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Um caminhão carregado com mangas e um micro-ônibus de turismo bateram de frente no domingo (7) e deixaram 24 mortos no interior da Bahia. Entre as vítimas, os pais e a irmã de Maysa Grassi, que homenageou os familiares nas redes sociais.

A estudante participou do passeio à praia de Guarajuba e estava no veículo no momento do acidente, na BR-324, na cidade de São José do Jacuípe. 

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"Amarei vcs para sempre, vai com deus meu pai amado, minha mãe querida e minha irmã adorada, vcs eram tudo pra mim", escreveu Maysa em uma publicação com a foto ao lado dos pais Edimilson dos Santos, de 48 anos, Amarilis Grassi Santos, 44, e da irmã Sabrina, 17.

A Prefeitura de Jacobina, cidade próxima ao local do acidente, decretou três dias de luto e informou que as vítimas terão um velório coletivo no Ginásio de Esportes municipal.

Na infância, Yaakov Weissmann viveu escondido na França durante o genocídio perpetrado pelos nazistas e seus colaboradores contra os judeus europeus. Aos 83 anos, ele escapou novamente da morte - dessa vez, pelas mãos do grupo islamita palestino Hamas.

Dez dias após a ofensiva do movimento islamita em território israelense, lançado em 7 de outubro, esse agricultor aposentado fala sobre a "tristeza" e a "raiva" que sente ao pensar nos 20 mortos de Netiv Haassara. Ele conhecia muitos deles pessoalmente.

"Como nosso famoso Exército poderia ser pego de surpresa?", questiona o homem.

No sábado de 7 de outubro, mesmo dia que acabava a festa judaica de Sucot, centenas de combatentes do Hamas se infiltraram em Israel por terra e ar, procedentes da Faixa de Gaza.

Mais de 1.400 pessoas morreram nesta missão que abalou o país, enquanto os bombardeios israelenses realizados em retaliação em Gaza deixaram, até o momento, cerca de 3.000 mortos, de acordo com as autoridades do Hamas - que governa o enclave palestino.

Yaakov Weissmann, nascido na França em 1940, diz que o ataque trouxe de volta lembranças de sua infância durante a Segunda Guerra Mundial.

Seus pais poloneses fugiram dos pogroms em sua terra natal para se estabelecerem na França em 1933, embora seu pai tenha sido posteriormente preso em 1944 e deportado para o campo de extermínio de Auschwitz, onde foram assassinadas 1,1 milhão de pessoas, em sua grande maioria judeus.

Yaakov viveu escondido com sua irmã em uma vila perto de Lyon, onde fingiram ser sobrinhos de uma família não judaica que os acolheu.

- A menos de 500 metros de Gaza -

Em 1959, se instalou em Israel, em um kibutz próximo à fronteira jordaniana, com a intenção de "fazer a terra reviver". Mais tarde, ele se mudou para o Sinai egípcio, ocupado por Israel após a guerra de 1967, onde foi um dos fundadores de um assentamento agrícola chamado Netiv Haassara.

Em 1982, eles foram evacuados por Israel no âmbito dos acordos de paz com o Egito. Weissmann então se estabeleceu com sua família a menos de 500 metros da Faixa de Gaza e, juntos, reconstruíram o assentamento, com o mesmo nome.

Desde 2005, durante a retirada unilateral israelense de Gaza após 38 anos de ocupação, a vila de 800 habitantes se acostuma com os disparos de foguetes por parte de grupos armados palestinos e as sirenes de alerta.

Na manhã de 7 de outubro, diante do ataque do Hamas, ele e sua esposa se abrigaram em um esconderijo, armado com um revólver. Pouco depois, ouviram o barulho das metralhadoras.

Em outras localidades, os habitantes não conseguiram escapar dos comandos do grupo islamita - que os mataram ou sequestraram, apesar dos abrigos.

Ao sair de seu esconderijo, Yaakov Weissmann ficou aliviado ao descobrir que seus filhos, netos e duas bisnetas, um total de 23 descendentes moradores do assentamento, estavam vivos.

- "Eliminar o Hamas do mapa" -

Agora realocado em uma casa de aposentados em Modiin, no centro de Israel, Yaakov conta que, para "se vingar" dos nazistas, decidiu "fundar uma família e continuar vivendo".

Ele se recusa a comparar o Hamas com o regime nazista, como fazem alguns israelenses, mas tem certeza de que os responsáveis pelo massacre em Israel devem "pagar".

"É preciso fazer o que foi anunciado, eliminar o Hamas do mapa", diz Weissmann, depois que as autoridades israelenses prometeram aniquilar o movimento islamita palestino, enquanto se aguarda uma incursão terrestre na Faixa de Gaza.

Quanto ao futuro, o agricultor deseja "voltar para Netiv Haassara, isso com certeza, embora entenda que minhas filhas não vão querer".

O médico Daniel Sonnewend Proença, único sobrevivente do ataque a tiros na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, que resultou na morte de três colegas de profissão, se pronunciou pela primeira vez desde o ocorrido. "Pessoal, estou bem, viu?", disse em vídeo compartilhado nas redes sociais nesta sexta-feira, 6, pela jornalista Lu Lacerda. O quadro de Daniel permanece estável. "Só algumas fraturas, mas vai dar certo."

Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim foram mortos a tiros na madrugada desta quinta-feira, 5, em um quiosque na orla da praia da Barra da Tijuca. Diego é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que cobrou apuração do caso e se disse "devastada" com a notícia.

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A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e investiga as mortes. A principal hipótese da polícia para a motivação do assassinato é que um dos édicos pode ter sido confundido com um miliciano. Momentos antes do ataque, a Polícia Civil do Rio interceptou conversa telefônica que corrobora com essa linha investigativa.

Sobrevivente do ataque, Daniel Sonnewend Proença gravou depoimento em vídeo. "Pessoal, estou bem, viu? Está tudo tranquilo, graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa juntos, tá? Valeu pela preocupação, obrigado", disse. Segundo informações do G1, o médico foi baleado 14 vezes. Ao menos 33 disparos foram efetuados durante o ataque.

Em nota, o Hospital Samaritano Barra, da rede Americas, afirma que Daniel foi admitido por transferência de hospital municipal. "O paciente chegou a unidade no início da noite de quinta-feira. No momento, encontra-se lúcido, orientado e respira sem o auxílio de aparelhos. Seu quadro de saúde é estável", disse o hospital privado.

Investigação

Ainda na noite de quinta-feira, a Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou quatro corpos. A suspeita é que ao menos dois deles seriam de suspeitos de envolvimento no ataque aos médicos. A hipótese é que os assassinatos dessas quatro pessoas teriam ocorrido a mando do crime organizado.

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A húngara Eva Fahidi, sobrevivente dos campos de concentração de Auschwitz e de Buchenwald, morreu nesta segunda-feira (11) aos 97 anos.

"Com grande tristeza, soubemos da morte esta manhã, em Budapeste, de Eva Fahidi-Pusztai, uma combatente comprometida com a democracia e com os direitos humanos", anunciou a Fundação dos memoriais de Buchenwald e de Mittelbau-Dora, em um comunicado.

"Sua voz cheia de sabedoria e calor nos fará muita falta", diz a nota, que também lamenta uma grande perda "para o trabalho de memória na Europa".

Nascida em 22 de outubro de 1925 em Debrecen (leste da Hungria), Eva Fahidi estava no Ensino Médio aos 18 anos, quando foi deportada na primavera de 1944, junto com 440.000 judeus húngaros, para os campos de extermínio.

Perdeu 49 membros de sua família, incluindo seus pais. Conservava na memória a última visão de sua mãe e de sua irmã caçula de 11 anos na rampa de seleção de Birkenau.

Libertada em março de 1945 pelas tropas americanas, voltou para a Hungria, onde desistiu do sonho de se tornar pianista pelas fortes sequelas das duras condições de trabalho.

Durante décadas, foi reticente a evocar os anos de cativeiro, mas depois de uma visita a Auschwitz em 2003, sentiu necessidade de escrever suas memórias.

Sua obra, "The Soul of Things: Memoir of a Youth Interrupted" ("A alma das coisas: memórias de uma juventude interrompida", em tradução livre), foi publicada primeiro em alemão, em 2004, e depois, traduzida para o húngaro.

Ao lado da então chanceler alemã, Angela Merkel, participou de uma cerimônia em Berlim pelo 70º aniversário da libertação de Auschwitz, em janeiro de 2015. Depois, prestou depoimento no julgamento, na Alemanha, do ex-contador do campo de concentração Oskar Gröning.

"Me dei conta de que minha vocação era falar sobre Auschwitz ao maior número possível de pessoas. Era o mínimo que podia fazer", disse ela em uma entrevista à AFP em 2016.

"Descobri que o ódio é um peso. O que aconteceu, aconteceu. Estou viva e amo a vida", completou.

As equipes de emergência marroquinas, com o apoio de socorristas estrangeiros, prosseguiam nesta segunda-feira (11) com os esforços para encontrar sobreviventes e ajudar as pessoas que tiveram suas casas destruídas pelo terremoto que deixou mais de 2.100 mortos.

O governo do Marrocos anunciou no domingo à noite que aceitou as ofertas de envio de equipes de busca e resgate da Espanha, Reino Unido, Catar e Emirados Árabes Unidos.

As equipes entraram em contato com as autoridades marroquinas para coordenar o trabalho, informou o Ministério do Interior em um comunicado.

A Espanha anunciou o envio de 86 socorristas acompanhados por cães farejadores. Um voo humanitário decolou do Catar no domingo.

O ministério marroquino afirmou que "em caso de evolução das necessidades", outras ofertas de ajuda podem ser aceitas.

Vários países, incluindo França, Estados Unidos e Israel, também ofereceram ajuda ao reino do norte da África após o terremoto, que deixou 2.122 mortos e 2.421 feridos, segundo o balanço atualizando divulgado no domingo.

"Marrocos é um país soberano e lhe corresponde ao organizar as tarefas de resgate", disse a ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, que anunciou uma ajuda de 5 milhões de euros (5,36 milhões de dólares) às ONGs que já estão trabalhando no país.

Enquanto aguardam a chegada de mais equipes estrangeiras, as autoridades marroquinas começaram a instalar tendas na área de Alto Atlas, onde localidades inteiras foram destruídas pelo terremoto.

- Cenário apocalíptico -

Socorristas, voluntários e soldados trabalham para encontrar sobrevivente e retirar corpos dos escombros, em particular nos municípios da província de Al Hauz, epicentro do tremor ao sul da cidade turística de Marrakech.

Em Tikht, uma pequena localidade próxima de Adassil, um minarete e algumas casas foram as únicas construções que resistiram em um cenário apocalíptico.

"A vida acabou aqui", lamenta Mohssin Aksum, um morador de 33 anos. "A cidade está morta".

Nas imediações, as forças de segurança cavam túmulos para as vítimas ou montam tendas amarelas para os sobreviventes que perderam suas casas.

O terremoto aconteceu na sexta-feira à noite. Com 7 graus de magnitude, segundo o Centro Marroquino para a Pesquisa Científica e Técnica, e 6,8 para o Centro Geológico dos Estados Unidos, este foi o tremor mais potente já registrado no país.

Diante da destruição, a solidariedade está presente em Marrakech, onde centenas de pessoas formaram filas nos hospitais para doar sangue.

"Estamos coletando alimentos para ajudar as áreas afetadas pelo tremor", declarou à AFP Ibrahim Nachit, membro da organização Draw Smile, que também prevê o envio de uma "caravana médica" aos locais mais necessitados.

"Acredito que os alimentos obtidos hoje devem ajudar a manter pelo menos 100 famílias durante uma semana", disse ao seu lado Abdeltif Razouki, vice-presidente da associação.

- "Fissuras importantes" -

A Cruz Vermelha Internacional fez um alerta sobre a importância da ajuda humanitária que, segundo a organização, pode ser necessárias "durante meses ou inclusive anos".

"Mas as primeiras 24 ou 48 horas são críticas", destacou.

Além das perdas humanas e materiais, o terremoto também afetou o patrimônio arquitetônico do país. Na medina do bairro antigo de Marrakech, os danos são impressionantes.

As muralhas do século XII que circundam a cidade imperial, fundada no ano 1070 pela dinastia dos Almorávida, estão parcialmente desfiguradas.

"Já podemos afirmar que (os danos) são muito mais importantes do que esperávamos. Observamos fissuras importantes, o minarete de (a mesquita de) Kutubia, a estrutura mais emblemática, assim como a destruição quase completa do minarete da mesquita de Kharbouch, na praça Yamaa el Fna", disse Eric Falt, diretor regional da Unesco para a região do Magreb.

Este foi o terremoto com o maior número de vítimas no Marrocos desde o tremor de Agadir em 29 de fevereiro de 1960. Quase 15.000 pessoas morreram na tragédia, um terço da população desta cidade na costa oeste.

Um menino de 13 anos da Dakota do Norte sobreviveu a uma queda de quase 30 metros no parque Grand Canyon, no Arizona (EUA), durante uma viagem na terça-feira, 8. As autoridades disseram que as equipes de emergência levaram duas horas para resgatar Wyatt Kauffman depois que ele escorregou em um penhasco e caiu quase 30 metros na trilha Bright Angel Point.

O adolescente foi levado de avião para um hospital de Las Vegas para tratamento de nove vértebras quebradas, além de uma ruptura do baço, um colapso pulmonar, uma concussão e uma mão quebrada e um dedo deslocado.

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"Eu estava na borda e estava saindo do caminho para que outras pessoas pudessem tirar uma foto", disse Wyatt ao canal de TV Phoenix KPNX. "Eu me agachei e me segurei em uma pedra. Eu só tinha uma mão nela", disse ele. "Perdi o controle e comecei a cair para trás."

O National Park Service disse em um comunicado que a equipe de busca e resgate do Grand Canyon respondeu a uma chamada na terça-feira de que um visitante havia caído da borda do North Rim. Uma vez no local, as autoridades determinaram que o resgate por helicóptero "não era viável" e usaram uma corda para levantar o menino até a borda. Foram necessários quase 40 funcionários de emergência e cerca de duas horas para resgatar Wyatt e levá-lo a um hospital de Las Vegas para tratamento, informou o KPNX.

Wyatt diz que não se lembra muito de seu resgate de duas horas. "Eu só me lembro de acordar e estar na parte de trás de uma ambulância e um helicóptero e entrar em um avião", disse ele ao KPNX. Seu pai, Brian Kauffman, estava em casa em Dakota do Norte quando soube do acidente de seu filho. "Foi um dos telefonemas mais emocionantes que já recebi, para ser honesto com você", disse ele ao KPNX, agradecendo aos socorristas por salvar o adolescente. "Temos sorte de trazer nosso filho para casa em um carro no banco da frente, em vez de em uma caixa."

Bright Angel Point é o ponto de vista mais popular no Grand Canyon's North Rim e é famoso pelo cenário de cordilheiras irregulares e pôr do sol extenso. A área é um sucesso entre os caminhantes, e o National Park Service adverte que algumas partes da trilha são "expostas aos elementos", "estreitas" e "surpreendentemente íngremes". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A Marinha do Brasil resgatou no fim da tarde deste domingo (18) o sexto sobrevivente de uma embarcação que naufragou no litoral sul de Santa Catarina na sexta-feira (16), após a passagem de um ciclone extratropical pela costa catarinense e do Rio Grande do Sul. O resgate ocorre um dia após outros cinco tripulantes terem sido encontrados em um bote salva-vidas. Duas pessoas seguem desaparecidas.

O sexto sobrevivente, segundo o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, foi localizado à deriva em busca realizada por um helicóptero da Marinha.

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Ainda segundo os bombeiros, o pescador foi levado para o Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, onde recebeu atendimento médico.

Posteriormente, foi conduzido por uma unidade do Samu para o Hospital Governador Celso Ramos, localizado no centro de Florianópolis (SC).

O barco pesqueiro Safadi Seif naufragou na costa do litoral sul de Santa Catarina na sexta-feira. A última localização confirmada da embarcação antes do incidente foi a aproximadamente 160 quilômetros da costa.

Ciclone deixou ao menos 13 mortes no RS

A passagem do ciclone deixou ao menos 13 mortos no Rio Grande do Sul. Os óbitos foram confirmados nos seguintes municípios: Maquiné (três) e Caraá (três), no litoral norte; São Leopoldo (dois), Novo Hamburgo (um), Gravataí (um) e Esteio (um), na Grande Porte Alegre; e Bom Princípio (um) e São Sebastião do Caí (um), ambos no Vale do Caí.

Recebeu alta médica do Hospital da Restauração, no Recife, José Ebenezer, de 53 anos, vítima do desabamento do Edifício Leme, que ocorreu na noite do dia 27 de abril, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda.

Ebenezer estava internado desde o dia 28 de abril e era o único dos sobreviventes que ainda continuava hospitalizado. A equipe do Corpo de Bombeiros localizou o homem no meio dos escombros por volta da meia-noite, e percebeu que ele tinha um desconforto respiratório. Ele foi monitorado a cada 30 minutos até ser resgatado e levado para o HR, aonde chegou com trauma na perna esquerda e passou por procedimento cirúrgico.

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O homem era casado com Maria José Barbosa da Silva, de 52 anos, uma das vítimas fatais do desabamento do Edifício Leme, que deixou seis pessoas mortas e cinco feridas.

Após o acidente, a Caixa Seguradora, empresa responsável pela obra, iniciou o processo de demolição com apoio da Prefeitura de Olinda e com condução técnica da Defesa Civil.

O som alto, de repente, cessou. “Seria uma briga?”, perguntava-se o universitário Gabriel Rovadoschi, com 18 anos de idade. Uma fumaça se aproximava misturada a gritos dispersos. O cheiro forte aumentava a suspeita que teria havido alguma intervenção dos seguranças para dissipar a confusão. Nada disso. Ele foi descobrindo aos poucos, passo a passo, que era necessário fugir.

No pub em que estava, não via o palco. Cobriu o nariz e conseguiu encontrar a saída. “Eu coloquei a camiseta na frente da boca e do nariz. Tentei não respirar. Foi como se eu tivesse mergulhando”, recordou em entrevista à Agência Brasil. Era o primeiro final de semana do jovem em uma casa noturna. Havia sido convidado por uma amiga para ir à Boate Kiss, na cidade de Santa Maria (RS), naquele 26 para 27 de janeiro de 2013. 

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Faz 10 anos que aquela noite, os barulhos, os silêncios, os cheiros e tantas outras lembranças e sentimentos estão presentes. O jovem, nascido em Cachoeira do Sul (RS), foi um dos mais de 600 sobreviventes do incêndio que matou 242 pessoas. "Tive minha juventude arrancada", diz, sobre os efeitos do trauma. 

O hoje psicólogo Gabriel é o presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria e resolveu se dedicar a unir luto e luta na mesma frase. Inconformado com a anulação do julgamento de quatro réus, chama a situação de impunidade.

Os sócios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o auxiliar Luciano Bonilha Leão foram acusados de homicídio pelo Ministério Público do Estado. Foram condenados à prisão, mas, em agosto do ano passado, o julgamento foi anulado e eles ficaram livres. 

Para Rovadoschi, não há motivo para esmorecer. Pelo contrário. Busca fazer com que mais vítimas possam falar e trocar sentimentos.

Além de representar famílias em busca de justiça, o rapaz defende também a construção de um memorial às vítimas, mais apoio aos familiares e todas as manifestações possíveis para que tragédias como essa nunca mais aconteçam.

Confira a entrevista com Gabriel Rovadoschi 

Agência Brasil - Qual é, hoje, dez anos depois da tragédia, a principal luta dos familiares das vítimas e dos sobreviventes?

Gabriel Rovadoschi - A luta que inaugurou o movimento segue sendo a luta por justiça. Por respostas que já deveriam ter sido dadas há muito tempo. A gente segue lutando contra a impunidade, que está diante de nós. O nosso movimento surgiu ainda em 2013 (ano da tragédia) e contempla diferentes frentes: desde a luta pela justiça, pela memória, pela prevenção a novos acidentes e também pela fiscalização (para evitar outras tragédias).

Agência Brasil - Sobre a impunidade, que você cita, a anulação do julgamento, em agosto, impactou a luta de vocês?

Gabriel Rovadoschi - Sem a justiça sendo feita, a mobilização fica mais difícil para consolidação da memória, fazer, por exemplo, com que a cidade abrace essa história como história de cada um. Essa falta de justiça prejudica as outras frentes. Por isso, se faz tão necessária e incessante essa luta pelas responsabilizações, não somente na esfera criminal desses quatro réus, mas também na nossa petição internacional que está em andamento na Corte Interamericana de Direitos Humanos que busca outras responsabilizações.

Agência Brasil - Nesse sentido de gerar consciência e fiscalização, as leis Kiss (estadual e federal) têm sido importantes?

Gabriel Rovadoschi - O problema é que a legislação vem sofrendo flexibilizações ao longo do tempo. Nós fomos na Assembleia Legislativa (do Rio Grande do Sul)  para tentar frear o processo de aprovação dessas alterações. A gente entende que essas flexibilizações atendem a interesses do empresariado e também de ordem econômica, que vão na contramão do propósito da gente.

Até quando mais pessoas vão ser colocadas em risco pela falta da aplicação das leis? Infelizmente, parece que que se diminuiu a gravidade do que aconteceu com o passar do tempo. E essa gravidade só se intensifica e potencializa. Essa é a nossa luta diária. A gente acorda todos os dias com essa insegurança de não ter garantias de que no futuro possa ser feito algo a respeito.

Agência Brasil  - Depois da anulação do julgamento, quais são os próximos passos?

Gabriel Rovadoschi  - A anulação mudou abruptamente o horizonte que a gente almejava, o que inclui a construção de memorial, de dar novos passos na luta por justiça. A anulação nos chocou bastante. Nós estamos com recursos especiais nos tribunais superiores. A gente espera que haja a reversão dessa decisão e que seja respeitada a decisão do julgamento anterior. 

Agência Brasil - Você espera que o marco dos 10 anos ajude nessa luta de recordar e dar visibilidade à causa dos familiares e sobreviventes?

Gabriel Rovadoschi - Esses 10 anos representam uma marca forte. Trata-se de um tempo cronológico bastante significativo, e que gera novas informações de acesso ao público, como os documentários que foram lançados. Acredito que seja um período de bastante visibilidade e traz visibilidade a nossa luta por justiça, que é incansável.

Sabemos que a impunidade é uma palavra que não é estranha no Brasil. Está no cotidiano do brasileiro e essa não é uma realidade aceitável.

Agência Brasil -  Vocês têm realizado encontros na frente do antigo prédio da boate?

Gabriel Rovadoschi - A gente fez ao longo dos anos eventos e alguma arte na fachada. Fazemos intervenções na fachada com colagens e grafite. Nesse sentido, nós temos a tenda da vigília na praça principal aqui da cidade onde ocorrem nossas vigílias nos dias 27 de cada mês. É um lugar da cidade onde é permitido homenagear as vítimas e zelar por essa memória. Isso ocorreu graças à ocupação desse espaço público para tornar permanente.

Agência Brasil - E o memorial?

Gabriel Rovadoschi - Foi feito um concurso em 2017, de um memorial que deve ser construído no local onde funcionava a boate. A gente tem conversado internamente na associação nesse último ano.

Temos avanços significativos nesses estudos sobre como viabilizar essa construção e acreditamos que esse ano ainda a gente tenha boas notícias a respeito disso. 

A gente está trabalhando com bastante seriedade nesse sentido porque não é simplesmente um prédio que vai ser demolido para construção de outro. Ao mexer em um prego, a gente mexe dentro de cada pessoa da cidade. Então, isso precisa ser trabalhado de forma comunitária no sentido da construção desse memorial, da responsabilidade emocional que deve ser dada a uma construção. 

A gente pensa com a perspectiva de que a própria demolição do prédio só aconteça com a garantia de que todas etapas da construção do memorial.

Agência Brasil - Na frente do prédio da antiga boate, há escritos como “onde você estava no dia 27?” Qual a intenção?

Gabriel Rovadoschi - É um apelo à conscientização. Essa frase foi uma intervenção que aconteceu em outubro do ano passado por um coletivo de psicanálise aqui da cidade que tem feito várias intervenções com a gente principalmente nesse final de 2022 para mobilizar as pessoas da cidade a se depararem e se questionarem com essa pergunta. Todas as pessoas, quando a gente insere o assunto que pela primeira vez, espontaneamente contam onde estavam, o que faz, quem ligou…

É justamente nessa perspectiva de lidar com o trauma coletivo que essa intervenção foi pensada. É uma perspectiva muito interessante, bonita e potente ao ampliar o sentimento de pertencimento de quem passa ali na frente.

Agência Brasil - Hoje você é psicólogo. Nesses últimos 10 anos como fez para lidar com essa história pessoalmente e também no âmbito profissional?

Gabriel Rovadoschi -  Individualmente o caminho foi o da terapia. Entendo que é necessário que cada pessoa tenha espaço onde a palavra possa circular e que possa expor a sua dor de diferentes maneiras. Nessa vertente, eu tenho investido bastante nos meus esforços entre os grupos de sobreviventes e familiares das vítimas. Por isso, é muito importante promover o diálogo e rodas de afeto. Aqui, nas ações da associação, entendemos que o afeto deve ser compartilhado. É o abraço, as mãos dadas… Nós precisamos garantir nesse movimento coletivo que existam esses espaços. 

Agência Brasil - As reuniões são permanentes?

Gabriel Rovadoschi - Na verdade, as reuniões não têm esse caráter formal. Vou dar um exemplo prático: na época do julgamento, eu me preocupei com a forma com que a imprensa abordaria, e que seria difícil se proteger das notícias. Conversamos sobre isso abertamente. Sei que a relação com as lembranças e com a memória para cada sobrevivente e familiar varia. Não são todos que conseguem assistir às notícias. Eu pensei em criar uma forma da gente se proteger disso e, na época do julgamento, eu criei um grupo de mensagens para convidar as pessoas a participarem. Justamente para a gente poder comentar entre nós o andamento do julgamento, os episódios que a gente ia experienciar naquele período que eu já previa que seria muito intenso. 

Na época do julgamento, a gente teve mais de noventa sobreviventes ali e compartilhando aquele espaço mesmo que virtual mas tendo um espaço. Muitas pessoas falaram pela primeira vez com outras pessoas desconhecidas sobre onde estavam na boate. Foi um momento de compartilhar experiências. Foi muito importante para a gente conseguir suportar aquele momento.

Agência Brasil - Você é um rapaz de 28 anos. Como você enxerga aquele rapaz de 18 anos?

Gabriel Rovadoschi  - Eu estou vivendo o luto ainda desse Gabriel que eu já fui um dia. Tentando me reconhecer. Minha juventude foi arrancada. Eu tento tratar com carinho essa memória de quem um dia eu fui para poder justamente acolher outras pessoas que passaram por processos parecidos.

Agência Brasil - A experiência te marcou também como psicólogo?

Gabriel Rovadoschi - Há questões na minha formação que me auxiliam, que me amadureceram também e que hoje tento prestar serviço também nesse sentido de conscientização.

Agência Brasil - No seu doutorado, você estuda distúrbios de comunicação. Há relação com o que você viveu?

Gabriel Rovadoschi - Ainda estou construindo, mas de certa forma sim.  A temática da  afasia é do campo da fonoaudiologia e é uma condição neurológica que afeta a linguagem. De certa maneira, tem a ver porque eu reconheço hoje que tem muita relação com a minha história, me identifiquei com essa condição de alguém com afasia onde se tem algo na cabeça, mas sem a capacidade de dar uma tradução verbal a isso.

Pretendo seguir nessa linha de relação entre essa espécie de afasia da cidade de Santa Maria sobre o assunto nesses dez anos.

“Quando vi, já estava tudo em cima de mim”, foi o que disse dona Vânia Nunes da Silva, que sobreviveu ao deslizamento desta terça-feira (7), no Córrego do Tiro, na Zona Norte do Recife. Ela é a proprietária de três das cinco casas atingidas pela terra. Com o aluguel, pagava as contas e tirava o próprio sustento. Além da perda material, a mulher viu parte de sua família ir embora na madrugada, com a morte do sobrinho Lucas, de 13 anos, que foi soterrado. A moradora luta, agora, ao lado da irmã Ivaneide Nunes, mãe do menino, que escapou da tragédia com alguns arranhões. 

“Foi tudo muito de repente. Quando vi, já estava tudo em cima de mim. Pensei que ia morrer, comecei a gritar por socorro. Apareceu um morador chamado Cleiton, começou a tirar os escombros de cima de mim e mandando eu falar, reagir. Tinha uma placa de gesso cobrindo as minhas pernas, ele correu para imobilizar minhas pernas, me segurou e me levou; aí eu saí com vida”, declarou Vânia.  

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Moradora do Córrego há 20 anos, ela relata que as denúncias e o medo são rotina para a população que vive ali. Em todo esse tempo, segundo ela, foi nesta terça-feira que viu, pela primeira vez, a Prefeitura do Recife colocar lonas na parte alta das barreiras - onde ocorreu o incidente.  

“Nunca conseguimos nem colocar lona lá em cima. Botaram agora, porque caiu a barreira. Podia ter sido evitado, mas não foi. Lá onde eu moro cai lixo de todos os tipos. A gente pediu a limpeza da barreira e não aconteceu. Agora o pior aconteceu. Os prefeitos não fazem nada, a gente fica à mercê de qualquer coisa. São uns covardes, o dinheiro vai para o bolso deles, porque ninguém faz nada aqui. A comunidade toda pede, mas eles não vêm aqui em cima colocar lona, não. Agora não adianta mais. Perdi tudo e para reconstruir de novo, fica difícil”, finalizou. 

*Com informações de Jameson Ramos 

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Uma mulher foi retirada com vida nesta terça-feira (3) dos escombros de um edifício que desabou na sexta-feira passada na cidade de Changsa, centro da China, informou a imprensa estatal, que considerou o resgate um "milagre".

O edifício comercial de Changsha, na província de Hunan, que abrigava apartamentos, um hotel e um cinema, desabou no dia 29 de abril e provocou uma grande operação de resgate.

O canal estatal CCTV exibiu imagens de uma pessoa enrolada em um cobertor em uma maca, a nona pessoa retirada dos escombros em quatro dias.

"Esperando mais milagres", escreveu a CCTV em suas redes sociais.

O Diário do Povo, jornal do Partido Comunista, informou que a mulher estava consciente e conseguiu conversar com os socorristas por um buraco antes de ser resgatada. "Os sinais vitais eram estáveis", afirmou a publicação.

As operações prossegue nesta terça-feira na área da tragédia. As autoridades anunciaram que pelo menos 14 pessoas estão presas nos escombros e não conseguiram estabelecer contato com outras 39.

Nove pessoas, incluindo o dono do edifício e inspetores de segurança, foram detidas no âmbito da investigação do acidente.

As autoridades afirmaram que os inspetores falsificaram um relatórios de segurança do prédio.

O presidente chinês, Xi Jinping, ordenou uma investigação profunda do desabamento, segundo a imprensa estatal.

Uma pessoa foi resgatada com vida nesta segunda-feira (2) entre os escombros de um prédio que desabou na sexta-feira na China, anunciou a televisão pública, mas a esperança de encontrar mais sobreviventes é muito pequena.

Um edifício de oito andares, que abrigava um cinema, um hotel e apartamentos desabou na sexta-feira (29) na cidade de Changsha, região central da China, por razões ainda desconhecidas.

Nesta segunda, o canal estatal CCTV mostrou as imagens de uma pessoa envolvida em uma manta branca, sobre uma maca, cercada por integrantes das equipes de emergência, antes da transferência para um hospital.

A emissora não divulgou informações sobre o estado da oitava pessoa encontrada.

Quinze pessoas estão presas nos escombros e 39 não foram localizadas após o acidente.

Não está claro se as autoridades consideram que as pessoas que não puderam ser contactadas poderiam estar debaixo dos escombros.

No domingo, uma sétima pessoa foi encontrada pelas equipes de resgate, mais de 50 horas depois do desabamento.

As autoridades não apresentaram até o momento explicações sobre as causas da catástrofe.

Nove pessoas, entre elas o proprietário do imóvel, foram detidas no domingo.

Suspeita-se de falsificação em uma inspeção de segurança, segundo a agência oficial Inhuma.

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O acidente que ficou conhecido como 'Tragédia da Tamarineira' é julgado nesta terça-feira (15), na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, alocada no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no bairro de Joana Bezerra, área central do Recife. Pela primeira vez em anos, haverá o reencontro do pai Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, de 49 anos, e o réu João Victor Ribeiro de Oliveira, motorista responsável por provocar a colisão que matou três familiares de Miguel e deixou sua filha Marcela com trauma permanente. 

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Abalado, o sobrevivente chegou ao Fórum já sem voz e afirmou não ter dormido, pois está “debilitado fisicamente e psicologicamente arrasado” e relatou que tem sido difícil precisar relembrar o acidente que deixou sua filha gravemente ferida. Miguel, no entanto, torce por um julgamento justo e a aplicação de pena máxima.  

“Para mim, a condenação não vai representar basicamente nada. Como cidadão, será um grande avanço a gente conseguir tipificar isso como doloso e uma condenação máxima seria um pequeno passo para uma sociedade mais justa e humana. Ameniza um pouco a dor de toda a sociedade. A minha dor não é apenas da perda da minha família, é de todos os dias acordar e ver a minha filha, que era perfeita, estar desse jeito aí. Mas amanhã estarei melhor do que hoje, e assim vou cumprir meu propósito”, afirmou o pai. 

João Victor é réu por triplo homicídio doloso duplamente qualificado e por dupla tentativa de homicídio. A sentença será proferida após a oitiva das vítimas e sobreviventes, oito testemunhas e o interrogatório do réu. 

“É impossível estar preparado para hoje. É uma pena que não vai significar muita coisa para mim, porque a minha dor será estendida até o último dia da minha vida. Em breve ele estará livre, como diz a lei e como deve ser, mas cabe à gente, à sociedade, mudar esse pensamento egoísta de satisfazer os seus prazeres de beber e dirigir e não se responsabilizar pelo que faz. O perdão não será meu, será de Deus. Eu não tenho que perdoar ninguém, só seguir a minha vida com a minha filha”, concluiu Miguel, a caminho do Tribunal. 

A babá Rosiane Maria é representada, em júri, pelos interesses da filha Valentina, que tinha três anos à época do acidente que tirou a vida de sua mãe. Quem representa o caso é o advogado e assistente de acusação Marcelo Pereira. De acordo com o defensor, a principal reivindicação da família é a aplicação da pena máxima.  

“Semana passada eu conversei em particular com a família e foi externado que o desejo é de justiça. O trauma é muito grande, é uma perda irreparável e que traumatizou toda a família. Se espera que ele seja condenado com pena máxima, pelos crimes de triplo homicídio duplamente qualificado, e pelas duas tentativas. Resta inequívoco no processo essa configuração”, disse o advogado. 

O acidente 

Na colisão, a esposa Maria Emília Guimarães, de 39 anos, o filho Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, de três anos, e a babá Rosiane Maria de Brito Souza, grávida de quatro meses, morreram. A filha mais velha do casal, Marcelinha, hoje com nove anos, sofreu um grave traumatismo craniano e ficou internada por dois meses após o acidente, e faz tratamento até hoje. A menina vive com o pai, o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, de 49 anos, e único outro sobrevivente da tragédia. 

De acordo com a Polícia Civil, João Victor havia ingerido álcool por muitas horas consecutivas, em uma festa local, misturando, inclusive, bebidas como cerveja e uísque. Perícias técnicas apontaram que o veículo conduzido pelo estudante de engenharia estava a 108 quilômetros por hora, quando o máximo permitido na via em que ele trafegava é de 60 quilômetros por hora. 

A batida aconteceu por volta das 19h30, no cruzamento da Estrada do Arraial com a Rua Cônego Barata, no bairro da Tamarineira. Ainda de acordo com a polícia, o veículo onde viajava a família de quatro pessoas e a babá, que estava grávida, seguia pela Estrada do Arraial, no sentido Casa Forte, na mesma região, quando o outro carro avançou o sinal e causou a colisão. A caminhonete da família estava a cerca de 30 quilômetros por hora. 

O alemão Leon Schwarzbaum, um sobrevivente do Holocausto e defensor da memória dos crimes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, faleceu ontem (13), aos 101 anos.

"Leon Schwarzbaum morreu na noite de domingo. Sua morte é uma grande perda para a memória coletiva. Todos sentiremos falta de sua raiva e de sua humanidade", disse o vice-presidente-executivo do Comitê Internacional de Auschwitz, Christoph Heubner, à AFP.

Nos últimos anos, Leon testemunhou várias vezes em julgamentos contra criminosos ligados ao nacional-socialismo.

Seu depoimento em 2016 marcou o julgamento do ex-guarda do campo de concentração de Auschwitz Reinhold Hanning, condenado a cinco anos de prisão. O réu morreu alguns meses depois do veredicto, sem entrar na prisão.

No final de 2021, Leon também compareceu ao julgamento de um ex-guarda do campo de concentração de Sachsenhausen, Josef Schütz, de 101 anos, para que "se fizesse justiça".

Muitas vezes, Schwarzbaum manifestou sua raiva pelo fato de tão poucos criminosos nazistas terem sido levados a julgamento, especialmente na Alemanha. O Comitê Internacional de Auschwitz ressalta que "ele não queria ódio, queria justiça".

Leon Schwarzbaum nasceu em 1921, em Hamburgo, em uma família judia polonesa, mas cresceu em Bedzin, na Alta Silésia, atual Polônia. De lá, sua família foi deportada para Auschwitz, em 1943, após a dissolução do gueto.

Ele foi o único membro de sua família a sobreviver aos campos de Auschwitz, Buchenwald e a um campo anexo de Sachsenhausen, ao norte de Berlim.

Fugindo dos ataques Russos a Ucrânia, o jogador de Futebol, Jonatan Lima, desembarcou no Brasil neste sábado, 26. Segundo relatos do mesmo, ele e a noiva, Gionava Lepore, conseguiu fugir do país de trem. 

Para fugir do país em conflito, o jogador conseguiu chegar a Budapeste de trem, e assim pegar um avião de volta ao Brasil. Segundo relatos concedidos ao Jornal Extra, Jonatan fala do momento vivido. “Nossa, foi muito difícil. Só Deus… Só deu tempo de arrumar algumas malas e hoje percebi que esqueci um monte de coisas minhas. Mas ainda bem que deu para sair”, conta ele, que percorreu 25 quilômetros a pé, com malas nas mãos, ao lado da noiva. 

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 “É surreal, tudo o que eu contar aqui não chega nem perto, é bem pior. É como você assistir a um filme desses de guerra e é a mesma coisa”.  Texto para Foto: “Foi muito difícil. Só Deus.”

*Por Samuel de Paula 

O pequeno Eitan, único sobrevivente da queda de uma cabine de teleférico no norte da Itália em maio passado, está no centro de uma disputa familiar que envolve até acusação de sequestro.

Hoje com seis anos de idade, o menino teve seu lar dizimado pela tragédia do teleférico de Stresa-Mottarone, na qual perdeu seus pais, os israelenses Amit Biran e Tal Peleg; seu irmão mais novo, Tom, de dois anos; e seus bisavós maternos, Itshak Cohen e Barbara Konisky.

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Eitan também esteve perto da morte e ficou quase 20 dias internado em um hospital de Turim, mas recebeu alta no início de junho e, desde então, as famílias materna e paterna brigam por sua guarda.

O último capítulo dessa disputa ocorreu neste fim de semana, quando a tia paterna Aya Biran-Nirko, que vive na Itália e tem oficialmente a guarda provisória de Eitan, acusou o avô materno do menino, Shmuel Peleg, de levá-lo de volta para Israel sem autorização.

"Ele não foi devolvido no horário estabelecido após um encontro com os familiares da mãe", afirmou à ANSA um dos advogados de Biran, Armando Sibari, no último sábado (11). "Estamos incrédulos que eles tenham chegado a esse ponto", acrescentou.

A tia recebeu inclusive uma mensagem do advogado de Peleg afirmando que o garoto estava em Israel. A viagem teria se tornado possível pelo fato de o avô materno manter a posse do passaporte israelense de Eitan, contrariando uma ordem da Justiça italiana.

A família da mãe tinha permissão para ver o menino duas vezes por semana, mas acusa os parentes paternos de nunca terem se interessado por ele. "Falo apenas para esclarecer que agimos pelo bem de Eitan. Ele gritou de emoção quando nos viu e disse: 'Finalmente estou em Israel'", afirmou Gali Peleg, tia materna do garoto, a uma rádio israelense.

"Nós fomos obrigados [a pegar o menino], não sabíamos mais quais eram suas condições mentais e de saúde. Não o sequestramos, apenas o trouxemos de volta para casa", acrescentou Gali, ressaltando que não se interessa por "questões legais".

"Não estou envolvida com esses aspectos, não conheço os detalhes, deixemos os advogados falarem", afirmou.

A tia paterna, por sua vez, rebateu que Eitan é "cidadão italiano" e que sua casa é em Pavia, onde moravam seus pais, que, por outro lado, foram sepultados em Israel. "Estamos muito preocupados com sua saúde", declarou Biran.

Relembre

A tragédia aconteceu no dia 23 de maio, quando o cabo de tração do teleférico de Stresa-Mottarone, perto de Turim, se rompeu e fez a cabine recuar em alta velocidade até se chocar contra um pilar.

Em seguida, ela caiu de uma altura de 20 metros e deslizou montanha abaixo até parar em um bosque. O acidente deixou 14 mortos e um único sobrevivente: Eitan.

Já se sabe que um sistema que impedia o acionamento dos freios de emergência tinha sido deixado no teleférico de propósito para evitar seu fechamento. No entanto, os investigadores ainda tentam descobrir o que causou o rompimento do cabo de tração.

As equipes de resgate encerraram as buscas por sobreviventes entre os escombros do prédio que desabou no último dia 24 na Flórida, anunciou nesta quarta-feira a prefeita do condado de Miami-Dade, onde ocorreu a tragédia, que deixou 54 mortos.

"Tomamos a decisão extremamente difícil de passar de uma operação de busca e resgate para a recuperação de corpos", informou Daniella Levine Cava, assinalando que 86 pessoas estão desaparecidas.

As buscas, realizadas nas últimas duas semanas, permitiram encontrar apenas um sobrevivente, adolescente, no mesmo dia do desabamento de parte do prédio de 12 andares, que ocorreu de forma inexplicada, mesmo sua estrutura aparentando ter partes deterioradas.

O que restou do edifício, cuja estabilidade estava em risco, foi demolido no último domingo, com uma explosão controlada.

O menino Eitan, único sobrevivente da queda de um teleférico no norte da Itália em 23 de maio, recebeu alta do hospital nesta quinta-feira (10), após passar quase 20 dias internado.

Eitan deixou o Hospital Regina Margherita, em Turim, de ambulância e voltou para sua casa, em Pavia, a 160 quilômetros de distância, ao lado de uma tia. Ele terá acompanhamento médico e psicológico para se recuperar do trauma do acidente.

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O menino de cinco anos de idade teve sua família dizimada pela queda do teleférico de Stresa-Mottarone, na qual perdeu seus pais, Amit Biran e Tal Peleg; seu irmão mais novo, Tom, de dois anos; e seus bisavós maternos, Itshak Cohen e Barbara Konisky.

A família é de origem israelense, mas vivia na Itália havia vários anos, e a guarda de Eitan deve ficar com sua tia Aya. A tragédia aconteceu no dia 23 de maio, quando o cabo de tração do teleférico se rompeu e fez a cabine recuar em alta velocidade até se chocar contra um pilar.

Em seguida, ela caiu de uma altura de 20 metros e deslizou montanha abaixo até parar em um bosque. Três responsáveis pelo teleférico chegaram a ser presos preventivamente, mas dois deles, Enrico Perocchi e Luigi Nerini, foram soltos pouco depois, enquanto o terceiro, Gabriele Tadini, foi colocado em detenção domiciliar.

Já se sabe que um sistema que impedia o acionamento dos freios de emergência tinha sido deixado no teleférico de propósito para evitar seu fechamento devido a problemas técnicos. No entanto, os investigadores ainda tentam descobrir o que causou o rompimento do cabo de tração.

Da Ansa

A mulher que perdeu marido e filha no desabamento do prédio em Rio das Pedras, na zona oeste do Rio, está no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e tem quadro de saúde grave e instável. Maria Quiara Abreu, de 26 anos, foi levada para o Hospital Miguel Couto, na zona sul, após ser retirada dos escombros - ela estava no mesmo cômodo em que Nathan Gomes, de 30 anos, e a menina Maitê, de 2, que não resistiram à destruição.

A outra vítima do desabamento, uma mulher de 28 anos, também segue internada, mas o quadro de saúde é considerado estável. Nataniela de Souza Brás está no Hospital Lourenço Jorge, na zona oeste.

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Às 9 horas desta sexta-feira (4) a prefeitura do Rio retomou o trabalho de remoção dos escombros. Ao todo, segundo o Executivo carioca, 60 pessoas de diferentes áreas estão mobilizadas na operação. Ela inclui a retirada de entulhos, vistorias e auxílio a moradores.

Ainda é prevista a demolição de mais dois prédios. Após a limpeza da área afetada, as pastas de Conservação, Infraestrutura e a Defesa Civil analisarão o risco de desabamento de outros imóveis do entorno.

Em entrevista coletiva no período da manhã desta sexta, o prefeito Eduardo Paes (PSD) voltou a dizer que a prefeitura vem fazendo operações para coibir novas construções irregulares.

Segundo a Secretaria de Conservação, já foram demolidas mais de 300 construções em toda a cidade desde o início do ano, quando a nova gestão assumiu o município. Deste total, 180 foram nas áreas de AP 4 e AP 5, que englobam a zona oeste.

"O que acontece em Rio das Pedras é essa perda do monopólio da força do Estado, que é uma característica muito forte do nosso Estado", disse Paes. "O que a gente precisa é retomar os instrumentos de fiscalização nas áreas existentes para que, no mínimo, essas construções parem de crescer, principalmente esse crescimento vertical."

Ao abordar a gravidade desse problema habitacional histórico da cidade, o prefeito afirmou que criminosos usam a população pobre como "escudo" em casos de construções irregulares. "Ninguém constrói mais nada na cidade do Rio que a prefeitura veja e não derrube. Miliciano, traficante, vagabundo, malandro: construiu, vamos derrubar."

Reduto de nordestinos que migraram para a cidade a partir dos anos 1960, Rio das Pedras é conhecido como um dos lugares com maior atuação das milícias cariocas - e seu principal berço.

Na década de 1980, policiais viram no rápido crescimento populacional daquela área até então pouco habitada da cidade uma "oportunidade" de criar um poder paralelo, calcado principalmente na promessa de segurança e de bloqueio ao tráfico de drogas.

Nos últimos anos, segundo investigação do Ministério Público, a milícia da região tem atuado em atividades como compra e venda de imóveis irregulares, agiotagem, pagamento de propina, extorsão de moradores e comerciantes e esquemas clandestinos de água e energia.

O menino Eitan, único sobrevivente da queda de um teleférico no norte da Itália na semana passada, recebeu alta da UTI nesta terça-feira (1º) e foi transferido para um leito de enfermeira.

Com cinco anos de idade, Eitan teve sua família dizimada pela tragédia de 23 de maio. Entre os 14 mortos no acidente estão os pais do menino, Amit Biran e Tal Peleg; seu irmão mais novo, Tom, de dois anos; e seus bisavós maternos, Itshak Cohen e Barbara Konisky.

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O menino é acompanhado por sua tia Aya, que deve assumir sua guarda. A família de Eitan é de origem israelense, mas vivia na Itália havia vários anos.

A tragédia do teleférico de Stresa-Mottarone aconteceu no dia 23 de maio, quando o cabo de tração se rompeu e fez a cabine recuar em alta velocidade até se chocar contra um pilar.

Em seguida, ela caiu de uma altura de 20 metros e deslizou montanha abaixo até parar em um bosque. Três responsáveis pelo teleférico chegaram a ser presos preventivamente, mas dois deles, Enrico Perocchi e Luigi Nerini, foram soltos no último sábado (29), enquanto o terceiro, Gabriele Tadini, foi colocado em detenção domiciliar.

Já se sabe que um sistema que impedia o acionamento dos freios de emergência tinha sido deixado no teleférico de propósito para evitar seu fechamento devido a problemas técnicos presentes havia vários dias.

No entanto, os investigadores ainda tentam descobrir o que causou o rompimento do cabo de tração.

Da Ansa

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