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Estudo que será divulgado nesta quarta-feira (14) mostra que Estados do Norte e do Nordeste têm, proporcionalmente, os mais graves índices de insegurança alimentar do País. A situação é pior quando são considerados os domicílios com crianças de até dez anos ou aqueles com renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo.

No Maranhão, por exemplo, quase dois terços (63,3%) das residências com crianças até dez anos apresentam insegurança alimentar moderada ou grave. Na sequência, aparecem Amapá (60,1%), Alagoas (59,9%), Sergipe (54,6%), Amazonas (54,4%), Pará (53,4%), Ceará (51,6%) e Roraima (49,3%).

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Os números integram o 2.º Inquérito Nacional da Insegurança Alimentar no Brasil no Contexto da Covid-19 (II Vigisan). O trabalho foi realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan). Os dados que embasam a pesquisa foram colhidos a partir de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais, entre abril de 2021 e abril deste ano.

O trabalho sugere que é possível fazer uma associação entre o endividamento e a fome. O motivo é que a frequência de famílias endividadas nos Estados do Norte e do Nordeste é maior.

Em Alagoas, estão nessa situação 57,5% das famílias, número que chega a 52,6% no Amazonas. O Distrito Federal, com 55,6%, também se destaca negativamente nesse quesito.

"Mesmo as famílias que recebem o Auxílio Brasil, por estarem endividadas, não conseguem utilizá-lo somente para a compra de alimentos. O recurso precisa ser utilizado para pagar outras necessidades básicas, como aluguel, transporte, luz e água", explica Ana Maria Segall, pesquisadora da Penssan e da Fiocruz.

Os novos dados apontam que Alagoas registra a maior proporção de pessoas que passam fome - pelo menos 36,7% delas se encontram em insegurança alimentar grave.

A Prefeitura do Recife informou que, por meio da Secretaria de Educação, será realizado, nesta quinta-feira (24), a recarga do Cartão Alimentação. O valor do repasse será de R$ 60 por aluno matriculado, para os mais de 92 mil alunos da rede municipal de educação do Recife.

O secretário de Educação do Recife, Bernardo D´Almeida destacou a importância do benefício. “Este foi um ano muito difícil, mas estamos em uma data muito especial e ficamos felizes com mais essa missão feita. Garantir a segurança alimentar dos nossos alunos e de seus familiares é o nosso maior desafio, tanto é que fomos a primeira capital do país a iniciar a distribuição de kits alimentares, ainda no primeiro dia de recesso das aulas, em 18 de março, para suprir a merenda que os alunos faziam no horário em que estariam em aula”, afirmou D´Almeida, segundo informações da assessoria de imprensa.

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Segundo a Prefeitura do Recife, a capital pernambucana foi a primeira do Brasil a suspender as aulas da rede municipal de ensino devido à pandemia do novo coronavírus. Mesmo assim, a segurança alimentar foi priorizada e foram distribuídos de mais de 800 mil cestas e kits de alimentação e limpeza para as famílias desses alunos. 

Além disso, em novembro a Secretaria de Educação passou a fornecer Cartões Alimentação, num investimento inicial de R$ 14 milhões. Como forma de não perder o vínculo de aprendizagem com a escola, a Secretaria Municipal de Educação também disponibilizou kits pedagógicos a cada entrega de cestas básicas, de acordo com o ano de ensino de cada aluno, segundo informações da assessoria.

No final da tarde desta sexta-feira (6), famílias de alunos de creches e escolas municipais do Recife fizeram um protesto que fechou parcialmente uma das vias da avenida Caxangá, em frente ao Centro Comunitário da Paz (Compaz) Miguel Arraes, no bairro da Madalena. De acordo com os manifestantes, desde o início do mês de agosto, as cestas básicas que eram entregues em substituição à merenda escolar, para garantir a segurança alimentar das crianças e suas famílias durante o período de suspensão das aulas devido à Covid-19, não têm chegado mais. 

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Das 17h até pouco antes das 18h, os manifestantes ergueram faixas e cartazes, e queimaram pneus, pedaços de madeira, plástico e panos embebidos por gasolina. A Guarda Municipal do Recife e a Polícia Militar de Pernambuco acompanharam de perto a manifestação, que foi pacífica do início ao fim. Durante o ato, as famílias gritavam palavras de ordem exigindo o retorno do fornecimento das cestas básicas e criticando a gestão do prefeito Geraldo Júlio (PSB). 

Ao final do protesto, um caminhão do Corpo de Bombeiros chegou ao local e apagou as chamas. Os manifestantes, no momento em que encerraram o ato, prometeram realizar novas mobilizações se a situação não for resolvida.

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Dificuldades das famílias 

Luana Oliveira, de 27 anos, que tem dois filhos de 3 e 5 anos matriculados na Creche Municipal Associação Cristã Feminina do Recife, foi demitida em março, passando a depender do auxílio emergencial para sustentar a si mesma e às crianças. Desde que os alimentos deixaram de ser entregues sem nenhuma explicação, a família passa por momentos difíceis. 

“A gente não tem nem como sair pra catar reciclagem, fazer unha, faxina, nossos filhos vão ficar com quem? Não vai poder levar os meninos, fica muito difícil”, contou Luana. Questionada sobre o que as creches respondem, ela afirma que nunca foi estabelecido um prazo. “Sempre desculpas e nada concreto para nós, não disseram o motivo, ficam dizendo que estão aguardando e nada. A gente está hoje procurando respostas para isso, nosso plano é que alguém venha dar uma força a gente, porque a gente está precisando”, disse a mãe.  

Jheniffer Maria Cristina, de 31 anos, tem quatro filhos, uma menina de 2 anos, um com 4, outro de 8 e o mais velho com 12, de quem cuida em tempo integral. A renda da família vem integralmente do emprego de seu marido, que é pedreiro e ficou sem ter como trabalhar normalmente. 

Com a interrupção da entrega das cestas básicas para todos os quatro filhos, a situação econômica e alimentar da família, que passou a viver de “bicos” do marido de Jheniffer, ficou difícil. “É muito urgente voltar [a entregar as cestas]. Não faltou comida, graças a Deus, e a gente não sentiu tanto porque minha mãe ajudou, mas sem isso, a gente ia estar precisando mesmo. Eu me sinto muito triste”, afirmou ela. 

Márcia Firmino, que também participava do protesto, apontou para o fato de que a qualidade e boa quantidade dos alimentos é tão importante quanto a sua oferta regular. No entanto, ela alega ter sentido uma piora no fornecimento antes que ele fosse interrompido. Enquanto segurava um garoto pela mão, ela contava que “lá na casa desse menino se você for abrir o armário da cozinha não tem quase nada. A merenda já foi boa, mas nos últimos meses estava uma porcaria.” 

Distribuição Irregular

O problema da suspensão de fornecimento de cestas básicas é geral, atingindo diversas regiões da cidade, mas de maneira desigual, segundo Igor Andrade, professor e diretor do Sindicato dos Professores do Recife (Simpere). Em entrevista concedida ao LeiaJá, ele explicou que o processo de distribuição está irregular, de forma que enquanto algumas famílias ainda recebem alimentos de forma escassa, para outras, nada chega. 

“Há meses a gente já tem recebido reclamação por parte das professoras, que tem o whatsapp e são os elos com a comunidade e vêm notando que não está tendo essa entrega regular como era no início, mês a mês. O processo de entrega está irregular, em algumas RPA’s (Regiões Político Administrativas) eles estão conseguindo resolver, em outras, como aqui na RPA IV, nada. Isso afeta milhares de crianças, nossa rede do Recife tem mais de 100 mil alunos, então a gente tem, pelo menos, algumas dezenas de milhares de alunos sendo prejudicados”, contou o professor. 

Carlos Elias, que também é diretor do Simpere, disse que enviou um ofício à Prefeitura sobre o tema. “Segundo eles os preços dos produtos subiram e estão fazendo uma nova licitação, mas isso não justifica. Não justifica porque o dinheiro está saindo, mas para as empresas privadas (...) R$ 40 milhões de propaganda só neste ano, então não é falta de dinheiro, é falta de destinar para as prioridades do povo do Recife”, disse ele.

Licitações, pagamentos e atrasos

O vereador da Câmara Municipal do Recife, Ivan Moraes Filho (PSOL), esteve presente no protesto realizado pelas famílias dos estudantes e afirmou que tem acompanhado os problemas relatados pela população. De acordo com ele, a Prefeitura do Recife contratou duas empresas para fazer a distribuição de 316.570 cestas básicas por R$ 66,30 cada uma, mas só foram pagos os valores referentes a 285.987 unidades. Ainda de acordo com Ivan, a última vez que a prefeitura realizou tais pagamentos foi nos dias 4 de agosto e 2 de setembro, enquanto a última entrega de alimentos data de 29 de agosto.

“A prefeitura alega problemas de licitação, tem cesta para entregar mas não entrega. Quem tem fome não espera e você vê até pela pouca organização que esse é um protesto de pessoas que têm urgência”, afirmou o vereador. 

A historiadora, advogada, militante feminista e candidata à Câmara de Vereadores Dani Portela também esteve no local nesta tarde após ser contactada por grupos de mulheres que organizaram a manifestação. Para ela, por se tratar de uma questão de segurança alimentar e direitos das crianças, a suspensão da entrega das cestas básicas também atinge diretamente às mães. 

“Vários direitos estão sendo feridos. Sem segurança alimentar para a criança a mulher que tem filhos não consegue trabalhar e isso causa um aumento da fome no país e estudos mostram que a fome voltou no Recife. Se as cestas eram uma garantia, não chegar alimentação é um direito que deixa de ser assegurado. Questões burocráticas de licitações exigem ações emergenciais para solucionar o problema da população, fome não espera”, afirmou ela. 

O LeiaJá procurou a assessoria de comunicação da Secretaria de Educação da Prefeitura do Recife e até o momento aguardamos respostas para nossos questionamentos a respeito do assunto em questão.

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O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC/MPF), concluiu que o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, não garantiu nem a metade dos recursos necessários para a segurança alimentar do País no período de pandemia do coronavírus.

Um procedimento aberto no órgão, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, diz que os recursos disponibilizados pelo governo federal ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), no contexto da pandemia da Covid-19, "são claramente insuficientes para enfrentar a crise no âmbito da segurança alimentar e nutricional."

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O alerta foi feito nesta quinta-feira (30), pela Procuradoria, em ofício encaminhado ao ministro Onyx Lorenzoni. O MPF aponta que seria necessário ao menos R$ 1 bilhão para o Programa de Aquisição de Alimentos, mas apenas metade do recurso foi disponibilizado.

No último dia 27, o governo federal editou a Medida Provisória nº 957/2020 disponibilizando R$ 500 milhões ao PAA como forma de enfrentar a vulnerabilidade alimentar e nutricional que atinge a população diante da crise do coronavírus.

No entanto, o Programa de Aquisição de Alimentos já vinha enfrentando insuficiência de recursos, segundo o MPF, no período de 2016 a 2019. Apenas para a continuidade na execução de iniciativas que seguem pendentes, desde o ano passado, seriam necessários R$ 436 milhões.

"Como a Lei Orçamentária Anual previu a destinação de R$ 124 milhões ao PAA, com o aporte dos recursos previstos na MP 957/2020, restariam apenas R$ 188 milhões para o enfrentamento da crise da Covid-19. Esse valor não seria capaz de superar alguns sérios riscos possíveis de serem antecipados, como o desabastecimento e a insegurança alimentar", aponta a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.

No ofício ao ministro Onyx, a PFDC ressaltou ainda que a pandemia também aponta para a urgência na adoção de medidas céleres em favor dos agricultores familiares e do atendimento a pessoas em situação de insegurança alimentar. Nesse sentido, elencou um conjunto de considerações acerca das modalidades de compra desses produtos.

A ideia é fortalecer associações ligadas à agricultura familiar, como forma de dar maior eficácia no combate à insegurança alimentar causada pela pandemia.

A prefeitura do Recife passará a conceder cesta básica – de 15 dias - para todas as famílias dos mais de 90 mil estudantes matriculados nas escolas da rede municipal de ensino em creches, turmas regulares, escolas integrais e modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA),

Na última semana, os mais de 90 mil kits somavam 270 toneladas em alimentos e, com a cesta básica para todo o corpo estudantil, a entrega irá somar mil toneladas em alimentos.

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A entrega será feita na próxima sexta-feira (27) e os alimentos serão correspondentes a 15 dias consumo. A partir de então, a próxima entrega será feita no dia 9 de abril (quinta-feira) e será correspondente a 30 dias de alimentação para os estudantes e seus familiares. Segundo a prefeitura, a montagem dos kits levou em consideração o valor nutricional e a segurança alimentar do corpo estudantil da rede de ensino.

“O Comitê tem agido com a eficácia que este momento inédito exige e a decisão do prefeito Geraldo Julio de estender a cesta básica para estudantes de toda a rede independente da quantidade de refeições que eles faziam anteriormente em nossas unidades reflete o entendimento da gestão de ampliar o apoio aos alunos e seus familiares, pois todos devemos estar resguardados em nossas residências”, esclarece o secretário de Educação do Recife, Bernardo D’Almeida.

A Secretaria de Educação orienta que os pais e responsáveis devem buscar os kits no turno dos estudantes nas escolas em que eles estão matriculados, mas que, no momento da distribuição, se organizem em filas para manter distância entre si, evitando aglomerações.

Kit limpeza e material pedagógico

Além dos kits alimentares, cada pai ou responsável pelo aluno também recebe um kit limpeza (sabão, desinfetante, água sanitária e detergente) e os estudantes receberão material pedagógico para auxiliar na continuidade dos estudos em suas residências. Na última semana, os estudantes receberam a indicação do Catálogo de Aplicativos e Sites Assistivos, que traz uma seleção de jogos, softwares e interfaces digitais para serem utilizadas em celulares, tablets, notebooks e computadores em geral. Para os próximos 15 dias, os estudantes receberão materiais como CDs e DVDs educativos, além de livros e apostilas.

Com informações da assessoria

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) abriu as inscrições para o curso de pós-graduação lato sensu em Segurança e Tecnologia de Alimentos em Petrolina, no Sertão pernambucano. As aulas terão início em setembro de 2017 e o curso tem dois anos de duração. 

O público-alvo das 30 vagas disponíveis são profissionais de que tenham diploma de graduação nas áreas de Alimentos, Química, Ciências Biológicas, Vinicultura e Enologia, Horticultura, Agronomia, Nutrição, Zootecnia, Veterinária e afins. 

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O curso custa R$ 400 por mês e tem por objetivo capacitar os profissionais para atender às necessidades da cadeia produtiva da indústria alimentícia atendendo às legislações que garantem a qualidade e segurança dos produtos.

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A aceleração das mudanças climáticas e seu impacto sobre a produção agrícola mundial exige que profundas mudanças sociais sejam implementadas nas próximas décadas para alimentar uma população mundial crescente, alertaram cientistas em uma conferência científica anual.

Segundo os cientistas, a produção alimentar terá que dobrar nos próximos 35 anos para alimentar uma população global de 9 bilhões de habitantes em 2050 contra os 7 bilhões atuais.

Alimentar o mundo "implicará algumas mudanças em termos de minimizar o fator climático", disse Jerry Hatfield, diretor do Laboratório Nacional para a Agricultura e o Meio Ambiente.

A volatilidade das chuvas, as secas frequentes e o aumento das temperaturas afetam as lavouras de grãos, razão pela qual será preciso adotar medidas, afirmou Hatfield neste domingo, durante a reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.

"Se avaliarmos a produção de 2000 a 2050, basicamente teríamos que produzir a mesma quantidade de alimentos que produzimos nos últimos 500 anos", previu.

Mas, globalmente, os níveis de uso da terra e a produtividade continuarão degradando o solo, advertiu.

"No que diz respeito à projeção para o Meio Oeste (dos EUA), estamos convencidos de que as temperaturas aumentarão bastante", afirmou Kenneth Kunkel, climatologista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica americana, referindo-se à região de maior produção de grãos, situada no centro do país.

Kunkel estudou o impacto do aquecimento global no Meio Oeste americano, onde a maior ameaça para a segurança alimentar é a seca.

A possibilidade é alta que esta região sofra com a pior seca no século XXI entre as registradas no último milênio, representando uma ameaça direta para os moradores da região, alertaram cientistas nesta quinta-feira, na abertura da conferência, celebrada em San José, na Califórnia (oeste).

As mudanças climáticas estão ocorrendo tão rapidamente que os seres humanos enfrentarão em breve uma situação sem precedentes, afirmou Kunkel.

Mas James Gerber, especialista em agricultura da Universidade de Minnesota, disse que reduzir o desperdício de alimentos e o consumo de carne vermelha ajudaria.

A redução do número de cabeças de gado diminui o impacto ambiental, inclusive as emissões de metano, um poderoso gás de efeito estufa.

Gerber disse que os cientistas identificaram "tendências bastante preocupantes", como a diminuição global das reservas de grãos, que dão à sociedade uma importante rede de segurança.

O cientista também expressou sua preocupação sobre o fato de que a maioria da produção de grãos está concentrada em áreas vulneráveis ao aquecimento global. Gerber não descartou um uso maior de organismos geneticamente modificados como forma de aumentar a disponibilidade de alimentos.

Paul Ehrlich, presidente do Centro para a Conservação Biológica, da Universidade de Stanford, disse que o problema requer "uma real mudança social e cultural em todo o planeta".

"Se tivéssemos mil anos mais para resolvê-lo, estaria muito tranquilo, mas podemos ter 10 ou 20 anos" apenas, advertiu.

A fome deixou de ser um problema estrutural brasileiro para se tornar um fenômeno isolado, disse nesta terça-feria (16), a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, reforçando o que aponta a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em um relatório sobre a situação alimentar no mundo.

Segundo a entidade, o Brasil é um dos países de maior destaque entre o grupo de 63 nações em desenvolvimento que atingiram a meta de reduzir à metade a proporção de pessoas subnutridas até 2015. Mas ainda há 3,4 milhões de pessoas que não comem o suficiente para levar uma vida ativa e saudável. O universo corresponde a 1,7% da população brasileira. Para a FAO, quando o percentual da população subnutrida é inferior a 5%, o problema deixa de ser estrutural.

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“O país tem muito o que comemorar. É uma vitória, mas não achamos que nossa missão terminou. Pelo contrário. Isso torna nossa tarefa muito mais complexa, pois após a construção de políticas públicas bem-sucedidas, temos agora que partir para estratégias muito mais focalizadas, procurando identificar a população que continua em situação de insegurança alimentar. É um novo patamar”, disse a ministra. Segundo Tereza Campello, os 3,4 milhões de pessoas que ainda não comem o suficiente estão distribuídas por todo o país, vivendo em comunidades indígenas, quilombolas e isoladas; nas ruas e entre alguns grupos de ciganos.

Em seu relatório, a FAO destaca os resultados alcançados pelo Brasil como um caso de sucesso mundial. O país mereceu inclusive um estudo específico sobre as estratégias adotadas para combater a fome e a subnutrição. “O Brasil é hoje uma referência internacional de combate à fome. As experiências exitosas como transferência de renda, compras diretas para aquisição de alimentos, capacitação técnica de pequenos produtores, entre outras, estão sendo transferidas para outros países”, destaca a FAO na publicação intitulada O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil: Um Retrato Multidimensional.

Perguntada sobre quais fatores mais contribuíram para o resultado alcançado - se o Programa Bolsa Família, o aumento da renda da parcela mais pobre da população ou a crescente oferta de alimentos -, a ministra destacou o sucesso do conjunto de políticas públicas adotadas ao longo dos últimos anos.

“O aumento da renda é um diferencial e o fator que mais acentuou a redução da subnutrição, mas destaco a importância de outras iniciativas”, disse a ministra. “Tendo acesso à renda por meio do aumento salarial, do número de pessoas empregadas com salário digno e do Bolsa Família, as pessoas passaram a poder se alimentar melhor. Melhoramos também a produção e distribuição de alimentos com políticas como o programa de merenda escolar, que beneficia 43 milhões de crianças e jovens com refeições, e que pesa tanto quanto o aumento da renda”, disse a ministra, reconhecendo que, desde a década de 1990, a parcela da população subalimentada no Brasil vem caindo.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) promove, nos dias 10 e 11 de novembro, o V Encontro Internacional de Pesquisa em Educação Física e Nutrição - Eipen 2014. A iniciativa tem como proposta discutir temas da grande área de intersecção entre as ciências do esporte e a nutrição e é promovido anualmente pelo Núcleo de Educação Física e Ciências do Esporte do Centro Acadêmico de Vitória (CAV).

Durante a programação, os participantes contarão com a participação de pesquisadores na área de ciências da saúde e ciências biológicas do Brasil e do mundo. Dentre os assuntos abordados estarão “Obesidade e disfunção endócrina programados pelo ambiente materno” e “Avanços e perspectivas para análise de risco na segurança alimentar”. Haverá palestras com representantes de universidades internacionais como a University of Cambridge, do Reino Unido e a University of Lyon, da França.

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Para participar, os interessados devem realizar as inscrições no site do evento e o envio de resumos científicos deve ser realizado até o dia 29 de agosto. No site, também é possível acessar a programação do Encontro.

V Encontro Internacional de Pesquisa em Educação Física e Nutrição

Centro Acadêmico de Vitória

(81) 3523 3351

http://www.ufpe.br/eipen/

A segurança alimentar nas escolas públicas e privadas do estado foi discutida, nesta terça-feira (6), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). De acordo com a deputada estadual Leura Gomes, que solicitou a realização da audiência, o encontro se fez necessário para discutir um projeto de lei, que visa estabelecer critérios para os serviços de refeições e bebidas nas unidades de ensino. A proposição foi criada após a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) encaminhar algumas solicitações a socialista, que também é presidente da Comissão de Educação e Cultura da Alepe.

“Estamos discutindo o projeto para legitimar as reais necessidades do tema junto com o segmento e criar uma lei efetiva em nosso estado. É importante que através da formação escolar possamos ter uma alimentação de qualidade, para assim, termos uma sociedade com melhor saúde”, defendeu Laura. Além dela, a deputada Teresa Leitão (PT) também participou da audiência.

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Várias entidades do setor marcaram presença, entre elas, o Sindicado dos Professores de Pernambuco, a Associação das Donas de Casa de Pernambuco, o Conselho Regional de Nutrição, o Departamento de Nutrição da UFPE, o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco, entres outros.

*Com informações da Assessoria de Imprensa

 

A Câmara dos Deputados da Índia aprovou nesta segunda-feira um projeto de lei que garante acesso subsidiado a arroz, trigo e outros grãos para a população de baixa renda, que representa 70% de 1,2 bilhão de indianos. O objetivo da lei, que deverá ser aprovada também no Senado, é eliminar a fome no país, mas há dúvidas sobre se o governo será capaz de arcar com o custo.

De acordo com dirigentes do Partido do Congresso, que lidera a coalizão governista, a lei de segurança alimentar deverá cobrir cerca de 75% dos indianos que vivem em áreas rurais e 50% dos que moram em cidades. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que um quarto das pessoas afetadas pela fome em todo o mundo vive na Índia.

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"Demos a oportunidade de prover alimento para todos, especialmente as seções mais fracas de nossa sociedade, que não foram beneficiadas pela prosperidade econômica da Índia. Devemos nos perguntar qual é nossa responsabilidade perante essas pessoas", perguntou durante o debate do projeto a deputada Sonia Gandhi, presidente do Partido do Congresso.

Ela deixou o Parlamento antes da votação, por sentir febre e dores no peito, e internou-se no Instituto de Ciências Médicas de toda a Índia, um hospital público em Nova Délhi. Sonia Gandhi foi acompanhada pelo ministro da Saúde, Ghulam Nabi Azad. Segundo a mídia local, ela passa bem.

Críticos dizem que a lei de segurança alimentar vai inchar a conta de subsídios a alimentos do governo de US$ 16 bilhões ao ano para US$ 20 bilhões. Segundo Sujon Hajra, economista-chefe da Anand Rathi Securities, a lei não deverá pressionar as finanças públicas neste ano, mas suas implicações financeiras deverão ser "desafiadoras" em 2014.

Também há dúvidas sobre se o governo será capaz de identificar com precisão os beneficiários da lei, e de evitar corrupção. Um estudo da Comissão de Planejamento da Índia, de 2005, dizia que metade dos grãos comprados pelo governo num sistema já existente de subsídios para a população de baixa renda era desviada por intermediários.

"Esta lei não é de segurança alimentar, é de segurança eleitoral", disse Murli Joshi, dirigente do principal partido de oposição, o Bharatiya Janata, ligado à direita religiosa hindu. Fonte: Dow Jones Newswires.

JOÃO PESSOA (PB) -  De acordo com o “Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013”, a Paraíba ocupa a 23º posição no ranking, com indicador de 0,658, considerado de nível médio. Os dados foram divulgados, nesta segunda (29), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) sobre os Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).

Na última pesquisa, divulgada em 2003, o Estado obteve índice de 0,382, o que revela um aumento de mais de 70% nos últimos anos. “Estamos trabalhando para a construção de uma Paraíba melhor, com programas de renda que garantem o desenvolvimento da população, baseado em políticas públicas. Estas melhorias que estamos implantando agora só serão
sentidas a alguns anos”, frisou a secretária de Estado de Desenvolvimento Humano, Aparecida Ramos de Meneses.

Para se calcular o IDHM, são considerados três indicadores: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda). Na Paraíba, vêm sendo desenvolvidos projetos na área de educação com a implantação da escola em tempo integral, entrega de restaurantes populares em João Pessoa e Campina Grande.

Na segurança alimentar, o Estado - junto ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) -, está ampliando o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Esse programa já existe e 14 municípios e está sendo implantado em mais 127 cidades. Existe ainda o programa de cisternas, que visa levar água para o semiárido do Estado, entre outras ações que vem sendo desenvolvidas.

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Confira a declaração da secretária de Estado de Desenvolvimento Humano, Aparecida Ramos de Meneses:

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A agricultura deverá diversificar seus métodos de produção para enfrentar as mudanças climáticas, que levarão a mudanças pequenas ou radicais, segundo as regiões, advertem especialistas reunidos em uma conferência internacional no Uruguai.

Em relação às "mudanças climáticas e à segurança alimentar, a escala do problema é enorme, por isso a adaptação vai exigir pequenas mudanças em alguns locais, mas em outros vai depender de uma adaptação total", disse à AFP Bruce Campbell, Diretor do Programa de Pesquisa sobre mudanças climáticas do Grupo Consultivo para a Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR).

As mudanças climáticas e seus efeitos sobre a produção agrícola mundial são um dos temas centrais da Segunda Conferência Mundial sobre Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento Agrícola para o Desenvolvimento (GCARD), que é realizada até esta quinta-feira na cidade de Punta del Este (140 km a leste de Montevidéu).

Produtores de todo o mundo "veem que estão acontecendo coisas muito estranhas com o clima, de modo que não se trata de 2030, 2040 ou 2050. O problema é hoje, já, são mudanças muito extensas com as estações que começam em momentos diferentes, (como) um ano com muita chuva, outro com seca", entre outras mudanças, explicou.

Para Campbell, diante da dimensão do problema, "nenhuma solução pode ser descartada: os transgênicos são uma solução em certos locais e a agricultura orgânica é uma solução em outros".

Em algumas zonas do planeta será insuficiente implementar mudanças nos mecanismos de produção e alguns cultivos precisarão ser descontinuados, comentou Campbell. Por exemplo, na Nicarágua "agora se produz café e é provável que em 20 anos já não seja possível plantá-lo, sendo necessário mudar", sustentou.

"Há muitos exemplos de que a agricultura está fazendo as coisas de forma errada, então as soluções podem ser a intensificação da agricultura, mas tem que ser algo sustentável, o que significa diminuir a poluição com nitrogênio, não destruir a capacidade dos solos", entre outras medidas, concluiu o especialista.

No âmbito das organizações sociais, Marcio Lima, representante da Cáritas Brasil, considerou que as soluções passam por "pensar e elaborar novas formas de produção de alimentos", mas acredita que estas devem ser como as plantações agroecológicas e experiências orgânicas, que estão sendo implementadas em vários pontos do Brasil, e que têm os pequenos agricultores locais como protagonistas.

Uma das prioridades que os agricultores devem perseguir para cuidar do meio ambiente e da sustentabilidade de seus cultivos será mudar "a matriz produtiva muito baseada nos insumos agrícolas", como os agroquímicos.

Lima comentou que o Brasil se encaminha para fechar o terceiro ano consecutivo como "campeão no uso de agrotóxicos".

"Em 2011, pelo segundo ano consecutivo, batemos o recorde do país que mais consome agrotóxicos no mundo" e esta realidade deverá mudar se as comunidades pretendem contribuir para frear a deterioração do meio ambiente, assegurou.

O certo é que "estamos lidando com um fenômeno global que tem impacto no local", refletiu, por sua vez, Walter Oyhantcabal, diretor do grupo de mudanças climáticas do ministério de Agricultura, Pecuária e Pesca uruguaio.

Para Oyhantcabal, os países devem centrar seus esforços em gerar alianças que facilitem a busca de soluções diante do problema.

A Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e a Secretaria para Assuntos da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014 (Secopa) estão com inscrições abertas, até esta sexta-feira (10), para o curso de extensão para vendedores ambulantes sobre higiene e segurança alimentar.

A ementa do curso, que conta com carga de 60 horas, reserva aulas sobre higiene e segurança alimentar, hospitalidade e qualidade no serviço, turismo na Bahia, meio ambiente, sociedade, empreendedorismo e inglês técnico, além de promover discussões sobre a competição mundial. As aulas terão início no dia 13 deste mês, com aulas realizadas na sede da Associação dos Moradores e Amigos da Península de Itapagipe (Amai), no bairro da Ribeira.

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Os interessados em participar do curso devem comparecer apresentando originais e cópias do RG, CPF e comprovante de residência, das 8h às 12h ou das 14h às 18h, na sede da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Uneb, localizada no bairro do Imbuí, ou na Amai, na Ribeira. Estão sendo oferecidas 60 vagas.

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