Tópicos | Reza a Lenda

Mila Puntel e Bruna Peixoto, que formam O Tapete Voador, levam para Olinda o projeto Reza a Lenda - Lendas cantadas e contadas em Pernambuco. Elas se apresentam no primeiro domingo de fevereiro, no dia dois do mês, no Teatro Fernando Santa Cruz, localizado no Centro Cultural Eufrásio Barbosa. 

A apresentação em terras olindenses marca o encerramento do projeto Reza a Lenda. No palco, O Tapete Voador conta histórias emblemáticas da cultura pernambucana como a da Encanta-Moça, Cumadre Florzinha, Palhaço do Coqueiro e Alamoa. O espetáculo também tem música nos ritmos do maracatu, ciranda e coco de roda. 

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Serviço

O Tapete Voador apresenta Reza a Lenda - Lendas Cantadas e Contadas em Pernambuco

2 de fevereiro - 16h

Teatro Fernando Santa Cruz (Centro Cultural Eufrásio Barbosa) - Olinda

Gratuito

 

O programa Classificação Livre desta semana traz uma entrevista exclusiva com o ator Jesuíta Barbosa, que esteve no Recife para o lançamento de seu último traballho cinematográfico. Nascido no município de Parnamirim, localizado no Sertão pernambucano, o ator é considerado uma das promessas do cinema brasileiro e já teve o seu desempenho em longas-metragens elogiado pela crítica e também por importantes atores do país. Seu primeiro prêmio foi em 2013, quando venceu na categoria de melhor ator no Festival do Rio em 2013, pelo filme Tatuagem, do cineasta recifense Hilton Lacerda.

Ainda nesta edição, o público confere dicas para se programar de olho no fim de semana, com as atrações que vão agitar o Recife. A cantora Clarice Falcão e as bandas Sedutora e Papaninfa são as opções da agenda cultural. 

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O Classificação Livre é apresentado por Areli Quirino e exibido semanalmente no Portal LeiaJá. Assista abaixo.

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Imagine se no lugar de Mel Gibson, George Miller tivesse Cauã Reymond no papel de protagonista dos primeiros filmes da franquia Mad Max. Achou a comparação esdrúxula? Pois Homero Olivetto, filho de um dos publicitários mais bem sucedidos do país (Idem, Washington) achou que a associação poderia funcionar, por alguma razão. Ademais, o diretor estreante precisava de um cenário que conseguisse remeter às agruras do mundo devastado saído da mente profícua de Miller. E o resultado foi “Reza a Lenda” ou, em tempos de internet furiosa, o “Mad Max sertanejo”.

Mas não surpreende que certa expectativa tenha sido criada quanto à obra. O trailer divulgado fez muita gente se questionar sobre o quão inusitado seria assistir a perseguições alucinantes sobre rodas na impactante paisagem do semi-árido, ainda com direito a muito sotaque regional e à presença do ator (sertanejo) Jesuíta Barbosa no elenco. O que, até então, nos levou a boas obras como “Tatuagem” e “Serra Pelada”, e outras regulares como “Praia do Futuro” e “Cine Holliúdy”. Entretanto, ao contrário dos filmes supracitados - dirigidos por Hilton Lacerda, Heitor Dhalia, Karim Ainouz e Halder Gomes, respectivamente - “Reza a Lenda” carece da mão de um diretor.

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Antes disso, o roteiro escrito a quatro cabeças, inclusive a de Homero, não funciona - repete clichês da representação do Sertão no cinema, transborda maniqueísmo, não desenvolve quase nenhum dos personagens e quando tenta desenvolver um - único, o protagonista Ara (Cauã) -  se perde em elucubrações que vão do nada ao lugar algum. Inclusive, do emaranhado de problemas, elenco e personagens são dos mais graves. Enquanto o garanhão global empoeirado tenta manter suas falas e feições sisudas aos “melhores moldes” do protagonista de Mad Max, a imprecisão de suas motivações fazem-no um mero fantoche do previsível roteiro. Ara precisa fazer chover, literalmente, antes disso deve salvar o dia e as mocinhas. Nada de novo.

Inclusive, a insistência da obra em manter as personagens femininas alienadas às vontades do “macho alfa”, ao contrário do fantástico “Mad Max: Estrada da Fúria”, parece nadar contra a (satisfatória e nova) maré do cinema de desconstruir a imagem da mulher incapaz, que em "Reza a Lenda" marca presença em sua representação mais fiel. O que poderia vir de encontro a isto na personagem de Severina (Sophie Charlotte), uma das motoqueiras da trupe de Ara, cai por terra quando o roteiro resolve que seu conflito é a luta pelo amor do protagonista.

Com todos os entraves do roteiro, a direção ainda consegue ser mais problemática? Reza a Lenda que sim. Apesar do esforço em encantar com a fotografia do Sertão, nos inúmeros planos abertos ou na captura de particularidades da região, nada parece fazer o filme realmente andar. E quando as motos parecem querer dar mais gás à projeção, o filme esbarra no CGI inverossímil e na montagem por vezes apressada demais ("vai acontecer? opa… já aconteceu"), vezes didática ("vai acontecer! opa.. já aconteceu"), vezes simplesmente nonsense ("pra onde o que é esse povo tá indo? opa… já chegaram").

Falta alguém que dê um norte à trupe de motoqueiros ou, ao menos, ao que eles fazem durante a obra. Falta um real sentido ao fiapo de argumento lançado no espectador em forma de lettering introdutório. Faltou a Homero Olivetto a ciência de que cinema não é apenas fotografia e que a estrutura narrativa fílmica não segue os mesmos padrões de sua expertise publicitária herdada e desenvolvida.

Quando o espectador cai por si, tem em tela Humberto Martins refazendo (com a eficiência de sempre) o mesmo papel de tantos passados e Jesuíta Barbosa como o coadjuvante de luxo - surpreendentemente perdido. E aí quando a adrenalina não vem, as atuações decepcionam, a trilha sonora é uma sequência de músicas soltas à revelia e o roteiro “dá em nada”, não sobra muito. No fim, o “Mad Max sertanejo” é bem melhor na comparação do que nos cinemas. Nestes ele é “bonitinho”, porém ordinário.

Nota: 1 / 5   

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