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Na próxima quarta-feira (11), o Centro de Mulheres do Cabo (CMC) articula uma caminhada pelas ruas do município, localizado na Região Metropolitana do Recife, em comemoração ao Dia Internacional da Menina. Celebrada no dia 11 de outubro, a data visa promover os direitos de meninas e mulheres adolescentes. 

A caminhada tem concentração marcada para as 13h30, em frente à Praça do Jacaré, no centro do Cabo de Santo Agostinho. A marcha seguirá para a Câmara Municipal, onde será apresentado o plano de enfrentamento à evasão escolar do município. O ato contarácom a participação de crianças, meninas, jovens ativistas pela educação do Fundo Malala, estudantes da rede pública e a sociedade civil. 

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No mesmo dia, o CMC promove Ocupa Menina, com o objetivo refletir as disparidades no acesso ao direito à educação, nutrição, aos direitos legais e a cuidados médicos, e a proteção contra discriminação, violência e o casamento forçado. No auditório da Câmara Municipal, o evento será animado pela MC Nanny Nagô. 

No próximo sábado (26), o Fórum de Juventudes do Cabo (FOJUCA) realiza a terceira edição do festival SOMA, que promove o contato da juventude com cultura, arte e reinvindicação política. O evento está marcado para acontecer a partir das 16h, na Praça da 55, na Vila da Cohab.

Para Elaine Mendonça, que integra a organização festival, o evento tem a finalidade de estimular cultura feita pela juventude cabense. “O festival surge em 2019 nesse grande evento trazendo a juventude cabense para o centro da produção, possibilitando que a juventude do Cabo possa consumir a arte, sendo feita por ela própria”, disse a educadora social.

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Evento tem a finalidade de estimular cultura feita pela juventude cabense. (Divulgação)

Com seis horas de duração, o festival tem entre as atrações confirmadas Bojo da Macaíba, Zabumba do Mestre Chimba, A Quadra, Coco de Seu Zé Moloque, Clarinha MC, MC Nanny Nagô, Atlazotrem, Lorenna e Lucas Aldr, Lucas Marques, Thaís Lacerda, Cone Stúdio, Pixain Crew, Dj Mason e o rapper CJFLOW. Além disso, haverá apresentação de capoeira, ópera popular com o Boi da Lua de Nazaré e declamação de poesias.

De acordo com dados de 2022 do Fórum de Segurança Pública, o Cabo de Santo Agostinho possui taxa de 81,2 homicídios para cada 100 mil habitantes, destacando-se como uma das cidades brasileiras em que a juventude negra está mais vulnerável à violência. No Brasil, a taxa média corresponde a 23,4 mortes a cada 100 mil pessoas.

No dia 9 de agosto, o Centro de Mulheres do Cabo (CMC) promoverá, em seu auditório, o "Seminário dos 17 anos da Lei Maria da Penha", que também faz alusão ao Agosto Lilás, dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher. Participarão do evento representantes do Comitê de Monitoramento da Violência e do Feminicídio no Território Estratégico de Suape (COMFEM), a delegada da Mulher do Cabo de Santo Agostinho, Maria do Socorro, a deputada estadual Gleide Ângelo, a secretária da Mulher do Cabo, Walkiria Alves, Lucidalva Nascimento, primeira advogada a acionar a Lei Maria da Penha, além de mulheres das diversas comunidades do Cabo de Santo Agostinho.

 “A violência contra as mulheres, além de ser uma questão política, cultural, policial e jurídica é uma questão de saúde pública. Neste sentido comemorar mais um ano da Lei Maria da Penha, que foi um marco para todas as mulheres do Brasil, é de fundamental importância. Precisamos continuar lembrando não só as mulheres, mas toda população que esta Lei veio para nos proteger, pois ela é fruto da luta de nós mulheres feministas”, afirma a coordenadora geral do CMC, Izabel Santos.

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A Lei n° 11.340, conhecida como Maria da Penha, se notabilizou ao criar mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pelo Brasil. A legislação estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

De acordo com o CMC, no primeiro semestre de 2023 foram registrados 25 mil casos de violência contra a mulher em Pernambuco. Além disso, a Secretaria de Defesa Social do estado já registrou 29 casos de feminicídio este ano.

Serviço:

O quê: Seminário dos 17 anos da Lei Maria da Penha

Data: 09/08, quinta-feira

Local: Auditório do Centro das Mulheres do Cabo (CMC), localizado na Rua Padre Antônio Alves, n° 20, Centro do Cabo. (Por trás do antigo Teatro Barreto Júnior) Horário: 14h

Na última quarta-feira (17), um homem de 42 anos foi preso por estuprar as duas filhas de 13 anos na Zona Rural de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco. A prisão só foi confirmada neste sábado (20) pela Polícia Civil.

De acordo com a corporação, o homem também foi autuado por violência doméstica. Os nomes do pai e de suas filhas não foram divulgados em razão da determinação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que visa proteger a identidade das vítimas de abusos.

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 Testemunhas informaram que uma das vítimas contou para a mãe sobre o costume do pai de abusar sexualmente das duas filhas. Uma delas seria vítima de estupros desde os oito anos de idade. 

Após ser preso pela Polícia Militar, o homem foi conduzido para a Delegacia de Vitória de Santo Antão. Ele foi autuado por estupro de vulnerável porque as vítimas têm menos de 14 anos idade.

O novo espetáculo de Karen Sacconi, “Monstro”, contará com duas apresentações únicas no Sesc Santo André. As apresentações acontecerão nos dias 09 e 10 de março, às 20h. A peça, encenada pelo grupo “As Malecuias”, remonta a estrutura das tragédias gregas em sua forma narrativa.

As imagens propostas tem como objetivo, ao mesmo tempo, propor um distanciamento estético e refletir sobre o período de incerteza e dificuldade dos últimos anos, devido ao prolongado estado de catarse social, produzida pela pandemia do coronavírus.

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No espetáculo, por conta da influência de um novo líder que chegou ao poder, uma mulher passa a submeter seu cachorro para “rinha de cães”, defendidas pelo novo chefe como uma prática e símbolo de um novo tempo que chegou, o que representa o culto à violência e à supremacia e sobrevivência do mais forte.

A diretora do espetáculo,  Milena Faria, recebeu o texto em 2020, em meio à pandemia. Em suas palavras: “Sozinha, no meu apartamento, sem ver amigos e família, li e chorei. Gritou-me, por meio do texto, a nossa realidade. Não era a pandemia da Covid-19 o nosso maior problema, era a epidemia de um discurso de ódio se alastrando pelos quatro cantos do país.”

Sinopse

Influenciada por um líder recém-chegado ao poder, Silvana passa a levar seu cachorro, Glock, a uma rinha de cães. A rinha é defendida pelo novo líder como prática e símbolo dos novos tempos, representando a supremacia do mais forte e o culto à violência. Sob o olhar entusiasmado do pai, e reticente da mãe, a jovem Silvana adere a essa versão distorcida de meritocracia.

Na rinha, ela encontra um rapaz encarregado de implementar as ordens do líder: incentivar a luta dos animais e administrar o trabalho dos faxineiros, incumbidos de se livrar dos corpos dos cães mortos.

O momento de inflexão se dá com a morte de um faxineiro, atacado pelo cão enquanto fazia seu trabalho de limpeza da carnificina. A morte de uma pessoa coloca em xeque a rinha e fará com a mãe de Silvana, antes condescendente com a prática, se oponha à continuidade da luta de cães. Mas Silvana escolhe defender a rinha, a nova ordem imposta pelo líder, e radicaliza sua visão de que os divergentes devem ser tirados do caminho.

 Ficha técnica:

Dramaturgia: Karen Sacconi. Direção: Milena Faria. Figurino e cenário: Milena Faria. Trilha original: Anselmo Ubiratan. Atrizes e atores: Anselmo Ubiratan, Eliete Faria, Marcos Suchara e Milena Faria. Designer de luz: Adriana Dhan. Operação de luz: Reynaldo Thomaz. Operação de som: Karen Sacconi. Produção de figurino: Silvia Chaves. Cenotécnico: Rodolfo Valentino.

Sobre As Malecuias

Fundado em 2015, a partir da necessidade de novas estratégias de incentivo à leitura, As Malecuias é um grupo de contadores de história e atores que constroem suas próprias dramaturgias e linguagens cênicas. Em 2018, o grupo ampliou sua formação e deu início a um trabalho de pesquisa em literatura grega para leitura e discussão de diversos autores clássicos, desde Hesíodo, passando por Homero, até chegar aos tragediógrafos do século V a.C. e a Aristófanes.

 Serviço: "Monstro"

Duração: 60 minutos.

Não recomendado para menores de 16 anos – Autoclassificação.

Acesso para pessoas com mobilidade reduzida.

Recomenda-se o uso de máscara durante todo o espetáculo.

Realização: Ministério da Cultura e Fundação Bienal de São Paulo, com apoio institucional do Sesc

 Sesc Santo André

Dia 10 de março, quinta e sexta, às 20h.

Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar, Santo André. Tel. 4469-1200. Capacidade: 302 lugares. Ingresso - Grátis - distribuição a partir do dia 1º/3 em www.sescsp.org.br e presencialmente nas Bilheterias da Rede Sesc SP. Estacionamento para o espetáculo - R$6,00 - portadores de Credencial Plena válida e R$11,00 - público geral.

Hoje (20), dia do padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, São Sebastião, é feriado municipal, e a folia toma conta do centro da cidade, com o desfile de 52 blocos de carnaval.

Divulgada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, a lista oficial de blocos e desfiles do carnaval de rua de 2023 conta com 402 blocos, em 445 desfiles espalhados por toda cidade.

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A Prefeitura do Rio de Janeiro colocará à disposição 220 ambulâncias e oito postos médicos, que serão operados pela Secretaria Municipal de Saúde, a partir de hoje, data do início oficial dos desfiles.

Os foliões vão contar ainda com 34 mil estações de banheiros, sendo 10% destinados para portadores de deficiência, entre containeres e banheiros químicos, todos posicionados por onde passarão os blocos.

O Bloco da Alegria, primeiro bloco do pré-carnaval, faz a entrega das faixas da corte hoje. A folia continua amanhã (21) com o Bloco das Divas, que se apresenta no centro, e o bloco Nem Muda Nem Sai de Cima anima a Tijuca. No domingo (22), os foliões poderão curtir, na zona sul, o Pega Rex, em Ipanema, a Banda Saens Peña, na Tijuca, e o Xodó da Piedade, em Piedade, animam a folia.

Programação

20 de janeiro - Dia de São Sebastião – sexta-feira

BLOCO DA ALEGRIA (Entrega das Faixas da Corte)

Onde: Rua dos Inválidos, 3, Centro
Concentração: 16h

 

BLOCO CARNAVALESCO NEM MUDA NEM SAI DE CIMA

 

Onde: Avenida Maracanã com Rua Garibaldi, Tijuca
Concentração: 16h
Início: 17h

BLOCO DAS DIVAS

Onde: Centro
Concentração: 18h
Início: 20h

22 de Janeiro – Domingo

PEGA REX

Local: Ipanema
Concentração: 15h
Início: 16h

BLOCO CARNAVALESCO XODÓ DA PIEDADE

Local: Piedade
Concentração: 14h
Início: 16h

BANDA DA SAENS PEÑA

Local: Tijuca
Concentração: 14h
Início: 14h

Se prepare, porque Bruno Gagliasso está prestes a voltar para as telinhas. Nesta quarta-feira (31), a Netflix aumentou a ansiedade dos fãs e compartilhou um trailer inédito de Santo, produção espanhola da qual o ator faz parte.

A série chegará ao catálogo do streaming no dia 16 de setembro e promete trazer Gagliasso de um jeito que você nunca viu. A direção ficou por conta de Vicente Amorim e a criação é de Carlos López.

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Além de Bruno, o elenco conta ainda com Raúl Arévalo, Victoria Guerra e Greta Fernández.

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Confira a sinopse:

Na história, Santo é o traficante de drogas mais procurado do mundo, cujo rosto nunca foi visto. Os dois policiais que o procuram, Cardona (Bruno Gagliasso) e Millán (Raúl Arévalo), inicialmente se opõem, mas passam a colaborar e a se entender para resolver o caso e permanecerem vivos.

Veja o pôster oficial:

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Quem está preparado para voltar a ver Bruno Gagliasso nas telinhas? O ator estreia na série Santo, nova produção da Netflix, em 16 de setembro. Caso você esteja por fora, a trama é de origem espanhola e foi gravada tanto no Brasil quanto no país europeu, por isso o ator precisou se mudar para Espanha entre os meses de abril e outubro de 2021.

Santo foi criada por Carlos López, dirigida pelo brasileiro Vicente Amorim e produzida pela Nostromo Pictures. Além disso, vale lembrar que essa é a primeira vez que Gagliasso faz um trabalho com a empresa de streaming.

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Veja a sinopse:

A trama eletrizante de crime, ação e intriga conta a história de Santo, o traficante de drogas mais procurado do mundo, cujo rosto nunca foi visto. Os dois policiais que o procuram, Cardona (Bruno Gagliasso) e Millán (Raúl Arévalo), inicialmente se opõem, mas passam a colaborar e a se entender para resolver o caso e permanecerem vivos.

Tacaratu - Ubirajara Pankararu sorri muito pouco e porta um facão na cintura. Em meio à euforia dos jovens da aldeia de Brejo dos Padres, no município de Tacaratu, sertão do São Francisco pernambucano, ele impõe respeito para garantir a realização dos ritos e tradições que caracterizam o trezenário de Santo Antônio. São 6h do dia 1 de junho, que marca a abertura dos festejos no território, e um grupo de cerca de cinquenta homens se prepara para entrar na mata em busca do pau no qual a bandeira do santo será hasteada.

“Essa tradição eu resgatei faz mais ou menos dez anos. Quando eu tinha sete anos, meu pai e vários amigos faziam. A gente está dando continuidade no que os mais velhos deixaram. Tem rapazes aqui que começaram pequenos e continuam vindo até hoje”, relata Ubirajara, que ocupa a função de vice-presidente da Comissão Indígena Pankararu.

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Ubirajara Pankararu, um dos responsáveis pela retomada da tradição. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Diante do frio e da baixa neblina que contorna a subida da serra, o grupo é encorajado por doses de “giroca” (cachaça) e pela banda de pífano e zabumba, que entoa baiões, cocos e torés. Engana-se, contudo, quem pensa que hits musicais mais recentes ficam de fora do percurso. O repertório inclui até canções de reggae e pagode.

“A gente sempre está atualizando o repertório. Toco pife desde os 14 anos, assim como meu avô e meu bisavô, e participo disso desde pequeno. Um dia, vão estar aqui meus filhos e sobrinhos. Fico muito feliz de saber que essa festa está sendo preservada”, diz o pifeiro Gillierbe Pankararu, de 21 anos.

Gillierbe vem de uma família de pifeiros. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Com a chegada do grupo à mata fechada, tem início a escolha do pau da bandeira. Dono de um fôlego invejável, Gillierbe mantém uma parte dos participantes entretida com a música, enquanto a outra passa a se revezar no machado, com o objetivo de derrubar a árvore, que também é forçada em direção ao chão com a ajuda de cordas. “Esse processo pode levar uma hora ou um dia inteiro. Depende da vontade Deles”, explica Ubirajara, com o dedo indicador apontado para cima.

Aproximadamente três horas se passam entre a saída e o retorno do cortejo. Tempo suficiente para que Wesley Pankararu produzisse uma indumentária tradicional, com pedaços de palha de licurizeiro retirados da floresta. “Essa palha é muito importante para nós, é através dela que se realizam promessas aos Encantados. Me sinto muito gratificado de usar essa palha, porque, com ela, estou representando nosso povo na festa do padroeiro”, celebra.

Wesley Pankararu utilizando sua indumentária de palha de licurizeiro. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Simpatia

Após exaustivo revezamento entre pelo menos 30 homens, o pau da bandeira é entregue, diante da Igreja da aldeia. Enquanto alguns participantes aproveitaram para fazer uma refeição ou beber água, outros retiram fragmentos do tronco, que são misturados com doses de cachaça. Para os Pankararu, a tradição serve para atrair um casamento. “Vou beber porque atualmente estou namorando, mas quero me casar com minha namorada”, comenta Wesley.

Trezena

A trezena de Santo Antônio é celebrada no território Pankararu desde 1910. Tradicionalmente, o pau da bandeira era mantido de pé até o dia 13 de junho. A cada dia de trezena, três famílias são responsáveis por organizar café da manhã, almoço e jantar. “Agora, a gente está retirando o pau no dia 24 de junho, para usar ele como parte da fogueira de São João. Nosso respeito por isso aqui é muito grande. Esse resgate é um mérito de um trabalho coletivo", completa Ubirajara.

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A UNAMA - Universidade da Amazônia, por meio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC), promoveu a roda de conversa “Folias, foliões e a festa do Glorioso São Sebastião – Marajó-PA” que faz parte do projeto "Diálogos Batuques com Peixe Frito". O evento ocorreu na tarde da última quarta-feira (18), em Belém.

Durante o encontro, os professores Edgar Chagas Junior, Paulo Nunes e o coordenador da irmandade dos devotos do Glorioso São Sebastião, Albertinho Leão, discutiram a importância da manifestação cultural em Cachoeira do Arari e a dimensão dela pelo Estado do Pará. 

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Musicalidade, batuques, ladainhas e muita devoção compõem, há mais de 150 anos, a Festividade do Glorioso São Sebastião, reconhecida como Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Os devotos agradecem ao santo pelas graças alcançadas e também ocorre o levantamento de mastros, com as oferendas.

Segundo Albertinho Leão, a ideia inicial do instituto era fazer o registro da manifestação somente no município de Cachoeira do Arari. O projeto se ampliou por causa do tamanho da celebração em todo o Marajó. "O IPHAN reconheceu que deveria mostrar os bens culturais do povo como manifestação da sua identidade. Seja comida, música, festejo", destacou.

O professor Paulo Nunes, coordenador do grupo de pesquisa “Academia do Peixe Frito", do PPGCLC, encerrou a roda de conversa recitando o poema "Velho Mané Grigório", do romancista e poeta Dalcídio Jurandir, que aborda a fé no santo. Na sequência, o grupo de peregrinação contou as vivências e relatos pessoais com São Sebastião.

O professor Edgar Chagas Junior, coordenador do programa, disse que a vinda dos foliões a Belém marca o início da peregrinação que eles fazem pelo Marajó. “Nós, do PPGCLC, aproveitamos para fazer essa roda de conversa sobre essa manifestação cultural que é tão importante para o calendário religioso, celebrativo e ritualístico aqui da Amazônia”, disse.

Edgar Chagas Junior explicou que o programa possui muitas atividades extensionistas, e realiza debates e mostras. “Tudo é uma celebração, acima de tudo, pautada na produção de um conhecimento que é organizado pelo método científico, mas também pelas vozes, pelas narrativas dessas pessoas que produzem essas manifestações culturais aqui na Amazônia”, enfatizou.

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Além da religiosidade

Albertinho Leão é devoto de São Sebastião desde criança, assim como a família. Para ele, a festividade não é somente uma referência pessoal e vai além da religiosidade. “Representa um importante registro de cultura, de uma identidade cultural, e eu diria que até mesmo economicamente, hoje, é muito importante para o município de Cachoeira do Arari”, afirmou.

O coordenador da Irmandade descreveu a visita à UNAMA como um marco histórico e que já tinha uma relação com algumas pessoas da universidade. “O programa da universidade vai estar contribuindo para a renovação do registro da festividade como patrimônio cultural do Brasil, na elaboração do comitê gestor e do plano de salvaguarda”, disse.

Segundo Albertinho Leão, o reconhecimento do IPHAN coroa a identificação do povo marajoara com o santo considerado o protetor dos vaqueiros. “O IPHAN, através de pesquisa, provou que toda a região tem devoção a São Sebastião. Isso não foi alguém que contou. É um trabalho científico, acadêmico, e que é reconhecido pelo órgão do Governo Federal que trata justamente sobre isso”, ressaltou.

Em junho, será realizada uma celebração da peregrinação, em que estarão juntas todas as famílias que receberam a imagem do santo e os convidados. Albertinho Leão destacou a presença de artistas e parceiros, com muito carimbó, guitarrada e comidas típicas marajoaras.

A educadora e reitora da UNAMA, professora Betânia Fidalgo, falou sobre a integração da academia com a cultura popular e da necessidade de divulgar isso para jovens que, muitas das vezes, não possuem conhecimento da importância da produção cultural na região.

Betânia Fidalgo afirmou que o universo acadêmico precisa intercambiar a cultura popular com a ciência, e que a ciência não está acima do conhecimento popular produzido por comunidades tradicionais da Amazônia. “É a prova de que a academia se curva à ciência, à pesquisa, a esse trabalho da cultura popular, dos saberes diversos que estão colocados aqui. Eu tenho certeza que, hoje, a UNAMA está protegida com o Glorioso São Sebastião”, finalizou.

Por Isabella Cordeiro e Juliana Maia (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

Mãe desde os 14 anos, Danielle sonha em retornar à escola. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

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Grávida aos 14 anos de idade, a então estudante Danielle Cristina Campos desenvolveu cedo uma relação peculiar com seu corpo e com a passagem do tempo. Enquanto gestava a pequena Ayla, fruto de uma relação casual com um conhecido e atualmente com dois anos de idade, conheceu o atual marido e se mudou para a comunidade de Mercês, formada em torno de uma antiga usina no Cabo de Santo Agostinho. Sentido-se velha demais para a escola, Danielle passou a conviver a maior parte de seu tempo com os idosos nas calçadas das pequenas ruas de barro. “Eu tinha vergonha de ir para a aula, de o povo ficar me julgando porque eu estava grávida. Abandonei a escola no sexto ano”, lamenta. A história de Danielle, agora com 16 anos, integra o “Diagnóstico Participativo sobre a Evasão Escolar das Meninas e Jovens Mulheres no município do Cabo de Santo Agostinho”, realizado pelo Centro de Mulheres do Cabo (CMC), com o apoio do Fundo Malala, no âmbito do projeto “Meninas em Movimento pela Educação”.

Elaborado a partir da escuta de 96 jovens egressas do sistema público de ensino residentes no município, o levantamento do CMC indica que a gravidez na adolescência figura entre as principais causas de evasão. Segundo os dados, 52,1% das entrevistadas já engravidaram pelo menos uma vez, na maior parte dos casos, de forma indesejada (62,7%). Em todas as situações coletadas pelo questionário, as jovens mães assumiram os filhos e vivem com eles.

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“Tenho vontade de terminar meus estudos, me sinto parada. O problema é que não tem quem fique com a minha filha e aqui só tem escola para crianças com quatro anos ou mais. Eu também ajudo com a limpeza da casa e com o comércio do meu sogro, que está meio doente”, comenta Danielle.

A enfermeira da Unidade Mercês de Estratégia de Saúde da Família Clara Lopes Bezerra, que colaborou com a busca ativa de entrevistadas para a pesquisa, conta que casos como o de Danielle são comuns na comunidade. “Muitas vezes essas meninas engravidam de um ficante, que logo desaparece, são relacionamentos que dificilmente vão adiante. Aqui na unidade, atendemos muitas moças que dizem abandonar a escola logo no início da gravidez, por acharem que não vão dar conta dos estudos”, ressalta. A profissional de saúde relata ainda que também atende casos de gravidez intencional ainda na adolescência. “Elas não têm perspectiva de outra coisa e as famílias, muitas vezes, consideram a gestação nessa fase da vida normal. Há também um fator cultural”, completa.

Enfermeira, Clara Lopes Bezerra acompanha de perto as jovens mães do município. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Informalidade

Em sua maioria negras (81,2%), as jovens que estão fora da escola também costumam abandonar os estudos para trabalhar, em geral, em empregos precarizados e informais. Cerca de 31% delas já trabalham para sustentar a casa e os filhos, seja como autônomas (35,3%), empregadas domésticas ou cuidadoras (23,5%), vendedoras ambulantes (23,5%) ou trabalhadoras em serviços gerais (11,8%). “Muitas atuam em atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e o jogo do bicho. Uma hipótese levantada antes da pesquisa era de que elas dependiam de alguém para sustentar os filhos. Na verdade, constatamos que grande parte dessas meninas é responsável por isso, engravidando pela primeira vez aos 14 anos e tendo o segundo filho aos 17 anos ou 18 anos”, comenta Cássia Souza, coordenadora de projetos do CMC e uma das responsáveis pelo levantamento.

De acordo com Souza, o levantamento teve como objetivo munir o poder público de informações relevantes para a elaboração de políticas públicas de combate à evasão escolar feminina. “O relatório foi entregue no dia 29 de março, no auditório da prefeitura, com a presença do vice-prefeito e de representantes de diversas secretarias, como a da Mulher, a de Saúde e a de Educação. Eles alegam já ter um plano de enfrentamento, que é um recorte geral de quem já está na rede e não foi à escola por causa da pandemia. A gente está apresentando uma evasão que já existia antes da covid-19, com meninas há mais de dois anos fora da rede”, enfatiza.

Coordenadora de projetos do CMC cobra políticas firmes de enfrentamento à evasão escolar no Cabo. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

A coordenadora de projetos afirma também que, antes do levantamento do CMC, o município alegou que não contava com dados sobre evasão escolar, enquanto o Governo do Estado informou que não havia evasão em sua rede. “Essas meninas são invisíveis, saíram do sistema. Há um déficit escolar, principalmente no Estado, que foi convidado a comparecer ao nosso evento, mas não apareceu. O secretário municipal de Educação se comprometeu em fazer uma comissão para buscar interlocução com o governo, que precisa garantir vagas no Ensino Médio, que é onde as meninas somem da escola”, comenta Souza.

Para a coordenadora de projetos, a reforma do Ensino Médio, a nível federal, também atrapalha as jovens mães e trabalhadoras que precisam frequentar a escola. “O ensino integral é complicado para quem precisa sustentar a casa e criar os filhos, essas meninas precisam de uma bolsa que garanta a permanência delas no sistema de ensino. As aulas noturnas também são uma possibilidade para esse público, mas ele não é seguro se a escola for longe de casa”, acrescenta.

Suplício para chegar à escola

Gabriela e Ana Paula Silva criticam distância entre escolas e o conjunto Vila Claudete. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Enjoo, dor de cabeça e muito suor. O desgaste físico diário no caminho para a escola fez com que Gabriela Vitória da Silva, de 18 anos, desistisse de frequentar a Escola de Referência Senador Francisco Pessoa de Queiroz, na Vila Cohab. A unidade de ensino dista cerca de 8km de sua casa, localizada no Conjunto Habitacional Nova Vila Claudete, onde vivem cerca de 1121 famílias retiradas de áreas pleiteadas pelo Complexo de Suape. Privados de seus modos de vida, os moradores da área compartilham da dificuldade de conseguir novos empregos e do difícil acesso a equipamentos públicos, como postos de saúde e escolas.

“Eu estudava em horário integral, das 6h às 17h, então tinha que sair muito cedo para a escola, mas não conseguia ir todo dia, só quando tinha muita disposição. Não tem ônibus para lá, então eu fazia o caminho a pé, com mais duas colegas, sempre chegando muito cansada nas aulas, não dava para prestar atenção. Passava o dia inteiro com dor de cabeça, por causa do sol quente”, lamenta Gabriela.

De acordo com a jovem, sua comunidade não dispõe de linha de ônibus que vá até a unidade de ensino. “Dava medo de voltar de noite, ainda mais com a gente cansada da escola, andando devagar por umas duas horas. Eu tinha medo, o caminho é perigoso”, completa Gabriela.

Diante das dificuldades enfrentadas diariamente pela filha, a dona de casa Ana Paula da Silva decidiu tentar matricular a filha na Escola Estadual Madre Iva Bezerra De Araújo, no centro do Cabo. A família acredita que, embora mais distante, a unidade de ensino seja mais segura para Gabriela, em razão da existência de linhas de ônibus da Vila Claudete para a região central da cidade.

“Eu não tenho computador, nem sei ler e nem escrever. Como eu ia conseguir fazer a matrícula dela na internet? Eu preciso de alguém que faça isso comigo, frente a frente, por isso fui na escola. A mulher que me atendeu, se sentindo superior, nem se levantou do birô e me olhou de um jeito que eu conheço muito bem, porque sou preta e pobre. Ela disse ‘não vou deixar de botar os meus alunos que estão vindo de longe, nem os que estão aqui estudando para botar ela que está querendo sair de outro colégio’”, conta Ana Paula.

Segundo ela, a escola disse que daria retorno caso conseguisse encaixar a estudante em alguma de suas turmas. Ninguém nunca entrou em contato com a família. A reportagem do LeiaJá foi até a Escola Estadual Madre Iva Bezerra De Araújo, onde foi recebida pela coordenação da unidade e teve acesso a uma espécie de lista de espera escrita à mão pela própria diretora. Entre dezenas de nomes, a coordenação não localizou o de Gabriela Vitória.

Questionada pelo LeiaJá acerca do enfrentamento à evasão escolar no município, a prefeitura do Cabo de Santo Agostinho disse apenas, por meio de nota, que o programa Busca Ativa realizou o mapeamento das estudantes deixaram de frequentar as aulas em razão da falta de acesso à internet e que distribuirá absorventes para estudantes da rede municipal.

A gestão municipal disse ainda que pretende promover a: “ Instituição de um Comitê Municipal”; a “Instituição nas Escolas de um comitê local para Acompanhamento”; a “Mobilização das escolas, no sentido de acompanhar a frequência diária dos estudantes”; o “Acompanhamento sistemático através do SIGEC”; a “Identificação dos domicílios a serem visitados”; o “Planejamento  das visitas domiciliares”; a “Reunião com as escolas que apresentam números significativos”; a “Reunião com os pais para apresentar o PBE”; a “Formação com os Conselhos Escolares”; a “Realização das visitas domiciliares”; o “Acompanhamento da (Re)matrícula dos estudantes; e a matrícula dos “estudantes que estão fora da escola encontrados nas comunidades”.

Também através de nota, a secretaria de Educação do Governo de Pernambuco declarou que “na cidade do Cabo de Santo Agostinho, não existe evasão em nenhuma das duas etapas de ensino” e que o estado possui uma das menores taxas de evasão escolar do Brasil, com percentual de 0,7% para o Ensino Médio e de 0,4% para o Ensino Fundamental.

Leia o posicionamento na íntegra:

"A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE) possui um sistema de informação que acompanha a frequência de todos os estudantes da rede. Segundo este levantamento, a taxa de evasão escolar das unidades públicas estaduais de Pernambuco é uma das menores do Brasil. Atualmente é de 0,7% para o Ensino Médio, e 0,4% para o Ensino Fundamental. Na cidade do Cabo de Santo Agostinho, não existe evasão em nenhuma das duas etapas de ensino.

O Governo de Pernambuco garante a educação básica para todos e todas, independentemente da mesorregião. Em alguns casos, existem escolas mais concorridas, onde a procura por matrícula é alta, e ao chegar no limite de vagas preenchidas (total de alunos que a unidade de ensino comporta), a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE) encaminha o estudante para outra unidade de ensino mais próxima à desejada. Caso o aluno precise de transporte para se deslocar, é necessário que ele informe à gestão da instituição. A cidade do Cabo de Santo Agostinho faz parte do Programa Estadual de Transporte Escolar (PETE), criado pelo Governo de Pernambuco e que consiste em um repasse de recursos financeiros às prefeituras para que seja ofertada aos estudantes da rede estadual de ensino uma condução até às escolas.

Atualmente, a cidade do Cabo de Santo Agostinho conta com 17 escolas públicas estaduais, distribuídas em diversas regiões, e que atendem a demanda da educação de todo o município. No momento, não há previsão de inauguração ou criação de escolas na cidade.

Todas as 16 Gerências Regionais de Educação (GRE) realizam, em suas escolas, ações de busca ativa. A mais recente foi o Programa Monitoria PE de Busca Ativa, que teve como objetivo diminuir a evasão escolar através de atividades que foram desenvolvidas por um profissional indicado pelas escolas. Nele, foram realizados trabalhos específicos e exclusivos dentro e fora das escolas para resgatar os estudantes que não conseguiram voltar à sala de aula. O programa durou três meses e resgatou mais de 15 mil estudantes. Em 2022, as gerências regionais seguem realizando trabalhos de busca ativa sempre que identificados casos de alunos que não estão frequentando as aulas".

Na manhã deste sábado (23), um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) pegou fogo no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, enquanto circulava entre as estações de Pontezinha e Ponte dos Carvalhos. Para sair do local, os passageiros tiveram que descer do trem e andar pelos trilhos.

Apesar disso, segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), ninguém ficou ferido. De acordo com a instituição, o princípio de incêndio foi registrado por volta das 11h, no ramal Cajueiro Seco/Cabo de Santo Agostinho. O trem será encaminhado para a manutenção.

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De acordo com testemunhas, as chamas começaram no ar-condicionado do trem. Um vídeo que circula nas redes sociais, mostra o teto de um dos vagões tomado pelo fogo.

Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros informou que foi acionado para a ocorrência por volta das 12h50. Duas viaturas foram enviadas ao local, sendo uma de comando operacional e uma de combate a incêndio, debelando as chamas com sucesso. De acordo com a corporação, quando os bombeiros chegaram ao local, o trem ainda "estava em funcionamento com passageiros", que foram retirados do vagão a tempo, sem que o incêndio deixasse vítimas.

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Paralisação da linha Centro

Na última quarta-feira (20), a linha Centro do Metrô do Recife ficou paralisada por cerca de 15 horas. O transtorno foi provocado pela queda de parte da rede aérea de alimentação de energia dos trens, o que inviabilizou o funcionamento da linha, que atende a uma demanda de 180 mil passageiros por dia.

Na noite da última sexta (14), policiais do 21º Batalhão da Polícia Militar prenderam um homem suspeito de tráfico de drogas, em Vitória de Santo Antão, na Região Metropolitana do Recife. O homem foi localizado pela Operação Zodíaco, que vinha colhendo informações sobre o comércio de drogas no bairro Jardim Ipiranga, próximo à Escola Guiomar Krause.

Ciente das características físicas do suspeito, a equipe se posicionou em local estratégico até localizá-lo. Na abordagem, os policiais recolheram 25g de maconha, mas o suspeito acabou revelando onde escondia mais 444g do entorpecente, bem como um revólver calibre 38, com seis munições e uma balança de precisão.

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O homem e o material apreendido foram encaminhados para a Delegacia de Plantão da cidade, para tomada das medidas cabíveis.

Foi anunciado na manhã dessa quinta-feira (18) o primeiro trabalho de Bruno Gagliasso pela Netflix. O ator que deixou a Globo e assinou com a empresa de streaming em 2019, vai estrelar o seriado espanhol “Santo”, criada por Carlos López e com estreia prevista para 2022.

A produção será gravada na Espanha e no Brasil. O projeto conta ainda com o diretor Vicente Amorim e o roteirista Gustavo Lipsztein, ambos brasileiros.

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Em comunicado enviado a imprensa, Bruno Gagliasso expressou sua felicidade em seu primeiro trabalho pela Netflix.

"Eu estou muito feliz com este primeiro trabalho na Netflix: uma produção espanhola, com uma equipe brasileira e que ainda destaca a nossa cultura na trama. Estou há mais de um ano dedicado a essa série, realizando encontros virtuais de leitura com elenco e diretores e também um mergulho profundo no perfil psicológico do meu personagem”.

Segundo a Netflix, “Santo” é um thriller policial que mistura intriga, ação e, em alguns momentos, terror. Na trama, os policiais federais Ernesto Cardona (Bruno Gagliasso) e Miguel Millán (Raúl Arévalo) terão que aprender a vencer as diferenças para resolver um caso. Eles investigam Santo, um narcotraficante cujo rosto nunca foi visto.

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 A prefeitura de Vitória de Santo Antão, localizada na Região Metropolitana do Recife, anunciou que iniciará a vacinação de idosos a partir de 78 anos na próxima segunda (15). O público pode agendar dia e hora do procedimento através do site www.vacina.prefeituradavitoria.pe.gov.br/. Também receberão as doses- oriundas de uma nova remessa de imunizantes do tipo Coronavac- os profissionais de saúde de nível superior e técnico em atuação nas clínicas privadas do município.

“Essa iniciativa é essencial neste momento quando iremos começar a aumentar a quantidade de pessoas que estão entre o público-alvo do processo de imunização”, comentou o secretário de Saúde, Eudes Lorena.

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A vacinação continuará ocorrendo exclusivamente no drive-thru do Samu, na Avenida Henrique de Holanda, de segunda a sexta, das 8h às 12h, das 12h às 17h. Idosos que não podem se locomover serão atendidos em domicílio. Para realizar o cadastro no site, os trabalhadores de saúde precisarão inserir no sistema CPF, carteira do conselho de classe, documento com foto e declaração de vínculo com uma clínica da cidade.

Os idosos podem realizar o cadastro através do canal (81) 9.8491-3633, junto aos atendentes. Essa parcela da população precisa levar comprovante de residência, documento com foto e CPF no dia da vacinação.

“Pedimos aos jovens que ajudem seus idosos a se cadastrarem no Vacina Vitória, mas ainda assim vamos manter a opção de marcação para os idosos por meio do  tele-covid, somente para os idosos”, apela o prefeito Paulo Roberto.

Com programação adaptada às medidas de segurança preventivas ao novo coronavírus, a programação de aniversário do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, foi anunciada pela prefeitura. Nos eventos presenciais, será obrigatório o uso da máscara e a limitação do número de pessoas. A cidade completa 143 anos de emancipação política na próxima quinta (9), data dos festejos e feriado municipal.

Está mantida a tradicional missa na Matriz Católica de Santo Antônio, no Centro, às 16h com limite para 50 pessoas. Também será promovido um culto de Ação e Graças, na Igreja Evangélica Assembleia de Deus, na Avenida Presidente Getúlio Vargas, no Centro, com limite para 120 participantes. De casa, será possível acompanhar, de quinta a domingo (12), quatro dias de shows ao vivo no canal da prefeitura no Youtube.

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 A programação inclui artistas como Aécio dos 8 Baixos, Sevy Nascimento, Alex Sousa, Jorge e Mont Serrat, Quadrilha União Junina, além de demonstrações de artesanato feitos pelos artesões locais, em lives transmitidas a partir das 19h. As atrações foram selecionadas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, através do projeto Play Cultural.

De acordo com a prefeitura, “com efeito simbólico ao aniversário”, a Secretaria de Defesa Social fará a entrega, na sexta-feira (10), 17 novas viaturas de patrulhas, que atuarão no Cabo. Com o feriado, os servidores municipais terão uma pausa e retomarão com as atividades normais na sexta-feira (10). O comércio, contudo, segue aberto em horário normal.

PROGRAMAÇÃO

16h - Missa na Matriz de Santo Antônio. (Capacidade para 50 pessoas).

19h -Culto em Ação de Graças na Igreja Evangélica Assembleia de Deus, na Matriz do Centro. (120 pessoas).

19h – Início da live com Shows ao vivo de artistas locais, gravada no Museu Joaquim Nabuco.

 

Foi preciso que a reportagem caminhasse quase três horas para percorrer a trilha que liga os engenhos Ilha e Jurissaca, no Cabo de Santo Agostinho. Cerca de dez posseiros nos convidaram a conhecer o perímetro depois que o Complexo Industrial Portuário de Suape iniciou uma nova onda de demolições de casas e remoções de cercas de arame e estacas que demarcavam as propriedades de agricultores instalados nas terras, localizadas no entorno da recém-inaugurada fábrica dos laboratórios Aché.

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O empreendimento, inaugurado em outubro de 2019, motivou uma série de desapropriações, sendo 41 delas ligadas a famílias que ainda não receberam indenização. Com a destruição da estrada de acesso à zona rural, encerrada agora por muros gigantescos, o caminho para as propriedades tornou-se um suplício. Mata adentro, uma trilha aberta pelos próprios posseiros não dá passagem para carros ou motos. Só se passa a pé.

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Diante do amontoado de tijolos que por 30 anos foi a casa que garantiu a subsistência de sua família, o posseiro José Severino dos Santos, de 64 anos, conta que apenas assistiu, de longe, à derrubada do imóvel. “Não encostei por medo. Cheguei no terreno e vi de longe. Era um grupo de seis homens (segurança privada de Suape) com martelos, marretas e picaretas, derrubando a casa da minha irmã”, conta. Se no passado a área era repleta de vizinhos e de chão bom para o plantio de batata, macaxeira, maxixe e milho, agora apenas um enorme descampado circunda os destroços da casa. “Indenizaram todos os terrenos ao redor desse, menos a gente e minha irmã ficou sozinha. Depois, apareceu um gado que ninguém sabe de quem é e destrói tudo. Eles vão isolando, para a turma correr”, conclui.

Mas correr para onde? Desde que foi expulsa das terras em que morava e trabalhava, a posseira Maria Joseilda da Silva precisa enfrentar 12km todos os dias para plantar e colher feijão, no Engenho Jurissaca. “O nosso terreno era no Posto do Padre, o que aconteceu foi que me chamaram para fazer o acordo e nunca pagaram a indenização. Ninguém vive de boniteza nem de brisa e preguiça de trabalhar eu não tenho”, comenta.

Maria Joseilda: "não posso é deixar meus filhos morrerem de fome". (Rafael Negrão/cortesia)

Mesmo em época de colheita farta, Maria não apura mais do que R$ 60 por semana, somando, nos melhores meses, a renda de R$ 240, com a qual sustenta três filhos. “Sou viúva e o INSS cortou a pensão que eu recebia do meu marido. Queria perguntar ao governador qual foi o desenvolvimento que ele trouxe para cá, porque meus filhos estão todos desempregados. A gente vê povo trabalhando na fábrica, mas ninguém daqui”, critica. Por vezes, a agricultora, é obrigada a trabalhar sob a observação da segurança privada de Suape. “Ficam ali debaixo de um pé de azeitona, perguntando se venho sozinha, se tenho medo, se tenho marido...Eles dizem que não posso plantar, mas o que não posso é deixar meus filhos morrerem de fome”, argumenta.

Vista com admiração por outros posseiros e constantemente descrita como uma mulher dotada de uma coragem “que muito homem não tem”, Maria foi uma das agricultoras realocadas para uma nova área depois de uma onda de expulsões executadas a mando de Suape, há cerca de dois anos. “Os posseiros acabaram ficando muito distantes uns dos outros e reagrupá-los para que eles se fortaleçam foi nossa estratégia”, explica Vera Lúcia Melo, presidente da Sociedade de Pequenos Agricultores de Ponte dos Carvalhos.

Milícias a serviço de Suape?

Durante trilha que liga engenhos, é possível notar os resquícios de estacas arrancadas. (Rafael Negrão/cortesia)

Com uma garrafa em uma das mãos e algumas frutas na outra, o posseiro José Amaro Bezerra, de 68 anos, é um dos muitos idosos que acompanham nossa equipe pelo entorno da Fábrica Aché. Com a camisa encharcada de suor, em determinado momento do percurso ele aponta para uma fileira de tocos de madeira teimosamente cravados no chão. “Vieram (vigilantes de Suape), derrubaram as estacas e aí falei que eram minhas. Eles disseram que se eu estivesse certo, iam devolver o material. Ainda perguntaram se eu tinha medo de ficar aqui”, lamenta Bezerra.

Tal experiência parece comum aos demais posseiros. Isolado graças à derrubada das casas de todos os vizinhos, a mobilidade comprometida e a energia elétrica cortada, Bezerra foi impossibilitado de permanecer no terreno onde viveu pelos últimos trinta anos. Sobre as motivações que teriam levado sua a família a ser a última a deixar o local, após a saída e indenização de todos os vizinhos, Isaneide Bezerra, filha do posseiro, conclui: “até hoje, me pergunto o porquê, mas só acho que o que Suape quis fazer foi nos intimidar”.

Base de casa de posseira destruída por Suape já em 2020. (Rafael Negrão/cortesia)

Agricultora aponta resquícios de estrutura de alojamento derrubada. (Rafael Negrão/cortesia)

Além de cortar as estacas, agentes da vigilância do complexo industrial teriam ainda derrubado as cercas feitas com o arame adquirido por Bezerra, com seus próprios recursos financeiros. “Agora estamos nos virando nos trinta, porque meu marido é pescador e há três meses está doente. Para não cruzar os braços, faço artesanato. Pagava aluguel até domingo (três dias antes da entrevista), hoje estou morando em uma invasão”, desabafa Isaneide.

No dia 16 de novembro de 2019, família Bezerra foi uma das que registrou Boletim de Ocorrência contra Suape. “No dia quinze de outubro do ano em curso, pelo período da tarde, foi abordado em seu sítio, por cinco elementos desconhecidos, os quais pertenciam ao corpo funcional de Suape, sendo que três estavam em uma caminhonete e dois motorizados e armados”, comunica o documento. Além deste, a reportagem do LeiaJá teve acesso a mais seis BO’s feitos por posseiros dos engenhos Jurissaca e Ilha, entre março de 2017 e janeiro deste ano. Em cinco das ações, é mencionada a presença de Romero Correia da Fonseca, chefe de segurança de Suape. Ele também é denunciado por portar armas de fogo, assim como membros da vigilância particular do complexo.

Em um vídeo gravado neste ano, Romero discute com Vera Lúcia de Melo, que tenta impedi-lo de deixar o Engenho Ilha após a demolição da base da casa de uma moradora. É possível assistir ao momento em que ele, a bordo de uma caminhonete com a logomarca de Suape, arranca com a carroceria repleta de estacas. “Eu tive uma prova tremenda do que é ser mulher negra e liderança. Tive que parar o carro com ele acelerando e colocando o veículo para cima de mim. Para ser bem educada, vou colocar ele como sendo um cara desumano, desprezível”, define Vera, que, devido aos conflitos em Suape, integra o Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos (PEPDDH), desde 2016.

Segundo relatos de moradores da região que preferem não se identificar, durante as ações de remoção, Romero costuma se utilizar de armas de fogo para intimidar a população, identificando-se como policial. O LeiaJá pediu esclarecimentos à Polícia Civil a respeito da conduta do chefe de segurança. Por meio de assessoria de imprensa, a instituição disse que não confirmaria se Romero é policial ou não, alegando que assim respeitaria a Lei de Abuso de Autoridade. A reportagem localizou, contudo, em um Boletim Interno de Serviço da Polícia Civil de Pernambuco, datado de 11 de abril de 2008, o comunicado de aposentadoria de um escrivão chamado Romero Correia da Fonseca, que atuou por 33 anos na corporação.

Romero Fonseca é flagrado levando estacas de posseira em carro de Suape:

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Carlos Gomes, membro do Departamento Jurídico do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco (SINDESV-PE), defende que Suape utiliza indevidamente os profissionais de segurança particular, terceirizados da empresa Servi-san. “O vigilante é treinado e formado para tomar conta do patrimônio a que presta serviço. Ele não tem autorização para se meter em conflitos da empresa, para ir até a casa daquele posseiro. O porto alega que a terra é deles e o trabalhador fica no meio dos conflitos da empresa”, explica. Gomes acrescenta que o vigilante pode sim utilizar armas de fogo no perímetro que está autorizado a atuar.

A Polícia Federal, por meio da Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp), é o órgão responsável por fiscalizar a atuação dos serviços de segurança privada. Por meio de assessoria de imprensa, a instituição informou que, no ano de 2011, realizou diligências na área, verificando o envolvimento de vigilantes na derrubada de imóveis. Como consequência, a empresa “Servi-san Vigilância e Transporte de Valores foi autuada e, ao final, cancelada punitivamente”. A PF colocou ainda que não estava ciente das novas denúncias, as quais irá apurar e, caso sejam confirmadas, poderão motivar “eventual punição sobre a empresa de segurança de privada”.

À esquerda, José Severino dos Santos, que se escondeu ao avistar funcionários de Suape derrubando a casa de sua irmã. (Rafael Negrão/cortesia)

No dia 2 de fevereiro de 2015, foi aberto pela 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania do Cabo de Santo Agostinho, do Ministério Público, um procedimento preparatório voltado para a atuação de milícias armadas a serviço de Suape. A ação- que levou em consideração os relatos líderes comunitários dos Engenhos Massangana, Vila Tatuoca, Boa Vista, Ilha, Serraria, Tabatinga e Algodoais- notificou a empresa a se manifestar em um prazo de 15 dias. A despeito das fotografias e evidências anexadas ao documento, Suape negou envolvimento nas ações criminosas. “Precipuamente, reitera-se que inexiste por parte desta Empresa Pública, quer por seus funcionários ou prestadores de serviços, qualquer ato truculento ou fora da legalidade, sobretudo quanto ao tratamento dispensado às famílias residentes no Complexo", respondeu a empresa, em 20 de março de 2015.

“Meu pai teve um AVC três dias depois da reunião com Suape”

Aos 63 anos, Severino Florêncio Filho travou sua última batalha contra Suape. O agricultor assistiu, um a um, à saída todos os vizinhos da qual havia tirado o sustento de sua família pelos últimos 30 anos. Com os oito filhos crescidos, sua principal companhia passou a ser uma pergunta: por que apenas ele não havia sido indenizado? “Ele ficou ‘aperreado’ de não ter uma resposta. Meu pai teve um AVC três dias depois da última reunião com Suape”, conta Walkíria Florêncio.

Walkíria diante do terreno que foi a roça em que cresceu. (Rafael Negrão/cortesia)

Um dos mais próximos ao muro da Fábrica Aché, o terreno inabitado logo se transformou em um enorme matagal. “O sentimento é de tristeza, a gente lembra tudo que viveu aqui. Com tanto dinheiro, não pagam a indenização. Para fazerem o que eles querem com as terras e a gente seguir nossa vida”, conclui Walkíria.

O nome de Severino Florêncio Filho é o 34º, dentre outros 43, a aparecer em um estudo cartográfico feito por Suape, em março 2019, sobre a localização dos ocupantes das terras que circundam fábrica Aché. O documento em si, aliás, é a melhor evidência de que a empresa reconhece a existência dos remanescentes que ainda não receberam suas indenizações.

Mapa de Suape em que constam nomes de posseiros que ainda não foram indenizados. 

No dia 28 de fevereiro de 2019, um novo procedimento foi aberto, desta vez, para apurar o não pagamento das indenizações de posseiros removidos de suas casas por Suape. A ata da reunião anexada ao documento, promovida pelo MPPE no dia 22 de janeiro do mesmo ano, registra a denúncia feita pelos posseiros a respeito de um laudo das benfeitorias de suas terras realizado pelos funcionários de Suape, que retiraram as mudas e plantações sob a promessa de pagamento da indenização em um prazo de noventa dias. Sete anos depois, os agricultores seguem sem receber o dinheiro.

O relatório “Complexos Industriais e Violações de Direitos”, publicado pela Plataforma de Direitos Humanos Dhesca Brasil em 2018, denuncia que as indenizações oferecidas por Suape costumam ser incompatíveis com o que é estabelecido pela Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape). “Mais de 12 laudos de avaliação do valor indenizatório de sítios desapropriados na localidade precisaram ser refeitos graças ao trabalho da Associação de Pequenos Agricultores de Ponte dos Carvalhos”, expõe o documento.

Pequenas passagens de pau precariamente instaladas pelos posseiros para criar acesso às terras. (Rafael Negrão/cortesia)

O LeiaJá solicitou entrevista com a atual promotora responsável pelo caso, Evânia Citian de Aguiar Pereira. O MPPE, contudo, disse que se manifestaria por meio de nota. Apesar da supracitada relação de posseiros a serem indenizados feita pela própria Suape, a instituição afirmou que “instaurou um procedimento para investigar quantas pessoas estão sendo atingidas pela construção do laboratório Aché, no complexo industrial de Suape, e a quantificação desse dano causado a elas”. O posicionamento menciona ainda uma reunião feita no dia 16 de agosto de 2019, com a presença de representantes do laboratório Aché, de Suape, do Fórum Suape, e a presidente da Sociedade dos Pequenos Agricultores. “Na ocasião, ficou acordado que o Fórum Suape deveria apresentar quais eram as pessoas atingidas pela construção do laboratório Aché, bem como a quantificação do dano por elas sofrido. A solicitação foi respondida no dia 28 de janeiro de 2020, por meio da coordenadora do Fórum Suape Espaço Socioambiental, Kássia de Souza. Porém, não foi informada a quantificação do dano causado, assim, o Ministério Público requereu mais diligências”, conclui o posicionamento.

Vera Lúcia Melo critica a morosidade da atuação da instituição. “A gente apresenta provas, dá toda a situação para ela, documentos, vídeos, foto e ela continua pedindo mais, já faz mais de um ano”, queixa-se.

História

Vera chama atenção para o grande tempo de ocupação das comunidades que habitam o entorno da fábrica Aché. “A gente se considera comunidade tradicional. O Engenho Ilha foi fundado em cima da cana de açúcar, as famílias que residem nesse arruado sempre trabalharam com agricultura”, comenta. A ata de fundação da Sociedade dos Pequenos Agricultores de Ponte dos Carvalhos, de 22 de maio de 1988, é um indício da longevidade da ocupação dos trabalhadores na área que circunda a fábrica Aché. Outro documento, um termo de recebimento da Associação dos Agricultores de Suape, atesta, em dois de novembro de 1990, que a então Diretoria de terras e Cartografia (DTC) da Secretaria de Agricultura do Estado de Pernambuco chegou a concluir um estudo topográfico na área denominada de Suape- II, correspondente aos engenhos Ilha, Cedro, Jurissaca e Boa Vista.

Na ocasião, o próprio estado de Pernambuco demarcou 265 lotes e áreas comunitárias, tendo ainda apresentado as divisas das regiões a seus ocupantes. "Declaramos que os serviços foram concluídos a contento e que as áreas onde os candidatos não compareceram, trocaram de lotes ou ocupam partes de lotes, terão seus problemas resolvidos pela própria associação juntamente com a direção de Suape. Sendo assim, a diretoria da associação abaixo assinada, dá como recebido os trabalhos de demarcação dos lotes supracitado (sic)", conclui o documento, assinado também por Suape e DTC.

Enorme, Muro da Fábrica Aché obriga posseiros a fazer caminho ainda maior para chegar às pequenas plantações. (Rafael Negrão/cortesia)

A Superintendência do Patrimônio da União (SPU) confirmou a posse de parte das terras correspondentes ao engenho Ilha, as quais tipifica como “terreno de marinha”. As terras estão regularizadas, por direito de ocupação, em nome de Suape. Sobre o Engenho Jurissaca, a instituição afirmou que seria necessário informar alguma localização exata, com endereço completo, pois “usando somente a denominação não foi possível identificar no sistema”.

Suape nega acusações

Por meio de nota, Suape negou que tenha ordenado a derrubada de casas de posseiros, confiscado objetos de posse de terceiros ou se utilizado de vigilantes portando armas de fogo para intimidar a população. A empresa ainda afirmou que não possui quaisquer pendências em relação a indenizações a posseiros.

Confira a nota na íntegra:

“Pela Lei 10.406/2002 (Código Civil), Suape tem a obrigação de impedir invasões no território com o objetivo de proteger o patrimônio público. Se identificarmos o momento em que um imóvel está sendo construído, devemos agir imediatamente, impedindo a continuidade da obra. Quando a invasão é detectada posteriormente, nós entramos na justiça solicitando reintegração de posse.  Pode ocorrer de sermos convocados pelo Ministério Público a participar da reintegração de posse. Mas, sem ordem judicial, Suape não interfere em moradias já consolidadas.

Vale salientar que o Complexo de Suape foi concebido com um grande território (mais de metade dele de área preservada) por um motivo. Se o porto sofre pressão urbana, ele perde sua capacidade de crescer, de acompanhar as novas demandas do setor, de ser competitivo e de gerar novos empregos e renda para a população. São 23 mil empregos gerados no território, atualmente. E temos capacidade para gerar muito mais.

Com relação aos Engenhos Ilha e Jurissaca, Suape negociou a saída de 126 famílias dessas áreas e todas elas foram indenizadas e tiveram a opção de escolher uma casa no Conjunto Habitacional Nova Vila Claudete ou cinco hectares de terra em assentamentos rurais. Outras 43 famílias solicitaram indenização para sair da área, mas essa questão não foi negociada por Suape, portanto, não procede a informação de pendências em indenizações.

As equipes de segurança de Suape que atuam no controle territorial trabalham sem armamento e com identificação. E qualquer material recolhido pela equipe fica à disposição dos proprietários.

Nenhum boletim de ocorrência de truculência foi gerado na atual gestão, iniciada em janeiro do ano passado.  E orientamos a população que qualquer comportamento indevido seja registrado, para que possamos apurar o fato e tomar as medidas cabíveis.

Sobre a empresa Ache, o empreendimento ainda não teve sua planta concluída e está em obras.

Por fim, destacamos que nos últimos dias temos visto uma série de vídeos antigos circulando nas redes sociais como se fossem novos, justamente no momento em que Suape desenvolve projetos socioambientais nas comunidades consolidadas do território. Diante disso, registramos o interesse e a prática da atual gestão em manter o diálogo com as comunidades e fomentar a economia e a melhoria da qualidade de vida das famílias consolidadas no território”.

“Piada de mal gosto”

Vera Lúcia, presidente da Sociedade de Pequenos Agricultores, integra o Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos (PEPDDH), desde 2016. (Rafael Negrão/cortesia)

Vera Lúcia de Melo classifica a resposta de Suape como uma “piada de mal gosto”. “Em algumas áreas do Engenho Ilha não indenizaram ninguém, somando com Jurissaca faltam 41 famílias. Ninguém é invasor”, comenta. Sobre a colocação de que a empresa não interfere em moradias já consolidadas sem reintegração de posse junto ao Ministério Público, a advogada do Fórum Suape- que defende os interesses dos posseiros- Mariana Vidal lembra que a própria Suape já afirmou, em ofícios encaminhados à justiça, que se utiliza do desforço imediato. “Esse é um instituto de autotutela, utilizado quando a própria parte que supostamente teve um direito violado não precisa recorrer ao judiciário para reaver sua coisa. A violação seria tão recente que a parte teria o direito de reaver a área supostamente invadida”, acrescenta.

Vidal reitera que os primeiros posseiros ocupam as terras há pelo menos trinta anos. “Isso confere a eles o direito de usarem o terreno como bem entenderem, contato que isso não fira a lei. Se os posseiros querem construir uma casa, uma cerca, dentro da área onde eles exercem a posse, podem fazer isso. Só que Suape se acha no direito de destruir qualquer construção nova, mesmo quando elas estão em terrenos de famílias que exercem a posse há muito tempo”, completa.

Fábrica Aché, no Engenho Jurissaca. (Rafael Negrão/cortesia)

A advogada critica ainda a falta de diálogo com a comunidade durante o processo de instalação da Fábrica Aché, que reforçou um longo processo histórico de invisibilização desses agricultores. “A Aché alega que não tinha conhecimento da existência de famílias no local. O estudo ambiental que embasou o processo de licenciamento ambiental não menciona nenhuma delas, então, consequentemente, não prevê medidas compensatórias e mitigadoras dos impactos que irão recair sobre essa comunidade, tanto oriundos da instalação quanto da operação do empreendimento”, conclui Mariana.

Também advogada do Fórum Suape, Luísa Duque argumenta ainda que Suape chegou a fazer a contagem das benfeitorias dos terrenos, o que gerou nos posseiros grande expectativa da indenização. “Até porque a forma como a empresa procedeu com as indenizações e os reassentamentos de parte da comunidade foi de forma a tornar os sítios remanescentes isolados, deixando a vida das pessoas insegura”, declara. Vidal complementa: “E, agora, tudo que a comunidade quer é ser indenizada para sair de lá. O Ministério Público não tem feito nada em relação a isso, enquanto as pessoas vão ficando idosas e tentando sair da área por conta própria”.

Banda Petrônio e As Criaturas encerra a programação. (Divulgação)

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O Cabo de Santo Agostinho contará com uma virada cultural no feriado da República. De forma independente, o Bistrô Sertão e Mar e o Espaço Esperantivo, localizado na Vila Nazaré, promoverá atividades culturais, artísticas, educativas e gastronômicas, nos dias 15 e 16 de novembro.

Na sexta-feira, o Bistrô Sertão e Mar realiza o Forró na Rua, com o grupo “Alienígenas do Forró”, do músico André Sette, a partir das 21h. Durante o evento, será realizada a coleta de doações para a ONG Onda Limpa para Gerações Futuras, que trabalha na preservação do litoral e mangues da cidade. É cobrada a contribuição de R$ 10 por mesa.

Já no sábado, a Vila amanhece com a Feirinha do Vale da Lua, a partir das 9h, no Teju Bar Nazaré. A Feira, que funciona até as 17h, é uma iniciativa das mulheres empreendedoras do litoral cabense e reúne expositores de produtos artísticos, artesanais, gastronômicos, de saúde e jardinagem. A entrada é gratuita e haverá discotecagem de vinil com o DJ Marco Da Lata.

Às 16h, o Coco de Seu Moleque encerra a festa. A programação em si só termina à noite, no Esperantivo, que exibe o filme pernambucano “O silêncio da noite é que tem sido testemunha das minhas amarguras”, às 20h. O diretor do longa, Petrônio Lorena, participará de um debate e apresentará seu show musical, com a banda Petrônio e as Criaturas. A entrada custa R$ 10 e é limitada a 50 lugares.

“A proposta da Virada é reunir a comunidade e fortalecer os empreendedores e empreendedoras criativas do local, que tem sofrido após a chegada das manchas de óleo. Mais do que nunca é tempo de fortalecer a autoestima e as potencialidades dessa Vila histórica, do século XVI, e promover esse local como destino criativo e sustentável”, destaca Jefte Amorim, co-fundador do Esperantivo e um dos articuladores da Virada.

PROGRAMAÇÃO

Sexta, 15/11

20h: Alienígenas do Forró, em frente ao Bistrô Sertão e Mar

Sábado, 16/11

9h: Feirinha do Vale da Lua, no Teju Bar Nazaré

20h: Exibição do filme “O silêncio da noite é que tem sido testemunha das minhas amarguras”, com debate + show de Petrônio e as Criaturas

O primeiro requisito para uma pessoa, religiosa ou leiga, virar santa católica, como ocorre com a freira baiana Irmã Dulce, que será canonizada hoje pelo papa Francisco, em Roma, é o clamor popular em torno de sua existência. Um candidato a santo tem de ter alguma vinculação com a condição de ser venerado por alguma característica ou comportamento, religioso ou social, que o torne diferente entre fiéis e atraia devoção.

A partir daí, o processo de consolidação da imagem pública religiosa, que termina com a aprovação papal, depende formalmente de três condições básicas a serem consideradas pelo Vaticano: martirização, comprovação de milagres ou, ainda, decreto do papa.

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"É o caso do português São Nuno de Santa Maria", explica o frei carmelita Evaldo Xavier, um especialista em Direito Canônico. São Nuno também era carmelita e morreu aos 71 anos em 1431. Ele foi beatificado por decreto em 1918. A canonização, porém, só aconteceu quase um século depois, em 2009, pelo papa Bento XVI. "Nesses casos, o papa dispensa a comprovação de milagres", afirma o frei. No Brasil, é o caso também de São José de Anchieta, jesuíta espanhol que morreu em 1597, canonizado como Apóstolo do Brasil em 2014 pelo papa Francisco. Anchieta, enviado ao Brasil quando tinha apenas 19 anos, foi declarado santo por ter uma vida dedicada à evangelização.

Pode-se ainda ser santo também por ter sido um mártir em função da fé, quando igualmente são dispensados milagres, prossegue frei Xavier. A Igreja tem casos recentes, de 2017, de reconhecimento de mártires como os padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, além do leigo Mateus Moreira, todos assassinados por soldados holandeses no século 17 no interior do Rio Grande do Norte. Com eles há ainda um grupo de 27 pessoas, homens, mulheres e crianças, todos tornados santos pelo mesmo motivo. São os Mártires de Cunhaú e Uruaçu. No caso do último dia 2, a menina cearense Benigna, de 12 anos, que sofreu abuso sexual no Crato, no interior do Estado, foi também beatificada pelo Vaticano como mártir.

Milagres

Por fim, um santo pode passar a existir formalmente para os fiéis católicos pela comprovação de milagres. Com um caso comprovado, torna-se beato. Para a canonização e posterior declaração de santidade, porém, é preciso a comprovação de um segundo milagre: é o caso de Santa Dulce dos Pobres. "Esse caso de Irmã Dulce foi muito rápido. Há santos que demoram séculos", argumenta o frei.

Na relação de comprovações exigidas pelo Vaticano para a declaração de santidade por milagres, examinadas por historiadores e especialistas em Direito Canônico, segundo o frei Xavier, há também a necessidade de os documentos serem redigidos em latim. "É a língua oficial da Igreja", diz.

O rol de santos, beatos, veneráveis e servos de Deus, pessoas destacadas pela fé na Igreja, é longo. O Brasil tem 36 santos, 37 com Dulce dos Pobres, além de uma lista de 52 beatos, outros 15 na condição de veneráveis, ou seja, com virtudes heroicas reconhecidas em processos na Igreja. E mais 68 pessoas têm processos abertos na Congregação (Servos de Deus). No grupo de santos mártires do RN havia mulheres e crianças, uma preocupação da Igreja com a família, diz dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo de Natal, encarregado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de chefiar a Congregação Para a Causa dos Santos no Brasil.

Entrevista: 'O papa tem favorecido canonizações'

Dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo de Natal, encarregado da Congregação Para a Causa dos Santos no Brasil, da Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), destaca a "celeridade" na canonização de Santa Dulce dos Pobres. "Ela fica em terceiro lugar, atrás apenas de Madre Teresa e de São João Paulo II", lembra.

A quem se encaminha o pedido para ser santo?

Há uma Congregação de Roma, o Dicastério para a Causa dos Santos. É a referência para a qual devemos nos voltar e pedir assessoria e orientação, para aí encaminhar e instaurar os processos de beatificação e canonização na Igreja.

Quais as etapas?

Um exemplo: aqui em Natal temos um padre muito santo desde o século 19, padre João Maria, que morreu no século 20. Ele já é tido como santo de Natal. A partir daí, a Igreja precisa preparar o processo de sua futura beatificação e ele já passa a ser, para a Igreja onde viveu, onde está sendo registrada a piedade popular, a devoção ao milagre, um Servo de Cristo. Abre-se então o processo para beatificação. Iniciado o processo na Congregação, em Roma, ele vai ser visto como "venerável". Aí o processo passa a ser de investigação, pesquisa e comprovação de milagres, virtudes heroicas, até ser beatificado. É preciso comprovar um milagre para ser beato. Depois, com outro, pode ter a graça da proclamação de santo.

É o caso de Irmã Dulce?

Atualmente, estamos muito voltados para esta realidade, que nos eleva para uma transcendência para a dimensão da fé, do povo de Deus, da vida da Igreja, porque temos a graça e a alegria da canonização da Santa Dulce dos Pobres. É muito importante porque a Irmã Dulce passou por essas etapas. O primeiro milagre, que serviu para a beatificação; o segundo, que serviu para a canonização. No mundo, o papa Francisco tem favorecido a canonização e beatificação de santos... canonizou Anchieta, dom Oscar Romero.

Olhando os tempos da Igreja, o processo ficou mais rápido?

Nesse caso, uma das peculiaridades é justamente a celeridade do processo. Ela ficou em terceiro lugar na história das canonizações e beatificações, com apenas 27 anos de estudos depois da morte, atrás apenas de São João Paulo II, 9 anos depois da morte, e Santa Teresa de Calcutá, 19 anos. É muito louvável.

Canonização e turismo

Desde que o papa Francisco anunciou, em maio, a canonização de Irmã Dulce, Salvador, onde a freira nasceu, viu crescer o turismo em espaços que marcaram a vida da religiosa. Foi no Largo de Roma, na Cidade Baixa, que a freira construiu sua vida. Lá estão as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), instituição que faz atendimento gratuito de saúde, e o Santuário de Dulce dos Pobres.

De maio até agora, o número de visitas explodiu. "A gente recebia cinco ônibus, de repente são 12, 18 - tudo sem avisar", diz Rosa Brito, coordenadora de Turismo Religioso da Osid. O aumento de visitantes levou a Osid a criar um roteiro para relembrar os passos de Irmã Dulce, que viveu em Salvador até morrer, aos 77 anos. O ponto de partida é a Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia - onde foi sepultada, em 1992.

De lá, o tour segue para a Igreja São João Paulo II, nos Alagados, bairro onde, em 1935, Irmã Dulce começou seu trabalho de assistência. Inclui ainda o Largo de Roma e a Capela das Relíquias, para onde foram transferidos os restos mortais da freira. Já a parada final é a famosa Igreja do Senhor do Bonfim, a 500 metros do Largo. O roteiro, em convênio com duas agências, custa de R$ 90 a R$ 170.

Totens

A prefeitura de Salvador também investe no Caminho da Fé, que liga o Bonfim ao Largo de Roma. A proposta é criar um espaço de oração para os fiéis, que poderão ver informações sobre a história do Bonfim e da Irmã Dulce nos 14 totens no trajeto. A caminhada leva 15 minutos - tempo para rezar um terço. E a obra deve terminar em abril de 2020.

João Paulo II

Quando esteve no Brasil em 1991, o papa João Paulo II disse que o País precisava "de santos, de muitos santos". "A santidade é a prova mais clara, mais convincente, da vitalidade da Igreja em todos os tempos e em todos os lugares", afirmou o pontífice, que àquela altura proclamava a beatificação de Madre Paulina, uma italiana com ampla atividade no religiosa no Brasil, que morreu em 1942, aos 77 anos, e foi canonizada em 2002.

Não demorou muito para que o próprio Karol Wojtyla, que morreu em 2005, virasse um santo. São João Paulo II foi canonizado em abril de 2014. A observação profética sobre o suprimento da carência brasileira de santos cumpre-se mais uma vez com a Igreja recebendo no Vaticano mais uma canonização hoje, a da baiana Irmã Dulce como Santa Dulce dos Pobres, em evento que inclui missa de Ação de Graças, às 5 horas deste domingo. A Igreja ainda prepara uma festa na Arena Fonte Nova, em Salvador, para comemorar a canonização do "Anjo Bom" da Bahia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O processo para a canonização do religioso brasileiro dom Hélder Pessoa Câmara (1909-1999) avançará para uma nova etapa na próxima semana, no Vaticano. Na chamada "fase romana", a Igreja Católica irá escolher um relator e determinará duas comissões para realizar um minucioso perfil biográfico e uma defesa argumentativa de suas virtudes.

De acordo com reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", citando Jociel Gomes, frade franciscano responsável pelo pedido junto a Santa Sé, o próximo passo será o papa Francisco fazer o reconhecimento que o brasileiro "praticou em grau heroico as virtudes cristãs".

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O processo para tornar dom Hélder santo foi aberto em fevereiro de 2015, nove meses após o pedido ser feito pela Arquidiocese de Olinda e Recife. Em um dossiê de 197 páginas enviado ao Vaticano, o frei Jociel registrou depoimentos de 54 pessoas.

Dom Hélder Câmara é conhecido por ser uma voz ativa em defesa dos direitos humanos durante a ditadura militar. Ele foi indicado quatro vezes ao Nobel da Paz e é considerado Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos, em lei federal.

Em relação ao processo de canonização, o religioso ainda precisa por algumas fases. Primeiramente, ele precisa ser considerado venerável, para que os relatos de milagres sejam analisados por especialistas do Vaticano.

Logo depois, somente com um milagre reconhecido, ele poderá se tornar beato. Por sua vez, para ser canonizado, ou seja, receber o status de santo, a Igreja precisa reconhecer o segundo milagre.

Ao longo de sua vida, Hélder Câmara foi arcebispo emérito de Olinda e Recife e um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Além disso, ficou famoso por sua luta durante a ditadura militar e por defender uma Igreja mais próxima dos pobres.

A morte do cearense, que atuou fortemente em Pernambuco, completa 20 anos nesta terça-feira (27).

Da Ansa

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