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Os novos diretores do Banco Central, Rodrigo Alves Teixeira e Paulo Picchetti, foram nomeados nesta quarta-feira, 27, em decretos publicados no Diário Oficial da União, com mandatos até 31 de dezembro de 2027. Os dois tiveram as indicações aprovadas pelo Senado Federal em 12 de dezembro.

Rodrigo Teixeira irá exercer o cargo de diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, na vaga decorrente do término do mandato de Maurício Moura.

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Já Picchetti será diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, ocupando o lugar de Fernanda Guardado que também encerra seu mandato.

O Senado aprovou nesta terça-feira, 12, as indicações de Rodrigo Teixeira e Paulo Picchetti para diretorias do Banco Central. Os dois foram indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no fim de outubro e foram aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no fim de novembro.

Os dois substituirão diretores que têm mandato até 31 de dezembro deste ano.

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Ambos contaram com apoio expressivo no plenário do Senado:

Picchetti foi aprovado por 53 votos a 4 e Teixeira, por 50 votos a 3.

O primeiro será o próximo diretor do órgão na vaga aberta com o término do mandato de Fernanda Guardado, que chefia a Diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos.

O segundo será o diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, na vaga que hoje é ocupada por Maurício Moura.

O delegado Rodrigo Teixeira, ex-superintendente da Polícia Federal (PF) em Minas Gerais, defende o trabalho da corporação na investigação do atentado ao então candidato à Presidência Jair Bolsonaro em setembro de 2018. "O que eu posso dizer da Polícia Federal (...) é que foi feito um trabalho com toda dedicação, toda imparcialidade, cumprindo todas as formalidades legais", disse Teixeira ao jornal O Estado de S. Paulo.

O delegado avalia que foi exonerado do cargo, em fevereiro do ano passado, por contrariar o desejo de Bolsonaro e de seus filhos na condução da investigação sobre a tentativa de assassinato. Ele acredita que o clã Bolsonaro demonstrava interesse de que a apuração chegasse à conclusão de que o autor da facada, Adélio Bispo de Oliveira, tinha sido financiado por partidos políticos ou uma organização criminosa.

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"Desde o primeiro dia que foi instaurado o inquérito foi dada a oportunidade para familiares da vítima (Jair Bolsonaro) para que pudesse acompanhar o procedimento da investigação. Os filhos do Bolsonaro nunca me procuraram e preferiam ficar atacando eu e minha equipe em rede social."

Por serem parte na investigação do atentado à faca, Bolsonaro e sua família tiveram acesso ao inquérito da PF.

O presidente voltou a cobrar um novo rumo nas investigações na semana passada, após demitir Maurício Valeixo da direção-geral da PF. Na noite de anteontem, durante entrevista na entrada do Palácio do Alvorada, o presidente reiterou a crença de que há um mandante por trás da tentativa de homicídio da qual foi vítima. Disse que o caso "foi negligenciado" e a apuração seria "reaberta" com o novo comando da PF.

A investigação concluiu que Adélio agiu sozinho. Um segundo inquérito foi instaurado para apurar eventual participação de terceiros no atentado. A 3ª Vara da Justiça Federal em Juiz de Fora já considerou Adélio inimputável por sofrer de distúrbios mentais.

Relatório

O Estado apurou que nos próximos dias - após encerrado o prazo de conclusão do segundo inquérito aberto para apurar o atentado - um relatório parcial deverá ser divulgado. Nele serão apresentados os resultados de todas as diligências feitas (interrogatórios, oitivas de testemunhas, exames periciais, levantamentos de campo, quebras de sigilo fiscal, telefônico, bancário e de e-mails e dados de redes sociais), além da análise das postagens em redes sociais com teses sobre a participação de eventuais mandantes e apoiadores. A PF "desconstruiu minuciosamente" as teses levantadas com provas técnicas, diz uma fonte. As conclusões reforçam o caráter solitário do atentado, não indicando participação de outras pessoas.

Procurado, o Palácio do Planalto afirmou não iria se manifestar. A reportagem tentou contato, por telefone e e-mail, com os gabinetes do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. 

No mês passado, o filme A Vida Invisível, dirigido por Karim Aïnouz, desbancou outros 11 filmes e foi escolhido o representante do Brasil na corrida ao Oscar do próximo ano. A produção disputa agora com títulos de outros países para figurar entre os cinco indicados na categoria de melhor filme estrangeiro. Para o produtor do filme, Rodrigo Teixeira, diversos elementos qualificam a obra para uma indicação. Ele considera, por exemplo, que o gênero melodrama pode ser um diferencial.

"Acho que o gênero do filme é um ponto positivo. O melodrama conversa muito com o público dos Estados Unidos. É um clássico também do cinema norte-americano", disse à Agência Brasil.

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O filme é baseado no livro A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha, e conta a história de duas irmãs que vivem sob um rígido regime patriarcal, o que faz com que elas trilhem caminhos distintos. A estreia nos cinemas brasileiros está marcada para o dia 31 de outubro. Nesta terça-feira (17), ele será exibido em sessão gratuita na abertura Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte (CineBH), que chega à sua 13ª edição propondo uma reflexão sobre o sucesso internacional dos filmes brasileiros.

Em maio, A Vida Invisível foi premiado na mostra "Um certo olhar", que integra o prestigiado Festival de Cannes, na França. Para Rodrigo, essa conquista coloca o filme diretamente como elegível para disputar um Oscar. Além disso, a carreira sólida e reconhecida internacionalmente do diretor Karim, que está em seu sétimo longa-metragem, também contribui para a indicação.

A cerimônia do Oscar está agendada para o dia 9 de fevereiro. O anúncio dos filmes estrangeiros finalistas ao Oscar será no dia 13 de janeiro. A última vez que uma produção brasileira concorreu na categoria foi em 1999, com Central do Brasil, de Walter Salles. O filme contava com a participação da atriz Fernanda Montenegro, que concorreu ao Oscar de melhor atriz naquele ano.

Esse é outro diferencial que pode influenciar na escolha de A Vida Invisível, na visão de Rodrigo Teixeira. O elenco do filme também conta com a presença de Fernanda Montenegro. "A sua participação coloca um selo no nosso filme. É a maior atriz do cinema brasileiro, uma artista que é unanime e engrandece qualquer obra em que esteja presente".

A produtora RT Features, responsável pelo filme, vem desenvolvendo uma campanha em busca da indicação. Com o objetivo de figurar entre os cinco, uma equipe está em turnê pelos Estados Unidos, em viagens de apresentação e lobby. Está nos planos a promoção de sessões para os integrantes da Academia do Oscar em cidades onde estão o maior número de votantes. A campanha mira também o circuito de festivais norte-americanos.

"Posso afirmar que a RT Features está inserida no mercado americano, com diversos longa-metragens produzidos e premiados. Em 2018, fomos a única produtora com três filmes no Independent Spirit Awards. Nesse mesmo ano, trabalhei conjuntamente com os outros produtores na campanha do Oscar do Me Chame Pelo Seu Nome e pude acompanhar de perto esse processo. Essa experiência também é um ponto positivo. E, além disso, um dos pontos mais importantes de uma campanha para o Oscar é a distribuidora norte-americana. E a Amazon, que irá distribuir o filme nos Estados Unidos, tem olhado com muita atenção para essa premiação", disse Rodrigo.

Quando há alguns anos o produtor Rodrigo Teixeira convidou Karim Aïnouz para dirigir um filme inspirado nas canções de Chico Buarque, o diretor não teve dúvidas: "Olhos nos Olhos". "Porque é a música do Chico que mais me toca, que me emociona, que mais ouvi quando me separei tantas vezes na vida", explica o diretor. É exatamente a emoção e a separação que dão o tom a "Abismo Prateado", longa que estreia nesta sexta-feira, 26, após ter feito sua première mundial na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2011.

Com roteiro de Aïnouz e de Beatriz Bracher (de "Os Inquilinos"), o filme conta um dia na vida da dentista Violeta (Alessandra Negrini), de 40 anos, que, logo após se mudar para um apartamento em Copacabana, com seu filho adolescente e seu marido (vivido por Otto Jr.), vê sua rotina se revolucionar após descobrir, por meio de uma mensagem deixada no celular, que o marido a deixou. É a longa jornada dia e noite adentro desta mulher, que acaba de despencar no abismo do desamor e do abandono, de que trata "Abismo Prateado". Para Negrini, este foi um filme difícil, uma vez que a ação está em cima da Violeta o tempo todo. "É ela, sozinha, agindo e reagindo em meio à cidade, quando o abismo se abre, quando o tempo para e ela, diante disso, tem de lidar com a dor e o desamparo. Foi um filme tão difícil, ou até mais, de se preparar do que de filmar", comentou a atriz sobre seu processo de filmagens e de preparação para viver Violeta.

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Para Aïnouz, este era um filme em que, "por não ter muita história, destramado", a canção, e o tom, era crucial para conduzir a narrativa. "Eu queria que este fosse um filme desabusadamente romântico. Foi Olhos nos Olhos que permeou sempre o trabalho", comenta o diretor. "Há outras músicas do Chico que são lindas, mas que são mais narrativas, mais prosa. Esta canção tem algo de bonito, é mais poesia. Quem é você? Quem é meu bem? Mesmo por tocar meu ponto nevrálgico, é uma canção que me permitia imaginar mais. Quem é esta mulher que canta 'quando você me deixou, meu bem?' Qual o nome dela?"

Após longas premiados como "Madame Satã" e "O Céu de Sueli", Aïnouz conta que desta vez quis fazer um cinema que não fosse tão calcado em momentos de ação e roteiro. "Talvez seja meu filme mais irregular, em que a mise-en-scène está muito mais próxima da pulsação da Violeta que de um preciosismo de enquadramentos. Este é um filme de sensações, que, não por acaso, as mulheres naturalmente sentem mais forte. Não sei como os homens processam o abandono, mas a dor do desamparo é algo humano. E é fisiológico. Dói mesmo", comenta o diretor, que teve com um dos grandes desafios representar, por meio das imagens, este nervo exposto que a dor deixou em Violeta.

Para Negrini, Violeta busca a cura. "É um momento de dor, mas, ao mesmo tempo, de superação. E de muita beleza", pontua a atriz, cuja atuação forte e ao mesmo tempo delicada dá à personagem a medida real do sofrimento. Cada expressão de Violeta, cada franzir de testa, cada gesto desajeitado, de alguém que se machuca tanto fisicamente quanto emocionalmente, traduz uma desorientação tão surreal quanto realista. "Quem nunca foi deixado e caiu neste abismo? Num nada em que se leva alguns dias para voltar a caminhar direito?", questiona o diretor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ABISMO PRATEADO

Direção: Karim Aïnouz. Gênero: Drama (Brasil/ 2011, 83 min). Classificação: 14 anos

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