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A seleção brasileira feminina de rúgbi de sete encerrou neste sábado, em Dubai, a sua participação no Circuito Mundial de Sevens, promovido pela World Rugby. Na disputa pelo quinto lugar, as brasileiras, conhecidas como Yaras, foram derrotadas pela seleção da Grã-Bretanha, por 22 a 21, e terminaram o torneio na sexta colocação, a melhor já alcançada pela equipe nacional na história da competição. A etapa foi vencida pela Austrália, que derrotou a seleção do Fiji por 22 a 7, e a França terminou em terceiro lugar ao bater a Rússia por 40 a 0.

Em uma partida equilibrada e cheio de viradas, a Grã-Bretanha, quarta colocada nos Jogos do Rio-2016 e Tóquio-2020, só garantiu a vitória nos instantes finais. As Yaras começaram apostando na forte marcação no meio-campo, mas não conseguiram suportar a pressão por muito tempo. Aos 4 minutos de jogo, Jasmine Joyce anotou os primeiros pontos do confronto com um try. O Brasil respondeu logo depois, também com um try, com Bianca Silva, após uma arrancada de 40 metros, e seguido da conversão de Raquel.

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No início do segundo tempo, as britânicas conseguiram um try com Elle Boatman e voltaram a ficar na frente do placar. Mas as Yaras, com paciência, viraram novamente com Edna Santini e conversão de Isadora "Izzy" Cerullo. O equilíbrio se manteve até o final do jogo e as brasileiras voltaram a ficar atrás do placar depois de mais um try convertido pelas britânicas. Valentes, as Yaras foram buscar o resultado, e em um tiro de longa distância de Gabriela Lima, e a posterior conversão de Raquel, o Brasil aproximou-se de garantir a vitória.

Contudo, nos instantes finais da partida, Grace Crompton converteu um try e decretou a vitória da Grã-Bretanha por 22 a 21. As brasileiras, que já tinham conseguido vencer a Espanha (26 x 12 ) e derrotar, de forma inédita, os Estados Unidos (12 x 10), acabaram perdendo a disputa pelo quinto lugar da etapa e encerraram a competição na sexta colocação.

Apesar da derrota, as brasileiras encaram a campanha em Dubai de forma positiva. "Quando encaixamos nosso plano de jogo, o Brasil é de fato um time a ser batido", avaliou Raquel Kochhann. "Esse resultado representa o trabalho que vem sendo realizado há pelo menos dez anos, com excelentes atletas e profissionais envolvidos. Elas trabalham muito duro e merecem tudo que vêm conquistando. Estou feliz e querendo mais porque sei do nosso potencial", ressaltou o técnico William Broderick.

As Yaras permanecem em Dubai porque nos dias 3 e 4 de dezembro vão disputar a última etapa do Circuito Mundial de Sevens Feminino de 2021.

Em novembro, as brasileiras foram campeãs do Sul-Americano da categoria, disputado em Montevidéu, e garantiram vaga para a Copa do Mundo de Rúgbi de Sete, que vai acontecer em setembro de 2022, na África do Sul. Na final, as Yaras derrotaram a seleção da Colômbia por 36 a 5.

Confira a campanha do Brasil no Circuito Mundial de Sevens em Dubai:

Brasil 21 x 26 França

Brasil 26 x 12 Espanha

Brasil 5 x 38 Austrália

Brasil 12 x 10 Estados Unidos

Brasil 21 x 22 Grã-Bretanha (disputa de 5º lugar)

As Yaras, seleção feminina brasileira de rúgbi de sete, estão classificadas para a Copa do Mundo da categoria, marcada para setembro de 2022, na Cidade do Cabo, na África do Sul. A vaga veio nesse sábado, com uma vitória por 36 a 5 sobre a Colômbia, no Carrasco Polo Club, em Montevidéu, durante disputa da final do Campeonato Sul-Americano.

Única representante sul-americana nas edições de 2009, 2013 e 2018, as Yaras terão a companhia das colombianas desta vez. O desempenho da seleção comandada pelo head coach Willian Broderick e pela capitã Luiza Campos foi bastante sólido, com seis vitórias em seis jogos, 264 pontos marcados dentro de campo, 42 tries e 27 conversões. Apenas Colômbia, Uruguai e Argentina, que terminou em terceiro lugar no torneio, conseguiram anotar pontos na defesa brasileira.

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"Agradeço ser reconhecida pelo desempenho, mas nosso resultado é coletivo, vem de um trabalho forte com um grupo bem numeroso de atletas. Estamos muito contentes em representar mais uma vez o rugby sul-americano na Copa do Mundo e poder compartilhar os aprendizados do alto rendimento com as demais seleções do nosso continente", disse Bianca Silva, eleita pela Sudamérica Rugby como a melhor jogadora da competição.

Com mais uma boa atuação de Bianca, as Yaras foram avassaladoras nos primeiros sete minuto, marcando cinco tries com Thalia Costa, três vezes, Mariana Nicolau e Bianca Silva, além das conversões de Raquel Kochhann e Isadora "Izzy" Cerullo.

Na etapa final, a folga no placar continuou graças ao bom desempenho defensivo. Apesar de penais cometidos, decorrentes da forte luta pela bola, as Yaras ainda marcaram um try com Marcelle Souza, completado por Izzy. No fim da partida, Leidy Soto marcou o try de honra das colombianas.

Há pouco mais de um mês, Mariana Miné foi escolhida para ser a CEO da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) e se tornou a primeira mulher a ter esse cargo na entidade. Também é um dos raros casos de dirigente esportivo no Brasil que não seja homem. Com uma carreira em grandes empresas, ela topou o desafio de continuar o projeto de fazer a modalidade crescer no Brasil e espera conseguir bons resultados no comando da entidade.

"Em vários momentos na minha carreira acho que tive essa situação de olhar para o lado e ver muitos homens e poucas mulheres. É uma construção, aos poucos vamos vendo mais lideranças femininas e o segmento acaba também demandando a presença de mais mulheres", comenta a CEO, que trabalhou em lugares como a Ambev e a Unilever.

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Outra situação inusitada em sua trajetória é que nunca esteve ligada diretamente ao esporte, muito menos ao rúgbi. "Está sendo incrível porque minha trajetória profissional não tem nada a ver com esporte. Sou administradora por formação, trabalhei com vendas e marketing, e para mim está sendo um desafio muito grande entrar de cabeça nisso tudo. Esse trabalho na CBRu está sendo muito rico."

Depois de trabalhar em grandes empresas, Mariana decidiu abrir seu próprio negócio no ramo de alimentos para animais de estimação. "Quando decidi que não queria mais ser empreendedora, queria vender minha empresa, aí resolvi olhar o mercado. Fui conversar com um head hunter e ele comentou sobre essa vaga", conta.

Ela refletiu um pouco sobre a possibilidade e decidiu encarar o desafio. "Já tinha uma referência do esporte, já tinha também a ideia de que estávamos falando de uma confederação séria, com transparência, governança, pessoas e processos fortes no conselho. E vi também a oportunidade de construir o crescimento do esporte no Brasil", diz.

Mas isso ainda era um processo seletivo longo e pesado. Ela conversou com os seis conselheiros da CBRu. "Foi engraçado também porque, na conversa, eles me entrevistavam e eu os entrevistava também, para entender melhor esse lado deles de serem pessoas que jogaram rúgbi na faculdade, mas ainda estavam lá doando o tempo deles. Acho que foi o processo seletivo mais rigoroso de que participei."

Mariana é sincera ao falar de sua relação com a modalidade. Ela já conhecia o rúgbi, mas pouco. "Eu já sabia alguma coisa por causa de amigos que jogavam. Também morei na Austrália na época de universidade, em 2003, e nesse período teve lá a Copa do Mundo de rúgbi. Então pude vivenciar isso, que me trouxe um pouco de entendimento quando a possibilidade bateu na minha porta", explica.

A CBRu teve uma boa gestão com o argentino Agustín Danza, que fortaleceu a entidade no desenvolvimento dos jogadores durante cinco anos e meio. O CEO foi sucedido por Jean-Luc Jadoul, que exerceu a função por um ano e três meses e aproveitou para reorganizar as contas da entidade em um momento de diminuição de recursos financeiros no esporte no Brasil. Agora, Mariana chega para tentar colocar em prática sua experiência adquirida em outros ramos de atividade.

"Eu já estive sentada do lado de lá, na mesa de negociação entre entidade e patrocinador. Já cuidei de marcas e procurei oportunidades no mercado. Isso com certeza vai trazer riqueza para construção de produtos mais relevantes. Como empreendedora é um desafio de vida. Sei que precisa ter muita resiliência para fazer acontecer", diz. "Estou aqui para continuar o trabalho rico que foi feito", continua.

O maior desafio será conseguir ativar a modalidade em um momento de pandemia por causa da covid-19, quando competições não podem ser realizadas e quando são, não há presença de público. "É uma dificuldade enorme. Nosso produto é jogo, tem muita coisa por trás disso, e ainda vai levar um tempo para a gente conseguir jogar com todos os protocolos", diz, ciente de que para as categorias de base é mais complicado ainda.

A CEO da confederação chega disposta a realizar o primeiro campeonato feminino de rúgbi 15 no Brasil, com disputas de adulto e juvenil, para começar a moldar a seleção brasileira. Também continuará apostando em alguns profissionais de outros países, pois para ela é importante aprender com o rúgbi internacional, mas é preciso também que esses especialistas tenham um papel de formação para deixar como legado e solidificar na equipe técnica brasileira.

E seu próximo ato será conversar com os atuais patrocinadores da CBRu - são 17 no momento, incluindo parceiros e apoiadores. "A gente está no momento de fechamento de orçamento, é difícil, precisa fazer escolhas, mas agora vou começar a falar com todos os patrocinadores. Já tenho reunião marcada com alguns e quero entender a percepção deles da nossa parceria. Uma das minhas prioridades passa por aumentar o vínculo e aumentar a captação de recursos", conclui.

A World Rúgby, a federação mundial da modalidade, publicou um novo guia às associações nacionais do esporte em que recomenda que mulheres transgêneros sejam excluídas do esporte. As razões para a diretriz seriam "motivos de segurança", segundo publicou a BBC. O documento foi criticado por organizações que defendem os direitos LGBT.

"Essa proposta foi baseada em um hipotético modelo de dados que tem pequena relevância em questões como justiça e segurança no rúgbi. Políticas importantes como essa deveriam ser baseadas em robustas e relevantes evidencias e trabalhadas próximas de pessoas trans praticantes de esporte", afirmou Nancy Kelley, chefe-executiva da Stonewall, organização britânica que luta contra a homofobia e a transfobia.

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Bill Beaumont, presidente da federação de rúgbi, ouviu as críticas e disse que mudanças nas recomendações podem ocorrer no futuro. "Nós reconhecemos que a ciência continua evoluindo e nos comprometemos a rever regularmente essas recomendações, sempre tentando ser inclusivos", comentou o mandatário.

O documento da World Rugby traz apenas recomendações, e não cria novas regras; as federações nacionais tem autonomia para tomar as decisões sobre seus próprios torneios locais. Quanto aos atletas trans masculinos, nenhuma recomendação para limitar a prática do esporte foi feita.

No Brasil, o debate sobre a presença de atletas trans no esporte se fortaleceu após o sucesso de Tiffany, jogadora de vôlei, na Superliga Feminina. Um projeto de lei para proibir que os atletas trans possam atuar profissionalmente nas ligas do gênero com o qual se identificam foi apresentado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelo deputado Altair Moraes (Republicanos) em 2019, mas ainda não foi votado por conta de sucessivos adiamentos.

Sem nenhum registro de casos de transmissão de coronavírus há mais de três semanas e sem nenhum caso ativo há uma semana, a Nova Zelândia festejou o retorno do rúgbi profissional, um dos esportes mais populares do país, com o estádio em Dunedin com 20 mil torcedores para ver a vitória dos Otago Highlanders, por 28 a 27, sobre os Waikato Chiefs.

O público no estádio, sem restrições de comportamento, relembrou o período antes da pandemia do coronavírus, quando os jogos foi paralisados em março. Os torcedores comemoraram o tempo todo até o último lance, que definiu a partida.

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Este duelo abriu o Super Rugby Aotearoa. A competição é uma versão reduzida do Super Rugby, na qual equipes da Nova Zelândia, África do Sul, Austrália, Argentina e Japão se enfrentavam antes da suspensão por causa da pandemia.

A Nova Zelândia tem cinco milhões de habitantes e foi considerada um exemplo da luta contra o coronavírus, com apenas 22 mortes. Na segunda-feira, o país suspendeu as últimas restrições.

Estão definidos os finalistas da Copa do Mundo de Rúgbi, que está sendo realizada no Japão. Em duelo equilibrado, a África do Sul derrotou País de Gales por 19 a 16 neste domingo, em Yokohama, e fará a final da competição contra a Inglaterra, que desbancou o favoritismo da Nova Zelândia na outra semifinal.

A grande decisão está marcada para o próximo sábado, dia 2 de novembro, em Yokohama. Será a terceira vez que a África do Sul disputa uma final. Nas duas oportunidades em que chegou a esse estágio, sagrou-se campeão. Primeiro em 1995 e depois em 2007.

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Assim como há 12 anos, os africanos contarão com a força física, uma defesa sólida e o jogo estruturado e organizado para vencer. "Não tenho 100% de certeza de que a final da Copa do Mundo será vencida por um plano de jogo expansivo e de tries maravilhoso", disse o técnico da África do Sul, Rassie Eramus. "Posso estar errado, mas vamos trabalhar com o que temos".

A partida neste domingo foi marcada pelo vigor físico e pelo equilíbrio. O próprio Eramus admitiu que o desempenho não foi brilhante, mas ficou feliz com a postura de seus comandados. "Provavelmente não foi o melhor espetáculo para assistir", reconheceu o treinador. "Mas os rapazes pegaram suas armas e se adaptaram a elas".

O técnico não deve ter gostado dos 20 primeiros minutos, período em que o País de Gales foi dominante. Os africanos, porém, cresceram aos poucos na partida tendo maior posse de bola e conseguindo ações ofensivas importantes.

Handre Pollard foi o grande destaque do confronto e liderou a seleção africana. Ele converteu quatro pênaltis e marcou quase todos os pontos de sua equipe. No final, os galeses tentaram o empate, mas pararam na forte defesa adversária.

O revés impediu a despedida perfeita do treinador Warren Gatland, que deixa o comando do País de Galés após 12 anos de sucesso. "Quando estávamos na briga de braço, tratava-se de atrito e tenho orgulho dos jogadores por não desistir e lutar até o final", disse Gatland. "Poderia ter sido diferente", lamentou.

A seleção brasileira masculina de rúgbi sofreu, neste sábado, a primeira derrota no Campeonato Sul-Americano 6 Nações. Em partida disputada em Osasco (SP), no estádio José Liberatti, a equipe nacional perdeu para o Uruguai XV por 38 a 19, ficando distante de defender o título conquistado em 2018.

O time uruguaio que os Tupis encararam neste sábado não é a sua seleção principal, mas a equipe de desenvolvimento. Ainda assim, é um time considerado forte, sendo que os brasileiros não vencem o Uruguai desde 1964 - neste ano, havia enfrentado o time principal em março, pelo Campeonato de Rúgbi das Américas, e perdido por 42 a 20, em Montevidéu.

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Neste sábado, o Brasil fez um duelo equilibrado no primeiro tempo. Chegou a liderar o placar em alguns momentos, conseguiu três tries, com Maranhão, Monstro e Daniel Sancery, mas foi ao intervalo perdendo, ainda que por pequena diferença - 21 a 19. O segundo tempo, no entanto, foi de controle total dos uruguaios, que acuaram os Tupis na defesa e sacramentaram o triunfo por 38 a 19.

No sábado passado, o Brasil havia estreado no Campeonato Sul-Americano 6 Nações com uma fácil vitória sobre o Paraguai, por 66 a 10, em Assunção. E a participação do time nacional no torneio chegará ao fim no próximo sábado, em partida contra a Argentina XV, marcada para Belo Horizonte, no estádio Independência.

Após o fim da segunda rodada, o Brasil é o terceiro colocado do torneio com cinco pontos. O time de desenvolvimento da Argentina é o líder, com dez, seguido pelo Uruguai, com oito.

A seleção brasileira feminina de Rugby Sevens fez história mais uma vez nesta sexta-feira. Na China, o time nacional conquistou pela primeira vez o título do World Rugby Women's Sevens Series, o famoso Hong Kong Sevens, com a vitória na final sobre a Escócia por 28 a 19, e garantiu uma vaga na elite do rúgbi - pela segunda vez estará entre as equipes fixas da Série Mundial de Sevens.

"É uma alegria que não dá para definir. Parece que ainda não caiu a ficha porque trabalhamos tanto para chegar nesse momento e a gente obteve nossa recompensa. O título foi fruto do nosso trabalho", ressaltou Raquel Kochhann, capitã das Yaras, como a seleção feminina é conhecida. "É indescritível, nós trabalhamos muito duro para conquistar esse título. É um sentimento incrível", complementou Izzy Cerullo, após a conquista histórica.

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O título brasileiro veio após uma campanha perfeita com seis vitórias em seis jogos. Após terminar em primeiro no Grupo C - que tinha Polônia, Casaquistão e Argentina como adversárias -, o Brasil venceu pela segunda vez as casaques (21 a 5), nas quartas de final, e o Quênia (17 a 5), na semifinal. Na grande decisão, as Yaras enfrentaram a tradicional Escócia e levantaram a taça com os tries de Aline Furtado, Bianca, Thalia e Leila.

Com a conquista, o Brasil se credenciou pela segunda vez para a disputa da Série Mundial de Sevens, a elite mundial, para a temporada 2019/2020. A primeira e única vez que a equipe tinha alcançado tal feito havia sido na disputa dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, quando terminou em nono lugar e garantiu uma das 11 vagas fixas na temporada seguinte (2016/2017).

Em Hong Kong, o Brasil contou com as seguintes atletas: Aline Furtado, Aline Bednarski, Bianca Silva, Isadora Cerullo, Isadora Lopes, Franciele Martins, Leila Silva, Haline Scatrut, Raquel Kochhann, Rafaela Zanellato e Thalia Costa.

A seleção brasileira masculina de rúgbi receberá os All Blacks Maori no estádio do Morumbi, no dia 10 de novembro, em uma partida inédita. Esta seleção da Nova Zelândia realiza amistosos pelo mundo utilizando somente atletas de origem Maori e é como se fosse o segundo time, abaixo apenas da seleção principal do país.

No rúgbi, a Nova Zelândia é a maior potência mundial, sendo campeã da Copa do Mundo em 1987, 2011 e 2015. Para organizar o duelo, a CBRu (Confederação Brasileira de Rugby) escolheu o estádio do São Paulo, por acreditar que utilizará uma grande capacidade de público e terá um equipamento esportivo de primeira linha.

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Os próprios dirigentes da Nova Zelândia visitaram o Morumbi, conheceram o gramado e os vestiários, e aprovaram o local para a realização do amistoso. O estádio tinha a concorrência de outras arenas, mas acabou sendo o escolhido. A partir de segunda-feira os ingressos estarão à venda, nesta primeira semana apenas para clientes do Bradesco, parceiro da CBRu, com 30% de desconto, e a partir do dia 27 para o público geral.

"É um grande orgulho e desafio receber os All Blacks Maoris. Estamos trazendo uma das seleções mais conhecidas entre todos os esportes no mundo, para oferecer um jogo de alto nível para todos os brasileiros desfrutarem. Esperamos que seja um jogo que inspire as atuais e futuras gerações de jogadores, e que nos ajude a disseminar o esporte no Brasil", explica Agustín Danza, CEO da CBRu.

Para além do evento esportivo em si, a CBRu pretende usar o amistoso para popularizar ainda mais a modalidade e deve contar com a ajuda de alguns de seus patrocinadores para viabilizar o espetáculo. Desde que foi anunciado que haveria esse confronto, houve uma grande procura dos torcedores por informações sobre ingressos.

A partida contra uma potência mundial do rúgbi também será um bom teste para a seleção brasileira, que vem tendo bons resultados internacionais nos últimos anos e em 2018 ganhou o Campeonato Sul-Americano, superando inclusive a Argentina, que atuou com sua equipe reserva, mas no papel é considerada muito forte.

Os ingressos para Brasil e All Blacks Maori serão vendidos no site

www.allblacksmaorinobrasil.com.br e custarão R$ 40 (arquibancada), R$ 60 (cadeira térrea) e R$ 80 (cadeira superior).

A Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) conta atualmente com 16 patrocinadores e saiu de uma arrecadação de R$ 6,9 milhões em 2014 para R$ 10,3 milhões em 2017 só com os recursos recebidos desses parceiros. Os números chamam atenção em um momento de retração do dinheiro no esporte, ainda mais depois dos Jogos do Rio-16, quando muitas empresas diminuíram ou mudaram o foco de seus investimentos.

Numa comparação com outras confederações tradicionais, a CBRu fechou o ano passado com 13 patrocinadores, contra dez da CBF (futebol), oito da CBV (vôlei) e cinco da CBJ (judô). Claro que os valores são menores, até porque o rúgbi ainda é uma modalidade que tenta se popularizar no País. Mas a entidade conseguiu aumentar seus recursos em um momento em que todas as outras tiveram cortes significativos de verbas.

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"A CBRu se tornou exceção principalmente por ter conseguido atrair um número importante de patrocinadores privados. Apesar dos valores no entorno da modalidade ainda serem modestos em relação a outros esportes mais populares e tradicionais, certamente o processo de gestão a longo prazo cria uma base sólida e estável para um contínuo crescimento do rúgbi no Brasil e a longo prazo", explicou Danyel Braga, gerente sênior de patrocínios da CSM Golden Goal, agência responsável pela gestão de ativações de patrocínios da CBRu.

Obviamente a confederação também passou por dificuldades no ano passado, mesmo aumentando suas receitas. Precisou promover cortes de gastos e teve de renegociar pagamentos com alguns fornecedores. "Tivemos atrasos no recebimento de patrocínios e isso atrapalhou um pouco. Mas, como sempre fazemos, fomos transparentes, sentamos com todos, conversamos e em fevereiro quitamos tudo", comentou Agustín Danza, CEO da CBRu.

Esse é um dos pontos que pesam a favor da entidade na hora de apertar a mão de novos parceiros: na relação, sempre existe o retorno de como estão sendo as coisas, com relatórios minuciosos sobre como foram usados os investimentos, por exemplo. Por trás está um projeto de longo prazo de tornar a modalidade forte na terra do futebol.

Não à toa, empresas como Bradesco, Correios, Heineken e Accor Hotels, entre outras, colocam dinheiro no rúgbi hoje.

"A figura do mecenas, que doa o seu dinheiro sem necessariamente receber nada em troca, está em extinção. As empresas passaram a ver o patrocínio como investimento que tem de fazer sentido para sua estratégia, seja dentro do plano de comunicação, responsabilidade social ou vendas", disse Braga.

Neste ano, o Mercado Livre resolveu investir no rúgbi e a entidade deve trocar seu fornecedor de material esportivo. Três empresas estão negociando para substituir a Topper, que já se comprometeu a bancar os uniformes até o fim do ano, se necessário. "O fato de a CBRu ter uma estrutura organizacional profissional, com processos claros de trabalho, transparência e eficiência na utilização de recursos, gera credibilidade que a faz se destacar e convencer os patrocinadores com facilidade", diz Braga.

Se o Rugby de 7, modalidade que estreou nos jogos olímpicos no Rio-2016, causou curiosidade, o Rugby em cadeira de rodas desperta ainda mais interesse do público. O esporte, que tem sua origem em Winnipeg, Canadá, na década de 1970, chega a sua quinta Paralimpíada ainda pouco conhecido.

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Logo de cara, o Rugby em cadeira de rodas deixa claro que se trata de uma disputa intensa. Em uma quadra de 15m de largura por 28m de comprimento, dois times, com quatro atletas cada, disputam na força para chegar ao fundo do campo adversário em quatro períodos de oito minutos. A modalidade se divide em sete classes, definidas por grau de deficiência. As classes maiores são as que têm os atletas com maiores níveis funcionais em testes de tronco e de banco.

É curioso observar que, diferente do Rugby convencional, na versão adaptada homens e mulheres jogam juntos. As regras também são distintas, afinal, é preciso passar com bola e cadeira pela linha de fundo em uma pequena área, onde o atacante não pode passar mais do que 10 segundos. A defesa até pode ficar na pequena área, mas só três dos quatro atletas. Se o último integrante entrar, enquanto os outros estiverem, o juiz marca falta para o adversário. 

Os jogadores podem conduzir a bola sobre as coxas ou passá-la para o companheiro mas, se permanecer com a posse, deve fazê-la quicar a cada 10 segundos. Ainda por cima, um time não pode passar mais do que 12 segundos com a posse da bola em seu lado do campo, ou seja, haja velocidade para os atletas. A jogada inteira, do começo até o seu desfecho pode levar, no máximo, 40 segundos. Se, ao final dos quatro períodos o placar estiver empatado, são disputados três minutos de prorrogação. Haja fôlego!

As australianas conquistaram a primeira medalha de ouro da história do rúgbi VII olímpico, ao derrotar na final a Nova Zelândia por 24-17, nesta segunda-feira no Rio. A coroação das australianas respeita a lógica da hierarquia global do esporte, mantida durante todo o torneio.

As colegas de Charlotte Caslick, uma das melhores jogadoras durante os três dias de competição, superaram as críticas ao vencer três dos cinco principais torneios disputados.

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Mais bem organizadas coletivamente e, especialmente, pela precisão técnica perfeita, controlaram metodicamente as neozelandesas, que abriram o placar. Na disputa do terceiro lugar, o Canadá venceu a Grã-Bretanha por 33-10.

O Brasil venceu o Japão por 33-5 na disputa do nono lugar. O torneio olímpico permanecerá na história como o primeiro da modalidade, cuja entrada no programa foi adotada em 9 de outubro de 2009.

A presença olímpica deve servir como uma vitrine para a internacionalização do rúgbi, um esporte que gostaria de sair de seus limites tradicionais muito anglo-saxões para se desenvolver.

Sabe o que é aquele curioso calombo nas costas dos jogadores de rúgbi? Um transmissor GPS que foi aperfeiçoado nos últimos anos e se tornou uma ferramenta indispensável para o trabalho dos técnicos.

Calção, camiseta, meião e... uma pequena caixa preta. Após cinco anos, o GPS é parte do equipamento do jogador de rúgbi e a França é uma das equipes que usa sistematicamente este recurso para desenvolver seu jogo.

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"Não me vejo mais trabalhando sem a ajuda do GPS", disse Julien Robineau, preparador físico dos "Bleus", que utiliza em cada treino uma pequena antena e um computador para monitorar a movimentação dos jogadores em tempo real.

Os transmissores - SensorEveryWhere - desenvolvidos pela empresa francesa Digital Simulation, em parceria com a Federação Francesa de Rúgbi, foram introduzidos na equipe francesa no final de 2011.

"Que distância é percorrida em um sprint, qual é a velocidade média, quantos sprints curtos, longos... E como isto incide sobre a preparação física do jogador?" - enumerou Julien Robineau, ao falar dos dados possíveis de serem gerados pelo aparelho.

No dia a dia, o GPS permite monitorar a carga de trabalho individual, com os detalhes do rendimento de cada jogador, que são comparados aos testes físicos realizados no início da temporada.

Do ponto de vista coletivo, os treinos não são mais programados com base na carga horária, mas sim na distância percorrida.

Atenção às interpretações

"Uma semana representa, em média, 20 km para cada jogador", destacou Robineau. "Uma semana pesada, 30 km, e 15% destes 30 km são feitos em alta intensidade, ao menos a 15 km/h. São 300 a 350 esforços muito intensos, podemos dizer sprints, com 200 metros a velocidade máxima..."

Mas é preciso estar atento a interpretações exageradas: "não é porque você corre mais que está bem, isto pode ser o resultado de um mau posicionamento em campo, não é necessariamente bom correr muito".

O GPS não deve ser um elemento para forçar uma maior aplicação dos jogadores durante as partidas e, por este motivo, os transmissores são utilizados de maneira marginal nas competições, em tal ou qual atleta de "acordo com a percepção do técnico", destaca Robineau.

Os sistemas GPS, que custam entre 60 mil e 80 mil euros o pacote completo, incluindo computador, antena e cerca de 20 transmissores, estarão, evidentemente, nos Jogos do Rio.

Lucas Duque, capitão da seleção masculina de rúgbi do Brasil, disse em entrevista à AFP que seu esporte cresceu muito no país desde a confirmação de que voltaria ao programa olímpico, e aposta nos Jogos do Rio para ganhar ainda mais visibilidade. A estreia, marcada para esta terça-feira (9), será contra um 'pedreira', a temida seleção de Fiji, atual bicampeã do World Rugby Sevens Series, maior competição da modalidade.

-Qual foi impacto do retorno do rúgbi ao programa olímpico na divulgação do esporte no Brasil?

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Com a inclusão nos Jogos Olímpicos, o rúgbi deu um boom. Os olhos começam a ficar voltados para nós, tanto em termos de mídia, patrocinadores, apoio... Nossa confederação vem se estruturando cada vez melhor. Foi de suma importância para difundir o esporte no nosso país. A partir do momento em que o esporte se torna olímpico, os brasileiros procuram entender regras, saber onde tem time, então está ajudando bastante.

-O que mudou concretamente?

A principal diferença é que aparece mais na mídia, na TV, tem mais gente comentando e mais gente investindo. É um esporte que precisa de recursos para ser difundido, ainda mais num país tão grande. A confederação pegou essa onda, conseguiu capitalizar muito patrocínio e acho que o caminho é por aí. Nosso esporte tem que se tornar conhecido. Fizemos projetos em escolas e as pessoas está nos buscando cada vez mais.

-Você consegue viver do rúgbi?

Nos últimos três anos, tenho vivido só do rúgbi. Não é como o futebol, que gera milhões, mas o governo vem dando ajuda, através de bolsas, justamente por se tratar de um esporte olímpico agora. Ante, eu tinha que tirar do meu próprio dinheiro para poder jogar, era um esporte extremamente amador. Hoje em dia, a estrutura administrativa da confederação é totalmente profissional. Os atletas ainda são semiprofissionais, a gente não cria carreira nem ganha aposentadoria com o rúgbi, mas os recursos vêm chegando a vai melhorando de pouquinho em pouquinho. Os clubes são totalmente amadores, mas recebemos salários da confederação, do Comitê Olímpico e do Governo Federal. Hoje, consigo pagar minhas contas tranquilamente.

-Como é passar do rúgbi com 15 jogadores, que é o mais popular no mundo, para a modalidade olímpica, com sete?

Quando comecei, só tinha o rúgbi de 15, mas eu sempre joguei 'seven', então é meio misturado. No Brasil, não temos seleções separadas como em outros países. Todo mundo que joga 15 também joga 'seven', porque temos qualidade, mas a quantidade ainda permite que tenhamos duas seleções.

-Qual é sua expectativa para essa Olimpíada?

O objetivo é ser o mais competitivo possível. Sendo realista, o nosso ranking é um pouco abaixo das grandes potências, mais vamos chegar lá, dar tudo em campo, conseguir boas jogadas e desempenhar um bom papel.

-Como você vê seu papel de capitão?

É um papel de liderança. Tento liderar, falar algumas palavras, mas o mais importante é agir naturalmente. No rúgbi de 7, que é uma modalidade mais reduzida, temos jogadores de muita personalidade então o capitão não chega a ter tanta importância, só tento mesmo ser uma referência.

-Como é a sensação de disputar a Olimpíada com seu irmão, Moisés?

É muito legal, rúgbi é família, então participar com meu irmão, não tem coisa melhor.

Duas famílias se mostram cada vez mais ansiosas com a proximidade dos Jogos Olímpicos no Rio. Os Duque e os Sancery têm quatro jogadores cotados para estar representando o País na seleção masculina de rúgbi e o sonho de correr com a bola oval no retorno da modalidade ao programa olímpico torna-se cada vez mais vivo para os atletas.

De um lado estão Lucas "Tanque" e Moisés Duque, rapazes do interior paulista, da cidade de São José dos Campos, que abriram mão de suas profissões para ver o esporte crescer no País do futebol. Desde cedo eles sonham com esse momento e encontram no rúgbi motivos para sorrir. Do outro estão os gêmeos Daniel e Felipe Sancery, filhos de uma brasileira, que nasceram em Campinas, mas aos 4 anos foram para a Europa. Anos mais tarde, começaram a jogar em campos franceses.

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Em comum, os quatro demonstram grande vontade de vencer e amor pelo rúgbi, esporte que tenta se tornar ainda mais popular no País. Juntos, terão a ingrata missão de enfrentar seleções como Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Argentina, França e Grã-Bretanha, entre outras. Eles sabem que o Brasil é zebra, mas prometem empenho para que a torcida fique orgulhosa da participação em casa dos Tupis. Uma coisa eles concordam: não vai faltar coração para a seleção brasileira.

LUCAS E MOISÉS ENCAMPAM SONHO DOS DUQUE - Os irmãos Lucas e Moisés Duque começaram a mostrar talento no rúgbi em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Tudo começou quando o irmão mais velho Mateus foi, a convite de um amigo, conhecer a modalidade. Logo se apaixonou e contaminou toda a família com a novidade.

Tanto que Lucas, o irmão do meio, que está agora com 31 anos, entrou de cabeça no esporte. "Quando comecei, a realidade era outra, tínhamos até que pagar o próprio uniforme. Mas por sorte pude pegar essa fase de transição e fico honrado de jogar com a nova geração", afirma o atleta, que é capitão da seleção de sevens, a modalidade olímpica do rúgbi.

Logo que passou a jogar, ganhou o apelido de Tanque. "Era um pouco gordinho, mas corria bem, aí o técnico passou a me chamar assim", lembra. Por muitos anos foi considerado o melhor jogador do País e soube se adaptar à nova realidade de atletas jovens, fortes e talentosos. "Estou tendo de olhar bastante para o meu físico", conta.

Anos atrás, ainda conseguia conciliar as partidas com a faculdade de medicina no Rio. Chegou até a trabalhar na área de medicina hiperbárica e do trabalho, mas adiou o sonho de se especializar em ortopedia para disputar a Olimpíada em alto nível. "É o sonho de qualquer atleta", garante.

Seu irmão Moisés, de 27 anos, também adiou o projeto de ser engenheiro florestal pelo sonho do rúgbi. "Eu projetei minha carreira e sei que até 2019 terei os melhores anos como jogador, pois estarei em plena forma física e experiente", diz o rapaz, que chegou a jogar na França, onde evoluiu bastante.

Foi a partir dali que ele conseguiu sair da sombra do irmão e mostrar todo seu potencial. "No começo, por ser mais novo, sempre fui muito próximo a ele, mas com o tempo passamos a jogar em posições diferentes. Depois, adquiri experiência na Europa. Sei que estamos em lugares diferentes do campo, mas pensamos da mesma maneira."

Moisés também está na equipe olímpica e sabe que pode ajudar o Brasil a lutar por bons resultados, apesar de que a seleção masculina é zebra na competição. "É um ano especial, uma oportunidade sublime, mas a Olimpíada não é tudo. O mais importante são os passos que estamos dando e os Jogos serão a cereja no bolo", afirma.

Habilidoso com os pés, Moisés foi o responsável por garantir ao Brasil neste ano a primeira vitória da história sobre os Estados Unidos, com um chute de longe, bem difícil, mas que entrou em cheio e garantiu o resultado expressivo para os Tupis. "O chute do rúgbi é completamente diferente do futebol, pois é preciso acertar a bola oval no ponto certo."

Ele aprendeu a chutar a bola de rúgbi aos 13 anos, quando estava no infantil, e foi tomando gosto pela coisa. "Cada um tem seu jeito de bater na bola. Chutar bem é um passo a mais para ganhar uma partida", garante.

Em casa, Moisés e Lucas sempre tiveram grande sincronia e tentam levar isso para o campo. São irmãos que vão tentar levar o rúgbi a um outro patamar no Brasil. "Temos um entrosamento em casa e no campo. Sempre praticamos esportes juntos e acho que é bem mais fácil jogar com ele por perto. Quando olho, já sei o que ele vai fazer", conclui Tanque.

GÊMEOS SAEM DA FRANÇA E REFORÇAM SELEÇÃO - Os gêmeos Daniel e Felipe Sancery chegaram há apenas quatro meses na seleção brasileira de rúgbi e estão na equipe de sevens e de XV. Aos 21 anos, ele fizeram um grande esforço para vestir a camisa dos Tupis e estão ajudando a equipe a ter um salto de qualidade. Eles não esperavam que em tão pouco tempo pudessem ocupar um espaço de destaque.

Nascidos no Brasil, com 4 anos de idade eles se mudaram com os pais para a França, onde começaram a praticar o esporte lá. "Jogávamos em uma equipe e o presidente da associação tinha o contato com o pessoal da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu). Pedimos para enviar nosso currículo e fomos aprovados", conta Felipe.

A fim de descobrir mais atletas, a CBRu espalhou a notícia de que estava em busca de jogadores que tivessem alguma descendência brasileira e que jogassem rúgbi. Foi assim que alguns talentos foram incorporados à seleção e isso ocorreu também com Daniel Felipe. "Nós nascemos em Campinas e nossa mãe é brasileira", conta Daniel.

De tempos em tempos, os dois vinham ao Brasil para visitar a família. Geralmente era para as festas de final de ano. Com um pouco de sotaque, os dois falam português e conseguem se comunicar com tranquilidade com seus companheiros de time. "Fomos bem recebidos pelo grupo", revela Daniel, ciente de que a dupla poderia ser vista com alguém que está vindo "roubar" a vaga dos brasileiros.

Mas a chegada dos dois ao elenco foi tranquila, assim como outros atletas que estão sendo integrados ao grupo nacional. Esses reforços têm ajudado o time a ter uma evolução, pois os jogadores acostumados a atuar em países mais tradicionais no rúgbi agregam experiência à equipe e competitividade.

"Jogar na França é bem diferente, é mais fechado que no Brasil. O técnico escolhe um esquema e você tem de cumprir aquilo até o fim. Já aqui o jeito de atuar é um pouco mais livre", comenta Daniel.

Ele foi convocado pela primeira vez para a seleção para o Campeonato das Américas e fez sua estreia diante do Chile, em Santiago. Marcou pontos para o Brasil, assim como seu irmão Felipe. Depois, enfrentou ainda Uruguai, Canadá e Estados Unidos, e em todos os duelos Daniel pontuou. As boas atuações colocaram o rapaz na seleção da competição.

Se o estilo de jogo no Brasil é diferente do francês, a vida aqui também contrasta com o que eles tinham na Europa. Os dois interromperam os estudos na faculdade de Negócios para se dedicar ao rúgbi e não se arrependem. "As pessoas são mais bacanas aqui, as praias são lindas, o clima é ótimo. Vemos muitos atletas apaixonados e percebemos que o time está crescendo", explica Felipe.

Como não poderia deixar de ser, eles colocam a participação nos Jogos Olímpicos do Rio como um dos objetivos, mas ainda não sabem se o pai e a mãe vão vir da Europa para assistir à competição. No semblante da dupla não há qualquer tipo de arrependimento pela mudança de vida. "Queremos estar na Olimpíada e depois vamos ter outras competições com o Brasil", diz Daniel.

Pela primeira vez o novo estádio do Palmeiras, o Allianz Parque, vai receber uma partida de rúgbi. Será o clássico entre Brasil e Uruguai, na estreia da seleção de XV no Campeonato Sul-Americano. O duelo, que começa às 16h15 deste sábado (23), terá transmissão da RedeTV! e neste dia do confronto cinco bilheterias do estádio estarão abertas para o torcedor que ainda não adquiriu ingressos (vendidos a R$ 20, sendo que existe a possibilidade de meia-entrada e também gratuidade para crianças de até 12 anos e maiores de 60 anos).

Em outras partidas, a Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) trocou o ingresso por doação de alimentos, mas desta vez teve de colocar um preço nos bilhetes porque está pagando pelo aluguel da arena, mas o valor é mantido em sigilo. A presença no famoso estádio já está contagiando os jogadores da seleção de rúgbi.

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"Sou palmeirense de coração e não vejo a hora de entrar em campo", afirma Moisés Duque, que será titular contra o Uruguai. "É um orgulho em dobro atuar nesse estádio. Vim muito com o meu pai no Palestra Itália e sei que é uma responsabilidade enorme. Vamos jogar em um estádio de nível mundial, padrão Fifa, e espero que esteja cheio", continua.

Recentemente, o Brasil enfrentou o Uruguai pelo Campeonato das Américas e perdeu por 33 a 29, em Barueri, mostrando grande evolução diante de uma seleção favorita e que já disputou a Copa do Mundo da modalidade. "Nós nunca ganhamos deles, sabemos que é um adversário forte, mas que temos condições de fazer frente. Se vencermos, será um feito histórico", conta João da Ros, o Ige, capitão dos Tupis.

A seleção ficou concentrada durante a semana no CT de Alto Rendimento de São José dos Campos e nesta sexta-feira o time treinou no Núcleo de Alto Rendimento (NAR), localizado na capital paulista. O técnico argentino Rodolfo Ambrosio aproveitou para executar algumas ações ofensivas na última atividade e espera que tudo dê certo diante dos uruguaios.

A última partida contra os adversários mostrou que o Brasil é capaz de encarar uma seleção melhor ranqueada e até vencer. "Tivemos o jogo na mão, mas deixamos escapar nos últimos minutos. Isso ocorre contra equipes mais experientes e precisamos estar atentos", explica Ige, lembrando que o Brasil vem ganhando respeito dos rivais. "Antes, Chile e Uruguai não vinham com seus melhores atletas. Mas agora isso mudou."

A ideia é fazer um bom jogo para começar o Campeonato Sul-Americano em grande estilo. No sábado do próximo dia 30, o Brasil recebe mais uma forte seleção em casa. É o Chile, em duelo que será no estádio do Pacaembu. Já na última rodada, dia 7 de maio, a seleção masculina visita o Paraguai.

A seleção brasileira enfrenta nesta sexta-feira (12) o Uruguai, pela segunda rodada do Campeonato de Rúgbi das Américas, torneio inspirado no famoso Six Nations e que congrega ainda Argentina, Estados Unidos, Canadá e Chile. A partida, na Arena Barueri, em Barueri (SP), será às 20 horas e os ingressos são gratuitos, mediante a doação de um quilo de alimento não perecível.

O duelo é um clássico e a cada partida o Brasil tem mostrado que já está no nível dos rivais, uma equipe mais experiente e tradicional na América do Sul. Na primeira rodada, fora de casa, a seleção perdeu para o Chile por apenas 25 a 22 em um confronto bastante equilibrado. A expectativa agora é que a torcida apareça em bom número em Barueri e empurre os "Tupis" para cima do adversário.

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Como o projeto é a longo prazo, a CBru (Confederação Brasileira de Rugby) não espera que os resultados apareçam rapidamente. O Brasil ainda vai receber outros dois jogos - contra os Estados Unidos, em Barueri, e contra a Argentina, em São José dos Campos (SP). Também encara o Canadá fora de casa. A intenção é que a seleção evolua a ponto de conseguir uma inédita vaga na Copa do Mundo.

Segundo Agustín Danza, CEO da CBRu, a meta é conquistar uma vaga para a edição de 2023. Mas no fundo todos têm uma ponta de esperança de que o crescimento seja mais rápido e em 2019, no Japão, o Brasil já consiga o seu objetivo.

A presença no Campeonato de Rúgbi das Américas, garantida por cinco edições, tem tudo para fazer o Brasil evoluir. Mas a realização de torneios também tem ajudado no crescimento da modalidade, principalmente no rúgbi sevens, que está no programa olímpico.

Na próxima semana, nos dias 20 e 21 de fevereiro, também na Arena Barueri, será realizada a segunda etapa do Circuito Mundial feminino. O Brasil está no Grupo C - ao lado de Inglaterra, França e Japão - e o torneio ainda conta com Austrália e Nova Zelândia, seleções favoritas ao pódio nos Jogos do Rio.

O mundo do rúgbi está de luto. Morreu no final da noite desta terça-feira (horário de Brasília), na Nova Zelândia, Jonah Lomu, uma das maiores estrelas de todos os tempos do esporte e ídolo dos All Blacks. Lomu tinha 40 anos.

John Mayhew, ex-médico da seleção neozelandesa de rúgbi e amigo pessoal de Lomu, confirmou a notícia. "Em nome da família, confirmo que Jonah Lomu faleceu nesta manhã. Obviamente, a família está devastada com a notícia, assim como seus ex-colegas de seleção, amigos e fãs", declarou.

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Lomu tinha sérios problemas de saúde desde que parou de jogar, em 2002, quando tinha apenas 27 anos. Ele sofria de uma doença renal rara, a síndrome nefrótica, diagnosticada em 1995. Em 2004, ele foi submetido a um transplante de rim e precisou se submeter ao tratamento de hemodiálise três vezes por semana durante a última década.

"Foi totalmente inesperado. Jonah e sua família acabaram de voltar do Reino Unido na noite passada e, inesperadamente, ele morreu horas depois", disse o médico. Lomu e sua família foram à Inglaterra, onde acompanharam a Copa do Mundo de Rúgbi, vencida justamente por sua Nova Zelândia. Na volta, passaram em Dubai, de onde o ex-jogador dos All Blacks chegou a utilizar sua conta no Twitter para contar aos seus fãs que seus dias no país estavam sendo encantadores.

O principal executivo dos All Blacks, Steve Tew, afirmou que todos estavam chocados com a notícia. "Estamos perplexos e profundamente entristecidos com a morte súbita de Jonah Lomu", afirmou o dirigente. "Jonah era uma lenda viva em nosso esporte, amado por milhares de fãs tanto aqui na Nova Zelândia quanto em todo o mundo. Não temos palavras para descrever nosso sentimento. Nossas mais sinceras condolências à família de Jonah."

John Key, o primeiro-ministro da Nova Zelândia, usou o Twitter para falar ao povo de seu país. "Estou profundamente entristecido com a notícia do falecimento de Jonah Lomu. O pensamento de todo povo neozelandês está com sua família agora", afirmou.

A CARREIRA - Lomu foi um dos maiores jogadores da era moderna do rúgbi. Filho de pais tonganeses e criado em um dos bairros mais humildes de Auckland, foi a maior estrela da década de 1990 dos All Blacks, tida com uma das mais brilhantes da história do esporte, mesmo que não tenha conquistado nenhum título mundial. Sua principal característica em campo eram a incrível força física aliada à extrema velocidade, qualidades raras de serem encontradas em um mesmo jogador. Além disso, destacava-se por sua grande lealdade.

Ele defendeu os All Blacks em 63 jogos, anotando nada menos do que 37 tries. Estreou pela seleção em 1994, aos 19 anos. Um ano depois, defendeu sua seleção na mítica Copa do Mundo disputada na África do Sul e retratada no filme "Invictus", que conta a história do presidente sul-africano Nelson Mandela e sua luta contra o Apartheid e para popularizar o esporte em todo o país - o rúgbi era considerado um esporte do povo branco e o futebol era o dos negros.

Mandela, o capitão dos Springnoks François Pienaar e também Jonah Lomu ajudaram a unir o país e diminuir o racismo. Foi nesse Mundial que uma de suas jogadas, um contra-ataque ultrapassando toda a linha defensiva da Inglaterra, é considerada até hoje a maior de todas as edições dos Mundiais.

Mesmo com a derrota na decisão, a estrela de Lomu foi fundamental para popularizar o esporte em todo o planeta, contribuindo decisivamente para que a audiência do rúgbi explodisse. Em agosto, pouco antes do início do Mundial da Inglaterra, Lomu deu uma entrevista para o jornal inglês The Guardian.

"O que eu fiz para o rúgbi naquela Copa do Mundo definitivamente mudou tudo no esporte. Quando eu olho isso agora eu entendo essa relação. Antes não via assim. Quando meus jogos antigos passam na TV, meus filhos me olham com espanto. Eles cresceram como 'filhos de Jonah' e é difícil explicar para eles a minha importância", disse, para completar.

"Eu não tenho nenhum arrependimento na minha carreira. Conquistei tudo com muito carinho. Disputei uma final de Copa do Mundo contra a África do Sul na África do Sul, quando o país se tornou um só. François Piennar me disse que não foram 80 mil pessoas no estádio, mas 44 milhões assistindo pela TV", afirmou.

A Nova Zelândia mostrou mais uma vez por que é considerada a grande potência do rúgbi. Em uma final eletrizante diante da grande rival Austrália, os "All Blacks" venceram por 34 a 17 no Estádio de Twickenham, em Londres, e garantiram neste sábado o título do Mundial da Inglaterra, seu terceiro título na competição.

O troféu confirma esta geração neozelandesa como uma das melhores da história, se tornando a única a conquistar dois títulos mundiais consecutivos - o país já havia subido no lugar mais alto do pódio há quatro anos, em casa. A Nova Zelândia também se tornou a primeira seleção a ser tricampeã, já que levantou a taça na primeira edição do torneio, em 1987.

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Diante da Austrália, aliás, o país colocava a prova a hegemonia naquela que talvez seja a principal rivalidade desta modalidade. Os australianos também são bicampeões (venceram em 1991 e 1999) e tentavam o terceiro troféu. Mas não foram páreo para a poderosa geração da Nova Zelândia.

O duelo deste sábado até começou equilibrado, mas Dan Carter acertou três chutes consecutivos e colocou a Nova Zelândia em vantagem: 9 a 3. Pouco depois, Milner-Skudder aproveitou linda troca de passes pelo lado direito do ataque e invadiu a defesa da Austrália para anotar o primeiro try do dia. Com isso, os neozelandeses foram para o intervalo vencendo por 16 a 3, com Dan Carter responsável por 11 desses pontos.

A vantagem não diminuiu o ritmo da seleção, que voltou para o segundo tempo já anotando mais um try, com Ma'a Nonu, após linda arrancada desde o meio de campo. Com 21 a 3 contra, os australianos foram para cima e responderam com dois tries seguidos, com David Pocock e Tevita Kuridrani, o que deixou a diferença em quatro pontos.

Mas Dan Carter estava mesmo em dia inspirado e anotaria mais um drop goal para tranquilizar a Nova Zelândia. Ele mesmo, em pênalti longo, ampliou a diferença. Com o jogo decidido e a Austrália toda no ataque, Beauden Barrett anotou um lindo try para fechar com chave de ouro a decisão e levantar a torcida.

Única seleção a ser campeã três vezes, a Nova Zelândia é seguida pela Austrália e a África do Sul, ambas com dois títulos. Os sul-africanos, aliás, garantiram o terceiro lugar na última sexta-feira ao atropelarem a Argentina por 24 a 13. Aos argentinos, restou celebrar a bela campanha, que culminou com sua segunda ida à semifinal na história dos Mundiais.

Finalista na Copa do Mundo de futebol, no ano passado, a Argentina está fazendo bonito também no Mundial de outro esporte muito popular no país: o rúgbi. Neste domingo, os argentinos garantiram vaga para disputar a semifinal da Copa do Mundo de Rúgbi pela segunda vez na história ao vencerem a Irlanda por 43 a 20, em Cardiff, no País de Gales.

Os 'Pumas', como é chamada a seleção argentina, foram beneficiados por uma série de desfalques no time da Irlanda. A equipe europeia era uma das favoritas ao título da Copa do Mundo porque é a atual bicampeã do Six Nations (Seis Nações), uma liga realizada anualmente e que conta com a participação dos seis países com mais tradição na modalidade.

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Nas sete primeiras edições da Copa do Mundo, a Argentina só chegou uma vez à semifinal: foi terceira colocada em 2007, na França. As quartas de final foram alcançadas em duas oportunidades: em 1999 (no País de Gales) e em 2011 (Nova Zelândia).

Na semifinal, a Argentina vai enfrentar a Austrália, que conseguiu uma vitória incrível sobre a Escócia por 35 a 34, decidida nos últimos segundos favoravelmente ao time da Oceania.

A vitória da Austrália faz com que a semifinal da Copa do Mundo tenha apenas países do Hemisfério Sul. Nas partidas de sábado pelas quartas de final, a Nova Zelândia atropelou a França (62 a 13, maior vantagem da história dos mata-mata em Copas do Mundo) e a África do Sul ganhou do País de Gales (23 a 19).

As semifinais e finais serão realizadas no lendário estádio de Twickenham, o equivalente, para o rúgbi ao que Wembley é para o futebol. O local é utilizado para apenas poucas partidas no ano e é a casa da seleção inglesa, eliminada na primeira fase na Copa do Mundo que está sendo disputada lá.

África do Sul e Nova Zelândia se enfrentam no sábado que vem, enquanto a Argentina pega a Austrália no domingo. A decisão do terceiro lugar será no Estádio Olímpico de Londres, na sexta-feira seguinte, enquanto a final acontecerá no sábado. A Nova Zelândia é a atual campeã e coleciona dois títulos. Austrália e África do Sul também têm duas taças cada.

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