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As infecções pelo vírus Sars-CoV-2, que provoca a covid-19, estão em queda na população adulta na maioria dos estados brasileiros, aponta o Boletim InfoGripe, divulgado nesta quarta-feira (12) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O boletim também mostra que há indícios de interrupção no aumento dos casos relacionados ao vírus Influenza A, que causa gripe. 

Nas crianças, o vírus sincicial respiratório (VSR) continua sendo o principal vírus identificado. Já em relação ao quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no âmbito nacional, o estudo sinaliza queda nos novos casos na tendência de longo prazo, nas últimas seis semanas, e de crescimento em curto prazo, nos últimos 21 dias. Os dados são referentes à semana epidemiológica de 25 de junho a 1º de julho.

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  Os estados do Acre, Amapá, Goiás, Pará e Rio Grande do Norte apresentam sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo. Os dados do boletim mostram que, no Acre, Amapá, Pará e Rio Grande do Norte, o crescimento recente está atingindo principalmente as crianças. Já em Goiás, o aumento de síndrome respiratória aguda grave está presente nas crianças e adolescentes e também entre os idosos, a partir de 65 anos. 

Capitais

Nove capitais têm indícios de crescimento de casos de SRAG: Belém, João Pessoa, Macapá, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro e São Luís. Na maioria, as crianças são as mais atingidas. 

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, alerta que o quadro atual ainda requer cuidados. Ele alerta para a situação de estabilidade em patamares elevados verificada entre a população pediátrica em diversos estados das regiões Norte, Nordeste e Sul. “Tal cenário mantém a necessidade de atenção e ações para diminuição da transmissão de vírus respiratórios. As internações de crianças estiveram em crescimento durante um longo período e, mesmo tendo interrompido em alguns estados, mantêm números expressivos de novas internações. Isso faz com que os leitos pediátricos continuem com alta demanda”, disse Gomes.

Faixa etária Os dados referentes aos exames de laboratório por faixa etária apontam queda nos casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19) em todas as faixas etárias da população adulta. Na população de 15 a 49 anos e de 50 a 64 anos, o volume de casos positivos para influenza A nas semanas recentes é similar ao de Sars-CoV-2.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) inaugurou nesta sexta-feira (3), em Manaus, um biomódulo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que possibilitará a manipulação de microrganismos classificados com Nível de Biossegurança 3 (NB3). 

Ao elevar o nível de segurança de seus laboratórios, o Inpa terá condições de manipular o Sars-Cov-2 e, também, outros patógenos que exigem esse nível de segurança. Segundo o ministério, a infraestrutura inaugurada teve um custo de R$ 2,86 milhões. 

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O ministro da pasta, Paulo Alvim, disse que a nova estrutura “vai alavancar tremendamente a pesquisa na região, além de prestar serviço para a criação de uma rede de biossegurança de todo o país”, lembrando que é o segundo laboratório do tipo construído na Região Amazônica, e o primeiro no estado. 

De acordo com o secretário de Pesquisa e Formação Científica, Marcelo Morales, 18 estruturas nacionais receberam recursos para elevar, de 2 para 3, o nível de segurança de seus laboratórios. “Na Região Amazônica, isso é fundamental. É estratégico para o país”, disse. 

“Pesquisa, inovação e ciência nos trazem soberania, e dentro do ambiente da Amazônia, que é essa riqueza desconhecida, a pesquisa tem de estar presente para desvendar esses mistérios, em meio às riquezas da região”, disse o secretário.  A expectativa é de que, com suas estruturas, o Inpa possa prestar serviços não só para outras instituições e empresas, como para ajudar na transferência de tecnologias para o setor produtivo.

Em virtude da confirmação da variante Gamma em Caruaru, no agreste pernambucano, e da crescente de casos de Covid-19 na região, a prefeitura assinou um convênio com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para a realização de um monitoramento epidemiológico de variantes do vírus SARS-Cov-2. A primeira nota técnica da pesquisa foi entregue nesta segunda-feira (7), e apresenta um cenário que ajuda a entender o tipo de cepa que circula na região.

De acordo com o documento, foram enviadas ao Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica – Suely Galdino (NUPIT-SG) 48 amostras de swabs nasofaríngeos provenientes de pacientes de Caruaru (47) e Toritama (01), todos com sinais clínicos da Covid-19. Os pacientes estavam internados em hospitais das cidades, sendo 13 alocados na enfermaria (setor amarelo), 25 no semi-intensivo (setor vermelho) e 10 na UTI. Desses, 29 amostras foram selecionadas para a realização do sequenciamento, com apoio de pesquisadores do Instituto Aggeu Magalhães.

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Nos resultados obtidos durante esse primeiro estudo foram possíveis de sequenciar, com eficiência e confiabilidade, 27 amostras e, dessas, 26 apresentaram mutações características da variante de Manaus, a P.1 (ou variante Gamma, segundo a recente designação proposta pela Organização Mundial de Saúde).

“A predominância da variante P.1 do SARS-CoV-2 na região do Agreste de Pernambuco é preocupante, em função da presença de mutações que resultam na maior transmissibilidade. Essa variante geralmente provoca quadros mais graves, o que justifica o seu predomínio nos casos avaliados de Caruaru, onde todos os pacientes tinham alterações respiratórias, com demanda de oxigênio”, explicou a profa. Michelly Pereira, pesquisadora do NUPIT-SG.

Para o reitor da UFPE, prof. Alfredo Gomes, "a parceria busca evidências científicas para responder à emergência em saúde pública, e no seu enfrentamento. Resultados como estes reiteram a relevância da UFPE para o nosso estado e a vida das pessoas, demonstrando mais uma vez o papel das universidades públicas no servir à sociedade”.     

O monitoramento de variantes do vírus SARS-CoV-2 representa uma estratégia necessária para as medidas de vigilância epidemiológica, tendo em vista o surgimento de novas variantes do vírus que já foram relatadas no Brasil.

De acordo com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB-PE), investigar o comportamento do vírus pode ajudar nas estratégias para a contenção da doença. “A partir do momento que a gente tem esse detalhamento, entendemos melhor o comportamento do vírus, sua transmissibilidade e mudança de comportamento sintomático que pode causar nas pessoas infectadas. Quanto mais a gente entende a doença, mais poderemos ter caminhos para evitá-la ou tratá-la”, pontuou.

Ainda de acordo com o relatório, estudos indicam uma alta taxa de mortalidade relacionada à infecção da variante P.1, especialmente devido à superlotação das Unidades Intensivas de Saúde, o que confirma a gravidade da situação dos municípios da região. Em Caruaru, há uma elevação permanente no número de reinfecções, especialmente nos últimos 90 dias, o que pode ser um forte indicativo da presença de outras variantes.

“É de extrema urgência a ampliação da cobertura de imunização para a região do Agreste para tentar conter o avanço dos casos de contaminação e salvar vidas”, finalizou o prof. Valdir Balbino, pesquisador do Laboratório de Bioinformática e Biologia Evolutiva (Labbe).

Uma possível e potencialmente perigosa nova cepa do coronavírus foi detectada na Grande Belo Horizonte, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (7) por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do grupo Hermes Pardini , da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da prefeitura da capital mineira. A variante combina 18 mutações nunca anteriormente descritas no Sars-CoV-2. Ainda não é possível afirmar se a variante causa maior transmissão do vírus ou se piora quadros clínicos mais graves, como os da SRAG.

Entre essas mutações estão algumas compartilhadas com as variantes brasileiras P1 (originada em Manaus) e P2 (Rio de Janeiro), com a sul-africana B.1.1.351 e com a britânica B.1.1.7., todas consideradas mais perigosas que as primeiras cepas encontradas para a doença, e também com alto índice de infecção.

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Os pesquisadores sequenciaram 85 genomas do SARS-CoV-2 de amostras clínicas coletadas na capital e na região metropolitana. Dois novos genomas com “uma coletânea de mutações ainda não descritas, caracterizando uma possível nova variante de SARS-CoV-2” foram encontradas.

“Esses dois novos genomas estão em amostras coletadas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021 e não existem evidências de ligação epidemiológica entre ambas, como parentesco ou região residencial, o que reforça a plausibilidade de circulação desta nova possível variante”, relata o grupo de cientistas.

Os sequenciadores ainda acreditam que a cepa pode estar em circulação em outras cidades de Minas Gerais, além da capital, que têm registrado uma explosão de casos graves nas últimas semanas.

“É a primeira vez que há descrição da nova possível variante. Não havia sido descrita anteriormente. Ainda não sabemos o que ela pode causar. As mutações que ela possui, sempre no mesmo local, na proteína S, podem ou não estar relacionadas com aumento de transmissibilidade. Acabamos de descobrir, ainda não sabemos”, explica Danielle Zauli, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento do Pardini.

 

Na tarde deste sábado (27), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), usou suas contas nas redes sociais para anunciar que “mais da metade” da população com 75 anos ou mais que reside na capital pernambucana já está com a vacina contra a Covid-19 agendada. 

“Em breve, teremos a grande maioria dessa faixa imunizada”, escreveu o prefeito. De acordo com dados divulgados pelo Governo de Pernambuco, já foram imunizadas 390.880 pessoas em Pernambuco até a última sexta-feira (27). 

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De acordo com pesquisadores do Centro Brasil-Reino Unido para a Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), a situação brasileira no que diz respeito à vigilância genômica do Sars-CoV-2 (novo coronavírus) está deixando a desejar.

Darlan Cândido, que é integrante do CADDE, revelou à Revista Galileu que o Brasil sequenciou "apenas 0,024% dos casos confirmados da Covid-19 no país". Essa porcentagem foi calculada pelo pesquisador com base nos dados da Universidade Johns Hopkins.

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O país fica para trás quando comparado com outros países emergentes, entre eles Índia (0,042%), México (0,096%) e África do Sul (0,256%). 

Além desse pouco sequenciamento, Darlan aponta que o Brasil distribuiu mal as suas informações, tanto em relação ao tempo quanto ao espaço. O pesquisador relatou à revista que mais de 75% das sequências disponíveis atualmente no país vêm da região Sudeste.

"Isso limita muito o entendimento do que está acontecendo no restante do país. Além disso, a maior parte dos dados foi gerada no primeiro semestre de 2020", revela.

Cândido complementa dizendo que somente 8% das sequências genômicas da Covid-19 foram publicadas entre os meses de agosto e dezembro, "tornando impossível saber, por exemplo, há quanto tempo a nova variante está circulando no país e o quão disseminada ela está", revela.

Os pesquisadores apontaram à Galileu que a dificuldade na importação de reagentes usados no sequenciamento genômico, o custo dos insumos e equipamentos, além da falta de profissionais para esse tipo de trabalho - fora da região Sudeste - podem ser algumas das explicações para essa dificuldade de sequenciamento e publicação no país.

A chegada da pandemia de Covid-19 fez com que, ao longo do último ano, toda a população tivesse que se adaptar a protocolos e novas regras com o objetivo de evitar o contágio pelo vírus SARS-CoV-2 nas mais diversas situações. A pandemia não acabou e, com o número de casos e mortes indicando que o País atravessa uma segunda onda da doença, se torna mais importante ainda adotar e seguir rigorosamente as normas de higiene, uso de máscara e o distanciamento social, especialmente em ambientes fechados.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), versão impressa, prova responsável por selecionar estudantes para cursos de nível superior, será aplicado no domingo (17) e no dia 24. O processo seletivo gera muitas expectativas e também divide a população no que diz respeito à segurança de sua realização durante a pandemia. Para a próxima aplicação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), instituiu um conjunto de novas regras que todos os participantes devem obrigatoriamente seguir, sob pena de eliminação.

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De acordo com os editais das versões impressa e digital do Enem - a ser aplicado nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro -, os participantes só poderão entrar e permanecer nos locais de prova e salas de aplicação se estiverem utilizando máscara e portando documento oficial com foto. Segundo o tópico 12.7.1 do edital, “caso o participante precise aguardar o recebimento de documento válido listado nos itens 12.2 ou 12.4 e/ou da máscara de proteção à Covid-19, deverá fazê-lo fora do local de aplicação”. 

Vale ressaltar que, segundo o texto do edital, os participantes são obrigados a utilizar a máscara corretamente, ou seja, cobrindo do nariz ao queixo, que é a única forma de proteger verdadeiramente a si e aos demais. Ainda de acordo com o edital, “o participante que não utilizar a máscara cobrindo totalmente o nariz e a boca, desde sua entrada até sua saída do local de provas, será eliminado do Exame”. Os participantes são autorizados a levar máscaras extras para realizar a troca durante a prova e, em caso de precisar descartar o equipamento de proteção, as lixeiras dos locais de prova deverão servir para este fim. 

Apenas no Enem impresso haverá uma exceção à regra sobre o uso de máscara. De acordo com o edital, “para os casos previstos na Lei nº 14.019, de 2 de julho de 2020, será dispensado o uso da máscara, conforme item 13.1.42 deste Edital, para pessoas com autismo, deficiência intelectual, deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado de máscara”.

No momento de se identificar, a orientação é que o participante retire o equipamento de proteção pelas tiras - jamais toque a frente da máscara - para permitir a visualização do rosto, recolocando em seguida e higienizando as mãos com álcool gel, seja próprio ou fornecido no local da prova. Caso o participante precise usar o banheiro, a ida deverá ser acompanhada pelo fiscal e, ao retornar, será necessário novo procedimento de identificação. O edital também determina que o aplicador realizará a coleta de dados biométricos de cada participante de acordo com as regras estabelecidas para a proteção contra a Covid-19. 

No que diz respeito à fiscalização dos objetos dos alunos, todo estudante que participará do Exame deverá ter materiais religiosos (como burca, quipá e outros), lanches e materiais próprios (máquina de escrever em braille, lâmina overlay, reglete, punção, sorobã ou cubaritmo e outros, menos cão-guia, medidor de glicose e a bomba de insulina) inspecionados dentro das regras estabelecidas para prevenção do contágio. A recusa injustificada à inspeção de materiais, assim como à revista eletrônica nos locais de provas, a qualquer momento, por meio do uso de detector de metais, respeitando os protocolos de proteção à Covid-19, acarretará em eliminação.

Diante da necessidade de proteger a saúde de todos os participantes, fiscais de sala e outros membros da equipe de aplicação das provas, será proibida a entrada de pessoas com doenças infecto-contagiosas, como Covid-19, Coqueluche, Difteria, Doença Invasiva por Haemophilus Influenza, Doença Meningocócica e outras meningites, Varíola, Influenza humana A e B, Poliomielite por poliovírus selvagem, Sarampo, Rubéola e Varicela. Os participantes que comprovarem ter contraído qualquer uma dessas enfermidades terá direito de solicitar a reaplicação do Enem

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A Secretária de Saúde do Estado (SES-PE) divulgou, neste sábado (19), a quantidade de novos casos da Covid-19 em Pernambuco. Ao todo, foram diagnosticados 807 infectados com a doença nas últimas 24 horas, sendo 42 (5,2%) de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os outros 765 (94,8%) de pacientes com sintomas leves ou que não demandam internamento hospitalar. 

Também foram confirmados 33 óbitos, que ocorreram desde o dia 23 de abril. Do total de mortes divulgadas no informe, 4 (12%) ocorreram nos últimos três dias, sendo uma na última sexta-feira (18) e três na última quarta (16). Os outros 29 registros (88%) ocorreram entre os dias 01/05 e 14/09. 

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Agora, Pernambuco totaliza 141.042 casos confirmados, sendo 26.032 graves e 115.010 leves. O total pessoas vitimadas pela doença no Estado é de 8.004. Os detalhes epidemiológicos serão repassados ao longo do dia.

Embora as "mutações" sejam frequentemente assustadoras na ficção científica, na realidade, um vírus mutante é normal - nem bom, nem mau. E hoje as mutações do SARS-CoV-2 não parecem ter consequências notáveis.

- Por que um vírus sofre mutação?

Ao entrar em uma célula, o vírus se replica, ou seja, copia-se para se espalhar. A cada replicação, ocorrem erros na cópia do genoma, que podem ter um impacto mais ou menos importante no comportamento do vírus.

A mutação pode ser "favorável" ao vírus e ajudá-lo a sobreviver melhor, ou "desfavorável", se enfraquecê-lo. É o que se conhece como seleção natural.

Os vírus de RNA, como o SARS-CoV-2, sofrem mutações mais rapidamente do que os vírus de DNA, pois seus erros são mais frequentes.

As mutações do coronavírus são mais lentas, porém, do que as de outros vírus RNA. Até agora, o SARS-CoV-2 sofre mutação duas vezes mais rápido que a gripe e quatro vezes menos rapidamente do que o HIV, de acordo com Emma Hodcroft, epidemiologista molecular na Universidade de Basel (Suíça), recentemente citada na revista Nature.

Os cientistas até consideram o novo coronavírus como geneticamente estável. Mas o importante é saber se essas mutações têm efeitos notáveis e se os tornam mais perigosos, ou seja, mais contagiosos, ou mais resistentes às defesas imunológicas, por exemplo.

- O que se sabe sobre os efeitos das mutações?

Pesquisadores de todo mundo estão sequenciando os genomas do coronavírus em seus respectivos países e compartilhando-os em um banco de dados internacional, o GISAID, um tesouro de dezenas de milhares de sequências.

Por enquanto, nada indica claramente que o vírus sofreu uma mutação que modifique significativamente seus efeitos em humanos.

O que é certo é que o coronavírus "está sempre em mutação", explicou esta semana aos senadores franceses Marie-Paule Kieny, virologista e diretora de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França.

Mas "não há dados" até agora que indiquem que essas mutações alteraram a virulência do vírus, acrescentou seu colega, o epidemiologista Dominique Costagliola.

Embora "isso não signifique que não possa acontecer mais tarde", disse Kieny.

Em um estudo publicado em julho pela revista Cell, um grupo de cientistas afirmou que uma mutação havia feito com que a cepa mais disseminada do vírus infectasse as células com mais facilidade, graças a uma modificação da proteína S, a ponta de lança que permite sua entrada nestas.

Segundo sua hipótese, essa mutação poderia tornar o vírus mais contagioso, o que explicaria sua disseminação exponencial.

Muitos cientistas objetaram, no entanto, que esse aumento da infectividade havia sido observado somente em laboratório e que o estudo não mostrou que essa condição os tornava mais contagioso.

O consenso geral atual é que, embora a cepa em questão seja certamente mais infecciosa, não é necessariamente mais transmissível entre humanos.

O estudo também apontou que a mutação não agravava a doença, após observação de pacientes hospitalizados.

A hipótese de um cientista de Singapura que afirmou em agosto que o vírus seria menos virulento também não foi confirmada. Na verdade, a menor gravidade dos sintomas também pode ser explicada por outros fatores, como melhores tratamentos.

- Como esperar uma vacina, se há mutação?

Quando as mutações modificam substancialmente a antigenicidade do vírus, ou seja, sua capacidade de provocar a produção de anticorpos, as vacinas podem perder sua eficácia.

Como o SARS-CoV-2 sofre mutação relativamente lenta, isso pode ser uma boa notícia. Por enquanto, "não parece que essas mutações influenciem a antigenicidade", de acordo com Kieny.

A maioria das vacinas em desenvolvimento é feita com "vírus que correspondem às primeiras cepas de Wuhan, mas muitos pesquisadores e empresas tentam testar se os anticorpos que geram neutralizam os novos vírus da mesma maneira" e "percebem que esse é o caso", acrescentou.

"Portanto, embora essas mutações sejam reais, nada nos diz que teremos que fazer como a gripe e produzir uma vacina diferente a cada ano", concluiu a cientista.

Um estudo internacional realizado pelo Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) e publicado na revista de divulgação científica Science aponta que o isolamento social, ainda que adotado tardiamente, foi capaz de reduzir pela metade a transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no país. 

Pesquisadores brasileiros fizeram análises genéticas epidemiológicas e de dados de mobilidade humana, concluindo que houve mais de 100 entradas do vírus, originárias principalmente da Europa, mas somente três delas iniciaram a cadeia de transmissão. Após a adoção do isolamento já com o vírus espalhado, a taxa de transmissão diminuiu de 3 para 1,6 contaminados por pessoa infectada. 

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O estudo foi publicado na última quinta-feira (23). Os pesquisadores sequenciaram 427 genomas do novo coronavírus a partir de amostras coletadas em 85 municípios de 21 Estados brasileiros. Feito isso, os dados genômicos foram combinados com informações epidemiológicas e de mobilidade humana para estudar a transmissão. 

De acordo com a professora Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMT) da Universidade de São Paulo (USP), que participou da elaboração da pesquisa, o estudo em questão é uma continuidade do sequenciamento genético do vírus realizado no Brasil em parceria com o Instituto Adolfo Lutz e a Universidade de Oxford, no Reino Unido. “É um trabalho de vigilância contínua, para verificar como o vírus está evoluindo e a sua dispersão, a partir de amostras coletadas desde março até o final de abril”, disse ela em entrevista ao Jornal da USP. 

Darlan Cândido, da Universidade de Oxford, é o pesquisador que assina como primeiro autor do artigo e explica que a partir do genoma do vírus é possível reconstituir a história da epidemia no Brasil. “A análise permite fazer isso tanto no tempo quanto no espaço, ou seja, quando o vírus chegou e onde se espalhou.”

Espalhamento do vírus

Segundo a professora Ester, o novo coronavírus começou a se espalhar antes da adoção de medidas para reduzir a mobilidade de pessoas no Brasil, como o fechamento do comércio e das escolas, a partir do mês de março. “A ausência de restrições de movimentação e de aglomerações pode ter facilitado o início da transmissão. Duas das linhagens entraram no Brasil pelo Sudeste e num primeiro momento se espalharam dentro dessa região, mas depois de 21 de março elas começaram a atingir Estados de outras regiões, com um aumento na migração do vírus”, aponta a professora. 

A análise de dados de mobilidade, feita através de dados de celular anonimizados e do número de casos registrados no Rio de Janeiro e em São Paulo, mostrou a queda na taxa de transmissão, de 3 para 1,6. “Isso quer dizer que no começo da cadeia de transmissão, cada pessoa infectada transmitiu o vírus para outras três pessoas, e com as intervenções, um infectado passou a contaminar menos de duas pessoas, em média”, explica a pesquisadora. 

Segundo a professora Ester, um cenário ideal teria uma taxa de transmissão abaixo de um, ou seja, parte dos infectados contraindo a doença sem passar o vírus para mais ninguém. Com o índice atual, a epidemia permanece crônica, podendo se manter por muito tempo”. 

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Às 8 horas da manhã deste domingo (5), o Brasil registrava 64.375 mortos por Covid-19 desde o início da pandemia no mês de março, e passou a marca de um milhão e meio de casos, com 1.579.394 infectados. No último sábado (4), o país registrou 1.111 mortes dentro de 24 horas.  

A fonte dos dados é o consórcio de veículos de imprensa formado pelos jornais G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL desde o dia 8 de junho para publicar os dados da doença no país com base nos dados das secretarias estaduais de saúde. No último boletim, que foi divulgado às 20h de sábado (4), eram 64.365 mortes, 1.111 em 24 horas; e 1.578.376 casos confirmados. Desde então, os estados do Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima incluíram novos dados.   

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Pernambuco 

No último sábado, mais 1.095 pessoas foram confirmadas com novo coronavírus em Pernambuco, dos quais 894 pacientes foram considerados leves, enquanto 201 enquadram-se como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), totalizando um acumulado de 63.457 infectados desde o início da doença no estado. Até agora, já foram confirmadas 5.116, sendo 48 nas últimas 24 horas. 

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Na última quarta-feira (1º), o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Fernando Melo, declarou que o sindicato não recomenda datas de retomada das aulas presenciais no estado. 

A afirmação foi feita durante a live “Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?”, que teve como tema o retorno às aulas presenciais e contou também com a presença de Cláudio Furtado, representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed); Rozana Barroso, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e do secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Fred Amancio.

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Fernando explica que no dia 1º de junho o sindicato entregou à Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE) um documento com recomendações para o retorno às aulas no momento pós-pandemia, baseado em orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Colocamos questões e contribuições para trabalhar em três eixos: a garantia do direito à educação para todos e para todas, a questão da infraestrutura sanitária profissional e tecnológica e o terceiro é que a gente possa instituir um pacto educacional pautado na capacitação dos profissionais”, disse ele. 

Quando questionado se, com a elaboração do documento de orientações, o sindicato recomenda alguma data para o retorno, Fernando foi taxativo ao negar. “O Sintepe está defendendo, através de seu documento, protocolos, diretrizes, condições sanitárias, condições estruturais, todo o conjunto de elementos que quando do retorno, quando possivelmente nós viermos a retornar às atividades presenciais, nós tenhamos essas condições estabelecidas. O princípio que norteia o nosso documento é a defesa da vida e hoje nós não estamos vendo no horizonte  uma data que nós possamos dizer ‘é a partir dali que nós vamos retornar’”, afirmou. 

Além das questões mais diretamente ligadas aos números da pandemia no estado, como ocupação de leitos, óbitos e registro de casos, Fernando aponta outras razões pelas quais, segundo ele, a recomendação de uma data para o retorno é inviável no momento.

“Esse retorno vai exigir todo um cuidado, toda uma logística para que a gente possa efetivamente assegurar o cuidado com essas vidas. Nós temos na rede estadual escolas que têm uma estrutura muito boa, mas temos também escolas que não têm uma estrutura que permita ao estudante o distanciamento dentro da sala de aula. Que permita ao estudante com tranquilidade o acesso à questão da água, que tenha uma rede de esgoto que atenda bem àquela escola ou àquela localidade. Temos uma série de circunstâncias que hoje assustam quando a gente fala num possível retorno”, disse o professor.

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A Prefeitura de Salvador, capital da Bahia, prorrogou por mais 15 dias a suspensão das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas, universidades, auto-escolas e outros cursos. A medida, que tem por objetivo conter o novo coronavírus (SARS-CoV-2), foi anunciada nesta segunda-feira (29) pelo prefeito ACM Neto (DEM) durante um evento de autorização de obras para construção de novos trechos de BRT. 

"Não há condições as aulas voltarem nesse momento. Ainda não há segurança para isso", disse o prefeito, citando dados da Saúde na cidade. Atualmente, Salvador tem taxa de ocupação de 75% dos leitos clínicos e 80% dos leitos de UTI na rede de saúde pública. A rede privada tem lotação de 76%. 

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"Continuamos a perseguir a queda na ocupação de leitos, o que nos dará mais segurança para a retomada de atividades. Hoje, chegamos a um platô de casos de Covid-19 na cidade, mas ainda com a quantidade de contaminados muito alta. (...) Pacientes do interior, que estamos recebendo em nossa rede, também contribuem com esses números de ocupação. Por isso, é importante que os prefeitos do interior, principalmente dos municípios mais próximos de Salvador, trabalhem efetivamente no sentido de combater o avanço da doença", afirmou ACM Neto. 

*Com informações da assessoria de imprensa

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O banco Santander criou uma bolsa chamada “Superando Juntos”, destinada a apoiar estudantes universitários de instituições privadas durante a pandemia de Covid-19. O benefício é de R$ 4 mil, dos quais R$ 300 serão pagos ao estudante para auxiliar o ensino remoto e R$ 3,7 mil para a instituição de ensino, custeando quantas mensalidades couberem na quantia. 

Os estudantes interessados devem se inscrever através do site de bolsas do Santander, onde também está disponível a lista de instituições conveniadas, até o dia 2 de agosto. Os resultados serão divulgados no dia 8 de setembro.

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Segundo o banco, mais de mil alunos de 121 instituições parceiras do Santander em todo o território nacional devem ser contemplados. Cada universidade terá seu próprio edital para selecionar os alunos que deverão receber as bolsas, com base em critérios como excelência acadêmica e situação de vulnerabilidade social. 

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A Secretaria Estadual de Educação do Governo de São Paulo havia anunciado o retorno das aulas presenciais nas escolas para o mês de julho, mas voltou atrás da decisão. Agora, de acordo com o órgão, o retorno não tem data definida e dependerá da aprovação do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo. 

Em um primeiro comunicado à imprensa por e-mail, o governo de São Paulo informava que as atividades escolares retornariam no próximo mês gradativamente e de forma regionalizada, com a possibilidade de antecipação para a educação infantil e creches. Mais tarde, um novo comunicado negou a informação retirando a data. 

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"A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) esclarece que ainda não há data definida para volta às aulas presenciais. O texto divulgado nesta quinta-feira (4) intitulado “Número de alunos transferidos da rede particular para estadual de SP cresce mais de dez vezes; matrícula online é aberta pela primeira vez” saiu com uma informação errada sobre a volta às aulas. A assessoria de imprensa da pasta pede desculpas pelo erro e informa que a retomada das aulas será gradual e regionalizada, seguindo o que os dados científicos sobre a epidemia indicarem em cada região do Estado. As diretrizes devem ser apresentadas à sociedade nas próximas semanas", afirma a nota. 

Transferência de alunos

Também nesta quinta-feira, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo divulgou um balanço sobre a transferência de estudantes de escolas particulares para a rede estadual de ensino. Segundo o governo, a procura por vagas nas escolas cresceu mais de dez vezes em comparação aos meses de abril e maio do ano passado: foram 2.388 transferências de estudantes oriundos da rede particular, contra 219 no mesmo período de 2019.

O aumento e a emergência sanitária levaram a pasta a cogitar a possibilidade de realizar as matrículas virtualmente para evitar aglomerações e deslocamentos durante a pandemia. As matrículas para 2021 ainda não foram abertas e as transferências entre escolas públicas estão temporariamente suspensas, com previsão de retorno após a retomada das aulas presenciais. 

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Nesta segunda-feira (1º) Ministério da Educação (MEC) homologou diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE) para a educação básica e ensino superior durante a pandemia de Covid-19, através de uma publicação no Diário Oficial da União. 

O objetivo do documento é orientar instituições de ensino superior, escolas, estados, municípios e o Distrito Federal sobre as práticas educacionais a serem adotadas durante o período de isolamento, propondo diretrizes gerais. A reordenação do calendário, no entanto, ficará a cargo de cada instituição. 

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O texto sugere a busca de alternativas para reduzir a necessidade de reposição presencial de dias letivos por meio da realização de atividades durante a situação de emergência. Há ainda orientações no sentido de que as reposições sejam feitas em períodos não previstos, como sábados e o contraturno, por exemplo. 

O CNE também autorizou as instituições a contar as atividades não presenciais no cumprimento da carga horária, de acordo com a escolha de cada sistema de ensino. Atividades como videoaulas, plataformas virtuais, redes sociais, programas de televisão ou rádio, material didático impresso e entregue aos pais ou responsáveis são alternativas sugeridas. 

No que diz respeito às avaliações e exames nacionais e estaduais e de instrumentos avaliativos, o MEC encaminhou o texto ao CNE para uma nova proposta. Confira as recomendações: 

“Educação infantil – A orientação para creche e pré-escola é que os gestores busquem uma aproximação virtual dos professores com as famílias, de modo a estreitar vínculos e fazer sugestões de atividades às crianças e aos pais e responsáveis. As soluções propostas pelas escolas e redes de ensino devem considerar que as crianças pequenas aprendem e se desenvolvem brincando prioritariamente.

Ensino fundamental anos iniciais – Sugere-se que as redes de ensino e escolas orientem as famílias com roteiros práticos e estruturados para acompanharem as atividades das crianças. No entanto, as soluções propostas pelas redes não devem pressupor que os “mediadores familiares” substituam a atividade do professor. As atividades não presenciais propostas devem delimitar o papel dos adultos que convivem com os alunos em casa e orientá-los a organizar uma rotina diária.

Ensino fundamental anos finais e ensino médio – A supervisão de um adulto para realização de atividades pode ser feita por meio de orientações e acompanhamentos com o apoio de planejamentos, metas, horários de estudo presencial ou on-line, já que nesta etapa há mais autonomia por parte dos estudantes. Neste caso, a orientação é que as atividades pedagógicas não presenciais tenham mais espaço. Entre as sugestões de atividades, está a distribuição de vídeos educativos.

Ensino técnico – A ideia é ampliar a oferta de cursos a distância (EaD) e criar condições para realização de atividades pedagógicas não presenciais de forma mais abrangente a cursos que ainda não se organizaram na modalidade a distância. Os estágios vinculados às práticas na escola deverão ser realizados de forma igualmente virtual ou não presencial.

Ensino superior – O CNE sugere que, para a continuidade das atividades de aprendizado nesse nível de ensino, as instituições possam disponibilizar atividades não presenciais.

Educação de jovens e adultos (EJA) – Enquanto perdurar a situação de emergência sanitária, as medidas recomendadas para EJA devem considerar as condições de vida dos estudantes, para haver harmonia na rotina de estudos e de trabalho.

Educação especial – As atividades pedagógicas não presenciais devem incluir os estudantes com deficiência, transtorno de espectro autista e altas habilidades/superdotação. Devem ser adotadas medidas de acessibilidade, com organização e regulação definidas por estados e municípios.

Junto às atividades, deve ser assegurado o atendimento educacional especializado, que envolve parceria entre profissionais especializados e professores, para desempenhar suas funções na adequação de materiais, além de dar orientações e apoios necessários a pais e responsáveis.

Como a atenção é redobrada para cada aluno, os profissionais do atendimento educacional especializado devem dar suporte às escolas na elaboração de planos de estudo individualizados, que levem em conta a situação de cada estudante. As famílias são, sempre, parte importante do processo.

Educação indígena, do campo e quilombola – As escolas poderão ofertar parte das atividades escolares em horário de aulas normais e parte em forma de estudos dirigidos e atividades nas comunidades, desde que estejam integradas ao projeto pedagógico da instituição, para garantir que os direitos de aprendizagem dos estudantes sejam atendidos. Nos estados e municípios onde existam conselhos de educação escolar indígenas e quilombolas, estes devem ser consultados e suas deliberações consideradas nos processos de normatização das atividades.

Também participaram das discussões do documento o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Fórum dos Conselhos Estaduais e a União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME). Houve ainda contribuições da sociedade, por meio de consulta pública”.

*Com informações do MEC

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Um bebê com apenas um mês de vida e um idoso de 95 anos que moram no Tocantins se tornaram símbolos de batalha pela saúde e sobrevivência em meio à pandemia de Covid-19, doença grave que há meses assusta pessoas ao redor de todo o mundo.

Atualmente o Brasil tem, segundo dados do Ministério da Saúde, 411.821 casos confirmados, 25.598 mortes atestadas, 4.108 em análise e 166.647 doentes recuperados da doença. Na última quarta-feira (27), a pequena Débora Cristina usou uma fantasia de Mulher Maravilha para deixar o Hospital Dona Regina, em Palmas, e voltar para casa. No mesmo dia, seu Tomas Pereira, que estava internado em um hospital da cidade de Gurupi, finalmente foi liberado.

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Bebê Maravilha

Alessandra Pereira Salviano, mãe de Débora, conta que foi desesperador saber que sua filha tão pequena estava infectada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). “Me pegou de surpresa, eu tava em casa quando eu recebi a ligação falando que ela tinha sido infectada, bem no dia da alta dela. Fiquei muito abalada, eu estava com 10 dias que tinha feito uma cesariana. Rolava no chão desesperada, chorando, pedindo para Deus pra nada acontecer com ela", relatou a mãe.

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Durante 15 dias só podia ver sua filha por vídeos e fotos feitos pela equipe do hospital. Após esse período, Alessandra passou a poder ficar internada com a bebê na “Unidade Canguru” do hospital. “Quando vi a minha vontade era de abraçar, cheirar, eu só queria ir embora com ela. Sou muito grata a Deus pelo cuidado que ela teve das enfermeiras", contou ela. Nesta quinta-feira, Alessandra e Débora devem retornar para a cidade de Novo Acordo, onde mora a família e finalmente acontecerá o reencontro com o pai da pequenina.

Alívio e gratidão

Seu Tomas, de 95 anos, passou 15 dias internado para tratamento da Covid-19 no Hospital Regional, em Gurupi, antes de ser liberado na quarta-feira (27). Ele, que é do grupo de risco devido à idade avançada, mora na cidade de Cariri do Tocantins, onde sua esposa Maria Teodoro de Nazaré, de 80 anos, cumpre isolamento domiciliar com sintomas leves da doença.

"Só agradecer a Deus todas as mensagens de carinho, orações. O sentimento é gratidão, coração aliviado e grato. Não poderia deixar de agradecer em nome da minha família, todos os profissionais da saúde de Cariri, e do HRG que prontamente se dedicaram aos cuidados do meu avó, que neste período de 15 dias, não pôde receber visitas, nem contato. Nossa família está feliz e grata", disse, Walisson Oliveira Sampaio, neto de seu Tomas e dona Maria.

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A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realiza, nesta quinta-feira (28),o primeiro Workshop de Pesquisa sobre Covid-19, evento on-line que tem por objetivo produzir um boletim de pesquisas com resultados obtidos pela universidade sobre o enfrentamento ao novo coronavírus. 

O workshop reunirá coordenadores de projetos e planos de pesquisa aprovados pelo Edital Emergencial de Credenciamento e Fomento de Projetos nº 06/2020 da Pró-Reitoria para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq), que integram o Observatório de Pesquisa da Covid-19. https://www.ufpe.br/covid-19/observatorio Cada coordenador deverá apresentar resultados de seus de seus planos e projetos de pesquisa. Confira a programação: 

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9h às 11h – Planos/Projetos do Eixo Diagnóstico e Identificação do Vírus

14h30 às 16h – Planos/Projetos do Eixo Políticas Públicas

16h às 17h – Planos/Projetos do Eixo Economia e Sociedade

17h às 18h – Planos/Projetos do Eixo Indústrias Criativas

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A pandemia de Covid-19 tem forçado pessoas de todo o mundo a fazer diversas adaptações em suas rotinas e também na realização de cerimônias que celebram encerramentos de ciclos e momentos especiais. Um exemplo disso foi a formatura do Colégio Senador Renato Compañero Cayetano Memorial de Ciência e Tecnologia, em Manila, capital das Filipinas, realizada na última sexta-feira (22), utilizando robôs para representar os estudantes. 

O objetivo da inovação foi evitar aglomerações, uma vez que eram 179 formandos e no momento é necessário adotar medidas de isolamento social para conter o avanço da Covid-19 pelo mundo. Durante a cerimônia, os diplomas eram entregues a robôs que tinham tablets em que apareciam os rostos dos estudantes. 

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O fechamento das escolas para contingência do novo coronavírus (SARS-CoV-2) impactou diretamente os estudantes que se preparam para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Longe das escolas e dependendo de meios digitais para estudar, ter atividades, aulas e apoio pedagógico dos professores.

Após um grande movimento virtual, jurídico e político pedindo mudança da data, o Enem enfim foi adiado na tarde desta quarta-feira (20). O LeiaJá ouviu professores para entender o que pensam os educadores da posição adotada pelo Ministério da Educação (MEC). Confira:

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Para o professor de química Josinaldo Lins, o adiamento foi a decisão mais acertada a se tomar nesse momento, diante das circunstâncias causadas pelo coronavírus. “O Enem não é a mais justa das provas, disso poucos talvez discordem. Mas com prazo curto de inscrições num quadro de crise econômica, para quem não conseguiu isenção, e o ponto fundamental: o aluno de escola privada retomou as aulas, ainda que EaD, o da rede pública, por decisões governamentais, não. Manter o calendário atual só tornaria a disparidade existente ainda mais flagrante, a exclusão seria a tônica absoluta dessa prova”, afirmou o professor.

Questionado se o período de adiamento anunciado pelo MEC (de 30 a 60 dias) é suficiente para os alunos, Josinaldo preferiu o termo “adequado”. “Todo um planejamento está sendo refeito nas escolas, nos cursinhos e nas universidades, um adiamento maior que o prazo máximo estabelecido gerará todo um efeito cascata de atrasos não só em 2020, mas por toda uma série de anos. Basta lembrar do que ocorre quando as instituições federais de ensino superior passavam por greves e os semestres eram reorganizados ao final da paralisação, chegando ao fato de ter três semestres letivos em um só ano”, argumentou o professor.

Para o professor de linguagens e redação Diogo Xavier, o adiamento do Enem é importante, mas não vai, necessariamente, configurar um benefício aos estudantes. “É uma tentativa de compensar para aqueles alunos que não têm condições de se preparar adequadamente para a prova, seja por falta de estrutura física, de dispositivos e internet de qualidade, seja pela dificuldade de manter a concentração devido à rotina da casa. Isso sem contar aqueles que, independentemente do poder aquisitivo, têm o psicológico afetado por esse bombardeio de notícias sobre a pandemia e pelo próprio isolamento”, disse ele.

João Pedro Holanda, professor de filosofia e sociologia, também avalia que o adiamento do Enem, embora necessário, não resolve de fato o problema enfrentado pelos estudantes que precisam fazer a prova em 2020 sendo, para ele, uma medida paliativa.

“Alunos de bons cursinhos e escolas particulares com acesso à internet conseguem, mesmo aos trancos e barrancos, manter a sua rotina de estudos razoavelmente confortável. Mesmo assim, sofrem de ansiedade, desesperança e tristeza. A realidade do aluno da escola pública é infinitamente mais desesperadora. Quanto mais tempo a gente passar nessa situação, mais o abismo social e educacional se aprofunda”, afirma o professor.

Benedito Serafim, mais conhecido como Bené, é professor de geografia e atualidades e tem uma posição um pouco diferente. Para ele, o adiamento das provas, mesmo que por um período de 30 a 60 dias, já faz diferença para os estudantes que vinham aflitos com o cronograma anunciado e até então mantido pelo MEC.

“Isso é uma boa proposta e os alunos ganhariam esse tempo a mais para estudar. É de grande importância esse adiamento para esses alunos de periferia, de interior, que não têm acesso à internet, mais afastados das grandes metrópoles, tenham um certo equilíbrio. Dois meses a mais é uma certeza de que vão ter um pouco mais de estudos, e isso ainda não iguala eles aos alunos de grandes metrópoles, de escolas particulares, mas pelo menos ajuda a equilibrar um pouco mais essa balança da desigualdade não só econômica como social em nosso país”, disse o professor.

O professor também contrariou uma fala do ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmando que uma das características do Enem, desde que deixou de ser uma prova apenas avaliativa do ensino médio e passou a também selecionar estudantes para universidades públicas, tem a função de auxiliar na redução de desigualdades sociais do país por meio da inserção de pessoas de mais baixa renda nas universidades.

“É de grande importância esse adiamento para esses alunos de periferia, de interior, que não têm acesso à internet, mais afastados das grandes metrópoles, tenham um certo equilíbrio. Dois meses a mais é uma certeza de que vão ter um pouco mais de estudos, e isso ainda não iguala eles aos alunos de grandes metrópoles, de escolas particulares, mas pelo menos ajuda a equilibrar um pouco mais essa balança da desigualdade não só econômica como social em nosso país”, argumentou Bené.

Cristiane Pantoja, professora de história, julgou a decisão pelo adiamento pertinente. Na opinião dela, os estudantes que conseguirem se adaptar e aproveitar o tempo a mais para estudar, podem se beneficiar. “Em relação ao adiamento eu acho que é pertinente. Faz parte da gestão política do Ministério da Educação (MEC) junto com o Inep e órgãos responsáveis adiar mediante ao atual cenário, em que momentos de transição de aula presencial para aula on-line leva tempo de adaptação. O benefício está se o aluno souber aproveitar o tempo que é dado para o estudo apesar desses momentos de adaptação, se o aluno realmente se empenhar em se adaptar a essas novas condições. Tem muitos alunos que vêm me falar da ansiedade que está aumentada por causa desse calendário”, declarou ela.

Para Thais Almeida, que ensina história, filosofia e sociologia, a mudança no calendário do Enem beneficiará os alunos que têm passado por dificuldades para estudar durante o período de quarentena. “Sabemos que não são todos os alunos que têm acesso a aula on-line e mesmo assim, entre os que têm, nem sempre as aulas ou os professores e as instituições de ensino têm todo o equipamento que possa melhorar o processo de aprendizagem a partir desses métodos digitais. Diante disso a isonomia que é prevista para o exame é quebrada”, afirma Thais.

Para a professora de linguagens e redação Lourdes Ribeiro, apesar de o período de adiamento não ser o suficiente, o fato de ter sido tomada a decisão de mudar a data do exame já configura uma vitória para os estudantes que farão as provas do Enem 2020.

“É uma vitória para os estudantes porque a gente sabe que dentro desse contexto que a gente está vivendo a questão dos privilégios sociais ficou muito mais clara e a maior parte das pessoas que realmente precisam prestar essa prova do Enem e realmente precisam da universidade pública não estão tendo acesso a videoaulas, muitas vezes não têm nem energia em casa. Tem a questão da merenda, falta de comida, ‘n’ fatores que fazem com que essas pessoas não tenham condições de prestar a prova na data que ela tinha sido determinada. É uma vitória, mas ainda assim algo para ser pensado para adiar ainda mais devido ao fato de a gente não ter previsão de quando isso vai acabar. Eu acredito que o mais prudente seria esperar esse cenário passar para poder se pensar em uma nova data, mas a princípio é uma vitória, sim, para esses estudantes que não são privilegiados”, declarou ela.

Já o professor de história Everaldo Chaves vê benefícios para os estudantes na mudança da data pois, para ele, além de questões relacionadas às possibilidades de conexão e acesso à internet, há também muitos alunos que mesmo conectados ainda não se adaptaram ao formato de ensino com aulas não presenciais. “Acho que [o adiamento] é algo benéfico até porque ainda tem aluno que não está conseguindo se adaptar à rotina de aula on-line. A gente precisa lembrar que a nossa cultura, principalmente na educação, é muito conservadora. Então o grande alunado é habituado a assistir aula presencial, sem contar que milhares de alunos não têm acesso à internet, não têm acesso a recursos de aparelho eletrônico, então muitos alunos estão sem aula. Esse adiamento com certeza dará oportunidade a esses alunos que ainda não se adaptaram às aulas on-line e dará tempo para que esses alunos que estão sem aula possam buscar formas e estratégias de tentar superar essa dificuldade”, disse o professor.

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