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Esposa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, a advogada Rosângela Wolff Moro pediu que a população pare de reclamar e aguarde o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) "dizer a que veio". Em publicação no Instagram, Rosângela pediu: "chega de mimimi, apenas espere e assista".

“Parem de reclamar e esperem para ver a que veio esse novo GOVERNO [sic]. #bolonaromoroguedes Redução de custos (do seu $$), corte de despesas desnecessárias, zero propina. Chega de MIMIMI [sic]. Apenas espere e assista”, cravou, acompanhando o texto das hashtags “#Bic”, “#bandejão” e “#vidareal”.

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A esposa do ministro ainda argumentou que os brasileiros verão que o país está no caminho certo. “O dia que todos os brasileiros se conscientizarem que somos UM SÓ [sic] povo com as mesmas preocupações veremos um grande avanço e estaremos no caminho certo”, salientou.

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Esta não é a primeira vez que Rosângela Moro se posiciona sobre as questões políticas do país. Na mesma rede social, ela já chegou a dizer, em uma publicação com foto Jair Bolsonaro e Sérgio Moro, que o ano será de “grandes mudanças”. Além disso, no dia da posse do marido como ministro, ela afirmou que Moro “fará muito pelo nosso país”.   

O governo do Pará também solicitou ao ministro da Justiça, Sergio Moro, apoio da Força Nacional para reforçar o policiamento nas cidades do estado. O pedido foi realizado em razão dos altos índices de criminalidade registrado na região, conforme explicado em comunicado do site oficial da administração. Nesta sexta-feira (4), Moro autorizou o envio da Força Nacional e de tropas federais ao Ceará para ajudar no combate à onda de ataques no estado.

Por meio de ofício, o governador do estado, Helder Barbalho, requereu o envio de 500 integrantes da Força Nacional para atuação “imediata” pela necessidade de preservar a ordem pública e contribuir na estruturação das forças de segurança pública no estado. O pedido também indicou a duração do apoio em seis meses.

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A assessoria do Ministério da Justiça foi procurada pela Agência Brasil para comentar o  pedido do governo paraense, mas ainda não respondeu à demanda.

Ações

O governo do Pará anunciou nesta semana reforço do policiamento em alguns bairros da capital, Belém, como Benguí, Cabanagem, Guamá e Terra-firme. Segundo a assessoria do governo, foram mobilizados 400 homens das forças policiais do estado. Também haverá policiamento extra nos municípios de Castanhal, Abaetetuba, Marabá, Santarém, Altamira e Redenção.

Segundo o Atlas da Violência 2018, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a taxa de homicídios do Pará no último dado disponível (relativo a 2016) era de 50,8 por 100 mil habitantes. O estado foi o quarto no ranking nacional neste indicador, perdendo para Rio Grande do Norte (53,2), Alagoas (54,2) e Sergipe (64,7).

Ainda segundo o Atlas, entre 2006 e 2016, o aumento da taxa de homicídios no Pará foi 74,4%. Tiveram alterações maiores no mesmo período Ceará (86,3%), Bahia (97,8%), Acre (93,2%), Tocantins (119%), Sergipe e Maranhão (121%) e Rio Grande do Norte (256,9%).

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou nesta sexta-feira (4) o envio de 300 homens da Força Nacional ao Ceará para ajudar a conter a onde de violência no Estado. A decisão ocorre um dia depois o ministro ter negado o pedido de envio imediato da tropa pedido pelo governador Camilo Santana.

Segundo o ministério, a decisão foi tomada após os episódios de violência registrados e à dificuldade das forças locais combaterem sozinhas o crime organizado. Nesta quinta, por meio de nota, a Força Nacional havia sido mobilizada "para se deslocar ao Estado em caso de deterioração da segurança". Não era o que buscava Santana, que chegou a pedir até o envio do Exército ao Ceará.

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"Também foram consideradas a gravidade dos fatos, a necessidade de manutenção da segurança pública e o dever das forças policiais federais e estaduais de, por ação integrada, proteger a população civil e o patrimônio público e privado de novos incidentes", diz nota divulgada hoje pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Além do reforço no efetivo de agentes de segurança, o governo federal também enviou 30 viaturas ao Estado. A Força Nacional atuará por 30 dias em ações de segurança e apoio à Polícia Federal à Polícia Rodoviária Federal, ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e às forças policiais estaduais. Caso necessário, o prazo de atuação poderá ser prorrogado.

A forma de atuação ainda será definida pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão ligado ao ministério.

Ataques

A Polícia Militar registrou mais onze ataques em Fortaleza entre a noite de quinta-feira (3) e início da madrugada de sexta (4). O caso mais grave terminou com um suspeito morto e um policial baleado após troca de tiros na rodovia CE-010. Uma nova tentativa de explosão de viaduto e ataques a agências bancarias e órgãos públicos também foram relatados.

Nesta madrugada, os acessos às ruas paralelas do Palácio da Abolição, sede do governo, foram bloqueados com cones, que fecharam as vias. O policiamento também foi reforçado no entorno.

Diante do aumento no número de ataques, a hashtag #CearáPedeSocorro atingiu a primeira colocação dos Trending Topics do Twitter por volta das 9 horas desta sexta. Usuários da rede social pedem atenção do presidente Jair Bolsonaro à situação no Ceará, fazem críticas ao governador Camilo Santana (PT) e relatam "caos" nas ruas.

No fim da noite desta quinta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, negou o envio imediato de tropas federais para o Ceará, mas disse que a Força Nacional foi mobilizada 'para se deslocar ao Estado em caso de deterioração da segurança'.

De acordo com a Polícia Militar, a troca de tiros entre os criminosos e policiais ocorreu na CE-010, na Grande Fortaleza. O grupo tentava destruir o fotossensor do radar de velocidade instalado na rodovia quando foi surpreendido pelos militares que patrulhavam a região. Um dos suspeitos foi atingido e morreu no local. Um PM foi baleado na perna e socorrido para o Instituto Doutor José Frota. O estado de saúde dele é desconhecido.

A Polícia Militar apreendeu um revólver calibre 38. Os demais criminosos fugiram do local.

Por volta de meia-noite, agentes também localizaram explosivos embaixo de um viaduto na rua Dr. Joaquim Bento, no bairro Curió. O material foi removido pela Polícia Militar, mas nenhum suspeito foi localizado.

Ao longo da noite e madrugada, os militares atenderam chamadas de ataques a tiros a agências bancárias e tentativas de incêndios por toda a capital.

A onda de crime começou um dia depois de o titular da recém-criada Secretaria da Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, dizer que não reconhecia facções no Estado e que não separaria mais os presos de acordo com a ligação com essas organizações. Os grupos criminosos são os principais suspeitos de serem os autores dos ataques.

Empossado nessa quarta-feira (2) como ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro prometeu atenção especial à segurança pública, como uma prioridade de sua gestão, além do combate ao crime organizado e à corrupção. Algumas das medidas para a área, como o compromisso de que o Banco Nacional de Perfis Genéticos tenha os dados de todos os condenados por crime dolosos no Brasil, constarão em pacote de medidas que o ex-juiz da Lava Jato encaminhará ao Congresso em fevereiro.

Segundo Moro, crimes violentos como homicídios, roubos armados e estupros "aterrorizam a população brasileira" e "geram um atmosfera de insegurança e que deve ser combatida com estratégia, inteligência e políticas públicas eficazes". "O brasileiro, seja qual for a sua renda tem o direito de viver sem medo da violência e sem medo de ser vítima de um crime, pelo menos nos níveis epidêmicos atualmente existentes", disse.

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Entre as propostas de Moro que dependem de alteração da lei estão a regulamentação de operações policiais disfarçadas para combater o crime e o compromisso de que o Banco Nacional de Perfis Genéticos, no fim do mandato, tenha os dados de todos os condenados por crimes dolosos no Brasil, com o objetivo de inibir a reincidência.

Moro afirmou também que pretende utilizar no financiamento da segurança pública os bens confiscados do tráfico de drogas e, para isso, contará com a atuação da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), para que "se transforme progressivamente em uma agência encarregada da gestão e alienação do produto de crimes de tráfico de drogas".

No pacote de propostas que enviará ao Congresso, Moro incluirá também a execução imediata dos veredictos condenatórios dos tribunais do júri, a proibição de progressão de regime de pena para membros de organizações criminosas armadas e um instrumento que permite o Ministério Público fazer acordos para definir a pena de criminosos confessos, encurtando um processo judicial.

Ciente de que poderá enfrentar resistências, Moro disse que irá "lutar para convencer, com respeito e toda a abertura ao diálogo, os parlamentares".

Confira a seguir outros temas abordados pelo novo ministro em seu discurso de posse:

PROCESSO CRIMINAL

 

Moro afirmou que enfrentará as questões que impactam na eficácia do Sistema de Justiça Criminal com propostas simples, como veto à progressão de regime para membros de facções criminosas armadas. Também disse que pretende deixar mais claro na lei que, no processo criminal, "a regra deve ser a da execução da condenação criminal após o julgamento da segunda instância".

PRESÍDIOS

Segundo Moro, será prioridade melhorar a qualidade dos presídios federais, para que haja "o absoluto controle das comunicações das lideranças de organizações criminosas com o mundo exterior". Também falou em destravar os investimentos nas estruturas prisionais de Estados e do Distrito Federal, elaborando projetos e evitando que os recursos do Fundo Nacional Penitenciário fiquem imobilizados.

COOPERAÇÃO INTERNA

Moro quer que a Secretaria Nacional de Segurança Pública, além de auxiliar as polícias estaduais com investimentos, padronize procedimentos, gestão e estrutura. "(A secretaria) deve ter um papel equivalente ao da intervenção federal do Rio de Janeiro e que reestruturou a Segurança Pública naquele Estado. Aqui evidentemente substituindo intervenção por cooperação", declarou.

COOPERAÇÃO EXTERNA

 

O ministro afirmou que o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) aprofundará a cooperação jurídica internacional "para que o refúgio do criminoso no exterior seja uma alternativa cada vez mais arriscada". "O Brasil não será um porto seguro para criminosos e jamais, novamente, negará cooperação a quem solicitar por motivos político partidários."

FORÇAS-TAREFA

 

Outro ponto de destaque no discurso foi a necessidade de reestruturar e fortalecer as forças-tarefa e equipes policiais encarregadas de "investigar a grande corrupção, seja nos inquéritos em Curitiba, São Paulo e no Rio de Janeiro, seja nas investigações perante as Cortes Superiores de Brasília".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em seu primeiro discurso como ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro elencou as primeiras medidas que quer tomar a partir de agora e disse que uma das primeiras será enviar para o Congresso já em fevereiro um projeto de lei anticrime.

"A missão prioritária dada pelo Sr. Presidente Jair Bolsonaro foi clara: o fim da impunidade da grande corrupção, o combate ao crime organizado e a redução dos crimes violentos, tudo isso com respeito ao Estado de Direito e para servir e proteger o cidadão", disse.

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De acordo com Moro, a iniciativa não focará apenas na elevação de penas, o que ele chamou inclusive de "estratégia não muito eficaz", mas no enfrentamento dos "pontos de estrangulamento" da legislação penal e processual que, para ele, impactam na eficácia do sistema de Justiça Criminal.

O projeto poderá tratar da previsão de operações policiais disfarçadas para combater o crime, proibição de progressão de regime para membros de organizações criminosas armadas, e o chamado "acordo de barganha", que no Direito significa um acordo entre a acusação e o réu, em que o acusado se declara culpado em troca de uma atenuação da pena. Para Moro, isso poderia acelerar a resolução de casos criminais.

Segunda instância

Moro afirmou também que o projeto de lei pretende deixar mais claro que a regra deve ser a da execução da condenação criminal após decisão da segunda instância.

"Esse foi o mais importante avanço institucional dos últimos anos,legado do saudoso Ministro Teori Zavascki. Pretendemos honrá-lo e igualmente beneficiar toda a população com uma Justiça célere, consolidando tal avanço de uma maneira mais clara na lei. Processo sem fim é justiça nenhuma", disse.

O novo ministro afirmou ainda que a pasta pretende propor outros projetos de lei "mais complexos" que dependerão de negociações com outros ministérios e órgãos.

"Um juiz em Curitiba pouco pode fazer a esse respeito, no âmbito de políticas gerais, mas no Governo Federal a história pode ser diferente", afirmou. No esteio da defesa do combate à corrupção, Moro disse a seus convidados que queria explicar porque havia resolvido deixar uma carreira de 22 anos na magistratura, "com uma relativamente confortável carreira, pelo menos nos aspectos de vencimentos e aposentadoria".

"Ontem mesmo, verifiquei que o Brasil, apesar da Operação Lava Jato e dos enormes esforços aqui e ali contra a corrupção,permanece em uma posição relativamente ruim nos índices de percepção quanto à existência de corrupção nos rankings anuais da Transparência Internacional", disse.

O ministro também enfatizou em seu discurso a necessidade de se enfrentar os problemas de segurança pública no País com estratégia, inteligência e políticas públicas eficazes.

"Essas elevadas taxas de criminalidade, seja do crime de corrupção, seja do crime organizado, seja do crime violento, prejudicam o ambiente de negócios e o desenvolvimento. Pior do que isso geram desconfiança e medo, afetando a credibilidade das instituições e, em certo nível, a própria qualidade da democracia e da vida cotidiana", disse. Um dos exemplos citados por Moro foi a padronização que a Secretaria Nacional de Segurança Pública faça junto às polícias estaduais e distrital para melhorar a gestão e a estrutura delas, respeitando a autonomia local.

Outras duas medidas serão a incrementação das penitenciárias federais para o absoluto controle das comunicações das lideranças criminosas com o mundo exterior e a inclusão do perfil genético de todos os condenados por crimes dolosos no Banco Nacional de Perfis Genéticos para que sejam usados na elucidação dos crimes.

Moro disse ainda que o Brasil "não será um porto seguro para criminosos e para o produto de seus crimes". "Quando países não cooperam, quem ganha é somente o criminoso. O Brasil não será um porto seguro para criminosos e jamais, novamente, negará cooperação a quem solicitar por motivos político partidários", disse, sem citar explicitamente o caso mais notório, o do italiano Cesare Battisti.

Em seu último discurso como ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann defendeu a necessidade de se realizar uma reforma do sistema penitenciário no País. Com a terceira maior população carcerária no mundo, o sistema penitenciário Nacional precisa de uma ampla reforma, segundo Jungmann, sem retirar direitos.

"Hoje o sistema penal se encontra sob o domínio de 70 facções criminosas. O que acontece nas ruas tem sua dinâmica definida dentro do sistema prisional. Jovens apenados não têm ressocialização porque não têm trabalho e educação. Dizer isso não é passar mão na cabeça de bandido e não que não se deva apoiar as propostas do ministro Moro, elas vão nesse sentido", disse Jungmann, na cerimônia de transferência de cargo ao ministro Sérgio Moro, novo ministro da Justiça e Segurança Pública.

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Jungmann destacou ações que a pasta conduziu e citou a aprovação no Congresso do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e a entrada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento da segurança.

"Somos recordistas mundiais de homicídios e, apesar disso, nenhum Constituição atribuiu ao poder central a competência para lidar com segurança pública, disse.

O sistema único de segurança pública (Susp), segundo Jungmann, permitirá ao País "superar essa situação". "Isso será um legado para o senhor, Moro", disse. "Houve uma queda de 12,4% nos homicídios nos últimos nove meses", frisou.

A criação do Ministério da Justiça e Segurança Pública terá o remanejamento de pelo menos 2.647 cargos comissionados que ficarão sob a responsabilidade do novo ministro da pasta, Sérgio Moro. As vagas estavam na estrutura dos extintos ministérios da Segurança Pública, Justiça, Trabalho e Fazenda. Esses cargos têm remuneração que varia de R$ 16.215,22 à gratificação de R$ 509,16.

A reorganização dos cargos para a nova estrutura do Ministério comandando por Moro consta de um decreto assinado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro e publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (2).

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O remanejamento estabelece que, inicialmente, postos comissionados dos ministérios extintos da Segurança Pública, da Justiça, do Trabalho e da Fazenda passam para a nova Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do novo Ministério da Economia. Ao todo, foram transferidos 2.509 cargos das antigas pastas para a secretaria especial. Em seguida, 2.647 cargos comissionados da Secretaria Especial do Ministério da Economia foram remanejados novamente para a pasta da Justiça e Segurança Pública. Não há detalhamento sobre a destinação entre as áreas do Ministério.

Moro terá dez vagas com o maior salário entre os o cargos comissionados: o de Direção e Assessoramento Especial (DAS) classe 6, mais conhecido como DAS 6, que paga mensalmente R$ 16.215,22. Há outros 799 cargos nas demais faixas de direção e assessoramento. Há, ainda, 214 postos em funções gratificadas do Executivo (FCPE) e 1.624 funções gratificadas específicas de instituição de ensino.

O ano de 2019 deve começar com o reinício da terceira ação penal contra José Dirceu na Lava Jato. Trata-se de processo no qual o Ministério Público Federal o denunciou pelo suposto recebimento de R$ 2,4 milhões em propinas de duas empreiteiras a partir de contratos com a Petrobras. A denúncia fora apresentada em 2017, quando Dirceu deixou a prisão. O então juiz Sérgio Moro a aceitou em fevereiro de 2018, mas suspendeu o processo por um ano - o prazo se encerra em fevereiro.

Dirceu, de 72 anos, já foi condenado em dois processos a penas que somadas chegam a 41 anos de prisão - que deve voltar a cumprir quando os processos transitarem em julgado. "Minha mãe dizia que Deus é grande e poderosos e, às vezes, generoso. Espero que Ele seja generoso comigo e demore o máximo possível." Sobre a perspectiva de voltar à cadeia, o líder petista disse: "É a vida, meu caro, fazer o quê? Eu tenho de enfrentá-la e transformá-la e vivê-la."

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Dirceu diz que terá de passar mais sete anos em regime fechado. "Nosso lugar (dele e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela Lava Jato) é aqui. Na cadeia você luta. Eu não escrevi um livro na prisão? A vida continua em uma prisão. É uma outra vida. É quase contra a condição humana; não ter liberdade. Tenho de sobreviver na prisão. Vou enfrentar a Justiça e me defender. Não tem outro caminho." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sérgio Moro disse que lamentava o fato de ter sido o autor da sentença que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP), uma das ações pela qual o petista era réu na Lava Jato.

"Da minha parte nada tenho contra o ex-presidente. Acho até lamentável que eu, infelizmente, tenha sido o autor da decisão que condenou uma figura pública que tem a sua popularidade e que fez até coisas boas durante sua gestão, mas também erradas", declarou entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, nessa quinta-feira (13).

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"No fundo não é um bônus para mim, é um ônus. Mas o fiz cumprindo o meu dever", acrescentou.  Em julho de 2017, Moro condenou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), contudo, aumentou a pena em janeiro deste ano para 12 anos e um mês e, depois de ter os recursos negados, o ex-presidente foi preso em 7 de abril, dois dias depois que o futuro ministro determinou o cumprimento da pena.

Sérgio Moro aproveitou a entrevista para reforçar que agiu com isenção no caso. "Essa alegação de que a Justiça foi parcial nesses casos ignora que por desdobramento da Lava Jato vários outros personagens políticos da oposição também respondem a investigações e acusações sérias perante outros fóruns", observou.

O fato do ex-juiz ter aceitado ser ministro do futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL) foi usado como argumento pelo PT para endossar a tese de perseguição. A legenda, pontua que Moro agiu para que Lula não concorresse às eleições deste ano e Bolsonaro ascendesse ao comando do Palácio do Planalto. Apesar disso, Moro nega ter virado um político.

"Não me vejo ingressando na política partidária, sem nenhum demérito aos que ingressaram. Na minha visão ainda sou um técnico que está indo para uma posição que tem um encargo político, mas para fazer um trabalho específico", disse o ex-juiz.

Pela segunda vez na semana, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, defendeu a regulamentação do lobby como uma medida de combate à corrupção. Em breve contato com repórteres na sede da transição do governo, o ex-juiz federal da Lava Jato disse que a "ideia tem de ser ponderada". "É melhor que isso (lobby) seja regulamentado do que feito às escondidas", afirmou.

A proposta ainda não está entre aquelas que Moro pretende apresentar ao Congresso em fevereiro, em um projeto legislativo a fim de fortalecer o enfrentamento ao crime organizado, aos crimes violentos e à corrupção. É algo a ser analisado "à parte", em um segundo momento, com uma "discussão específica".

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Conforme o jornal O Estado de S. Paulo mostrou nesta quinta-feira (13), o ministro pretende incluir no pacote ao Legislativo o endurecimento do regime de prisão de condenados por corrupção e peculato, com penas de 2 a 12 anos, para que iniciem em regime fechado mesmo nos casos de condenação a menos de 8 anos, quando poderiam iniciar no semiaberto ou no aberto. "O projeto ainda está em gestação. Não prevê o incremento de pena. Eventualmente, (prevê) o endurecimento de regime", disse no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do gabinete de transição.

Na terça-feira (11), Moro já havia defendido a regulamentação do lobby, para retirá-lo das "sombras", em uma palestra alusiva ao dia internacional de combate à corrupção. Essa intenção também já havia sido externada pelo ex-juiz federal da 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná, em uma audiência no Congresso em 2016, período em que ainda era o relator da Operação Lava Jato.

Regularizado em diversos países, o lobby, por vezes, é interpretado como algo próximo de crimes como tráfico de influência ou mesmo corrupção ativa. Entre quem o defende, um dos argumentos é que a regulamentação ajudaria a coibir esses crimes.

O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, afirmou há duas semanas ser contra a regulamentação do lobby. "Só vai criar mais burocracia e vai excluir aqueles mais pobres no acesso ao Estado e ao serviço do Estado", disse.

O lobby foi reconhecido, por decreto do governo federal, como uma profissão, em fevereiro. Mas ainda não está regulamentado pelo Congresso Nacional, onde diversos projetos tramitam há décadas sobre o tema.

Segurança pública será o tema central da segunda reunião dos governadores eleitos e reeleitos, que ocorre nesta quarta-feira (12) em Brasília, na sede do Conselho Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Até ontem à noite, 25 governadores e um vice-governador haviam confirmado presença. O futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, também deverá participar do debate.

O encontro é organizado pelos governadores eleitos do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e de São Paulo, João Doria (PSDB). Além de Moro, vão participar os presidentes do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, e do Superior Tribunal de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, bem como o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.

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Na última reunião, em novembro, os governadores combinaram que levariam para debate temas consensuais. Foram definidos 13 assuntos prioritários dos estados. Algumas propostas, como as reformas da Previdência, administrativa e tributária, são listadas como necessárias, mas os governadores não têm posição conjunta sobre quais pontos devem ser aprovados.

A atitude de Sérgio Moro de deixar a magistratura e, com isso, a condução do julgamento das ações judiciais da Lava Jato em Curitiba e para ser ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do futuro presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi aprovada pelos recifenses. É o que aponta o novo levantamento do Instituto de Pesquisas UNINASSAU, encomendado pelo LeiaJá.

De acordo com os dados, 56% dos entrevistados disseram que o ex-juiz agiu certo ao aceitar o convite de Bolsonaro para integrar a equipe ministerial. Moro pediu exoneração da magistratura em meados de novembro e, a partir de janeiro, vai ser responsável pela superpasta criada pelo presidente eleito que acumulará a área da segurança pública e vai tratar dos registros sindicais, antes atribuição do Ministério do Trabalho.

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Para 37% dos recifenses que responderam à pesquisa, Moro não deveria ter deixado a magistratura para fazer parte do governo. O protagonismo na Lava Jato fez com que o ex-juiz se tornasse conhecido em todo o Brasil, tanto é que 91% dos entrevistados já ouviram falar o nome de Sérgio Moro.

O alcance da operação que investiga o maior escândalo de corrupção do país e já condenou, por exemplo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por corrupção e lavagem de dinheiro também fez com que o futuro ministro passasse a se tornasse uma espécie de ídolo para alguns.

Ao ir às ruas, o Instituto questionou ainda se os recifenses admiravam o ex-juiz. A maioria (53%) disse que sim e 44% pontuaram não. A maior parcela dos admiradores, segundo a amostra, está entre os que têm nível superior e a renda salarial acima de cinco salários mínimos.

A pesquisa “os recifenses, o futuro e temas da conjuntura” ouviu 480 pessoas em idade eleitoral  nos últimos dias 3 e 4. O nível de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 4,5 pontos percentuais para mais ou menos.

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O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou nesta terça-feira, 4, que confia no trabalho do ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni. Indicado como futuro ministro da Casa Civil, Onyx é alvo de processo preliminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar acusações de caixa 2 feitas por delatores da JBS.

"O que vi, e eu assisti de perto, foi um grande esforço (de Onyx) para aprovar as dez medidas (contra a corrupção). Na ocasião, ele foi abandonado pela grande maioria dos seus pares, por razões que não vêm aqui ao caso, mas mostrou comprometimento pessoal naquela oportunidade com a causa anticorrupção. Então ele tem a minha confiança pessoal em relação a esse trabalho", declarou Moro à imprensa.

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Moro manifestou apoio ao futuro ministro da Casa Civil após o ministro do STF, Edson Fachin determinar a abertura de uma petição autônoma específica, etapa anterior ao inquérito, para analisar as acusações de caixa 2. Ele atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Questionado sobre o assunto, Moro disse que questões pertinentes ao ministro Onyx devem ser indagadas a ele.

Pesam sobre Onyx o relato e planilhas dando conta de pagamentos de R$ 100 mil em 2012 e R$ 200 mil em 2014. O deputado federal admitiu em uma entrevista radiofônica ter recebido R$ 100 mil e pediu desculpas.

Na manifestação enviada pela PGR ao Supremo na semana passada, Raquel Dodge pediu a separação dos trechos das delações da JBS sobre caixa 2 específicos sobre dez autoridades que eram deputados e senadores à época dos fatos narrados e que seguirão com prerrogativa de foro em 2019, entre elas Onyx Lorenzoni. Eles serão alvo de procedimentos semelhantes, que podem resultar na abertura de inquérito ou mesmo em formulação de denúncia.

Registro sindical

Moro afirmou ainda que a intenção de transferir para a estrutura da pasta a função específica de análise e concessão de registros sindicais - atualmente no Ministério do Trabalho - tem como objetivo eliminar as práticas denunciadas de fraudes, corrupção e tráfico de influência nesta atividade. Mas não deu como garantida a transferência.

"Isso é algo que esta sendo definido e debatido. Há uma intenção de transferir essa parte do registro sindical para Justiça. É um setor que teve muita corrupção no passado, pelo menos o que foi divulgado pela imprensa e apurado em investigações. E o objetivo dessa transferência é, sob o guarda-chuva do MJ, eliminar qualquer vestígio de corrupção. Mas não é algo assim que está algo totalmente delimitado. Se for transferido, certamente será bem cuidado esse setor", disse Moro.

Futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro tem trabalhado para aprovar no Congresso, ainda em 2018, projeto de lei sobre medidas contra criminosos e empresas envolvidos com a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. O objetivo é evitar que o Brasil entre para a "lista negra" de governos não engajados com a prevenção e o combate a esses crimes e sofra, assim, sanções econômicas e comerciais de países como EUA e membros da União Europeia.

Nos últimos dez dias, o ex-juiz da Lava Jato divide seu tempo entre o estudos de dados do governo e a composição da equipe com a tarefa estritamente política de negociar com deputados e senadores a votação e aprovação do projeto de lei.

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Na Câmara desde junho, a proposta altera legislação brasileira de sanções a pessoas físicas e jurídicas envolvidas com crimes de lavagem e terrorismo. Coloca ainda o regramento jurídico nacional em acordo com as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que afastaria o risco de o Brasil ser suspenso do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI).

Espécie de fórum intergovernamental mundial com sede da Suíça, o GAFI comunicou o Brasil em 2010 de suas deficiências na adoção das resoluções a serem adotadas pelos seus integrantes. Em junho, o País foi advertido de que o não cumprimento das recomendações poderia resultar em sanções, como a expulsão.

Em 2015, o governo Dilma Rousseff aprovou a lei 13.170, que adequou boa parte das leis às exigências internacionais para desarticular o trânsito de dinheiro ilegal pelo mundo. Mas sanções decorrentes de resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas ficaram em aberto. O projeto 10.431/2018 foi apresentado ao Congresso para sanar essa lacuna.

Urgência

Nomeado coordenador do grupo técnico de Justiça, Segurança e Combate à Corrupção do Gabinete de Transição no dia 20, Moro iniciou sem alarde os trabalhos nos bastidores para convencer o Congresso da importância da aprovação da lei ainda este ano. No mesmo dia, a Câmara aprovou requerimento de urgência de plenário para o projeto.

O Estado apurou que um dos interlocutores de Moro foi o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Além dessa proposta, os dois conversaram sobre outros temas polêmicos, como alterações nas leis de execução da pena.

A costura política com o Congresso envolve ainda a aprovação do projeto no Senado, sem emenda, para que não tenha de passar mais uma vez pela Câmara e a sanção pelo presidente da República. Moro tem reforçado os riscos para a economia e para os negócios no Brasil, caso o GAFI promova sanções ao País.

Se for suspenso do grupo e receber uma classificação de país de alto risco ou não cooperativo, operações de bancos estrangeiros poderiam ser suspensas, com o registro de fuga de recursos internacionais, sanções em negócios internacionais e aumento do prêmio do chamado risco-país, entre outras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que o novo governo jamais vai editar um indulto natalino que seja "excessivamente generoso" a condenados, mas não se comprometeu com a promessa do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de encerrar no próximo governo o oferecimento do perdão da pena a condenados. Ele também sugeriu que o presidente Michel Temer (MDB) não edite regras tão flexíveis como as do ano passado - um novo decreto deve ser publicado até o fim do ano.

O comentário foi feito na semana em que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) começou o julgamento sobre a constitucionalidade do decreto de indulto do ano passado, assinado pelo presidente Michel Temer, que está suspenso.

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"Respeito enormemente o Supremo Tribunal Federal e qualquer decisão a ser tomada no plenário será respeitada. Mas, na linha que afirmada pelo presidente eleito, esse será o último indulto com tão ampla generosidade", disse Sérgio Moro, feito nesta sexta-feira (30).

"Espero que o indulto a ser editado neste ano não tenha o mesmo perfil do ano passado", disse Moro.

Diante de questionamentos específicos sobre se não haverá um novo decreto de indulto no futuro governo, Moro disse que tudo ia passar por conversas.

"Não vai haver mais nenhum indulto com a generosidade desse indulto específico. As questões ainda têm que ser debatidas com o senhor presidente da República eleito", afirmou Moro. Desta forma, o futuro ministro desceu o tom em relação ao que foi afirmado por Bolsonaro nesta semana. O futuro presidente da República afirmou que, se houver novo indulto neste ano, será o último.

O indulto é um instrumento previsto na Constituição da República e é tradicionalmente concedido no país, com regras que podem ser mais ou menos rígidas. O alcance do benefício depende unicamente da disposição do presidente da República.

Cabe ao titular do ministério apresentar ao presidente da República uma proposta para o decreto do indulto. Portanto, Moro atuará diretamente na elaboração das regras a partir do próximo governo e poderá fazer um contraponto à ideia de Bolsonaro de deixar de oferecer o benefício.

As regras propostas por Temer foram amplamente criticadas pelo Ministério Público Federal e também pelo próprio Sérgio Moro, por permitir que crimes sem violência possam ser perdoados com apenas o cumprimento de um quinto da pena, incluindo os de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O indulto de Temer também permite que pessoas com penas elevadíssimas recebam o benefício. Uma decisão liminar de Luís Roberto Barroso, do Supremo, alterou essas regras específicas, impondo requisitos mais rigorosos.

Reconhecendo o quadro de superlotação no País, um dos motivos para o indulto, Moro disse não acreditar que "a solução seja abrir a porta da cadeia" porque isso deixaria a população desprotegida. "A política do governo vai ser mais restritiva", afirmou.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve julgar no dia 11 de dezembro a situação dos procedimentos disciplinares que foram abertos contra ex-juiz Sergio Moro, futuro ministro da Justiça no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

São alvo de questionamentos no conselho atos do juiz como decisões envolvendo o habeas corpus concedido pelo desembargador Rogerio Favreto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em julho.

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Durante a sessão, os conselheiros devem decidir se os procedimentos serão arquivados diante do pedido de demissão feito por Moro para assumir o ministério da Justiça. Com a exoneração, publicada no dia 19 de novembro, Moro não é mais magistrado.

Antigo responsável pelos processos da Operação Lava Jato na 13ª Vara Criminal de Curitiba, Moro nega qualquer irregularidade em sua conduta e diz que a decisão de ingressar no governo eleito ocorreu depois de decisões tomadas por ele na Lava Jato.

Presidente da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo Lewandowski disse, nesta terça-feira (27), que o novo pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser julgado pelo colegiado antes do recesso judiciário, marcado para iniciar dia 20 de dezembro.

O pedido foi liberado para votação pelo ministro Edson Fachin hoje. No despacho, o relator da Lava Jato no STF sugere que o pedido de soltura seja analisado na sessão do próximo dia 4.

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O habeas corpus argumenta pela “perda de imparcialidade” do ex-juiz federal Sérgio Moro, depois que ele aceitou ser ministro da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Sérgio Moro foi quem condenou Lula, em primeira instância, no caso do triplex do Guarujá e determinou o cumpimento da pena depois que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) reforçou a condenação de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-presidente foi preso em abril deste ano.

O juiz federal Sergio Moro, confirmado para o Ministério da Justiça, disse hoje (23) que vai apresentar em 2019 um projeto com medidas contra a criminalidade sustentado em três eixos: combate à corrupção, ao crime organizado e aos crimes violentos. Moro participou nesta sexta-feira do Simpósio Nacional de Combate à Corrupção, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

“Primeiro [vou] apresentar um projeto de lei contra a corrupção logo no início da legislatura. Sempre com respeito ao Parlamento, com abertura ao diálogo. Corrupção está desenfreada, crime organizado está cada vez mais forte. Crime violento, que afeta a todos, principalmente minorias. É um projeto em gestação. O foco vai ser agenda contra corrupção, anticrime organizado e contra o crime violento.”

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Para Moro, serão necessárias algumas mudanças nas leis criminais para dar suporte ao combate efetivo às ilegalidades. Como exemplo, ele citou a necessidade de mudar o sistema de progressão de pena e regime.

“Tem que se proibir progressão de regime para o preso que mantém vínculo com organizações criminosas. Tem que liberar preso apto para ressocialização. Se colocar em liberdade, vai apenas potencializar aquela organização criminosa. Serve como desestímulo ao ingresso dos presos nessas organizações criminosas”, afirmou.

“As penas até já são elevadas, o problema é o tempo de prisão real. Tem que mexer na progressão. Tem casos bárbaros, de sangue, que em pouco menos de 10 anos a pessoa já está progredindo. Às vezes parricidas [quem mata os pais] saindo em Dia das Mães”, acrescentou.

Alternativas

Moro defendeu ainda a aprovação de leis que deem respaldo legal à realização de "operações disfarçadas", sem que isso comprometa a punição futura do criminoso. “Nos Estados Unidos são feitas operações disfarçadas. É preciso colocar na lei que vender ou entregar droga a um agente disfarçado constitui crime. A mesma coisa em relação a armas e lavagem de dinheiro. Não exclui o crime. O policial está lá para revelar o crime.”

O futuro ministro destacou ainda a necessidade de se distinguir o que é crime nos casos em que a Justiça Eleitoral muitas vezes classifica como caixa 2 – doações não declaradas de campanha a políticos.

“O problema é que hoje algumas condutas criminais extremamente complexas, muitas vezes envolvendo lavagem de dinheiro com conta no exterior, estão sendo interpretadas [como] de competência da Justiça Eleitoral. A lei tem que deixar claro que se é corrupção não é caixa 2, é corrupção, não é competência da Justiça Eleitoral. Crime de caixa 2 não se configura se há crime mais grave. Sem demérito à Justiça Eleitoral, ela não tem condições de apurar essas condutas.”

Moro destacou que há um desejo por melhoria na Justiça e na segurança pública e que o Brasil não pode mais naturalizar a situação dos elevados índices de criminalidade, da mesma forma como deixou de considerar natural a hiperinflação que havia no passado. Segundo ele, o caminho é aperfeiçoar as instituições. “Temos crença de que problemas permanentes são quase problemas naturais, que temos que conviver com elevados índices de criminalidade. Isto é falso. Temos que melhorar nossas instituições e melhorar as respostas para esse tipo de problema.”

O futuro ministro comparou o momento atual ao que o país já viveu. “[Quando havia] a hiperinflação, a gente dizia que o Brasil era assim mesmo, que tínhamos de aprender a conviver com ela, que não se podia fazer nada”, disse Moro, definindo a essência do projeto que apresentará ao Congresso em 2019. “É um Plano Real contra a alta criminalidade no Brasil.”

Futuro ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PSL), o juiz Sérgio Moro anunciou, nesta segunda-feira (19), que levou para o gabinete de transição, em Brasília, integrantes da Polícia Federal que participaram da Operação Lava Jato.  

Com uma série de reuniões internas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), local onde concentra as atividades de transição, Moro confirmou o ex-superintendente da Polícia Federal no Paraná, Rosalvo Franco Ferreira, e uma das primeiras delegadas a comandar a Lava Jato, Erika Mialik Marena, como integrantes da sua equipe.

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A expectativa maior, entre os anúncios aguardados do auxiliar de Bolsonaro, é quanto ao nome do diretor-geral da Polícia Federal. Em conversa rápida com jornalistas após almoçar no CCBB, Moro disse que está cuidando que “talvez” a indicação dele para o cargo seja anunciada esta semana. “No momento certo os anúncios públicos serão feitos”, chegou a afirmar mais cedo.

O atual diretor-geral da PF é Rogerio Galloro, mas ele não deve permanecer no posto. Entre os principais cotados está o atual superintendente do Paraná, Maurício Valeixo.

A exoneração do juiz federal Sergio Moro foi publicada nesta segunda-feira (19), no Diário Oficial da União. Ele assumirá o super Ministério da Justiça, que agregará a Segurança Pública e parte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras. Também deve participar da equipe de transição do governo.

O ato de número 428 é assinado pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª região, Carlos Eduardo Thompson Flores, informando que a exoneração ocorre a pedido do próprio Moro. Na sexta-feira (16) ele enviou ofício formalizando o pedido.

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No pedido de exoneração, Moro argumentou que pretende “organizar a transição e as futuras ações do Ministério da Justiça”. “Houve quem reclamasse que eu, mesmo em férias, afastado da jurisdição e sem assumir cargo executivo, não poderia sequer participar do planejamento de ações do futuro governo.”

Em substituição a Moro no comando dos processos da Operação Lava Jato ficará temporariamente a juíza Gabriela Hardt. Como substituta, ela não pode assumir de forma definitiva a vaga de Moro.

Após a publicação do ato de exoneração, deve ser expedido o edital para concurso de remoção. A remoção é um concurso interno entre magistrados da Justiça Federal da 4ª Região para preenchimento de vagas.

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