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Charles III e sua esposa Camilla serão coroados neste sábado (6) em uma grande cerimônia em Londres, onde milhares de admiradores e alguns críticos devem acompanhar um evento que inédito no Reino Unido há 70 anos, que foi perturbado pela detenção de dezenas de manifestantes que pretendiam protestar contra o evento.

Um grupo de ativistas antimonarquia retirava de um caminhão diversas faixas com a frase "Not my king" (Não é meu rei) quando vários deles foram detidos por policiais.

"Prenderam seis dos nossos organizadores e confiscaram centenas de cartazes. Não disseram o motivo da detenção nem para onde foram levados", declarou à AFP uma das centenas de pessoas que compareceram a 'Trafalgar Square' para o protesto convocado pelo grupo "Republic".

Quase 20 membros do grupo ecologista "Just Stop Oil" também foram detidos e algemados na mesma área, segundo um fotógrafo da AFP.

"Isto é algo que esperaríamos ver em Moscou, não em Londres", disse Yasmine Ahmed, diretora da ONG Human Rights Watch. "Os protestos pacíficos permitem exigir que os que estão no poder sejam responsabilizados, algo a que o governo do Reino Unido parece cada vez mais relutante", acrescentou, em referência a uma nova lei aprovada esta semana que dá mais poderes à polícia contra as manifestações.

Ao mesmo tempo, a poucos metros do local, milhares de fãs da família real estavam reunidos atrás das barreiras de segurança instaladas no 'Mall', a grande avenida que começa no Palácio de Buckingham.

"Estamos muito entusiasmados, muito orgulhosos de sermos britânicos", disse à AFP Phyllis Taylor, 60 anos, que viajou da Escócia para Londres com o marido para "esta ocasião muito especial".

O rei, 74 anos, e a rainha, 75, desfilarão pelo centro de Londres em uma carruagem que os levará até a Abadia de Westminster.

A imponente igreja gótica já começou a receber alguns dos 2.300 convidados, incluindo a primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, os reis Felipe VI e Letizia da Espanha, além de centenas de representantes da sociedade civil britânica.

Charles III será coroado diante dos convidados, e de milhões de telespectadores, oito meses após a morte de sua mãe, Elizabeth II, que reinou durante sete décadas.

- Ritual milenar -

Embora o rei desejasse uma cerimônia mais moderna e simples que a de sua mãe, em um momento de grave crise pelo aumento do custo de vida, o evento terá um ritual pomposo, que praticamente não muda há mil anos, único entre as monarquias europeias.

Serão utilizadas três coroas cravejadas de diamantes e pedras preciosas, diversas vestimentas antigas bordadas com ouro que o rei usará nas diferentes fases da cerimônia, três cetros e um par de esporas de ouro.

Em um aceno às preocupações modernas, o óleo da unção será vegano, embora consagrado como a tradição exige na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém, onde os cristãos acreditam que Jesus foi enterrado.

Na parte considerada a mais sagrada da cerimônia, o arcebispo de Canterbury, líder espiritual da Igreja da Inglaterra, da qual o rei é o líder máximo, ungirá as mãos, o peito e a cabeça de Charles III e Camilla, escondidos da visão de todos por uma tela.

Antes, o monarca será apresentado aos convidados, que o reconhecerão com saudações. E com a mão na Bíblia, ele prestará juramento.

A parte central da cerimônia acontecerá quando o arcebispo Justin Welby colocar sobre a cabeça de Charles III a coroa de Santo Eduardo, que só é utilizada no momento da coroação.

Em substituição à tradicional homenagem dos aristocratas, o religioso convidará todas as pessoas, de onde estiverem assistindo ou escutado a cerimônia, a jurar lealdade ao novo rei, uma novidade histórica que busca a democratização da cerimônia, mas que provocou fortes críticas.

- "Uma nova era" -

Acompanhados por milhares de militares e integrantes da realeza, os monarcas retornarão em uma nova procissão ao Palácio de Buckingham, onde, acompanhados por sua família, acenarão para a multidão.

Harry, 38 anos, filho mais novo de Charles e em divergências com a família real, comparecerá à coroação sem a esposa, a americana Meghan Markle, que ficou na Califórnia com os dois filhos.

Ele não deve aparecer na sacada, a não ser que a família decida por um gesto de reconciliação com o príncipe, que fez duras críticas à monarquia, em particular contra a rainha Camilla e seu irmão William, o herdeiro do trono de 40 anos.

Os sinos tocarão em todo o Reino Unido para marcar esta ocasião histórica, que será saudada com salvas de canhão no Hyde Park e na Torre de Londres.

"Nenhum outro país poderia oferecer um espetáculo tão deslumbrante: as procissões, a pompa, as cerimônias e as festas nas ruas", afirmou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.

"Mas não é apenas um espetáculo. É uma expressão orgulhosa de nossa história, cultura e tradições. Uma demonstração vívida do caráter moderno de nosso país. E um ritual apreciado, com o qual nasce uma nova era", acrescentou.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou em conversa com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que seu país doará 80 milhões de libras para o Fundo Amazônia. Em comunicado, o governo britânico descreve a visita de Lula a Downing Street, antes da coroação amanhã do novo monarca do Reino Unido.

Os líderes discutiram também o "grande potencial" na relação bilateral, em temas como saúde, pesquisa e desenvolvimento e tecnologia, diz a nota. No comércio, ambos concordaram sobre a importância do trabalho conjunto para lidar com barreiras comerciais e liberar investimentos entre as nações.

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O comunicado diz que Sunak elogiou a liderança de Lula na questão da mudança climática "e saudou suas reflexões sobre a situação preocupante na Amazônia". A doação ao fundo ajudará a "interromper o desmatamento e salvar a rica biodiversidade da área, acrescentou o primeiro-ministro". Sunak ainda mencionou o fato de que o país participa de uma aliança no âmbito da COP 27 sobre florestas e clima, "outro forte sinal do compromisso do Reino Unido em proteger a Amazônia".

Sunak e Lula ainda discutiram a situação na Ucrânia "e concordaram que a invasão da Rússia foi inaceitável, bem como a morte de civis inocentes". O texto também diz que os dois líderes concordaram que "a paz era do interesse de todos".

"O primeiro-ministro disse que, enquanto forças da Rússia permaneçam na Ucrânia, seria impossível para o país encontrar a paz e reiterou a necessidade de que a comunidade internacional continue a pressionar o presidente Vladimir Putin a retirar suas tropas", diz o texto.

O governo britânico foi criticado ontem por um grupo de eurodeputados pela prisão do ativista francês Ernest Moret. Ele foi detido na terça-feira, 18, quando estava a caminho de uma feira de livros em Londres. Após ser interrogado pela polícia e ficar 24 horas detido, ele foi enviado de volta a Paris. Seu celular e seu laptop, no entanto, ficaram com os investigadores.

A polícia alegou que a lei britânica permite a prisão e o interrogatório de qualquer suspeito de terrorismo. Moret, que é gerente de uma editora, teria sido preso por obstrução quando se recusou a fornecer senhas para desbloquear seu telefone, segundo a Éditions la Fabrique, sua editora.

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Os eurodeputados acusaram o governo britânico de infringir os direitos humanos e abusar da lei antiterrorismo. Em carta à secretária de Justiça, Suella Braverman, eles disseram que Londres seria cúmplice da repressão na França. Em Paris, parlamentares também pediram explicações ao presidente Emmanuel Macron, que teria requisitado a prisão de Moret.

Durante seu interrogatório, segundo Richard Parry, advogado de Moret, ele foi questionado se apoiava Macron e indagado sobre sua participação nas manifestações. "Isso indica uma cumplicidade entre as autoridades francesas e britânicas", disse Parry.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Reino Unido e a Irlanda oficializaram nesta quarta-feira uma candidatura conjunta para sediar a Eurocopa de 2028 e apresentaram os estádios que pretendem utilizar para receber os jogos caso vençam a disputa. A Uefa também recebeu uma proposta da Federação Turca de Futebol, outra interessada em ter seu país como sede do torneio de seleções europeias.

O Reino Unido propõe o uso de estádios ao longo de todo seu território. Sem o Old Trafford, do United, e o Anfield, do Liverpool, na lista, os estádios escolhidos na Inglaterra foram o Estádio de Wembley, o Tottenham Hotspur Stadium, o Etihad Stadium (City), o St. James Park (Newcastle), o Villa Park (Aston Villa) e o novo estádio do Everton, ainda em construção.

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Os outros países britânicos entraram na disputa apenas com um estádio cada. O Principality Stadium, em Cardiff, foi eleito para representar o País de Gales, e o Hampden Park, em Glasgow, foi o escolhido pela Escócia, enquanto Casement Park, em Belfast, representa a Irlanda do Norte. Já a Irlanda, que não faz parte do Reino Unido, mas se juntou à candidatura, ofereceu o Aviva Stadium, em Dublin.

Em um comunicado, os países defenderam que a sede conjunta "levaria o torneio a novos patamares, com campos de futebol mundialmente famosos e de alta capacidade, além de novos locais de última geração que fornecerão a plataforma para a maior e mais comercialmente bem-sucedido Eurocopa de todos os tempos. Somos anfitriões de baixo risco e alta recompensa."

Concorrente de Reino Unido e Irlanda na corrida para ser sede da Eurocopa de 2028, a Turquia também formalizou a intenção de sediar a edição de 2032 do torneio. Em sua segunda proposta, os turcos terão a concorrência da Federação Italiana de Futebol, que já oficializou a candidatura da Itália.

A agência de regulação digital do Reino Unido (ICO) multou nesta terça-feira (04) o aplicativo chinês TikTok em 12,7 milhões de libras esterlinas (R$ 80,5 milhões, US$ 15,9 milhões), pelo uso "ilegal" de dados pessoais de crianças, segundo um comunicado.

O ICO avalia que o TikTok permitiu em 2020 que até 1,4 milhão de crianças britânicas menores de 13 anos abrissem uma conta na plataforma, o que viola suas regras oficiais. A agência também destaca o uso dos dados dos usuários sem o consentimento dos responsáveis.

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A investigação da agência governamental revelou que o TikTok não fez "verificações adequadas para identificar e bloquear as contas de crianças" sem idade suficiente para acessar a plataforma, apesar de alguns diretores terem levantado preocupações internas sobre isso, detalha o comunicado.

Citado no comunicado, o comissário de informação do Reino Unido John Edwards comentou que "no Reino Unido existem leis para garantir que nossas crianças estejam seguras no ambiente virtual e o TikTok não as respeitou".

A Casa Branca, a Comissão Europeia, os governos canadenses, britânicos e australianos proibiram recentemente seus funcionários de utilizarem o TikTok nos smartphones profissionais.

O Parlamento da Noruega e o exército sueco também adotaram as medidas.

Washington acusa o TikTok - que pertence ao grupo chinês ByteDance - de servir como uma ferramenta para Pequim espionar e manipular os americanos.

O governo britânico anunciou nesta quarta-feira (29) que, em sua luta contra a migração irregular, abrigará temporariamente demandantes de asilo em antigas bases militares e possivelmente em embarcações para reduzir as contas dos hotéis onde atualmente estão alojados.

No ano passado, um número recorde de pessoas - mais de 45 mi l- chegaram ilegalmente às costas britânicas em pequenas embarcações, contribuindo para saturar o sistema de asilo do Reino Unido.

O governo conservador quer dissuadir os migrantes irregulares de viajarem ao país e pretende enviá-los a Ruanda, país africano a 6.500 km de Londres, em um polêmico plano que está atualmente paralisado a espera de uma decisão judicial.

O primeiro-ministro, Rishi Sunak, quer reduzir pela metade o custo de alojá-los em hotéis que, afirmou, representam o equivalente a 2,8 bilhões de dólares (cerca de 14 bilhões de reais) anuais aos contribuintes britânicos.

"O alojamento dos imigrantes deve satisfazer suas necessidades básicas, nada mais", destacou o ministro de Estado de Imigração, Robert Jenrick, nesta quarta-feira no Parlamento. "Não podemos nos arriscar a nos tornarmos um imã para milhões de pessoas que se deslocam todos os anos e que buscam melhores condições financeiras", acrescentou.

Ele afirmou que o governo pretende acolher "milhares de solicitantes de asilo" em instalações adaptadas e edifícios pré-fabricados em duas antigas bases das forças aéreas britânicas no leste e sudeste da Inglaterra.

Além disso, continua "analisando a possibilidade de alojar imigrantes em barcos", acrescentou.

Esta possibilidade, evocada pela imprensa nesta quarta, foi denunciada por organizações de defesa dos refugiados.

Em uma tentativa de vencer a resistência local, Jenrick assegurou que as instalações oferecerão serviços médicos básicos e contarão com funcionários em tempo integral.

O Executivo britânico anunciou na terça planos para realocar 8.000 afegãos que chegaram ao Reino Unido fugindo dos talibãs e foram alojados em hotéis, o que suscitou duras críticas da oposição e organizações de refugiados.

O Reino Unido anunciou, nesta quinta-feira (16), a proibição imediata do TikTok em dispositivos governamentais, alegando razões de segurança.

“Vamos proibir o uso do TikTok em dispositivos governamentais” com “efeito imediato”, declarou ao Parlamento o secretário de Estado, Oliver Dowden, cujo ministério também é responsável por questões cibersegurança.

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O aplicativo, com o qual se pode compartilhar vídeos curtos, é muito popular entre os jovens. Seus críticos alertam, porém, que as autoridades chinesas têm acesso aos dados de seus usuários em todo o mundo, o que o TikTok nega.

Trata-se, nas palavras do ministro, de uma medida "cautelar".

“Sabemos que já há um uso limitado do TikTok dentro do governo, mas se trata de uma boa ciberhigiene”, acrescentou.

“Dado o risco particular para os dispositivos do governo, que podem conter informações sensíveis, é prudente e proporcional restringir o uso de alguns aplicativos”, sobretudo, dos que têm acesso e armazenam uma “quantidade significativa de dados”, alegou.

Estados Unidos, Canadá e União Europeia tomaram medidas similares.

Nesta quinta-feira, a China pediu aos Estados Unidos que acabe com os "ataques injustificados" ao TikTok, depois que o governo americano pediu à empresa que se separasse de sua matriz chinesa, a ByteDance, para não ser proibida do país. A alegação é a mesma: questões de segurança nacional.

"Os Estados Unidos não deram, até o momento, qualquer evidência de que o TikTok ameaça a segurança nacional dos Estados Unidos", disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, à imprensa.

Milhares de médicos iniciaram uma greve de três dias em hospitais britânicos nesta segunda-feira (13) para exigir aumentos salariais, no início de uma semana de greves.

Nos últimos meses, as greves afetaram vários setores no Reino Unido, onde a inflação supera os 10%.

Trabalhadores ferroviários, enfermeiros, policiais de fronteira, professores e outros profissionais entraram em greve para exigir aumentos salariais devido à alta dos preços dos alimentos e da energia.

O governo começou a negociar com enfermeiros, ferroviários e outros trabalhadores. No entanto, a quarta-feira, dia em que o governo apresenta seu orçamento, pode ser um dos maiores dias de greve em anos.

Os médicos protestam nesta segunda-feira e membros do sindicato da Associação Médica Britânica (BMA) se manifestaram em frente aos hospitais.

Segundo o BMA, os médicos perderam 26% de seu salário desde 2008, quando foi imposta a austeridade ao serviço de saúde.

O sindicato lançou uma campanha alegando que os garçons ganham mais do que os médicos recém-formados. Estes últimos cobram cerca de 14 libras (15,8 euros) a hora, segundo a BMA.

"Achei que me tornar médica me tornaria financeiramente independente, mas não sou", disse Becky Bates, recém-formada em medicina na região central da Inglaterra.

"Com empréstimos para pagar as mensalidades e empréstimos pessoais, saí da faculdade de medicina com mais de 100.000 libras em dívidas. Agora não posso nem consertar meu carro se algo der errado com meu salário", lamenta.

O Serviço Nacional de Saúde (NHS) está imerso em uma profunda crise devido às políticas de austeridade e às consequências da pandemia e em 6 de fevereiro viveu a maior greve desde a sua criação em 1948.

O aplicativo de mensagens WhatsApp pode se tornar ilegal no Reino Unido, de acordo com alerta do chefe do aplicativo da Meta, Will Cathcart. O aplicativo informou que se recusa a cumprir os requisitos de um projeto de lei de segurança online do Reino Unido que tenta proibir a “criptografia de ponta a ponta” do sistema de segurança do WhatsApp.

A declaração foi dada à imprensa britânica como o The Guardian e The Independent na quinta-feira (9). 

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Cathcart está no País para se reunir com alguns políticos e discutir o projeto de lei, descrito por ele como “a legislação mais preocupante atualmente em discussão no mundo ocidental”. O chefe do WhatsApp afirma que a proposta afetaria negativamente todos os outros usuários ao redor do mundo, não apenas do Reino Unido.

“É uma coisa notável para se pensar. Recentemente, fomos bloqueados no Irã, por exemplo. Mas nunca vimos uma democracia liberal fazer isso. A realidade é que nossos usuários em todo o mundo querem segurança. Noventa e oito por cento dos nossos usuários estão fora do Reino Unido, eles não querem que reduzamos a segurança do produto. Seria uma escolha estranha para nós reduzirmos a segurança do produto de uma forma que afetaria 98% dos usuários”, disse. 

 

Criptografia de ponta a ponta

A criptografia de ponta a ponta é o sistema de segurança utilizado em serviços de mensagens online com o objetivo de impedir que qualquer pessoa, exceto o destinatário da mensagem, consiga descriptografá-la. Ou seja, tenha acesso ao conteúdo. 

Desta forma, o WhatsApp não pode ler as mensagens enviadas dentro do próprio aplicativo, o que significa que ele também não pode controlar o que é veiculado na rede. 

Se aprovada a lei, o governo britânico pode exigir que o WhatsApp aplique políticas de moderação de conteúdo e, se a empresa se recusar a fazer, pode enfrentar multas de até 4% do faturamento anual da Meta, a menos que ela saia totalmente do mercado no País. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá conversar com o rei Charles III nesta segunda-feira, 6, por telefone, confirmou a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto ao Broadcast Político há pouco. Contudo, ainda não está batido o martelo com o Palácio de Buckingham sobre o horário.

Duas fontes do governo que falaram à reportagem disseram que a expectativa é que o rei Charles III convide Lula para sua coroação, em maio.

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O rei da Inglaterra enviou uma carta com "afetuosas felicitações" ao presidente brasileiro, entregue em 1º de janeiro pela embaixadora da nação no Brasil, Stephanie Al-Qaq. Na carta, o monarca mencionou a "amizade calorosa" e a "forte parceria entre o Brasil e o Reino Unido". Charles III disse que anseia aprofundar a relação durante o mandato de Lula.

Moradores do Reino Unido estão precisando racionar vegetais, como tomates e pepinos, desde que produtos frescos começaram a desaparecer das prateleiras há duas semanas. A maioria das grandes redes de supermercado passaram a impor limites sobre a quantidade de produtos que os clientes podem comprar - uma situação que levou o governo a culpar fenômenos naturais, enquanto críticos a indicam como uma possível consequência do Brexit.

Autoridades britânicas culparam o mau tempo na Espanha e no norte da África para justificar o sumiço dos produtos do país. De acordo com a narrativa oficial do governo, a escassez - já chamada de "fiasco vegetal" por parte da imprensa europeia - pode durar por até um mês.

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Críticos do governo conservador de Londres, no entanto, apressaram-se para apontar uma ligação entre a falta de produtos e o Brexit, indicando que seria uma consequência do cenário político, e que outros países europeus não estão passando pela mesma privação.

O público geral tem reagido a disputa de narrativas. A secretária do Meio Ambiente, Therese Coffey, foi alvo de zombaria nas redes sociais após afirmar que os consumidores britânicos deveriam "apreciar" mais os produtos britânicos, e comer nabos em vez de alimentos importados. Quando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visitou o país na semana passada, alguns a pediram que levasse alguns tomates na bagagem.

Especialistas afirmam que o Brexit provavelmente desempenhou um papel na atual escassez de alimentos, mas que um conjunto mais complexo de fatores, dentre os quais mudanças climáticas, dependência excessiva de importações do Reino Unido (sobretudo no inverno), custos crescentes de energia e estratégias de preços dos supermercados britânicos, expliquem a crise.

Frio e contas de energia mais caras

Um fator apontado como muito relevante tanto pelo governo quanto pelos especialistas tem a ver com as temperaturas e o tempo no Hemisfério Norte, e o alto preço da energia, em meio ao cenário geopolítico atual.

Temperaturas anormalmente baixas na Espanha e fortes chuvas e inundações no Marrocos - dois dos maiores fornecedores de tomate para o Reino Unido - levaram a colheitas ruins e são citadas como a principal causa da escassez pelo governo.

Na Espanha, os agricultores culpam as recentes temperaturas congelantes, que vieram após um calor recorde e condições secas no ano passado. Em Almería, que produz 40% das exportações de vegetais frescos do país, os níveis de produção de tomate, pepino e berinjela caíram mais de 20% durante as três primeiras semanas de fevereiro em comparação com o mesmo período de 2022, segundo a Fepex, uma organização que representa os exportadores espanhóis de frutas e vegetais. O grupo disse que a situação está melhorando.

O calor e a seca na Europa no ano passado também estão afetando as colheitas de hortaliças em outros países, incluindo a Alemanha. Separadamente, a Holanda, outro grande produtor de tomate, viu uma queda na produção porque o preço da energia muito acima do normal, impulsionado pela guerra na Ucrânia, fizeram com que muitos produtores optassem por não acender as luzes de LED em suas estufas neste inverno.

Produtores de hortaliças no Reino Unido relataram que também foram forçados a deixar suas estufas vazias. Richard Diplock, diretor-gerente da Green House Growers, com sede no sul da Inglaterra, disse que seus custos de energia são cerca de seis vezes maiores em comparação com os invernos anteriores.

"Decidimos que não poderíamos aquecer as estufas em dezembro e janeiro e adiamos o plantio até fevereiro. Muitos produtores de tomate estão em uma posição semelhante", disse ele.

Peso do Brexit

A escassez no Reino Unido - e imagens contrastantes de prateleiras cheias de vegetais em supermercados pela Europa - provocaram relações quase imediatas sobre o Brexit. Especialistas dizem que a burocracia extra e os custos associados à saída da UE contribuíram, mas não é um fator principal.

"Uma hipótese para menos exportações para o Reino Unido é que, se a oferta é restrita, por que você precisaria de papelada extra (para exportar para lá)?" disse Michael Winter, professor de mudanças agrícolas na Universidade de Exeter.

"Se os custos de transação forem maiores para exportar para um país em comparação com outro, isso vai ditar para onde você vai."

"O Brexit exacerbou o problema, sem dúvida", acrescentou Winter. "Mas eu não quero exagerar nisso. Tem mais a ver com a mudança climática e a falta de investimento em nossa indústria".

Preço x custo de produção

Agricultores dizem que outro fator é como os maiores supermercados do Reino Unido procuram se manter competitivos, mantendo os preços o mais baixo possível, mesmo com o aumento dos preços dos alimentos, um dos principais impulsionadores para a inflação estar nos níveis mais altos em décadas.

Em alguns países da UE, como a Alemanha, não há prateleiras vazias, mas os preços dos vegetais frescos dispararam enormemente. Os supermercados britânicos relutam em pagar mais ou cobrar tanto dos clientes, disse Diplock.

"Estando no Reino Unido, você sabe que toda semana o preço de um pepino é 0,75 libra (R$ 4,67), não importa a época do ano", disse Diplock. "Produtores do norte da África e da Espanha terão um retorno melhor ao abastecer os supermercados europeus."

Falta de investimento

Produtores britânicos afirmam que,mesmo que os custos de energia não tivessem subido tanto, não seriam capazes de compensar a escassez de produtos importados. Durante o inverno, a produção doméstica do Reino Unido representa apenas 5% ou menos dos tomates e pepinos vendidos nos supermercados britânicos.

O Sindicato Nacional dos Agricultores alertou por meses que o excesso de confiança em produtos frescos importados deixa o Reino Unido vulnerável a eventos climáticos imprevisíveis e outros fatores externos, como a guerra na Ucrânia.

Os agricultores também reclamaram da falta de investimento do governo no setor e de financiamento para ajudá-los a lidar com contas de energia extremamente altas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta sexta-feira (3) as credenciais de nove novos embaixadores no Brasil. As cerimônias reservadas começaram às 10h, no Palácio do Planalto, em Brasília, com a apresentação da embaixadora do Reino Unido, Stephanie Al-Qaq. A última a entregar seus documentos foi a embaixadora dos Estados Unidos, Elizabeth Bagley, por volta das 16h.

Ao sair do Palácio do Planalto, Bagley afirmou que foram tratados temas que devem estar em pauta durante a viagem do presidente Lula à Washington, no dia 10 de fevereiro

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"Nós falamos sobre assuntos que serão discutidos na reunião de 10 de fevereiro, como mudanças climáticas, direitos humanos, democracia e atos de fragilidade e os ataques à democracia, não só no nosso país ou no Brasil, mas também no resto do mundo. O presidente Lula falou bastante sobre a questão do crescimento econômico", disse.

A embaixadora afirmou ainda que os Estados Unidos têm trabalhado com o Congresso Nacional para promover temas como direitos dos povos indígenas e a promoção da igualdade racial.

Também estão habilitados a despachar no país os representantes da China, Zhu Qingqiao; da Síria, Rania Al Haj Ali; do Zimbábue, Meshack Kitchen; de El Salvador, Luis Oswaldo López Álvarez; da República Tcheca, Pavla Hvrlíková; das Filipinas, Joseph Angeles; e da Turquia, Halil Ibrahim Akça.

“Hoje estou recebendo credenciais de novos embaixadores de nove países no Brasil. Diálogo para a ampliação das relações e cooperação com o mundo”, escreveu Lula em publicação nas redes sociais. Tradicionalmente, um embaixador assume o posto após a entrega de documentos enviados pelo presidente de seu país ao governo do país onde atuará. 

A apresentação das cartas credenciais ao presidente da República é uma formalidade que aumenta as prerrogativas de atuação do diplomata no Brasil. Caso a credencial não seja recebida pelo presidente, o embaixador não pode representar seu país em audiências ou solenidades oficiais, por exemplo.

O banco Santander, em parceria com a British Council, abriu inscrições para o programa Santander Summer Experience 2023, que oferece 100 bolsas de estudo para estudar inglês no Reino Unido. A iniciativa tem como objetivo impulsionar a proficiência no idioma, uma competência importante para ajudar a melhorar a empregabilidade. 

A bolsa inclui viagem, acomodação, e o curso de três semanas em um campus universitário britânico, no período entre 1 de julho a 17 de agosto. Para se candidatar, não é necessário possuir diploma universitário ou ser cliente do banco, basta ter entre 18 e 30 anos e um conhecimento intermediário em inglês.  

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Os 400 candidatos pré-selecionados na primeira fase seguirão para a próxima etapa, que inclui o preenchimento de um questionário, um texto motivacional, análise do perfil no LinkedIn, envio da cópia do passaporte ou identidade, e um teste de língua inglesa. No final, o British Council irá escolher 100 participantes e 25 suplentes para entrar na lista de espera.  

Os interessados podem se inscrever na página do programa até o dia 30 de janeiro. 

O livro de memórias do príncipe Harry, Spare, chegou às prateleiras na terça-feira batendo recordes, com as vendas no primeiro dia excedendo alguns dos maiores sucessos do mercado editorial, incluindo outros best-sellers, como o de Barack Obama e o de sua mulher, Michelle.

Spare vendeu mais de 1,43 milhão de cópias em todos os formatos em EUA, Canadá e Reino Unido, incluindo pré-encomendas. O número marcou as maiores vendas no primeiro dia de qualquer livro de não ficção já publicado pela Penguin Random House, considerada a maior editora do mundo.

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A magnitude de suas vendas coloca Spare entre alguns dos livros de capa dura mais vendidos na memória recente. A Promised Land (Uma Terra Prometida), de Barack Obama, vendeu mais de 887 mil cópias em todos os formatos nos EUA e no Canadá em seu primeiro dia de publicação. O livro de memórias de Michelle Obama, Becoming (Minha História), também publicado pela Penguin Random House, vendeu mais de 725 mil unidades nos EUA e no Canadá no dia de lançamento.

No Reino Unido, Spare estabeleceu um recorde de vendas para o primeiro dia de um livro de não ficção, vendendo 400 mil cópias, incluindo pré-encomendas. "Os únicos livros que venderam mais rápido em um dia foram sobre o outro Harry, Harry Potter", disse Larry Finlay, diretor administrativo da Transworld Penguin Random House.

Crítica

A crítica reagiu de forma mista ao livro de Harry, com alguns críticos elogiando a prosa, mas questionando se o príncipe foi longe demais em expor queixas apontadas por alguns críticos como mesquinhas.

Harry disse no livro que seu irmão William o agrediu durante discussão sobre sua mulher, Meghan. Ele contou que matou 25 pessoas no Afeganistão e seu irmão o encorajou a se vestir como um nazista para uma festa à fantasia. O livro traz ainda, desde momentos prosaicos da família real, com detalhes da intimidade da rainha Elizabeth II e do rei Charles III, e como Harry conheceu sua mulher, Meghan.

Mas o trauma que passa por toda a obra é a morte da mãe do príncipe, a princesa Diana. As passagens mais comoventes do livro mostram o menino de 12 anos com dificuldade para viver o luto sob o escrutínio público. Ele só chorou uma vez, à beira do túmulo, e nunca mais. E passou anos aferrado à fantasia de que ela simplesmente estava escondida. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ex-membro da Guarda Real britânica postou um vídeo de si mesmo enquanto trabalhava para a família real em 2020 onde debocha do trabalho e chama a guarda de "inútil". Jimmie Straughan, de origem escocesa, foi demitido do cargo em 2022 após ser pego em um teste de drogas e denunciou para tabloides britânicos que o uso de cocaína é comum entre os soldados "entediados".

Straughan postou na última segunda-feira, 2, um vídeo antigo que mostra o ex-guarda mexendo com sua arma enquanto protegia a Rainha Elizabeth II, morta em setembro de 2022. No próprio vídeo ele diz que a rainha estava insatisfeita com seu trabalho e já havia feito reclamações sobre ele. Nas imagens é possível ver duas pessoas ao fundo do Castelo de Windsor, quem Straughan disse ser a rainha e seu passeador de cães.

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"Atualmente estou do lado de fora do Castelo de Windsor. Deveria cuidar da família real. Atualmente estou olhando para dois patos. Eu me importo? Não", diz no vídeo que viralizou no Tik Tok e já acumula mais de 400 mil visualizações. Pela lei, guardas que registrarem imagens em serviço oficial ou da família real e suas propriedades cometem infração grave, com risco de expulsão.

Em entrevista para o MailOnline da Austrália, por onde tem viajado desde que foi demitido da guarda, o ex-soldado disse que não se arrepende do vídeo e fez apenas para aliviar o tédio do trabalho. "Nunca fui pego gravando o vídeo da rainha passeando com seus cachorros com um lacaio, mas ela ligou para a sala da guarda e me denunciou por mau comportamento no posto", disse ele.

Straughan, que tinha 22 anos quando fez as filmagens, disse ao The Telegraph: "nunca tive problemas por fazer o vídeo, mas sei que era completamente contra as regras. Apenas ter seu telefone com você em serviço é contra as regras."

Ele contou aos tabloides que acabou sendo demitido em março de 2022, após ser reprovado em um teste de drogas. Segundo ele, o uso de cocaína era "desenfreado" entre alguns soldados, devido ao tédio por realizar tarefas cerimoniais.

"Ser expulso foi a melhor coisa que já me aconteceu", disse ao MailOnline. "Quando você se junta ao Exército, lhe é vendido um sonho de viajar pelo mundo e ir a lugares emocionantes, mas quando estávamos em deveres cerimoniais, era simplesmente um inferno."

"Eu odiava quando tínhamos que ficar na frente dos turistas boquiabertos", lembrou ele. "Lembro-me de pensar comigo mesmo: sou um soldado de verdade ou apenas um quebra-nozes?"

Ele denunciou que os soldados eram tratados de forma grosseira por superiores e até alguns membros da família real. Segundo ele, os soldados ganham apenas um salário mínimo, mas precisam viver em Londres o que impossibilita gastar o dinheiro na cidade devido ao custo de vida. O ex-guarda também relatou aborrecimento por ver colegas serem punidos por motivos pequenos, como olhar para o relógio no momento errado.

"Nós éramos os mais baixos dos baixos. Eu não era monarquista quando entrei para a Guarda, mas certamente não saí como tal. Em meus três anos no Exército, só conheci duas ou três pessoas que descreveria como monarquistas", disse.

Ao Telegraph, um porta-voz do Ministério da Defesa disse que estava ciente de um vídeo antigo que estava circulando nas redes sociais. "Os soldados serão responsabilizados quando o uso da mídia social contrariar nossos valores e padrões ou causar descrédito ao Exército", disse. "Isso se aplica a todos os membros do Exército, em serviço, folga ou licença e pode resultar em ação administrativa ou disciplinar."

Mas uma fonte do ministério disse que a ação não pode ser tomada contra o ex-soldado especificamente, a menos que ele tenha cometido um crime sob a Lei de Segredos Oficiais, porque agora é um civil. "Embora não possamos comentar sobre este caso específico, tomamos medidas disciplinares contra os soldados que deixaram o serviço onde ocorreu um crime e é do serviço ou do interesse público fazê-lo", disse o porta-voz.

Respondendo às alegações sobre o uso de drogas no quartel da guarda real, disse: "o Exército não tolera o abuso de drogas dentro de suas guarnições e qualquer um pego traficando ou usando drogas pode esperar ser dispensado. Temos uma política de testes de drogas compulsórios para reforçar esta mensagem e prevenir seu uso".

O Reino Unido está considerando ingressar no Fundo Amazônia, reaberto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para financiar a sustentabilidade na floresta tropical, disse a ministra britânica do Meio Ambiente, Therese Coffey. "É algo que estamos analisando seriamente", afirmou à agência Reuters na segunda-feira em Brasília, onde compareceu à posse de Lula, no domingo (1º).

Em 2019, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) dissolveu as instâncias de governança do fundo, em desacordo com os países doadores, Noruega e Alemanha. Os doadores, então, congelaram os recursos. Uma das primeiras decisões de Lula no cargo foi revogar as políticas de Bolsonaro que diluíram a proteção ambiental e ajudaram a contribuir para o desmatamento, que atingiu o maior nível em 15 anos, incluindo uma medida que incentivava a mineração em terras indígenas protegidas. Lula também reabriu o fundo.

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Coffey disse que o Reino Unido tem muito a oferecer ao Brasil, incluindo programas de sustentabilidade rural e arquitetura de baixo carbono para ajudar na mobilização de fundos com sua força como um centro global de finanças verdes. A Grã-Bretanha já é o terceiro maior colaborador do Brasil no meio ambiente, tendo comprometido mais de 250 milhões de libras de seu fundo piloto internacional, disse a ministra. Coffey se reuniu com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

Alemanha

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmou com o KfW, banco estatal de desenvolvimento da Alemanha, contrato de doação de € 35 milhões (cerca de R$ 200 milhões) para o Fundo Amazônia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os funcionários da polícia de fronteira iniciaram uma greve de oito dias em seis dos maiores aeroportos do Reino Unido nesta sexta-feira (23) para exigir aumentos salariais, levantando temores de interrupções durante o período de férias de Natal.

Membros do sindicato de Serviços Públicos e Comerciais (PCS), funcionários do ministério do Interior, começaram a greve na manhã desta sexta-feira nos aeroportos de Heathrow e Gatwick, em Londres; Birmingham, Cardiff, Glasgow e Manchester e também no porto de Newhaven, no sul da Inglaterra.

O aeroporto de Heathrow garantiu que os controles estavam sendo realizados sem esperas incomuns na madrugada graças à mobilização dos militares e que nenhum voo havia sido cancelado.

A greve vai durar até o final do ano, segundo as previsões, com suspensão no dia 27 de dezembro. Os grevistas exigem aumentos salariais, já que a inflação no Reino Unido atinge quase 11%.

O país enfrenta uma onda de protestos sociais de uma magnitude que não era registrada há décadas. O governo, porém, é inflexível diante das reivindicações dos grevistas.

O secretário-geral do sindicato PCS, Marck Serwotka, alertou que haverá uma "escalada" nas greves dos servidores em janeiro caso o governo se recuse a negociar.

"Acreditamos que as ações nas fronteiras vão ser muito eficazes. Esperamos que o governo faça o que deve ser feito, que se sente à mesa das negociações e que coloque o dinheiro", disse à BBC.

"Se não (...) vamos apoiar esta ação até maio e faremos uma nova votação se for necessário", ameaçou.

A paralisação dos guardas fronteiriços "faz parte da greve do serviço público que represento. O salário médio anual é de 23.000 libras (26.150 euros). Cerca de 40.000 sindicalistas têm de ir aos bancos de alimentos. São trabalhadores pobres", disse o sindicalista. "Mas a resposta do governo aos seus funcionários (...) é uma oferta de aumento salarial de 2%", denunciou.

Os funcionários do correio (Royal Mail) também aderiram à greve, causando atrasos. Outras greves também ocorrerão no transporte ferroviário. Na terça e quarta-feira, o setor de saúde também foi duramente afetado por uma greve de enfermeiros e ambulâncias.

A família real do Reino Unido sempre divulga as vagas de emprego nos palácios e castelos que são usadas como residências oficiais. Os cargos não são muitos, mas os salários quase sempre impressionam, ainda mais se comparados aos padrões do Brasil. Uma das vagas em aberto é a de jardineiro do Castelo de Windsor, com salário de R$ 12,3 mil, com finais de semanas livres.

"É aproveitar todas as oportunidades para deixar sua marca. E é o orgulho de fazer parte de uma equipe no coração de uma instituição mundialmente famosa. Isso é o que torna excepcional o trabalho para a Casa Real. A equipe de Jardins do The Royal Household mantém e cuida de jardins que são vistos por milhares de visitantes todos os anos. Juntando-se à equipe de Jardins, você ajudará a garantir que os terrenos do Castelo de Windsor e as áreas ao redor sejam mantidos nos mais altos padrões. E ao conservar a rica biodiversidade do jardim, você contribuirá para sua história única enquanto aprende com colegas especialistas", diz a descrição da vaga.

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Os requisitos para participar da seleção são paixão pela horticultura, experiência comprovada e um bom conhecimento prático de plantas.

Também são exigidos uma qualificação mínima de Horticultura, carteira de habilitação completa do Reino Unido, assim como experiência na operação de uma ampla gama de máquinas de jardinagem.

"Acima de tudo, em tudo o que fizer, você terá muito orgulho de seu trabalho e será motivado a apresentar jardins com padrões excepcionais", diz o anúncio.

Os benefícios incluem salário anual de 23 mil libras esterlinas, algo em torno de R$ 148 mil, para trabalho de segunda a sexta, sendo ocasionalmente chamado nos fins de semana. As inscrições para a vaga vão até 7 de janeiro.

Há outras vagas em aberto. Confira aqui.

Enfermeiros de Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales iniciaram nesta quinta-feira (15) uma paralisação de 12 horas para cobrar do governo britânico um reajuste salarial com ganho real, em meio à crise inflacionária que tem afetado o custo de vida no Reino Unido. A greve dos enfermeiros, a primeira autorizada nos 106 anos do sindicato da categoria no país, é a mais recente de uma série de paralisações que pressionam o primeiro-ministro Rishi Sunak e afetam o cotidiano do país.

Desde o começo do mês, categorias de setores como saúde, transportes e controle de fronteiras realizaram paralisações ou aprovaram indicativos de greve, alegando falta de reajuste nos salários diante da disparada do custo de vida. O patamar de inflação do país é o maior das últimas quatro décadas, chegando a 11,1% em outubro.

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No caso dos enfermeiros, o Royal College of Nursing aprovou uma primeira paralisação para esta quinta-feira, entre as 8h e às 20h (5h e 17h em Brasília), quando 100 mil enfermeiros não devem comparecer aos seus postos de trabalho, além de motoristas de ambulância e funcionários administrativos de unidades de saúde que também aderiram à greve. Uma segunda paralisação foi aprovada pelo sindicato para 20 de dezembro, caso as negociações salariais não avancem.

De acordo com o sindicato, a paralisação não vai afetar atendimentos hospitalares de emergência e nem unidades de tratamento oncológico e de terapia intensiva neonatal e pediátrica. O governo, por sua vez, discute a mobilização do Exército para atuação serviços públicos vitais.

A onda de descontentamento com o governo pelas negociações salariais tem afetado o cotidiano dos britânicos, que passaram a precisar consultar o calendário de greves para saber quais serviços estão ou não funcionando neste fim de ano.

A rede ferroviária, por exemplo, funcionou com apenas 20% de sua capacidade na terça (13) e na quarta-feira (14) desta semana, quando funcionários das ferrovias e de 14 empresas do setor realizaram uma paralisação. Novos indicativos de greve já foram aprovados para sexta e sábado, 16 e 17, e em quatro datas de janeiro.

O líder do sindicato dos ferroviários, Mick Lynch, culpou o governo pelo impasse. "Não tenho intenção de estragar o Natal das pessoas", disse ele à emissora britânica ITV na terça-feira. "O governo está contribuindo para estragar o Natal das pessoas porque eles provocaram essas greves ao impedir que as empresas apresentassem propostas adequadas."

Encarregado pelo governo empossado há poucos meses, Rishi Sunak nega qualquer culpa pelas paralisações. Nesta quarta-feira, ele afirmou que seu governo "falou consistentemente" com todos os sindicatos envolvidos em todas as disputas salariais. Em paralelo, secretários de seu gabinete endereçaram críticas a categorias relacionadas com suas pastas.

O secretário de Saúde, Steve Barclay, lamentou a paralisação dos enfermeiros nesta quinta e culpou o sindicato por fazer os profissionais abandonarem seus postos de trabalho. "Nossos enfermeiros são incrivelmente dedicados a seu trabalho e é lamentável que alguns membros do sindicato sigam adiante com a greve", disse.

Já o secretário de Transportes, Mark Harper, negou que o governo tenha bloqueado qualquer oferta que aumento salarial para os trabalhadores. "Certifiquei-me de que havia uma oferta melhor na mesa", disse ele em declaração à BBC na quarta.

Não há indicativos de que as paralisações estejam perto de terminar. No começo do mês, o sindicato dos funcionários públicos (PCS), que lidera uma série de ações em diferentes áreas, anunciou 12 dias de greve nas estradas inglesas, entre 16 de dezembro e 7 de janeiro.

Os trabalhadores dos correios do Sindicato dos Trabalhadores da Comunicação também realizaram uma nova paralisação nacional de 48 horas esta semana e têm mais dias de greve agendados antes do Natal, o que deve afetar as entregas de fim de ano. (Com agências internacionais).

Milhares de motoristas e passageiros dos transportes públicos no Reino Unido tiveram nesta segunda-feira (12) os seus deslocamentos afetados por nevascas, principalmente na região de Londres, e três crianças morreram ao cair enquanto brincavam em um lago congelado.

O país enfrenta uma onda de frio particularmente intensa há vários dias, com temperaturas que chegam a -10°C em algumas áreas, embora a agência meteorológica britânica tenha afirmado que as temperaturas "não são incomuns para esta época do ano".

No domingo, quatro crianças foram resgatadas com parada cardíaca e hospitalizadas em estado crítico depois que caíram em um lago congelado em Solihull, região central da Inglaterra. De acordo com testemunhas, elas estavam brincando no gelo e caíram na água.

A polícia anunciou nesta segunda-feira que não foi possível reanimar três delas - de 8, 10 e 11 anos. A quarta criança - de 6 anos - luta por sua vida em "estado crítico".

A agência meteorológica emitiu alertas amarelos para neve, neblina e geada em várias áreas do Reino Unido, especialmente no sul da Inglaterra e no norte da Escócia.

O aeroporto de Stansted, localizado ao norte da capital britânica e usado principalmente pela companhia aérea de baixo custo Ryanair, fechou suas pistas na noite de domingo enquanto a neve era retirada e alertou para atrasos e cancelamentos.

- Motoristas bloqueados durante horas -

No seu site, muitos voos programados para a manhã de segunda-feira permaneciam cancelados, mas as pistas já estão "abertas e totalmente operacionais", informou o aeroporto em comunicado enviada à AFP, no qual explica que "alguns voos podem sofrer atrasos" devido às condições meteorológicas.

A Ryanair também informou no Twitter que "devido às fortes nevascas no Reino Unido, as pistas dos aeroportos de Stansted e Gatwick (sul de Londres) foram temporariamente fechadas durante a noite, interrompendo todos os voos programados".

Nas redes sociais, dezenas de passageiros presos nos aeroportos da capital britânica publicaram vídeos que mostravam as pistas cobertas de neve e aviões sem condições de decolar.

Segundo a BBC, no domingo mais de 50 voos também foram cancelados no aeroporto de Heathrow, o maior da capital, devido à neblina.

Na manhã desta segunda-feira, o tráfego ainda estava muito perturbado nas principais estradas de Londres, com engarrafamentos gigantescos.

Na noite de domingo, alguns motoristas ficaram presos em seus veículos por várias horas, surpreendidos pela nevasca, principalmente em Sussex, ao sul de Londres, onde a polícia aconselhou "viagens apenas em caso de necessidade".

Os passageiros do sistema ferroviário também enfrentavam atrasos e cancelamentos significativos na manhã desta segunda-feira, com algumas linhas do metrô de Londres interrompidas ou com atrasos.

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