Fetiche para uns, profissão para outros. Tirar a roupa na frente de uma webcam pode ser fonte de prazer, como também de dinheiro. Trabalho feito na maior parte do tempo por mulheres, as CamGirls, como são chamadas. Elas se tornam especialistas em dar prazer mesmo sem contato físico. O serviço oferecido é variado, dependendo do que o cliente quer ver e ouvir. As jovens, bonitas e com corpo escultural, dedicam grande parte do dia a se exibirem, na maioria das vezes para homens.
Há cerca de seis anos a psicóloga “Ana Stripper” trabalha como stripper virtual. A jovem de 30 anos faz suas exibições por todas as redes sociais que permitem troca de imagens e vídeos, como Skype, WhatsApp e pelos seu site, além de um espaço exclusivo para assinantes. A paulista começou a tirar a roupa para outros verem como uma brincadeira. “Comecei me exibindo na webcam para amigos e colegas de faculdade. Naquela época não era muito comum o uso de webcam, poucas garotas tinham e nem existiam os smartphones, então os homens ficavam loucos pra me ver pelada e como eu fazia apenas para algumas pessoas, logo outros começaram a me procurar oferecendo dinheiro pra eu abrir minha ‘cam’ e também brincar com eles”, conta Ana, em entrevista do LeiaJá.
##RECOMENDA##A jovem revelou que em um dia de trabalho, já chegou a fazer 22 shows, mas por conta dos acessórios sexuais que ela usa, começou a trazer problemas para sua saúde. Então, atualmente ela se impõe a um limite de até 10 exibições por dia. Apesar da diminuição na carga horária, não significa que ela trabalha menos. “Trabalho mais ou menos 16 horas por dia, com intervalos durante o dia. Acordo perto das 8h, tomo café, vou pra academia malhar cinco vezes por semana. Volto pra casa por volta das 10h da manhã, tomo banho e já me arrumo para iniciar meu atendimentos”, diz.
Assista trechos de uma exibição da Ana Stripper produzida pelo canal Multishow:
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Sobre quanto cobra com os atendimentos, Ana Stripper revela que os valores vão de R$ 20 a R$ 100. O pacote mais pedido é o de 30 minutos, em que, além do corpo, ela também mostra o rosto e usa o áudio da câmera. “Somando minhas exibições na webcam e mais as assinaturas de meu site de vídeos, ganho cerca de R$ 15 mil por mês, trabalhando em casa, praticamente todos os dias e por mais de 12 horas de atendimento”, revela a stripper virtual.
Apesar da quantidade de grande de trabalho, a profissional gosta do que faz. “Adoro meu trabalho. Sempre fui ousada e independente. Moro sozinha desde os meus 17 anos, nunca dependi de homem para pagar minhas contas ou ter minhas coisas. Trabalho muito mais do que se tivesse um emprego formal, mas sou livre, faço o que quero e ganho muito acima da média dos brasileiros”, conta. A jovem ainda revela que també tira a roupa para mulheres. “Algumas mulheres e casais me procuram sim. Mas é muito comum também de homens criarem perfis falsos de mulheres e me procurarem como se estivessem interessados em uma relação lésbica na ‘cam’. Eles não se mostram obviamente, mas interagem teclando como se fosse uma mulher”.
Sobre o tipo de trabalho que faz, Ana Stripper diz que apenas pratica "sexo virtual". “A partir do momento que me masturbo, uso acessórios e muitas vezes chego ao orgasmo juntos com eles, então estamos fazendo sexo virtual. Quando tem interação é sexo, se fosse apenas eu dançando e tirando a roupa, seria só uma exibição. Meu trabalho é exclusivamente virtual. Não me encontro com clientes, não aceito propostas para programas e nem estou procurando um namorado. Encaro isso como um trabalho sério, então não cabe relações fora do mundo virtual. Quando fecho minha webcam e encerro meu dia de trabalho Assim eu olto para o mundo real, e saio com amigas, namorado, viajo, faço compras, estudo outras línguas, enfim... Tudo que uma mulher de 30 anos e solteira faz normalmente”, relata Ana.
Do outro lado da conexão estão os clientes, que gastam dinheiro e tempo para ter o prazer de ver a exibição . “Carioca Exibido”, como prefere ser chamado um dos compradores do serviço de Ana Stripper, em entrevista ao LeiaJá, confessa que chega a gastar cerca de R$ 500 mensais com os serviços dela e de outras profissionais do ramo. Para ele, o sexo virtual não substitui o real. “Sou bem casado, porém viajo bastante e quando estou sozinho, em hotéis entediantes , ter uma companhia virtual é muito agradável e seguro. Sexo virtual é para mim apenas uma diversão, algo como ler uma revista erótica ou ver um filme pornô”, afirma.
O homem de 38 anos diz, também, que tem suas garotas preferidas virtuais. “Sou cliente fiel de algumas garotas, pois com o tempo fica mais gostoso contratar aquelas que temos mais empatia. O papo rola mais natural e a brincadeira na ‘cam’ fica com menos cara de profissional. Pago CamGirls pelo menos uma vez por semana. Acho que já faço isso a pelo menos há cinco anos”, fala o cliente.
Para o "Carioca Exibido", a sensação de ter esse tipo de relação sexual é muito prazerosa e livre de preconceitos. “É prazer sexual!. Algo como uma transgressão aos preceitos do casamento, mas no final de tudo foi apenas uma brincadeira. No sexo virtual posso brincar sem preconceitos, realizar algumas fantasias que com parceiras reais eu não conseguiria. A distância e a falta de comprometimento com a CamGirl me deixa à vontade e sem as culpas ou cobranças que as relações reais podem trazer”, conta.
Ele, ainda, aconselha homens e mulheres a praticarem o sexo virtual. “É um meio seguro e prático para descobrirmos outras formas de prazer sem correr o riscos que o mundo do sexo nas ruas podem trazer. Doenças, violência, risco de ser visto entrando em um motel, amantes ciumentas... No meio virtual isso não existe, tudo é descartável e seguro”, afirmou.
Formas de pagamento - Todo o dinheiro dos clientes deve ser depositado na conta da stripper ou eles podem usar cartão de crédito. Só depois do processo de pagamento a exibição online começa a ser feita.