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Preocupada com os custos gerados pelo adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o Comitê Organizador da Olimpíada de Tóquio anunciou nesta quarta-feira um processo de simplificação e redução da preparação para os dois grandes eventos, que devem gerar uma economia de 30 bilhões de ienes, equivalente a US$ 280 milhões ou cerca de R$ 1,5 bilhão.

Este corte representa cerca de 2% do orçamento oficial do Comitê, estimado em US$ 12,6 bilhões (R$ 70 bilhões). Uma auditoria realizada no ano passado, contudo, mostrou que o custo real dos Jogos de Tóquio seria o dobro do oficial. De acordo com estudo publicado pela Universidade de Oxford, publicado no mês passado, afirma que a Olimpíada de 2021 será a mais cara da história entre os Jogos de verão.

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A pandemia do novo coronavírus agravou a situação financeira do Comitê Organizador. Segundo estimativa do Comitê Olímpico Internacional (COI), o adiamento, deste ano para 2021, anunciado em março, deve acrescentar ao menos US$ 800 milhões (R$ 4,4 bilhões) nos custos da organização.

Diante desta preocupação, o Comitê Organizador decidiu estabelecer medidas para reduzir os gastos. Nesta quarta, anunciou uma lista de 50 medidas de "simplificação". De forma geral, a entidade quer reduzir o gasto com imagem e aparência dos locais de competição e também na Vila Olímpica; "otimizar" as operações do revezamento da tocha olímpica; estimular patrocinadores e acionistas a enviar equipes menores a Tóquio; e "otimizar" os planos de equipes do próprio Comitê Organizador.

De acordo com a organização dos Jogos, essas são as bases da redução de custos. Mas serão apenas as primeiras decisões. Mais medidas para economizar devem ser anunciadas nas próximas semanas.

O governo prepara um programa de simplificação tributária que será adotado até o fim do ano. A promessa foi feita pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Temas mais espinhosos como a reforma do sistema estadual do ICMS ou do PIS/Cofins, porém, demandarão mais tempo, reconheceu o ministro.

"A simplificação de procedimentos tributários será implementada até o fim do ano. Essa é uma medida de maior importância porque hoje as empresas dispendem recursos humanos e técnicos importantes para simplesmente pagar impostos", disse o ministro após cerimônia para divulgar mudança no programa Minha Casa Minha Vida. A mudança, disse Meirelles, fará com que o pagamento de impostos "seja racional, simples e rápido".

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O ministro da Fazenda notou, porém, que alguns temas demandarão mais tempo do governo para avanços. Ele deu como exemplo o complexo sistema estadual do ICMS e a estrutura do federal PIS/Cofins. Nesses casos, disse o ministro, a mudança "vai demandar mais tempo".

"Isso é a simplificação tributária no sentido de racionalizar e simplificar toda a estrutura tributária do Brasil. Esse é um projeto com prazo maior, mas certamente muito importante tal qual outros projetos que eram julgados como impossíveis como a questão do teto do gasto", disse Meirelles. "Também vamos enfrentar e será bem sucedido."

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que para enfrentar esse novo mundo em que o preço das commodities não ajuda e com a economia externa mais devagar, será necessária uma reforma para simplificar a estrutura tributária do País, de forma a dar mais eficiência às empresas.

Na tarde deste sábado, em apresentação no 7º Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais organizado pela BM&FBovespa em Campos do Jordão, interior de São Paulo, Levy disse que está na agenda deixar os impostos mais simples para diminuir o custo das empresas. Ele lembrou ainda que, no Brasil, os impostos mais importantes são os indiretos, ou seja, recolhidos pelas empresas.

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Segundo o ministro, hoje a estrutura brasileira depende desses impostos indiretos, como o ICMS e o PIS/Cofins. "Com transparência do PIS/Cofins, as empresas realocam capital e aumenta o PIB potencial", disse, lembrando que assim se faz um capitalismo mais democrático. "Se reformar o PIS/Cofins, se quebram esses parâmetros que trazem ineficiência", disse.

Levy disse ainda que o Brasil precisa melhorar sua infraestrutura e é sabido que, para isso, haverá uma maior dependência do capital privado. "Sem essas coisas não vamos conseguir superar a crise. Precisamos ser mais produtivos e precisamos seguir o caminho dessa agenda. Com esse trabalho, vamos conseguir arejar esse mercado e trazer novos players, mudar o jeito com que as contratações são feitas de forma que não tenha barreiras de entrada", frisou.

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