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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-presidente do Santa Cruz Alírio Moraes por crime contra a ordem tributária. Segundo a denúncia, o empresário, quando presidia o clube em 2017, omitiu tributos e prestou declarações falsas à Receita Federal sobre o não recolhimento de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). A denúncia foi subscrita pela procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes. O caso é de titularidade do 15º Ofício da Procuradoria da República em Pernambuco.

A denúncia aponta que, nos meses de setembro a dezembro de 2017, a pessoa jurídica Santa Cruz Futebol Clube reteve imposto de renda sobre rendimentos do trabalho assalariado, no valor de R$ 169,5 mil. A quantia deveria ter sido recolhida aos cofres públicos.

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Durante a investigação, Alírio Moraes declarou às autoridades que não havia imposto retido (IRRF) a recolher, pois os respectivos campos das Declarações de Débitos e Créditos (DCTFs) estavam preenchidos somente com zeros, com exceção do mês de outubro, que estava preenchido com a quantia de R$ 10.

"O acusado prestou declarações falsas nas DCTFs com a vontade de suprimir o valor do tributo a ser recolhido. Ao agir dessa forma, o denunciado intentava deixar de pagar o tributo devido pelo Santa Cruz Futebol Clube, pois a constituição do crédito tributário, em razão da conduta dele, passou a depender de iniciativa da RFB, circunstância que muitas vezes enseja a decadência do direito de lançar", destaca a procuradora da República na denúncia.

Após a Receita Federal elaborar auto de infração em desfavor do clube e, considerando que não houve a apresentação de impugnação para as cobranças lançadas de ofício, a constituição definitiva dos créditos tributários ocorreu a partir de 27 de julho de 2018, sem que houvesse quitação ou parcelamento junto à RFB.

Na ação penal, o MPF cobra que a Justiça Federal receba a denúncia e condene o ex-presidente do Santa Cruz pela prática de crime contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90. Foi pedida, ainda, a fixação da quantia de R$ 169.507,11, monetariamente corrigida e acrescida de juros, como valor mínimo para reparação dos danos causados pelo crime tributário. A pena prevista é de reclusão, de dois a cinco anos, além de multa.

A juíza federal Jamille Morais Silva Ferraretto, da 9ª Vara Federal de Campinas (SP), condenou dois réus da Operação Rosa dos Ventos, que investigava um esquema de sonegação fiscal no setor de combustíveis. Adriano Rossi foi condenado a 5 anos e 10 meses e Sidonio Vilela Gouveia a 4 anos e 10 meses, ambos em regime semiaberto. Eliane Leme Rossi foi absolvida das acusações.

Os desvios teriam sido feitos através da empresa Tux Distribuidora. Em dezembro de 2017, quando o Ministério Público Federal ofereceu denúncia, ela devia mais de R$ 540 milhões em impostos. As investigações, contudo, demonstraram que as altas cifras apontadas na investigação não seriam a totalidade dos tributos que os réus são acusados de sonegar. De acordo com a sentença, "a quantia total sonegada perfaz R$ 77.196.895,02. Este valor não contabiliza juros, multa e correção monetária e equivale à soma da Cofins de R$ 63.448.511,63 e do Pis de R$13.748.383,39".

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A empresa que os acusados teriam utilizado para os desvios, Tux Distribuidora, possuía como sócia majoritária a offshore (empresa com sede no exterior) Bloomington, que seria, como afirma a decisão, administrada por laranjas. "O conjunto probatório mostrou de forma robusta que a Bloomington atuou apenas como escudo jurídico da TUX para dificultar o rastreio e a responsabilização dos reais administradores", afirma Ferraretto. Por meio da distribuidora, os réus intermediariam várias operações de compra e venda de combustíveis sonegando fraudando o recolhimento de Pis e Cofins.

A sentença foi publicada no último dia 2, mas noticiada pelo MP nesta segunda-feira, 12. A decisão reconhece que Rossi e Gouveia seriam os verdadeiros responsáveis pelo esquema fraudulento e operariam as empresas envolvidas no esquema. Já em relação a Eliane, a juíza concluiu que "a ré não tinha autonomia para retirar recursos da empresa e que somente prestava serviço de contabilidade". Apesar de compartilhar o sobrenome do corréu, Rossi, não há parentesco entre eles.

Este é um dos processos judiciais relacionados à Operação Rosa dos Ventos. Outros braços da investigação apuram esquemas fraudulentos relacionados à evasão de divisas, contrabando de pedras preciosas e falsificação de documentos públicos.

COM A PALAVRA, OS RÉUS

Procurado pela reportagem, o advogado Diego Sattin Vilas Boas, que defende Gouveia, se manifestou por meio de nota: "a defesa de Sidonio Vilela Gouveia não foi formalmente intimada acerca de sentença na Ação Penal nº 0010816-44.2017.4.03.6105, desconhecendo seu teor. Entretanto, por se tratar de decisão de Primeira Instância, eventual decisão condenatória será passível de interposição de Recurso de Apelação. A defesa salienta que a Ação Penal nº 0010816-44.2017.4.03.6105 decorreu de uma Operação da Polícia Federal que teve toda sua fase ostensiva declarada nula pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região - SP, o que também deverá ocorrer com o processo em referência".

Até a publicação da matéria, a reportagem não teve retorno das defesas de Eliane e Rossi - que interpôs recurso de apelação na última sexta-feira (9). A palavra está aberta.

Chefão da Fórmula 1 por quatro décadas, Bernie Ecclestone está sendo julgado na Corte de Magistrados de Westminster, em Londres, por não declarar cerca de 400 milhões de libras (mais de R$ 2,4 bilhões) em ativos. Em seu primeiro depoimento, nesta segunda-feira, ele se declarou inocente das acusações e terá garantia de continuar em liberdade ao menos até a próxima sessão, marcada para 19 de setembro, uma vez que conseguiu fiança incondicional.

Ecclestone, de 91 anos, foi alvo de uma investigação sobre suas movimentações financeiras entre julho de 2013 e outubro de 2016. Com as informações colhidas pelas autoridades fiscais britânicas, o Ministério Público autorizou tornar o empresário e dirigente esportivo em réu num processo por fraude financeira.

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De acordo com a apuração, o valor milionário é referente a um fundo fiduciário não declarado em Cingapura. Em sua defesa, Ecclestone disse não ser "dono ou beneficiário de nenhum outro fundo" a não ser um que foi criado para o benefício de suas filhas Deborah, Tamara e Petra, todas adultas.

Ex-piloto e chefe de equipe, Ecclestone alcançou na década de 1970 a posição de grande chefão da Fórmula 1, ou CEO, cargo que ocupou por quase quatro décadas seguidas, até a F-1 ser vendida ao grupo americano Liberty Media, em 2017. Mesmo fora do comando, o britânico não deixou os holofotes e sempre está envolvido em polêmicas.

Em maio deste ano, foi preso no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), por portar ilegalmente uma arma, mas pagou fiança e foi liberado para embarcar em um voo particular rumo à Suíça. Proprietário de uma fazenda na cidade de Amparo, no interior de São Paulo, onde cultiva café, estava no Brasil para tratar de assuntos particulares e também para negócios.

O inglês tem forte ligação com o país, uma vez que é casado com a brasileira Fabiana Ecclestone, atualmente uma das vice-presidentes da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Além disso, é amigo do ex-piloto Nelson Piquet, de quem foi chefe. Em junho deste ano, quando Piquet usou um termo racista para se referir a Lewis Hamilton, o Ecclestone saiu em defesa do brasileiro, dizendo não se tratar de "algo terrível".

A defesa de Neymar Jr. conseguiu uma liminar que impede que ele seja processado ou preso no Brasil pelo crime de sonegação. Na última quinta-feira, dia 28, o Tribunal Federal Regional da 3ª Região concedeu habeas corpus para suspender o procedimento criminal investigatório. Ainda de acordo com o comunicado enviado a impressa, o Ministério Público Federal propôs um acordo de não persecução penal ao craque.

Caso você esteja por fora, esse caso corre na Justiça desde 2014. Neymar foi multado em 188 milhões de reais pela Receita Federal por sonegar impostos nos anos 2011 e 2013, principalmente referentes a pagamentos feitos pelo Barcelona durante a transferência do Santos.

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Em 2015, o jogador chegou a ter bens bloqueados pela Justiça. Investigações apontaram que ele sonegou cerca de 63 milhões de reias.

Vale ressaltar, no entanto, que o caso não tem relação com o processo que Neymar está enfrentando na Espanha, divulgado pelo jornal El País. O craque deverá ser julgado nas vésperas da Copa do Mundo do Catar por suposta corrupção em seu contrato com o Barcelona.

A Polícia Federal deteve, nessa segunda (6), um homem que tentava embarcar com uma mala contendo mais de R$ 1,3 milhão em espécie. O suspeito foi ouvido e liberado, mas a quantia foi apreendida e as investigações irão esclarecer a origem e destino da quantia.

Após a descoberta da quantia o caso foi levado para a Sede Superintendência da Polícia Federal onde foi instaurado um inquérito policial para apurar as circunstâncias do transporte de valores não declarado e sua origem, fato este tipificado nos crimes de sonegação fiscal e ocultação de valores, cujas penas variam de 3 a 10 anos de reclusão.

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O nome do suspeito não foi divulgado, mas sabe-se que ele é natural de Limoeiro, no interior de Pernambuco, e tentava levar o dinheiro não declarado para São Paulo, capital.

A Operação Hydra, deflagrada nessa quinta-feira (30), prendeu dois suspeitos envolvidos em um esquema de fraude à contribuição tributária do estado de Pernambuco. A ação foi conjunta e deflagrada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), através do Ministério Público de Pernambuco; pela Polícia Militar de Pernambuco e pela Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz-PE). De acordo com o MPPE, o valor desviado que já foi identificado chega a R$ 30 milhões, mas o montante efetivamente sonegado é maior.  

Entre os presos estão um contador, servidor público do estado, e um empresário que “emprestava” sua empresa e outras empresas laranjas para a emissão de notas fiscais com créditos fictícios, ou seja, de serviços também não prestados. As prisões aconteceram em Paulista, no Grande Recife, e em Gravatá, no Agreste. Os nomes dos detidos não foram divulgados. 

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“O crime ocorria através da constituição fraudulenta de créditos fictícios. Toda operação comercial gera o recolhimento do tributo, ICMS. Através de notas fiscais avulsas, que têm controle pelo órgão fazendário bem mais difícil do que aquelas que são inseridas no sistema da Sefaz, o núcleo coordenava essa organização criminosa, lançava a ocorrência de transações comerciais que não existiam e com base nessas notas, descontaram esses créditos fictícios em operações, transações comerciais reais. Os órgãos deixavam de recolher aos cofres públicos os tributos devidos, é um dinheiro que pertence ao estado”, explica Frederico Magalhães, promotor de Justiça e coordenador da GAECO. 

Ainda segundo o promotor, há mandados de prisão, emitidos através da 3ª Vara, aguardando aprovação, e as autoridades devem aumentar o montante encontrado a partir de novas provas. Empresas de diversos segmentos estão no radar dos órgãos, mas apenas o ramo de água mineral foi mencionado durante coletiva. 

Perguntado pelo LeiaJá sobre como diferem as notas avulsas das registradas, no âmbito específico da investigação, o gerente geral de Operações Estratégicas da Sefaz, Marcelo Bellei, disse que os suspeitos utilizavam das notas avulsas, que têm o objetivo de facilitar a vida do “cidadão comum”, dentro da legalidade. 

“Essas notas fiscais foram criadas para utilização por não contribuintes, que não gerariam e não teriam a incidência de tributos, seriam utilizadas somente essas situações, para facilitar a vida do cidadão comum que às vezes precisa transportar alguma mercadoria e pode fazer uso da ferramenta da informática para obter essas notas fiscais. Alguns contadores e assessores passaram a utilizar também esse mecanismo para emitir notas fiscais com créditos fictícios. Através da Central de Operação, estamos fazendo uma análise mais criteriosa dessas notas fiscais avulsas e elas estão no radar sobre possíveis organizações criminosas”, pontuou Bellei. 

O perfil de assessores e contadores da Fazenda é considerado recente e “inusitado” nesse tipo de operação, explica ainda um representante da GAECO. 

“O crime contra a ordem tributária é aparentemente elitizado e sem importância, mas traz um dano imenso à ordem pública. A Operação Hydra se debruça sobre assessores de contribuintes que atuam na área da contabilidade. É algo inusitado e que não era comum no procedimento de inclusão da responsabilidade penal e hoje revela merecer maior atenção. ‘Quais os personagens que atuam nos bastidores para produzir efetivo dano ao ICMS?’ Essa revelação nos permite agora analisar e ter uma proposta de maior fiscalização”, adiciona José Lopes, coordenador do Grupo, no âmbito de combate à sonegação fiscal. 

Com a operação, além dos mandados de prisão, foram emitidos 20 mandados de busca e apreensão também aprovados e executados. Foram apreendidos 17 celulares, 10 HDs externos, 10 pen drives, sete notebooks, cartão de memória, chips para celular, e R$ 16.584 em espécie, com origem ainda não comprovada. Há também valores bloqueados em razão da medida cautelar requerida pelo MPPE ao Judiciário. 

Seis empresas laranjas foram descobertas com a operação, que espera encontrar mais fontes de geração das notas fraudulentas e novos autores. O dinheiro não declarado e arrecadado nas buscas será devolvido aos cofres públicos. 

Participaram da Hydra cerca de 15 equipes policiais, oito auditores fiscais da SEFAZ, além de promotores e servidores. Foram cerca de 600 horas de trabalho, durante um período de sete meses até a deflagração. 

Shakira sonegou mais de 14,5 milhões de euros, cerca de 97 milhões de reais, ao longo de três anos em que viveu na Catalunha, na Espanha. A informação foi confirmada pela Agência Tributária da Espanha à agência Efe.

A publicação revelou que a receita espanhola enviou um novo relatório à justiça do país ratificando que a cantora fraudou o valor em impostos entre os anos de 2012 e 2014 ao fingir que não residia na Espanha e esconder sua renda através de uma rede de empresas.

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A colombiana tentou alegar que por causa de sua agenda de shows e apresentações de TV provariam que ela ficou menos de 184 dias no país, mínimo para ser considerada residente. Técnicos alegam, no entanto, que não aceitariam os argumentos e comprovaram que ela precisaria ter quitado os impostos.

Por enquanto, Shakira ainda não se pronunciou publicamente a respeito do assunto.

Shakira passou a ser investigada pela Receita em 2018, quando um promotor público registrou uma acusação contra ela. Na época, a cantora divulgou nota negando irregularidades e afirmando que sua atividade profissional é intensa fora da Espanha e que sua rende vem de outros países, mas chegou a pagar 80 milhões de reais à Receita na época. Em 2019, ela foi intimida pela justiça para prestar esclarecimentos sobre o caso.

Uma ação da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz/SP) vai verificar mais de 500 operações suspeitas de sonegação de impostos em heranças. De acordo com a pasta, a “Operação Antares” investiga transferências de bens ou patrimônio de quase R$ 1 bilhão e que deixaram de repassar R$ 10 milhões aos cofres públicos até o último mês de março.

De acordo com a legislação tributária paulista, cada cessão de patrimônio realizada no estado deve repassar 4% aos cofres públicos por meio do Imposto de Transmissão, Causa Mortis e Doação (ITCMD).

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Nos casos apontados pela Sefaz/SP na ação, as mais de 500 transferências “causa mortis” averiguadas têm bens superiores a R$ 2,5 milhões, em que os herdeiros são suspeitos de não reverter o porcentual correspondente ao governo.

Ainda segundo a Sefaz/SP, um dos recursos mais utilizados pelos sonegadores é o registro dos imóveis com valor abaixo do praticado pelo mercado imobiliário. A fraude permite que os farsantes repassem uma quantia menor de ITCMD ao erário estadual.

De acordo com a pasta, outra operação denominada Vaisyas analisou 895 doações extrajudiciais de cotas de empresas a herdeiros. Com as ações, o fisco paulista espera recuperar R$ 30 milhões para os cofres públicos até o fim de 2020.

Com o objetivo de desarticular uma organização que mantinha um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, nesta quinta-feira (20), a Polícia Civil cumpre 25 mandados de prisão e 25 de busca em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

As investigações que culminaram na operação Laranja de Pano, segundo a Polícia Civil, iniciaram em 2019. Os mandados serão executados por 165 agentes e 28 auditores fiscais, informa as autoridades.

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Ainda segundo a Polícia Civil de Pernambuco, as investigações são assessoradas pela Diretoria de Inteligência, em trabalho conjunto com a Secretaria da Fazenda do Estado. Mais detalhes a respeito da operação serão divulgados posteriormente.

Ricardo Nunes, fundador e ex-principal acionista da rede varejista Ricardo Eletro, foi preso na manhã desta quarta-feira (8), em São Paulo, em uma operação de combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, em Minas Gerais. A investigação é resultado de uma parceria entre o Ministério Público de Minas Gerais, a Receita Estadual e a Polícia Civil.

Na operação, também foram presos a filha de Ricardo, Laura Nunes, e o irmão dele, Rodrigo Nunes, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ainda há um mandado de prisão para o superintendente da rede varejista, Daniel Magalhães, em Santo André, São Paulo.

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De acordo com as investigações, cerca de R$ 400 milhões em impostos foram sonegados, durante mais de cinco anos. A operação foi denominada de “Direto com o dono”, e cumpre ainda nesta manhã mais 14 mandados de busca e apreensão.

Segundo informações do MPMG, a Ricardo Eletro embutia nos produtos o preço correspondente aos impostos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS), mas não repassava os valores.

A investigação ganhou força no ano passado, após a aprovação do Superior Tribunal Federal (STF) definir como crime a apropriação do ICMS. Segundo o MPMG, o crescimento de patrimônio do empresário justamente no período de sonegação, ao qual é referida a investigação, se configura também como lavagem de dinheiro.

Em determinação da Justiça, os bens e imóveis de Ricardo Nunes, avaliados em R$ 60 milhões, foram sequestrados, a fim de ressarcir o Estado pelo dano causado durante os últimos cinco anos. O patrimônio registrado em nome da mãe, das filhas e do irmão do empresário também tiveram crescimento acelerado no mesmo período.

A Ricardo Eletro soma uma dívida de cerca de R$ 3 milhões e está em recuperação judicial. A rede já fechou várias unidades em todo o país.

A Receita Federal aponta sonegação de contribuição previdenciária por parte da Havan, empresa comandada por Luciano Hang, apoiador do presidente Jair Bolsonaro e investigado no inquérito das fake news. Entre contribuições e multas, a Receita cobra da Havan R$ 1.052.000,00. O processo é de 2013. Em valores corrigidos, o crédito tributário cobrado da empresa alcança R$ 2.486.973,20.

O crime é semelhante ao que levou o empresário a ser condenado em segunda instância em 2003. Na ocasião, ele fez um acordo para pagar o que devia e a execução da pena acabou suspensa.

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O caso mais recente chegou ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que negou recursos e manteve a autuação. A sonegação foi detectada em auditoria sobre atos de 2009 e 2010 realizada na empresa, situada em Brusque (SC). Segundo relatórios obtidos pelo Estadão, a Havan deixou de declarar e de recolher devidamente a "contribuição previdenciária patronal", a "contribuição destinada a terceiros" (Sesc, Senac, Sebrae, Incra e FNDE), os "incidentes sobre a rubrica de folha de pagamento aviso prévio indenizado" dos funcionários e até a contribuição empresarial que deveria recolher por patrocínio a time de futebol da cidade.

Além disso, entre janeiro e dezembro de 2010, segundo os fiscais, a empresa inseriu na documentação contábil uma compensação de créditos indevidos. A manobra reduziu a contribuição previdenciária patronal incidente sobre a remuneração dos empregados. Isso levou a Receita a apontar suspeita de falsificação de documento, crime previsto no artigo 297 do Código Penal.

Como a possível falsificação não era crime restrito à seara tributária, uma representação foi enviada ao Ministério Público Federal (MPF) antes de o processo administrativo da Receita estar totalmente encerrado. O procurador responsável pelo caso, no entanto, entendeu que a suposta falsificação estava englobada pelos demais crimes e que seria necessário aguardar a conclusão da etapa administrativa.

"Se ao término do Processo Administrativo Fiscal a Secretaria da Receita Federal do Brasil concluir pela ocorrência de crime, certamente será remetida ao (MPF) a devida representação fiscal para fins penais para a adoção das providências cabíveis", salientou o procurador Felipe D’Elia Camargo. Ele também integra a força-tarefa da Operação Lava Jato desde 2018.

Em casos de sonegação, processos são extintos quando a dívida é quitada ou parcelada. A Havan não informou qual providência adotou. Procurada, a Receita afirmou que não comenta casos específicos. A posição do MPF foi acolhida pela Justiça Federal em Santa Catarina no último dia 5 de março.

Após o encerramento absoluto do procedimento administrativo e caso a empresa não queira pagar o desfalque, a Receita poderá novamente enviar uma representação ao MPF. Por sua vez, o órgão ministerial poderá abrir investigação e oferecer denúncia contra Luciano Hang.

Procurada, a Havan, por meio do departamento jurídico, disse que "a denúncia é velha" e "sequer foi aceita, por inépcia". E afirmou que tomou "providências jurídicas" contra a circulação de "texto antigo" em abril de 2019".

Hang foi condenado a três anos, 11 meses e 15 dias de pena privativa de liberdade, além de multa por sonegar R$ 10,4 milhões em contribuições. A punição foi substituída por prestação de serviços comunitários e pagamento de dez salários mínimos mensais durante o período da condenação. Antes de ser obrigado a começar a cumprir as penas, o empresário fez acordo para pagar parte do débito e parcelar o restante. As prestações são pagas até hoje e estão em dia.

Ferrenho apoiador de Bolsonaro, Hang é alvo do inquérito das fake news por vínculo com ações de disseminação de notícias falsas e ameaças a ministros do Supremo. A investigação corre em sigilo. Em maio, operação da Polícia Federal executou mandados de buscas e apreensão em dois endereços dele. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou quebra de seus sigilos bancário e fiscal e o bloqueio de redes sociais do empresário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 2.200 caixas de cigarros contrabandeados do Paraguai foram apreendidas dentro quatro caminhões nos municípios de Guaíra e Terra Roxa, no Paraná. Em uma operação que durou todo fim de semana, as autoridades capturaram os quatro motoristas e calcula um prejuízo de R$ 6 milhões aos criminosos.

Já à disposição da Justiça, eles podem responder por contrabando e receber a pena de 2 a 5 anos de prisão. A Polícia Federal explica que a prática é resultado de uma rede criminosa ligada à sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção de agentes públicos.

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Para este ano, é esperado que o mercado ilegal movimento R$ 370 milhões, o que representa uma perda de R$ 250 milhões na arrecadação. Enquanto no Brasil, o imposto sobre o produto pode atingir 90%, no Paraguai é cobrado apenas 18%.

Em Pernambuco, a última apreensão ocorreu em um depósito no bairro de Beberibe, na Zona Norte do Recife. No local foram encontrados 745 pacotes de cigarro de fabricação chinesa e um suspeito, de 44 anos, foi preso. Segundo o IBOPE, 57% dos cigarros vendidos em Pernambuco em 2019 foram de origem ilegal.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional acusou o secretário adjunto da Comunicação Social da Presidência da República, Samy Liberman, de estar envolvido em um esquema empresarial de fraudes e crimes tributários. O “número 2” da Secom já está com os bens bloqueados pela Justiça, aponta o jornal Folha de São Paulo.

Ele seria uma das peças fundamentais relacionada a irregularidades encontradas pela Receita Federal que incluem criação de empresas fantasmas, emissão de notas fiscais falsas, simulação de contratos e sonegação de impostos de 2014 e 2015. As multas aplicadas pelo fisco somam R$ 55 milhões.

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O atual secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, está envolvido em outro escândalo. Na semana passada, foi revelado que Wajngarten - responsável pela distribuição de verbas publicitárias do Governo Federal - ganhava dinheiro de emissoras de televisão, com a Band e a Record. Ele é sócio da FW Comunicação e Marketing, com 95% das cotas da empresa. Dentre os serviços, a empresa realiza estudos de mídia.

Uma organização que praticava fraudes por meio de empresas de fachada foi desarticulada nesta quinta-feira (22), em São Paulo. Fiscais de renda e agentes da Polícia Civil cumpriram nove mandados de busca e apreensão em 17 alvos de cinco municípios da capital, região metropolitana e interior do estado. A operação, que atua contra empresas do segmento de óleos e gorduras utilizados como insumo em indústrias das áreas alimentícia, automotiva e cosmética, desmantelou um esquema que teria causado um prejuízo de R$ 120 milhões aos cofres públicos nos últimos quatro anos.

As investigações identificaram que empresas de fachada (atacadistas) foram criadas para fazer a ligação entre fornecedores de óleo/gordura e indústrias que utilizam esses insumos em sua produção, com o objetivo de gerar créditos de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para essas indústrias. O funcionamento do esquema está ilustrado no gráfico abaixo. 


Arte: Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo

De acordo com a legislação vigente, ao adquirir óleos/gorduras diretamente dos fornecedores, o valor do ICMS que as indústrias recebem de volta é reduzido ou nulo. A apuração dos fiscais acredita que os atacadistas de fachada foram criados mediar o trâmite dos documentos das mercadorias, o que gerava um crédito de 18% para as fábricas. Para não chamar a atenção da fiscalização, as empresas de fachada abatiam os débitos de ICMS gerados por meio de créditos vindos de "notas frias", que eram emitidas por empresas "fantasmas" também criadas pelos fraudadores (fluxo 3 da ilustração). 

Como é de responsabilidade das indústrias o pagamento do ICMS quando a mercadoria sai da produção, o setor de inteligência da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz/SP) acredita que as próprias indústrias podem estar envolvidas na fraude. Além de livros e documentos fiscais, foram apreendidos controles paralelos. Segundo a Sefaz/SP, os dados são suficientes para desqualificar as empresas perante a Lei e responsabilizar articuladores e beneficiários do esquema.

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A Polícia Civil (PC) deflagrou a Operação Endosso, referente a crimes contra a ordem tributária, falsidade ideológica e organização criminosa, na manhã desta terça-feira (29). Segundo as autoridades, R$ 122 milhões foram movimentados em desvio e sonegação por empresas laranjas do ramo alimentício em 2017.          

A organização criminosa vinha sendo investigada desde janeiro de 2019. Durante a operação, 10 mandados de prisão e nove de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Recife, Vitória de Santo Antão, Cupira e Ipojuca, todos em Pernambuco. Também houve diligências na cidade de Propriá, em Sergipe.

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Durante ação coordenada entre a Secretaria de Fazenda e Planejamento, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) e a Polícia Civil de São Paulo realizada nesta terça-feira (18), na capital do Estado, uma organização milionária que praticava fraudes por meio de um dos maiores importadores de vinhos do país foi desarticulada. Batizada com o nome de Vino Veritas, a operação registra mais de R$ 200 milhões em autos de infração.

Deflagrada em quatro estabelecimentos na Zona Norte de São Paulo, a inspeção dos fiscais e da polícia investiga se outros tipos de golpes estão sendo praticados, além de certificar se os locais estão em situação irregular. O secretário da Fazenda e Planejamento do Estado, Henrique Meirelles, avalia como importante o andamento e a sequência das operações. "A ação de hoje evidencia a importância do monitoramento constante das equipes de fiscalização e do trabalho conjunto com outros órgãos do Estado, de forma a coibir o comportamento inadimplente", declarou.

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A estratégia do grupo para efetivar a sonegação era simular importações de vinhos para o Estado de Alagoas, de onde as mercadorias retornavam para empresas paulistas. Depois disso, as bebidas eram repassadas para adegas, restaurantes e redes de supermercados de São Paulo sem recolher o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os altos valores das transações e o baixo recolhimento de impostos chamaram a atenção do Fisco. Mais de R$ 60 milhões em bebidas foram comercializadas por empresas do grupo sem a devida arrecadação de imposto desde o início de 2018. Os quadros societários da organização eram compostos por "laranjas" para que as trapaças fossem concluídas, mas os reais beneficiários do esquema foram identificados.

A Procuradoria Geral do Estado entrou com ação na Vara de Execuções Fiscais e uma liminar do juiz Daniel Ovalle da Silva Souza bloqueou mais de R$ 7 milhões em ativos financeiros, 20 veículos de luxo e nove imóveis de propriedade dos integrantes do bando, o qual é alvo da investigação.

A Receita Federal identificou mais de R$ 1 bilhão em sonegação fiscal de empresas, entre março e maio deste ano. No período, foram autuadas 5.241 empresas em todo o país por irregularidades no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do ano-calendário 2014.

O crédito tributário lançado, que inclui juros moratórios e multa de ofício de 75%, totalizou R$ 1.002.536.449,16. As irregularidades foram apuradas na Malha Fiscal Pessoa Jurídica.

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A Receita Federal orienta as empresas com irregularidades no IRPJ e na CSLL dos anos-calendário seguintes a se autorregularizarem. Em junho de 2019, serão iniciadas as ações referentes ao ano-calendário 2015, com envio de cartas para mais de 14 mil empresas que apresentam inconsistências nos recolhimentos e declarações de IRPJ e CSLL de aproximadamente R$ 1,5 bilhão.

De acordo com o Fisco, o demonstrativo das inconsistências e as orientações para a autorregularização constarão na carta a ser enviada ao endereço cadastral constante do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e na caixa postal dos contribuintes. A caixa postal pode ser acessada no site da Receita, no portal e-CAC.

Essa é mais uma etapa da série de ações do Projeto Malha Fiscal da Pessoa Jurídica da Receita Federal, que tem como objetivo identificar “inconsistências” no recolhimento de tributos por meio do cruzamento de informações eletrônicas, explicou o órgão.

Imagens do iate da família Pinteiro, avaliado em R$ 15 milhões, que foi apreendido pela Polícia Civil durante a segunda fase da Operação Mar Aberto, foram divulgadas pela Polícia Civil.

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Pelas fotos, não por acaso que o veículo marítimo está avaliado em milhões de reais e é considerado o maior iate do nordeste: é luxo por toda a parte. A família Pinteiro está sendo investigada por lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, tendo o empresário José Pinteiro da Costa Neto como o comandante dos crimes.

Além do iante, helicópteros e carros de luxo também foram apreendidos pela Polícia Civil na última quinta-feira (29). Os confiscos foram cumpridos em Recife, São Paulo e Paraíba.

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-> Internautas repercutem prisão de José Pinteiro, o DJ Jopin

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Durante a 2ª fase da Operação Mar Aberto, que investiga o envolvimento da Família Pinteiro com lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, a Polícia Civil apreendeu helicópteros, um iate e carros de luxo, nessa quinta-feira (29). O esquema criminoso, que segundo a PC era comandado por José Pinteiro da Costa Neto, envolvia oito familiares, dentre eles a esposa e o filho, José Pinteiro Jr., conhecido como DJ Jopin.

Nesta fase, 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Recife, São Paulo e Paraíba. Nos locais de busca foram encontrados dois helicópteros, seis carros de luxo, uma Ferrari - que estava sendo desmontada no momento da autuação-, além do maior iate do Nordeste - avaliado em cerca de R$ 15 milhões. Também foi realizada uma busca nas celas dos presos, onde foram apreendidos celulares e 'quantia considerável em dinheiro', de acordo com delegado Jean Rockfeller.

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As investigações iniciaram em dezembro de 2017, após uma movimentação suspeita de dinheiro envolvendo 11 empresas relacionadas à família. Além de uma alta quantia em dinheiro, 29 veículos (um desmontado), seis embarcações, 15 imóveis e joias já foram recuperados. A PC prossegue com as investigações.

A Família Pinteiro protagonizou as apreensões da Operação Mar Aberto, deflagrada nessa quinta-feira (9), na Região Metropolitana do Recife, São Paulo e Paraíba. A ação da Polícia Civil (PC), em parceria com a Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz) e Procuradoria Geral do Estado (PGE) revelou o esquema criminoso que sonegou cerca de R$ 65 milhões através de 11 empresas do setor náutico e de eventos, relacionadas à seis integrantes da família. Após esta fase, a Sefaz pretende devolver a quantia sonegada aos cobres públicos do Estado e da União, enquanto a PC dá seguimento as investigações.

Junto com oito suspeitos, o líder da organização José Pinteiro da Costa Neto - que possui 77 execuções fiscais - é acusado de sonegação de imposto, crime organizado, lavagem de dinheiro e está preso preventivamente. Até o momento, 22 veículos - de um total de 34 -, 4 embarcações, 15 imóveis e joias foram confiscados. Um helicóptero sem registro de plano de voo está sendo procurado.

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Embora a fatura do cartão de crédito do empresário fosse de aproximadamente R$ 8 mil, ele não possui conta bancária e utilizava os familiares e sócios para realizar depósitos entre as contas das empresas, o que representa o distanciamento e a ocultação tributária característica da lavagem de dinheiro. "Essa operação de ontem tem um simbolismo importante, por que a quantidade de bens confiscados vai garantir retorno aos cofres públicos e ao povo pernambucano", declarou a titular da Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária Priscila Von Sohsten.

As 11 empresas investigadas estavam alocadas no mesmo endereço e tinham 33 funcionários registrados, em apenas três delas. Embora não figurasse como proprietário de todas, o suspeito mantinha relação próxima ou de sociedade com os empreendimentos para burlar a fiscalização. Outro envolvido é Rômulo Tavares Ramos, que atuava como operador financeiro da organização e chegou a falsificar a assinatura da procuração de Júlio Machado, um dos sócios de José Pinteiro, morto desde 2009.

Com autos de infração desde 2012 por dívidas tributárias das empresas de fachada, as investigações iniciaram em 2016 com a movimentação suspeita de R$ 358 milhões e a percepção da evolução patrimonial incompatível com o rendimento da família, pelo Sefaz. Além do patriarca José Pinteiro da Costa Neto, cinco parentes estão envolvidos, são eles: a esposa Andrea Bandeira de Melo Pinteiro; o filho José Pinteiro da Costa Junior, conhecido como DJ Jopin; a filha Victoria Bandeira de Melo Pinteiro; o sobrinho Aníbal Teixeira de Vasconcelos Pinteiro; a cunhada Adriana Vieira Bandeira de Melo. Fora do ciclo familiar, integravam o esquema: Romulo Robérico Tavares Ramos e os laranjas Patrícia de Lima Oliveira -esposa de Rômulo- e Matheus Felipe Fonseca do Nascimento.

Com informação da assessoria

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