Tópicos | retomada do crescimento

O vice-presidente Hamilton Mourão, disse nesta quinta-feira (19), durante palestra para empresários na capital paulista, que a única maneira de retomar o crescimento do país é debelando a crise fiscal por meio do ajuste das contas públicas, sendo que a primeira questão a ser tratada é a Reforma da Previdência. “Todos estão conscientes de que o sistema previdenciário que nós tínhamos era uma pirâmide, na qual nós que somos mais velhos vamos receber e os mais novos vão trabalhar até o túmulo e não vai ter aposentadoria para eles”.

Segundo Mourão, a reforma da Previdência deve ser aprovada até o dia 18 de outubro, o que é uma grande vitória, porque ninguém acreditava que isso ocorreria ainda este ano. “É uma vitória porque vai dar previsibilidade ao nosso orçamento com relação à questão previdenciária, que é o que não era mais previsível, porque todo ano avança o gasto previdenciário, espremendo as demais despesas."

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Mourão defendeu a desvinculação do orçamento que está engessado, porque de R$ 100 que o governo recebe de contribuição, R$ 95 já estão comprometidos, deixando o governo sem espaço para “tocar” a máquina pública. “Para tentar controlar, criou-se o teto de gastos, que é nada mais que ‘o gasto avançar de acordo com a inflação do ano anterior’. Mas o que acontece é que as despesas previdenciárias, benefícios, aumentos concedidos em anos anteriores para o funcionalismo vêm acima da inflação. Aí falta dinheiro para defesa, acaba tendo que cortar recurso da educação, da saúde, mesmo sendo despesas obrigatórias."

O vice-presidente ressaltou que o teto de gastos é a melhor forma de conter o desequilíbrio fiscal, sendo uma âncora para que o governo não ultrapasse os custos. Ele defendeu que o aumento de salário para os servidores públicos seja concedido apenas se houver previsão de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e da arrecadação com revisão de crescimento sustentável. “O governo não fabrica dinheiro. O caminho e sabermos que estamos em um momento crucial de manter nossa visão ortodoxa da solução do problema fiscal do país."

Mourão disse ainda que há funcionários públicos em processo de aposentadoria e uma das formas de o governo economizar será não contratando outros para substituir, fazendo então um enxugamento da máquina pública. Serão feitas reposições apenas nas áreas extremamente sensíveis e necessárias, além de uma gestão profissional do setor públicos. “Temos que acabar com aquela história de que o governo entra e vai colocar 20 mil funcionários. Mil está bom, para aqueles cargos de confiança principais. O resto é corpo profissional do funcionalismo."

Ele também defendeu que para aumentar a produtividade no país é preciso conceder e privatizar, mas para isso é preciso ter um ambiente estável de negócios com segurança jurídica e capacidade para atrair investidores. “Veja a própria questão do pré-sal, em 2007 poderíamos ter avançado na exploração e hoje estaríamos nadando de braçada, mas ficamos estagnados 12 anos por mera questão ideológica."

De acordo com o vice-presidente, o país tem totais condições de aprovar a Reforma Tributária até o primeiro semestre do ano que vem. Para ele a reforma é prioridade para o Brasil. “Nosso sistema é caótico, a quantidade de legislação e impostos absurdos, que são a loucura de qualquer empresário, prestador de serviço e pessoa que está trabalhando e produzindo. Precisamos reorganizar e em uma segunda fase baixar as alíquotas. Hoje pagamos 33% de imposto. Acho que todos estariam satisfeitos se estivéssemos pagando e o governo estivesse dando retorno, o que não é o caso."

 

Neste ano, pela primeira vez desde o início da crise, o varejo abriu mais lojas do que fechou no País. Até outubro, entre abertura e fechamento de pontos de venda, 6 mil unidades foram inauguradas e a expectativa do setor é que o ano termine com um saldo de 7 mil novos estabelecimentos. Os números demonstram uma retomada do varejo, ainda que lenta e insuficiente para compensar o estrago dos anos de recessão. Entre 2015 e 2017, 223 mil lojas fecharam as portas.

O movimento de expansão do comércio foi captado por um estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O levantamento indica que 2018 será o melhor ano para o setor desde 2013, quando o varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, cresceu 3,6% e registrou a abertura de 36,3 mil lojas, antes de mergulhar na crise.

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"A recuperação neste ano, no entanto, tem sido gradual", diz o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes. Um sinal disso é que mais da metade das aberturas de lojas está concentrada em redes que vendem itens de primeira necessidade, como supermercados e farmácias.

A greve dos caminhoneiros, em maio, e a corrida eleitoral, no segundo semestre, abalaram a confiança de empresários e consumidores e tornaram mais lenta a retomada de todos os setores da economia, incluindo o varejo. A definição das eleições, segundo Bentes, melhorou as perspectivas.

O empresário Sergio Zimerman, presidente da varejista Petz, que vende produtos para animais de estimação, atribui a expansão da rede ao sucesso de seu modelo de negócio e à troca de governo. "Se as coisas não estivessem caminhado nessa direção, eu estaria preocupado", disse. A Petz abriu 18 novos pontos de venda em 2018. O último foi inaugurado neste sábado, dia 22, em São Paulo. Zimerman gastou R$ 100 milhões em expansão neste ano e pretende desembolsar o dobro no ano que vem, com 34 novas lojas.

A mudança de humor dos empresários, principalmente após as eleições, ficou evidente para Daniel Garcia, sócio-diretor do estúdio Jacarandá, um escritório de arquitetura especializado em varejo. "A aceleração dos projetos de novas lojas ocorreu no segundo semestre." Seu escritório deve fechar o ano com 165 projetos - 57% mais que em 2017.

Para 2019, Garcia tem 250 novas lojas na prancheta. Para dar conta do aumento de volume de trabalho, o arquiteto já ampliou em 30% o número de funcionários e vai dobrar o tamanho do escritório no ano que vem.

Segundo Bentes, da CNC, existe uma defasagem de ao menos seis meses entre o desempenho das vendas e as decisões de investimentos. Assim, a retomada vista neste ano reflete o crescimento de 4% do varejo no ano passado e de 5,3% até outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, comemorou nesta quarta-feira (23) a manutenção de vetos presidenciais em sessão do Congresso da noite de ontem. Em fórum da OAB, o ministro disse que a votação foi conduzida de maneira "exemplar".

Levy ressaltou a ênfase dada pela presidente Dilma Rousseff em garantir que os vetos fossem mantidos, já que quase todos foram pensados para impedir aumento de gastos. "Cada um dos vetos que foi mantido contribuiu para a gente não ter mais impostos. O Brasil deu mostra de maturidade na votação de ontem", afirmou.

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O ministro afirmou que cada vez que se cria um novo gasto, cedo ou tarde haverá repercussão nos impostos. Para ele, é importante garantir solidez fiscal. Ao comentar os gastos do governo, Levy disse que o maior deles é o da Previdência, que será que R$ 500 bilhões em 2016, seguido do funcionalismo público, com previsão de R$ 250 bilhões no ano que vem. "O gasto tem que ser financiado através da dívida ou através de impostos", lembrou o ministro.

Para Levy, só é possível ter taxas de juros baixas com um arcabouço de disciplina fiscal. "Vamos crescer com segurança fiscal, que vai permitir a queda de juros", disse. Para ele, o Brasil vive um momento em que não há grandes gestos que vão mudar a economia, e sim um longo trabalho técnico.

O ministro da Fazenda afirmou também que é "fundamental entender" o desejo para a retomada do crescimento e que há uma estratégia para isso. "Todos temos que focar na volta do crescimento e criação do emprego", disse durante o Fórum de Segurança Jurídica e Infraestrutura da Ordem dos Advogados do Brasil. "Vivemos um momento muito rico, importante e temos que enfrentar realidade fiscal do País", ponderou o ministro.

Em uma fala frequente, Levy priorizou o equacionamento das despesas e a eficiência do gasto público. "Equacionamento da despesa e de eventual forma de garantir recursos são indispensáveis", disse. Para o ministro, o tamanho do estado brasileiro é definido pelos grandes programas. Em defesa do tema, o ministro ressaltou a importância da segurança jurídica e ressaltou a questão fiscal. "Segurança fiscal é o primeiro passo para a segurança jurídica", frisou.

Gastos

Para Levy, não se pode entrar no "frenesi" de diminuir gastos sem olhar objetivos. O governo tem sido alvo constante de críticas por apostar em grande parte na criação de impostos para sanar os problemas de orçamento. Partidos de oposição, entidades empresariais e movimentos da sociedade civil defendem que o ajuste seja feito justamente com corte de gastos.

O ministro ressaltou que é importante observar gastos como os de telefones celulares, aviões, helicópteros e ar condicionado de gabinetes, mas ponderou que o tamanho do Estado é definido pelos grandes programas. "E os grandes programas merecem ser visitados", declarou.

"Não pode entrar numa política sem análise que, no frenesi de diminuir gastos, se venha a deteriorar outros objetivos", afirmou. Levy levantou questionamentos sobre a sustentabilidade da Previdência Social. Para ele, é preciso ver se a prática de se aposentar aos 53 anos é sustentável, já que a expectativa de vida está em 83 anos e continua crescendo.

O ministro questionou ainda a participação "tão grande" da aposentadoria rural na Previdência. "Isso está alcançando o objetivo? Está protegendo o trabalhador?". Segundo o ministro, o mesmo acontece no caso do Seguro Defeso, pago a pescadores. "Não sei qual a contribuição da pesca no PIB, mas R$ 3 bilhões para proteger os estoques de peixe é significativo", afirmou.

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