava. Com mulheres negras fantasiadas de ‘mucamas” para receber os convidados e “trono da sinhá” para fotografias com a hashtag #doshow50, os internautas criticaram o luxuoso aniversário. Como se não bastasse, as ‘escravas’ abanavam os convidados que queriam fazer o registro no trono.

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“A branquitude ama vivenciar o ranço da escravidão, porque afinal de contas eles gostariam que não tivesse acabado, mas, será que acabou? Vivemos na tal escravidão moderna, onde nossas dores viram fantasias, decoração de festas pra beneficiar o mal gosto das sinhás e sinhores”, postou a cantora Joyce Fernandes, conhecida como Preta Rara.

Confira alguns tweets 

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O ator de Hollywood Liam Neeson insistiu, nesta terça-feira (5), em que "não é racista", depois de ter dito que uma vez se dispôs a atacar um homem negro, após a confissão de uma amiga de que tinha sido estuprada.

"Não sou racista", disse Neeson a um programa de notícias da ABC, embora tenha admitido que há cerca de 40 anos sentiu uma "necessidade primária de atacar" depois de ouvir uma amiga próxima dizer que tinha sido estuprada por um homem negro.

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"Fui deliberadamente a zonas negras da cidade procurando ser atacado", disse o ator, de 66 anos, que atuou na "Lista de Schindler", recordando que várias vezes foi a esses lugares com um porrete, na esperança de que uma pessoa negra puxasse briga.

"Estou envergonhado de dizer isso, fiz isso talvez por uma semana, esperando que um negro bastardo saísse de um bar e me atacasse por alguma coisa, sabe? Assim eu poderia... matá-lo", disse ao jornal The Independent no início desta semana.

"Foi horrível, horrível quando penso no que fiz. E nunca admiti isso", acrescentou.

No fim das contas não ocorreu nenhum fato violento e Neeson acrescentou: "Me impactou e me feriu... procurei ajuda, fui ver um sacerdote".

Ao insistir em que não é racista, o ator disse que sua reação ressalta a necessidade de um debate mais amplo na sociedade sobre a condição de raça.

"Se ela tivesse dito um irlandês, um escocês, um britânico ou um lituano, eu teria tido - sei que teria tido - a mesma reação. Estava tentando ter honra, defender minha amiga querida de uma forma terrivelmente medieval", disse o ator, que é da Irlanda do Norte.

 Jussie Smollett, da série ‘Empire’, precisou ser hospitalizado após sofrer um ataque na madrugada da última terça-feira (29), em Chicago. De acordo com o site TMZ, o ator foi agredido por questões ligadas à homofobia e racismo.

A estrela da série americana foi agredido por dois homens quando estava em uma estação de metrô, perto da sua casa. Ainda de acordo com a publicação, além de ser espancado, Jussie teve uma corda amarrada no pescoço e água sanitária jogado no rosto.

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Os agressores também gritaram palavras de ódio ao ator, como “Você não é aquele preto veado de ‘Empire’?”. Além de citar a “MAGA”, uma referência ao slogan “make America great again” (“faça a América grande de novo”, em português), usada por Donald Trump nas eleições presidenciais.

O ator que interpreta Jamal Lyon, assim como o personagem também é gay. Ele teve uma costela quebrada e teve alta médica na manhã dessa terça-feira (29). A polícia de Chicago investiga o ocorrido como crime de ódio.

A 19ª edição do Big Brother Brasil ainda nem completou seu primeiro mês no ar e já surpreendeu, de maneira positiva. Normalmente tachado como ''fútil', mas nem por isso menos assistido, o reality reuniu, desta vez, participantes envolvidos com causas e questões tais como direitos humanos, das mulheres e negros, entre outros.

Para surpresa de uns, e alegria de outros, o elenco do BBB 19 tem protagonizado cenas dignas de 'textão' na internet e promoção de debates na sociedade como um todo. Confira alguns assuntos que têm permeado as rodas de conversa na casa e que são verdadeiras lições de vida.  

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Feminismo

O feminismo e assuntos correlatos vêm sendo tratados durante as conversas dentro da casa. Em um determinado momento, Gustavo reclamou do movimento dizendo: "Antigamente não tinha essa tolerância zero do feminismo", ao que Vinícius, o primeiro eliminado desta edição, corrigiu: "Feminismo não é tolerância zero, é igualdade. E nós fomos criados ao contrário, né?". O próprio Vinícius levou uma bronca de Hana quando, durante uma festa, deu um tapa no bumbum da sister enquanto ela dançava. Ela repreendeu: "Não encosta".

Durante outra conversa, algumas sisters relataram situações de abuso sofridas ao longo da vida. Hana desabafou sobre quando foi abusada aos 15 anos, pelo amigo de um ficante, e deixou uma lição: "Enquanto a gente continuar culpando a vítima não tem jeito de melhorar. Se alguém ficar perguntando: 'por que você foi pegar o garoto'?, nada vai melhorar. Preciso abrir mão da minha liberdade sexual para não ser estuprada?"

Racismo

O racismo, privilégios e diferenças entre classes sociais também são assuntos que aparecem nas rodas de conversa entre os brothers e sisters. Rodrigo explicou que o termo nasceu em um período em que havia no Brasil uma "ideologia do 'embranquecimento'", e Gabriela completou: "Uma pessoa negra com a pele clara continua sendo negra. A grande questão é que até hoje como se coloca a cultura negra, as características negras como algo ruim, negativo, você encontra pessoas com a minha tonalidade dizendo que são 'morenos', 'chocolate', e aquela palavra horrorosa, 'mulato'".

Em um outro momento, Tereza e Izabela afirmaram ter sofrido preconceito por serem brancas. Gabriela também interveio de forma categórica: "Racismo vem de um sistema de opressão. Para nós, negros, sermos opressores, a gente tinha que estar no poder e não estamos. Para existir o racismo, vocês teriam que ter antepassados com 300 anos de escravização de brancos".  

 

Violência

Danrley falou o que acha a respeito de um conceito bastante difundido no Brasil, o de que 'bandido bom é bandido morto'. O jovem discorda totalmente de tal frase e explicou seus motivos: "Aí chega alguém falando assim, eu vou acabar com o crime, vou matar um bando de bandido e prender todo mundo. Se matar bandido fosse acabar com alguma coisa, cara, hoje não teria mais bandido, porque o bando de gente que já morreu".

Educação e Cotas

Ao conversarem sobre Cotas Sociais e Raciais nas universidades, o brother Maycon declarou ser contra elas. Gabriela disparou: "Cota não é esmola". A declaração, inclusive, lembrou um momento em que Danrley contou que só conseguiu entrar na faculdade recebendo a ajuda de professores que lhe emprestavam livros e até o dinheiro para fazer a inscrição no Enem.

O próprio Danrley, que está se preparando para ser professor de Biologia, deu uma aula sobre seu futuro ofício durante um despretensioso banho de piscina. "O papel do professor é você ajudar o aluno, fazer com que ele aprenda. A escola é o primeiro convívio com a vida social. Você está ali para aprender muito mais do que com a matéria em si".

 

Padrões de estética

O que deveria ser uma simples negociação em relação ao empréstimo de shampoo entre as meninas, acabou virando uma aula contra o preconceito. Gabriela dizia que Elana poderia usar seus cosméticos por ela também ter cabelo cacheado, ao que Paula protestou: "Eu também tenho cabelo ruim". Gabriela reagiu: "Não fala isso! Ruim é preconceito, cabelo, não. Precisamos mudar isso".

Em outra ocasião, Isabella comenta positivamente que Hana perdeu peso, ao que a sister agradece mas responde: "Tá, mas isso não é elogio"; e se explica: "É que assim você taxa que ser gordo é algo ruim, eu nem deveria ter agradecido, foi um erro da minha parte".

 

Em jogo marcado, mais uma vez, por cantos racistas e antissemitas, a Lazio goleou o Novara neste sábado por 4 a 1 no Estádio Olímpico, em Roma, e avançou às quartas de final da Copa da Itália. Luis Alberto, Immobile, duas vezes, e Milinkovic-Savic anotaram os gols do triunfo.

Neste sábado, o coro carregado de preconceito foi ouvido das arquibancadas no começo da partida. "Judeu giallorosso (em referência à torcida da Roma, arquirrival da Lazio)" e "essa Roma parece a África" foram alguns dos cantos entoados pelos torcedores da Lazio.

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A partida marcou da pior maneira o reinício do calendário do futebol italiano, que ficou paralisado por duas semanas. Os episódios de racismo são recorrentes na Itália e geralmente não são punidos com rigor.

Em confronto do Campeonato Italiano em dezembro do ano passado, o zagueiro franco-senegalês Kalidou Koulibaly, do Napoli, foi alvo de ataques racistas de alguns torcedores da Inter de Milão, que imitaram sons de macaco na arquibancada e insultaram o jogador. Como punição, a Inter foi suspensa e enfrentará o Benevento neste domingo com portões fechados em duelo também da Copa da Itália.

Ligado à extrema-direita, o ministro italiano do Interior e homem forte do governo, Matteo Salvini, chegou a declarar que não concorda em pausar os jogos em caso de gritos racistas. O Napoli, porém, já anunciou que pode deixar o gramado se houver novo episódio de racismo contra algum jogador da equipe.

O estudante do 10º período de direito, Pedro Baleotti, foi expulso da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, depois de postar um vídeo no qual fazia ameaças de morte a negros na época das eleições. A publicação gerou protestos de alunos e professores da instituição e revolta nas redes sociais.

O vídeo, que foi inicialmente enviado a um amigo do jovem, acabou viralizando. Nele o estudante diz que a “negraiada vai morrer”, apontando para um casal que passava na rua em uma moto. Pedro aparece armado e com discurso de ódio e cunho racista e exaltando a candidatura do agora presidente Jair Bolsonaro.

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Por meio de nota a faculdade diz que os trâmites institucionais foram cumpridos e o aluno foi expulso. Afirma ainda que ele receberá todos os documentos quanto aos créditos cumpridos. E termina dizendo que “A instituição não coaduna com atitudes preconceituosas, discriminatórias e que não respeitam os direitos humanos".

Depois da repercussão, Baleotti se disse arrependido e pediu desculpas “Fiquei arrasado e arrependido pelo sofrimento que eu possa ter causado para todas essas pessoas”, disse em entrevista à imprensa. Ele ainda não se pronunciou depois da expulsão.

Já o advogado que o representa afirmou que vai atrás dos direitos do seu cliente, já que segundo ele, o vídeo foi publicado sem autorização, "violando direitos de sua personalidade".

Quando o caso foi divulgado, em outubro do ano passado, diversos estudantes da Mackenzie se mobilizaram para que fossem tomadas atitudes em relação a Pedro. Ele chegou a ser suspenso das aulas e foi demitido de um escritório no qual estagiava.

Depois da resolução anunciada nesta quarta-feira (09), um grupo que atuou nos protestos em repúdio ao comportamento do colega, postou uma mensagem de agradecimento em suas redes sociais. “Agradecemos todos que endossaram a luta, que compareceram aos protestos e se indignaram com o racismo presente na ação do aluno. A referida decisão demonstra a seriedade e o compromisso da universidade no combate ao racismo”, diz a postagem do Coletivo negro Afromack, composto por estudantes da Mackenzie.

Após falar um termo considerado pejorativo contra os negros e gerar revolta por parte dos telespectadores e até da prefeita de Rochester (cidade de Nova York), Lovely Warren, que é negra, o meteorologista Jeremy Kappell acabou perdendo o seu emprego no canal americano WHEC-TV.

A "injúria racial" aconteceu durante uma transmissão ao vivo na noite desta última sexta-feira (4), em Nova York. Na ocasião, Jeremy falava sobre o tempo no Parque Memorial Martin Luther King Júnior, no centro de Rochester.

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Quando o meteorologista pronunciou o nome do parque, ele inseriu a palavra "coon", considerada uma ofensa racial contra os negros. "Parecia cinzento Martin Luther coon King Jr. Park", falou Kappel. Segundo reportagem do The Washington Post, nesta segunda-feira (7), o gerente geral do News10NBC, Richard Reingold, anunciou no ar que Kappell não trabalhava mais para a emissora de TV.

O meteorologista afirma que não tinha maldade na sua fala e que “infelizmente, falei um pouco rápido demais quando fiz referência ao Dr. Martin Luther King Jr”, disse em vídeo publicado nas suas redes sociais.

Essa não é a primeira vez que um meteorologista é demitido por pronunciar palavras consideradas ofensivas contra o povo preto. Em 2005, um meteorologista de Las Vegas chamado Rob Blair foi demitido quando disse: “a previsão seria em meados dos anos 60 sobre Martin Luther coon King Jr. Day".

O ídolo argentino Diego Maradona manifestou neste domingo o seu apoio ao jogador senegalês Kalidou Koulibaly, do Napoli, que sofreu ofensas racistas por parte de torcedores da Inter de Milão, na quarta-feira, em partida válida pela 18ª rodada do Campeonato Italiano. Nas redes sociais, o argentino postou uma foto com a camisa do jogador e revelou que também foi alvo de comentários preconceituosos durante sua passagem pelo futebol italiano.

"Eu joguei sete anos no Napoli e também sofri com cânticos racistas de algumas torcidas. Ainda me lembro das bandeiras que diziam 'Bem-vindo à Itália'. Sinto-me como mais um napolitano e hoje quero estar ao lado de Kalidou Koulibaly. Espero que tudo isso marque um antes e um depois para terminar de vez com o racismo no futebol. Saudações a todos", escreveu o argentino.

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Maradona atuou na Itália na década de 80. Pelo Napoli, mesmo time que Koulibaly defende atualmente, ele fez sucesso e se tornou ídolo no futebol italiano, entre os anos de 1984 e 1991. Foi com a camisa da equipe de Nápoles que o argentino jogou mais partidas em sua carreira.

Na ocasião, o zagueiro do Napoli foi alvo de gritos racistas desde o primeiro tempo da partida. Torcedores imitavam um macaco toda vez que o defensor tocava na bola. Em razão das ofensas racistas, o técnico do Napoli, Carlo Ancelotti, pediu a paralisação do jogo por três vezes do banco de reservas.

Nervoso, o zagueiro do Napoli foi expulso aos 36 minutos do segundo tempo. No lance, ele fez falta em Politano e recebeu o cartão amarelo. Na sequência, começou a bater palmas para o árbitro, que entendeu o gesto como uma ironia e então mostrou o vermelho direto.

Após a partida, o jogador da equipe de Nápoles lamentou a derrota e sua expulsão de campo e fez questão de rebater os atos racistas. "Lamento a derrota e também por ter abandonado meus companheiros em campo. Mas tenho orgulho da cor da minha pele. De ser francês, senegalês, napolitano: homem", declarou o defensor, em sua conta no Twitter. Koulibaly é nascido na França, mas tem ascendência senegalesa.

Os torcedores do Napoli farão neste sábado (29) uma nova demonstração de solidariedade ao franco-senegalês Kalidou Koulibaly, zagueiro do time italiano alvo de racismo em uma partida contra a Inter de Milão na última quarta-feira (26).

Antes do jogo contra o Bolonha, a torcida irá distribuir, do lado de fora do estádio San Paolo, cerca de 10 mil máscaras com o rosto do defensor do Napoli. O evento foi batizado de "Somos todos Koulibaly".

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Alguns jogadores também expressaram o desejo de usar as máscaras quando estiverem em campo, mas a ideia ainda está sendo examinada pelas autoridades esportivas. A homenagem é a mesma realizada em 2016, após um caso semelhante de racismo no futebol italiano.

    Na última quarta, torcedores interistas gritaram ofensas racistas contra Koulibaly e entoaram cânticos discriminatórios contra os napolitanos, incluindo uma música pedindo para o vulcão Vesúvio "lavá-los com fogo". Por conta desses episódios, a Inter foi punida com dois jogos de portões fechados no San Siro. 

Torcedor morto - Neste sábado (29), cerca de 100 torcedores da Lazio se reuniram na ponte Milvio, ao norte de Roma, antes da partida contra o Torino, para prestar uma homenagem a Daniele Belardinelli, da Inter de Milão, morto na última quinta-feira (27) após ser atropelado por uma van com napolitanos. A torcida carregava cartazes com a frase: "Um ultra nunca morre...Daniele conosco".

Da Ansa

O Tribunal Disciplinar do Campeonato Italiano determinou que a Inter de Milão jogue suas duas próximas partidas em casa com portões fechados. A punição é por causa dos atos de racismo contra o zagueiro Kalidou Koulibaly na vitória de quarta-feira, por 1 a 0, diante do Napoli pela 18ª rodada, no San Siro.

Koulibaly também recebeu uma suspensão de dois jogos por ter sido expulso aos 36 minutos do segundo tempo, após aplaudir ironicamente o cartão amarelo recebido depois de cometer falta.

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O Napoli denunciou que o jogador senegalês foi alvo de "cânticos racistas" durante a partida, enquanto seu treinador, Carlo Ancelotti, disse que alguns torcedores fizeram sons imitando macacos durante toda a partida.

Além dos próximos dois jogos em casa contra o Benevento, na Copa da Itália, e Sassuolo, pelo Italiano, serem disputados com portões fechados, o setor do San Siro ocupado pela torcida organizada da Inter também ficará fechado por um terceiro jogo, no campeonato nacional, contra o Bologna.

O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, pediu desculpas a Koulibaly sobre os insultos, descrevendo-os como "uma desgraça" em sua página do Facebook. "Foi um ato vergonhoso contra um atleta respeitado, que orgulhosamente carrega a cor da sua pele, e também, para um menor grau, contra as muitas pessoas que vão para o estádio para apoiar sua equipe e estar com seus amigos", disse o político.

"Estou decepcionado com a derrota e, sobretudo, por ter sido expulso", disse Koulibaly no Twitter. "Mas eu estou orgulhoso da cor da minha pele. Orgulhoso de ser francês, senegalês, napolitano: um homem."

O Napoli foi derrotado pela Internazionale por 1 a 0, nesta quarta-feira, em Milão, pelo Campeonato Italiano, com um gol nos acréscimos do segundo tempo, mas isso não foi a única coisa que chateou a todos no clube. A comissão técnica napolitana reclamou de racismo por parte da torcida adversária no estádio Giuseppe Meazza e diz que pediu por três vezes a interrupção do jogo.

Os gritos racistas, de acordo com os napolitanos, foram direcionados ao zagueiro senegalês Kalidou Koulibaly desde o primeiro tempo. Torcedores imitavam um macaco toda vez que o defensor tocava na bola. "Pedimos três vezes a suspensão da partida. Houve três anúncios (no sistema de som) no estádio. Mas a partida continuou", reclamou o técnico Carlo Ancelotti em entrevista à TV Sky.

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Nervoso, o zagueiro do Napoli foi expulso aos 36 minutos do segundo tempo. No lance, Koulibaly fez falta em Politano e recebeu o cartão amarelo. Na sequência, começou a bater palmas para o árbitro, que entendeu o gesto como uma ironia e então mostrou o vermelho direto.

"O jogador (Koulibaly) estava nervoso, seu humor não era o melhor. É um jogador muito correto e muito profissional. Não é algo dele, mas estava agitado, nervoso. Isso não é bom para nós e para o futebol italiano", afirmou Ancelotti. "Há uma solução: tem que parar a partida. Tem que ser na hora do anúncio", completou.

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