Tópicos | síndrome da superioridade

Egocentrismo e vaidade podem andar lado a lado no mercado de trabalho e atrapalhar as relações de desenvolvimento de equipe. Segundo a pesquisa New Norms @Work, produzida pela rede social LinkedIn, 34,8% dos homens são motivados por discussões sobre sucesso no ambiente de trabalho. O percentual de mulheres na mesma situação é de 31,7%. Essas discussões podem alcançar patamares perigosos e fazer profissionais serem conhecidos pela vaidade ou egocentrismo.

Vaidade, nesse caso, não é relacionado à beleza, mas sim à síndrome de querer se sobressair entre todos da equipe. Segundo o coordenador de curso de gestão e recursos humanos da UNINABUCO, Jessé Barbosa, o que caracteriza o comportamento egocêntrico no mercado de trabalho é o fato do profissional sempre tentar trazer a atenção para si. “Nos corredores do ambiente de trabalho, essa pessoa tenta se ressaltar em qualquer tipo de discussão, sempre vai querer estar sob o holofote e não contribui para o desenvolvimento em conjunto”, explica. 

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Risco do comportamento egocêntrico

Embora há quem acredite que ser o centro das atenções é um benefício e uma porta de entrada para promoções dentro do ambiente de trabalho, especialistas alegam ser um comportamento perigoso para o profissional. Para Talent Acquisition Sabrina Torres, especializada em recursos humanos, o egocentrismo pode causar um problema no conjunto do processo organizacional. “Essas pessoas não possuem tanto senso de equipe, elas querem subir sozinhas, então elas não conversam, não trocam, não colaboram. E isso pode ser bastante prejudicial para o conjunto”, salienta. 

O comportamento afeta a produtividade da equipe e faz os gestores pensarem duas vezes antes de indicar pessoas com esse tipo de perfil para promoções, segundo Barbosa. “O sistema de trabalho funciona através da colaboratividade. Aquele profissional vai entregar resultados, mas somente os dele, e a empresa funciona com o todo. Isso acarreta no fato de que os diretores vão pensar duas vezes antes de oferecer uma promoção para essa pessoa. Por que a que preço ela vai conseguir cumprir as metas?”, questiona. 

Ambição e egocentrismo

Um ponto fortemente tocado pelos profissionais entrevistados pelo LeiaJá foi a diferença entre ambição e egocentrismo. Segundo Sabrina Torres, ambição não é algo totalmente ruim. “Na ambição, você não precisa passar por cima de um profissional, desvalorizar o trabalho do outro”, destaca. Já para Jessé Barbosa, ambição vai além do sentido pejorativo. “Tem gente que confunde egoísmo com ambição. Todo ser humano precisa mirar em um objetivo mais amplo. O ego, na verdade, impede o crescimento da pessoa”, ressalta.

O egocentrismo, por outro lado, não apresenta qualquer característica positiva. “A pessoa egocêntrica tende a não compartilhar o trabalho e reter tudo para si. Não existe uma única pessoa que saiba afirmar saber de tudo em todo tempo. As pessoas devem buscar novas competências e interação com outras”, aconselha Barbosa.

Vaidade não é sempre ruim, mas é preciso cuidado

Unanimemente, os especialistas ressaltam os lados positivos da vaidade. “É preciso saber suas qualidades e expressar isso para os gestores. Isso é um tipo de vaidade que não é prejudicial. Portanto, não pode ser considerado um defeito da pessoa esse tipo de vaidade no ambiente de trabalho”, explica Jessé.

Por outro lado, Barbosa salienta também para os lados desfavoráveis da valorização excessiva das próprias habilidades. “A vaidade passa a ser algo negativo quando mexe com a percepção de que você é melhor do que qualquer outra pessoa, subestimando que a outra não seja boa e não tenha capacidade”, diz.

O papel do gestor em casos de egocentrismo e vaidade na equipe é de canalizar os sentimentos para as finalidades corretas, segundo Sabrina. “O gestor deve orientar essa energia para o trabalho e para a carreira do profissional, bem como dar feedbacks mais claros e objetivos”, diz. Confira abaixo o depoimento da especialista em RH.

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