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Nas edições passadas do Enem, grupos passaram mensagens positivas para os candidatos da prova. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

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“Desigual”. “Polêmico”. “Complexo”. “Injusto”. “Desafiador”. A lista de termos proferidos a respeito do contexto em torno do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é robusta e ainda teria espaço para mais definições críticas. Submetidos repentinamente à prática do ensino remoto, cercados por problemas econômicos e sob o risco do novo coronavírus, estudantes e professores vivenciam a véspera da prova mais questionada dos últimos tempos, antes mesmo de sua aplicação.

Entre muitos estudantes brasileiros, se manifesta o sentimento de uma preparação longe do ideal, muitas vezes deficitária em decorrência da falta de recursos materiais e tecnológicos para o ensino a distância. E mesmo entre os que são privilegiados por esses recursos, há desafios que perduram desde 2020, relacionados à dificuldade de familiarização das aulas a distância. Além dessas questões, existe um ponto ainda mais severo: o medo de contágio, uma vez que terão que se submeter ao Enem, mesmo em plena pandemia.

Há, ainda, problemáticas em torno da organização da prova. Primeiro, houve demora para a definição do cronograma. Segundo, o Governo Federal bateu cabeça para definir os critérios de seleção dos principais programas de acesso ao ensino superior por meio das notas do Enem. E nos últimos dias, autoridades judiciais e entidades estudantis pedem o adiamento do processo seletivo, alegando que os candidatos se arriscarão ao fazer uma seleção durante a pandemia. No centro de tantos problemas, está o candidato. “A pandemia impacta ferozmente. Impacta a saúde mental de todos. Ficar trancado é muito difícil, sobretudo para quem não tem espaço, não tem acesso a certas coisas”, comenta o médico e professor de biologia Fernanda Beltrão, referência na preparação para os principais vestibulares do Brasil.

Natalia Cavalcanti de Britto, de 18 anos, reside no Recife. Fez o Enem pela primeira vez em 2017, na condição de treineira. Agora, na edição 2020, ela segue em busca da aprovação de medicina, ao mesmo tempo em que precisou se adequar à uma realidade desafiadora de preparação. “Com o início da quarentena em março, toda a minha rotina se transformou em ensino a distância. Com isso, acabei me sentindo mais cansada e meu rendimento caiu bastante devido à quantidade de horas em frente ao computador e ao celular”, revela.

Além da carga do ensino remoto, a organização da prova em si, para Natalia, não foi das melhores. “Eu acho que o MEC tem muito a melhorar na questão de organização. Além de invalidarem a enquete que deveria servir como solução para o adiamento da prova, muitos estudantes se desesperaram com a confusão em relação às datas e ao uso da nota do Enem no Prouni e no Sisu”, opina.

O início do ensino remoto também foi dificultoso para Aline Laurindo dos Santos, 30. Moradora do Recife, a candidata precisou mudar seu formato de estudos para continuar seu planejamento rumo à aprovação em medicina. Ouça:

Valorize os seus sonhos

A professora de redação Fernanda Bérgamo classifica a edição do Enem 2020 como a mais problemática dos últimos anos. No entanto, nesta reta final, a educadora tenta direcionar sua atenção aos sonhos dos seus alunos. Para a docente, mesmo em meio às adversidades, é fundamental acreditar em um resultado positivo.

“Amanhã, você vai fazer a melhor redação da sua vida. Vai sim! Eu acredito em vocês. Essa redação que não precisa de título será a primeira página do livro que vai contar a sua história na universidade. Acredite!”, diz Fernanda. Na live a seguir, produzida pelo LeiaJá e Vai Cair No Enem, professores trouxeram mais mensagens positivas para os estudantes. Assista:

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De acordo com o psicólogo Dino Rangel, que também é professor de geografia, os impactos pandêmicos, claramente, afetaram os estudantes. A rotina do ensino remoto, os problemas econômicos, o luto e os problemas familiares são algumas das situações que atrapalharam a preparação dos alunos. Porém, para Rangel, mesmo diante dos obstáculos, desistir não é a opção. “O aluno não precisa desistir, porque todos, de alguma forma, foram afetados. Uma dificuldade que afetou todas as classes sociais, obviamente de maneiras diferentes. Em segundo lugar, todos precisam compreender que a vida não é só a prova. A vida faz parte da prova, mas a prova não é a vida. A prova é uma etapa da vida. Então, se o aluno se dedicou, ele vai conversar com a prova, e quem não se dedicou, precisa encarar como uma experiência, um aprendizado, para amadurecer em provas posteriores. E se para o aluno a aprovação é o sonho, então ele precisa seguir em frente e lutar por esse sonho. Depois, dará mais valor ao sonho realizado, porque conseguiu realizá-lo mesmo em meio a tantos problemas”, orienta o psicólogo.

Também em entrevista ao LeiaJá, a psicóloga Thais Oliveira destacou a importância dos sonhos na vida dos candidatos. Segundo a especialista, uma das estratégias para os estudantes é o estabelecimento de metas pessoais e profissionais, além da prática do "pensar positivo". Ouça:

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A professora de Linguagens e redação Josicleide Guilhermino, a pedido do projeto Vai Cair No Enem, escolheu um poema para interpretar. Foi uma forma de levar aos candidatos uma mensagem de acolhimento, em meio à ansiedade nos instantes finais antes da prova. Não deixe de ver:

 

Uma publicação compartilhada por Vai Cair No Enem (@vaicairnoenem)

 

As provas impressas do Enem começam neste domingo (17), com questões de Linguagens, Humanas e redação. No dia 24 deste mês, os estudantes enfrentarão quesitos de matemática e Ciências da Natureza.

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