Tópicos | Semana de Moda de Paris

Maud Le Fort não desfilará nas passarelas da Semana da Moda de Paris, que começa nesta segunda-feira (25), pois privilegiou sua saúde em detrimento de sua carreira como modelo.

Le Fort, que agora tem 30 anos, chegou a Paris com 18 com o sonho de desfilar para as grandes marcas da moda.

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Imediatamente foi classificada como "modelo comercial", quando não é considerada magra o suficiente para desfiles de moda sofisticados.

"Tinha 36,6 centímetros de cintura, 85 cm de busto, ou seja, tinha curvas. Em Paris me disseram que eu só faria lingerie e talvez coisas muito comerciais, mas não muita moda", conta ela à AFP.

Mas a modelo se recusou a desistir de seu sonho e se dedicou a emagrecer ainda mais, mas sem fazer exercício físico, já que músculos também não são bem vistos nas passarelas.

"Me pesavam quase todos os dias. E quanto mais peso perdia, mais elogios eu recebia", relembra.

Com 49 quilos e 1,81 m de altura, Le Fort desfilou para a Armani, Balmain, Jean Paul Gaultier e Yohji Yamamoto. Até que se deu conta de que o que fazia não era normal.

"Um dia disse 'chega'. Vou comer e fazer exercícios", disse.

Aos 30 anos, agora faz aulas de teatro e terapia, para recuperar a confiança em si mesma e deixar os anos de depressão e transtornos alimentares para trás.

"Ainda não aceito completamente o meu corpo como ele é. Não tenho uma relação totalmente saudável com a comida", acrescentou ela.

Atualmente, Le Fort faz ensaios fotográficos com uma pressão muito menor. Mas também se incomoda de ver suas fotos sento retocadas, já que considera que isso cria expectativas irreais para as jovens.

"Isso é muito impactante e triste", ressaltou.

- Desmaios -

A modelo brasileira Tatiana (nome fictício para proteger sua identidade) foi demitida de sua agência após cinco anos quando engordou alguns quilos por conta do estresse e um tratamento hormonal que estava fazendo.

"Me demitiram sem avisar. Perder a moda foi muito difícil", disse ela, que trabalhava como modelo desde a adolescência.

Tatiana recorda que já viu "muitas meninas magras desmaiarem durante as provas, elas mal conseguiam andar de salto alto".

Atualmente com 37 anos, ela trabalha como modelo de provas, quando estilistas querem experimentar seus designs em mulheres do mundo real, ao invés do mundo de fantasia das passarelas.

Sophie (nome fictício) é uma estudante de medicina de 22 anos que mora em Paris. Ela também trabalha como modelo comercial e sonha em desfilar nas principais passarelas, mas sabe que tem uma carreira de longo prazo e não está disposta a sacrificar sua saúde.

"A moda não é um ambiente que eu recomendaria a alguém psicologicamente frágil", confessa.

"Se isso fosse tudo que eu fizesse para viver, estaria constantemente preocupada", contou, admitindo que hoje está satisfeita caso não consiga desfilar nas passarelas.

Anitta está dando o que falar em sua primeira passagem pela 'Semana de Moda de Paris'. A brasileira está participando do evento a convite de quatro marcas de luxo: Louis Vuitton, Givenchy, Vetement e Balenciaga. Ela fez algumas fotos para esta última e 'causou' ao surgir em looks ousados e sem sutiã.

Em Paris, Anitta tem acompanhado desfiles além de circular pelo evento sempre servindo beleza e figurinos icônicos. A cantora também chamou atenção ao posar ao lado da atriz Bruna Marquezine, com quem tem curtido vários momentos  de sua passagem pela Europa. 

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Neste domingo (6), a Patroa saiu às ruas parisienses toda trajada de Balenciaga e compartilhou com os seguidores o look escolhido. Em uma das imagens, Anitta  surgiu poderosa, sem sutiã e com muita atitude. Os fãs foram só elogios: “Veio com tudo”; “Que rica, que parisina, que fashion Icon”; “Eh sobre tendenciaaa”. 

O espetáculo das passarelas volta à Semana de Moda Paris, após as de Nova York, Londres e Milão, com cerca de trinta desfiles e eventos.

"Todas as grandes marcas estarão presentes, com algumas exceções. Há novas marcas e um desejo pelo físico, o show", depois de meses de confinamento e restrições, explicou à AFP o presidente executivo da Federação de Alta Costura e Moda, Pascal Morand.

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Não é um retorno total: das 97 grandes marcas inscritas no calendário oficial, entre 27 de setembro e 5 de outubro, apenas um terço convida o público para seus desfiles. E os participantes deverão apresentar passe sanitário.

Saint Laurent, primeira grande casa a deixar o calendário oficial durante a crise da Covid-19, para mostrar seu desacordo com o frenesi das semanas de moda, retorna em sua programação habitual na terça-feira, com um desfile.

Dior, Chanel, Hermès, Louis Vuitton também optaram por desfiles presenciais, como Givenchy, que apresentará o primeiro desfile de seu novo diretor artístico, Matthew Williams.

O americano traz um toque rebelde, com correntes e cadeados, à histórica marca francesa, que é a personificação do chique aristocrático.

A Balenciaga, que vestiu na semana passada Kim Kardashian com um vestido preto integral no Met Gala em Nova York, também reunirá seus fãs para um desfile "real".

Entre realidade e virtualidade

Outros criadores, como a francesa Marine Serre, optaram pela apresentação online, como o belga Dries Van Noten. Durante o confinamento, os dois estilistas lançaram um manifesto, apoiado por centenas de pequenas marcas, em favor de uma moda mais ecologicamente responsável.

"Essa dualidade do físico e do virtual vai ficar. O digital não era modismo. Enriquece a Semana de Moda", avalia Pascal Morand.

Muitas empresas multiplicaram os projetos em relação ao mundo digital, como Balenciaga, que acaba de anunciar uma parceria com a plataforma de jogos online Fortnite.

Neste jogo, muito popular entre os mais novos, aparecerão vestidos, mochilas e tênis da linha Triple da Balenciaga, que também lançará uma edição limitada de produtos "físicos".

Entre as grandes ausentes estarão Celine, liderada pelo estilista Hedi Slimane, que considera as semanas de moda obsoletas, e Stella McCartney, da gigante do luxo LVMH.

Off-White, marca do americano Virgil Abloh, que também é responsável pelas coleções masculinas da Louis Vuitton, abandonou o calendário há várias temporadas.

"É uma minoria e pode corresponder a desejos muito particulares dos criadores", diz Pascal Morand.

Um desfile de homenagem ao israelense-americano Alber Elbaz, diretor artístico da Lanvin, que morreu por Covid-19 em abril, encerrará o evento parisiense.

E o espetáculo não acontecerá apenas nas passarelas de Paris.

A partir de 30 de setembro, o Museu de Artes Decorativas (MAD) receberá uma exposição dedicada a Thierry Mugler, o pioneiro dos desfiles.

Jean Paul Gaultier, que deixou a moda em 2020, apresentará na Cinemateca de Paris uma exposição a partir de 6 de outubro em que "desfilará" vestidos de filmes que marcaram o mundo da moda.

E o Palazzo Galliera, um museu da moda, comemora os 100 anos da revista Vogue Paris com uma gala de abertura em 2 de outubro.

A Balenciaga, grife espanhola pertencente ao Grupo Gucci, resolveu abordar um tema bastante importante em seu desfile na Semana de Moda de Paris. Chamando atenção para as mudanças climáticas no planeta, a marca encheu a passarela de água e usou cabos USB como acessório de cabelo. 

A inundação promovida na passarela, e na primeira fila do desfile, representaram o aumento do nível do mar, que é uma das consequências do aquecimento global. Além disso, enquanto os modelos desfilavam, eram projetadas imagens de um céu caótico em telas de LED. A água usada na performance foi devolvida para uso na própria cidade.

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Também chamou atenção um acessório usado pelas modelos. Elas ostentavam rabos de cavalo nos cabelos amarrados por cabos USB. Uma tentativa de mostrar a necessidade da sustentabilidade na moda. A coleção outono/inverno da Balenciaga foi apresentada no complexo cinematográfico Cité du Cinema, em Saint Denis, subúrbio de Paris.

O início do dia de domingo, na semana de moda de Paris, foi dado pelo otimismo religioso de Kanye West (que não foi o único a levar religiosidade para as passarelas), porém, da forma mais dramática possível, a Balenciaga mostrou colher bons frutos de uma forma conceitual. A grife é comandada pelo georgiano Demna Gvasalia, que deixou a direção criativa da Vetements há pouco tempo para focar apenas na Maison. 

Em mais de 100 looks que foram apresentados em uma passarela tomada pelas águas, que alcançavam os tornozelos dos modelos, o estilista exibiu seu ponto de vista apocalíptico chamando atenção para os desastres naturais e para as mudanças climáticas, dando vazão à mais nova palavra de ordem na moda: sustentabilidade.

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Num cenário totalmente preto a não ser por um holograma no teto, que projetou um céu calmo que logo se transformou em algo conflituoso combinado com uma trilha sonora industrial, o desfile que apresentou a coleção de inverno 2020 para o hemisfério norte não contou com primeira fila, pois as cadeiras estavam submersas. O show começou com uma primeira leva de looks pretos como capas, mantos, vestidos e ternos, confeccionados com materiais como borracha e látex, incluindo ombros megaestruturados, jaquetas e vestidos que repeliam a água que era lançada quando os modelos cruzavam a passarela, numa estética eclesiástica, dando gancho para Gvasalia falar sobre fanatismo e religiosidade.

Kanye West, que apresentou seu famoso culto, batizado de Sunday Service, em Paris, foi conferir a artística coleção da Balenciaga ao lado de Kim e Kourtney Kardashian e aproveitou para tirar uma foto com a editora-chefe da Vogue America, Anna Wintour, porém não na fila A, como de costume.

Por Junior Coneglian

Minuto de silêncio, lágrimas e ovação: a emoção era palpável, nesta terça-feira (5), no desfile da última coleção Chanel desenhada por Karl Lagerfeld, apresentada em uma paisagem imaculada e nevada.

O desfile mais esperado da Semana de Moda de Paris foi precedido por um minuto de silêncio em homenagem para aquele que foi o diretor artístico da casa por 36 anos, e se encerrou com a música "Heroes", de David Bowie.

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Carregado de emoção, o desfile foi uma oportunidade para Chanel prestar uma última homenagem ao último dos gigantes da alta-costura, que não quis uma cerimônia oficial após sua morte.

De acordo com o desejo de Karl Lagerfeld, que morreu no dia 19 de fevereiro, aos 85 anos, uma cerimônia de cremação ocorreu na mais estrita intimidade, três dias depois de sua morte.

O desfile, sob o telhado de vidro do Grand Palais, começou com um minuto de silêncio. Diante de um grande público, as modelos permaneceram de pé, silenciosas, na decoração de uma estação de esqui, com chalés de madeira e flocos de neve.

- Voz de Karl -

Na primeira fila, Anna Wintour, a papisa da Vogue americana, óculos escuros e roupa rosa, ao lado de outros grandes da moda como Claudia Schiffer, musa de Lagerfeld nos anos 1990, a atriz Monica Bellucci e a cantora de K-pop Jennie.

A voz do "kaiser" da moda, e seu famoso sotaque alemão, ecoou, durante a transmissão de uma entrevista na qual ele falou de sua estreia na Chanel numa época em que duvidavam que ele poderia enfrentar o desafio.

Na passarela, as muitas musas da casa desfilaram, de Cara Delevingne que abriu o evento, à atriz Penelope Cruz, sorridente, em um vestido branco, passando pela jovem Kaia Gerber, filha de Cindy Crawford, em vestido curto.

O branco dominou essa coleção, assinada por Karl Lagerfeld e Virginia Viard, seu braço direito que o sucedeu.

Uma piscadela discreta ao estilista, um desenho feito por ele onde aparece ao lado de Coco Chanel foi colocado no kit de imprensa entregue no local. Com a menção "The beat goes on" ("A batida continua"), sinal de que a Chanel está apostando na continuidade.

- Homenagens de Paris a Milão -

Primeiro evento público da Chanel desde a morte do estilista, e organizado no último dia da Semana de Moda de Paris, o desfile marca a chegada de Virginie Viard, que sublimou as ideias de Karl Lagerfeld por mais de 30 anos.

Lagerfeld apresentava a estilista como seu "braço direito e braço esquerdo".

Virginie Viard tinha dito à AFP em 2015 ser "complementar" ao estilista: "Eu entendo isso, sou capaz de sublimar o que ele quer fazer, eu entendi para onde ele quis levar a Chanel".

Em 22 de janeiro 2019, após o desfile em que Karl Lagerfeld, "cansado", não esteve presente pela primeira vez desde a estreia na Chanel em 1983, foi ela quem se apresentou para cumprimentar o público.

Durante a Semana de Moda, a Chloé saudou o "gênio" de Lagerfeld, que foi o estilista da marca entre 1963 e 1984, distribuindo fotos retro com frases do costureiro.

Em uma delas, o jovem Karl Lagerfeld aparece barbudo e moreno nos estúdios da Chloé, cercado por modelos.

A grife italiana Fendi também se despediu de seu estilista favorito, apresentando sua última coleção, durante um desfile "testamento" em Milão, no dia 21 de fevereiro.

Em homenagem, quatro de suas criações assinadas para a Chloé e Chanel evocando seu gosto particular pelo século XVIII, Art Deco e estilo Memphis, estão expostas temporariamente no Musée des Arts Décoratifs em Paris.

Um espírito anos 1970 inundou nessa quinta-feira (2) o último desfile da estilista Clare Waight Keller para Chloé, que apresentou sua coleção outono-inverno em um clima de "otimismo psicodélico" no terceiro dia da Semana de Moda de Paris.

As golas são longas e arredondadas, acompanhadas de gravatas largas, com uma paleta que mistura tons pastéis de menta e lilás com cores mais vivas como vermelho e mostarda, ou quentes como tabaco. Os vestidos são curtos em renda misturados com longos leves e transparentes com babados. Nos pés, scarpins de fivela em verniz.

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Para se proteger do frio, as opções da Chloé vão de pesados casacos a mantôs com ares de lenhador. As calças são amplas, inspiradas no guarda-roupa masculino e esportivo.

O presidente da Chloé, Geoffroy de La Bourdonnaye, prestou uma homenagem ao trabalho da estilista britânica, que deixa no fim de março a marca de propriedade do grupo suíço Richemont, após seis anos como diretora artística. No posto, ela sucedeu a três outras britânicas, Stella McCartney e Phoebe Philo, além de Karl Lagerfeld.

"Ela rejuvenesceu o espírito de Gaby [Aghion, fundadora da marca] com uma atitude chique e 'cool', com grandes vestidos difusos, leves, e um lado um pouco 'tomboy', uma mistura feminino-masculina", disse ele em entrevista à AFP, falando também de sua contribuição com peças de couro, setor muito importante para a marca, conhecida por suas "it bags".

"Depois de Karl, que ficou 20 anos, Clare é a estilista que permaneceu mais tempo na Chloé", acrescentou De La Bourdonnaye, indicando que será "um pouco paciente" até a anúncio do sucessor.

Segundo a publicação especializada em moda Women's Wear Daily, a substituta poderia ser Natacha Ramsay-Levi, braço direito de Nicolas Ghesquière na Louis Vuitton.

- Manish Arora cósmico

Manish Arora celebrou seus dez anos de desfiles em Paris com uma coleção batizada de "cosmic love", que oscila entre inspirações tribais e astronômicas, com cores vivas queridas pelo estilista indiano e uma profusão de estampas.

Com turbantes nos cabelos, as modelos tinham os braços e o rosto cobertos de pérolas e usavam gargantilhas de material plástico. Carregavam pequenas bolas esféricas em forma de planetas, que também estampavam saias com ares de vidente.

Nessa profusão psicodélica, as listras hipnóticas apareceram ao lado de estampas de inspiração asteca que lembram as obras de Sonia Delaunay, pintora e designer, além de patchworks em lã.

- Paco Rabanne: metal esportivo

Na passarela da Paco Rabanne, o diretor artístico Julien Dossena revisitou o vestido metálico emblemático da marca, transformando-o em um tipo de casaco de malha leve, usado com sapatos grossos dourados, ou prateados, e luvas longas.

O metal se torna fluido na passarela Rabanne, com saias longas e tops assimétricos que deixam o abdômen à mostra em um toque esportivo. A suavidade fica por conta dos conjuntos de lã em cores sóbrias, que também brincam com a assimetria, com fendas nas costas e tiras que caem ao longo do corpo.

Como se reinventar a cada temporada? Onde encontrar inspiração? Os estilistas atribuem boa parte de suas coleções a suas viagens, como na Louis Vuitton e na Issey Miyake, que desfilaram nesta quinta-feira (26), no segundo dia de desfile de primavera-verão da Semana de Moda de Paris.

Anos 1970 na Louis Vuitton

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O homem Vuitton é um grande andarilho: depois do Butão e da América profunda, nas coleções anteriores, ele foi parar no Rajastão, maior estado da Índia. O designer britânico Kim Jones explica ter se inspirado na "terra dos reis", no noroeste do país.

Cintura alta, bem ajustada, camisas de manga curta, óculos de sol redondos: o ar é totalmente seventies. Mas o homem Vuitton não tem nada de hippie... ele é hiper sofisticado.

Nosso viajante gosta de estampados chevron, aquele padrão em zigue-zague que adorna camisas de manga curta e retoma o Karakoram, motivo clássico da marca. Pequenos espelhos aparecem bordados em algumas peças, remetendo ao trabalho artesanal indiano.

Em 2015, o homem Vuitton prefere as cores caramelo, cáqui e azul, mas não se importa de vestir uma jaqueta bomber de seda laranja, ou um agasalho cor-de-rosa. Ele ousa até misturar cores: faixas cinzas, formando o "V" de Vuitton, cortam uma camiseta laranja de gola rosa.

O desfile também foi ocasião de mostrar acessórios: bolsas, é claro, com ou sem monograma. Os modelos também carregaram estojos de instrumentos e, para os aventureiros mais chiques, tapetes.

O criador Nicolas Ghesquière, que em março apresentou sua primeira coleção feminina para a Vuitton, assistiu o desfile na primeira fila.

A sensualidade de Dries Van Noten

O estilista belga Dries Van Noten conquistou os convidados da plateia e arrancou aplausos. Sensualidade, elegância, conforto: tudo isso em materiais bonitos, que dão vontade de tocar.

A transparência alterna com o brilho da seda. Roupas de baixo saem de casa para serem vistas na rua, como os ternos que lembram, em muito, confortáveis pijamas.

Dá para imaginar a coleção usada por um intelectual boêmio, prestes a mostrar seu torno, com a camisa aberta. Dries Van Noten optou por valorizar a parte de cima, ainda que as calças e as bermudas sejam um sucesso total.

As cores? Bege, verde esmeralda, bordô, vermelho papoula.

Verão e mar com Issey Miyake

A passarela, feita de pranchas, dá a deixa. O designer da Issey Miyake, Yusuke Takahashi, imaginou sua coleção enquanto passava férias no arquipélago de Palau, no Pacífico.

Diferentemente da sobriedade apresentada pelas grifes da quarta-feira, com Miyake foi possível sentir o cheiro e o calor da primavera-verão. No lugar de modelos sisudos, o desfile contou com homens bronzeados de sorriso no rosto.

A marca japonesa propõe, num guarda-roupa completo (do terno ao chapéu de palha), uma moda ampla, confortável, divertida. Abacaxis, pitaias e bananas dão um toque pop-art às roupas feitas de fibras naturais, como o abacá. o resultado é descontraído e elegante.

Criaturas estranhas aparecem em algumas roupas: o designer tomou emprestadas algumas fotos do livro "Abysses" de Claire Nouvian, fundadora da associação Bloom, que milita pela preservação do fundo do mar. Medusas, lulas e outras criaturas saem das grandes profundezas para a luz das passarelas.

"Foi um belo presente" da Issey Miyake, disse Claire Nouvian à AFP. "Aliando o talento de um designer japonês e uma mensagem ambiental, esperamos sensibilizar o mundo da moda. As grandes profundezas estão sendo devastadas", lamenta.

Os desfiles de moda continuam nesta sexta-feira, com destaque para a maison Givenchy.

Três estilos diferentes passaram pelas passarelas da Semana de Moda de Paris nesta quarta-feira, com as coleções para a primavera-verão de Valentino, Elie Saab e Jean-Paul Gaultier.

Os dois estilistas da Valentino, Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli, desfilaram um universo imaginário, onírico. Vestidos em tule e transparências, que lembram as saias das bailarinas, reforçam o ar de 'fada' da mulher pensada pela grife italiana.

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Tanta delicadeza é resultado de um esforço, por assim dizer, homérico. Para realizar uma das mais emblemáticas peças da coleção, o casaco com ornamentos de plantas e animais foi resultado de mais de "1.500 horas no ateliê" - explica uma nota entregue aos convidados do desfile.

Batizado "O jardim do Éden", um vestido também feito de tule mostra Adão e Eva no paraíso, bordados em fio de seda. Em seguida, vemos uma grande serpente bordada subir pelo corpo de outra modelo. Outro look traz um grande africano estampado num casaco de cashmere cinza.

No jardim encantado de Valentino, há espaço para esvoaçantes vestidos de crepe - que adornam o corpo ao sugerirem contornos - e conjuntos de calça e blusa que lembram os quimonos orientais, feitos em seda dourada ou verde escura.

À paleta de cores naturais escolhida por Maria Grazia e Pierpaolo, somam-se o cinza e o bege, muito presentes nos looks que se dirigem a uma mulher "de espírito mutante". Destaque também para a delicada estampa da partitura de "La Traviata", ópera de Giuseppe Verdi.

Um universo fantástico também foi trazido pelo estilista francês Jean-Paul Gaultier, que transformou suas mulheres em borboletas. Foram 46 modelos apresentados, tão variados quanto as borboletas da natureza. Entre saias, calças e vestidos, muitas transparências e aplicações.

Num dos poucos modelos mais complexos da coleção do "enfant terrible" da moda francesa, as asas de uma borboleta azul dão lugar a um vestido curto de organza e tule. Com Gaultier, até a noiva vira "showgirl" e desfila com um enorme véu cheio de plumas brancas. "Tive a ideia para esta coleção em Londres, quando visitei uma loja cheia de borboletas. Vi as cores e depois as formas. Na natureza, tudo já está pronto", explicou.

Para encerrar o borboletário do francês, o desfile contou com a presença da dançarina erótica Dita Von Teese, muito aplaudida ao surgir num corselete turquesa.

Da floresta de Valentino e Gaultier as passarelas de Paris foram para o tapete vermelho das premiações de Hollywood com o desfile de Elie Saab. O estilista libanês, mestre na arte de criar vestidos cheios bordados com pérolas, paetês e pedras, propõe modelos sensuais, cheios de transparências e fendas.

Os vestidos aparecem em tons de rosa chá, jasmim, vermelho e amarelo. O estilista aposta em tule e renda e, nas modelagens, dá um presente às mulheres que sonham em ser princesas ao apresentar vestidos "paniers" (ndlr: armações usadas para dar volume às saias) dignos da realeza. Para as mais sóbrias, Saab propõe fluidos vestidos em musselina drapeada.

O desfile do estilista da Louis Vuitton, Marc Jacobs, evocou o erotismo de um grande hotel de luxo, com as modelos, entre elas a top britânica Kate Moss, saindo e entrando nos quartos exibindo roupas íntimas e tecidos brilhantes, no nono e último dia da Semana de Moda de Paris. Para criar sua coleção outono/inverno, Jacobs se concentrou nos tecidos e se deixou levar pela "emoção e imaginação", o que resultou em um "ambiente de mistério", explicou o estilista americano, 49, à frente das coleções da Vuitton há 15 anos.

Sua passarela - espetacular, como todas da marca - incluiu casacos pesados usados sobre roupas íntimas, pijamas suntuosos e vestidos longos de noite em tecidos metálicos. Enquanto recebia abraços e cumprimentos, e as modelos se trocavam nos bastidores, Jacobs revelou algumas de suas inspirações para o desfile, que contrastou com sua coleção anterior de prêt-a-porter, apresentada em setembro, baseada nas linhas geométricas do artista francês Daniel Buren.

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"Na temporada passada, fizemos algo conceitual, geométrico e rígido, em que não houve emoção. Acho que esta coleção é mais sobre a emoção e imaginação", explicou o estilista, que recebeu os cumprimentos da plateia vestindo um pijama de seda vermelho estampado. "A coleção é uma espécie de reação à passarela passada", reafirmou, acrescentando que sua inspiração "não foi uma mulher, e sim 50, diferentes".

"Mulheres reais ou imaginárias, algumas delas amigas; outras, saídas do meu mundo imaginário", disse o criador, que citou, entre suas fontes de inspiração, estrelas da época de ouro de Hollywood, como Gloria Swanson e Elizabeth Taylor, e a cantora francesa Juliette Greco. "Houve algo de Hollywood e algo de Paris, da margem esquerda do Sena", resumiu Jacobs, que disse ter criado a coleção pensando "em uma mulher com uma certa decadência, que prefere se arrumar e ficar em casa, em vez de sair e se exibir".

Em sua passarela "decadente e cheia de glamour", Jacobs deu destaque para o azul, verde, violeta, bege e tons metálicos. O estilista - que apresenta na Semana de Moda de Nova York uma coleção com seu próprio nome, Marc by Marc Jacobs - assinalou que o ponto de partida para sua passarela parisiense foram os tecidos e a forma como eles são trabalhados nos ateliês da marca.

"Houve cetim, seda, cashmere e belas lãs bordadas com renda", detalhou, assinalando que, na verdade, não se tratava de renda, e sim de pequenas plumas recortadas. Sobre o erotismo na passarela, que recriou um hotel, Jacobs explicou que desejava gerar um ar de mistério. "O mistério é tão estimulante quanto a realidade", disse o diretor criativo da marca francesa.

Jacobs lembrou a amizade de longa data com a modelo Kate Moss. "É uma amiga muito querida, e lhe pedi que desfilasse. Ela estava muito feliz. A Vuitton fechou com chave de ouro uma temporada de desfiles que começou em fevereiro, em Nova York, e seguiu para Londres e Milão. A festa da moda recomeça em setembro, quando centenas de estilistas irão apresentar suas propostas para a primavera/verão de 2014, alimentando uma indústria milionária.

Atrizes de cinema e membros da realeza assistiram nesta terça-feira ao desfile da marca Chanel, que trouxe uma elegância clássica e romântica, em contraste com a silhueta desalinhada e muito jovem que dominou a passarela da Saint Laurent na véspera e gerou polêmica. Casacos de tweed usados com botas de cano alto, jaquetas sobre saias muito curtas, calças justas, abrigos em tweed, malhas com fios metálicos: o diretor artístico da Chanel, o alemão Karl Lagerfeld, enviou uma mensagem de elegância discreta, mas com um toque "sexy" e "chique".

"Usaria tudo", disse após o desfile a atriz Jessica Chastain, sentada na primeira fila, assim como a princesa Caroline de Mônaco e um príncipe do Oriente Médio. "É uma coleção romântica, que me lembra a Coco (Chanel) dos anos 50", disse Chastain, enquanto a cantora e atriz francesa Vanessa Paradis dizia ter "adorado tudo", especialmente os looks com saia, que pareciam "muito chiques". O próprio Lagerfeld descreveu sua coleção como "chique sexy". Mas é um "sexy discreto, não de sex shops", disse.

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A paleta de cores do estilista foi dominada pelo azul profundo, confirmando que os tons escuros, mais noturnos, vão dominar o próximo inverno. Também apareceram o preto e o cinza misturados a alguns looks em tons de rosa. A surpresa dos convidados para a apresentação da coleção prêt-a-porter outono/inverno da Chanel começou logo na entrada do Grand Palais: sob a majestosa cúpula de cristal estava um imenso globo terrestre preto, onde brilhavam centenas de pequenos pontos iluminados.

Para alguns, como Vanessa Paradis, a esfera em tons de preto e cinza evocava o mal estado do planeta. "Acho que Karl quer que nos conscientizemos da situação do planeta", disse a atriz no final do desfile. Mas o glogo terrestre com luzes representa, explicou Lagerfeld, a expansão comercial da marca de luxo no mundo inteiro. A esfera representa "a globalização da Chanel", disse Lagerfeld após saudar os convidados no final do desfile, realizado no oitavo e penúltimo dia da Semana de Moda de Paris.

"Há 100 anos a Chanel abriu sua primeira loja em Deauville. Hoje existem 300 lojas Chanel em todo o mundo. Não é nada ruim em 100 anos ter 100 lojas Chanel no planeta", acrescentou. "Onde se vê uma bandeira (no globo) há uma loja da Chanel", disse Lagerfeld, que não escondeu sua satisfação por estar à frente dessa expansão. "Posso estar feliz, porque quando comecei, há 30 anos, só existiam três ou quatro" (lojas da Chanel), disse.

O estilista explicou que o ponto de partida de sua coleção foram "os materiais, as proporções, o volume e a largura" das peças. A coleção da Chanel parece ter produzido consenso, diferente do desfile de Hedi Slimane para Saint Laurent, na segunda-feira à noite, cuja estética "grunge" -inspirada na banda Nirvana- provocou controvérsia e suscitou muitos comentários negativos.

"Me pareceu estar no desfile de uma amiga do meu filho de 20 anos, que é estudante de moda e chamou há pouco tempo suas amigas anoréxicas para desfilarem algumas de suas criações", disse nesta terça-feira na entrada do Grand Palais uma editora de moda que não quis se identificar. "Sinto como se Slimane estivesse nos fazendo de bobo", disse outra editora comentando a passarela da maison Saint Laurent, que é sempre uma das mais esperadas da Semana de Moda parisiense, que termina na quarta-feira com o desfile da Louis Vuitton.

Jean-Paul Gaultier imaginou uma mulher guerreira, feminina e boêmia em sua coleção outono/inverno apresentada neste sábado na Semana de Moda de Paris. A coleção é marcada por uma grande variedade de tecidos, que o estilista francês soube mesclar para criar uma silhueta original.

O aplaudido desfile incluiu desde saias em musselina até jaquetas e vestidos em couro, passando por sedas, chiffons e tecidos em lã que envolvem o corpo. Gaultier foi do preto ao vermelho, passando pelo marrom, vinho, violeta e até por um verde muito escuro. "O ponto de partida foi uma couraça", disse Gaultier, que desenhou a coleção imaginando "uma espécie de guerreira". Por isto criei uma "silhueta um pouco forte, mas também com um lado muito feminino"

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Antes, o japonês Junya Watanabe apresentou uma opção contra o frio no próximo inverno: jaquetas em tweed e couro, com muito volume nas costas, calças jeans justas e vestidos em seda e lã, usados com leggings. A japonesa Tsumaro Chisato ofereceu uma coleção inspirada no fundo do mar. "Quis capturar o espírito das paisagens submarinas", disse à AFP a estilista, que utilizou tecidos em tons de azul adornados com elementos marinhos.

A coleção inclui vestidos que evocam a forma de uma concha e várias estampas com animais marinhos. A Semana da Moda de Paris será encerrada nesta quarta-feira com a apresentação da coleção da casa Louis Vuitton, que promete muito luxo diante de milhares de fotógrafos, editores de moda e compradores.

O americano Alexander Wang, de 29 anos, passou nesta quinta-feira por sua prova de fogo na estreia para a histórica maison Balenciaga, com uma coleção em branco e preto inspirada no conceito arquitetônico do genial estilista espanhol, que morreu em 1972. Vestidos de corte reto, que mostravam a cintura ou decotados nas costas, calças justas usadas com blusas brancas, elegantes casacos em tweed: as linhas apuradas de Alexander Wang tinham um sopro comtemporâneo, jovem.

O jovem estilista, que ficou conhecido graças a uma linha jovem e esportiva, propôs uma elegância que parece fácil, natural, mas é resultado de um trabalho impecável, intricado. O estilista, nascido na Califórnia filho de pais taiwaneses e radicado em Nova York, onde lançou sua própria marca, confessou após o desfile que mergulhou nos arquivos da Balenciaga após ser nomeado no final de 2012 para substituir o francês Nicholas Ghesquière, a frente da maison há 15 anos.

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Wang retomou os códigos com os quais Cristóbal Balenciaga entrou para a história da moda, como os cortes geométricos, a cintura maravilhosamente acentuada, o volume nas costas, os ombros arredondados, as calças de cintura alta decoradas por pequenos laços. A nomeação de Alexander Wang como diretor criativo da maison Balenciaga -controlada pelo grupo de luxo francês PPR desde 2001- foi vista com um sinal de que a marca pretende ampliar e rejuvenecer sua clientela, tornando-se mais global graças a uma linha mais moderna e comercial.

Wang parece ter respondido a essa expectativa de que poria seu espírito de inovação a serviço da marca, fundada pelo estilista espanhol, que elevou a moda à categoria de arte e cuja influência continua refletindo em jovens estilistas. "É extraordinário, tem um conhecimento íntimo da marca, em muito pouco tempo", disse à AFP o presidente do grupo PPR, François Henri Pinault, na primeira fila do desfile.

Lembrando que o fundador da maison foi um espanhol, que se estabeleceu em Paris, a capital da moda, Wang afirmou no final de desfile que desenhou essa coleção guiado por "um espírito global". A coleção é "só um prólogo", acrescentou o novo diretor criativo da marca, que completa 100 anos em 2018.

Para Serge Carreira, especialista em moda e luxo,"esta primeira coleção de Wang abriu uma nova etapa para a Balenciaga". Wang "interpreta a herança de elegância e sofisticação de Balenciaga de uma nova maneira", acrescentou Carreira, professor na Escola de Ciências Políticas de Paris.

Somente cerca de 50 pessoas foram convidadas para o esperado primeiro desfile do precoce estilista americano, que além de seu talento para a moda tem um grande faro comercial:lançou sua primeira coleção feminina em 2007 e, cinco anos depois, sua marca é comercializada em 200 lojas de todo o mundo. Atualmente é possível assistir os desfiles das quatro capitais de moda -Nova York, Londres, Milão e Paris- na internet, em tempo real (www.nowfashion.com), o que permite a muitos editores e compradores assistir ao desfile na rede se não conseguem um dos cobiçados convites.

Mais tarde, o indiano Manish Arora deu um toque de cor e brilho às passarelas, dominadas até agora por cores escuras. A paleta de cores de Arora, que estreou nas passarelas londrinas, se inspirou no céu azul do deserto de Nevada, onde passou alguns dias recentemente e, como sempre, nas cores e pedras preciosas de sua Índia natal. "Não quero esquecer que sou indiano", disse após o desfile o estilista, que esteve apenas duas temporadas a frente das coleções da maison Paco Rabanne, propriedade do grupo espanhol Puig, que se separou de Arora em maio passado, talvez pela excessiva teatralidade de suas propostas.

O famoso Festival do "Homem em Chamas" (Burning Man), no deserto de Nevada, que reúne sempre em setembro milhares de pessoas que dão livre expressão a seus impulsos e sonhos, em torno da queima de uma imensa escultura de madeira de um homem, explicam as cores psicodélicas da coleção, disse Arora, que criou sua própria marca. "Um desfile de Arora me deixa sempre de bom humor depois de ver tantos tons sombrios", disse uma editora de moda após o desfile.

No terceiro dia da Semana de Moda de Paris, a top Isabeli Fontana teve duas entradas. Após arrasar com uma fenda na perna a la Angelina Jolie no desfile de Anthony Vaccarello na terça-feira (26), Isabeli desfilou de lingerie para a Etam em dois looks super ousados. Na primeira entrada a modelo vestiu um corselet de couro com spikes, meias brancas e luvinhas. Bem sexy.

Já a segunda entrada contou com inspiração indiana, com calcinha e sutiã adornados com maxiacessórios. O desfile com perfil de show, semelhante ao da Victoria's Secret, contou com hits ao vivo de M.I.A, Rita Ora, Lykke Li, Selah Sue e Lily Allen, afastada dos palcos há quatro anos. A semana de moda de Paris segue até o dia 6 de março.

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Um das semanas de moda mais agitadas e renomadas do mundo, a Semana de Moda de Paris começa nesta terça (26) e vai até o dia 06 de março. Entre as grifes mais famosas a desfilar na passarela para apresentar a coleção inverno 2013/2014 estão Christian Dior, Paco Rabanne, Nina Ricci, Givenchy, Balenciaga, Jean Paul Gaultier, Kenzo, Saint Laurent, John Galliano, Chanel e Louis Vuitton. 

Confira a programação:

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Terça (26)

7h Moon Young Hee

8h Steffie Christiaens

9h Christian Wijnants

10h Ground Zero

11h Le Moine Tricote

12h Dévastée

13h Véronique Branquinho

14h Cédric Charlier

15h Anthony Vaccarello

16h Agavovich

17h Julien David

18h Jacquemus

 

Quarta (27)

7h Christophe Lemaire

8h Damir Doma

9h Guy Laroche

10h Nicolas Andréas Taralis

11h Alexis Mabille

12h Dries Van Noten

13h Felipe Oliveira Baptista

14h Rochas

15h Gareth Pugh

16h Peachoo Krejberg

17h Rue du Mail

18h Mugler

Quinta (28)

7h Balenciaga

8h Carven

9h Manish Arora

10h Ann Demeulemeester

11h Sharon Wauchob

12h Balmain

13h Barbara Bui

14h Rick Owens

15h Nina Ricci

16h Lutz Huelle

17h Lanvin

18h Olympia Le Tan

 

Sexta (01) 

7h Roland Mouret

8h Chalayan

9h Issey Miyake

10h Anne Valerie Hash

11h30 Christian Dior

12h30 Isabel Marant 

13h30 Af Vandevorst 

14h30 Vanessa Bruno

15h30 Maison Martin Margiela 

16h30 Sonia Rykiel

17h30 Yohji Yamamoto

 

Sábado (2) 

6h30 Junya Watanabe

7h30 Haider Ackermann

8h30 Tsumori Chisato

09h30 Martin Grant

10h30 Viktor & Rolf

11h30 Acne Studios

12h30 Véronique Leroy

13h30 Viviane Westwood

14h30 Comme Des Garçons

16h Jean Paul Gaultier

17h Loewe

 

Domingo (3)

7h Kenzo

8h Andrey GN

9h Costume National

10h Céline

11h Maxime Simoens

12h Maison Rabih Kayrouz

13h Chloe

14h John Galliano

15h Akris

16h Hexa by Kuho

17h Givenchy

 

Segunda (4)

7h Stella McCartney

8h Sacai

9h Léonard

10h30 Giambattista Valli

12h Valentin Yudashkin

13h Paco Rabanne

14h Ungaro

15h Amaya Arzuaga

16h Jean-Paul Lespagnard

17h Saint Laurent

 

Terça (5)

6h30 Fatima Lopes

7h30 Chanel

8h30 Agnès B.

9h30 Jean-Charles de Castelbajac

10h30 Hakkan

11h30 Valentino

12h30 Junko Shimada

13h30 Alexander McQueen

14h30 Shiatzy Chen

15h30 Paul & Joe

16h30 Hermés

 

Quarta (6)

7h Louis Vuitton

8h Vionnet

9h Moncler Gamme Rouge

10h Allude

11h Miu Miu

12h Mashama

13h30 Elie Saab

14h30 Jitrois

15h30 Arzu Kaprol

16h30 Lie Sang Bong

A Semana de Moda de Paris foi fechada com chave de ouro com o desfile do estilista da Louis Vuitton, Marc Jacobs, que instalou nesta quarta-feira em um pátio do Louvre escadas rolantes por onde desciam, de duas em duas, modelos vestidas com tecidos quadriculados, como se estivessem em um jogo de damas.

Para a próxima primavera-verão, Vuitton salpicou sua paleta de amarelo limão, caramelo, verde musgo, marfim, branco e preto, usados em saias justas, calças, e jaquetas, apresentadas por modelos que desciam aos pares as altas escadas.

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A passarela da Louis Vuitton -espetacular, como só sabe fazer esta maison de luxo que fechou a temporada de desfiles iniciada em Nova York, passando por Londres e Milão- foi inspirada na obra do artista francês Daniel Buren, que colaborou com o cenário do desfile.

O trabalho de Buren "é muito gráfico, mas sempre me emociona", disse Jacobs aos jornalistas. No desfile anterior, o estilista recriou um trem Orient Express e já trouxe para a passarela um mágico carrossel branco.

"Depois do trem e do conto infantil, as escadas rolantes pareciam algo poderoso, sem ter que contar uma história", explicou o estilista, nascido em Nova York, e que já colaborou com artistas como o japonês Takashi Murakami, criando um grande sucesso nas vendas de bolsas Louis Vuitton.

Buren, conhecido por ter erguido 260 colunas de tamanhos diferentes em um pátio do Palais Royal -as chamadas "colunas de Buren"-, influenciou também a silhueta perpendicular proposta por Jacobs para a primavera-verão 2013.

"A coleção se traduz em uma silhueta simples, reta, com três alturas: curta, midi e longa, como as colunas. A única curva é a manga", disse o estilista, que substituiu o famoso monograma da marca, "LV", pelo jogo de damas da Louis Vuitton, padrão emblemático desde 1888.

O quadriculado do jogo de damas "é um motivo em movimento, um ritmo, uma equação matemática, uma espécie de movimento e de mudança perpétua", acrescentou Jacobs, o último dos grandes estilistas a desfilar este ano, após o desfile na noite de terça-feira de Alexander McQueen, cuja estilista, Sarah Burton, se inspirou no mundo das abelhas.

Burton recriou para seu desfile a colmeia de abelhas em jaquetas, shorts e calças de rigoroso corte de inspiração arquitetônica, apresentados por modelos com chapéus de couro e véu negros, como os usados por apicultores.

A revista especializada em moda Women's Wear Daily disse que Burton foi influenciada também pelas eróticas "Vargas girls", pin-ups de pernas longas e grandes penteados, quadris estreitos e seios exuberantes, criadas pelo ilustrador peruano Alberto Vargas, nascido no fim do século XIX.

Os desenhos destas mulheres sensuais, que figuravam em almanaques, pôsters e calendários e fazem parte da cultura americana, consolaram milhares de soldados e marinheiros americanos e agora inspiram estilistas como Sarah Burton.

Esta Semana de Moda foi uma das mais históricas dos últimos tempos, graças às estreias dos estilistas Hedi Slimane, para a maison Saint Laurent, e Raf Simons, para Dior, cujos desfiles fizeram muito sucesso.

Segundo especialistas de moda, o nível destas passarelas foi "excepcional". Nesta semana vimos "uma sucessão de desfiles excepcionais", disse à AFP Serge Carreira, professor da Universidade de Ciências Políticas de Paris.

Esse ponto de vista é compartilhado por Jean-Jacques Picart, consultor de marcas de luxo, que disse que as passarelas parisienses tiveram "um nível raramente alcançado". Os especialistas de moda concordam que as duas coleções mais esperadas, de Raf Simons para Dior e Slimane para Saint Laurent, cumpriram suas promessas.

Mas para alguns, o desfile de Slimane, que apresentou sua primeira coleção feminina, foi sobretudo uma vibrante homenagem a Yves Saint Laurent.

"O verdadeiro trabalho de Slimane para essa marca" será visto talvez nos próximos desfiles, escreveu a influente jornalista de moda Suzy Menkes, do International Herald Tribune.

Slimane deveria "utilizar os códigos de YSL na próxima temporada para ir além e passar de uma homenagem a algo mais dinâmico", advertiu Menkes.

Em meio ao clima abatido do momento, o único desfile que talvez tenha expressado uma vontade de viver foi o de Jean Paul Gautier, que prestou homenagem à criatividade dos artistas e músicos dos anos 1980.

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