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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 22, que ainda não há uma discussão dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) sobre a eleição presidencial em 2026, pontuando, por sua vez, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem "direito" de tentar a reeleição.

Para Haddad, que não se colocou como candidato, é "desafiador" para a sigla discutir um contexto eleitoral "pós-Lula". Recentemente, em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Fazenda apontou que a candidatura do presidente a reeleição era um assunto pacificado. Embora hoje tenha afirmado que essa discussão não é feita ainda dentro do PT, o ministro reforçou sua opinião sobre Lula ser um candidato natural.

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A declaração do ministro foi dada durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Futuro político

Em outro momento da entrevista, o ministro desconversou sobre o seu futuro na política. Ele disse que se envolve muito com projetos, quando avalia que faz sentido, como ocorreu em 2018, quando concorreu à Presidência da República, e lembrou que já recusou o convite para disputar novamente a Prefeitura de São Paulo, em 2020. "É muito ruim pensar no futuro político com tanto trabalho a fazer no cargo em que você está", disse Haddad.

Com a indicação do ministro Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF), o governo já avalia quem ocupará a chefia do Ministério da Justiça e Segurança Pública caso ele seja aprovado pelo Senado. Hoje, cinco nomes despontam na disputa pela sucessão para a pasta.

O ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski é um nome que agrada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e já foi cotado para compor a Esplanada no início do governo. No PT, a defesa é pelos nomes do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e do coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho.

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Já o próprio Dino vê como a melhor indicação para o posto o secretário-executivo da pasta Ricardo Capelli, que enfrenta resistência dos petistas, como mostrou a Coluna do Estadão. Dentro do governo, mas também sem o aval do PT, surge ainda o nome da ministra do Planejamento, Simone Tebet. Nesse modelo, com a indicação dela, porém, a Segurança Pública ficaria separada da Justiça.

Veja quem são os cotados para o Ministério da Justiça:

Ricardo Lewandowski

Ricardo Lewandowski, ministro aposentado do Supremo, integra, ao lado de Lula, a comitiva que participará da 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-28) em Dubai, nos Emirados Árabes. Como mostrou o Estadão, além de conversar sobre a vaga, o presidente quer debater com Lewandowski, durante a viagem iniciada nesta segunda-feira, 27, sobre a conveniência de dividir o ministério e criar duas pastas: da Justiça e da Segurança Pública.

Em abril, Lewandowski deixou o cargo na Corte, após ter antecipado em um mês sua aposentadoria. Ele completou 75 anos em maio, quando seria aposentado compulsoriamente. No lugar dele, assumiu Cristiano Zanin, indicado por Lula.

Ele assumiu uma vaga na Corte em 2006, também por indicação de Lula. Presidiu a Corte por duas vezes, além de ter comandado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2010. O ministro ainda foi responsável por presidir o processo de impeachment contra Dilma Rousseff, em 2016.

Ainda em abril deste ano, reativou o registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para poder voltar a advogar. Hoje, preside o Conselho Jurídico da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e é árbitro do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul - indicado pelo Ministério das Relações Exteriores.

Jorge Messias

Ministro-chefe da AGU, Jorge Messias tem o apoio do Partido dos Trabalhadores, e a escolha dele para comandar o ministério é vista como um afago do presidente à sigla, como mostrou a Coluna do Estadão. Ele também era o preferido dos petistas para a indicação ao STF, que ficou com Flávio Dino.

Procurador da Fazenda Nacional desde 2007, ele ficou conhecido em março de 2016, quando o então juiz federal Sérgio Moro, encarregado de julgar os casos relativos à Operação Lava Jato, tornou público um grampo telefônico de uma conversa entre Lula e a então presidente Dilma Rousseff (PT). "Seguinte: eu 'tô' mandando o 'Bessias' junto com o papel, pra gente ter ele. E só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?", avisou Dilma. Na época, Messias era subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência.

Na conversa, Dilma dizia estar enviando a Lula o termo de posse, já assinado, para que ele assumisse a Casa Civil. À época, Moro interpretou a conversa como uma tentativa de Lula para ganhar prerrogativa de foro privilegiado como ministro e se livrar de um eventual pedido de prisão.

Marco Aurélio Carvalho

O advogado Marco Aurélio Carvalho é coordenador do grupo Prerrogativas, que surgiu para defender os direitos dos advogados em relação às decisões classificadas por eles como arbitrárias na Lava Jato e à atuação de Sérgio Moro, e apoiou Lula na campanha eleitoral de 2022.

Marco Aurélio de Carvalho é o nome preferido do PT para assumir a vaga no ministério, conforme a Coluna do Estadão. Ele participou da transição para Lula assumir o terceiro mandato presidencial, tem proximidade com o presidente e tem a confiança dos dirigentes partidários. Foi cotado para integrar o governo, mas não assumiu um espaço na atual gestão.

Simone Tebet

Outro nome que passou a ser cogitado por integrantes do governo é o da ministra do Planejamento, Simone Tebet. Em entrevista nesta terça-feira, 28, ela afirmou que não foi sondada por Lula e defendeu o desmembramento do ministério, o que ainda não é consenso no governo. A ideia foi defendida por Tebet no ano passado, durante a campanha à Presidência da República. "Eu defendi a divisão enquanto candidata e continuo defendendo agora", disse.

Integrantes do MDB afirmam que o partido não foi procurado até o momento sobre a possibilidade de Tebet assumir o ministério. A avaliação da legenda, como mostrou a Coluna do Estadão, é que Simone Tebet está muito bem no Planejamento.

Tebet foi candidata à Presidência em 2022 e desempenhou papel importante na campanha de Lula no segundo turno. Desde o ano passado, o presidente já dizia que Tebet permaneceria em Brasília para ajudá-lo no futuro governo, indicando que desejava a aliada no primeiro escalão. Ela buscava uma posição com visibilidade política. Ela foi preterida do Desenvolvimento Social, pasta que mais desejava.

Ricardo Capelli

Ricardo Capelli, braço-direto de Flávio Dino no Ministério da Justiça, é o preferido do chefe para assumir o comando da pasta. Ele está em campanha aberta para se viabilizar como o novo ministro. Capelli e o PT travam uma disputa de bastidores pelo comando do ministério. Como mostrou a Coluna do Estadão, a avaliação entre ministros do Supremo é que o assessor de Dino não está à altura do cargo.

Ele ocupou o cargo de interventor do Distrito Federal na área de segurança pública após os ataques de 8 de Janeiro às sedes dos Três Poderes, assumiu interinamente o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), após a queda do general Gonçalves Dias, e foi criticado nas redes depois de defender a Polícia Militar da Bahia, apontada como mais letal do País.

Capelli foi secretário de Estado no Maranhão. No último mandato de Dino como governador, Capelli era responsável pela Comunicação do governo estadual. No primeiro mandato, chefiou o gabinete de representação do Maranhão em Brasília.

Nome de Flávio Dino para vaga no STF precisa de aval do Senado

A indicação de Flávio Dino ao STF ainda passará pelo crivo do Senado. A sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das etapas do processo de aprovação, será em 13 de dezembro. Ele seguirá no comando da pasta até a análise pelos senadores.

De acordo com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula não deu mais detalhes sobre "qualquer definição sobre o Ministério da Justiça".

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira (28) que não há debate no governo sobre a sucessão de Flávio Dino no Ministério da Justiça ou sobre eventual desmembramento da pasta. Dino foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), e deverá deixar o Ministério da Justiça depois de ser aprovado pelo Senado para a vaga na Suprema Corte.

"Certamente a definição sobre o Ministério da Justiça vai acontecer depois dessas missões internacionais", disse Padilha. Lula embarcou na segunda-feira, 27, para Arábia Saudita e passará também por Catar, Emirados Árabes e Alemanha. Depois, vai para o Rio de Janeiro para a Cúpula do Mercosul. Deve estar de volta a Brasília só em 8 ou 9 de dezembro.

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"O presidente não deu mais detalhes sobre esse debate ou qualquer definição sobre o Ministério da Justiça", declarou o ministro.

Padilha foi questionado sobre o assunto por jornalistas depois de evento da Frente Nacional de Prefeitos porque, durante a campanha eleitoral de 2022, Lula disse que criaria o Ministério da Segurança Pública. Foi Flávio Dino quem o convenceu a manter essa área sob a Justiça.

A sabatina de Flávio Dino na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, uma das etapas do processo de aprovação, será em 13 de dezembro. No mesmo dia, também será sabatinado Paulo Gonet, indicado por Lula para comandar a Procuradoria Geral da República.

"Vamos dialogar, naquilo que couber ao governo, com os senadores e senadoras para que a gente possa aprovar o mais rápido possível", disse o ministro das Relações Institucionais.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse, nesta terça-feira (28), que não foi sondada ou procurada para assumir o Ministério da Justiça. Tebet destacou que mesmo com a indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), a pasta ainda tem titular e não é momento de falar sobre vacância.

Questionada sobre uma eventual divisão da Pasta, em Justiça e Segurança Pública, ela disse ser favorável. "Não vamos esquecer que o Ministério da Justiça ainda tem titular. O ministro Flávio Dino foi indicado para ir para o Supremo Tribunal Federal, mas ainda continua como ministro esse mês. Neste momento não é hora de falar de ocupação de novos cargos, nem de nomeação, porque não há vacância do ministério. Não fui sondada, não fui convidada, estou no Ministério do Planejamento e Orçamento à convite do presidente Lula, como ele disse, da cota pessoal dele", disse Tebet após participar do seminário Orçamento por Desempenho 2.0, da Secretaria de Orçamento Federal (SOF).

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Antes de viajar para a COP-28, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou Flávio Dino a uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e Paulo Gonet ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR). Após o anúncio, o nome de Simone Tebet foi ventilado como potencial substituta de Dino na Justiça.

Questionada sobre se aceitaria o convite para assumir a Justiça, Tebet disse que "ninguém antecipa decisão" e destacou os projetos que acompanha no Congresso e que compõem a agenda econômica do governo, que terão três semanas decisivas e muito desafiadoras.

Ela voltou a frisar que a decisão de indicar um ministro é uma decisão personalíssima do Presidente da República. "O Presidente da República, ele é que tem que analisar dentro desse tabuleiro de xadrez chamado política, quais são as melhores peças a serem movidas. Eu estou muito tranquila de dizer que o presidente Lula tomará a decisão mais acertada para o Ministério da Justiça, que é um ministério extremamente relevante e um ministério que precisa ter alguém da estreita confiança do Presidente da República", disse.

Tebet comentou sobre uma eventual divisão do Ministério da Justiça, com o desmembramento da área de Segurança Pública. Ela lembrou que, enquanto candidata à presidência da República, defendeu a divisão e destacou que essa concentração é complexa, porque a Segurança Pública tem um mundo de problemas a serem resolvidos. "Eu defendi a divisão enquanto candidata e continuo defendendo agora. É uma questão de coerência", disse.

Tebet ressaltou que a decisão por um desmembramento é ato personalíssimo de Lula, que, junto com a equipe, tem de tomar uma decisão política. "A divisão cabe no orçamento, porque o de 2023 foi aprovado sem a criação de cinco ministérios. Eu não vou contrariar o que sempre pensei", afirmou.

A ministra ainda destacou a competência de Dino no comando da pasta. "Tínhamos e temos o ministro Flávio Dino, que tinha capacidade de aglutinar e colocar as pessoas certas nos lugares certas, mas é um desafio hercúleo, afirmou, acrescentando que considera saudável o debate sobre essa divisão.

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), instituição financeira dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, anunciou que seu conselho elegeu como presidente a economista e ex-presidente da República brasileira Dilma Rousseff. A decisão foi unânime.

A instituição disse, em nota, que Dilma Rousseff "ampliou significativamente a cooperação com vários países da América Latina, África, Oriente Médio e Ásia" durante o seu governo no Brasil.

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"Em julho de 2014, participou com os países do Brics na criação do Novo Banco de Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de Reservas", relembrou o banco.

O ministro Ricardo Lewandowski defende que seu sucessor no Supremo Tribunal Federal seja uma 'pessoa com convicções firmes, coragem, não se deixe influenciar pela opinião pública e respeite os direitos e garantias fundamentais da Constituição'. O magistrado se aposenta compulsoriamente da Corte máxima em maio, abrindo espaço para a primeira indicação ao STF do governo Lula em terceiro mandato.

Para o magistrado, a coragem necessária para jurista que ocupará a vaga a ser aberta no Tribunal envolve 'enfrentar temas polêmicos e pautar-se exclusivamente na Constituição'. Lewandowski integra a chamada ala garantista do Supremo. Há uma expectativa de que a saída do ministro não altere o perfil de votação na Corte, com a indicação, por Lula, de um nome com as mesmo mesmo perfil do magistrado que completa 75 anos no dia 11 de maio.

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Com relação à expectativa para os próximos meses de trabalho na Corte, em meio ao rescaldo dos atos golpistas do dia 8 de janeiro e a eventual análise de denúncias contra radicais presos em meio ao quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes, o ministro ponderou: "As instituições continuam. Muitas coisas vão para primeira instância, contra pessoas que não tem foro por prerrogativa de função, algumas permanecerão no STF. A minha saída não vai alterar absolutamente nada".

Lewandowski participou na manhã desta segunda-feira, 27, de aula magna na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) com uma palestra com o tema Democracia na Atualidade. Na abertura de sua fala, citou os atos golpistas qualificando-os como 'acontecimentos que envergonharam o Brasil frente ao mundo. "Felizmente os danos foram só materiais. As instituições continuam fortes e firmes. A Constituição Federal é extremamente resiliente, forte e sólida", frisou.

Na campanha eleitoral de 2022, o então candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, mais de uma vez, que nunca havia indicado "um amigo" para o Supremo Tribunal Federal (STF). Era uma crítica ao então presidente Jair Bolsonaro, que nomeou o ex-ministro da Justiça André Mendonça para a Corte. No entanto, Lula, agora presidente pela terceira vez, terá de enfrentar a questão ética que imputou ao antecessor, pois seu advogado pessoal, Cristiano Zanin, desponta como um potencial candidato.

O petista tem restringido ao máximo as conversas sobre o substituto do ministro Ricardo Lewandowski, que faz 75 anos em maio deste ano - além dele, a presidente da Corte, Rosa Weber, também vai deixar a toga neste ano, em outubro. Segundo aliados do petista, Zanin só não será contemplado caso recuse a oferta. A atuação na Operação Lava Jato e a derrubada das decisões de Sérgio Moro, segundo relatos, credenciaram o advogado ao círculo mais restrito do presidente.

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Durante as eleições, Zanin atuou como coordenador jurídico da campanha, articulou encontros de Lula com os ex-governadores de Goiás Marconi Perillo (PSDB) e José Eliton (PSB), e foi anfitrião de um encontro com o economista e professor da Universidade de Columbia Jeffrey Sachs.

Após a eleição, foi nomeado na transição como o responsável pela elaboração de um relatório sobre a área de cooperação jurídica internacional. O documento sugere, por exemplo, a derrubada de uma portaria editada em 2005, no governo Lula, que permite ao Ministério Público Federal uma cooperação "informal" com órgãos estrangeiros. Questionamentos sobre este procedimento foram levantados diversas vezes por Zanin e outros advogados na Lava Jato.

Ainda no fim de 2022, Lula perguntou a Zanin se gostaria de integrar o governo. Ao declinar da proposta, o advogado disse que permaneceria atuando no sistema de Justiça. Ele seguiu com seu escritório, com sede nos Jardins, em São Paulo.

A atuação de Zanin na defesa de Lula, no entanto, lhe rendeu contratempos. Recentemente, foi ameaçado no aeroporto de Brasília. A OAB procurou Zanin para representá-lo criminalmente.

Currículo

Zanin nasceu em Piracicaba (SP) e tem 47 anos. Formou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Iniciou a carreira a convite do professor Eduardo Arruda Alvim para integrar o escritório do pai, o falecido desembargador José Manoel de Arruda Alvim Neto. Começou a carreira na área de telecomunicações, e em casos relativos a planos econômicos no fim dos anos 1990.

Em um destes casos, fez parceria com a advogada Valeska Teixeira, que trabalhava para uma das grandes bancas de advocacia de São Paulo. Começaram a namorar no início dos anos 2000, quando Zanin se tornou sócio de Valeska e de seu pai, o advogado Roberto Teixeira. Compadre de Lula, Teixeira foi, por muitos anos, um influente aliado do petista. Zanin e Valeska são casados e têm três filhos.

Foi em um sítio de Teixeira que o presidente morou nos anos 1980 sem pagar aluguel. O filho de Lula, Luis Cláudio, afilhado do advogado, também morou de graça em um apartamento de uma empresa que tem Teixeira como sócio. No escritório do compadre de Lula, por exemplo, foi lavrada a compra do sítio de Atibaia, em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna. O imóvel foi alvo da Lava Jato e Lula chegou a ser condenado no caso - mas a decisão foi anulada.

Até a Lava Jato, Zanin havia convivido com Lula só em festas familiares, levado pelo sogro. Hoje, em razão de briga societária e pessoal, Teixeira e Zanin estão rompidos. Valeska e o pai também cortaram relações.

Apesar de ter o rosto conhecido da defesa de Lula na Lava Jato, foi em brigas societárias, arbitragens e disputas empresariais que o advogado fez carreira. Atualmente, faz parte da equipe que defende a J&F na renegociação de acordo leniência e em uma disputa que envolve R$ 15 bilhões.

Buscas

Ao atuar nesse caso, Zanin chegou a ser alvo de buscas e apreensões. À época, em 2020, já era advogado de Lula. A Operação Lava Jato de Curitiba também grampeou e fez relatórios, em tempo real, sobre horas de conversas do ramal da banca.

Assim como nas grandes brigas societárias, foi a partir da desconstrução de seus adversários que Zanin obteve a vitória mais significativa para Lula, quando o Supremo declarou a parcialidade de Moro.

O advogado é autor de um livro sobre lawfare, termo em inglês usado para classificar o uso do sistema de Justiça para perseguição política. A expressão que dá nome ao livro foi repetida em centenas de petições do advogado na cruzada para derrubar processos contra Lula com base na declaração de suspeição do juiz. Chegou a entregar a obra ao papa Francisco e ao ex-juiz italiano Gerardo Colombo, que atuou na Operação Mãos Limpas, responsável por investigar a corrupção em obras públicas na Itália. Antes entusiasta da Lava Jato, Colombo hoje é um crítico de sua politização.

Disputa por vaga reúne nomes críticos à Lava Jato

A atuação nos casos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nas disputas empresariais dão a Cristiano Zanin trunfos para uma eventual indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, além de ser visto como um candidato jovem, ele não tem o mesmo estofo acadêmico de outros nomes que aparecem cotados. Alguns deles também gozam de certa proximidade com Lula, ou, no mínimo, do apoio de juristas ligados ao presidente.

Primeiro ministro a deixar uma vaga aberta, Ricardo Lewandowski será ouvido pelo presidente a respeito de sua sucessão. O Estadão apurou que ele não deve patrocinar um nome abertamente, mas vai definir um perfil. O critério primordial é que seja um jurista que não tenha medo de adotar posições opostas à maioria dos colegas e até mesmo vistas como impopulares. O currículo acadêmico também pesará.

O professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Pedro Serrano é um dos destaques da lista. Crítico da Lava Jato, Serrano é autor de livros sobre a "espetacularização" do Judiciário e a respeito do "autoritarismo" da Justiça no processo penal. Atualmente, é sócio da banca Warde Advogados, um escritório em São Paulo que abriga personagens como o ex-diretor-geral da Polícia Federal Leandro Daielo e o ex-CGU Valdir Simão.

Serrano tem proximidade com Lula. Antes e durante a campanha, promoveu jantares em sua casa com o petista, o então candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB) e advogados.

Na lista, está também Lenio Streck, de 67 anos, procurador de Justiça aposentado, professor de Hermenêutica e Direito Constitucional. De perfil garantista, e também ligado ao Prerrogativas, grupo de advogados que despontou criticando a Lava Jato, ostenta o currículo de maior peso do ponto de vista acadêmico.

Autor de mais de 60 livros, é um dos mais citados acadêmicos em Direito Constitucional do País. Na condição de amicus curiae, Lenio foi um dos advogados no julgamento que derrubou a prisão após segunda instância, em 2020. Entre os beneficiários estava Lula, então preso na Lava Jato.

Ex-secretário-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do STF nas gestões de Lewandowski, o advogado Manoel Carlos de Almeida Neto também está no páreo. Ele foi professor da USP até 2022 e é autor de diversos livros - o mais recente, sobre as Constituições Brasileiras.

Conheceu o ministro ainda como aluno de Direito e foi convidado por ele para o STF logo quando assumiu uma cadeira na Corte. É diretor jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Mestre pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutor e pós-doutor em Direito Constitucional pela USP, é o mais jovem dos candidatos. Tem 43 anos.

Coalizão

Cientistas políticos afirmam que as indicações de Lula ao STF dependerão da coalizão formada pelo governo no Senado - responsável por endossar, ou não, a escolha. O cenário de mais vagas em disputa pode beneficiar o governo na escolha de um ministro alinhado aos interesses do Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, decidiu lançar o senador eleito Rogério Marinho (RN) na disputa pela presidência do Senado contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e apoiar novo mandato para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). As eleições no Congresso estão marcadas para 1º de fevereiro de 2023.

O acordo foi selado durante jantar em Brasília, na noite desta terça-feira (29), promovido pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com a presença de Bolsonaro, Lira e parlamentares do partido. Desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 30 de outubro, Bolsonaro tem ficado a maior parte do tempo isolado. Foi ao Rio no sábado passado, onde participou de cerimônia promovida pela Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, mas ainda não havia saído à noite.

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O encontro reuniu deputados e senadores que têm mandato atualmente e também um grupo que tomará posse em fevereiro. O jantar foi organizado para 150 pessoas, com bacalhau no cardápio, em um restaurante que fica de frente para o Lago Paranoá, no Lago Sul, região nobre da capital federal.

Bolsonaro chegou ao lado de Costa Neto e do general Braga Netto, que foi vice em sua chapa. Ficou no local durante uma hora. Lira entrou logo depois.

O presidente foi anunciado por um locutor e aplaudido pelos parlamentares, mas não discursou na reunião, que era fechada e restrita a nomes na lista. O governador do Rio, Claudio Castro (PL), também estava ali. Ao não falar, Bolsonaro frustrou parlamentares do PL de primeira viagem, que aguardavam um pronunciamento dele na ocasião.

Nos bastidores, integrantes do partido relataram que ele "chegou mudo e saiu calado". Apenas conversou individualmente com colegas de partido e foi confirmado como presidente de honra do PL, cargo que ocupará quando deixar a Presidência. Coube a Costa Neto cumprimentar os eleitos. Deputados e senadores disseram, sob reserva, que Bolsonaro não demonstrou animação.

O jantar ocorreu um dia depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter bloqueado R$ 13,6 milhões das contas do PL. A Justiça impôs uma multa à legenda por litigância de má-fé, na esteira da ação que questionou as urnas eletrônicas pedindo a anulação de parte dos votos contabilizados no segundo turno das eleições.

A reunião também serviu para dirigentes do partido sinalizarem que o presidente tem de aceitar a derrota e as regras do jogo democrático. Ao mesmo tempo, teve o papel de motivá-lo a fazer um discurso para apoiadores mais radicais. "Ele está bem, está animado. Se levantou. Passou o baque", disse Costa Neto a jornalistas, contrariando a avaliação feita por colegas de partido.

Quartéis

À saída do restaurante, o presidente do PL foi abordado por apoiadores de Bolsonaro, que lhe perguntaram se o grupo iria "ganhar nos quartéis". "Tem muita chance. Bolsonaro não falou nada, ele vai falar. Ele vai animar vocês lá", respondeu Costa Neto.

Rogério Marinho foi o mais aplaudido entre os parlamentares anunciados no jantar. No próximo dia 7, o ex-ministro do Desenvolvimento Regional deve ser lançado oficialmente como candidato a presidente do Senado. O partido quer ter o apoio do PP na disputa contra Pacheco, que, por sua vez, contará com a aval de Lula e de aliados do PT. Em troca da aliança no Senado, o PL apoiará a reeleição de Lira ao comando da Câmara.

O restaurante onde foi realizado o encontro do PL não abrigou apenas integrantes do partido. No salão ao lado, dividido por uma parede, estavam outros clientes jantando, incluindo o deputado Fabio Ramalho (MDB-MG) e a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, eleita deputada federal, em mesas separadas. Conhecido como Fabinho, Ramalho já preparou vários jantares para Bolsonaro e não conseguiu ser reeleito em outubro. Durante a noite, ele tirou fotos com colegas do PL e passou ao menos duas vezes no salão onde ocorria o evento fechado com Bolsonaro.

Condições

Como uma das condições para apoiar Arthur Lira, o PL, que elegeu a maior bancada da Câmara, com 99 deputados, negociou a indicação do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), coordenador da bancada evangélica, para a primeira vice-presidência da Casa. O posto já é ocupado pelo PL, atualmente, com o deputado mineiro Lincoln Portella. O PT, que nesta terça-feira decidiu apoiar Lira, também reivindica a vaga.

No Senado, o PL resolveu enfrentar o favorito. Assim como Lira, Pacheco é um dos operadores do orçamento secreto. O senador conta com a promessa de apoios de partidos grandes, como MDB, União Brasil, PT e Podemos. Em troca, as legendas reivindicam o comando de comissões e até o apoio para comandarem o Senado em 2025, caso do MDB e do União Brasil.

Mesmo assim, o PL entrará na disputa com Marinho, que também é um dos distribuidores de recursos do orçamento secreto. A bancada do partido tem 14 senadores.

"É o nome do PL e agora, como qualquer candidato, tem de se viabilizar. Conversas avançam para formação de bloco com partidos aliados e junto a senadores de todos os partidos no varejo", disse ao Estadão o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (RJ). "Fui o primeiro a apoiar a eleição de Pacheco, no ano passado, mas a hora é de posicionar as peças." A ideia é buscar o apoio do PP e de dissidências no MDB, União Brasil e Podemos.

O MDB, porém, já aderiu à campanha pela reeleição de Pacheco e quer manter o comando da vice-presidência do Senado. "Nós temos lá uma convivência muito boa com todo mundo e com Rodrigo Pacheco", disse o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

O partido de Renan protocolou, nesta terça-feira, a formação de um bloco com União Brasil e PSD. As três siglas formam o núcleo duro de apoio a Pacheco. O senador Davi Alcolumbre (União-AP) trabalha pela recondução do presidente do Senado, a quem apoiou no ano passado. Alcolumbre comandou a Casa de 2019 a 2021 e almeja voltar ao cargo em 2025.

O Partido Conservador do Reino Unido elegeu, nesta segunda-feira (5), Liz Truss como sua líder e, portanto, para assumir como nova primeira-ministra do país. Truss, de 47 anos, irá tomar posse como primeira-ministra nesta terça-feira (6).

Liz assume o lugar de Boris Johnson, que anunciou sua renúncia em julho passado, em meio a um escândalo político que levou dezenas de autoridades a abandonarem o gabinete britânico.

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Atual ministra de Relações Exteriores, Liz Truss competiu ao cargo com o ex-ministro de Finanças Rishi Sunak.

O papa Francisco, que enfrenta as dificuldades a idade e não descarta a possibilidade de renunciar por motivos de saúde, prepara sua sucessão com a posse no sábado de 20 novos cardeais, 16 deles com direito a voto no conclave para a eleição de seu sucessor.

O pontífice de 85 anos convocou todos os cardeais do mundo para uma reunião inédita de dois dias, que acontecerá após a "criação", o termo religioso, dos 20 novos "príncipes da Igreja".

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A cerimônia de posse dos novos cardeais acontecerá no sábado a partir das 16H00 (11h00 de Brasília) durante uma cerimônia solene na basílica de São Pedro no Vaticano.

Dedicada à reforma da Constituição Pontifícia, aprovada em março e em vigor desde 5 de junho, a convocação de quase 300 cardeais é uma espécie de pré-conclave, durante o qual será feito um balanço da situação da Igreja após quase 10 anos de liderança do papa latino-americano.

A reunião provocou muitas especulações, em particular sobre o estado de saúde do papa, que passou por uma cirurgia no cólon em 2021 e sofre com dores no joelho direito que o impedem de caminhar e o obrigam a usar uma cadeira de rodas.

Francisco não descartou a possibilidade de renunciar diante das dificuldades de saúde, como admitiu no fim de julho aos jornalistas que acompanharam sua viagem ao Canadá.

"Mudar de papa não seria uma catástrofe", declarou, antes de explicar: "Não pensei nesta possibilidade, mas isto não quer dizer que depois de amanhã não vou pensar".

"A porta está aberta", acrescentou.

Com a posse dos novos cardeais, Francisco inclui na lista de possíveis sucessores religiosos procedentes das periferias do mundo, certamente mais abertos, menos acostumados às intrigas da Cúria Romana.

- Cardeais latino-americanos -

A relação inclui nomes do Brasil, Paraguai, Índia, Singapura, Mongólia e Timor Leste.

Na lista de 16 cardeais com menos de 80 anos e, portanto, direito a voto em caso de conclave pela renúncia ou morte do papa, estão três latino-americanos: dois brasileiros - Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, e Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília - e um paraguaio - Adalberto Martínez Flores, arcebispo de Assunção.

Um quarto, o colombiano Jorge Enrique Jiménez Carvajal, tem mais de 80 anos e não poderá participar em uma eleição do futuro pontífice.

Ao final de seu oitavo consistório, quase um para cada ano de papado, já que em março de 2023 completará 10 anos à frente da Igreja, Francisco será responsável pela designação de 83 cardeais do total atual de 132 eleitores, quase dois terços do grupo.

Um número determinante em caso de eleição do papa, que exige justamente maioria de dois terços.

Fiel a sua linha a favor de uma igreja mais social, menos europeia, próxima aos esquecidos, o papa argentino selecionou dois africanos e cinco asiáticos, incluindo dois indianos, confirmando o avanço do continente na Igreja.

Entre as nomeações mais notáveis está a do americano Robert McElroy, arcebispo de San Diego, na Califórnia, considerado um progressista por suas posições sobre os católicos homossexuais e o direito ao aborto.

Outra nomeação emblemática é a do missionário italiano Giorgio Marengo, que trabalha na Mongólia. Ele será o cardeal mais jovem do mundo, com apenas 48 anos.

Três futuros cardeais ocupam cargos na Cúria, o governo central da Igreja: o britânico Arthur Roche, o coreano Lazzaro You Heung-sik e o espanhol Fernando Vérgez Alzaga, presidente do governo do Estado da Cidade do Vaticano.

Inicialmente designado, o belga Lucas Van Looy, de 80 anos, arcebispo emérito de Ghent, pediu a dispensa do título devido às críticas de sua gestão ao escândalo de abusos sexuais por integrantes do clero.

De acordo com o rito, os futuros cardeais se ajoelharão diante do papa para receber o barrete vermelho cardinalício, uma cor que lembra o sangue que Cristo derramou na cruz.

Após a cerimônia acontecerá a tradicional "visita de cortesia" ao Vaticano, que permite a aproximação dos moradores de Roma para saudar pessoalmente os novos cardeais.

Os ex-ministros da Saúde Sajid Javid e das Relações Exteriores Jeremy Hunt anunciaram, neste sábado (9), suas candidaturas para suceder a Boris Johnson na liderança do Partido Conservador e no cargo de primeiro-ministro. O anúncio foi feito após novo ministro britânico das Finanças, Nadhim Zahawi, e o ministro dos Transportes, Grant Shapps, comunicarem que também estavam entrando na disputa.

A secretária das Relações Exteriores, Liz Truss, afirmou ao Mail on Sunday que também está se candidatando a se tornar a próxima líder do partido, prometendo que defenderá "princípios conservadores clássicos". Ela deve confirmar oficialmente sua candidatura amanhã.

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A revista Economist considerou, esta semana, Zahawi em primeiro lugar na fila de possíveis substitutos de Johnson. Zahawi é filho de refugiados iraquianos e foi levado ao Reino Unido aos 9 anos. Ele apoiou o Brexit e coordenou um bem-sucedido programa de vacinação, sendo considerado uma figura muito popular no partido.

Outro dos favoritos, o ministro da Defesa, Ben Wallace, descartou ontem a possibilidade de disputar as primárias ao indicar em sua conta no Twitter que está focado em manter a segurança do país.

Explicando suas aspirações à mídia, Zahawi prometeu que, se eleito, cortará impostos para as famílias e empresas, aumentará os gastos com defesa e implementará reformas na educação.

Zahawi, ex-ministro da Educação, substituiu Rishi Sunak na semana passada depois que ele renunciou ao cargo de ministro das Finanças em protesto contra a gestão de Johnson.

"Meu objetivo é simples: oferecer as oportunidades que foram dadas à minha geração, a todos os britânicos, quem quer que sejam e de onde venham", acrescentou Zahawi.

Promessas

Pouco antes, o ministro dos Transportes anunciou sua candidatura nas páginas do Sunday Times, onde afirmou sua intenção, caso venha a substituir Johnson, de preparar um orçamento emergencial para lidar com a inflação, que inclui cortes de impostos e subsídios para empresas com alto consumo de energia.

Ao Mail on Sunday, Truss disse que reduzirá o imposto sobre as empresas e introduzirá medidas para aliviar a crise do custo de vida.

Além de Zahawi, Shapps e Truss, Sunak anunciou sua candidatura, assim como o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, Tom Tugendhat, a procuradora-geral, Suella Braverman, e a ex-secretária de Estado para a Igualdade Kemi Badenoch.

Nesta segunda (11), o influente Comitê de 1922, que reúne deputados conservadores sem pasta, elegerá seu executivo e anunciará o calendário para eleger o novo líder. Segundo os regulamentos atuais, os candidatos devem declarar sua intenção de substituir Johnson, desde que tenham o apoio de pelo menos oito parlamentares conservadores. A partir de então, várias rodadas de votação começarão entre os deputados conservadores até que reste o candidato mais votado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a dramática renúncia de Boris Johnson, a corrida começou no Reino Unido, nesta sexta-feira (8), para substituí-lo como líder do Partido Conservador e, por conseguinte, como primeiro-ministro, cargo no qual se mostrou determinado a permanecer até seu sucessor ser designado.

O calendário destas longas e complexas eleições internas, que costumam durar vários meses, será anunciado na próxima semana.

Antes mesmo do fim da intensa quinta-feira, o deputado conservador Tom Tugendhat, presidente do comitê parlamentar de Relações Exteriores e muito crítico de Johnson, anunciou sua candidatura.

Uma pesquisa da consultoria YouGov feita com eleitores conservadores colocou o ministro da Defesa, Ben Wallace, e a secretária de Estado de Comércio Internacional, Penny Mordaunt, entre os favoritos.

Até o momento, porém, nenhum deles oficializou sua participação na corrida para se tornar o próximo inquilino de Downing Street.

Foi precisamente em frente à famosa porta preta da residência oficial do chefe de governo que Johnson anunciou ontem que, diante de uma pressão interna insuportável, renunciava à liderança da formação do governo.

"É claramente a vontade do grupo parlamentar conservador que haja um novo líder do partido e, portanto, um novo primeiro-ministro", reconheceu, sem pronunciar a palavra "renúncia" em momento algum.

Ele também afirmou que permanecerá como primeiro-ministro até que seu partido realize eleições internas no verão boreal (inverno no Brasil) para designar um novo líder antes de seu congresso anual em outubro. Quem for eleito será primeiro-ministro, automaticamente, até as próximas eleições legislativas, previstas para 2024.

 Convocado ir embora já

Uma das figuras do Partido Conservador, o ex-primeiro-ministro John Major, levantou imediatamente a voz contra uma situação "insustentável".

"Pelo bem do país, Johnson não deve permanecer em Downing Street (...) mais tempo do que o necessário", defendeu, sugerindo que o vice-primeiro-ministro Dominic Raab assuma como chefe de governo interino.

Ainda de acordo com pesquisa do YouGov, 56% dos britânicos concordam em que Johnson deve deixar o poder agora, em meio a rumores de que está se apegando ao cargo para fazer uma luxuosa festa de casamento no final do mês em Chequers, residência de campo dos primeiros-ministros. A festa seria agora, porque ele se casou em maio de 2021, quando as restrições pela pandemia da covid-19 seguiam em vigor.

Considerando-se que a saída de Johnson é insuficiente e que se faz necessária "uma verdadeira mudança de governo", o líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, disse avaliar a possibilidade de apresentar uma moção de censura contra o Executivo, na tentativa de precipitar a convocação de eleições antecipadas - algo muito prejudicial para os conservadores no momento.

A pressão venceu

Johnson resistiu durante dias aos pedidos de demissão, mas acabou cedendo na quinta-feira (7), quando cerca de 60 membros de seu governo já haviam renunciado, em uma sangria iniciada na terça-feira com dois pesos pesados: os então ministros das Finanças, Rishi Sunak, e o da Saúde, Sajid Javid.

Durante meses, graças à sua determinada ajuda à Ucrânia contra a invasão russa, o polêmico primeiro-ministro conseguiu diluir a lembrança dos inúmeros escândalos de seu governo.

No início de junho, contudo, enfrentou um voto de desconfiança de deputados de sua própria fileira. Sobreviveu, graças ao apoio de 211 de seus 359 legisladores, mas os 148 votos contra ele deixaram claro que a insatisfação não parava de crescer.

Vários reveses eleitorais - os mais recentes deles em duas disputas legislativas parciais em 23 de junho - convenceram um número crescente de deputados conservadores de que Johnson não poderia mais liderá-los para a próxima corrida eleitoral.

Campeão das eleições de 2019, quando conquistou a maioria conservadora mais importante em décadas graças à promessa de concretizar o Brexit, o primeiro-ministro está há meses caindo nas pesquisas.

De acordo com as pesquisas, a maioria dos britânicos considera Boris Johnson um "mentiroso".

Do chamado "Partygate" - o escândalo das festas organizadas em Downing Street durante os confinamentos de 2020 e 2021 pela pandemia - ao financiamento irregular da luxuosa reforma de sua residência oficial, passando por acusações de favorecimento, os escândalos não param.

As renúncias de Javid e Sunak ocorreram na terça-feira, horas depois que Johnson ter-se desculpado pela enésima vez, reconhecendo que cometeu um "erro" ao nomear Chris Pincher para um importante cargo parlamentar. Na semana passada, este último renunciou à posição, acusado de assediar dois homens fisicamente, um deles deputado.

Após afirmar o contrário em um primeiro momento, Downing Street reconheceu que o primeiro-ministro foi informado em 2019 das acusações anteriores contra Pincher, mas que havia se "esquecido" delas.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou ao cargo de líder do Partido Conservador, abrindo caminho para a escolha de um novo premiê. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 7, feito em meio à grave crise política que levou à demissão de mais de 50 integrantes do governo nas últimas 48 horas. Um novo premiê, do próprio partido, será escolhido até outubro. Não haverá por enquanto eleições gerais.

Johnson confirmou o fim do governo em um pronunciamento à imprensa em frente à sede do governo, no número 10 de Downing Street, em Londres. "É claramente a vontade do grupo parlamentar conservador que haja um novo líder do partido e, portanto, um novo primeiro-ministro", disse.

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Afirmando estar "triste por deixar o melhor emprego do mundo" antes do fim de seu mandato, Johnson permanece como premiê interino até que o gabinete conservador escolha um novo líder para sucedê-lo. "Eu concordei que o processo de escolha do novo líder deve ser iniciado agora. As datas devem ser divulgadas na próxima semana e hoje eu vou anunciar o novo gabinete que deve servir até que este novo líder seja indicado", afirmou Johnson.

As crises de Boris Johnson

São vários os escândalos que envolveram o primeiro-ministro britânico, que hoje anunciou a renúncia. O que começou com festas durante a pandemia chega ao ápice agora com escândalos de assédio sexual. Confira:

Partygate: Enquanto os britânicos foram obrigados a ficar em casa, sem ver a família ou amigos devido à covid-19, em Downing Street, onde Johnson vive e trabalha, ocorreu todo o tipo de eventos, desde Natal, despedidas ou festas de aniversário até celebrações no jardim. A polícia britânica investigou e impôs 126 multas, incluindo uma ao primeiro-ministro, o primeiro chefe de governo em exercício a ser sancionado por violar a lei. A alta funcionária Sue Gray também produziu um relatório altamente crítico dos "altos funcionários" responsáveis por reuniões com excesso de álcool, brigas, saídas pela porta dos fundos tarde da noite e, ocasionalmente, falta de respeito pelo pessoal de segurança e limpeza. Johnson afirmou assumir "total responsabilidade", mas se recusou a renunciar e sua legitimidade sofreu.

Conflito de interesses: As lucrativas atividades de lobby de alguns parlamentares conservadores provocaram indignação. O deputado Owen Paterson foi acusado de fazer lobby junto ao governo em nome de duas empresas que o pagaram. Johnson tentou mudar as regras para evitar ser suspenso do Parlamento, ganhando uma avalanche de críticas que o obrigou a recuar. Isso, entre outros casos de clientelismo e cutucadas, alimentou acusações de corrupção por parte da oposição.

Obras luxuosas de seu apartamento: O primeiro-ministro afirmou ter pago do próprio bolso a luxuosa reforma do apartamento oficial que ocupa com sua família em Downing Street. Mas ele havia recebido uma doação, que depois teve de devolver, de um abastado partidário do Partido Conservador, que foi multado pela comissão eleitoral por não declará-lo.

Gestão da pandemia: No início da pandemia, Johnson foi duramente criticado por sua gestão errática, acusado de não agir com rapidez suficiente e de não proteger os profissionais de saúde e os idosos nas residências. Grande parte dos próprios parlamentares conservadores se rebelou, votando contra a introdução de um passaporte de saúde para acessar grandes eventos, que foi finalmente aprovado graças aos votos da oposição trabalhista. No entanto, ele conseguiu esquecer as críticas ao seu manejo da covid-19 ao contar com uma campanha de vacinação bem-sucedida.

Crise do custo de vida: A inflação descontrolada, que atingiu uma alta de 40 anos no Reino Unido, chegando a 9% ano a ano em maio, afetou a popularidade do governo, acusado de não fazer o suficiente para ajudar as famílias que lutam para sobreviver. mês. A alta nos preços de alimentos e energia, exacerbada desde o início da invasão russa da Ucrânia, deve piorar em outubro, quando é esperado um aumento acentuado no pico dos preços da energia no Reino Unido.

O Escândalo Pincher: Johnson admitiu que cometeu um "erro" ao nomear Chris Pincher em fevereiro como vice-chefe do grupo parlamentar conservador, encarregado de disciplinar seus deputados. Pincher renunciou na semana passada depois de ser acusado de apalpar dois homens. (Com agências internacionais).

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, renunciou nesta quinta-feira (7) ao cargo de líder do Partido Conservador, abrindo caminho para a escolha de um novo premiê. Sem um sucessor claro na sigla, vários nomes circulam como possíveis candidatos para substituí-lo no comando do Reino Unido.

O anúncio foi confirmado por Johnson à imprensa em frente à sede do governo, no número 10 de Downing Street, em Londres. Johnson deixa o governo em meio a uma crise política após mais de 50 pessoas entregaram os cargos desde as saídas do chefe das Finanças, Rishi Sunak, e do ministro da Saúde, Sajid Javid, que renunciaram na terça-feira (5).

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Confira os nomes dos possíveis candidatos:

Rishi Sunak

O ex-ministro das Finanças e o primeiro hindu a ocupar o cargo foi um dos dois ministros de grande destaque que renunciou na terça-feira. Sunak, de 42 anos, já chegou a ser considerado o grande favorito para suceder a Johnson, mas perdeu a legitimidade após escândalos. Os casos giravam em torno do status fiscal vantajoso de sua mulher bilionária, que lhe permitia evitar o pagamento de impostos no Reino Unido, e o greencard que ele tinha até o ano passado.

Jeremy Hunt

Ex-ministro de Relações Exteriores e Saúde, perdeu para Boris Johnson a liderança conservadora de 2019. Desde então, Hunt, de 55 anos, se prepara para concorrer novamente, construindo apoios e ficando fora do governo.

Liz Truss

A ministra das Relações Exteriores, Truss, de 46 anos, tornou-se muito popular nas bases do Partido Conservador. Como ministra do Comércio, votou pela permanência na UE antes de mudar de lado e conseguir fechar uma série de importantes acordos comerciais pós-Brexit.

Sajid Javid

O ex-ministro da Saúde, foi o outro peso-pesado do governo e do Partido Conservador que renunciou na terça-feira. Filho de um motorista de ônibus paquistanês, Javid, de 52 anos, foi um renomado banqueiro antes de se tornar ministro das Finanças de Johnson. Ele renunciou em 2020 e voltou ao governo em 2021. Votou pela permanência na UE pelos benefícios econômicos, mas depois se juntou à causa do Brexit.

Priti Patel

Ministra do Interior, Patel, de 50 anos e origem indiana, é a mais conservadora dos ministros de Johnson e firme defensora do Brexit.

Tom Tugendhat

O presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, de 48 anos, foi o primeiro a anunciar sua intenção de se candidatar se Johnson renunciasse ou sofresse um impeachment. Ex-oficial do Exército, serviu no Iraque e no Afeganistão.

Penny Mourdaunt

Ex-ministra da Defesa e atual secretária de Estado do Comércio Exterior, Mordaunt, de 49 anos, foi uma das figuras da campanha a favor do Brexit e desde então trabalha nas negociações de acordos comerciais para o Reino Unido.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, confirmou nesta quinta-feira que renunciará ao cargo, mas disse que seguirá à frente do governo até que o Partido Conservador escolha um novo líder. O cronograma para o processo de sucessão deve ser anunciado nos próximos dias.

"É claramente o desejo do Partido Conservador no Parlamento que haja um novo líder", afirmou em discurso na porta da sede a sede do gabinete britânico, em Downing Street, número 10, Londres.

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Johnson exaltou a maioria parlamentar conquistada nas eleições de 2019 e se disse "imensamente orgulhoso" das conquistas de sua gestão. Especificamente, o político citou o Brexit, como é conhecida a saída do Reino Unido da União Europeia, além da resposta ao coronavírus e a política econômica.

O premiê acrescentou que, nos últimos dias, tentou convencer aliados de que seria indesejável mudar a liderança do país em um momento de inúmeros desafios, entre eles a guerra na Ucrânia e a escalada da inflação. No entanto, reconheceu que não teve sucesso no pleito. "Na política, ninguém é indispensável", comentou.

Johnson disse ter nomeado um novo gabinete para garantir o funcionamento do governo até que haja novo comandante. Como os conservadores detêm folgada maioria no Parlamento, é prerrogativa do partido apontar um novo primeiro-ministro.

A renúncia encerra uma crise política que deflagrou a debandada de ministros e assessores do governo. Na terça-feira, 5, os chefes das pastas de Finanças, Rishi Sunak, e Saúde, Sajid Javid, entregaram os cargos após uma série de escândalos políticos que abalaram a gestão. Johnson já vinha sendo questionado há meses por festas de que teria participado durante a pandemia. No entanto, a gota d'água foi a resposta dele às denúncias de assédio sexual contra o parlamentar conservador Chris Pincher.

Johnson tomou posse em 29 de julho de 2019, após a antecessora, Theresa May, renunciar em meio a dificuldades na implementação do Brexit. Após uma histórica vitória nas eleições do final daquele ano, o primeiro-ministro enfrentou uma pandemia e coordenou uma das mais rápidas vacinações do mundo. Contudo, viu seu capital político ruir ao longo deste ano, quando foram reveladas festas ocorridas em Downing Street na época da quarentena.

Boris Johnson, de 58 anos, é jornalista e fez carreira nos principais veículos da imprensa britânica. Notabilizou-se como colunista político do jornal The Daily Telegraph e editor da revista The Spectator. Em 2001, foi eleito ao Parlamento, mas renunciou em 2008, quando tornou-se prefeito de Londres. A ascensão se completou em 2016, ao tornar-se figura proeminente na vitoriosa campanha pelo Brexit.

O empresário Luciano Hang teve os direitos políticos suspensos por oito anos. O dono das lojas Havan iria se lançar como pré-candidato ao senado por Santa Catarina.

No entanto, o Diário do Centro do Mundo (DCM) mostra que Hang é suspeito de cometer abuso de poder econômico nas eleições de 2022. O dono das lojas Havan é suspeito de cometer abuso de poder econômico nas eleições para prefeito da cidade de Santa Rosa, a 490 km de Porto Alegre.

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Favorito para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) que será aberta no próximo mês, o ministro da Advocacia Geral da União (AGU), André Mendonça, tem procurado senadores e pedido apoio. A intenção é vencer resistências à sua provável indicação para a cadeira hoje ocupada pelo ministro Marco Aurélio Mello, que se aposenta compulsoriamente no dia 5 de julho.

O presidente Jair Bolsonaro tem dito a líderes evangélicos e a outros aliados no Congresso que indicará Mendonça para o Supremo. Pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, o ex-ministro da Justiça é o nome preferido do segmento religioso. Em mais de uma ocasião, Bolsonaro afirmou que indicaria um nome com perfil "terrivelmente evangélico" para a Corte.

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Mendonça, porém, é visto no Congresso como um ministro com pouca interlocução política. O receio é que, no Supremo, ele reforce a chamada "ala punitivista", impondo reveses a senadores e deputados em processos criminais, como Edson Fachin, que foi indicado pela então presidente Dilma Rousseff, em 2015, fez com petistas.

Mesmo sendo indicado pelo presidente, o titular da AGU precisa ter o nome aprovado em duas votações no Senado: na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário - onde necessita do aval de ao menos 41 dos 81 senadores.

Na tentativa de mostrar que é dono de um perfil afeito ao diálogo, Mendonça conversou na semana passada com o senador Alvaro Dias (PR), líder do Podemos, a terceira maior bancada da Casa, com nove representantes. Dias evitou comentar se pretende apoiá-lo. "Ele fez apenas uma visita de cortesia. Disse que não sabe se será indicado", desconversou.

O ministro também vem tratando do assunto com senadores do PSD, a segunda maior representação na Casa, com 11 integrantes, atrás apenas do MDB, com 15. Há cerca de 40 dias, Mendonça esteve no gabinete do líder do PSD, Nelsinho Trad (MG). Pediu apoio. O senador Lucas Barreto (AP), um dos nomes do PSD na CCJ, afirmou que pretende votar no advogado-geral da União. "Ele está trabalhando e já sai com muitos votos", disse.

Sob a condição de anonimato, um senador de oposição ao governo afirmou, no entanto, que uma indicação do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, ou do procurador-geral da República, Augusto Aras, outros nomes cotados para a vaga, teria maior aceitação.

Martins já foi citado pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), ao lado de Mendonça, como "bom nome" para a função. O presidente do STJ é alagoano, adventista e aliado de Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid e adversário de Bolsonaro. Apesar de manter diálogo com opositores do governo, Aras também se tornou próximo do presidente.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no final de maio, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, afirmou que Mendonça não cumpre os requisitos constitucionais para ser ministro do STF. "É necessário que o nome apresente para nós essa condição de ter notório saber jurídico e independência, como membro do STF", disse.

Desgastes

Mendonça chegou perto de ser alvo do próprio Supremo quando era ministro da Justiça. Em agosto do ano passado vieram à tona dossiês montados pela pasta contra servidores públicos considerados antifascistas. Durante julgamento na Corte, porém, o ministro foi poupado das críticas, que se concentraram em Bolsonaro.

Mais tarde, o titular da AGU sofreu novo desgaste por causa da estratégia do Palácio do Planalto de recorrer à Lei de Segurança Nacional (LSN) para reprimir opiniões negativas contra Bolsonaro. O uso da LSN pelo governo é alvo de quatro ações no tribunal.

O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), disse que a maioria dos senadores demonstra aprovar o nome indicado pelo Planalto, desde que o escolhido tenha currículo. "Ele começou a carreira como AGU, a exemplo dos ministros do STF Gilmar Mendes e Dias Toffoli e, além disso, foi ministro da Justiça. Sob o ponto de vista de currículo não vi ninguém contestando o André", afirmou.

Antes de ingressar na AGU, por meio de concurso, Mendonça foi advogado da Petrobras Distribuidora entre 1997 e 2000. Em instituições privadas, cursou Direito em Bauru (SP) e Teologia, em Londrina (PR). Fez pós-graduação em Direito Público na Universidade de Brasília (UnB), mestrado e doutorado na Universidade de Salamanca, na Espanha.

Procurado pelo Estadão, Mendonça preferiu não se manifestar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Diário Oficial da União publicou nesta terça-feira, 27, a nomeação de Eduardo Rios Neto para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase duas semanas após o anúncio de sua indicação. Rios Neto era o diretor de Pesquisas do órgão, quando o instituto anunciou ter sido indicado pelo Ministério da Economia para assumir a presidência, no último dia 14.

Formado em Economia, o novo presidente possui doutorado em Demografia e é professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de ser integrante da Academia Brasileira de Ciências, informou o IBGE à época do anúncio.

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Ele sucede Susana Cordeiro Guerra, que pediu exoneração do cargo há um mês. Em 26 de março, dia seguinte à aprovação pelo congresso da redução no orçamento do Censo Demográfico de 2021, Susana informou que entregaria a presidência do IBGE, permanecendo por apenas mais duas semanas à frente do instituto. Ela cumpriu seu último dia de expediente em 9 de abril, sendo substituída interinamente desde então pela diretora executiva do órgão, Marise Ferreira, servidora de carreira do IBGE há 37 anos.

Rios Neto assume o instituto em meio à crise gerada pelo corte no orçamento que inviabilizou a realização do Censo Demográfico este ano. Na sexta-feira passada, 23, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, confirmou que o Orçamento de 2021 não traz recursos para a realização do levantamento censitário.

Dos R$ 2 bilhões previstos, apenas R$ 71 milhões foram aprovados pelo Congresso Nacional no mês passado. No entanto, o Orçamento sancionado e publicado no Diário Oficial da União de sexta-feira, 23, trouxe um veto do presidente Jair Bolsonaro que reduziu esse valor para apenas R$ 53 milhões, o que inviabiliza até os preparativos para o levantamento ir a campo em 2022, afirmou o sindicato nacional dos servidores do IBGE, o Assibge. A verba extra é necessária para a manutenção dos contratos de trabalhadores temporários que já preparam o levantamento censitário e de serviços e licitações em curso. O texto aprovado no Congresso para 2021 previa R$ 53 milhões de custeio e outros R$ 17,750 milhões de investimento, que acabaram vetados pelo presidente, ressalta o sindicato.

Em nota, o IBGE reconheceu que a publicação da Lei Orçamentária de 2021 sem a recomposição do orçamento original de R$ 2 bilhões para o Censo Demográfico inviabilizou a operação censitária. Segundo o instituto, a direção do IBGE retomará as tratativas com o Ministério da Economia, a quem é subordinado, para planejar e promover a realização do censo em 2022.

As informações recolhidas pelo Censo servem de base, por exemplo, para o rateio do Fundo de Participação de estados e municípios, sendo essenciais também para políticas de saúde, como a necessidade de alocação de profissionais e equipamentos para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e planejamento de políticas educacionais. Os dados são usados ainda como base para pesquisas amostrais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do próprio IBGE, que levanta informações sobre o mercado de trabalho, como a taxa de desemprego, e até para pesquisas eleitorais.

A disputa pela sucessão de Angela Merkel na Alemanha se acelera neste domingo (11) em seu campo conservador, que reúne os dois candidatos e rivais em um conclave menos de seis meses antes das eleições legislativas.

Quem entre Armin Laschet, líder da União Cristã Democrata (CDU), e Markus Söder, chefe do partido aliado bávaro CSU, será lançado para liderar a campanha e potencialmente chegar à chancelaria?

Nenhum do dois interessados se declarou candidato oficialmente. No entanto, suas pretensões são evidentes e os conservadores prometeram resolver essa questão "entre a Páscoa e Pentecostes" (24 de maio). Enquanto isso, a pressão só aumenta.

"Todos nós estamos interessados em uma decisão rápida", disse à imprensa o chefe dos conservadores (CDU/CSU) no Parlamento, Ralph Brinkaus, antes do início do encontro.

Laschet e Söder estão previstos para oferecer uma coletiva de imprensa à tarde.

Angela Merkel deve deixar o poder depois das eleições de 26 de setembro após 16 anos como chanceler, abrindo uma nova era.

O objetivo é tirar o partido o quanto antes desse impasse. O final do seu governo está se transformando em um calvário para o movimento, a ponto de colocar em risco uma vitória nas legislativas que parecia garantida alguns meses atrás.

Junto à gestão errônea da pandemia e ao desastre eleitoral nas duas eleições regionais recentes, soma-se o escândalo do peculato financeiro pela compra de máscaras cirúrgicas envolvendo o CDU e a União Cristã Social (CSU).

A união CDU-CSU recebeu apenas entre 26% e 28,5% das intenções de voto. Cerca de 10 pontos a menos que em fevereiro, e uma queda abismal desde o ano passado quando alcançou 40%.

Agora, os Verdes estão no auge, com o vento a favor desde as europeias de 2019, e sonham com tirar a chancelaria da CDU.

A escolha do candidato conservador é fundamental, mas não se espera que seja resolvida neste domingo na reunião dos principais dirigentes do grupo parlamentar, na qual Merkel participa.

Esta reunião, na qual os dois candidatos podem dar sua visão sobre o futuro, é principalmente "uma espécie de análise dos candidatos", disse o jornal Süddeutsche Zeitung.

Markus Söder, que dirige a CSU, tem as pesquisas a seu favor, embora na Alemanha o chanceler não seja eleito por sufrágio universal, mas pelos deputados.

Segundo a rede pública ARD, 54% dos eleitores estimam ele é um bom candidato. No caso de Armin Laschet, as opiniões favoráveis chegam a 16%.

No entanto, geralmente é o CDU que costuma apresentar um candidato, já que o CSU é um movimento regional. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o CSU representou em duas ocasiões o campo conservador nas eleições, sem sucesso.

Os deputados federais do DEM Onyx Lorenzoni e Tereza Cristina retornaram, nesta terça-feira (2), aos seus cargos de ministros da Cidadania e da Agricultura do Governo de Jair Bolsonaro. Eles haviam sido exonerados para assumir seus mandatos legislativos e assim poderem votar e atuar em prol da vitória de Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara.

Lira era o candidato do Planalto e venceu ontem o adversário Baleia Rossi (MDB-SP), este apoiado pelo então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). As nomeações de Onyx e Tereza, que os colocam de volta na Esplanada dos Ministérios, foram publicadas nesta terça em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

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