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Quarenta e cinco jornalistas morreram em 2023 no mundo no exercício da profissão, o menor número desde 2002, devido em grande parte à redução de assassinatos na América Latina, apesar de o conflito entre Israel e o Hamas ter sido especialmente letal, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Os dados compilados pela RSF até 1º de dezembro indicam que "45 jornalistas foram assassinados no exercício da profissão, 16 a menos que no ano passado".

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Este é o menor número desde 2002, quando 33 profissionais da imprensa foram assassinados, um terço deles quando trabalhavam na cobertura do conflito no Oriente Médio.

Os números de 2023 destacam a "redução significativa" do número de mortes na América Latina, com seis jornalistas assassinados contra 26 em 2022.

O México, o local mais letal para a profissão depois da Faixa de Gaza, registrou os assassinatos de quatro jornalistas em 2023, contra 11 no ano passado, mas a diminuição não reflete uma segurança maior para a imprensa, enfatizou a RSF.

- "Autocensura" na América Latina -

"Embora o número de jornalistas assassinados na América Latina tenha registrado uma queda significativa (...) os profissionais da informação ainda não trabalham com segurança, como demonstram os sequestros recentes e ataques armados ocorridos no México", destacou a organização.

A RSF acrescentou que "o recorde de incidentes violentos registrados em 2022 na América Latina estimula os jornalistas a adotar a autocensura, o que se traduz com a proliferação de buracos negros de informação na região, onde o crime organizado e a corrupção encabeçam a lista de questões pelas quais "os jornalistas arriscam suas vidas".

A ONG também informou que 84 jornalistas são considerados desaparecidos no mundo, quase um terço deles mexicanos.

A América Latina concentra mais da metade dos jornalistas desaparecidos no mundo, com 43.

- Mortes em Gaza -

Em Gaza, "os jornalistas estão pagando um preço elevado entre a população civil. Constatamos que o número de jornalistas assassinados no exercício da profissão é muito elevado: 13 em um território minúsculo", afirmou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.

"Apresentamos uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para estabelecer a realidade dos fatos e até que ponto os jornalistas foram alvos deliberados", disse.

A RSF destacou que este ano 23 jornalistas foram assassinados no exercício da sua profissão em conflitos e que é a primeira vez em cinco anos que mais repórteres morreram em guerras do que em zonas de paz.

"A grande maioria, 17, na guerra entre Israel e o Hamas, dos quais 13 morreram em Gaza", afirma o relatório da organização.

O conflito na Ucrânia registrou duas mortes de jornalistas em 2023, incluindo o repórter da AFP Arman Soldin (que faleceu em maio), o que eleva a 11 o número de profissionais da imprensa mortos desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

A organização afirma que as causas da redução do número de mortes são múltiplas e "discutíveis".

"O trabalho das organizações intergovernamentais, das ONGs e dos próprios meios de comunicação ou maior cautela?", questiona a RSF no relatório.

O balanço "não inclui os jornalistas assassinados fora do exercício da profissão, os que não foram assassinados nem aqueles cujas mortes continuam desconhecidas", explica a RSF.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), em parceria com a agência BETC Paris, lançou uma campanha em defesa, segundo eles, da “verdade nua e crua” - contra o que chamaram de “desinformação” do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus. O protesto, que começou nesta segunda-feira (22), trás o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em uma montagem em que aparece sem roupa, coberto com uma placa que informa o número de mortos por conta do Covid-19 e o número de casos da doença.

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Segundo a entidade, é uma forma simbólica de protestar contra o presidente com dados enquanto ele acusa a imprensa pelos acontecimentos recentes no país. A campanha está disponível em quatro idiomas: francês, inglês, espanhol e português.

Segundo o secretário-Geral da RSF, Christophe Deloire, o objetivo é reiterar a importância do jornalismo em relatar os fatos e informar as pessoas sobre a realidade da crise sanitária.

O Brasil é, até agora, o terceiro país mais afetado pela pandemia no planeta e a campanha reforça que ainda deve-se conhecer os fatos para compreender a pandemia e agir contra ela.

O governo Jair Bolsonaro opera "uma série de mecanismos de censura indireta", que dificultam o livre exercício do jornalismo no Brasil, denunciou nesta terça-feira (20) em seu informe trimestral a ONG francesa Repórteres sem Fronteiras (RSF).

A ONG afirma, ainda, que entre julho e setembro o presidente e seus "aliados mais próximos", entre eles seus três filhos políticos, proferiram mais de cem ataques a jornalistas e meios de comunicação e que "a postura abertamente hostil à imprensa se tornou marca registrada do governo Bolsonaro".

"Fora as agressões, que criam um clima de desconfiança em relação à mídia; estão a desinformação e as restrições no fluxo de dados oficiais, com o objetivo de controlar o debate público; e a própria politização de órgãos oficiais de comunicação", detalha o informe.

"Instrumentos que tornam o ambiente de trabalho dos jornalistas cada vez mais adverso e complexo", acrescenta.

Como exemplos, a RSF menciona os casos crescentes de "jornalistas bloqueados nas redes sociais por agentes do Estado", as "13 medidas para reduzir o acesso à informação no país", adotadas pelo governo desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2019, ou a "opacidade" com a qual o governo e seus aliados administram a crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus.

A RSF também denunciou um aumento do assédio judicial como mecanismo de censura, à base de processos abusivos contra jornalistas e meios de comunicação, a maioria movidos por representantes do Estado ou pessoas próximas à Presidência.

Neste trecho, a ONG lembrou uma decisão judicial que proíbe a rede Globo de divulgar documentos do processo contra o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente, por considerar que corre em sigilo.

"Vontade de encher de porrada"

Bolsonaro venceu as eleições de 2018 com um discurso muito crítico aos meios de comunicação e desde então não deixou de proferir insultos e dirigir comentários desrespeitosos a jornalistas, chegando a abandonar entrevistas e coletivas de imprensa.

O caso mais chocante de ataque no terceiro trimestre, segundo a ONG, ocorreu em 23 de agosto, quando o presidente ameaçou um repórter do jornal O Globo que lhe perguntava sobre a suposta participação da primeira-dama, Michelle, em um esquema de corrupção.

"Vontade de encher sua boca de porrada!", ameaçou o presidente na ocasião. No dia seguinte, chamou os jornalistas de fracos, disse que se pegassem o novo coronavírus teriam menos chances de sobreviver e os acusou de "usar a caneta com maldade".

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, lembrou a ONG, Bolsonaro acusou a imprensa de politizar o vírus para espalhar o pânico entre a população e causar o caos social no país.

O Brasil ocupa o 107º lugar no ranking mundial da Liberdade de Imprensa de 2020, elaborado pela RSF.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou o ranking de liberdade de imprensa de 2020. Na edição deste ano, o Brasil perdeu duas posições e agora ocupa o 107.º lugar entre os 180 países que compõem a lista.

O continente americano é o que, atrás da Europa, registra as melhores condições para o exercício do jornalismo. "Ainda que os pesos-pesados regionais, os Estados Unidos e o Brasil, tenham se tornado verdadeiros antimodelos." A razão disso, segundo o relatório, está nas ações de dois chefes de Estado eleitos democraticamente: Donald Trump, dos Estados Unidos, e Jair Bolsonaro, no Brasil. Ambos estariam "desmoralizando a imprensa e encorajando o ódio aos jornalistas em seus países".

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O documento diz que, no caso brasileiro, a queda no ranking "está largamente associada à chegada de Bolsonaro ao poder", pois ele contribuiria com a "deterioração do ambiente em que operam jornalistas, marcado por hostilidade permanente que atravessa a relação do governo com a imprensa". A organização trata ainda do chamado gabinete do ódio, que afirma cercar o presidente e promover ataques em larga escala a jornalistas que fazem revelações sobre políticas do governo. "Desde o início da epidemia de coronavírus, Jair Bolsonaro redobrou seus ataques à imprensa, que ele considera responsável por uma 'histeria' destinada a gerar pânico no País", afirmou a ONG.

A organização conclui que o presidente "insulta e ataca sistematicamente alguns dos jornalistas e meios de comunicação mais importantes do País, o que estimula aliados a fazerem o mesmo, alimentando um clima de ódio e desconfiança para com os diferentes atores da informação". O País mantém tendência de queda - em 2019 já havia caído duas posições -, mas permanece a frente de Venezuela (147.ª) e Cuba (171.ª). A metodologia do ranking baseia-se num sistema de pontos que analisa pluralismo, independência, ambiente e autocensura, arcabouço jurídico, transparência e qualidade das infraestruturas de apoio à produção de informações.

"Na América Latina, os ataques físicos à profissão costumam ser acompanhados de campanhas de assédio cibernético, ou cyberbullying, realizadas por exércitos de trolls e/ou apoiadores dos regimes autoritários. Esses métodos de censura online estão proliferando perigosamente e são particularmente violentos contra as mulheres jornalistas", afirma a RSF.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou o ranking de liberdade de imprensa de 2020. Na edição deste ano, o Brasil perdeu duas posições e agora ocupa o 107º lugar entre as 180 nações que compõem a lista.

"O presidente Jair Bolsonaro insulta e ataca sistematicamente alguns dos jornalistas e meios de comunicação mais importantes do país, o que estimula aliados a fazerem o mesmo, alimentando um clima de ódio e desconfiança para com os diferentes atores da informação.", argumenta a ONG, que destaca que a vulnerabilidade de jornalistas é maior entre as mulheres.

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O País mantém uma tendência de queda, no ano passado já havia caído duas posições. A metodologia do ranking baseia-se num sistema de pontos que analisa pluralismo, independência, ambiente e autocensura, arcabouço jurídico, transparência e qualidade das infraestruturas de

apoio à produção de informações.

"Na América Latina, assim como em outras partes do mundo, os ataques físicos à profissão costumam ser acompanhados de campanhas de assédio cibernético, ou cyberbullying, realizadas por exércitos de trolls e/ou apoiadores dos regimes autoritários. Esses métodos de censura online estão proliferando perigosamente e são particularmente violentos contra as mulheres jornalistas.", afirma a RSF.

O número de países seguros para os jornalistas continua caindo no mundo, devido a uma hostilidade contra o exercício da profissão, segundo o relatório anual da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), que aponta que a maior deterioração ocorreu nas Américas do Norte e do Sul, com o prenúncio de um período sombrio no Brasil.

O País perdeu três posições (105 entre 180 países) no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, e se aproxima da zona vermelha, com quatro jornalistas assassinados. A eleição de Jair Bolsonaro, após uma campanha marcada pelo "discurso de ódio, a desinformação, a violência contra os jornalistas e o desprezo aos direitos humanos, prenuncia um período sombrio para a democracia e a liberdade de imprensa".

"A hostilidade contra os jornalistas e inclusive o ódio do qual fazem eco dirigentes políticos em muitos países, acabou provocando agressões mais graves e frequentes" contra estes profissionais, o que suscita um "clima de medo inédito em alguns lugares", condenou nesta quinta-feira (18) a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF).

A RSF lembra o papel primordial que o WhatsApp teve na campanha eleitoral brasileira. Pelo aplicativo circularam, por exemplo, informações falsas destinadas, sobretudo, a desacreditar o trabalho de jornalistas críticos ao candidato Bolsonaro.

No ranking dos 180 países avaliados, apenas 24% (26% em 2018) estão em situação boa ou relativamente boa.

A Noruega se mantém pelo terceiro ano consecutivo na primeira posição, seguida de Finlândia e Suécia.

Fecham a lista o Turcomenistão, antecedido da Coreia do Norte. Também na lanterna, a China perdeu uma posição (177), assim como a Rússia (149), onde o Kremlin "acentuou a pressão" sobre os meios independentes e a Internet, "com detenções, revistas arbitrárias e leis liberticidas".

- Ameaças de morte nos EUA -

Os Estados Unidos (48) perderam três posições e entram na zona "problemática". Além das declarações do presidente Donald Trump contra a mídia, "os jornalistas americanos nunca tinham sido alvo de tantas ameaças de morte", nem recorrido de forma tal à segurança privada para sua proteção pessoal, segundo a RSF.

A ONG, sediada em Paris, destaca ainda que a perseguição de jornalistas que incomodam as autoridades "parece agora não ter limites". Cita o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país na Turquia, que "enviou uma mensagem assustadora aos jornalistas para além das fronteiras da Arábia Saudita ".

A Espanha subiu duas posições no ranking (29) e a França, uma (32).

O informe aponta que América do Norte e do Sul registraram a maior deterioração regional.

- Desconfiança na América Latina -

A melhora sutil registrada em 2018 na América Latina "foi breve", visto que o ambiente em que trabalham os jornalistas é "cada vez mais hostil". As eleições em países como México (144), Brasil (105), Venezuela (148) e Colômbia (129) provocou um "recrudescimento dos ataques contra jornalistas, praticados sobretudo pela classe política, funcionários públicos e cibermilitantes".

Estes incidentes "contribuíram para reforçar um clima de desconfiança generalizada - às vezes de ódio - contra a profissão".

A Nicarágua registrou uma das quedas mais significativas do mundo (114, perdendo 24 posições), segundo a RSF, que denuncia que os jornalistas que cobrem as manifestações contra o governo do presidente Daniel Ortega, considerados opositores, são frequentemente agredidos. "Muitos se exilaram para evitar ser acusados de terrorismo", indica o informe.

Embora a chegada ao poder do presidente Andrés Manuel López Obrador "tenha acalmado um pouco" as relações entre o poder e a imprensa, o México continua sendo o país mais perigoso do continente para os jornalistas, com dez assassinatos em 2018.

A Venezuela perdeu cinco posições, aproximando-se da zona negra do ranking. O viés autoritário do governo de Nicolás Maduro provocou um aumento da repressão contra a imprensa independente, enquanto a RSF registrou um número recorde de prisões arbitrárias e atos de violência praticados por forças de ordem e serviços de Inteligência. Muitos jornalistas tiveram que se exilar, enquanto jornalistas estrangeiros foram detidos e, inclusive, expulsos.

- Maus exemplos -

Cuba se manteve como o pior colocado na região (169), apesar de subir três posições, caminho pelo qual segue a Bolívia (113, perda de três posições). Para a ONG, o presidente boliviano, Evo Morales, segue o "modelo cubano", controlando a informação e censurando "as vozes demasiadamente críticas ".

"Alvo frequente" de ataques armados à imprensa, vítima ainda de pressões e de tentativas de intimidação de parte da classe política, El Salvador perdeu 15 posições e ficou em 81º lugar.

"Independentemente da cor política, há governos cada vez mais fortes que vão tentar controlar a informação ou censurá-la, recorrendo a métodos mais ou menos elaborados,mais ou menos visíveis", disse à AFP Emmanuek Colombié, diretor da RSF para a América Latina, após apresentar o relatório no Rio de Janeiro.

Na mesma semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a retirada do ar de reportagens sobre o presidente da corte, Dias Toffoli, a ONG Repórteres Sem Fronteiras divulgou o ranking de liberdade de imprensa de 2019. Na edição deste ano, o Brasil perdeu três posições e agora ocupa a 105ª posição entre as 180 nações que compõem a lista.

"No Brasil, desde a campanha eleitoral, a imprensa se tornou alvo para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, tanto nas redes sociais quanto durante as coberturas", aponta a ONG. Entre os vizinhos da América do Sul, apenas Bolívia (113), Colômbia (129) e Venezuela (148) têm condições piores de trabalho para jornalistas que o Brasil.

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A entidade ressalta o clima mais hostil no mundo à prática jornalística neste ano. "A hostilidade contra os jornalistas, e até mesmo o ódio transmitido em muitos países por lideranças políticas, resultou em atos de violência mais graves e frequentes, que aumentam os riscos e, como resultado, geram um nível de medo inédito em determinados lugares", argumenta a ONG.

"O número de países onde os jornalistas podem exercer com total segurança sua atividade profissional continua a diminuir, enquanto os regimes autoritários reforçam seu controle sobre os meios de comunicação", afirma. Apenas 24% dos 180 países na pesquisa oferecem condições boas ou relativamente boas de trabalho aos profissionais da imprensa. No ranking de 2018, a parcela chegava a 26%.

O mundo passa por um momento de crescimento do ódio ao jornalismo e aos jornalistas, o que ameaça as democracias, diz a edição 2018 do Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa. Os dados foram divulgado hoje (25) pela organização Repórteres sem Fronteiras (RSF), em sete eventos simultâneos pelo mundo, incluindo no Rio de Janeiro.

Segundo o diretor regional da organização para a América Latina, Emmanuel Colombié, a liberdade de imprensa funciona como um termômetro do vigor da democracia e o índice global vive seus piores momentos. “Estamos com 3.826 pontos, caiu muito desde que o ranking começou a ser feito em 2002.”

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No ranking geral, o país com mais liberdade de imprensa é a Noruega, seguido pela Suécia e pelos Países Baixos. Os países no fim da lista são Coreia do Norte, Eritreia e Turkomenistão.

Colombié destacou o crescimento do ódio aos jornalistas incentivado por líderes eleitos. “Esse tipo de desqualificação é cada vez mais comuns. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, faz midia-bashing [ataques públicos aos meios de comunicação], o que é péssimo por estimular outros países a tratar jornalistas da mesma maneira. Ele qualifica sistematicamente os repórteres de 'inimigos do povo', uma expressão usada por Joseph Stalin”, afirmou.

Segundo o levantamento da ONG, a hostilidade de dirigentes políticos aos meios de comunicação está cada vez mais presente em países ditos democráticos. Além de países como Turquia e Egito conviverem com acusações generalizadas de terrorismo contra os jornalistas e prisões arbitrárias de profissionais, a RSF destaca que, nas Filipinas, o presidente Rodrigo Duterte, disse que ser jornalista “não protege contra assassinatos”.

Na Índia, a ONG acusa o primeiro-ministro Narendra Modi de pagar exércitos de trolls e robôs para disseminar e amplificar os discursos de ódio contra os jornalistas nas redes sociais. Na República Tcheca, o presidente Milos Zeman foi a uma coletiva de imprensa portando um simulacro de fuzil AK-47 “para os jornalistas”. Na Eslováquia, o primeiro-ministro Robert Fico, que ficou no cargo até o mês passado, chamava os jornalistas de “prostitutas imundas anti-eslovacas” e “simples hienas idiotas”.

América Latina

Apesar da ligeira alta do índice regional de liberdade de imprensa na América Latina, Colombié destaca que o quadro geral segue “extremamente preocupante”. “A região segue marcada pela extrema violência e baixo índice de liberdade”.

O levantamento aponta que a Costa Rica continua na melhor posição do ranking regional, o único país classificado com situação boa. Cuba continua no pior, o único país da região com situação grave, devido à proibição em lei da propriedade privada dos meios de comunicação.

“A Venezuela teve a queda mais acentuada na região, perdendo seis posições e ficando em 143º. Lá, foram tiradas as licenças de dezenas de rádios e televisões, além de ser escasso o papel necessário para os impressos. Também registra centenas de agressões a jornalistas que cobriam as manifestações”, alertou o diretor regional.

De acordo com a ONG, o México continua sendo o país mais perigoso para o exercício do jornalismo na região. “Em 2017 foram 11 assassinatos de jornalistas no exercício da profissão, atrás apenas da Síria, um país em guerra.”

Brasil

Em uma lista de 180 países, o Brasil passou da posição 103 para 102 este ano, porém, classificado pela ONG como “um ambiente de trabalho cada vez mais instável”. “A ausência de um mecanismo nacional de proteção para os repórteres em perigo e o clima de impunidade - alimentado por uma corrupção onipresente - tornam a tarefa dos jornalistas ainda mais difícil. Em um contexto de forte instabilidade política, ilustrado pela destituição da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016 e pela incerteza que envolve a corrida presidencial 2018, a liberdade de informação está longe de ser uma prioridade para os poderes públicos”.

Para Colombié, a situação do país é “dramática”. “Na prática, está estagnado há anos em matéria de liberdade de imprensa, sem demonstração de preocupação dos sucessivos governos com isso”. Ele diz que, além disso, há o envolvimento de autoridades em assassinatos de jornalistas e comunicadores no Brasil, além de ameaças e difamações públicas em redes sociais. Outra preocupação da RSF no país é com a cobertura de direitos humanos.

“O brutal assassinato da vereadora Marielle Franco levou os comunicadores populares das favelas a ficar em estado de alerta. A cobertura de manifestações segue um ambiente complicado pra atuar, os jornalistas sofrem com a violência policial e com a hostilidade de manifestantes.”

A ONG demonstrou preocupação também com o cenário da grande concentração da propriedade de mídia no Brasil e com o período pré-eleitoral, quando, segundo a RSF, aumentam as censuras via ação judicial e a difamação de jornalistas, além da distribuição de informações falsas pela internet.

“O Congresso está discutindo leis para punir quem divulga notícias falsas, mas o projeto traz conceitos vagos que podem tender a aplicações arbitrárias. Isso é muito perigoso. Outro problema é a desinformação como estratégia de afogar o conteúdo jornalístico. Acreditamos na educação como forma de combater as notícias faltas, e não no endurecimento penal”.

Em coletiva, o diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog, Rogério Sottili, disse que exposições artísticas e universidades também vêm sofrendo no país e afirmou que o Braisl passa por uma quebra da normalidade democrática que têm reflexo na liberdade de expressão e de imprensa.

“O Brasil vive um momento de grave crise política, onde a violência contra a democracia age das mais diversas formas. Em 2017, foram 53 defensores de direitos humanos e ativistas sociais assassinados, o que já foi o dobro de 2016. Em 2018, foram 12 lideranças assassinadas em três meses. Temos o aumento dos homicídios contra a população preta, pobre e periférica, a seletividade nas prisões, a criminalização dos movimentos sociais com mudança na legislação e nas políticas públicas. O atentado que o ex-presidente lula sofreu no Rio Grande do Sul, que foi visto de uma forma naturalizada pela mídia e pela sociedade em geral. A fragilização das organizações sindicais”.

Ele lembrou que também houve aumento das ameaças e assassinatos de comunicadores e jornalistas, com o registro de 99 casos de violência contra jornalistas em 2017, segundo levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Existe um clima de ódio em relação aos jornalistas cada vez mais pronunciado no mundo, alerta a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) em seu relatório anual publicado nesta quarta-feira, no qual vários países latino-americanos seguem figurando entre os mais perigosos para se exercer o jornalismo.

"A hostilidade diante dos meios de comunicação, alentada por certos dirigentes políticos, e o desejo dos regimes autoritários de exportar sua visão do jornalismo ameaçam as democracias", assinala a ONG em sua Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa 2018.

Além dos países "autoritários como Turquia e Egito, que caíram na 'mídiafobia', a ponto de acusar de 'terrorismo' vários jornalistas e deter de forma arbitrária os que não lhes são leais, cada vez mais chefes de Estado eleitos democraticamente (...) veem a imprensa como um adversário", destaca a ONG sediada em Paris.

Os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump qualifica os jornalistas de "inimigos do povo", retrocedeu duas posições na lista, situando-se na 45ª posição, atrás de Espanha e Chile.

Filipinas, onde o presidente Rodrigo Duterte "costuma insultar e ameaçar os meios de comunicação", caiu seis posições (133º), enquanto a Índia, onde "os discursos de ódio contra jornalistas são comuns nas redes sociais (...) pagos pelo premier Narendra Modi", recuou duas posições (138º).

- Progresso no Brasil e excessos na Venezuela -

A RSF reconhece que a situação melhorou no Brasil, onde as agressões a jornalistas se reduziram levemente, seguindo a tendência de "ligeiro progresso" na região, mas destaca que em numerosos países latino-americanos persistem problemas, como a impunidade, a violência contra jornalistas e políticas autoritárias em relação à imprensa.

A Venezuela (143º), onde o governo do presidente Nicolás Maduro "segue se distinguindo por seus excessos autoritários", sofreu a maior queda do continente, recuando seis posições.

"Nicolás Maduro se empenha em calar a imprensa independente e segue controlando a informação", disse à AFP o diretor para a América Latina da RSF, Emmanuel Colombié.

"Em 2017, a RSF registrou um número recorde de prisões arbitrárias e atos de violência contra jornalistas (...) por parte das forças da ordem e dos serviços de inteligência venezuelanos", declarou Colombié.

Para a RSF, ao impedir o trabalho dos jornalistas o governo Maduro "busca encobrir a magnitude da grave crise política que sacode o país".

Cuba, onde o "regime castrista monopoliza quase por completo a informação", segue como o país pior classificado no continente (172º); enquanto a Costa Rica, que tem uma "sólida base legal em matéria de liberdade de informação", ocupa a melhor posição (10º).

No México, onde onze jornalistas foram mortos no ano passado, se tornou o segundo país mais fatal para os jornalistas em 2017, destaca a RSF.

"Se os jornalistas cobrem temas ligados à corrupção das autoridades, especialmente em nível local, ou ao crime organizado sofrem intimidações, agressões e até podem ser assassinados a sangue frio", afirma Colombié.

A liberdade de imprensa no mundo está mais ameaçada do que nunca devido a informações falsas e à retórica contra a mídia de líderes como Donald Trump, adverte o relatório anual da RSF, que deplora a grave situação no México.

A chegada de Trump ao poder nos Estados Unidos "precipitou a caça aos jornalistas", afirma o relatório do Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgado nesta quarta-feira.

Ao acusar a imprensa de publicar informações falsas, Trump "não apenas compromete uma longa tradição americana de luta pela liberdade de expressão", mas também "contribui para desinibir os ataques contra a imprensa no mundo", destaca a ONG.

"Nada parece deter o retrocesso nas democracias" e países considerados como "virtuosos" retrocedem na classificação da RSF, como Estados Unidos (- 2 posições para 43º), Grã-Bretanha (- 2 para 40º) e Chile (- 2 para 33º).

Na lista, liderada pela Noruega e encerrada pela Coreia do Norte, 72 países se encontram em situação "difícil" ou "muito grave", como China (176º) e Cuba (173º), onde a morte de Fidel Castro, "um dos piores depredadores da liberdade de imprensa no mundo", não alterou o "monopólio do Estado sobre a informação".

Neste grupo em situação "difícil" se destacam ainda Rússia (148º) México (147º), Honduras (140º), Venezuela (137º), Colômbia (129º), Guatemala (118º), Paraguai (110º) e Nicarágua (92º).

- México, o país mais perigoso depois de Síria e Afeganistão -

A RSF destaca o caso do México, que em 2002 ocupava a 75ª posição e hoje caiu para a 147ª. Em 2016, dez jornalistas foram assassinados no país e "março de 2017 foi marcado por ataques em série". O país "segue gangrenado pela corrupção e a violência do crime organizado, especialmente em nível local".

Em termos de risco para a vida dos jornalistas, a organização coloca o México atrás apenas de Síria (177º) e Afeganistão (120º) em 2016.

No mesmo grupo, a Turquia de Recep Tayyip Erdogan ocupa o 155º lugar, caindo 56 posições em 12 anos. O país se transformou na "maior prisão do mundo", segundo a RSF.

No total, 59 países se encontram em situação sensível e apenas 49 apresentam condições "boas ou mais ou menos boas", incluindo Costa Rica (6º), Espanha (29º), Uruguai (25º) e Chile (33º).

Por regiões, a liberdade de imprensa piorou em todas a partir de 2013, e a mais difícil e perigosa para os jornalistas segue sendo o Oriente Médio e o norte da África, seguida pelo leste da Europa, Ásia Central, Ásia-Pacífico, África, América e Europa Ocidental.

A Europa registrou seu maior retrocesso nos últimos quatro anos, com a aprovação de leis contra a liberdade de imprensa e ataques de líderes "anti-sistema" que, como Trump, tratam de desacreditar a mídia, a exemplo do britânico Nigel Farage e do italiano Beppe Grillo.

Cinquenta e sete jornalistas morreram no mundo em 2016 no exercício da profissão, principalmente em países em guerra como a Síria, informa o relatório anual da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Em 2016 morreram 10 jornalistas a menos que no ano anterior, mas a Síria se transformou em um "inferno" com 19 profissionais da imprensa assassinados, seguido por Afeganistão (10), México (9), Iraque (7) e Iêmen (5), destaca a ONG.

Ao balanço de 57 vítimas fatais é necessário adicionar nove "jornalistas-cidadãos" (blogueiros) e oito "colaboradores" de meios de comunicação, o que eleva o total de mortos a 74.

"Esta redução significativa se explica pelo fato de que cada vez mais jornalistas fogem dos países muito perigosos: Síria, Iraque, Líbia, mas também Iêmen, Afeganistão, Bangladesh ou Burundi, que se transformaram em buracos negros da informação, onde reina a impunidade", afirma o relatório da RSF.

Quase todos os jornalistas morreram em seus países, com exceção de quatro que perderam a vida quando trabalhavam no exterior.

Com 19 vítimas em 2016, contra nove em 2015, a Síria se tornou o país mais perigoso para o jornalismo.

O México, onde foram assassinados nove jornalistas em 2016, é o país mais violento para a profissão.

- Violência deliberada -

Ao menos 780 jornalistas foram assassinados nos últimos 10 anos por sua profissão, de acordo com os números da RSF.

Quase 75% das vítimas foram atacadas especificamente por seu trabalho, segundo a ONG.

"Os dados alarmantes traduzem uma violência cada vez mais deliberada e o fracasso de iniciativas internacionais a favor da proteção dos jornalistas", afirma o documento.

Dois terços dos jornalistas mortos estavam em zonas de conflito, "uma dinâmica que se inverteu na comparação com a situação de 2015, quando muitos repórteres morreram em tempos de paz, como ocorreu no ataque contra a revista Charlie Hebdo em Paris", explica a ONG.

Entre os jornalistas mortos na Síria está Osama Jumaa, um fotógrafo de 19 anos que trabalhava para a agência britânica Images Live. Ele faleceu em 5 de junho, quando cobria uma operação de resgate após um bombardeio em um bairro residencial de Alepo.

No Iêmen, afetado por um conflito interno após a rebelião de milícias xiitas que assumiram o controle da capital, a situação para os jornalistas é crítica, segundo a RSF. Em 17 de janeiro, o repórter independente Almigdad Mojalli, 34 anos, morreu depois de ser ferido em um bombardeio da coalizão árabe que auxilia o governo.

Entre os 57 jornalistas assassinados este ano há cinco mulheres, incluindo as afegãs Mariam Ebrahimi, Mehri Azizi e Zainab Mirzaee, que morreram em janeiro em Cabul em um atentado suicida.

Pela primeira vez, o relatório da RSF incorpora os jornalistas-cidadãos e colaboradores dos meios de comunicação, que antes entravam em outras categorias.

O número de jornalistas presos no mundo aumentou em 2016, em particular na Turquia, onde mais de 100 profissionais da imprensa estão detidos, segundo um relatório da RSF publicado em 13 de dezembro.

A organização se uniu a outras iniciativas para apresentar um pedido "solene" de criação de um posto na ONU responsável pela proteção dos jornalistas.

O representante da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) na Turquia, Erol Onderoglu, e dois intelectuais turcos proeminentes foram indiciados nesta segunda-feira por "propaganda terrorista" e colocados em detenção provisória por um tribunal de Istambul, informou a imprensa turca.

A justiça acusa Onderoglu, assim como Ahmet Nesin e Sebnem Korur Fincanci, de participar de uma campanha de solidariedade com a imprensa pró-curda em maio.

"O promotor que nos ouviu pediu nosso indiciamento e prisão por propaganda terrorista" em favor do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), movimento armado considerado terrorista por muitos países, explicou Onderoglu por telefone a partir do tribunal pouco antes de sua acusação.

Os três militantes da causa curda e da liberdade em geral assumiram simbolicamente em maio passado a direção do jornal pró-curdo Özgür Gündem, na mira da Justiça e das autoridades turcas há anos.

A condenação a quatro anos de prisão do diretor de um jornal mostra a existência na Venezuela de uma "perseguição institucional" contra a imprensa independente, denunciou nesta quinta-feira a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF).

"A imprensa livre da Venezuela é vítima de uma perseguição institucional, as autoridades devem respeitar o princípio fundamental do direito à informação", afirmou Emmanuel Colombié, chefe do Escritório para as Américas da RSF.

Em 1o. de março passado, um tribunal do estado de Bolívar (sudeste) sentenciou a quatro anos de prisão o diretor do Correo del Caroní, David Natera, por difamação e injúria por causa de uma publicação que revelou o caso de corrupção na indústria estatal do ferro.

Natera, no entanto, permanece em liberdade, enquanto cumpre o processo de apelação da decisão de primeira instância, apesar de estar proibido de sair do país.

A liberdade de imprensa registrou uma "regressão brutal" em 2014, principalmente pela ação de grupos islamitas radicais como o Estado Islâmico ou o Boko Haram, destaca a classificação anual da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgada nesta quinta-feira (12).

"Ocorreu uma deterioração global, relacionada com fatores muito diferentes, com a existência de guerras de informação e com a ação de grupos não estatais que se comportam como déspotas da informação", disse à AFP Christophe Deloire, secretário-geral da RSF.

"2014 foi o ano de uma regressão brutal para a liberdade de informação. Dois terços dos 180 países (no ranking da RSF) têm resultados piores que na edição anterior", explica a RSF, que também registra os ataques à liberdade de imprensa.

A Síria, o país considerado pela ONG como o mais perigoso do mundo para os jornalistas, permanece na posição 177 de um total de 180, atrás da China (176), mas à frente de Turcomenistão (178), Coreia do Norte (179) e Eritreia (180). Os quatro últimos países da lista são os mesmos do ano passado.

O Brasil ocupa a nada honrosa 99ª posição e é um dos países citados pela RSF pela "intensificação da violência contra os repórteres e os web-cidadãos que cobrem as manifestações.

Outros países em situação similar são Venezuela (137), Ucrânia (129) e Hong Kong (70).

Entre os países latino-americanos, o relatório destaca que o México (148) teve um ano extremamente violento. O documento da RSF também cita os riscos para a profissão na Colômbia (128).

A classificação é baseada em sete indicadores: o nível dos abusos contra a liberdade de imprensa, o pluralismo, a independência dos meios de comunicação, o ambiente e a autocensura, o marco legal, a transparência e as infraestruturas.

- Conflitos de interesses na Europa -

"Do Boko Haram ao grupo Estado Islâmico, passando pelos narcotraficantes latinos ou a máfia siciliana, as motivações mudam mas o 'modus operandi' é o mesmo: reduzir ao silêncio através do medo ou das represálias", destaca a ONG.

Pelo quinto ano consecutivo a Finlândia ocupa o primeiro lugar no ranking, seguida por Noruega e Dinamarca.

O Iraque está na posição 156 e a Nigéria no 111º lugar. No caso do Iraque e da Síria, presença do grupo Estado Islâmico "provocou a fuga dos jornalistas".

Na África, apesar do avanço da Costa do Marfim (86º, +15 lugares), muitos países permanecem entre os piores da lista. O Congo perdeu 25 posições (107) e a Líbia 17 (154).

Na Europa, alguns pequenos países caíram na classificação: Luxemburgo passou do 4º ao 19º lugar, Liechtenstein do 6º ao 27º e Andorra do 5ª para o 32º, a queda mais expressiva.

"Todas são situações comparáveis, com uma proximidade entre o poder político, econômico e midiático que gera conflitos de interesses muito frequentes e que são cada vez mais importantes", explica a ONG.

A Bulgária (106º, -6 posições) permanece como o país de pior ranking dentro da União Europeia. A Grécia ganhou oito posições, mas aparece como o número 91, atrás do Kuwait.

A França subiu uma posição e está em 38º lugar. A classificação não leva em consideração o atentado de 7 de janeiro contra a revista satírica Charlie Hebdo, indica a RSF.

Os Estados Unidos aparecem na posição de número 49 e o Reino Unido no 34º lugar.

Grupos de direitos humanos estão condenando uma ordem da agência de comunicações da Venezuela para que um canal de televisão pare de mostrar vídeos que questionam a legalidade do adiamento da posse do presidente Hugo Chávez.

As organizações Human Rights Watch e Repórteres sem Fronteiras criticaram as ações do governo venezuelano contra o Globovision, único canal antichavista.

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A Human Rights Watch afirmou em um comunicado neste sábado que o governo venezuelano está tentando censurar discussões públicas sérias e intimidar seus críticos.

O Globovision mostrou vídeos nos quais reprisava declarações de Chávez, do vice-presidente, Nicolas Maduro, e do advogado geral da Venezuela.

Nos vídeos, o canal questionou a constitucionalidade de adiar a posse do presidente para um novo mandato, prevista para o dia 10 de janeiro, enquanto Chávez continua em Cuba mais de um mês depois de ser submetido a uma cirurgia de câncer. A oposição também se mostrou contrária ao adiamento, mas a Suprema Corte do país decidiu que Chávez pode ser empossado mais tarde.

O Conselho Nacional de Telecomunicações abriu na última quarta-feira uma investigação sobre as proibições impostas ao Globovision. Pedro Maldonado, o diretor da agência, disse que o canal manipulou informação e que era ilegal que canais de televisão mostrassem programação que "gera ansiedade nos cidadãos ou perturbem a ordem pública".

Essa é a oitava investigação desse tipo que a agência regulatória abriu contra o Globovision nos últimos anos. Maldonado disse que o canal de notícias poderá enfrentar proibições, incluindo um fechamento por 72 horas, ou multa de até 10% de sua renda anual bruta. As informações são da Associated Press.

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