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 Servidores protestam contra a Reforma da Previdência Municipal pretendida pelo prefeito João Campos (PSB), em frente à Câmara dos Vereadores do Recife, no Centro da capital, na manhã desta quinta-feira (17). A intenção dos manifestantes é mobilizar os vereadores a barrarem o pacote de projetos que reduz os atuais direitos da classe.

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Com pneus em chamas e entulhos que bloquearam o cruzamento da Rua Princesa Isabel com a Rua do Hospício, no bairro da Boa Vista, área central do Recife, o grupo levou barracas e ‘acampou’ em frente à sede legislativa para chamar atenção para o aumento do tempo de serviço e outras alterações que, segundo os trabalhadores, dificultam a aposentadoria dos servidores.

Embora tenha se posicionado de forma contrária à Reforma da Previdência no Congresso no seu mandato como deputado federal, o prefeito João Campos (PSB) decidiu se antecipar à medida. Nos projetos de lei enviados à Câmara Municipal, ele sugere aumentar de 12,8% para 14% a taxa de contribuição previdenciária do servidor, bem como a idade mínima de 61 e 64 para mulheres e homens, respectivamente, se aposentarem.

O pacotão também indica uma mudança no Estatuto do Servidor e um programa de desligamento voluntário para os servidores sob regime Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).

O governo prevê lançar até 20 de março o edital de contratação temporária de servidores aposentados para reforçar o atendimento e a análise de pedidos de benefícios no INSS. A expectativa é que a seleção seja concluída e os contratos assinados entre 13 e 17 de abril.

O cronograma foi divulgado nesta segunda-feira, 2, pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, em entrevista coletiva.

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O governo tem prometido pôr fim aos atrasos na análise de pedidos de benefícios em até seis meses a partir do início dos trabalhos.

Em 27 de fevereiro, a fila acumulava 1,883 milhão de pedidos, sendo 1,25 milhão atrasados (sem resposta há mais de 45 dias).

A seleção será dividida entre concorrência ampla, para funções administrativas, e específica, para perícias médicas e análise dos processos.

Para a concorrência ampla, serão 7.400 vagas para o INSS e 820 para outros órgãos da Secretaria Especial de Previdência e da Secretaria de Gestão de Pessoas.

As remunerações serão de R$ 2,1 mil e R$ 4,2 mil, e as vagas poderão ser disputadas por inativos civis e militares.

Os elegíveis são os que se aposentaram até 28 de fevereiro deste ano. Para a concorrência específica, não há limite de vagas, uma vez que os servidores serão remunerados por produtividade.

Apenas aposentados das carreiras do seguro social e de perito médico federal poderão concorrer. Cada processo analisado, independentemente da resposta, será remunerado em R$ 57,50. Cada perícia, por sua vez, será remunerada em R$ 61,72.

O governo editou nesta segunda a Medida Provisória que abre caminho para contratação temporária de servidores civis aposentados, em complementação à possibilidade de chamamento de militares inativos.

Segundo Bianco, o governo pretendia editar a MP na última sexta-feira, 28, mas decidiu adiar para esta segunda para dar mais dias corridos aos parlamentares para apresentação de emendas.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a MP cria novas situações em que é possível fazer contratações temporárias, como a necessidade de redução de passivos processuais ou de volume de trabalho acumulado.

O texto também permite a adoção do instrumentos para atividades que se tornarão obsoletas (como datilógrafo), preventivas temporárias de situações de grave risco à sociedade (calamidade pública, danos e crimes ambientais, incidentes humanitários, saúde pública) e assistência a situações de emergência humanitária com aumento súbito do ingresso de estrangeiros no País (como ocorreu no caso dos venezuelanos).

O prazo de contratação é de no máximo dois anos. Para 2020, o governo prevê um gasto de R$ 160 milhões em nove meses, caso sejam preenchidas todas as vagas do edital. "Não sabemos se haverá demanda para todas as vagas ofertadas", disse o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Narlon Gutierre.

Bianco afirmou que outros órgãos poderão lançar editais próprios para a contratação de temporários. A secretária adjunta de Gestão e Desempenho de Pessoas, Flavia Goulart, alertou que qualquer ministério precisará ter prévia dotação orçamentária para recorrer ao instrumento.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Augusto Heleno, disse que o prazo para o governo resolver o acúmulo de pedidos na fila de espera do INSS é outubro, "mas há possibilidade de antecipar se houver jato de impulsão na solução do problema", segundo o ministro.

Em entrevista à rádio CBN na manhã desta quarta-feira (29), Heleno defendeu que a decisão de utilizar militares da reserva para diminuir a fila e a saída do ex-secretário da Previdência, Renato Vieira, são amostras da preocupação do governo com a situação da seguridade social.

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Sobre o uso de militares, Heleno ainda afirmou que não haverá maiores problemas em sua aplicação. "Há medidas burocráticas que podem ser facilmente aprendidas", disse o ministro, que ponderou que chamar novos servidores públicos para atuar no INSS contraria a intenção do ministério da Economia de reduzir o número de concursados. Para ele, os funcionários públicos do INSS precisam de "estímulo à liderança para resolver o problema".

O Ministério da Economia formalizou, nesta quarta-feira (29), no Diário Oficial da União (DOU) a troca do comando do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciada na terça-feira pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. Leonardo Rolim, que era secretário de Previdência, será o novo presidente o órgão, no lugar de Renato Vieira, que pediu exoneração do cargo diante da crise de atendimento à população no Instituto.

Atualmente, 1,3 milhão de solicitações de benefício estão com a análise atrasada. Ao todo, o órgão tem 1,9 milhão de processos acumulados, incluindo os que ainda estão dentro do prazo legal.

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Na mesma coletiva que anunciou a mudança dos titulares do INSS, Marinho detalhou uma nova estratégia para tentar reduzir a enorme fila de espera por benefícios. A ação inclui a edição de uma medida provisória em até uma semana para permitir a contratação de servidores aposentados, como vinha alertando o Tribunal de Contas da União (TCU).

A contração de civis se junta a de militares da reserva, anunciada antes, para aumentar o efetivo de servidores no INSS para resolver o problema. A expectativa é que ao todo sejam contratadas até 7 mil pessoas, entre militares e civis.

Estatais

O Diário Oficial também traz a exoneração de Fernando Antonio Ribeiro Soares do cargo de secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais da Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia. Soares será substituído por Amaro Luiz de Oliveira Gomes, cuja nomeação também foi publicada.

O governo federal publicou em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (23), o Decreto 10.210/2020, que regulamenta a contratação de militar inativo para o desempenho de atividades de natureza civil na administração pública. Com a medida, o governo pretende reforçar a equipe de atendimento do INSS para reduzir a enorme fila que aguarda resposta do órgão e que já soma mais de 1,3 milhão de pedidos por benefícios previdenciários.

O decreto é assinado pelo presidente em exercício, Hamilton Mourão, e não se restringe ao caso do INSS. A contratação dos militares poderá ser feita por outros órgãos.

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Os militares contratados dentro das regras do decreto terão gratificação de 30% sobre o valor que recebem na inatividade. A contratação poderá recair somente sobre os militares das Forças Armadas da reserva remunerada ou reformados e será realizada pelo órgão ou pela entidade interessada, nos termos de edital de chamamento público.

O militar inativo assinará um termo de adesão e a contratação e o encerramento do contrato serão publicados no Diário Oficial da União pelo órgão ou pela entidade contratante.

"A contratação de militar inativo depende de prévia autorização do ministro de Estado da Defesa e do ministro de Estado da Economia, por meio de análise da demanda formulada pelo órgão ou pela entidade requerente", diz o ato. Os pedidos dos órgãos deverão ser encaminhados à pasta da Economia, que consultará a Defesa e se manifestará após a Defesa estabelecer o quantitativo máximo de militares inativos passíveis de contratação, por posto ou graduação, observada a compatibilidade com as atividades indicadas pelo órgão ou pela entidade requerente.

O decreto destaca que "o desempenho de atividades de natureza civil pelo militar inativo constitui serviço remunerado, voluntário e não caracteriza a ocupação de cargo ou emprego público nem o exercício de função pública". Além disso, estabelece prazos para a contratação: para o órgão contratante, até quatro anos, vedada a prorrogação; e para o militar inativo, até oito anos, consecutivos ou não, ainda que em diferentes órgãos ou entidades.

A contratação exclusiva de militares para resolver o problema do INSS está sendo contestada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), conforme o jornal O Estado de S. Paulo antecipou. O tribunal alega que a medida do governo criaria uma reserva de mercado e que, portanto, a solução deve prever também a contratação de civis. Nesta sexta-feira (24), governo e TCU farão um reunião para discutir o tema.

O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, afirmou nesta quinta-feira, 23, que o governo considera convocar militares da reserva para reforçar a análise de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - e não mais convidar, como era inicialmente cogitado. A iniciativa serviria para driblar o entendimento do TCU de que contratar apenas militares iria romper o princípio de impessoalidade.

"O TCU diz que está rompendo princípio da impessoalidade ao você direcionar a contratação exclusivamente para o grupo militar. Direciona porque é mais barato. Mas existem formas de fazer sem colocar isso como um rompimento da impessoalidade. O Ministério da Defesa convoca e cede (ao INSS). E não colocar diretamente sob as mãos do INSS. Mas isso está sendo estudado", declarou Mourão a jornalistas.

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Segundo ele, a ideia está sendo ajustada pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. "Estou aguardando qual vai ser a decisão. Quando chegar, a gente analisa e vê o que vai fazer", disse Mourão.

Na mesma linha do presidente da República, Jair Bolsonaro, Mourão afirmou que contratar civis para a função é mais burocrático e sai mais caro. "Se você for contratar civil, é contrato temporário. É mais caro. Aí tem que olhar a questão orçamentária."

Mais cedo, antes de embarcar para a Índia, Bolsonaro afirmou que deixou um decreto pronto para ser publicado, mas que ele depende do aval do TCU. Caso o tribunal não aprove o texto, uma outra versão será assinada na sexta-feira, 24, por Mourão.

Bolsonaro justificou que a solução de recrutar só militares da reserva e não civis envolve menos direitos trabalhistas. "Por que militar da reserva? Porque a legislação garante. Se você contratar civis, para mandar embora é... Entra na Justiça, direito trabalhista. Complica o negócio. Militar é fácil. Eu contrato hoje e demito amanhã sem problema nenhum", avaliou.

Em reação à decisão do governo de contratar militares da reserva para reduzir a fila de espera por benefícios do INSS, servidores preparam uma manifestação para a próxima sexta-feira, 24, "em defesa do concurso e do serviço público". A convocação foi divulgada nesta sexta-feira, 17, pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).

Segundo o presidente da entidade, Rudinei Marques, as manifestações estão convocadas para todas as agências do INSS no País. O Fonacate representa mais de 200 mil servidores da União.

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Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o fórum cogita também acionar a Justiça contra a medida anunciada pelo governo.

A reação é uma mostra das resistências que serão levantadas à reforma administrativa que a equipe econômica pretende propor para enxugar o tamanho da máquina pública. Os servidores pretendem usar o anúncio do governo como uma admissão pública de que falta mão de obra na administração federal, contrariando o discurso de redução de cargos e limitação de novos concursos.

A manifestação programada para a semana que vem é o primeiro sinal concreto dessa estratégia. O último concurso realizado para o INSS foi em 2016.

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, rechaçou na terça-feira a conexão entre a força-tarefa no INSS e o pedido por concursos e disse que são "situações completamente distintas". "Temos convicção de que o Estado brasileiro precisa ser do tamanho que a sociedade pode suportar", afirmou em entrevista coletiva.

No comunicado desta sexta-feira, o Fonacate manifestou "irresignação" com o recrutamento de sete mil militares para assumir "atribuições específicas" de servidores do INSS.

"Além de desrespeitar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, previstos no artigo 37 da Constituição Federal, a medida também configura desvio de finalidade, pois o papel das Forças Armadas é o de atuar em defesa da pátria, da garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem pública", afirma a nota.

"Essa situação escancara os efeitos nefastos do desmonte do serviço público em curso no País, que resulta em prejuízos à população, em especial aos mais pobres, e evidencia o despreparo do governo e a falta de planejamento adequado, que podem gerar um apagão em órgãos essenciais ao Estado", diz a entidade.

Na defesa por concursos, o Fonacate afirma ainda que há defasagem no quadro de pessoal de outros órgãos. Segundo a entidade, faltam 21.471 servidores na Receita Federal, enquanto a Controladoria-Geral da União atua com um quadro funcional 61,5% menor do que a lotação ideal. Ainda de acordo com o Fórum, no Banco Central defasagem de pessoal é de 43,9%, e no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 65%.

"É uma realidade que deve se agravar nos próximos anos, tendo em vista o anúncio de que não haverá novos concursos", diz a nota. "Ressaltamos que é fundamental a realização emergencial de concursos públicos, tanto para o INSS quanto para os demais órgãos que sofrem com a falta de pessoal."

O secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, disse que a fila de pedidos de benefícios do INSS foi gerada pela reforma da Previdência e que será resolvida até o fim do ano. Segundo ele, a digitalização dos serviços facilitou a requisição dos benefícios, mas falta informatizar processos internos para acelerar a concessão. "Em 2019, a digitalização dos serviços prestados para cidadão foi da porta para fora, para o atendimento. Em 2020, nosso foco é melhorar processos internos", afirmou.

Uebel rebateu as críticas de que faltam servidores no INSS e que seriam necessários novos concursos. "Fazer concurso público hoje é vincular pessoas à administração pública por 60 anos. A demanda maior por aposentadorias foi por conta da reforma da Previdência, é uma coisa que não vai se repetir", completou.

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O secretário-adjunto de Desburocratização, Gleisson Rubin, disse que o INSS foi o órgão que recebeu maior autorização para concursos na última década, quando foram contratados 8.900 servidores. "O INSS não foi negligenciado em concursos. Foi suficiente? Provavelmente não, mas o País tinha condição fiscal de fazer mais do que isso?", questionou Rubin.

O presidente Jair Bolsonaro repetiu nesta quarta-feira (15) que a ideia do governo é convidar militares para participar de mutirão para "diminuir essa fila enorme que está no INSS". Antecipada pelo Estadão/Broadcast, a contratação de militares da reserva é uma medida encontrada pelo governo para reduzir fila de 1,3 milhão de pedidos sem análise há mais de 45 dias até o fim de setembro de 2020.

"Não é convocar. Eles podem aceitar o convite para trabalhar ganhando 30% dos seus proventos. E não tem qualquer encargo trabalhista, não tem nada. É muito simples. Então a primeira ideia é realmente convidar os militares a participar desse mutirão para a gente diminuir essa fila enorme que está no INSS", disse o presidente em frente ao Palácio da Alvorada.

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Devem ser contratados até 7 mil militares da reserva das Forças Armadas para este serviço. Bolsonaro disse que gostaria de publicar já nesta quarta-feira o decreto para encaminhar as contratações, mas que ainda está discutindo o texto.

"Lógico que tem de ter um treinamento antes (ao militar). Se aprovado, (trabalha) quase como um atendente. Juntar papelada, orientar, esse trabalho aí", disse Bolsonaro.

Os militares da reserva contratados temporariamente para essa função receberão um adicional de 30% sobre a remuneração, pago pelo próprio INSS. O custo estimado pelo governo é de R$ 14,5 milhões ao mês durante nove meses - ao todo, um gasto de R$ 130,5 milhões.

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, disse nesta terça-feira, 14, que o atendimento do INSS à população é "prioridade e preocupação" desde a transição do governo.

Segundo ele, a atual administração "herdou" uma fila acumulada de 1,6 milhão de requerimentos não processados pelo governo Michel Temer.

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A fila chegou ao pico de 2,3 milhões em julho do ano passado, mas foi reduzida a partir de agosto. O ritmo, porém, foi considerado insatisfatório pelo governo.

Atualmente, o INSS tem 1,985 milhão de pedidos de benefício em aberto. Desses, 1,3 milhão estão sem resposta há mais de 45 dias, prazo legal para a análise.

O governo vai contratar até 7 mil militares da reserva das Forças Armadas para auxiliar no atendimento nas agências do INSS e liberar servidores do órgão para reforçar a análise dos benefícios. O objetivo, segundo o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, é pôr fim à fila de 1,3 milhão de pedidos sem análise há mais de 45 dias até o fim de setembro de 2020. O governo vai publicar um decreto esta semana para viabilizar as contratações.

Marinho evitou dizer que vai "zerar" a fila de benefícios atrasados porque, para ele, trata-se de um "preciosismo". Eventualmente, ressalvou o secretário, pode haver "um ou dois" pedidos em análise há mais de 45 dias por outros motivos, mesmo após a força-tarefa.

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Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, os militares da reserva contratados temporariamente para essa função receberão um adicional de 30% sobre a remuneração, pago pelo próprio INSS. A Secretaria estima um custo de R$ 14,5 milhões ao mês durante nove meses - ao todo, um gasto de R$ 130,5 milhões. Marinho disse que haverá remanejamento de recursos dentro da própria pasta para acomodar a despesa.

Segundo o secretário, o custo compensa porque a redução da fila evitará que o governo tenha que pagar correção monetária sobre os benefícios concedidos em atraso. O gasto com a correção monetária chegou a R$ 200 milhões no ano passado, quando a fila de pedidos já estava crescendo, e poderia chegar a R$ 300 milhões neste ano. Parte desse valor deve ser economizada com a estratégia anunciada hoje.

Os militares serão chamados - a apresentação será voluntária - e treinados ao longo de janeiro e fevereiro. A partir de março, haverá a implementação integral da nova estratégia. Em abril, Marinho estima que as medidas já poderão operar com força total.

A partir daí, o secretário diz que a fila começará a cair num ritmo de 150 mil a 160 mil pedidos ao mês. Sem a estratégia, o governo levaria cerca de 15 meses para acabar com a fila, prazo agora reduzido a seis meses.

Mesmo após setembro, segundo o secretário, não há expectativa de que o estoque de processos pendentes seja zerado por completo. A meta, diz Marinho, é que os casos não fiquem acumulados - ou seja, que o número de novos pedidos seja similar ao número de processos concluídos.

O secretário disse que há 988 mil pedidos que entram todos os meses no INSS e que não é possível zerar o estoque. O governo trabalha, porém, para que a entrada de requerimentos seja compatível com a capacidade de análise do órgão.

Perícias

Após aprovar um pente-fino nos benefícios do INSS, o governo vai convocar os próprios servidores federais afastados por motivos de saúde para a realização de perícias médicas. O objetivo é verificar quem já está apto para retomar as atividades. Em meio às reclamações sobre filas de pedidos em atraso, os funcionários do INSS serão o foco prioritário da ação.

Marinho informou ainda que há hoje 1.514 dos 23 mil servidores do INSS afastados. A expectativa, segundo ele, é que dois terços (aproximadamente mil deles) retomem o trabalho.

"A ideia é começar ainda este mês o trabalho (das perícias)", disse o secretário. Ele ressaltou que todos os servidores afastados passarão pela perícia.

A Medida Provisória antifraude, convertida em lei no ano passado, alterou o status dos peritos do INSS, transformando-os em peritos federais. Com isso, eles têm agora o condão para realizar a avaliação também dos servidores.

O governo também passará a restringir daqui para frente a cessão de servidores do INSS para outros órgãos, para evitar mais desfalques num corpo técnico já reduzido diante do alto volume de aposentadorias. Dados do Ministério da Economia mostram que mais de 6,3 mil servidores do INSS têm entre 51 e 60 anos, e outros 3,5 mil, mais de 60 anos.

Marinho justificou as medidas da força-tarefa para reduzir a fila de pedidos em atraso junto ao INSS com a necessidade de equilibrar o ritmo de ingresso de solicitações e a capacidade de atendimento. Além disso, segundo ele, o início das perícias do INSS nos auxílios e benefícios pagos pelo órgão aumentarão a demanda por atendimento em agências.

Além das perícias, o secretário confirmou que o governo vai contratar 7 mil militares da reserva das Forças Armadas para auxiliar no atendimento. Isso vai permitir deslocar cerca de 2,1 mil a 2,5 mil funcionários do próprio INSS para a análise de benefícios.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, confirmou nesta terça-feira, 14, que o governo quer recrutar militares da reserva para integrar a força-tarefa que atuará na redução da fila de espera por benefícios do INSS, como antecipou na segunda-feira, 13, o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A proposta é que eles assumam funções de atendimento nas agências do órgão, liberando servidores hoje nessas áreas para trabalhar na análise dos pedidos dos segurados.

Bolsonaro disse que deve tratar sobre esta medida nesta terça ou na quarta-feira com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.

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"Ele pretende contratar, a lei permite, servidores ou militares da reserva, pagando 30% a mais do que ele ganha, para a gente romper essa fila. Aumentou muito (a fila) por ocasião da tramitação da reforma da Previdência", disse Bolsonaro.

Atualmente, 1,3 milhão de pedidos por benefício estão sem análise há mais de 45 dias, prazo legal para uma resposta do órgão. A fila de espera vem caindo desde agosto do ano passado, mas em um ritmo ainda lento, o que deflagrou a elaboração de uma nova estratégia no governo para atacar o problema.

Reformas

O presidente repetiu nesta terça-feira que a ideia é aprovar reformas "sem muito atrito". Ele disse que conversará com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre este assunto à tarde.

"A minha ideia, como já disse a vocês, é fazer da melhor maneira possível, que ela (a reforma) possa ser aprovada sem muito atrito. Essa que é a ideia", disse o presidente em frente ao Alvorada, sem deixar claro se tratava da reforma administrativa ou tributária. Ele havia sido perguntado sobre ambas. "A economia está recuperando, mas se nós pararmos a reforma, a gente pode perder o que ganhou até agora. O Senado, o Congresso, no meu entender, está bastante consciente disso, acredito que não tenhamos grandes dificuldades se apresentarmos uma boa proposta", comentou.

Em mais uma audiência pública para debater a reforma da Previdência Social, nesta sexta-feira (13), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) recebeu representantes sindicais e especialistas que criticaram a proposta, já aprovada na Câmara dos Deputados e em discussão no Senado. Os participantes disseram que o discurso em favor da reforma é falacioso e que ainda há tempo de lutar para que os senadores não aprovem o texto como está.

Perdão a grandes devedores, sonegação, cálculo incorreto do deficit da Previdência e necessidade de reforma tributária foram alguns dos problemas apontados pelos expositores para demonstrar que o governo não precisa reformar o setor como o disposto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019.

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O vice-presidente de Estudos e Assuntos Tributários da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), César Roxo, afirmou que o governo levanta premissas verdadeiras sobre os problemas do país, mas as conclusões são falsas. Segundo ele, as receitas passaram a ser menores do que as despesas a partir de 2014, mas o problema não foi o aumento das despesas, e sim a redução das receitas.

“O governo não fala, mas se nós olharmos as contas da seguridade social, vamos verificar ali que as receitas da seguridade social são maiores do que as despesas ao longo dos anos, só muda a partir da crise em 2014”, afirmou, defendendo que é preciso fazer uma reforma tributária.

O consultor legislativo do Senado Luiz Alberto dos Santos criticou a forma como tem sido veiculada na mídia a reforma da Previdência. Segundo ele, as informações divulgadas não são verdadeiras e a grande mídia não dá espaço para a crítica ao projeto.

“Eu mesmo tive a oportunidade, em julho, de escrever um artigo em parceria com o economista Paulo Kliass, que esteve na Comissão de Justiça, em parceria com o dr. José Pires da Mota Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Previdência Social, contestando os economistas que defendem a reforma da Previdência. Enviei o artigo para o jornal Valor Econômico, para O Estado de S. Paulo, e não quiseram publicar. Foi publicado no [site] Congresso em Foco, publicado pelo DIAP, mas a grande imprensa não quis publicar, porque não convém”, lamentou.

O representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Gabriel Magno Pereira da Cruz, criticou o argumento de que a aposentadoria especial do magistério seria um privilégio. Ele afirmou que, segundo pesquisas da Universidade de Brasília e da Universidade Federal de Santa Catarina, apenas 0,6% das escolas públicas brasileiras têm estrutura e infraestrutura considerada ideal no Brasil:

“Os profissionais da educação brasileira estão inseridos nesse modelo e ambiente de profundas desigualdades”.

O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Antonio Alves de Azevedo, avaliou que ainda há tempo para convencer os senadores a  modificar o texto da PEC 6. O senador Paulo Paim (PT-RS), que presidiu a audiência, afirmou que continuará debatendo o tema até o fim, e que é otimista:

“Vamos continuar com as nossas audiências públicas, que vão estar aqui em debate por todo o período, até o dia 10 de outubro, quando está prevista a votação em segundo turno no Plenário. A votação no primeiro turno será no dia 24 de setembro. Vamos fazer o bom debate na certeza do que eu sempre digo: que o pessimista é um derrotado por antecipação. Eu prefiro sempre ser otimista na expectativa de que a gente construa de fato um país para todos”.

*Da Agência Senado

 

 

Um dos assuntos mais comentados na política brasileira, nesta quarta-feira (20), é o projeto de reforma da Previdência do governo Bolsonaro, que foi protocolado no Congresso Nacional. O senador Humberto Costa (PT) criticou por meio das redes sociais, mais uma vez, a proposta. 

Em uma publicação intitulada “burros de carga”, Humberto falou sobre os brasileiros. “Muita gente votou em Bolsonaro com a crença de que a vida iria melhorar. Nesta quarta-feira, ele protocolou seu projeto de Reforma da Previdência no Congresso Nacional. Uma proposta que levará os brasileiros trabalhar até a morte e criará no país uma legião de miseráveis”, disse. 

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O petista também afirmou que a reforma vai “jogar” a conta nas costas do trabalhador. “Que ganha um salário mínimo e deixa de fora empresas sonegadoras do INSS. Juntas, elas devem mais de R$ 426 bilhões, valor muito superior ao rombo da Previdência. Os privilegiados têm de arcar com as suas responsabilidades e entrar no cálculo”.

Entre os pontos do projeto, a idade mínima de aposentadoria será de 65 anos para homens e de 62 para mulheres, após 12 anos de transição. Não haverá regra de aposentadoria exclusiva por tempo de contribuição. Já a idade mínima para o trabalhador rural será de 60 anos, para homens e mulheres. Hoje, a delas é 55.

Centrais sindicais organizam greve geral (ou paralisação nacional) para a próxima sexta-feira (28). Eles dizem que pode ser a maior mobilização de trabalhadores e de diversos setores da sociedade dos últimos 30 anos no Brasil. O protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista e a Lei da Terceirização está sendo convocado por oito centrais sindicais que, juntas, representam mais de 10 milhões de trabalhadores.

Segundo sindicalistas, a última grande paralisação envolvendo diversas categorias ocorreu em 1986, durante o governo Sarney, contra o Plano Cruzado. "Esperamos que seja a maior mobilização já ocorrida até agora", diz João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical. "Estamos orientando as pessoas a não saírem de casa, a não irem ao supermercado, aos bancos etc".

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Grandes categorias de várias capitais aprovaram a paralisação em assembleias, entre as quais metroviários, motoristas de transporte público, motoboys, bancários, metalúrgicos, professores de escolas públicas e privadas, petroleiros, funcionários dos Correios, da construção, do comércio e da saúde.

"O momento é muito grave, principalmente depois da aprovação da urgência para a votação da reforma trabalhista sem que haja uma discussão mais profunda sobre o tema", afirma Ricardo Patah, presidente da UGT. "Nem na ditadura foram tomadas decisões tão graves como agora."

Boletim assinado pela CUT, UGT, CTB, Força Sindical, CSB, NCST, Conlutas e CGTB, com tiragem de 2 milhões de exemplares, está sendo distribuído em cidades do Estado de São Paulo com críticas às reformas e convocando a greve.

Em Belo Horizonte, a paralisação deve atingir cerca de 500 mil servidores públicos, além de bancários e outras categorias, preveem os sindicatos locais. Segundo a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, as reformas ferem "de morte" direitos fundamentais da classe trabalhadora.

O diretor da CUT em Alagoas, Izac Cavalcante, diz que a central espera mobilizar pelo menos 100 mil trabalhadores no Estado. Segundo ele, 75 mil servidores públicos estaduais e cerca de 3 mil bancários deverão cruzar os braços. O protesto também terá a participação de parte do funcionalismo público federal e dos trabalhadores das empresas de transporte público de Maceió.

Escolas privadas. Em São Paulo, o Sindicato dos Professores, representante dos docentes de escolas particulares, contabiliza, até agora, cerca de 100 escolas que não terão aulas e cujos pais de alunos estão sendo informados pela direção das instituições. "Na próxima semana, as adesões devem aumentar", informa Silvia Barbara, diretora da entidade. Mobilização dessa magnitude na categoria não ocorre há mais de dez anos, diz.

Também indicaram adesão ao movimento na capital paulista os metroviários, motoristas, bancários, metalúrgicos, químicos, construção, entre outros. Em cidades do interior, como Sorocaba, cartazes do Sindicato dos Rodoviários informam passageiros nas rodoviárias sobre a greve geral. No fim de semana, haverá carreata na zona leste de São Paulo, da CUT, para chamar para o protesto.

No Ceará, Pernambuco, Santa Catarina e Maranhão, está prevista a adesão ao movimento de bancários e de profissionais de setores essenciais, como transporte, saúde e educação.

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