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O governo do Estado de São Paulo e a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) informaram no período da manhã que está mantido o leilão do trecho Norte do Rodoanel para às 14 horas desta terça-feira (14). O presidente do Tribunal de Justiça (TJSP), desembargador Ricardo Anafe, suspendeu os efeitos de liminar, concedida no fim da tarde de segunda-feira (13) e que impedia o certame.

Com isso, a licitação ocorrerá conforme o programado.

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O projeto prevê a concessão dos serviços públicos de operação, manutenção e realização dos investimentos necessários para a exploração do sistema rodoviário por 31 anos.

O trecho tem 44 quilômetros de extensão e compreende os municípios de São Paulo, Guarulhos e Arujá.

O governo de São Paulo publicou um novo edital de concessão do trecho norte do Rodoanel Mário Covas, após adiamento do leilão em abril deste ano devido à "crise econômica". O certame está marcado para 12 de janeiro de 2023, na sede da B3. O investimento previsto é de R$ 3,4 bilhões, sendo R$ 2 bilhões para execução das obras remanescentes.

A concessão possibilitará a retomada das obras do trecho do anel viário, que estão paradas desde 2018. Cerca de R$ 1,8 bilhão será destinado à operação e manutenção do trecho durante todo o período do contrato, de 31 anos.

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O leilão previsto para abril foi suspenso pelo governo devido às incertezas geradas pelo cenário macroeconômico e pela alta de preços dos insumos. "Nos últimos meses, equipes técnicas trabalharam no aperfeiçoamento da modelagem do edital para tornar a concessão mais atrativa e dar mais garantias e segurança aos investidores, sem o acréscimo de despesas desnecessárias, favorecendo o interesse público do projeto", afirma em nota a Artesp, agência reguladora do Estado.

Com a suspensão do leilão, os parâmetros para a concessão foram atualizados. A data-base do estudo de viabilidade foi revisada de setembro de 2021 para março de 2022. Conforme comunicado, houve ajustes de alguns pontos do edital com o objetivo de ampliar a sua competitividade e a atratividade, além de mitigação dos riscos. Nesse processo, os técnicos tiveram a assessoria do International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial.

No novo edital, houve ampliação dos prazos para elaboração da proposta (que passou de 90 para 150 dias) e de pré-construção (que passou de seis meses para 12 meses). Segundo a Artesp, também foram alterados mecanismos referentes a vícios ocultos nas obras e à metodologia de avaliação da situação atual do trecho.

"Realizamos uma revisão profunda no edital para poder aperfeiçoar o modelo diante do cenário econômico atual e, com isso, concluir o processo de licitação para a retomada das obras", afirma o secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto.

O trecho norte do Rodoanel terá 44 quilômetros de extensão no eixo principal, 3 ou 4 faixas por sentido e sete túneis duplos. Com a conclusão das obras, o Rodoanel terá 177 quilômetros. A expectativa do governo de São Paulo é que a conclusão do trecho traga a redução de circulação de 18 mil caminhões por dia na capital, com mais rapidez para cruzar a região metropolitana no acesso a Santos, além da geração de mais de 15 mil empregos.

"A nossa expectativa é atrair investidores nacionais e internacionais e, para isso, trabalhamos em uma modelagem com mecanismos contratuais inovadores para garantir segurança jurídica aos investidores", afirma o secretário de Projetos e Ações Estratégicas do governo, Rodrigo Maia.

Responsáveis pelas obras de metade dos seis lotes do Trecho Norte do Rodoanel, as construtoras Mendes Júnior e OAS são alvo de investigação na Operação Lava Jato e já tiveram executivos condenados pela Justiça Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa no escândalo da Petrobrás.

Em novembro de 2015, o juiz Sérgio Moro impôs 19 anos e 4 meses de prisão a Sérgio Cunha Mendes, ex-vice-presidente da Mendes Júnior, pelo desvio de R$ 31,5 milhões em pagamentos de propina à Diretoria de Abastecimento da Petrobrás. Em abril deste ano, a extinta Controladoria-Geral da União (CGU) declarou a Mendes Junior inidônea, deixando-a impedida de fazer contratos com qualquer instituição pública nos próximos dois anos. Um mês antes, ela já havia entrado com pedido de recuperação judicial.

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Já a cúpula da OAS foi condenada pela Justiça Federal em agosto do ano passado pelos mesmos crimes praticados dentro da Petrobrás. José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira, e Agenor Medeiros, ex-diretor-presidente da área internacional, foram condenados a 16 anos e 4 meses de prisão. Pinheiro negocia com a Procuradoria-Geral da República (PGR) acordo de delação premiada.

Sobre as obras do Rodoanel Norte, a OAS informou, em nota, que elas "vêm sendo realizadas com total empenho e comprometimento" e que "o principal motivo do atraso ocorrido até o momento foi a demora na liberação para início de algumas frentes de serviços em decorrência de desapropriações".

A OAS informou que a principal dificuldade encontrada na escavação do túnel no lote 3 "está na restrição de horário para detonações e outras atividades". Informou ainda que cumpre todas as etapas do plano de recuperação judicial e que "os projetos que executa vêm sendo entregues".

Procurada, a Mendes Júnior não se posicionou sobre a paralisação das obras e a ameaça de rompimento do contrato.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A paralisação por cerca de um mês das obras de um dos lotes do Trecho Norte do Rodoanel, na Grande São Paulo, levou a empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), controlada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), a ameaçar romper o contrato com o consórcio das empreiteiras Mendes Júnior/Isolux, ambas em processo de recuperação judicial. A medida atrasaria ainda mais a conclusão do anel viário, adiada de fevereiro deste ano para março de 2018. Até agora, menos da metade (42%) foi feito.

O consórcio foi notificado no dia 6 de maio pela Dersa, após uma vistoria feita no lote da Mendes/Isolux constatar "desmobilização de equipamentos e de mão de obra". Em uma carta enviada à estatal anteontem, as construtoras afirmaram que aguardavam nos próximos dias o pagamento referente à medição dos serviços feitos em abril e projetavam retomar a obra hoje. Segundo a Dersa, o pagamento dos R$ 6,3 milhões devidos seria feito ontem e está dentro do prazo.

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Essa não foi a primeira vez que o consórcio responsável pelo lote 1 do Rodoanel, na zona norte da capital, paralisou os serviços. De acordo com a Dersa, no início de 2015 as empreiteiras que constroem os 6,4 quilômetros iniciais do trecho suspenderam os trabalhos por cerca de dois meses, voltando após o carnaval. Somente o contrato com a Mendes/Isolux é de R$ 647,6 milhões. O custo atual da construção dos 47,6 quilômetros de pistas é de R$ 3,9 bilhões.

A Dersa já consultou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre como proceder em caso de rescisão contratual. A instituição, que financiou R$ 2 bilhões dos cerca de R$ 7 bilhões previstos para todo o empreendimento, incluindo projeto, reassentamento e desapropriações, apontou como soluções a contratação do consórcio que foi o segundo colocado na concorrência de 2012 ou fazer nova licitação, a exemplo do que aconteceu nas obras da Linha 4-Amarela do Metrô.

"Pode acontecer (nova licitação) no Rodoanel. Estamos trabalhando duramente para que isso não aconteça", disse o presidente da Dersa, Laurence Casagrande, que criticou o consórcio por divulgar a seus fornecedores que a estatal estaria pagando valores menores do que o devido. "Nós estamos em uma disputa acirrada. Mas, neste momento, a gente trabalha com a perspectiva de ter a retomada das obras e continuar com eles", completou.

Aditivo. Apesar da paralisação das obras, o lote 1, que tem 38% do trecho executado, não é o que está mais atrasado. Segundo a Dersa, o lote 6, com apenas 27% concluído, sofre com longas disputas judiciais nos processos de desapropriação que tramitam na Vara de Guarulhos. O Ministério Público Estadual (MPE) investiga a existência de uma máfia envolvendo advogados e peritos judiciais que teria provocado desvios de R$ 1,3 bilhão nas indenizações.

No lote 3, que tem 35% de execução, o desafio da construtora OAS é, segundo a Dersa, a escavação de um túnel de 1,7 quilômetro, que precisa ser concluído até dezembro de 2017 para que não haja novos atrasos. Já no lote 5, da Construcap, um túnel desabado em dezembro de 2014 continua soterrado, aguardado a desapropriação de novas áreas para ser refeito.

Segundo a reportagem apurou, contudo, os consórcios reduziram o ritmo ou praticamente paralisaram as obras para pressionar a Dersa a assinar um aditivo contratual de reequilíbrio econômico-financeiro no valor de R$ 716 milhões. A decisão sobre o pleito das empreiteiras seria anunciada em maio, mas foi adiada por mais três meses, depois que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar denúncia de superfaturamento de pelo menos R$ 170 milhões nos serviços de terraplenagem da obra. A Dersa estima, porém, que o novo aditivo não ultrapasse os R$ 390 milhões, o que pode levar a Mendes Júnior e a OAS a abandonar as obras.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) afirmou nesta quarta-feira, 25, que a Prefeitura de São Paulo não tem competência para estipular contrapartidas para o Trecho Norte do Rodoanel. O Estado revelou ontem que documento enviado ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) pelo Município pede a construção de nove parques ao redor da Serra da Cantareira.

De acordo com presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) elaborou parecer de compensação ambiental, que foi aprovado pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente. Ele diz que a competência dos órgãos é garantida pela Lei Complementar 140 de 2011, já que se trata de obra intermunicipal. "A Prefeitura não tem direito de onerar o empreendimento", disse.

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Lourenço afirmou que a Cetesb exigiu 1,7 milhão de mudas como compensação, processo avaliado em cerca de 60 milhões, e o depósito de R$ 25 milhões. "Essa obra custa R$ 2 bilhões a mais por causa das medidas mitigadoras", disse. Segundo Lourenço, o traçado e o uso de túnel são exemplos de cuidados tomados para minimizar o impacto. Citando estudo relativo ao Trecho Sul, ele negou ainda que o Rodoanel estimule ocupações nas margens.

O secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Ricardo Teixeira, afirmou que o prefeito Fernando Haddad (PT) entende que a lei não é suficiente para proteger a Cantareira e que por isso tenta um acordo direto com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). O secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, afirmou ao Estado que estuda um dos pedidos da Prefeitura, a colocação de grades ao redor da Cantareira.

A compensação da Cetesb não ultrapassa R$ 85 milhões. Com área somada maior do que oito Parque do Ibirapuera, os parques pedidos pela Prefeitura custariam mais R$ 272 milhões ao governo estadual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Prefeitura de São Paulo pediu que o governo estadual construa nove parques cercados como compensação ambiental pelo Trecho Norte do Rodoanel. O Estado teve acesso ao documento com pedido da administração municipal, que prevê a criação de 12,9 milhões de metros quadrados de espaços verdes, com uma desapropriação estimada em R$ 272 milhões.

O documento está nas mãos do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que também o encaminhou para análise da Dersa. No total, a área corresponde a mais de oito Parques do Ibirapuera e é cinco vezes maior do que a atingida diretamente pela construção do Rodoanel Norte.

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Os espaços ficariam em áreas privadas, onde já há decretos de utilidade pública. Os nomes dos parques seriam os mesmos que constam nos decretos: Parada de Taipas, Bananal-Canivete, Bananal-Itaguaçu, Bispo, Tremembé, Santa Maria 1 e 2, Julião Fagundes, Engordador e Barrocada. Inicialmente, os locais funcionariam como reservas e depois poderiam ser equipados para receber o público.

Esses espaços ficam antes da área do Parque Estadual da Serra da Cantareira. A ideia é construir uma espécie de escudo verde para impedir que haja ocupações nas margens da rodovia, como aconteceu no Trecho Oeste do Rodoanel. Além das nove reservas, a Prefeitura quer que o governo faça um gradil com muretas em outros dez parques da Borda da Cantareira. O custo da colocação das grades é estimado em R$ 29 milhões.

O governo estadual também teria de ressarcir a administração municipal em R$ 25 milhões por quatro áreas em processo de desapropriação. Outro pedido é a entrega de 381 mil mudas para reflorestamento.

Na manhã de ontem, o prefeito Fernando Haddad (PT) e o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB), se reuniram para tratar da compensação ambiental. Na ocasião, Covas falou que estudava como colocar as grades para proteger a Cantareira sem criar barreiras ao fluxo de animais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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