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A operação de retirada de moradores prosseguia nesta segunda-feira (5) na ilha indonésia de Java, um dia após a erupção do vulcão Semeru, onde a atividade parecia menor.

Quase 2.500 moradores deixaram a região e foram levados para 11 abrigos depois que o vulcão na maior montanha da ilha de Java entrou em erupção.

"O exército, a polícia e as autoridades locais continuam retirando as pessoas de Curah Kobokan, que pode ser atingida pela nuvem de cinzas quentes e por lava resfriada", disse Abdul Muhari, porta-voz da Agência de Prevenção de Desastres Naturais da Indonésia.

"Até o momento retiramos 2.489 pessoas", acrescentou.

As autoridades declararam estado de emergência por duas semanas e distribuíram máscaras para proteger a população das cinzas. Também instalaram cozinhas públicas para atender os moradores afetados.

Na manhã de segunda-feira, dezenas de moradores do distrito de Lumajang, onde fica Semeru, visitaram suas casas cobertas de cinzas para recuperar objetos pessoais e depois retornaram para os abrigos.

Alguns retiraram seu gado da área. Outros carregaram aparelhos de TV e geladeiras.

Muhari disse que a observação do monte Semeru nesta segunda-feira mostra uma atividade vulcânica menor, mas que os fluxos de lava representam um grande perigo.

"Queremos assegurar que não há nenhuma atividade (econômica) na área pela qual a lava fria e a nuvem de cinzas quentes podem passar", disse.

A última erupção do vulcão Semeru, há exatamente um ano, matou pelo menos 51 pessoas. Quase 10.000 moradores foram obrigados a abandonar suas casas.

A Indonésia está localizada no Círculo de Fogo do Pacífico, onde o choque das placas tectônicas provoca uma forte atividade vulcânica e sísmica.

O arquipélago do sudeste asiático tem quase 130 vulcões ativos.

O balanço da erupção destrutiva do vulcão Semeru, leste da ilha de Java, subiu nesta terça-feira (7) de 22 para 34 mortos, anunciou o porta-voz da agência de gestão de catástrofes, Abdul Muhari.

"O balanço atualizado registra 34 mortes e 17 pessoas desaparecidas", afirmou o porta-voz a respeito da erupção de sábado, que cobriu a região de cinzas e destruiu mais de 10 localidades.

Mais de 3.500 moradores foram retirados da região.

Milhares de casas e edifícios foram afetados, incluindo 24 escolas, de acordo com os dados provisórios do Centro de Assistência Humanitária para a Gestão de Desastres (AHA Centre) da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

A maior montanha de Java lançou uma enorme coluna de cinzas no sábado e expeliu rios de lava que inundaram os vilarejos próximos.

Ruas foram tomadas por cinzas e lama, que cobriram caminhões e casas até o telhado.

As equipes de resgate trabalham em condições difíceis para procurar sobreviventes e corpos, em meio a escombros, lama e cinzas.

Cães farejadores e equipamentos de busca foram enviados à região para ajudar nos esforços.

O vulcão mantém uma atividade intermitente, com várias erupções todos os dias, mas de menor magnitude desde o fim de semana.

As autoridades pediram aos moradores que não se aproximem a menos de cinco quilômetros da cratera, pois o ar saturado de cinzas e poeira é perigoso para as pessoas vulneráveis.

Semeru, com 3.676 metros, entrou em erupção diversas vezes nas últimas décadas, mas poucas tão destrutivas.

A Indonésia fica no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, onde o encontro de placas tectônicas provoca uma grande atividade sísmica.

O arquipélago do sudeste asiático tem quase 130 vulcões ativos.

Vagando por entre a lama e as cinzas, os habitantes das aldeias localizadas ao pé do vulcão Semeru, na Indonésia, tentavam neste domingo (5) recuperar os poucos bens que restaram após a erupção.

Pais com seus filhos traumatizados, idosos com colchões nas costas. Agricultores com suas cabras nos braços, vivas por um milagre. Depois da erupção apocalíptica de ontem, todos estão chocados e vagueiam de um lugar para outro, numa aldeia reduzida a nada.

"De repente, o céu escureceu e então veio a chuva e nuvens ardentes", conta Bunadi, um residente da vila de Kampung Renteng, no leste de Java, que diz ter ficado surpreso com a erupção de uma "lama ardente".

A poderosa erupção causou mais de uma dúzia de mortos e numerosos feridos.

As cabanas que compõem o povoado foram arrastadas por enxurradas de lama em chamas e uma chuva de cinzas e escombros, obrigando centenas de famílias a fugir da área sem poder levar nada consigo.

Muitos perderam suas casas.

Refugiadas em uma mesquita, várias mães esperam sentadas no chão, ao lado de seus filhos, dormindo. Tiveram sorte e conseguiram escapar do cataclismo que enterrou vilas inteiras sob as cinzas.

As operações de resgate continuam, mas os habitantes, desesperados, se arriscam a retornar às suas aldeias, apesar do risco que isso acarreta para a sua saúde, com a ideia de recuperar o que for possível.

Em uma casa de Lumajang, pratos, caçarolas e tigelas esperam na mesa, como se o jantar estivesse para ser servido. Mas, em vez de comida, cinzas vulcânicas.

– Arrastados pela lama –

Alguns moradores contam os parentes desaparecidos.

"A torrente de lama levou dez pessoas embora", diz Salim, outro morador de Kampung Renteng.

"Um deles poderia ter escapado. Gritamos para ele correr, mas ele respondeu: 'Não quero, quem vai alimentar minhas vacas?'", explica Salim.

Não muito longe dali, em Sumber Wuluh, os telhados das casas mal se projetam do solo, o que dá uma ideia do volume de lama que inundou a aldeia em muito pouco tempo.

Há vacas mortas no chão e, embora alguns animais tenham conseguido sobreviver, muitos estão mutilados, em carne viva, queimados pela lava.

Um sobrevivente, com um cigarro entre os lábios, foi resgatado por socorristas, cujo uniforme laranja se destaca em uma paisagem cinza-escura que quase parece o inferno.

Sentado nas cinzas, um grupo de vizinhos de Sumber Wuluh olha para a cratera do Semeru, de onde a fumaça continua a emanar.

No meio das árvores queimadas e desfolhadas e das casas e veículos enterrados pela lama, são, juntamente com os poucos animais que os rodeiam, os únicos sinais de vida num panorama de morte e desolação.

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