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Parte das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade de São Paulo tem de lidar com fila e aglomeração de quem busca se cadastrar para a "sobra" da vacina contra a Covid-19. Para evitar o desperdício no fim do dia (parte dos frascos contém 10 doses, que após abertos não podem ser guardados), a Prefeitura orientou as UBSs a abrirem cadastro para que idosos com mais de 60 anos e profissionais da saúde - moradores da região - possam receber o imunizante.

O problema é que a oferta é muito menor do que a demanda. Na UBS Sigmund Freud, em Moema, zona sul, por exemplo, até o fim da tarde de anteontem havia mais de 500 cadastrados. Na Barra Funda, zona oeste, o Centro de Saúde Escola Barra Funda Alexandre Vranjace está com lista de espera de mais de 300 nomes. Na Vila Alpina, zona leste, a UBS ressalta aos pacientes que a inscrição "não é garantia", pois já ultrapassou os 150 cadastrados, enquanto o posto Jardim Aeroporto, na zona sul, informa aos pacientes que há "bastante" procura, com "muito mais" de 50 inscritos.

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Uma enfermeira da unidade de Moema informou que diariamente sobram, no máximo, duas doses. Para acelerar a produção da vacina, foram feitos frascos maiores, com dez doses em cada. Atualmente estão sendo vacinadas pessoas com mais de 85 anos. Por volta das 18 horas, quando acaba a imunização oficial, se há sobra de vacinas os profissionais da saúde telefonam para quem foi cadastrado, que tem cerca de uma hora para aparecer e receber o imunizante excedente.

Uma senhora de 60 anos parou o trânsito da Avenida Indianópolis, na zona sul, para entender o motivo da fila na unidade de Moema. Ela indagou ao segurança se era para aplicação da vacina e disse já ter feito o cadastro. Com a SUV estacionada em fila dupla, ignorando as buzinas, tentou descer do carro para fazer novo cadastro.

Insatisfeita por não colocar seu nome novamente na lista, avisou que apareceria mais tarde, perto das 19 horas. "Vai que a pessoa chamada não aparece, né? Aí aplicam em mim, porque ninguém vai jogar dose fora."

Marie Bonducki, de 68 anos, disse que demorou 15 minutos na fila da UBS de Moema para fazer o cadastro. Soube da sobra pelas redes sociais, mas não estava muito confiante em receber a dose. "Com esse governo que é uma lástima, nunca se sabe o que vai acontecer."

No mesmo local, Vivian do Carmo, de 64 anos, reclamou da bagunça. "Não custava nada, coloca uma faixa, indica um distanciamento. Está todo mundo aglomerado", queixou-se.

Zeila Colesi, de 74 anos, comentou que o cadastro foi simples de fazer. "Tem muita gente, não sei se vai ter sobra para todo mundo. Mas a gente sempre tenta. De um jeito ou de outro espero tomar a vacina."

Palmas e foto nas redes. Entre os que conseguiram aproveitar a oportunidade está a aposentada Olinda Martinez, de 67 anos, que recebeu a primeira dose na quarta-feira, 17, dia seguinte ao que se cadastrou em um posto do Brooklin, zona sul. "Só tinha dez pessoas na frente. Ontem (segunda-feira), passamos lá e já tinha 290 pessoas (na lista)", conta.

Olinda ainda conseguiu que o marido, também idoso, fosse vacinado, mas perdeu a chance de inscrever o pai, de 82 anos. "Se soubesse (que levaria alguns dias para a faixa etária dele ter a vacinação liberada), teria colocado antes de mim", lamenta ela, que tomará a próxima dose em maio. A sensação é de que "ganhou na loteria". "Se fosse esperar a minha vez, talvez só no fim de março."

Os conhecidos dela estranharam a situação. "Tirei foto e postei para todos os meus amigos. Perguntaram até se eu tinha pagado", comenta. "Todo mundo me ligou, dizia ‘Graças a Deus, amiga, que você conseguiu’."

A empresária Maria Helena Nader, de 77 anos, também conseguiu se vacinar em uma UBS, em Indianópolis, há cerca de uma semana. Conta que a filha viu uma pequena fila em frente ao posto e decidiu levar os pais. "Perguntei o que era? É a vacina que sobra, responderam. Passei a mão na bolsa e fomos lá."

Segundo ela, oito pessoas (entre profissionais de saúde e idosos fora do grupo prioritário atual) conseguiram tomar a vacina naquele dia. "Recebi a última que estava sobrando na geladeira", comemorou. "Cada vez que um tomava, eram palmas e uma gritaria. Fui abençoada!"

Sem protocolo

A Secretaria Municipal de Saúde informou que não há protocolo de como as UBSs devem realizar o cadastro. Em alguns locais, a orientação é para que o interessado vá presencialmente ao local para se inscrever, enquanto outras permitem que o cadastro seja feito por um familiar, desde que leve documento e comprovante de residência. Há outros, ainda, que permitem a inscrição até mesmo pelo telefone, desde que a pessoa leve a documentação exigida no momento da aplicação. A medida não abrange todas as unidades. Na UBS Bom Retiro, no centro, e no Parque da Lapa, zona oeste, por exemplo, a lista de espera não foi criada, pois o imunizante administrado veio somente em frascos de dose única.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"A demanda por vacinas é maior do que o fornecimento de doses do governo", avisa o comunicado do Departamento de Saúde do Distrito de Columbia, onde fica a capital americana, aos moradores. Por isso, diz o e-mail da prefeitura, é normal que quem está no grupo selecionado para a vacinação tenha dificuldade em agendar um horário para ser imunizado contra covid.

Mas isso não tem impedido que alguns americanos consigam ser vacinados mesmo sem fazer parte da faixa prioritária. A "sobra" de doses em farmácias no fim do dia criou uma caça às vacinas em todo o país - e vem permitindo que pessoas que não fazem parte de grupos de risco sejam imunizadas antes de muitos idosos.

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No Facebook e em conversas de celular, americanos trocam dicas de como garantir a vacina antes do prazo. A estratégia que passou a ser adotada é a de esperar o fim do atendimento nas farmácias para se beneficiar de uma dose que não tenha sido usada.

As vacinas da Pfizer e da Moderna precisam ser aplicadas poucas horas depois de retiradas do freezer. No caso do imunizante da Pfizer, cada frasco fora do congelador pode conter até seis doses. Se um idoso ou profissional de saúde faltar ao agendamento, a dose reservada fica sem uso no fim do dia. As farmácias e hospitais preferem aplicar o imunizante em outra pessoa, mesmo que fora dos grupos de risco, a fazer o descarte. E é com isso que contam os americanos que fazem filas em portas de farmácias ou dirigem até outro Estado em busca da imunização.

Mas a caça às vacinas tem provocado um novo debate. Os números mostram que a vacinação tem sido feita de maneira desigual e a população branca tem sido proporcionalmente mais vacinada do que negros e latinos. O governo de Joe Biden diz que é preciso melhorar a comunicação com grupos que têm maior desconfiança sobre a vacina, dificuldade de chegar aos locais de imunização ou menor acesso ao agendamento.

A primeira da fila na farmácia de um supermercado da rede Giant, na quinta-feira, era uma mulher de 87 anos. Apesar de ter direito ao agendamento, ela não sabia como se cadastrar e resolveu ir à farmácia perguntar. Foi orientada a aguardar uma sobra - e esperou das 10 horas até 16h30 até ser imunizada.

Analistas alertam, no entanto, que a busca por vacinas por conta própria pode ampliar diferenças raciais e socioeconômicas, pois só os que têm informação e tempo para passar a tarde na fila de conseguirão uma dose. "Não gosto de mentir. Não seria honesto dizer que estou em um grupo prioritário se não estou. Mas esperar por uma vacina que será descartada é honesto", afirma Sara Moffett, de 34 anos, que trabalha em uma creche.

Sara era a segunda na fila da farmácia do supermercado. Ela ficou pouco mais de uma hora à espera de uma dose. Pelo plano do Distrito de Columbia, Sara não seria vacinada tão cedo. Na sexta-feira, um comunicado informou o agendamento para profissionais da saúde e idosos com mais de 65 anos.

"Soube que eles descartam doses e isso é uma loucura", afirmou Sara. No início do ano, reportagens contaram a história de americanos surpreendidos com a possibilidade de serem vacinados enquanto faziam compras no supermercado. Ao mesmo tempo, a proibição da vacinação de pessoas fora do grupo risco poderia gerar perda de vacinas que já estavam fora da temperatura ideal. A partir de então, as filas se tornaram corriqueiras.

Os profissionais responsáveis pela aplicação adotam critérios na hora de distribuir as sobras. Se há idosos na fila, que não tinham agendamento, eles recebem primeiro. No caso das farmácias de supermercados, os profissionais que trabalham no local têm prioridade.

Como as regras variam de Estado para Estado, há também pessoas que cruzam as divisas para se vacinar. A situação tem alarmado as autoridades, pois cada Estado recebe um número de doses proporcional à população. Se moradores de outros lugares buscam a vacina, o grupo prioritário que vive no local corre o risco de ter a imunização atrasada.

No Facebook, há grupos de "caçadores de vacinas" em New Orleans, Geórgia, Los Angeles, Maryland, Michigan, Minnesota, New Jersey e Indiana. Até agora, os EUA aplicaram uma dose em 27,9 milhões de pessoas, das quais 6,9 milhões estão completamente imunizadas.

Biden promete chegar à marca de 100 milhões de vacinas nos 100 primeiros dias de mandato. Na velocidade atual, os EUA terão vacinado metade da população em julho. "Estamos distribuindo o mais rápido possível", disse Andy Slavitt, conselheiro da Casa Branca, na sexta-feira. Enquanto isso, alguns americanos preferem buscar a vacinação por conta própria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou nesta quinta-feira (21) uma consulta apresentada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), enquanto ele ainda era deputado federal sobre doação de sobras de campanhas a entidades beneficentes. Os ministros decidiram não analisar o pedido considerando que seria mais apropriado que o tema seja debatido em audiência pública.

Em dezembro, Bolsonaro questionou o TSE sobre a possibilidade de repassar diretamente a entidades beneficentes as sobras da campanha oriundas de doação de pessoas físicas por meio de financiamento coletivo. O presidente da República queria respostas sobre o que pode ser feito com as sobras relativas à campanha que o elegeu para o cargo de chefe do Executivo, em 2018.

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Relator da consulta, o ministro Tarcísio Vieira de Carvalho argumentou que não adiantaria analisar o tema após ter se esgotado o prazo de entrega das prestações de contas, já que as sobras foram integralmente repassadas pelos candidatos aos seus respectivos diretórios partidários, como determina a lei. O ministro apontou que, além disso, julgar a consulta ainda poderia impactar o julgamento das contas já prestadas ao TSE.

A consulta foi feita por Bolsonaro em dezembro, quando ele já tinha sido eleito presidente da República, e suas contas já aprovadas, com ressalvas, pelo TSE. Na ocasião, o relator do processo, ministro Luís Roberto Barroso, registrou que as ressalvas dizem respeito a valores inexpressivos, que não acarretam em problemas na transparência da prestação de contas.

Embora o governo esperasse um reforço de caixa de R$ 3,8 bilhões com o leilão de 4G, realizado nesta semana pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, avaliou que o valor arrecadado, de R$ 2,9 bilhões, foi um resultado expressivo diante da crise financeira que afeta diversos países.

"Temos de lembrar que estamos no meio de uma crise mundial e uma empresa de capital espanhol, a Vivo, do Grupo Telefonica, pagou R$ 1,05 bilhão por uma faixa nacional de 4G. Isso é um sinal de como a economia brasileira tem sido vista", disse Bernardo após participar do programa de rádio Bom Dia Ministro, na sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

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O ministro contou que já conversou com o secretário do Tesouro, Arno Augustin, que teria ficado satisfeito com o resultado do leilão. "Ainda não falei com o ministro Guido Mantega, mas a Fazenda não está olhando só a arrecadação, mas também os sinais positivos emitidos pelo processo", disse.

Na avaliação de Bernardo, o resultado do leilão demonstra "o nosso bom ambiente regulatório, nossa segurança jurídica e nosso mercado interno em expansão". "Teremos até cinco concorrentes no 4G nas principais cidades do Brasil. Em poucos países verificamos uma competição assim". Além de Claro, Vivo, TIM e Oi, que compraram frequências nacionais, a Sky e a Sunrise adquiriram blocos de menor abrangência.

O ministro admitiu ainda a possibilidade de que as "sobras" de 4G de lotes regionais que não tiveram propostas no leilão desta semana possam ter seus preços mínimos reduzidos para se tornarem atrativas a companhias de menor porte, em uma futura relicitação. "Temos como negociar isso com o Tribunal de Contas de União, mas essa solução pode sair em seis ou oito meses".

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