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A aprovação do Marco Temporal da ocupação de terras por povos indígenas (PL 490/07) na Câmara dos Deputados, e que agora segue para o Senado, não foi consenso. O que, para os que votaram a favor da matéria, é um ganho para os indígenas, na avaliação dos deputados da base do governo nada mais é do que um retrocesso aos povos originários.

A votação que, inclusive, foi acompanhada pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e pela presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, contrárias ao PL, recebeu bastante críticas de deputados de Pernambuco.

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A deputada federal Maria Arraes (Solidariedade) argumenta que a aprovação da matéria não é só de se lamentar pelos povos indígenas, mas terá impactos também no meio ambiente.

"Lamento profundamente a aprovação do Marco Temporal, uma vergonha e um retrocesso imenso na demarcação de terras indígenas no Brasil, com consequências desastrosas para todo o País. Além de um ataque direto aos direitos dos povos originários, trata-se também de uma ameaça para o meio ambiente. Isso em tempos de mudanças climáticas sem precedentes. Não é por acaso a articulação dos setores ruralistas em torno dessa pauta. O que se quer é avançar de forma desenfreada sobre territórios que os povos indígenas costumam proteger", frisou.

Arraes também alerta para um possível comprometimento da preservação da biodiversidade. "A defesa da demarcação dessas terras para além do Marco Temporal estabelecido não é apenas uma questão de justiça social, mas de conservação do meio ambiente e da biodiversidade. É questão de sobrevivência. E também da garantia do território como parte da identidade, da cultura e do modo de vida dessas populações. Desde já, me solidarizo com os povos indígenas e me comprometo a continuar na luta por seus direitos e pela preservação de suas terras ancestrais", avaliou.

O deputado Túlio Gadelha, que tem uma atuação ligada aos indígenas, também destacou em plenário que o Marco Temporal "é uma tese bizarra, que defende a alteração da política de demarcação de terras no Brasil. É uma tese que ameaça os territórios indígenas. É uma tese que ameaça populações e etnias isoladas no Brasil. É uma tese que fere princípios constitucionais".  Ele alertou que existem várias inconstitucionalidades no PL e que seria necessária uma emenda constitucional para que a matéria fosse ao Congresso Nacional.

O deputado petista Carlos Veras, que também votou contra o projeto, disse que a matéria é um ataque aos direitos dos povos originários. "O PL, que não observou a necessidade de consulta prévia aos afetados, viola princípios constitucionais e tratados internacionais. A proposta ainda desconsidera todo o contexto das mudanças climáticas, flexibilizando a exploração desses territórios. A luta não acabou. Seguimos na defesa dos direitos dos povos indígenas", afirmou.

Marco Temporal

Pelo marco temporal, as demarcações de reservas indígenas devem afetar apenas terras que estavam ocupadas por essa população até a data de promulgação da Constituição (5 de outubro de 1988), parâmetro utilizado na demarcação da reserva Raposa Serra do Sol. A tese ainda em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) é questionada pelos ministros.

O julgamento que será retomado no dia 7 de junho já tem voto contrário do relator no tribunal, ministro Edson Fachin.

A Rússia foi o país onde a democracia registrou o maior retrocesso em 2022, uma tendência que também se verificou, em menor grau, em El Salvador, Peru e México, segundo um estudo do grupo britânico The Economist divulgado nesta quinta-feira.

Após a invasão à Ucrânia, o índice de democracia da Rússia situou-se na posição 146, caindo 22 lugares em relação a 2021 na classificação do estudo, que incluiu 167 países.

Segundo o relatório da seção de pesquisa e análise do grupo (EIU), a guerra "revelou as divisões entre as democracias desenvolvidas que apoiam a Ucrânia e países em desenvolvimento que escolheram não tomar partido".

A editora do relatório, Joan Hoey, afirma que "não pode haver democracia sem soberania" e, para ela, "qualquer um que acreditar na democracia deveria apoiar a luta da Ucrânia por sua autodeterminação".

Na América Latina, El Salvador perdeu 14 posições, passando para a 93ª. O México caiu para o 89º lugar (-3). O Peru, em 75° (-4), passou do grupo de "democracia deficiente" para o de "regimes híbridos".

Cuba (posição 139, +3), Nicarágua (143, -3) e Venezuela (147, +4) permaneceram no bloco de "países autoritários" na classificação do EIU. O Chile (19, +6), assim como a Espanha (22, +2), voltaram ao de "democracias plenas", do qual haviam saído em 2021, graças ao levantamento das restrições da pandemia.

A Noruega seguiu como número um da lista, e o Afeganistão, a exemplo do ano passado, fecha o ranking.

Assim como em 2021, menos da metade da população mundial viveu em uma democracia, e apenas 8% em uma "democracia plena", segundo o estudo, que se baseou em cinco categorias: processos eleitorais e pluralismo, funcionamento do governo, participação política, cultura política e liberdades civis.

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O governo federal provocou, novamente, a polêmica sobre a taxação de livros. No início do mês de abril, a Receita Federal publicou um documento com a defesa da incidência de impostos sobre os livros, na nova reforma tributária, sob alegação de que esses produtos não são consumidos pelos cidadãos mais pobres do Brasil.

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A equipe da área econômica, comandada pelo ministro Paulo Guedes, propôs substituir PIS e Cofins pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Caso o projeto de lei seja aprovado, a venda de livro passará a ser tributada com alíquota de 12%, perdendo benefícios fiscais.

Segundo a Receita, a desoneração conquistada pelo setor de produção e comercialização de livros não gerou redução no preço e aumento do consumo nos últimos 17 anos. Os técnicos também apontam que o baixo índice de leitura entre as famílias de baixa renda não justifica a isenção.

Na rede social Twitter, a deputada federal pelo Pará Vivi Reis (PSOL) disse que “livro não é coisa de rico” e lançou uma campanha - com a hashtag #NãoÀTaxaçãoDosLivros - para incentivar a leitura e repudiar a medida proposta. A Câmara Brasileira do Livro (CBL) também lançou uma campanha contra o imposto.

A contadora Monique Melo acredita que a taxação dos livros pode ser prejudicial às pequenas e médias livrarias. “Acredito que seja um grande retrocesso. Além de ferir totalmente a Constituição, que prevê isenção de impostos neste setor, é importante que em um país desigual como o Brasil haja incentivo intenso à educação, informação e cultura. Negar informação de qualidade às pessoas é incabível”, afirmou.

Monique também acredita que o hábito da leitura pode influenciar muito na vida de uma pessoa. “É através da leitura que enxergamos nossos maiores medos, dificuldades, amor e resiliência relatados por alguém que sentiu a mesma coisa. Mas não somente isso, encontramos também respostas para nossas maiores dúvidas e aprendemos sobre absolutamente qualquer coisa que quisermos”, acrescentou Monique.

Melina Rossy, estudante de Medicina, diz que a proposta é retrógrada e que é necessário avaliar a questão cultural do país. “O governo tem que ter mais visão sobre a importância da leitura, desde o fluxo educacional, que vai refletir em um fluxo profissional e que vai refletir na economia, consequentemente. Tem que ter essa visão macro da coisa e não achar que começar a taxar os livros vai ser bom para a economia. Na verdade não é só uma questão econômica, é uma questão de uma estrutura social”, comentou.

A estudante frisa a importância da leitura. “A leitura move vidas, ela dá uma guinada e nisso a gente pode perceber o quanto ela é importante para chegarmos em lugares muito melhores. É uma grande necessidade e se a gente tiver uma maior inacessibilidade sobre isso, vai ficar mais complicado”, disse. “As pessoas precisam de apoio social do governo financeiramente, precisam ter oportunidade de escolherem seus caminhos, de escolherem que podem ser profissionais. Então, a leitura é muito isso. A leitura é fantástica e pode fazer coisas inimagináveis, as palavras realmente têm poder,” continuou a estudante.

A taxação de livros em 12%, defendida pelo Ministério da Economia, pode acabar prejudicando o próprio governo. O mais diretamente afetado será o Ministério da Educação (MEC), que é o maior consumidor do mercado editorial do país.

Em audiência pública realizada no dia 26 de abril, Nadja Rodrigues, coordenadora-geral dos Programas do Livro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), disse que o governo também vai pagar essa conta. “São comprados 150 milhões de livros. Está se atendendo uma população equivalente à de muitos países da Europa, por exemplo. Isso precisa ser visto porque o governo também vai pagar essa conta, porque é o maior consumidor do mercado editorial brasileiro. São R$ 2 bilhões. Com certeza isso vai reverter em mais custos no investimento total de material didático no país”, apontou.

A deputada federal pelo Rio Grande do Sul Fernanda Melchionna (PSOL), coautora do pedido para realização da audiência pública, disse que os ricos devem ser taxados, mas sobre a renda e não sobre o consumo. “Famílias com renda inferior a dez salários mínimos respondem por 50% do consumo de livros não didáticos e cerca de 70% dos didáticos”, disse. “É evidente que devemos ampliar o acesso, e não restringi-lo, como o governo ameaça fazer”, complementou.

Por Ana Vitória da Gama e Isadora Simas.

 

 

 

 

 

 

 

"Sanção de juiz de garantia é retrocesso no combate à corrupção" - essa foi a mensagem divulgada pelo deputado Marcel van Hattem (Novo) no dia seguinte à sanção do projeto anticrime pelo presidente Jair Bolsonaro, no último 25, e compartilhada pelo procurador da República Deltan Dallagnol em seu perfil no Twitter.

Prevista para entrar em vigor no dia 23 de janeiro em todo o País, a implantação do juiz de garantias gerou diferentes reações na magistratura brasileira.

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A medida já foi contestada no Supremo Tribunal Federal pelo Podemos, pelo PSL e pelas Associações dos Magistrados Brasileiros (AMB) e dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).

Por outro lado, a maioria dos ministros do STF apoiam a figura, assim como a Ordem dos Avogados do Brasil, que a classificou como a 'mais importante medida do Congresso Nacional, desde 1988, para a constitucionalização do Código de Processo Penal brasileiro'.

No vídeo retuitado por Deltan, Hattem diz que um dos vetos 'mais esperados' na lei anticrime era referente ao juiz de garantias. O parlamentar classifica a figura como uma '5ª instância' do Poder Judiciário que, segundo ele, atrasará os processos e gerará custos.

"A repercussão ainda é bastante imprevisível, principalmente se essa decisão valer para casos passados. Podemos ter um profundo retrocesso com muitos juízes sendo retirados de seus processos no combate a corrupção em virtude desta decisão de manter a criação do juiz de garantias", diz Hattem no vídeo.

O deputado destaca que a figura do juiz de garantias não seria uma 'inovação', uma vez que existe em outros países. No entanto, na avaliação de Hattem, a medida seria 'uma verdadeira involução institucional' para o sistema judiciário brasileiro.

A presidenciável Marina Silva (Rede) desembarcou nesta terça-feira (21), no Recife, para participar de um encontro no Porto Social, na Ilha do Leite. Após o evento, a candidata concedeu uma coletiva de imprensa onde foi questionada, entre outros temas, o que achava do também presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Os dois protagonizaram os momentos mais tensos durante o debate promovido pela RedeTV, na última sexta-feira (17). Na ocasião, cara a cara com Bolsonaro, a ex-senadora chegou a dizer que ele achava que pode resolver tudo no grito e na violência. 

 Na resposta de hoje à jornalista, sem citar o nome de Bolsonaro, Marina falou sobre retrocessos. “Existem muitos retrocessos que estão acontecendo no Brasil. Um deles é o retrocesso político, um retrocesso político daqueles que tem saudosismo do autoritarismo, da ditadura, obviamente que não queremos que o Brasil volte para o período da falta de democracia”, declarou. 

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Ela também falou que o problema da violência não tem como ser resolvido com cada pessoa tendo uma arma para se defender. “O enfrentamento que a sociedade precisa dar aos problemas graves que nós estamos vivendo não tem como serem resolvidos em um passe de mágica e uma eleição não é o momento de você apresentar saídas muitas vezes enganosas para a população. O problema da violência será resolvido com a implementação do sistema único de segurança pública, será resolvido com apoio ao trabalho dos estados e dos municípios, que o Governo Federal em sucessivos governos ficou de costas para os estados”. 

Marina ainda disse que é preciso a formação continuada e salários justos para os policiais. “Mas também compreendendo que o problema da violência não é só polícia, é também justiça econômica, social, cuidar da vida das pessoas com educação de qualidade, com moradia digna, com transporte digno, nós temos que pensar nas políticas públicas de forma integrada e é por isso que o debate tem que ser um debate de ideias e de propostas, mas não pode ser apenas um rol de propostas sem propósitos. Temos que discutir propósitos, aonde queremos chegar e que país nós queremos ser. A partir disso estou participando da campanha”.

Uma fisioculturista iraniana que publicou fotos "seminua" nas redes sociais foi detida e presa nesta quarta-feira (18), segundo informações da agência de comunicação do poder judiciário do Irã, a Mizaonline.

A agência informou que a fisioculturista foi presa por não pagar a fiança estabelecida pelo juiz, estabelecida em 2 milhões de rials iranianos, o equivalente a aproximadamente 160.000 reais.

Em setembro de 2016, a imprensa divulgou que duas mulheres iranianas teriam participado de uma competição internacional de fisiculturismo e publicado fotos suas em redes sociais.

As autoridades iranianas consideram que fotos de mulheres "seminuas" sem véu e mostrando partes de seu corpo são um delito.

Desde que a República Islâmica foi instaurada em 1979, todas as mulheres que estejam em território iraniano, sejam elas naturais do país ou estrangeiras, devem vestir o véu islâmico. As atletas iranianas podem participar de competições internacionais caso respeitem essa regra.

Líder do PT no Senado, Humberto Costa afirmou, nesta terça-feira (27), que há o risco do país “voltar a ser refém” do Fundo Monetário Internacional (FMI). O alerta foi feito após um dia após uma reunião entre o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, e representantes do FMI. Para o petista, com a “política econômica irresponsável” adotada, segundo ele, pelo presidente Michel Temer (PMDB), o Brasil pode voltar “a um tenebroso passado econômico”.

“Corremos sério risco de voltar a ser refém do FMI. Com essa política econômica irresponsável e com o Congresso Nacional passando consecutivos cheques em branco para o presidente golpista, nós nos desestabilizaremos de tal forma que poderemos retroceder, sim, aos anos 90, quando o FMI mandava no Brasil”, ponderou Humberto.

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Avaliando os números do país, o senador disse que a arrecadação de impostos vem caindo mês a mês e a tendência é de termos um déficit ainda maior em 2017. “Não sei onde vamos parar com esse nefasto conjunto de políticas econômicas, fiscais e sociais. Esse governo está mais parecendo o picadeiro de um circo. Só que os brasileiros não podem ser tratados como palhaços”, observou.

Lembrando da época em que o país estava endividado com a banca internacional, Humberto Costa disse que nos governo do PT “o Brasil aumentou em dez vezes as suas reservas internacionais, pagou a dívida com o FMI e passou a emprestar dinheiro ao fundo”.

Apesar do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), anunciar a criação de um departamento especializado em violência contra a mulher na Polícia Federal, o senador Humberto Costa (PT) afirmou que há o risco de que o gênero perca alguns direitos durante a gestão do peemedebista. Segundo o senador, ao montar um ministério formado exclusivamente de homens e ao se aliar a o que “há de mais conservador na política” Temer dá sinais que “pode revogar conquistas históricas”.

“Há um recrudescimento das ideias, das ações e da ideologia machista no nosso país. E isso é reflexo também do que acontece hoje nas disputas da sociedade. Temos um governo que além de ilegítimo e ilegal é formado único e exclusivamente por homens. Essa é uma clara sinalização para sociedade que as conquistas que obtivemos nos últimos anos elas podem ser definitivamente revogadas”, disse o senador citando como exemplo a Lei Maria da Penha, criada em 2006, e que visa aumentar o rigor na punição de crimes contra as mulheres.

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Para Humberto, há um crescimento da pauta conservadora no Congresso Nacional. “Essas ações estão claramente conectadas ao governo provisório de Temer. É só olhar quem está ao lado dele: nomes como Jair Bolsonaro (PSC), Eduardo Cunha (PMDB), Marcos Feliciano (PSC). Um grupo que, para dizer o mínimo, distribui ódio e preconceito por onde passa. O próprio líder do governo golpista na Câmara [André Moura – PSC] é um exemplo dessa política conservadora. Ele é coautor de uma lei dificulta o atendimento de mulheres vítimas de estupro”, afirmou citando o projeto que prevê mudanças na análise das consequências do crime para a mulher, como uma provável gravidez. 

Sobre o caso da jovem de 16 anos estuprada no Rio de Janeiro por 33 homens, o senador afirmou que o ato é “um recrudescimento da ideologia machista no Brasil”. “Nós que guerreamos nas fileiras na defesa dos avanços e das conquistas sociais, estamos lutando pela igualdade de gênero. Vamos nos unir com essa grande mobilização das mulheres de todo o Brasil para que definitivamente possamos sepultar o machismo”, frisou, pontuando a necessidade de intensificar a luta para evitar mais retrocessos nos direitos das mulheres. 

O senador Humberto Costa (PT) encarou as primeiras ações do governo do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), como “um desastre”. Para o petista, Temer “conseguiu em 24 horas retroceder 13 anos”, principalmente por extinguir os ministérios da Cultura, Direitos Humanos e da Igualdade Racial e tirar a autonomia da Controladoria Geral da União. 

“É um completo desastre. Um governo que já começa velho, que não tem respaldo e nem representatividade social. Falou-se tanto de combate à corrupção, mas ele fez exatamente o oposto. Tirou, por exemplo, a independência de um órgão como a Controladoria Geral da República, que sempre teve autonomia para investigar e combater a corrupção contra quem quer que fosse”, analisou o senador.

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Humberto também alertou sobre o risco de o peemedebista acabar com programas sociais e de alterar as leis trabalhistas. “Temer conseguiu reunir o que há de mais conservador na política e já ameaça as conquistas dos trabalhadores. O novo ministro do Desenvolvimento Social (Osmar Terra/PMDB) disse que o programa ‘não pode ser proposta de vida’ e esse é um dos projetos mais exitosos do País, que rendeu, inclusive, prêmios internacionais e ajudou a tirar da pobreza extrema milhares de pessoas. Isso sem falar de ameaças de mudanças nos direitos dos trabalhadores. Mas não vamos permitir um retrocesso desse no país”, garantiu o pernambucano.

Em vista disto, o ex-líder do governo no Senado defendeu que a mobilização contra a gestão de Temer seja permanente. “Vamos lutar em todas as frentes, ir às ruas, ocupar as redes, denunciar o golpe que está em marcha no país. Querem sem legitimidade e sem nenhum voto dar uma guinada à direita. Fazer um governo de homens brancos e ricos e governar para homens brancos e ricos e não podemos aceitar isso”, frisou. “A nossa luta e a nossa mobilização cresce a cada dia. Tenho certeza que após este período de afastamento, a presidente Dilma vai voltar para evitar mais retrocessos e implementar uma agenda positiva para o Brasil ”, complementou Humberto Costa.

As vendas de veículos novos de janeiro a abril caíram quase 28% em relação ao mesmo período de 2015. Com 644,2 mil unidades, foi o pior resultado para o primeiro quadrimestre em dez anos. O desempenho de abril também foi o mais baixo para o mês desde 2006, com vendas de 162,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Em relação a abril de 2015, as vendas do mês passado recuaram 25,7%. Na comparação com

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março, a queda foi de 9%. Na média diária, as vendas permaneceram estagnadas.

Segundo dados do mercado, o segmento de carros e comerciais leves em abril vendeu 157,8 mil unidades, queda de 9% em relação a março e de 25,5% ante abril de 2015. No quadrimestre, as vendas de 623,3 mil unidades representam recuo de 27,9% ante 2015. Já as vendas de caminhões acumulam queda de 31,3%, com 17,2 mil unidades.

Nesta terça-feira, 3, a Fenabrave (que representa os concessionários) divulga os dados oficiais das vendas. Na quinta-feira, a Anfavea (que representa os fabricantes) anuncia números de produção.

Medidas

Com o mercado deprimido, as montadoras seguem com medidas para reduzir a produção. A Volkswagen de São José dos Pinhais (PR), segundo o sindicato dos metalúrgicos local, deve dar férias coletivas de 30 dias a parte dos 2,6 mil trabalhadores da produção a partir de 20 de junho. A fábrica tem um grupo de funcionários em lay-off e aderiu ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz jornada e salários.

A empresa confirma que "tem feito uso de ferramentas de flexibilização para adequar o volume de produção à demanda do mercado". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Integrante da ala do PMDB que é contrária à aliança com o PT, o deputado federal Jarbas Vasconcelos afirmou, nesta sexta-feira (18), que a decisão do Superior Tribunal Federal (STF) sobre o rito do processo de impeachment representou um retrocesso para o país. Sob a ótica do pernambucano, ao estabelecerem um novo roteiro para a tramitação do impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT), os ministros “comprometeram de forma decisiva” todo o processo.

“Falam que o impeachment seria um golpe. Golpe é isso que vimos nesta quinta [17]. Um golpe dado pelo governo de forma bem estruturada e com a ajuda de uma instituição como o Supremo”, avaliou. “Um governo apodrecido, sem rumo e perdido, agora ganhou fôlego graças a uma decisão da Justiça, que praticamente enterrou o impeachment”, acrescentou.

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O peemedebista também criticou a atitude do STF de agendar para fevereiro a análise do pedido de afastamento de Eduardo Cunha (PMDB) da presidência da Câmara dos Deputados. Para ele, o STF prestou um desserviço. “Vamos continuar vendo um desqualificado comandar um dos poderes da República. E quem o chama de desqualificado não sou eu apenas, mas sim a Procuradoria Geral da República no pedido que fez do seu afastamento”, cravou.

As centrais sindicais consideram um "retrocesso político" o plano do governo Dilma Rousseff de fundir o Ministério do Trabalho com o Ministério da Previdência. Em nota conjunta assinada pelas seis maiores centrais do País, a que a reportagem teve acesso, os sindicalistas afirmam que a ideia vai gerar "enormes prejuízos aos trabalhadores e à sociedade em geral". A nota será divulgada nesta terça-feira, 29, pelos líderes sindicais.

"A ideia da fusão destes ministérios já foi levantada antes, resultando, por força da realidade, no modelo atual, com dois ministérios distintos. Os ministérios do Trabalho e da Previdência Social são responsáveis por zelar de direitos inalienáveis dos trabalhadores, e o processo de fusão pode resultar em enormes danos a suas já combalidas estruturas administrativas", dizem os sindicalistas. Os planos do governo são de unificar as duas Pastas, que seriam comandadas por um único ministro, provavelmente o atual chefe da Previdência, Carlos Gabas (PT). Com isso, o PDT, que comanda o Ministério do Trabalho desde 2007, perderia espaço justamente na Pasta ligada à base trabalhista. O atual ministro, Manoel Dias (PDT), sairia do governo.

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Na nota, as centrais sindicais criticam duramente os planos de Dilma, previsto para saírem do papel na quarta-feira, 30. "As centrais sindicais brasileiras manifestam sua posição contrária à fusão do Ministério do Trabalho (MTE) com o Ministério da Previdência Social, bem como requerem a modernização e o fortalecimento do MTE, com o objetivo de resgatar o seu papel como ministério estratégico na implementação de políticas permanentes de Estado e na intermediação dos conflitos naturais nas relações capital x trabalho", dizem as lideranças.

Assinam as notas as centrais: Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT; Força Sindical, ligada ao Solidariedade e ao PDT (o partido do atual ministro do Trabalho, Manoel Dias); União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), que é ligada ao PMDB.

Em um cenário de aperto orçamentário, o comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, afirmou ontem (25) em audiência pública no Senado que o Brasil corre risco de retroagir "30, 40 anos". Segundo ele, todos os projetos de Defesa do País estão atrasados.

Convidado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, o general usou sua apresentação para listar projetos considerados estratégicos que têm sofrido adiamentos nos cronogramas por falta de recursos. Um deles, na área de defesa cibernética, com objetivo de promover segurança em infraestruturas consideradas críticas, como o sistema elétrico, deveria ter ficado pronto em 2014, mas foi "empurrado" para 2017.

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O sistema Astros, de desenvolvimento de lançadores de foguetes, com 60 empresas envolvidas, além dos fornecedores, tinha previsão de conclusão para 2018. Com as restrições, o novo prazo vislumbrado ficou para 2023.

Segundo Villas Bôas, diversas companhias que já prestaram serviços ainda esperam pagamento. "Houve renegociações até agora. Agora, se essas restrições orçamentárias se repetirem por mais um ou dois anos, enfim, eu não acredito que as empresas vão ter condições de sobrevida", afirmou. "Se me perguntarem qual seria a solução, diria que estamos no limite. Se tirarmos um real desses projetos, as empresas vão ter que descontinuar os projetos."

Segundo Villas Bôas, os atrasos podem fazer com que os empreendimentos estejam ultrapassados já na data de entrega. "Essas tecnologias se tornam obsoletas com muita rapidez. Esse é um dos efeitos extremamente negativos", disse. "Estamos correndo um sério risco de retroagirmos 30, 40 anos atrás, quando o Brasil tinha a oitava maior indústria de Defesa do mundo e perdeu todo esse capital".

Durante a sessão, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) fez críticas à atuação do ministro da Defesa, Jaques Wagner. "Eu vejo o ministro muito mais envolvido com questões políticas do que com o diálogo e com o debate com relação a este colapso que está acontecendo na nossa base industrial da Defesa."

O general reconheceu que Wagner "está com tempo bastante dedicado às questões políticas", mas disse que, dentro das possibilidades, tem conseguido algum sucesso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, criticou, nesta segunda-feira (14), a pressão da oposição para que a presidente Dilma Rousseff (PT) renuncie ou seja deposta. Falcão intitulou as atitudes da bancada como “chantagem descarada” e disse que eles estão promovendo uma “agenda do retrocesso” no país. 

“[A oposição] Exige cortes nos programas sociais, revogação de direitos, revisão [para pior] da lei do salário mínimo, sanção do projeto de reforma política que autoriza o financiamento empresarial – enfim uma pauta inaceitável, que só agravaria os problemas que o país vem enfrentando”, argumentou o dirigente no editorial divulgado pela Agência de Notícias do PT.

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Sob a análise do petista, a ofensiva da oposição foi a queda no ranking da Standard & Poors quanto a confiabilidade do país para o pagamento de dívidas. Mas otimista com uma possível ampliação da arrecadação, apesar dos cortes da União, Rui mencionou a elevação da CIDE sugerida por empresários e defendeu a volta da CPMF. 

“É necessário acabar com a dedutibilidade dos juros sobre capital próprio, tributar lucros e dividendos, recriar a CPMF compartilhada com os Estados, numa alíquota menor que 0,38%, taxar grandes fortunas e grandes heranças”, sugeriu. 

“Outras receitas já vêm sendo buscadas através de projetos em tramitação (como o que pretende a repatriação de recursos depositados irregularmente no exterior), nenhum deles a dispensar uma ampla reforma tributária, ancorada num princípio de justiça fiscal: quem tem mais, paga mais: quem tem menos, paga menos”, acrescentou.

Para “barrar as manobras golpistas e viabilizar uma agenda de reformas”, o presidente afirmou ser “indispensável uma mobilização e pressão social”. “De nossa parte, todo apoio ao mandato legítimo da presidenta. Nesta terça-feira, inclusive, partidos da base e lideranças de movimentos estaremos no Congresso, manifestando solidariedade e denunciando os conspiradores antidemocráticos”, informou. 

Além disso, ele também orientou os militantes a participarem de um ato no dia 26 em São Paulo e outro no dia 3 de outubro em comemoração ao aniversário da Petrobras. 

 

Aprovada na madrugada desta quinta-feira (2) na Câmara dos Deputados, a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos foi analisada por políticos. Em passagem por Pernambuco para prestigiar a abertura da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) a senadora Marta Suplicy (sem partido) e o ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB) criticaram a aprovação. Além dos dois políticos, o governador Paulo Câmara também analisou a apreciação da matéria.

Mesmo não compondo mais a bancada do PT, Marta Suplicy se mostrou alinhada ao posicionamento do partido quanto ao projeto. Segundo ela, a aprovação da matéria em primeira discussão pelos deputados é “um escândalo” e “um retrocesso”, principalmente porque a Câmara tenta dar respostas a sociedade “sem informações corretas”. “Quando se tem uma situação difícil onde a população se sente insegura, abandonada, e que ou vive ou acompanha pela mídia assaltos e tragédias, como nós temos acompanhado, a primeira reação da Câmara é dar uma resposta a esse sentimento de insegurança, só que me parece que a Câmara é algo radical, para quem não têm essas informações hoje corretas”, observou. 

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“Não podemos legislar uma mudança de legislação sobre pânico, uma situação de abandono, de terror que a população hoje vive. O que foi aprovado na Câmara eu não concordo”, acrescentou. Para Marta, a proposta de ampliar o período de internação para os menores de 18 anos em alguns crimes é mais viável do que o texto da PEC 171.

Na visão do ex-deputado Beto Albuquerque, o projeto não deveria ter tido alterações, mesmo assim mele acredita que a proposta é menos prejudicial do que o texto original. “Desde já, e em qualquer situação, a maioridade para os 16 anos foi um mal menor na medida em que elegeu apenas alguns casos em que isso possa ocorre”, observou, criticando em seguida. “Agora, isso é uma ilusão de ótica. É como enxugar gelo. Na realidade, o que o Brasil precisa é dar creches, é cuidar das crianças desde o início, principalmente as mais pobres. É investir em escolas em tempo integral como Eduardo fez em Pernambuco para que no contra turno elas não fiquem refém e vítimas das drogas, e dá ensino de qualidade. Esse é o caminho do país”, sugeriu.

Sobre a deliberação fechada do PSB de ser contra a matéria, o governador de Pernambuco e vice-presidente nacional da legenda, Paulo Câmara, observou a necessidade de se respeitar a democracia. “Vamos respeitar, ainda tem outras votações, esperamos que este projeto seja aperfeiçoado porque a princípio nós entendemos que não é o momento de fazermos este tipo de movimento”, frisou. Câmara foi um dos gestores do Nordeste a assinar uma carta contra a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em crimes hediondos. A proposta ainda deve passar por uma nova votação na Câmara dos Deputados e em dois turnos pelo Senado, só com a aprovação de 3/5 em cada Casa o texto poderá ser promulgado. 

*Com a colaboração de Élida Maria

Ex-presidente do PSB, Roberto Amaral gravou um vídeo pedindo votos para a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT). No esquete, que foi ao ar nessa quinta-feira (16) durante o guia eleitoral da petista, ele pregou a tese de ser "contra o retrocesso" assim como o PT. Para Amaral, o alinhamento do PSB nacional com a postulação presidencial de Aécio Neves (PSDB) é um retrato disso. 

"Tudo que ele prega contraria a trajetória do PSB. Apoiar Aécio é jorgar toda história do meu partido na lata do lixo", dispara o ex-dirigente. Amaral deixou o comando da legenda na última semana quando se posicionou contra a subida dos socialistas no palanque tucano.

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Historicamente defensor de alianças com o PT, ele declarou voto a Dilma, criticou o clã pernambucano que passou a ocupar a direção da legenda, inclusive o governador eleito Paulo Câmara (PSB), e foi substituído, na segunda-feira (13), pelo então secretário-geral do partido, Carlos Siqueira. 

Veja o vídeo na íntegra:

Um manifesto em prol da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) foi realizado esta segunda-feira (13), no Recife. Integrantes de 104 entidades sociais e sindicais declararam apoio à candidatura petista. Representando a presidente, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, declarou que Pernambuco é um estado fundamental para o desenvolvimento do país e conta com a trabalho intenso das alianças para conquistar a vitória no segundo turno. “Para avançar nessa disputa nós temos que manter a militância mobilizada. No nosso governo será mantido o diálogo efetivo com o povo e por isso vemos a necessidades de eventos como esse. Reconhecemos que o diálogo tem que ir além da disputa eleitoral e se manter ativo durante toda a gestão”, pontuou. 

De acordo com o ministro, o PT proporcionou inúmeras conquistas para Pernambuco, viabilizando investimento, como Porto de Suape, Refinaria Abreu e Lima e a construção da Fábrica da Fiat. Gilberto Carvalho aproveitou o tema para criticar o candidato da oposição, relembrando que Aécio Neves tentou bloquear a construção da fábrica no estado. “Acho que entre um candidato que foi contra ao estado de Pernambuco, como foi no caso da Fiat. E entre uma candidata que só beneficiou esse estado, não é possível que o povo de Pernambuco eleja uma pessoa que foi contra esse estado concretamente e não é na fala não, mas lutou para que uma empresa muito importante como a Fiat não viesse para cá”, alfinetou. 

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Segundo Gilberto Carvalho, o retorno dos tucanos ao comando do país irá trazer o retrocesso para Pernambuco, anulando todas as conquistas proporcionadas pela gestão de Lula. “Vamos ficar estarrecidos se houver uma escolha por esse tipo de candidato que, acima de tudo, representa um projeto neoliberal, dos tempos do desemprego, da recessão, da seca sem cisterna, da seca que expulsava as pessoas do campo, causava saques, etc. Nós temos confiança no povo de Pernambuco, acima dos seus ‘caciques’, que são seus eventuais chefes, tem consciência do que o ex-presidente Lula e o nosso governo fez para mudar a vida das pessoas, tanto em particular, como através de investimentos em infraestrutura e modernização”, ressaltou. 

O ministro ainda disse que em algumas regiões, como no estado de São Paulo é ‘complicado’ transitar revelando o apoio a candidatura de Dilma. De acordo com Gilberto, um dos motivos é a massificação da corrupção atribuída ao partido nos meios de comunicação. Ele não se isentou dos casos que envolve a gestão do PT, mas garantiu que a corrupção não foi uma ‘invenção’ do PT. Ele avaliou que ao contrário do PSDB, o Partido dos Trabalhadores tem combatido os atos.

“Nós tivemos sim caso de corrupção entre nós, mas a diferença é que combatemos a corrupção. A reeleição do Fernando Henrique, por exemplo, foi comprada a peso de dinheiro, reconhecida e nunca foi investigada. A privataria tucana que causou seis vezes mais prejuízos que a Petrobras também nunca foi investigada, porque o estado era dominada. A Polícia Federal era controlada por eles, escolhia-se para a procuradoria geral da união um engavetador como é o caso do Brindeiro, no governo FHC. Então a partir do governo Lula isso mudou, pois ele disse que quem não quiser ser investigado, que não erre”, concluiu.

O governo cubano ordenou neste sábado o fechamento dos cinemas particulares e o fim da venda privada de roupas importadas, medidas que alguns intelectuais interpretaram como um "retrocesso" nas reformas do presidente Raúl Castro.

O Conselho de Ministros ordenou, em uma nota publicada na imprensa oficial, o fechamento imediato das salas particulares de cinemas improvisadas em casas e deu um prazo até 31 de dezembro para o fim dos negócios privados de roupas importadas, que haviam se proliferado na ilha.

O governo afirmou que estas são atividades que "nunca foram autorizadas" e que são exercidas a partir de licenças para outras cerca de 200 atividades econômicas legalizadas no âmbito das reformas.

As pequenas salas de cinema operadas por particulares, a maioria com tecnologia 3D - inexistente nas grandes salas estatais -, funcionam, por exemplo, com licenças para o ofício de operador de equipamentos para recreação infantil, enquanto que os vendedores de roupas importadas atuam com a permissão para o trabalho de alfaiates e costureiras.

Raúl Castro ampliou o trabalho privado, mas as atividades são bastante reguladas e é preciso ser licenciado para exercê-las, embora muitos comércios existam na informalidade.

Além disso, expira no fim do ano o prazo para o fechamento das pequenas empresas que vendem ferragens e encanamentos, que são importados ou comprados na rede estatal e revendidos no varejo.

Muitos desses negócios têm apenas uma mesa de vendas na rua, popularmente chamadas de "merolicos", algo como camelôs.

As roupas e os equipamentos audiovisuais geralmente são adquiridos nos Estados Unidos, na Espanha, no Equador e são enviados para a ilha por amigos ou parentes de cubanos, mas também podem entrar no país através de pessoas que atuam como "mulas".

Como parte de suas reformas para "atualizar" o esgotado modelo econômico de estilo soviético, Raul Castro tem incentivado o trabalho privado, que envolve mais de 440 mil pessoas. Há três anos eram apenas 157 mil pessoas envolvidas.

Alguns acadêmicos e escritores reprovaram a atitude do governo de acabar com negócios que têm sido bem acolhidos pela população e que têm estimulado o emprego e a economia da ilha.

"É um retrocesso", disse o professor universitário e blogueiro Harold Cardenas, em um artigo reproduzido em vários blogs.

"Em vez de criar licenças de trabalho ou adaptar as que já existem para que contemplem esta nova realidade, a resposta foi o fechamento desses estabelecimentos", lamentou Cardenas.

O governo, por sua vez, nega que as medidas representem um retrocesso.

"Não se trata, de maneira alguma, de um passo para trás. Pelo contrário, continuaremos avançando decisivamente na atualização do modelo econômico cubano" , afirmou o governo neste sábado.

O fechamento de cinemas e de lojas privadas de roupas buscam "combater a impunidade, cumprir a lei e proteger os trabalhadores por conta própria que, em sua maioria, cumprem os regulamentos estabelecidos", acrescentou.

Porém, o escritor Padura enfatizou que as medidas não afetam apenas os comerciantes, mas a todos os cubanos que encontravam nestes estabelecimentos privados artigos de alta qualidade e variedade, com um preço melhor do que é praticado no comércio estatal.

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