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Uma criança de dois anos foi atacada por uma cobra sucuri com aproximadamente seis metros de comprimento em uma fazenda da cidade de Vicentinópolis, interior de Goiás, no último sábado (18). O menino brincava às margens de um rio e estava acompanhado dos pais, quando gritou por socorro ao ser enrolado e sufocado pelo animal. 

A Polícia Militar (PM-GO) estava em patrulhamento na região e ouviu os gritos da criança e dos familiares. O resgate aconteceu poucos minutos depois. Apesar das tentativas de desenrolar o animal parcialmente para conseguir salvar a criança, só foi possível resgatar o menino após matar a cobra. 

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"O único jeito foi matando o animal. Não queríamos que o animal morresse, queríamos que a criança e o animal ficassem vivos", informou a PM. O menino foi levado ao hospital de Vicentinópolis, a cerca de 20 quilômetros da região de mata onde o ataque ocorreu. Ainda segundo a polícia, ele não sofreu ferimentos graves e a mordida não foi profunda. A vítima foi atendida e teve alta ainda no sábado (18). 

O animal morto durante o ataque era uma sucuri amarela (ou anaconda amarela), espécie não peçonhenta, porém conhecida pela força que utiliza nos ataques. Ainda assim, não é comum que a sucuri amarela ataque humanos. O método de defesa e predação do bicho é a constrição, movimento de pressão que provoca asfixia, conforme ocorrido com a criança atacada. 

 

Um fã de Taylor Swift, que estava no Rio de Janeiro para assistir a um show da cantora, foi morto a facadas ao ser assaltado por dois homens na madrugada deste domingo, 9, na praia de Copacabana, na zona sul da capital. As autoridades prenderam um dos assaltantes. As informações são da Polícia Militar, da Polícia Civil do estado e dos familiares.

Primos da vítima, Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos, de 25 anos, contaram ao Estadão que ele era de Mato Grosso do Sul, mas cursava engenharia aeroespacial em Belo Horizonte, em Minas Gerais. O estudante viajou com amigos para assistir ao show da cantora no Rio.

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O segundo suspeito, autor das facadas, já foi identificado. Conforme a PM, ele foi preso na sexta-feira, 17, por furto e receptação, mas uma decisão judicial o liberou no mesmo dia. O homem também tem ficha criminal por homicídio, roubo, porte de arma de fogo e lesão corporal.

As Polícias Civil e Militar continuam procurando pelo segundo suspeito, que seria um morador de rua, segundo depoimento do homem detido. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso.

Luciano Mongenot disse que os pais do estudante estão "sem chão" com a notícia. Gabriel era filho único.

O estudante é a segunda vítima sul-mato-grossense a morrer no Rio de Janeiro durante a turnê The Eras Tour, de Taylor Swift, na cidade. Ana Clara Benevides, de 23 anos, veio a óbito após passar mal enquanto esperava pelo primeiro show da cantora na capital.

A artista adiou apresentação deste sábado, 18, poucas horas antes de subir no palco devido às extremas temperaturas. O show foi remarcado para segunda-feira, dia 20.

O município do Rio de Janeiro amanheceu sob intenso calor neste sábado (dia 18/11). A sensação térmica superou 59ºC já nas primeiras horas da manhã, na zona oeste da capital fluminense, segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro.

O sistema Alerta Rio, responsável pelo alerta de chuvas oficial da Prefeitura, registrou, às 8h da manhã, temperatura de 35,3ºC no bairro de Guaratiba, na zona Oeste, com a sensação térmica chegando a 59,3ºC.

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"É mais um dia de muito cuidado com o calor: hidrate-se, use filtro solar e roupas leves e evite exercícios sob o Sol", publicou em uma rede social o Centro de Operações Rio, em alerta à população carioca.

O sistema Alerta Rio avisou ainda que a previsão é de temperaturas elevadas ao longo do sábado, com mínima de 24ºC e máxima de 43ºC durante o dia.

O Rio de Janeiro registrou nesta sexta-feira, 17, a maior sensação térmica já medida pelo sistema AlertaRio, da prefeitura: foram 59,3°C registrados em Guaratiba, na zona oeste, às 10h20. Até então, o recorde era da terça-feira, 14, quando foi registrada sensação térmica de 58,5°C no mesmo local. O AlertaRio monitora a temperatura na capital fluminense desde 2014.

A temperatura, no entanto, não foi recorde: o AlertaRio registrou nesta sexta-feira máxima de 41,4°C, também em Guaratiba. O recorde do ano foi na quinta-feira, 16, no mesmo bairro: 42,6°C.

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A sensação térmica é a maneira como o corpo humano percebe a temperatura do ambiente. Quando a pessoa sai do mar, da piscina ou do banho, por exemplo, tem a sensação térmica de frio, mesmo quando a temperatura do ambiente é de calor, porque o corpo está molhado. Os principais fatores que influenciam nessa sensação são a velocidade do vento e a umidade relativa do ar. Quanto menos vento e mais seco o ambiente, maior a sensação térmica.

As dez maiores temperaturas registradas neste ano pelo sistema AlertaRio foram as seguintes:

16/11 - 42,6°C no bairro de Guaratiba

12/11 - 42,5°C em Irajá

14/11 - 42,2° em Irajá

17/02 - 41,8°C em Irajá

26/02 - 41,4°C em Irajá

03/03 - 41,4°C em Irajá

17/11 - 41,4°C em Guaratiba

04/03 - 41,3°C em Irajá

04/02 - 41,1°C em Santa Cruz

18/09 - 41°C em Irajá

Já as maiores sensações térmicas foram:

59,3°C em Guaratiba no dia 17/11 às 10h20

58,5°C em Guaratiba no dia 14/11 às 09h15

58,3°C em Santa Cruz no dia 17/2 às 15h15

58,0°C em Santa Cruz no dia 4/2 às 15h

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou ter prorrogado o período de atuação da Força Nacional no Rio de Janeiro até o dia 31 de janeiro de 2024. A iniciativa, segundo o ministro, foi tomada a pedido do governador do Estado, Cláudio Castro (PL).

Em publicação no X (antigo Twitter), Dino afirmou que ao fim do período será feita uma nova análise para uma possível nova extensão.

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No mesmo texto, disse que equipes adicionais da Polícia Federal (PF) e da Policia Rodoviária Federal (PRF) também seguirão no Estado.

As forças policiais estão no Rio de Janeiro desde a segunda quinzena de outubro e realizam o patrulhamento ostensivo das vias federais do Estado.

O ministro disse também que as Forças Armadas seguem executando a GLO Garantia da Lei e da Ordem decretada no início de novembro em portos e aeroportos no Rio de Janeiro e em São Paulo para combate ao crime organizado.

Policiais civis da 16ª DP (Barra da Tijuca), no Rio de Janeiro, prenderam uma mulher acusada de matar a própria tia, nessa terça-feira (14), no bairro Barreto, em Niterói. Jacira Oliveira da Silva foi assassinada dentro de sua casa, em 2016, no município de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio.

De acordo com os agentes, na época do crime, a autora morava com a tia, que não tinha filhos ou parentes próximos, e passou a subtrair os benefícios financeiros que a vítima recebia. A mulher desconfiou da acusada e foi morta asfixiada. Após o homicídio, a autora fez diversos saques da conta de Jacira. Segundo os agentes, o dinheiro foi utilizado para pagar dívidas com o tráfico de drogas.

No decorrer das investigações, a autora foi presa preventivamente, mas obteve o benefício de responder em liberdade após se tornar mãe. De acordo com a 16ª DP, pelo crime, ela foi condenada a 22 anos de prisão em regime fechado.

Da assessoria

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A cidade de São Paulo registrou neste domingo (12) a maior temperatura do ano, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura. Durante a tarde, a média foi de 36,9°C. A marca supera os 36,5°C registrados no dia 24 de setembro.

O domingo também foi o dia mais quente de novembro de todo o histórico do CGE, que faz medições desde 2004.

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Até então, o dia mais quente para o penúltimo mês do ano havia sido no dia 4 de novembro de 2019, com a temperatura máxima média de 35,3°C.

As altas temperaturas vieram acompanhadas da "secura" no clima. Às 10h40, o CGE decretou estado de atenção para a baixa umidade do ar em toda a capital paulista.

Em algumas regiões, o índice de umidade do ar caiu a quase 20%.

Rio também tem recorde no ano

No Rio, a temperatura foi ainda mais alta e também foi recorde no ano. Os termômetros chegaram a 42,5°C em Irajá, na zona norte. O recorde anterior havia sido observado no dia 17 de fevereiro, com 41,8°C.

Segundo o Alerta Rio, a sensação térmica na estação Irajá chegou a bater 50,5°C, por volta 13h55.

O calor levou cariocas e turistas às praias, que ficaram lotadas neste domingo.

Calor deve continuar

A atual onda de calor deve continuar pelo menos até o próximo domingo, 19, em grande parte do País. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros devem registrar as maiores altas do ano nos Estados mais centrais do Brasil - em especial no Sudeste e no Centro-Oeste - até, pelo menos, a quarta-feira, 15.

Em São Paulo, a temperatura só deve baixar na semana do dia 20, de acordo com as mínimas e máximas previstas pelo Climatempo.

Efeitos do El Niño ajudam a explicar onda de calor

As ondas de calor e instabilidades climáticas devem perdurar até maio de 2024. O pior período deve ser novembro de 2023 e janeiro do ano que vem.

Segundo relatório da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), divulgado na semana passada, o El Niño, fenômeno relacionado ao aumento nas temperaturas notado neste ano, está atingindo o seu pico.

A OMM afirma que o El Niño desenvolveu-se rapidamente durante julho e agosto deste ano e atingiu força "moderada" em setembro - mês em que os termômetros chegaram a marcar 38ºC em São Paulo.

O fenômeno só chegou a uma consistência, de acordo com os registros de temperatura da superfície do mar e outros indicadores, em outubro. Por isso, a expectativa da organização é que ele ainda não tenha atingido o seu maior pico.

Um homem de 22 anos foi preso nesta quarta-feira (8) acusado de estuprar uma adolescente de 15 anos em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na última semana, além de gravar e divulgar vídeos do crime. Na terça-feira (7), ele prestou depoimento na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Iguaçu, que investiga o crime, e em seguida a Polícia Civil pediu à Justiça que decretasse a prisão dele.

A ordem foi expedida e ele foi preso na manhã desta quarta-feira, acusado de estupro de vulnerável e de divulgar as imagens do abuso. O nome do homem não foi divulgado.

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Na terça-feira, ele - que conhecia a vítima e foi recebido como amigo na casa em que ela estava - gravou e postou nas redes sociais um vídeo em que trata o crime como "uma brincadeira" e tenta se explicar. "Sim, eu sei, passamos do limite com a brincadeira, mas esse vídeo que está circulando é apenas eu fazendo essa brincadeira, sendo que não foi só eu. Depois de um tempo fui para o quarto e aconteceu a relação. Eu sei que passamos dos limites", diz.

O outro suspeito de estuprar a adolescente, um rapaz de 20 anos, já foi identificado, mas ainda não está preso. Ele tem uma passagem pela polícia por receptação de moto roubada.

Além do acusado pelo estupro, a Polícia Civil do Rio prendeu nesta quarta-feira a dona da casa onde o crime teria sido cometido e apreendeu dois adolescentes, todos acusados de armazenar imagens e vídeos do estupro.

A polícia já concluiu que o crime foi testemunhado por uma amiga da vítima, de 14 anos, mas por enquanto não pretende indiciá-la. A vítima foi ouvida pela segunda vez nesta quarta-feira, agora por um especialista, na Deam de Nova Iguaçu. Ela já havia prestado depoimento na segunda-feira (6) na 58.ª DP, no bairro da Posse, também em Nova Iguaçu.

O caso

A adolescente estava dormindo na casa de uma amiga, na noite de quinta-feira passada, dia 2, quando um grupo de rapazes, amigos dela e da dona da casa, chegou e as acordou. Eles começaram a praticar um jogo conhecido como "desafio", durante o qual foi questionado se a adolescente ficaria com um dos rapazes. Ela respondeu que não. Durante a brincadeira, a adolescente foi instigada a consumir bebida alcoólica. A partir de certo momento, ela não se lembra de nada.

"Eu não lembro do que aconteceu, não lembro de nada. Só lembro de ser acordada, desmaiada. Só que eles jogaram na mídia eu sendo estuprada, eles próprios me estuprando. Só quero minha vida de volta, é muito ruim você sair na rua e ser olhada. Estou tendo que tomar coquetel para não pegar doença, por um mês", contou a adolescente à TV Globo.

Na manhã de sexta-feira (3) o grupo ligou para uma irmã da adolescente e pediu que ela fosse buscar a menina na casa da amiga. A irmã foi e, diante do estado da adolescente, perguntou se eles haviam usado drogas, o que o grupo negou.

Logo depois, vídeos com cenas do estupro começaram a circular pelos aplicativos de mensagens e pelas redes sociais. Em pelo menos um deles, os supostos autores do estupro foram marcados. Foi por meio dessas imagens que a adolescente e sua família descobriram que ela havia sido vítima de um estupro.

Dois veículos blindados da Marinha foram posicionados na manhã desta segunda-feira (6) no acesso ao porto do Rio. Na Baía de Guanabara, lanchas e navios-patrulha foram vistos circulando no primeiro dia da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio e de São Paulo. Nos terminais aéreos, a movimentação foi normal, sem mobilização visível de tropas.

Segundo o capitão de Fragata Rodrigo Fernandes, porta-voz da GLO, o foco da força está na "quebra do fluxo logístico" das organizações criminosas, seja por meio de ações preventivas, seja de forma repressiva. "A Marinha do Brasil está desde as 6h da manhã com seus meios, militares e tropas posicionadas nos portos definidos no decreto de GLO: Porto do Rio de Janeiro, Porto de Santos e Porto de Itaguaí. E também com seus meios na água já realizando o patrulhamento na Baía de Guanabara, Baía de Sepetiba, acesso marítimo ao porto de Santos, e também no lago de Itaipu", disse.

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O capitão explicou que, com o decreto, as atribuições da Marinha se ampliam; a Força faz tradicionalmente o controle dos mares e a abordagem preventiva de embarcações, mas agora a ação terá um efetivo maior e poderá atuar também nos portos. "Isso está sendo intensificado, com a concentração de meios e de pessoal, mais especificamente na área dos portos. É uma área que não é atribuição da Marinha, mas que agora estaremos operando, sempre que possível em coordenação e articulados com os órgãos de segurança pública e agências, além de Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal", afirmou. Para a GLO, a Marinha ofertou 1.900 militares, além de cerca de 120 veículos, entre blindados, navios-patrulha e lanchas. Cães farejadores também participam.

Aeroportos

No Rio, o aeroporto do Galeão teve movimentação normal no primeiro dia com o decreto em vigor. Nenhuma movimentação de militares foi percebida nos terminais de passageiros ou de carga.

Já a movimentação no Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU) também estava normal ontem. A reportagem não encontrou sinais de tropas militares do Exército e Aeronáutica nas áreas externas e nos saguões do aeroporto tanto em terminais domésticos quanto no destinado a voos internacionais.

O decreto de GLO estabelece que, durante o período de vigência, os militares têm "poder de polícia" nesses locais, podendo revistar pessoas, efetuar prisões e inspecionar quaisquer áreas. Desde o mês passado, o Rio vive uma nova crise na segurança pública, acentuada após a morte do miliciano Matheus da Silva Resende num confronto com a polícia. Em retaliação, criminosos queimaram pelo menos 35 ônibus na zona oeste.

Além da GLO, o governo reforçou a atuação das Forças Armadas na faixa de fronteira. Considerando a GLO e o reforço da presença das Forças Armadas nesses locais, 3.700 agentes atuam nas operações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois veículos blindados da Marinha foram posicionados na manhã desta segunda-feira, 6, no acesso ao porto do Rio. Na Baía de Guanabara, lanchas e navios-patrulha foram vistos circulando no primeiro dia de funcionamento da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio e de São Paulo. Nos terminais aéreos, a movimentação foi normal pela manhã, sem mobilização visível de tropas.

Segundo o capitão de Fragata Rodrigo Fernandes, porta-voz da operação, o foco da força está na "quebra do fluxo logístico" das organizações criminosas, seja por meio de ações preventivas, seja de forma repressiva.

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"A Marinha do Brasil está desde às 6h da manhã com seus meios, militares e tropas posicionadas nos portos definidos no decreto de GLO - porto do Rio de Janeiro, porto de Santos e porto de Itaguaí -, e também com seus meios na água já realizando o patrulhamento na Baía de Guanabara, Baía de Sepetiba, acesso marítimo ao porto de Santos, e também no lago de Itaipu", disse ao Estadão.

O capitão explicou que, com o decreto, as atribuições da Marinha se ampliam; a força já faz tradicionalmente o controle dos mares e a abordagem preventiva de embarcações, mas agora a ação terá um efetivo maior e poderá atuar também nos portos.

"Isso está sendo intensificado, com a concentração de meios e de pessoal, mais especificamente na área dos portos. É uma área que não é atribuição da Marinha, mas que agora estaremos operando, sempre que possível em coordenação e articulados com os órgãos de segurança pública e agências, além de Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal", afirmou Rodrigues.

Para a operação, a Marinha disponibilizou 1.900 militares, além de cerca de 120 veículos, entre blindados, navios-patrulhas e lanchas. Cães farejadores também participam da GLO.

Aeroportos

No Rio, o aeroporto do Galeão teve movimentação normal na primeira manhã com o decreto em vigor. Nenhuma movimentação de militares da Aeronáutica foi percebida nos terminais de passageiros ou de carga.

A movimentação no Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU) também estava normal na manhã desta segunda-feira, 6. A reportagem do Estadão não encontrou sinais de tropas militares do Exército e Aeronáutica nas áreas externas e nos saguões do aeroporto.

Combate ao crime organizado

O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO ) estabelece que, durante o período de vigência, os militares têm "poder de polícia" nesses locais, podendo revistar pessoas, efetuar prisões e inspecionar quaisquer áreas.

Desde o mês passado, o Rio vive uma nova crise na segurança pública, acentuada após a morte do miliciano Matheus da Silva Resende, conhecido pelos apelidos de Faustão e Teteu, durante confronto com a polícia. Em retaliação, criminosos queimaram pelo menos 35 ônibus na zona oeste cidade.

Além da GLO, o governo reforçou a atuação das Forças Armadas na faixa de fronteira, principalmente nos Estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que funcionam como rotas para escoamento de drogas.

Considerando a GLO e o reforço da presença das Forças Armadas nesses locais, serão utilizados 3.700 agentes nas operações.

Mais de 20 alunas de um colégio particular da zona oeste do Rio de Janeiro foram vítimas de produção de fotomontagentes nas quais, devido à alteração nas imagens, elas aparecem nuas. "É o assunto que se só se fala nisso, no recreio você anda só escutando sobre isso, você sai da escola, tem grupos falando sobre isso, então é uma situação que não tem como fugir. Eles nunca vão saber o trauma que eles causaram", disse uma das aulas em entrevista exibida neste domingo no Fantástico, da TV Globo.

Segundo relatos dos pais das vítimas, que procuraram tanto a 16.ª DP na Barra da Tijuca como a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, estudantes do Colégio Santo Agostinho teriam utilizado um aplicativo para produzir imagens falsas de colegas e de outras meninas que não estudam na mesma escola. De acordo com eles, a partir de uma foto da pessoa vestida, a ferramenta analisa suas características e substitui a imagem por um corpo bastante semelhante, só que nu.

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Esse tipo de app é chamado de "deep nude". As fotos alteradas teriam sido divulgadas pelos estudantes em grupos em um aplicativo de mensagens.

"Uma amiga minha me ligou enquanto estava em aula. Ela me contou que tinha nudes falsos nossos rodando pela internet. Não só meu, como dela e de mais umas outras amigas nossas", contou a aluna à TV Globo.

Também ao Fantástico, a mãe relatou que nunca viu a filha em uma situação como aquela. "Era um choro desesperador, um descontrole. Eu tentava acalmar: 'mas meu amor, não são suas as fotos'. 'Mas sou eu nua, mãe, meus amigos estão me vendo nua, e é constrangedor'", contou.

Investigações

A partir desta segunda-feira (6), a polícia começa a ouvir novas vítimas e também alguns dos suspeitos, além de funcionários do Colégio Santo Agostinho para colher novas evidências para as investigações - já foram identificados parte dos adolescentes envolvidos no caso.

Como os suspeitos são menores de idade, eles devem responder por ato infracional previsto no artigo 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente, que pune "simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual". Esse ato infracional prevê pena de um a três anos de reclusão e multa.

O Colégio Santo Agostinho enviou nota aos pais de alunos em que lamenta o episódio e afirma que "serão tomadas as medidas disciplinares aplicadas aos fatos cometidos, em tutela escolar". Mas a instituição pede "a compreensão de todos os envolvidos, pois a condução dos atendimentos demanda tempo e não podemos tomar decisões precipitadas". A nota afirma ainda que "é preciso tranquilizar seus filhos, não permitindo que se propaguem mais situações de conflito e desrespeito".

Em outra nota, ao público em geral, a escola afirma que está apurando o caso e adotando as medidas previstas no regimento da escola.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a divulgação de fotomontagens de alunas da unidade do Colégio Santo Agostinho situada na Barra da Tijuca (zona oeste) nas quais, devido à alteração nas imagens, elas aparecem nuas. Pais de alunas denunciaram o caso nesta semana à 16.ª DP (Barra da Tijuca) e à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, que assumiu a investigação do caso.

Segundo relatos de pais de alunas, alguém usou um programa de computador ou aplicativo de celular que, a partir de uma foto da pessoa vestida, analisa as características dela e substitui por um corpo nu bastante semelhante, capaz de parecer ser mesmo a aluna retratada. A suspeita é de que os responsáveis pela montagem e divulgação das imagens seriam alunos dos 7.º ao 9.º anos do colégio. Pelo menos 20 meninas - a maioria alunas do colégio - teriam sido alvos dessa conduta.

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O autor das montagens pode ser processado pelo crime previsto no art. 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): "simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual", que prevê pena de prisão de um a três anos, além de multa.

O parágrafo único deste artigo prevê que "incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido". Se o autor ou os autores forem menores de 18 anos, não responderão pelo crime, mas por fato análogo a ele.

O Colégio Santo Agostinho enviou nota aos pais de alunos em que lamenta o episódio e afirma que "serão tomadas as medidas disciplinares aplicadas aos fatos cometidos, em tutela escolar". Mas a instituição pede "a compreensão de todos os envolvidos, pois a condução dos atendimentos demanda tempo e não podemos tomar decisões precipitadas". A nota afirma ainda que "é preciso tranquilizar seus filhos, não permitindo que o caso se torne ainda mais e se propaguem mais situações de conflito e desrespeito".

Em outra nota, ao público em geral, a escola afirma que está apurando o caso e adotando as medidas previstas no regimento da escola.

A Polícia Civil emitiu nota em que afirma que a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente "instaurou procedimento para apurar os fatos, todos os envolvidos estão sendo chamados para serem ouvidos e diligências seguem para identificar a autoria do crime".

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) anunciada nesta quarta-feira, 1º, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é diferente das anteriores e que as polícias estaduais não serão substituídas. "A GLO anunciada incide sobre áreas federais, Lula não queria GLO em ruas e bairros", disse o ministro. Na semana passada, Lula havia descartado a possibilidade de decretar GLO para controlar a crise de segurança pública no Rio de Janeiro.

De acordo com o ministro, os dois eixos da operação de GLO em portos e aeroportos são tirar dinheiro do crime organizado e enfrentar a logística do crime contra o abastecimento de drogas e armas. Dino ainda disse que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vai liderar um plano de modernização tecnológica para as Forças Armadas e polícias.

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O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse nesta quarta-feira, 1º, que o governo vai apresentar um projeto contra tráfico de drogas e contrabando para endurecer o monitoramento e a fiscalização nos portos e aeroportos. De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, as Forças Armadas poderão policiar e realizar outras atividades nesses locais.

Os ministros falam em coletiva de imprensa após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciar a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos para combater o crime organizado. De acordo com Dino, na próxima semana será feito acordo de cooperação para a Polícia Federal (PF) interagir com órgãos de segurança do Rio de Janeiro.

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De acordo com Dino, os "maiores especialistas no Brasil", que são policiais e militares, foram ouvidos para elaborar o plano. "Eu próprio fui ao Paraguai, que é país chave nessa integração", disse o ministro.

Um recém-nascido foi levado de dentro de uma maternidade pública na madrugada desta quarta-feira, 1º de novembro, no centro do Rio. O bebê foi retirado do local por uma mulher enquanto a mãe e a avó do menino dormiam. No início da manhã, a Polícia Militar prendeu a suspeita do rapto em uma casa no Morro do Borel, na Tijuca, na zona norte da cidade, e resgatou a criança.

O bebê foi levado de volta à maternidade pouco antes das 9h da manhã, para comemoração da família e dos funcionários da unidade de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que dará maiores informações sobre o caso em breve.

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De acordo com a Polícia Militar, agentes da UPP Borel localizaram o bebê durante um patrulhamento dentro da favela. Eles chegaram à suspeita após a equipe receber uma denúncia anônima e vasculharem a área.

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O desaparecimento aconteceu por volta de 1h40. Imagens do circuito interno da Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda mostram uma mulher circulando pelos corredores com duas bolsas minutos antes de o sumiço da criança ter sido relatado.

O avô paterno do menino disse à TV Globo que a nora e a mulher entraram em desespero. "O bebê tinha acabado de ser amamentado e a minha esposa tinha trocado a fralda. Ela o colocou no berço ao lado da Nívea (mãe da criança) e parece que foi algo de instantes. A minha esposa e a Nívea tiveram um sono profundo. Vinte minutos depois, quando ela acordou para olhar o bebê, ele não estava mais no cestinho", relatou Davi Figueira.

"Imediatamente, minha esposa procurou saber com as outras companheiras do quarto se alguém tinha pego ele para acalmá-lo e não. Minha esposa entrou em desespero, foi ao posto de enfermagem e detectaram o sumiço", contou o avô.

Agentes da 4ª DP foram acionados e imediatamente se deslocaram à maternidade. As entradas e saídas foram restringidas. Além de analisarem as imagens do circuito interno, os policiais também estiveram no Centro de Operações Rio (COR) e verificaram imagens de câmeras de monitoramento da prefeitura espalhadas pela cidade.

Após a criança ser levada de volta à maternidade, a avó paterna do bebê, Patrícia Cunha, mostrou-se aliviada, mas disse que a família carregará o trauma para sempre. "É um trauma para a vida inteira para toda a nossa família, principalmente para a minha nora, para o meu filho. A gente espera que nosso País, os governantes, as forças, tomem providências para trazer mais segurança, porque a maternidade é um lugar que a gente acredita que está seguro", disse Patrícia.

"Ela acabou de ter um filho, não tem como cuidar, está sob cuidado de pessoas aqui. Você se deparar com uma situação dessas é desesperador, inimaginável, é inaceitável", declarou a avó.

Um forte temporal que atingiu o Rio de Janeiro fez o dia virar noite na manhã desta quinta-feira (26). De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, o município entrou em estágio de mobilização às 6h20, em razão de chuva moderada a forte e ventos moderados a fortes de até 76 km/h ao longo da manhã. A chuva que atingiu a cidade teve os maiores acumulados nas zonas norte e oeste.

"Núcleos de chuva vindos do Estado de São Paulo atuaram sobre a região da Costa Verde e se deslocaram para a cidade do Rio de Janeiro", disse ainda pela manhã Sistema Alerta Rio.

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No período de 15 minutos, os maiores acumulados foram registrados nas leituras pluviométricas entre 7h e 7h30 nas seguintes estações meteorológicas:

- Grajaú (19,2mm - 7h30);

- Bangu (18,2mm - 7h15);

- Madureira (17,8mm - 7h30);

- Jacarepaguá/Tanque (17,8mm - 7h30);

- Santa Cruz (17,4mm - 7h).

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Segundo o Sistema Alerta Rio, permanece a possibilidade de chuva fraca a moderada isolada até o fim da tarde. Há previsão de pancadas de chuva no período da noite. O céu estará nublado a encoberto, com previsão de chuva fraca a moderada a qualquer momento. Já as temperaturas se manterão estáveis, com mínima de 20 °C e máxima de 28 °C.

Na sexta-feira, 27, os ventos em médios níveis da atmosfera manterão o tempo instável, com previsão de chuva fraca isolada a qualquer momento. A chuva poderá passar de 5mm/h em pelo menos um ponto da cidade.

Ainda de acordo com o Alerta Rio, no sábado, 28, e no domingo, 29, as áreas de instabilidade em médios níveis da atmosfera, associadas ao calor e umidade, influenciarão o tempo na cidade do Rio de Janeiro, ocasionando pancadas isoladas de chuva moderada, ocasionalmente forte, no período da tarde e noite em ambos os dias.

Confira as principais recomendações:

- Mantenha-se informado por meio dos meios de comunicação e canais oficiais do COR;

- Baixe o aplicativo do COR.Rio, disponível para Android (http://bit.ly/appcor_android) ou iOS (http://bit.ly/appcor_ios);

- Se necessário, use os telefones de emergência 193 (Corpo de Bombeiros) e 199 (Defesa Civil).

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, publicou na rede social X (antigo Twitter), na tarde desta quarta-feira (25), um vídeo de câmera de segurança que flagra o momento em que três homens colocam fogo em uma estação do BRT, sistema de ônibus expressos que circulam em corredores exclusivos.  

No vídeo é possível ver que um dos homens derrama um líquido inflamável em uma parte da estação Santa Veridiana. Ele é acompanhando por outro homem, enquanto um comparsa vigia o lugar. Segundos depois de os três deixarem a cena, um rastro de fogo toma conta do local. 

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A estação fica na zona oeste da cidade e foi incendiada na última segunda-feira (23), em reação de criminosos à morte, pela polícia, de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, apontado como o número dois na hierarquia da milícia que atua na região. 

“Os marginais que destroem aquilo que é feito com dinheiro do seu imposto estão aqui nesse vídeo e nessas imagens. Já enviamos para a polícia!”, escreveu Paes na rede social, que publicou também fotos dos envolvidos. 

Também pela rede social X, a Mobi Rio, empresa da prefeitura que opera o sistema BRT, informa que a Santa Veridiana está fechada para embarque e desembarque por causa do ataque criminoso.  

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Entenda

Trinta e cinco ônibus foram incendiados na tarde da segunda-feira, o que o Rio Ônibus, Sindicato das Empresas de Ônibus do Município do Rio de Janeiro, classifica como o pior ataque à frota de coletivos da cidade já realizado em um único dia. A cabine de um trem também foi alvo dos incendiários. 

Um motorista está internado no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na zona oeste. Ele foi atingido pelo fogo quando tentava deixar um dos ônibus incendiados. O quadro dele é estável, de acordo com a direção da unidade. 

Desde então, 14 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento nos incêndios, sendo que seis foram liberadas por falta de provas. 

A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que “o policiamento permanece reforçado, diuturnamente, em toda zona oeste, bem como em vias expressas e rodovias que fazem conexão com os bairros afetados”. 

A Polícia Civil não fez comentários sobre a publicação do prefeito Eduardo Paes até a conclusão dessa reportagem.  

A queima de 35 ônibus na zona oeste do Rio foi uma ação orquestrada por milicianos em resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, conhecido pelos apelidos de Faustão e Teteus. Sobrinho do chefe de uma das principais milícias do Rio, ele era o segundo na hierarquia do grupo criminoso. Na última década, as milícias se expandiram no Grande Rio e estão presentes em boa parte da zona oeste da capital, afetando a vida de milhões de pessoas. Mas, afinal, o que é uma milícia?

As milícias são grupos armados que formam um poder paralelo, à revelia das forças de segurança do Estado. Em geral, elas são formadas por agentes ou ex-agentes do próprio Estado, como policiais, bombeiros e guardas penitenciários, mas há casos também de grupos criminosos criados apenas por civis.

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A existência desses grupos é antiga, mas ganhou especial atenção a partir dos anos 2000. No início, eles eram exaltados publicamente até mesmo por prefeitos e governadores, que viam as milícias como grupos auxiliares na segurança pública - um grave erro, segundo especialistas, considerando que se tratavam na verdade organizações criminosas que passariam a extorquir moradores e comerciantes, mediante elevada brutalidade.

Em 2008, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) instaurou a CPI das Milícias, que terminou com o indiciamento de 225 pessoas, incluindo vereadores e deputados estaduais. Aquela comissão de inquérito demonstrou o verdadeiro papel dessas organizações.

"(Elas) atuam em territórios de moradia de baixa renda, onde controlam ilegalmente ou cobram taxas extorsivas sobre os mercados de serviços essenciais como água, luz, gás, TV a cabo, transporte e segurança, além do mercado imobiliário. Sabe-se que tais controles são exercidos de maneira arbitrária, por meio de ações coercitivas como espancamentos, tortura e homicídios. Sabe-se ainda que as milícias se envolvem em disputas territoriais violentas - entre si e com "comandos" do tráfico de drogas - e que em diversas áreas elas também lucram com a venda de drogas", explica o relatório "A expansão das milícias no Rio de Janeiro: uso da força estatal, mercado imobiliário e grupos armados", do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF).

De fato, desde aquela CPI o perfil das milícias mudou bastante. Se no início se vendia a ilusão de que elas protegeriam moradores do Rio das facções do tráfico, hoje alguns desses grupos se aliaram a eles, incluindo o Terceiro Comando Puro (TCP) e o Comando Vermelho (CV), a maior do Rio.

"A milícia se diversificou, diversificou seus negócios. Este grupo que é ligado ao Ecko estabeleceu alianças com o CV e abriu conversas com o TCP. Então, acontece algo interessante nisso: há uma escalada de assassinatos desses líderes e parece que temos uma ação antimilícia em curso. Só que esta é uma lógica muito parecida com as ações antitráfico que vemos", diz Cecília Olliveira, diretora executiva do Instituto Fogo Cruzado.

"Basicamente (o que se faz é) a perseguição de líderes. Só que isso não afeta a estrutura. Então, o essencial parece ser essa aliança entre tráfico e milícia, mas garanto que não é. O essencial aqui é que vemos que há mais de uma década não temos nenhuma ação, nada com foco em atacar o poder miliciano no Estado", acrescenta Cecília.

Um estudo realizado pelo Instituto Fogo Cruzado em parceria com o Geni/UFF mostra que as áreas dominadas por grupos milicianos aumentaram 387,3% entre 2006 e 2021. Ao todo, segundo o mapeamento, 10% de toda a área territorial que compõe a região metropolitana do Rio tem atuação deles.

Na zona oeste carioca, onde os ônibus foram queimados na segunda-feira, os índices de violência cresceram muito este ano em relação a 2022. Segundo o Fogo Cruzado, até 23 de outubro o número de tiroteios havia aumentado 55% na região, e o de chacinas saltou de 4 para 14, o que representava um aumento de 250%.

O governo do Estado afirma estar empenhado no combate às milícias. Em nota, afirmou que "as ações para asfixiar o crime organizado já resultaram em prejuízos de mais de R$ 2,5 bilhões para as milícias" e que "mais de 1.500 milicianos foram presos".

Morte de Ecko intensificou ataques das milícias; conheça algumas das principais lideranças

A violência na zona oeste por parte das milícias se intensificou ainda mais nos últimos anos a partir da morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko. Líder da Liga da Justiça, então a maior milícia do Rio, ele foi morto em 2021 em uma ação da Polícia Civil. O processo de sucessão no grupo desencadeou uma verdadeira guerra entre seu irmão Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e Danilo Dias Lima, o Tandera.

"Houve um racha na milícia, com Tandera e Zinho disputando o controle das áreas que eram de domínio de Ecko. Esse conflito entre milicianos é grande e afeta a vida de milhões de pessoas há meses", explica Cecília Olliveira, do Instituto Fogo Cruzado.

"A Liga da Justiça, milícia formada inicialmente por policiais expulsos e aposentados, se transformou com a liderança de Carlinhos Três Pontes, que foi traficante e nunca foi policial. Ele começou a chamar traficantes para compor a milícia, e expandiu a relação com o tráfico", explica Cecília.

Zinho, de 44 anos, chegou à milícia por sua habilidade com as contas, apontam investigações. Era o responsável, segundo o governo do Rio, por contabilizar e lavar o dinheiro oriundo das atividades ilícitas, entre elas a venda clandestina de sinais de TV a cabo, licenças para serviços de transporte, venda de gás e cobrança de taxas de segurança dos pequenos comerciantes.

Tandera, com quem Zinho está em batalha sangrenta, rompeu com o grupo e se aliou a outros parceiros no crime. Investigações mostram que ele controla vastas regiões em cidades da Baixada Fluminense, como Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu. O miliciano é conhecido pelo uso de armas potentes, bombas e pelo estilo cruel.

Além deles, outro miliciano bastante procurado pela polícia do Rio é Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, de 52 anos. Ele atua diretamente no tráfico de drogas e está entre as lideranças do Comando Vermelho (CV), segundo o governo do Estado.

O criminoso, com trânsito entre traficantes e milicianos, saiu pela porta da frente do Complexo de Bangu, em julho de 2021, mesmo com mandado de prisão expedido. Segundo o Ministério Público do Rio, Abelha participou da decisão do CV de invadir o Morro de São Carlos, em 2020, que estava sob controle de uma facção rival.

Após a maior ação das milícias contra o transporte público e depois do envio de 300 agentes da Força Nacional e 270 policiais rodoviários federais para reforçar a segurança no Rio, o governo federal estuda enviar mais integrantes das Forças Armadas para o Estado. Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que avalia a hipótese de criar o Ministério da Segurança Pública, pasta separada da Justiça, conforme explicou no programa semanal Conversa com o Presidente, do Canal Gov.

Segundo Lula, o governo federal analisa como interagir com os governos estaduais, que são legalmente responsáveis pela segurança. "Vamos discutir como é que a gente pode participar mais, como acionar mais a PF (Polícia Federal), como pode fortalecer a Força Nacional, como pode utilizar as Forças Armadas participando como força auxiliar, sem passar a ideia para a sociedade de que Forças Armadas foram feitas para combater o crime organizado. Não é esse o papel das Forças Armadas e não vamos fazer isso", disse Lula. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também confirmou que está em estudo um ministério para cuidar exclusivamente da Segurança Pública.

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DETALHE

Em relação ao uso das Forças Armadas no Rio, não se trata de fazer nova intervenção federal, como a que foi decretada em fevereiro de 2018 por Michel Temer. Segundo o presidente Lula e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, os integrantes das Forças Armadas teriam a função de complementar o policiamento, que continuaria sob o comando do Estado. Durante a intervenção, o general Walter Braga Netto foi nomeado secretário de Segurança.

"Está em debate nesse momento no governo (...) o eventual ingresso das Forças Armadas (na segurança pública do Rio de Janeiro), com papel complementar. Nós não podemos e não vamos substituir o papel do governo do Estado, em respeito à Constituição, à autonomia federativa, mas nós estamos apoiando, e a diretriz do presidente Lula é aumentar esse apoio, quem sabe até, nos próximos dias, com a participação das Forças Armadas para nos ajudar nesse trabalho, complementar aquilo que as forças policiais vêm fazendo", afirmou o ministro.

"Nós não queremos pirotecnia, não queremos fazer uma intervenção no Rio de Janeiro como já foi feito e que não resultou em nada", afirmou Lula. "Nós não queremos tirar a autoridade do governador, tirar a autoridade do prefeito. O que nós queremos é compartilhar com eles, trabalhar junto com eles uma saída." O presidente ainda afirmou que "esse governo não vai se esconder e dizer que é só problema dos Estados". "Eu já conversei com o Flávio Dino e vou conversar com o Múcio (Defesa). Vamos usar a estrutura dos Ministérios da Justiça e da Defesa para ajudar a combater o crime organizado e a milícia no Rio."

As medidas são anunciadas após uma série de ataques de milicianos queimarem 35 ônibus, e paralisarem linhas de ônibus e trens, supostamente como represália após a morte do sobrinho de um dos líderes da organização. Pesquisas internas mostraram desgaste do governo com o tema da segurança pública. Os sucessivos problemas de segurança na Bahia e no Rio, apesar de serem questões estaduais, vêm pressionando o governo federal a agir.

FORÇA-TAREFA

No fim da tarde, o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, que está no Rio, reuniu-se com o governador Cláudio Castro (PL) e debateu uma proposta, apresentada por Castro, para criar uma força-tarefa especializada em identificar e confiscar os bens das facções criminosas. "Seria um grupo de inteligência, composto por órgãos estaduais e federais, para enfrentar os crimes financeiros e de lavagem de dinheiro. As organizações criminosas utilizam técnicas variadas para lavar o dinheiro, e asfixiar financeiramente essas organizações é decisivo para desmontar essas quadrilhas", disse o secretário. Além dos agentes da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, estão no Rio 20 policiais civis voltados a investigar pessoas ligadas ao crime organizado ou ao tráfico de drogas e de armas.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (24), que o Brasil "tem um problema crônico no combate ao crime organizado" ao comentar a série de ataques a ônibus que afetou a zona oeste do Rio nesta segunda-feira (23). Ele disse ter conversado com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e que vai conversar com o titular da Defesa, José Múcio, para usar a estrutura dessas pastas no combate ao crime organizado e à milícia no Estado.

"Esse governo não vai se esconder e dizer que é só problema dos Estados. Eu já conversei com o Flávio Dino e hoje vou conversar com o Múcio. Vamos usar a estrutura dos Ministérios da Justiça e da Defesa para ajudar a combater o crime organizado e a milícia no Rio. Nós queremos compartilhar as soluções dos problemas dos estados com o governo federal", informou o presidente.

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Lula acrescentou ainda que é necessário reunir prefeitos e governadores junto ao governo federal para "pensar soluções conjuntas". "A liberação das armas, de forma atabalhoada, fez com que o crime organizado se apoderasse de mais munição e vimos isso nos últimos anos", afirmou.

Ao menos 35 coletivos foram incendiados na zona oeste do Rio de Janeiro, segundo o sindicato que reúne as empresas de ônibus da capital. Segundo a Polícia Civil, os ataques foram praticados por um grupo de milicianos em represália à morte de Matheus da Silva Rezende, que era conhecido com Faustão ou Teteu, durante confronto com policiais civis numa favela de Santa Cruz, bairro da zona oeste.

"Nós estamos com o povo do Rio de Janeiro. Vamos compartilhar as soluções com o governo local para que o Rio possa voltar aos jornais pelas suas belezas e o que tem de melhor", acrescentou o presidente.

Lula disse já ter conversado também com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). A intenção, reforçou o presidente, é que a Aeronáutica "possa ter intervenção maior nos aeroportos" e a Marinha, nos portos. "Vamos combater mais o crime organizado, o narcotráfico e o tráfico de armas", disse ele, ao comentar também que a "Polícia Federal vai agir com mais força".

O Rio de Janeiro conta desde o dia 16 de outubro com o reforço de 570 agentes federais para incrementar a segurança em áreas de risco e no patrulhamento de estradas e rodovias. Do total, 300 deles integram a Força Nacional (FN) e 270 são agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

"Vamos ampliar a nossa presença no Rio, com mais agentes, mais viaturas e mais trabalho de inteligência", disse na oportunidade o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

'Toda a força do Rio (está) na rua', diz Castro

O governador Cláudio Castro declarou nesta terça-feira que as forças de segurança do Estado "continuam em estágio de máximo alerta", e afirmou que o efetivo policial está todo nas ruas da cidade.

"Minha orientação é para toda a força do Rio de Janeiro na rua. Viaturas, carros, blindados, helicópteros, drones, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar. A administração penitenciária também com nível máximo de cuidado e de alerta. Até estar totalmente estabilizado, assim vai ser a nossa postura. Uma postura muito na rua, para garantir que o cidadão tenha tranquilidade e o seu direito de ir e vir preservado", disse o governador, em entrevista no início da manhã.

Ele disse que metade das 12 pessoas detidas na segunda-feira por suspeita de participação nos ataques foram liberadas.

"Das 12 pessoas que foram detidas ontem (segunda), seis foram confirmadas a prisão - temos indícios de autoria e materialidade -, e outras seis, por falta de indícios, foram soltas. Mas as investigações e monitoramento dessas pessoas continuam". Ainda segundo o governador, outros dois suspeitos foram presos pela manhã.

Um dia após ataque no Rio de Janeiro, o BRT Transoeste, corredor de ônibus que atende a zona oeste da cidade, iniciou a manhã desta terça-feira, 24, com o serviço praticamente normalizado, conforme informou o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), direto do Centro de Operações Rio (COR-Rio), órgão da prefeitura que monitora a cidade por meio de câmeras.

Por volta das 7h40, o corredor já estava com os intervalos normalizados. "Estou acompanhando a situação dos transportes na cidade aqui do Centro de Operações Rio. O BRT Transoeste praticamente normalizado. Diretões começaram a circular e SPPO ainda em 50% da sua frota na zona oeste com impactos também na frota de Barra/Jacarepaguá", disse Paes. Posteriormente, ele citou que o porcentual das linhas de ônibus regulares, que estava em 50%, passou para 80% por volta das 7h30.

Ainda no fim da madrugada, a Supervia informou que excepcionalmente nesta terça-feira, a circulação de trens no ramal Santa Cruz teve início às 4 horas e não haverá partida de trens expressos e dos especiais de Campo Grande.

Castro voltou a afirmar que os alvos da polícia são os líderes de grupos criminosos que atuam no Rio de Janeiro, e descartou a possibilidade de realização de qualquer tipo de acordo com os criminosos. "Não há nenhuma espécie de acordo, nem com tráfico, nem com milícia, nem com ninguém", sustentou.

"Realmente nós estamos atrás, fazendo exatamente o que eu prometi fazer: ir atrás dos líderes. Ontem (segunda) tiramos de circulação um dos maiores líderes de milícia do Brasil, que era conhecido como ‘senhor da guerra’ deles, que era conhecido por juntar tráfico e milícia e fazer as famosas narcomilícias. Infelizmente, a reação deles foi desproporcional, coisa que nunca foi vista antes."

Morte de miliciano desencadeou ataques

Matheus da Silva Rezende, de 24 anos, é sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que desde 2021 é o líder do principal grupo miliciano que atua no Rio. Resende era o segundo na hierarquia do grupo, segundo a polícia.

Ele foi morto durante confronto com policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), o grupo de elite da Polícia Civil fluminense, e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), na favela Três Pontes, em Santa Cruz. Nessa mesma operação, uma criança de dez anos foi atingida de raspão na perna por uma bala perdida. Medicada, ela passa bem.

Depois da morte, os ônibus começaram a ser atacados e incendiados. Segundo o sindicato das empresas de ônibus, esse já é o maior ataque a ônibus da história do Rio. São 20 de linhas municipais, cinco do BRT e dez avulsos, de fretamento. Também foi colocado fogo em um trem.

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