Tópicos | SHOAH

O cineasta e escritor francês Claude Lanzmann, diretor do emblemático documentário "Shoah", sobre o Holocausto, de mais de nove horas de duração, morreu nesta quinta-feira, em Paris, aos 92 anos, anunciou a editora Gallimard.

"Lanzmann faleceu esta manhã em sua residência. Estava com a saúde muito, muito frágil há vários dias", afirmou uma porta-voz da editora.

##RECOMENDA##

A morte do cineasta foi confirmada pela produção de seu último filme, "Les quatre soeurs", que estreou na quarta-feira na França.

O diretor do grande documentário sobre o extermínio dos judeus na Europa também foi jornalista, escritor e diretor da revista francesa "Temps modernes".

Amigo de Jean-Paul Sartre, companheiro de Simone de Beauvoir, foi um defensor incansável da causa de Israel.

No ano passado ficou profundamente abalado pela morte de seu filho Félix, de 23 anos, vítima segundo ele de um "câncer sem piedade".

"A morte não é evidente. Eu não não defendo em nada a morte. Continuo acreditando na vida. Amo a vida com loucura, apesar de na maioria das vezes não ser divertida", afirmou Lanzmann recentemente à AFP.

O diretor se declarava um resistente e combatente a favor da verdade.

"Quando vejo o que fiz ao longo da minha vida, acredito que encarnei a verdade. Nunca brinquei com isto", afirmou.

Paris pagará 60 milhões de dólares às vítimas - americanas e de outras nacionalidades - da Shoah, deportadas em trens franceses para os campos de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial, um caso que impediu a companhia ferroviária francesa SNCF de assinar contratos nos Estados Unidos.

Washington e Paris anunciaram nesta terça-feira (3), em um comunicado conjunto, a entrada em vigor deste acordo de indenização, preparado e anunciado em 2014, depois de anos de polêmicas e negociações.

O acordo inclui a criação de um fundo de indenização, dotado pela França de 60 milhões de dólares, que serão entregues às autoridades americanas em benefício de milhares de deportados não franceses e seus descendentes, não cobertos pelas disposições aprovadas pela França desde 1946.

"O governo dos Estados Unidos garantirá a gestão do fundo e a distribuição em benefício das pessoas elegíveis de nacionalidade americana, israelense ou outras, assim como seus parentes, que não tiveram acesso ao regime de indenização criado pela França", determinou o comunicado divulgado pelo Departamento de Estado americano e o Quai d'Orsay.

"Em contrapartida, os Estados Unidos darão à França todas as garantias de segurança jurídica quando se trata de demandas pela deportação vinculada à Shoah", segundo o ministério francês de Relações Exteriores, em alusão às demandas contra a SNCF apresentadas perante a justiça americana.

Expropriada pelos nazistas durante a ocupação, a companhia ferroviária francesa transportou em seus vagões 76.000 judeus através da França até os campos de extermínio entre 1942 e 1944. Cerca de três mil sobreviveram, segundo a empresa.

Este caso impediu a SNCF de assinar contratos comerciais nos Estados Unidos, devido às contínuas impugnações nas cortes de justiça.

A Fundação Joaquim Nabuco promove a exibição do filme SHOAH (1985), de Claude Lanzmann. A produção é uma reflexão sobre o genocídio de milhões de judeus pelo regime nazista ao longo da Segunda Guerra Mundial. Serão duas sessões, neste sábado (29), às 13h (primeira parte) e às 19h (segunda parte).

SHOAH tem um modelo atípico do que costuma ser feito no cinema documental. Ele é montado a partir de entrevistas com sobreviventes do holocausto, testemunhas e ex-nazistas sem utilizar uma única imagem de arquivo com o objetivo de promover uma reflexão acerca deste período da história mundial. 

##RECOMENDA##

Serviço

Exibição do filme SHOAH 

Sábado (29)| 13h e 19h (primeira e segunda parte)

Cinema da Fundação (Rua Henrique Dias, 609 - Derby)

R$ 10 e R$ 5

(81) 3073 6689

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando