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Neste sábado (26), o Vai Cair No Enem realiza o segundo aulão, em formato híbrido, na UNAMA, em Ananindeua, no Pará. Estudantes inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, acompanharam a aula de Ciências Humanas com a professora Thaís Nunes. Na ocasião, a docente utilizou a competência quatro da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para abordas relações de trabalho sob uma perspectiva sociológica. 

Unindo passado e presente, a docente trouxe conceitos e nomes importantes na explanação do tema. Na lista, estão Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. Além de relembrar ao estudantes os três modelos de trabalho, após a Revolução Industrial. São eles: Taylorismo (1911), Fordismo (1913) e Toyotismo (1970).

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Vai Cair No Enem pelo Brasil

Em 2023, além de Olinda e Ananindeua, os aulões do Vai Cair No Enem vão marcar presença em Fortaleza-CE (09/09), Rio de Janeiro-RJ (23/09), Guarulhos-SP (07/10) e Recife-PE (28/10).

Membro do trio clássico da sociologia, ao lado de Durkheim e Marx, Weber foi crucial para o desenvolvimento da teoria social. A leitura do alemão Max Weber (1864-1920), cuja morte completou 102 anos ontem, não é simples, pois sua obra abarca temas diversos. Desde análises de estruturas agrárias do Império Romano ao protestantismo irradiando em organizações culturais, penetrando em diferentes formas de manifestações culturais.

Partindo da premissa que as ideias determinam também as condições sociais e econômicas, a contribuição de Weber é fundamental para a compreensão do que é o capitalismo, sendo esse mais do que uma estrutura econômica, mas um novo tipo de sociedade. Sociedade essa que se destaca por sua administração burocrática e uma racionalização perversa de todos os setores da vida.

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Na matéria de hoje, separamos cinco leituras essenciais para a compreensão da obra de Max Weber, confira: 

História agrária romana

Ao analisar as relações agrárias no Império Romano, Weber se ocupa de suas implicações jurídicas: formas de assentamento, proteção da propriedade da terra, divisão da posse e contatos firmados entre produtores e proprietários. O livro ajuda a entender as posteriores formas de transição das reformas agrárias europeias.

A ética protestante e o espírito do capitalismo

Weber estuda o impacto do protestantismo e do catolicismo na economia. Para o protestantismo, os homens são predestinados, mas só alguns vão para o céu. Por isso, cada homem se vê obrigado a encontrar algum alívio psicológico que lhe permita acreditar que é um dos escolhidos. Esse alívio era dado pela glorificação de Deus por meio do esforço produtivo. Ao contrário do catolicismo, que submete o homem à vida monástica, para o protestantismo a salvação depende do trabalho, que legitima a riqueza daí advinda. O espírito do capitalismo é a consequência não intencional do ascetismo protestante.

A política como vocação

É uma conferência de 1919, quando a política nacional socialista já começava a afrontar a liberdade de pensamento. Weber vê o Estado moderno como exercício do monopólio legítimo da violência e mostra como a ação política às vezes se desconecta de seu sentido original.

Economia e sociedade  (capítulos relativos à sociologia jurídica)

Obra póstuma e densa. Weber analisa a passagem, no Ocidente, de um sistema social em que as normas eram impostas pela Igreja para um tipo de sociedade laica. Duas indagações são centrais nesses capítulos. De onde o direito extrai a sua obrigatoriedade? Quais são os fundamentos de validade da ordem jurídica?

Economia e sociedade (capítulos relativos à sociologia política)

Um dos destaques da análise é a burocracia, vista como forma de domínio. Ela atingiu seu mais alto grau de racionalidade no Estado moderno, graças à divisão de funções, seleção meritocrática de pessoal e ordem hierárquica. Segundo Weber, a burocracia impessoal permitiu ao capitalismo se desenvolver, mas fugiu ao controle.

Por Matheus de Maio

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou o resultado da seleção de mestrado em sociologia nesta segunda-feira (20). Após o anúncio dos aprovados do processo seletivo, um candidato, que pediu para não ser identificado, aponta que há fraude no resultado final.

Ao LeiaJá, o participante alega que um dos concorrentes a uma das 15 vagas da seletiva, teria sido beneficiado com uma quantidade significativa de pontos. Com isso, de acordo com o candidato, a pessoa teria subido da 15º posição para 4º lugar na relação final dos aprovados. 

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“Das 16 pessoas, que tiveram nota suficiente para concorrer na classificação final, 15 foram aprovadas e saiu essa lista hoje. Quando eu fui ver as notas que estavam batendo, de acordo com a classificação que eu tinha feito pelo peso de notas, então, todos os cálculos batiam exatamente de acordo com as notas de classificação até eu chegar na 4º colocação, que era a pessoa que ocupava a décima quinta vaga. Pelas notas e pelos pesos, fazendo todos os cálculos das três fases e fica evidente que a nota dele não é 80, mas, sim 70”, contou à reportagem.

E complementa: "Aumentaram a nota dele em quase dez pontos para ele subir na classificação, mas, já estava enttre as vagas. Podem [UFPE] alegar alegar que isso foi um erro, mas, é um processo seletivo. Então, se o resultado foi divulgado sem uma revisão, de todo modo é uma fraude. É um processo fraudulento, porque não tem validade."

O candidato também aponta que um outro participante da seletiva que, inicialmente, aparecia como inapto para heteroidentificação, que se trata do processo complementar à autodeclaração dos candidatos que pleiteiam às oportunidades reservadas para pretos, pardos e indígenas, por exemplo, também aparece na listagem de classificados. Ao LeiaJá, ele afirma que isso implicaria na desclassificação do concorrente. 

Diante dos apontamentos, a reportagem questionou a Universidade Federal de Pernambuco, entretanto, até o fechamento da matéria não tivemos retorno.

*Por Thaynara Andrade

Encerram, na próxima sexta-feira (29), as inscrições para o Programa Nacional de Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (ProfSocio). Podem se candidatar professores da rede pública de educação básica atuantes na disciplina ou em outras áreas de Ciências Humanas e Sociais aplicadas, contanto que apresentem diploma reconhecido pelo MEC.

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Ao todo, são oferecidas 137 vagas distribuídas em diversas instituições do país, sendo 30% delas com bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). As inscrições são realizadas pela internet, por meio do preenchimento do formulário eletrônico disponibilizado.

O ProfSocio será ministrado de forma presencial com duração de 24 meses. Os participantes terão três linhas de pesquisa dentro das ciências sociais: Educação, escola e sociedade, Juventude e questões contemporâneas, e Práticas de ensino e conteúdos curriculares.

Para mais informações, os interessados podem conferir o edital.

Está aberto o edital do Programa Nacional de Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (ProfSocio), com 137 vagas disponíveis para docentes da educação básica nas áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Os interessados poderão se inscrever até o dia 29 de outubro por meio de preenchimento do formulário virtual

O programa será realizado em oito instituições de ensino superior, e as vagas são distribuídas nos estados de Pernambuco, Ceará, São Paulo, Paraná, Paraíba e Bahia. A maior concentração de posições é no Recife, na Fundação Joaquim Nabuco. A formação será em formato presencial, com duração de 24 meses.

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Os participantes cumprirão uma carga horária de 450 horas de aula no total. De acordo com o edital do certame, o curso possui três linhas de pesquisa: Educação, escola e sociedade; Juventude e questões contemporâneas; e Práticas de ensino e conteúdos curriculares.

Para se inscrever é preciso enviar a documentação exigida, além de realizar o pagamento da taxa de participação, no valor de R$ 80. O processo seletivo será feito em três etapas, iniciando o envio de carta de intenção. As fases seguintes consistem em defesa da carta de intenção e arguição. Todas as etapas serão feitas de forma virtual.

O resultado preliminar está previsto para ser divulgado no dia 20 de dezembro. Mais informações podem ser obtidas no site oficial do ProfSocial.

A Universidade Federal de Pernambuco, por meio do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, abre processo seletivo para admissão de estudantes para os cursos de mestrado e doutorado. Ao todo, a instituição oferece 30 vagas, distribuídas em 15 oportunidades para mestrado e 15 para doutorado, para o ano letivo de 2022. 

As inscrições são on-line e vão 13 a 24 de setembro até às 17h. Os candidatos necessitam preencher formulário on-line e enviar documentação comprobatória, como previsto no edital da seletiva. Além disso, a seleção conta com avaliação do pré-projeto de dissertação ou de tese, defesa oral do pré-projeto e avaliação do currículo Lattes.

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O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) Digital, realizado neste domingo (31), teve provas de Linguagens e Ciências Humanas, além da redação. Para o professor Marcos Otoch, as questões que abordavam tanto filosofia quanto sociologia estavam fáceis.

"Prova tranquila para o fera que se preparou. As temáticas abordadas são temáticas recorrentes", disse. "Foram questões fáceis, muitas vezes com textos de apoio que contêm a resposta", completou.

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Entre os assuntos abordados, o professor destaca filosofia medieval, sofistas e democracia. "São conteúdos que todos os anos se fazem presentes na parte de filosofia e sociologia ", afirmou Otoch.

Em entrevista ao LeiaJá, o professor Athur Lira também fez uma análise da prova. Ouça o comentário do docente no áudio a seguir:

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A versão impressa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 foi realizada neste domingo (17). Para comentar sobre as questões de sociologia e filosofia, o LeiaJá, em parceria com o projeto multimídia Vai Cair No Enem realizou uma live com os professores Hilton Rosa e Salviano Feitosa, de sociologia, e Pedro Botelho,  Cristiane Pantoja e Carla Ribeiro, de filosofia.

Vale pontuar que no primeiro dia da provas do Enem, os participantes responderam a 45 questões de Ciências Humanas, 45 questões de Linguagens, além da redação. 

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Segundo o  professor Hilton Rosa, o Enem trouxe questões interdisciplinares e, com isso, pode tanto abranger no âmbito da história ou da filosofia. Ele ainda diz que “as questões de sociologia não fogem da relação do que o Enem vinha tratando nas últimas edições. Os eixos tradicionais começaram a ser trabalhados”, comentou.

Durante a live, o professor escolheu a questão 59 da prova branca para resolver e explicar. Confira:

Questão 59 da prova branca do Enem 2020

É difícil imaginar que nos anos 1990, num país com setores da população na pobreza absoluta e sem uma rede  de benefícios sociais em que se apoiar, um governo possa abandonar o papel de promotor de programas de geração de emprego, de assistência social, de desenvolvimento da infraestrutura e de promoção de regiões excluídas, na expectativa de que o mercado venha algum dia a dar uma resposta adequada a tudo isso. 

Nesse contexto, a criticada postura dos governos frente à situação social do país coincidiu com a priorização de que medidas?

A) Expansão dos investimentos nas empresas públicas e nos bancos estatais. 

B) Democratização do crédito habitacional e da aquisição de moradias populares. 

C) Enxugamento da carga fiscal individual e da contribuição tributária empresarial. 

D) Reformulação do acesso ao ensino superior e do financiamento científico nacional. 

E) Reforma das políticas macroeconômicas e dos mecanismos de controle inflacionário.

Gabarito: E 

“Essa questão vem trazendo o Brasil em relação a essas questões das disparidades econômicas e sociais dentro de sua estrutura social, onde uma camada mais pobre fica demarcada pelo processo de exclusão. Esse processo de exclusão fica bastante notório, e aí ele vai justamente exigir essas questões de como isso foi priorizado”, explica o professor Hilton Rosa. 

Ele ainda acrescenta que “na década de 90, a partir de 1º de julho de 1994, a implantação do plano real eliminou o fantasma da inflação que era aquela que causava o aumento de preços”, disse. 

O professor ainda explica que a resposta é a letra E porque a reforma de políticas macroeconômicas favorece a questão de importação e desenvolvimento da indústria nacional para exportação e consumo interno; além dos mecanismos de controle inflacionário que através desse plano econômico conseguiu estabilizar a questão da moeda.

O professor Salviano Feitosa optou por comentar a questão de número 75, também da prova branca. Segundo ele, o quesito traz no seu enunciado uma abordagem dos movimentos sociais, porém, antes de identificar esses movimentos sociais, o texto apresenta algumas reflexões válidas. Confira:

Questão 75 da prova branca do Enem 2020

A propriedade compreende, em seu conteúdo e alcance, além do tradicional direito de uso, gozo e disposição por parte do titular, a obrigatoriedade do atendimento de sua função social, cuja definição é inseparável do requisito obrigatório do uso racional da propriedade e dos recursos ambientais que lhe são integrantes. O proprietário, como membro integrante da comunidade, se sujeita a obrigações crescentes que, ultrapassando os limites do direito de vizinhança, no âmbito do direito privado, abrangem o campo dos direitos da coletividade, visando o bem-estar geral, no âmbito do direito público.

Os movimentos em prol da reforma agrária, que atuam com base no conceito de direito à propriedade apresentado no texto, propõem-se a: 

A) Reverter o processo de privatização fundiária. 

B) Ressaltar a inviabilidade da produção latifundiária.

C) Defender a desapropriação dos espaços improdutivos. 

D) Impedir a produção exportadora nas terras agricultáveis. 

E) Coibir o funcionamento de empresas agroindustriais no campo. 

Gabarito: C

“A questão apresenta algo que é inerente ao que se refere a cidadania e direitos que é a perspectiva de que geralmente se tem direitos que são conflitantes. O direito à propriedade muitas vezes vai entrar em conflito com o direito à moradia e direito à dignidade. Porém, a questão não é sobre o direito a dignidade, moradia ou propriedade, mas sim ao que é reivindicado por movimentos sociais em prol da reforma agrária", explica Salviano.

Para o professor Pedro Botelho, a prova do Enem foi muito parecida com a do ano passado, mas as questões de filosofia deixaram a desejar. “Senti falta de algumas questões de filosofia. Mas de todo modo, foram questões fáceis, que não exigiu muito do aluno”, disse. 

Durante a live do Vai Cair no Enem, Pedro escolheu comentar sobre a questão 65 da prova branca. “Quando falamos do pensamento Aristotélico em relação à política, relações humanas e sociais, a gente sempre encontra o conceito de filia (justiça), eudaimonia, que é a questão da felicidade, do bem supremo; que é a finalidade de todas as ações humanas”, comentou. 

Confira a questão abaixo:

Questão 65 da prova branca do Enem 2020

Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhe parece um bem; se todas as comunidades visam algum bem, é evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens. 

No fragmento, Aristóteles promove uma reflexão que associa dois elementos essenciais à discussão sobre a vida em comunidade, a saber: 

A) Ética e política, pois conduzem à eudaimonia. 

B) Retórica e linguagem, pois cuidam dos discursos na ágora. 

C) Metafísica e ontologia, pois tratam da filosofia primeira. 

D) Democracia e sociedade, pois se referem a relações sociais. 

E) Geração e corrupção, pois abarcam o campo da physis.

Gabarito: A 

O professor comenta que “o Aristóteles sempre esteve muito envolvido com a questão da descoberta da finalidade das coisas. Qual é a finalidade do veneno? É matar; perguntando isso para os homens, qual é a finalidade da vida humana? o Aristóteles diz: a eudaimonia”, disse.

Já para a Professora Carla Ribeiro, a prova foi bastante interessante, construída, uma prova bem feita. Segundo ela, “alguns conteúdos que acreditávamos que por ventura não pudessem aparecer, estavam lá. Confesso que senti falta da parte mais conteudista que tem sido uma tendência da prova de filosofia do Enem”, disse. 

"Se compararmos a prova da edição de 2019 que cobrou efetivamente o olhar de cada pensador, por exemplo, tivemos muitas questões sobre a filosofia contemporânea; e nessa edição de 2020 ela passeou bastante no contexto da modernidade”, completou.

 Questão 61 da prova branca do Enem 2020

Adão, ainda que supuséssemos que suas faculdades racionais fossem inteiramente perfeitas desde o início, não poderia ter inferido da fluidez e transparência da água que ela o sufocaria, nem da luminosidade e calor do fogo que este poderia consumi-lo. Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades que aparecem aos sentidos, nem as causas que o produziram, nem os efeitos que dele provirão; e tampouco nossa razão é capaz de extrair, sem auxílio da experiência, qualquer conclusão referente à existência efetiva de coisas ou questões de fato.

Segundo o autor, qual é a origem do conhecimento humano? 

A) A potência inata da mente.

B) A revelação da inspiração divina.

C) O estudo das tradições familiares.

D) A vivência dos fenômenos do mundo

E) O desenvolvimento do raciocínio abstrato

Gabarito: D

“Essa é uma questão fácil porque é uma pergunta direta: Segundo o autor, qual a origem do conhecimento humano?”, comentou a professora. “O conhecimento para os empiristas se origina na experiência, é preciso experienciar para coletar através dos sentidos as informações que a experiência fornece”, expliocou Carla.

A professora Cristiane Pantoja também escolheu uma questão de filosofia da prova do Enem para comentar e resolver juntos com os feras.

Questão 84 da prova branca do Enem 2020

Em “ A Morte de Ivan Ilitch”, Tolstoi descreve com detalhes repulsivos o terror de encarar a morte iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno acidente e logo compreende que se encaminha para o fim de modo impossivel de parar. “Nas profundezas de seu coração, ele sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar com a ideia, simplesmente não o fazia e não conseguia compreendê-la”.

O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi diante de um aspecto incontornável de nossas vidas. Esse aspecto foi um tema central na tradição filosófica 

A) Marxista, no contexto do materialismo histórico.

B) Logicista, no propósito de entendimento dos fatos. 

C) Utilitarista, no sentido da racionalidade das ações. 

D) Pós-modernista, na discussão da fluidez das relações.

E) Existencialista, na questão do reconhecimento de si. 

Gabarito: E

“A gente fala de um livro do Tolstoi, um existencialista literário. O Ivan é um funcionário público do século XIX e adoece, então ele vai começar a perceber o que é a vida dele mediante a morte. Engraçado que ele é um homem bem sucedido, privilegiado, por ser um funcionário público no século XIX. Ele se vê questionando a vida, inclusive a vida dele é pautada muito no outro. Muito mais da visão do que o outro define ele e não exatamente o que ele quer”, esclareceu a professora. 

“A questão correta é a letra E porque trata o reconhecimento de si, o reconhecimento de uma vida. Quando falamos do existencialismo em si, a gente pensa em anos depois da 2º Guerra Mundial, onde vai se reafirmar valores do indivíduo, aqueles valores da liberdade”, explicou Pantoja.

“Essa é uma questão prática, direta e fácil. Qualquer aluno que bater o nome  Tolstoi, bateu no existencialismo”, acrescentou a professora.

Às vésperas da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o projeto Vai Cair No Enem e o LeiaJá dão continuidade, nesta terça-feira (12), à série de lives com dicas para os candidatos. Às 20h, no Instagram e no youtube.com/vaicairnoenem, os estudantes acompanharão aulas de sociologia e redação.

O professor Salviano Feitoza debate os assuntos mais cobrados em sociologia. Já a professora Fernanda Bérgamo, referência na docência brasileira, conduz uma aula de redação sobre técnicas para quem busca a nota mil. Assista:

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A apresentação da live ficará a cargo de Thayná Aguiar. Confira, a seguir, o cronograma de transmissões do Vai Cair No Enem, além dos detalhes do LeiaJá na cobertura da prova.

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As provas impressas serão realizadas no domingo (17) e no dia 24 deste mês. No primeiro dia, haverá questões de Ciências Humanas, Linguagens e redação, enquanto no segundo, os candidatos enfrentarão quesitos de Ciências da Natureza e matemática.

No domingo (17), primeiro dia da edição 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), versão impressa, os candidatos serão submetidos a questões de Ciências Humanas. Sociologia e filosofia estão no grupo de disciplinas da área, reunindo temáticas que levam os estudantes a refletirem e desenvolverem uma análise crítica.

De acordo com a ‘Coletânea Enem’, levantamento estatístico feito e divulgado pelo Sistema de Ensino Poliedro, o tema “sociologia contemporânea”, com percentual de 34,4%, é o mais cobrado nas últimas edições da prova de sociologia. Já em filosofia, conforme o mesmo estudo, o assunto mais corriqueiro é racionalismo moderno, com 24,3%. Confira, a seguir, os dados:

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Fonte: Coletânea Enem, do Sistema Poliedro de Ensino

Na análise da professora de sociologia, filosofia e história Thais Almeida, o Enem 2020 deverá manter o padrão de questões cobrado nas últimas edições. “A abordagem do Enem, há um tempo, vem de forma mais consolidada. Acredito que a prova terá a mesma estrutura dos últimos anos, com o mesmo tipo de abordagem dos outros exames. A tendência que a gente vem observando são textos mais analíticos, mais curtos, não é mais uma tendência trazer textos enormes. São textos curtos, mas que privilegiam uma visão analítica, crítica, problematizadora e, principalmente, interdisciplinar, com um diálogo muito grande entre as humanidades”, explica a docente. “Por isso, o aluno deve fazer questões que tragam uma perspectiva mais analítica dos assuntos, o que gosto de chamar de exercício de aplicação”, acrescenta.

A professora ainda destrincha, em entrevista ao LeiaJá, assuntos que, para ela, têm fortes chances de caírem no Enem. “De sociologia, com toda certeza, vão cair mundos do trabalho. Os aspectos relacionados a trabalho vêm caindo muito, não apenas em sociologia, mas também nos outros conteúdos de Humanas. Democracias estão sempre entre os assuntos que caem mais, os tipos, como funcionam e quais ganhos o Brasil teve, principalmente quando a gente considerada a Constituição de 1988 para cá”, comenta Thais Almeida.

Em filosofia, a docente traz os seguintes palpites: “Com toda certeza, os clássicos Sócrates, Platão e Aristóteles, com a questão da ética e moral, a discussão sobre a teoria do conhecimento e a discussão sobre as estruturas políticas. Os contratualistas são bem importantes, Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau. E ainda em filosofia, aposto sempre no debate sobre a filosofia moderna que traz a discussão epistemológica entre empiristas e racionalistas”.

Para ilustrar, com mais detalhes, uma abordagem característica do Enem, Thais Almeida respondeu uma questão no quadro ‘Vai Cair No Enem Resolve’, do projeto Vai Cair No Enem. Assista:

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A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) receberá inscrições, de 23 de novembro a 11 de dezembro, para o processo seletivo de mestrado e doutorado em sociologia. Análise curricular, avaliação do histórico escolar e do pré-projeto são algumas das etapas da seleção.

Os cursos, oferecidos por meio do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS), do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), oferecem as seguintes linhas de pesquisa: Cultura Política, Identidades Coletivas e Representações Sociais; Educação, Trabalho, Ciência e Tecnologia; Família e Gênero; Organizações, Espacialidade e Sociabilidade; Processos Sociais Rurais e Novas Tendências na Agricultura e Teoria e Pensamento Social.

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O mestrado conta com 20 vagas, enquanto o doutorado dispõe de 18 oportunidades. Segundo a UFPE, os candidatos devem ser graduados ou mestres na área do programa ou em segmentos relacionados.

Com taxa de participação ao preço de R$ 50, as inscrições poderão ser realizadas por meio do site do PPGS. As aulas, previstas para 2021, serão realizadas no Campus Recife da Universidade, localizado na Avenida Professor Moraes Rego, 1235, no bairro da Cidade Universitária.

De acordo com a instituição de ensino, o resultado final da seleção está previsto para 1º de fevereiro de 2021. Mais detalhes informativos a respeito dos cursos podem ser vistos no Boletim Oficial da UFPE.

Filme tem feito sucesso na Netflix. Foto: Aurilene Cândida/LeiaJáImagens

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Para os estudantes que irão realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é fundamental que eles estejam atentos a fatos que acontecem no Brasil e no mundo, como também é importante entender e refletir sobre questões sociais que são passadas por meio da arte, filmes e músicas. Na obra ‘O Poço’, disponível na Netflix, é possível estudar para o Exame aplicando abordagens da produção em disciplinas como sociologia e filosofia, além de Linguagens e redação.

Em uma análise feita pelo professor de redação Felipe Rodrigues, o docente comenta sobre temas que o filme aborda e pode ser cobrado na prova do Enem. “A crise na assistência social brasileira, a ineficiência do sistema carcerário nacional, programas sociais para a erradicação da fome, a solidariedade como objeto midiático”, entre outras abordagens podem ser trabalhadas.

O LeiaJá, em parceria com o projeto Vai Cair No Enem, entrou em contato com os professores de sociologia e filosofia Hilton Rosas, Cristiane Pantoja e Tiago Licarião. Os docentes formularam questões com características da prova do Enem e que tenham o filme como abordagem.

Na questão formulada pela docente Cristiane Pantoja, é explicado que o filme conta com um protagonista que tem como uma das metas ler o livro 'Dom Quixote de La Mancha', de Cervantes. O sarcasmo renascentista espanhol vem contra a idealização de um passado retrógrado, não contra os grandes ideais de uma nova era. A obra revela a possível imbecilidade de levar um livro para o poço, dependendo sempre do ponto de vista de quem assiste. Confira a pergunta:

Quanto à teoria da Modernidade Líquida de Bauman, a ausência de referências morais e a naturalização do mal corroem os laços de solidariedade e afeto. O mundo globalizado tem nas coisas temporárias e vulneráveis, como a insegurança e o consumismo, seus pilares. O que não é correto afirmar quanto essa teoria?

A) Está pautada na volatilidade, na fluidez e na imprevisibilidade.

B) A modernidade sólida está pautada em instituições firmes, na segurança de um trabalho e salário digno para se viver.

C) Na sociedade líquida o consumo é para sobreviver e não para ser aceito socialmente.

D) Na sociedade líquida a obsolescência é programada.

E) O sujeito molda a sociedade à própria personalidade ou estilo de vida.

“Neste caso, a resposta correta é a letra C, pois Bauman é sociólogo que estuda os efeitos do individualismo no advento da globalização. Para tal trabalho, o conceito de liquidez desorganiza as esferas da vida social como o trabalho, a cultura e o amor.  Diante disso, a insegurança e o consumismo estão como fortes características nessa modernidade volátil, líquida e incerta. O consumo na modernidade sólida é para sobreviver, enquanto a líquida é para ser aceito socialmente", explica Cristiane Pantoja.

A questão formulada pelo professor Hilton Rosas, de modo geral, traz a reflexão sobre a desigualdade social Confira:

O Poço, filme que estreou em 2020 na plataforma de stream Netflix, nos traz uma reflexão sobre a desigualdade social e distribuição de alimentos entre os cativos de uma prisão. Os que se encontram a níveis mais próximos do zero, possuem uma melhor vantagem para permanecerem vivos. Sobre a reflexão trazida pela obra cinematográfica e o tema abordado com a realidade, podemos definir que:

A) A desigualdade social é uma realidade vivida pelos grupos humanos desde a pré-história, portanto é algo natural da vida humana.

B) A fome é consequência de quem possui um status abaixo dos que possuem vantagens dentro de um ciclo social, mesmo em uma prisão, que tal como a vida real é dividida em níveis. Sendo assim, podemos definir que o filme remonta uma dinâmica  vivida nas prisões por todo o mundo.

C) A desigualdade social, sobretudo no mundo capitalista, é uma força motriz para o mesmo sistema, pois é da desvantagem de alguns que se sustenta a exploração característica das relações de trabalho, que impõe aos que têm acesso as melhores chances dos que não possuem acesso. No caso do filme isto está retratado na alimentação.

D) O filme nos traz uma ficção que pode se tornar realidade, caso o sistema Capitalista haja uma quebra como em 1929 e 2009. Em ambas as crises todos os países absorveram o empobrecimento de suas populações que as levaram a morte por fome.

E) O filme nos traz a esperança de quem está abaixo, um dia pode se salvar se conseguir chegar ao "fundo do poço" como demonstra o filme, óbvio.

De acordo com o educador, a resposta correta é a 'letra C', pois a desigualdade é o que mantém a rotatividade de quem estará por cima ou de quem estará abaixo. Configurando que são as oportunidades desiguais e não as capacidades como se costuma colocar. Ficou curioso para saber o por que das outras questões estarem incorretas? Então veja as justificativas feitas pelo professor Hilton Rosas: “Não é a letra A, pois a desigualdade social é algo construído das relações sociais, logo não é natural. A letra B também não está correta, pelo fato de que a fome é um processo, hoje, dado à concentração de renda, e não mais de melhores terras para a agricultura. Existem países ricos em recursos naturais e que sua população é extremamente pobre devido às relações do mercado. Portanto, a questão também está errada ao afirmar que todas as realidades vividas em prisões se assemelha a do filme.”

O docente ainda afirma que em relação à 'letra D', em 2009 o sistema capitalista não quebrou, foi apenas em 1929. Nem todos tiveram alto índices de morte por fome, logo a alternativa é incorreta. Já para a letra E, a explicação é que o filme mostra que quem está abaixo sempre será desprezado por quem está acima e nunca o contrário.

Mesmo com todo o sacrifício de se distribuir igualitariamente, para os que estiverem presos a este sistema, sempre haverá quem tem fome. A criança que é resgatada do filme é vista como a esperança do fim da desigualdade. Sendo assim, esperança não é sentido de ação, mas só de fé. Além disso, o professor Tiago Licarião traz uma questão baseada na concepção de justiça e democracia do autor John Rawls. Veja:

Cada pessoa tem direito igual a um sistema plenamente adequado de liberdades e direitos básicos iguais para todos, compatíveis com um mesmo sistema. As desigualdades sociais e econômicas devem preencher duas condições: em primeiro lugar, devem estar ligadas a funções e posições abertas a todos em condições de justiça e igualdade de oportunidades, em segundo lugar, devem proporcionar a maior vantagem para os membros mais desfavorecidos da sociedade. Segundo o autor, a liberdade e a desigualdade devem estar relacionados a um sistema social que proporcione igualdade de oportunidades e reconhecimento dos membros que não terão acesso aos recursos neste mesmo sistema. Este princípio de justiça é compreendido na teoria liberal como:

A) Justiça material.

B) Justiça redistributiva.

C) Justiça como equidade.

D) Justiça objetiva.

E) Justiça como equivalência.

Nesse caso, a alternativa correta é a 'letra C' (justiça como equidade), pois segundo a teoria de John Rawls, a equidade deve ser alcançada na sociedade a partir de dois princípios: liberdade e o reconhecimento da desigualdade, que será reconhecida assim que existir a igualdade de oportunidades e como segunda condição, o princípio da diferença que é favorecer os menos favorecidos, assim, uma sociedade bem ordenada que produz justiça como equidade implica em um sistema justo de cooperação, pois as principais instituições políticas na sociedade devem promover a cooperação social, sempre e naturalmente produtiva, pois sem a cooperação social nada poderia ser produzido nem distribuído equivalentemente.

O educador explica que a relação da abordagem com o filme ‘O poço’ chama a atenção para a questão da cooperação e distribuição de recursos na sociedade sobre como os indivíduos competem entre si para assegurar recursos e serem também livres. Para assegurar que nos níveis de baixo houvesse a distribuição, seria necessário definir critérios de justiça para que haja uma cooperação no poço. “Levando em consideração que a desigualdade existe em qualquer sociedade e em seus vários níveis sociais, os indivíduos são desiguais e partem de lugares sociais diferentes. A teoria de John Rawls ‘Justiça como Equidade’ faz repensar como a cooperação seria fundamental para manter o sistema social integrado, tendo como princípios de justiça uma base teórica que proporcionasse uma integração consciente entre os indivíduos na distribuição de recursos sociais e materiais”, explica o professor Tiago Licarião. 

Mesmo em meio à pandemia do coronavírus, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) segue com cronograma mantido. Algumas datas comemorativas do nosso calendário, como a Páscoa, festividade religiosa celebrada no próximo domingo (12), pode indicar abordagens cobradas na prova. Estabelecendo uma interdisciplinaridade entre filosofia, sociologia e história, professores analisam as questões para o Enem .

Em entrevista ao LeiaJá, o professor de história, sociologia e filosofia Hilton Rosas explica que, desde o início dos tempos, existem marcas da relação do ser humano com alguma religião. Trata-se de uma relação que culmina na formação dos indivíduos através do tempo, considerada uma instituição social.

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Construídos em uma correlação entre as filosofias das épocas, existiram os costumes pagãos e adaptações. “A religião é embasada em seus elementos culturais, que definem outras relações da complexa vida em sociedade. Sendo assim, é nossa necessidade quase que essencial nos prendermos ao metafísico como contemplação ou satisfação no que remete ao espiritualidade”, completa o professor.

Rosas ainda explica que esta relação ocorre em mesmo nível para os ocidentais, regidos pela moral judaica-cristã. Desde a queda do Império em 476 d. c., a Igreja Cristã inicia a sua consolidação, mesclando pensamentos de “Platão com a filosofia patrística de Agostinho de Hipona, e relacionando os conceitos filosóficos do autor citado aos dogmas da Igreja, enquanto instituição”.

Neste primeiro momento do Cristianismo, esses conceitos foram fundamentais para “criar um pensamento de ideias, juízos e valores que determinaram a imposição cultural do Cristianismo durante a Idade Média na Europa como ideologia dominante”. Através das obras de Aristóteles, resgatadas pelos muçulmanos, os cristãos passam a conhecer e desenvolver “dentro da filosofia aristotélica a sua conciliação com os dogmas da instituição religiosa".

"Neste período medieval, o Cristianismo vem a sofrer seu primeiro cisma [separação de um grupo, organização ou movimento]. O oriente dividindo-se em católico e ortodoxa”, explica o professor.

Já na Idade Moderna, teremos a segunda divisão através da reforma protestante. Neste período, a Igreja Católica era acusada de corrupção e com isso perdia fiéis para os princípios protestantes. Para se recuperar das perdas, a Igreja de Roma instituiu o contragolpe para difundir a instituição de roma pelo Novo Mundo, o continente Americano. “Foi pela mão do colonizador que a os catequistas, missionários de Roma, impuseram o etnocentrismo [quando uma cultura se sobrepõe a outra] aos povos nativos [povos indígenas]”, aponta o professor de história. “Hoje, por exemplo, nós brasileiros somos cristãos por uma imposição cultural”, ressalta Rosas.

Agora, entendendo melhor como o Cristianismo tomou forma ao longo do tempo, estudantes que se preparam para o Enem devem ficar atentos às abordagens durante o Exame. O LeiaJá, em parceria com o projeto Vai Cair no Enem (@vaicairnoenem), preparou uma lista com exemplos de abordagens do tema na prova. Para traçar as resoluções, tivemos ajuda dos professores de história Hilton Rosas, Thaís Almeida e Everaldo Chaves, parceiros do projeto. Confira as questões: 

Questão 1

Uma explicação de caráter histórico para o percentual da religião com maior número de adeptos declarados no Brasil foi a existência, no passado colonial e monárquico, da:

A) Incapacidade do cristianismo de incorporar aspectos de outras religiões.

B) Incorporação da ideia de liberdade religiosa na esfera pública.

C) Permissão para o funcionamento de igrejas não cristãs.

D) Relação de integração entre Estado e Igreja.

E) Influência das religiões de origem africana.

Resolução: A resposta correta é: letra “D”. No período colonial, quando o Brasil estava subordinado ao governo português, a religião católica era oficial e a única admitida. Qualquer outra expressão religiosa estava proibida e sujeita a perseguição. Após a independência, o Brasil manteve essa tradição e se constituiu como um ‘Estado Católico’, ainda oficial, no qual a Igreja estava subordinada ao Estado através de práticas como o padroado e o beneplácito.

Questão 2

Na América inglesa, não houve nenhum processo sistemático de catequese e de conversão dos índios ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido. Brancos e índios confrontaram-se muitas vezes e mantiveram-se separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios começou com o próprio processo de colonização, e a mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na América inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram muito sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados. No processo de colonização das Américas, as populações indígenas da América portuguesa:

A) Foram submetidas a um processo de doutrinação religiosa que não ocorreu com os indígenas da América inglesa.

B) Mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos indígenas da América inglesa.

C) Passaram pelo processo de mestiçagem, que ocorreu amplamente com os indígenas da América inglesa.

D) Diferenciam-se dos indígenas da América inglesa por terem suas terras devolvidas.

E) Resistiram, como os indígenas da América inglesa, às doenças trazidas pelos brancos.

Resolução: A resposta correta é: letra “A”. Os dois processos de colonização ocorreram em contextos distintos. A América portuguesa teve sua colonização iniciada no século XVI, época da contra reforma apoiada no Concílio de Trento, quando a questão religiosa era determinante, principalmente nos reinos católicos. A América inglesa foi colonizada no século XVII e aqueles que buscaram o novo continente o faziam para exploração, no Sul, usando o escravo africano; ou como refugiados, no Norte, dada a situação de crise da Inglaterra devido à Revolução Puritana e a seus efeitos. Não havia, por parte da igreja anglicana ou dos protestantes, uma política de conversão dos nativos.

Questão 3

O texto a seguir reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance: - Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? perguntou Sofia. - Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus nasceu à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia-noite e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma. Até às três da manhã a fé cristã foi mais ou menos proibida. (...) Até às dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação. Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades. Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia. São Paulo, Cia. das Letras, 1997. O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto, que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que:

A) As Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.

B) A Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.

C) O Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.

D) As peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.

E) Os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.

Resolução: A resposta correta é: letra “A”. Se o texto apresentado considera que cada hora corresponde a um século, a queda do Império Romano, no século V, ocorreu às 5 horas e as grandes navegações do século XV ocorreram às 15 horas; mesmo momento em que se iniciou a Idade Moderna em 1453. A Propagação do cristianismo começou na primeira hora, no primeiro século da Era Cristã e os mosteiros perderam o monopólio da educação entre os séculos X e XI, sendo que a Idade Média termina no século XV.

Questão 4

Tomás de Aquino, filósofo cristão que viveu no século XIII, afirma: a lei é uma regra ou um preceito relativo às nossas ações. Ora, a norma suprema dos atos humanos é a razão. Desse modo, em última análise, a lei está submetida à razão; é apenas uma formulação das exigências racionais. Porém, é mister que ela emane da comunidade, ou de uma pessoa que legitimamente a representa. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia cristã. Petrópolis: Vozes, 1991 (adaptado). No contexto do século XIII, a visão política do filósofo mencionado retoma a/o:

A) Pensamento idealista de Platão

B) Conformismo estoico de Sêneca

C) Ensinamento místico de Pitágoras

D) Paradigma de vida feliz de Agostinho

E) Conceito de bem comum de Aristóteles

Resolução: A resposta correta é: letra “E”. Essa questão faz referência à um período importante da história do cristianismo, que é o período da Baixa Idade Média. Nele, a igreja já era institucionalmente forte e coesa, sendo a maior detentora de terras. Então o poder do clero era grande e a doutrina da cristã, da qual Aquino é um dos mais importantes representantes e tinha forte influência nas mentalidades sociais. Fica evidente, na questão, quando observamos que a filosofia cristã está legitimando o poder da lei a partir dos princípios que vinculam razão e cristianismo. Além de evidenciar a forte influência da produção filosófica clássica na construção da filosofia cristã.

Questão 5

O cristianismo incorporou antigas práticas relativas ao fogo para criar uma festa sincrética. A igreja retomou a distância de seis meses entre os nascimentos de Jesus Cristo e João Batista e instituiu a data de comemoração a este último de tal maneira que as festas do solstício de verão europeu com suas tradicionais fogueiras se tornaram “fogueiras de São João”. A festa do fogo e da luz no entanto não foi imediatamente associada a São João Batista. Na Baixa Idade Média, algumas práticas tradicionais da festa (como banhos, danças e cantos) foram perseguidas por monges e bispos. A partir do Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja resolveu adotar celebrações em torno do fogo e associá-las à doutrina cristã. CHIANCA, L. Devoção e diversão: expressões contemporâneas de festas e santos católicos. Revista Anthropológicas, n. 18, 2007 (adaptado). Com o objetivo de se fortalecer, a instituição mencionada no texto adotou as práticas descritas, que consistem em:

A) Promoção de atos ecumênicos

B) Fomento de orientação bíblicas

C) Apropriação de cerimônias seculares

D) Retomada de ensinamentos apostólicos

E) Ressignificação de rituais fundamentalistas

Resolução: A resposta correta é: letra “C”. Após a adoção do cristianismo como religião oficial na Europa ocidental e, principalmente, a partir do início do feudalismo no século V, a igreja católica, diante da necessidade de conversão dos pagãos à nova religião, acabou por sincretizar celebrações seculares, ou seja, pagãs, aos ritos católicos.5

Atentos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudantes que desejam ingressar em uma instituição de ensino superior em 2021, mantêm foco nos estudos neste primeiro semestre. Por isso, o LeiaJá, em parceria com o projeto Vai Cair No Enem (@vaicairnoenem), entrevistou os professores de Ciências Humanas Pedro Botelho, Everaldo Chaves e Luiz Neto para explicar como a obra "Vigiar e Punir" de Michel Foucault, pode cair na prova.

Contextualização da época

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Publicada em 1975, a obra 'Vigiar e Punir', do filósofo francês Michel Foucault, alterou o modo de pensar e fazer política social no mundo ocidental. A obra tenta explicar o que levou o sistema jurídico do Ocidente a deixar de lado a tortura e a execução pública e preferir as prisões, supostamente visando “corrigir” os criminosos.

“O autor analisa as transformações da sociedade francesa entre os séculos 17 e 19. Nesse período, muita coisa mudou. O poder absoluto dos reis acabou dando lugar a uma república 'moderna', assim como ocorreu em outros lugares do planeta, os quais, aliás, seguiram o exemplo francês. Mas, paradoxalmente, o poder do governo para controlar a vida dos cidadãos não necessariamente ficou menor, apenas mudou de forma - argumenta o filósofo – e o 'nascimento da prisão', como diz o subtítulo original da obra, é parte importante dessa metamorfose", explica o professor de história Everaldo Chaves.

Na obra, o autor traça uma linha em que a punição dos criminosos se transforma, em grande parte, porque o jeito de exercer o poder também mudou. Nos séculos em que a execução pública era a regra, pode-se dizer, com base no livro, que o destino dado aos criminosos era a manifestação física da vingança do rei sobre seus súditos.

“O livro vai construir uma narrativa sobre a questão da punição, sobre como a forma de justiça se torna, agora, motivo de prisão para a correção do criminoso, ou seja, o autor vai contar uma história de como o poder deixou de ser um ato de morte para se tornar nos sistemas prisionais corretivos que temos até hoje”, diz o professor de sociologia e filosofia Pedro Botelho.

O educador de história Everaldo Chaves, explica, com base na leitura da obra, que a própria ideia de humanidade como limite de aplicação do poder, entre o suplício do século 17 e a reforma penal do século 18, corresponde a uma nova mentalidade punitiva. “Como punir mais eficazmente sem recorrer à dor física e aos meios para criá-la e intensificá-la” “A preocupação dessa nova mentalidade punitiva também tem a ver com a intenção de 'não se rebaixar' ao nível do condenado ao ser tão violento quanto ele, buscando resguardar a humanidade dos que exercem o poder, e não exatamente a de quem cometeu o crime. Assim, a capacidade de vigiar do Estado se cresce exponencialmente, sendo os vigiados criminosos ou cidadãos 'de bem'", conclui Everaldo Chaves.

Como cai no Enem? 

Pedro Botelho alerta os vestibulandos para dois livros de Foucault que podem cair no Enem. “'Vigiar e Punir' juntamente com 'Microfísica do Poder' são as duas grandes obras que normalmente são cobradas em vestibulares”, destaca o professor. Ele ainda explica como o Enem pode cobrar a obra na hora da prova. “O livro Vigiar e Punir pode ser cobrado dentro das disciplinas de história e sociologia", diz o docente. Dentro da disciplina de história, ele friza que “normalmente cai a transição dos séculos, aquilo que chamamos de a queda do antigo regime, a crise das monarquias europeias e o nascimento dos Estados modernos.”

Já em sociologia, o professor alerta: “Esse livro pode estar aparecendo no Enem, na parte de sociologia, para falar sobre o estado de poder e como se executa aquilo que a sociologia chama de ‘controle social”,conclui.

Programa do projeto Vai Cair No Enem, com o professor de história, filosofia e sociologia Luiz Neto, também traz informações sobre a ora. Assista:

Nesta segunda-feira (2), a Universidade de Pernambuco (UPE) realiza o segundo dia de provas do Sistema Seriado de Avaliação para alunos do segundo ano (SSA 2). Nesta tarde, os candidatos respondem às 46 questões de biologia, química, história, geografia e sociologia. Os testes começaram às 14h15 e a prova se encerra às 18h15. As notas serão divulgadas até o dia 15 de março no site do vestibular seriado

Aghata de França tem 16 anos e está se decidindo entre os cursos de medicina e enfermagem. Ela conta que passou o ano indo a aulões e estudando na escola em período integral. "Me identifico com saúde desde os seis anos e, com certeza, me sinto confiante de que vai dar certo no ano que vem", disse a jovem. 

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O estudante Rodrigo César Soares, de 17 anos, conta que estudou em cursinhos preparatórios durante o ano e deseja cursar engenharia civil. Ele relatou que a ansiedade está menor depois de ter feito as provas do primeiro dia. "Meu primeiro dia de provas foi bom, então me sinto mais confiante pela aprovação no ano que vem", afirmou o aluno. 

Já Oliany Rocha, de 15 anos, ainda não escolheu o curso em que deseja entrar. A jovem conta que além de frequentar a escola estudou em casa e está confiante para a aprovação em 2020. “Ainda estou decidindo [o curso], gosto de profissões humanizadas que permitam ajudar as pessoas. Eu me sinto otimista [sobre a aprovação], a esperança é a última que morre”, afirmou a estudante. 

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Candidatos de todo Brasil realizaram as primeiras provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na tarde do último domingo (3) e mesmo diante da declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre as provas não ter conteúdos ideológicos, segundo o professor de geografia Dino Rangel, uma questão pode ser caracterizada nesse aspecto.

Em entrevista ao Vai Cair no Enem, na qual comentou sobre a prova de geografia, o docente destacou a questão 66, da prova branca, que fala sobre a fome.  “O texto fala claramente que a fome existe não por falta de recursos, portanto, devem haver políticas públicas que visem uma melhor distribuição de renda proporcionando uma equidade melhor de desenvolvimento, sendo a letra 'b', ‘padrão de distribuição de renda’, a resposta correta”, declara o professor.

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De acordo com Rangel, o aluno pôde compreender que a questão possui um viés da teoria reformista, que por sua vez, é baseada no filósofo e sociólogo Karl Marx, já que o autor fala que o problema da distribuição de renda gera e potencializa a fome em um território. 

“Implicitamente a questão ideológica cai na prova, porque a pobreza e a fome não são geradas por falta de riqueza. A riqueza existe, mas a questão fala que não há uma distribuição e equidade. Karl Marx faz uma crítica ao capitalismo por conta disso”, explica o docente.

Karl Marx foi um filósofo, sociólogo, economista, jornalista e teórico político alemão  que deu origem a conceitos que serviram de base para a ideologia comunista e socialista.

Confira a questão comentada por Dino Rangel: 

 

Reprodução/Youtube/VaiCairnoEnem

 

A prova de Ciências Humanas e Suas Tecnologias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será aplicada no próximo domingo (3). Com a proximidade do certame, os feras costumam diminuir o ritmo de estudos e focar em revisões. De acordo com o presidente do Inep, Alexandre Lopes, é importante que o estudante descanse e foque no lado emocional.

Com a ajuda da professora de socilogia Thaís Almeida, o Vai Cair No Enem preparou um quiz com perguntas relacionadas aos pensadores clássicos da sociologia: Marx, Durkheim e Weber. Confira:

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O último aulão da série de aulões promovidos pelo Vai Cair no Enem começou, neste sábado (26), com muitas reflexões ligadas aos pensamentos filosóficos e do mundo da sociologia. A professora das duas disciplinas, Cristiane Pantoja, revisou assuntos e deu dicas para os candidatos que vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já no próximo domingo (3). O evento é realizado na UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, no bairro das Graças, no Recife.

Sócrates, Platão e Aristóteles são alguns dos grandes nomes da filosofia clássica e que geralmente têm suas ideias pautadas na prova do Enem. E foi sobre os raciocínios desses pensadores que a docente iniciou a revisão, destacando que para entender os teóricos é preciso estudar as suas metodologias. A maiêutica socrática, que segundo a professora tem a ver com a reconstrução das ideias, foi um dos temas explicados por Pantoja.

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“Nós nascemos em uma sociedade com pensamentos pré-determinados. Será que aquele pensamento que você tem é seu ou não? Então, quando Sócrates chama você para a maiêutica, ele quer que você reconstrua suas ideias com a própria cabeça com seu próprio questionamento”, explicou a educadora. Outros conteúdos abordados por Pantoja foram o positivismo, sofismo e ação social do sociólogo Max Weber.

Perguntada pelo apresentador e editor do LeiaJá Nathan Santos se ela acredita que a prova virá com ou sem ideologias, Cristiane Pantoja respondeu que tudo irá depender se essa ideologia vai ser usada. Segundo a docente, ela pode servir para educar e orientar, mas também para doutrinar. “A questão é que não existe nada com o ser humano que não é feito dentro de ideias, com ideologia. A prova vem cheia de ideologias, sim. Mas a questão é como essa ideologia vai ser usada de uma forma imparcial para o seu aprendizado e não exatamente para o que você acredita que seja”, concluiu. Confira como foi a aula:

 

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Exaltado pelos amantes de filmes brasileiros e pauta de críticos cinematográficos, 'Bacurau', filme de autoria de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é destaque no programa Vai Cair No Enem desta semana. Os candidatos podem compreender, nesta edição, como os elementos da obra podem ser cobrados no Exame Nacional do Ensino Médio.

Nossos convidados são os professores de história e sociologia Thais Almeida e Salviano Feitoza. Os candidatos também podem seguir o Instagram @vaicairnoenem, onde há dicas, vídeos, aulas exclusivas, questões, notícias e muitos outros conteúdos. Confira, no vídeo a seguir, o programa desta semana: 

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