Tópicos | seleção para negros

Neste sábado (19) o ator Bruno Gagliasso utilizou seu perfil do Instagram para se pronunciar sobre o racismo estrutural e estimular a discussão com seus seguidores.

“Preciso bater um papo com você, meu irmão branco. Um papo reto aqui entre nós que não somos o topo da pirâmide, mas estamos bem distantes da base. A gente precisa conversar sobre um monstro horroroso que a humanidade inventou lá atrás e até hoje deixa correr solto por aí: o racismo estrutural”, disse o ator.

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“É triste, mas nossa sociedade é feita todinha em cima disso. Nossos antepassados, ávidos por dinheiro, poder e terra, dizimaram povos, escravizaram pessoas e criaram um sistema de enriquecimento baseado na exploração de vidas humanas. E por mais longínquo que pareça, nós, os brancos de hoje, ainda nos beneficiamos desse método, porque nenhuma reparação foi dada aos descendentes dos povos escravizados. Pelo contrário. Até o início do século passado, essas pessoas eram proibidas de ter educação, possuir coisas, ter suas culturas respeitadas... E a gente aqui em 2020 precisa olhar pra isso com autocrítica e, principalmente, ação”, acrescentou Gagliasso.

Ele ainda utilizou como exemplo a iniciativa da Magazine Luiza de contratar apenas pessoas pretas em um de seus processos seletivos para trainees. “Vejo muitos irmãos brancos revoltados com a notícia. Acusam a marca de praticar um ‘racismo reverso’ e não percebem que essa coisinha se contorcendo por se sentir excluído de algo é apenas a grande ficha caindo: nós temos todas as oportunidades e nunca fizemos nadica de nada para quem não tem as bochechas rosadinhas como nós”, disse.  “Eu sei que todo mundo passa por dificuldades, mas muitas vezes essa dificuldade é ainda maior por conta da cor da pele”, continuou.

O ator analisou que o acesso à educação e ao primeiro emprego para pessoas pretas não é “racismo reverso”. “Lembre-se sempre, meu irmão branco, o ‘racismo reverso’ é uma lenda urbana. Mas o racismo estrutural é real e muitas vezes tiramos proveito disso sem nem perceber. E é nosso dever acabar com esse ciclo. Não podemos mais adiar”, finalizou Gagliasso.

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